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Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Instituto de Ciências Tecnológicas e Exatas

Departamento de Física Aplicada

Lucas Eduardo Duarte Martins

Tubo de Kundt

Docente: Dra. Ariana de Campos

Disciplina Laboratório de Física II

UBERABA-MG
2020
RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para a coleta de dados neste experimento, utilizou-se um software simulando o tubo de


vidro cilíndrico, ar, alto-falante, ambiente, pressão, painel de controle de som, suporte, a corda,
as frequências sonoras de vibrações, a tampa, a ressonância no tubo, a régua e as frequências
sonoras de vibrações. Fixou-se o alto-falante frente ao cilindro, sendo este fixado no suporte
horizontalmente posicionado e com orifícios em suas extremidades, em que numa extremidade,
utilizou-se uma tampa e na outra possibilitou-se a transmissão do som de modo que o centro do
alto-falante se situasse na mesma posição do centro do orifício do tubo cilíndrico.

Para começar o experimento, analisou-se o tubo que forneceria o maior número de


ventres. Utilizou-se uma régua, mediu-se o comprimento L (cm) de dois tubos cilíndricos (Tubo
1 e Tubo 2) e obteve-se as informações da tabela (1) a seguir:

Tubo 1 (cm) 𝜎𝐿 (cm) 𝐿 ± 𝜎𝐿 (cm)


57,8 0,05 57,80 ± 0,05
Tubo 2 (cm)
94,5 0,05 94,50 ± 0,05
Tabela 1 – Comprimento dos cilindros e suas incertezas.
Fonte: Autor, 2020.

Analisando a tabela, observou-se que as incertezas do comprimento L (cm) atribuído ao


Tubo 1 e Tubo 2 são iguais. Isso é devido à incerteza instrumental, que neste caso é a régua,
utilizado como instrumento de medida para medir os dois cilindros. Os dados foram coletados
uma única vez, sendo assim, temos que o desvio padrão e o desvio padrão da média são nulos
e a incerteza combinada é estritamente igual a incerteza instrumental (metade da medida do
instrumento).

Posteriormente, fixaram-se diferentes valores para a frequência sonora geradora de


funções f(Hz) para que fosse analisado qual cilindro iria proporcionar a maior quantidade de
ventres para este experimento. Utilizando o Tubo 1, observou-se os dados da tabela (2) a seguir:
Tubo 1
Harmônico 𝒇𝒑 (Hz) 𝒇(Hz) 𝝈𝒇 (Hz) 𝒇 ± 𝝈𝒇 (Hz) N° de 𝝀 (m)
ventres
n=1 147,05 149,7 1,04349 149,7 ± 1,0 0,5 2,312
n=3 441,17 449,0 3,143 449,0 ± 3,1 1,5 0,7707
n=5 735,29 748,0 5,236 748,0 ± 5,2 2,5 0,4624
Tabela 2 - Faixa de frequência para a formação dos harmônicos de ondas estacionárias no tubo
cilíndrico de menor comprimento, com uma das extremidades fechadas.
Fonte: Autor, 2020.

Observou-se que seria impossível obter outro ventre utilizando este cilindro com o
aparelho disponível para a realização deste experimento, pois a capacidade máxima do aparelho
emissor de frequência era de 1000 (um mil) Hz, e o próximo ventre demandaria um valor
superior à esta frequência utilizando este cilindro. Além disso, foi necessário a conversão de
unidades da medida do cilindro de centímetros para metros, que explanará este relatório
posteriormente.

Analogamente, fixaram-se diferentes valores para a frequência sonora f(Hz) no emissor


de frequência utilizando o Tubo 2, de modo que se fosse possível obter mais ventres, as
incertezas referente a 𝜆, seriam calculadas e registradas na tabela (3) a seguir:

Tubo 2
Harmônico 𝒇𝒑 (Hz) 𝒇(Hz) 𝝈𝒇 𝒇 ± N° de 𝝀 (m) 𝝈𝝀 (𝒎) 𝝀 ±
(Hz) 𝝈𝒇 (Hz) ventres 𝝈𝝀 (m)
n=1 89,9 91,5 0,6405 91,50 0,5 3,78 0,0200 3,78±
± 0,64 0,020
n=3 269,8 273,0 1,911 273,0 1,5 1,26 0,00666 1,26±
± 1,9 0,0067
n=5 449,7 456,0 3,192 456,0 2,5 0,756 0,00400 0,76±
± 3,2 0,0040
n=7 623,8 639,0 4,473 639,0 3,5 0,545 0,00285 0,55±
± 4,5 0,0029
n=9 809,5 817,0 5,719 817,0± 4,5 0,42 0,00222 0,42±
5,7 0,0022
n=11 991,2 999,0 6,993 999,0 5,5 0,343 0,00181 0,34±
±7,0 0,0018
Tabela 3 - Faixa de frequência para a formação dos harmônicos de ondas estacionárias em um tubo cilíndrico
de maior comprimento, com uma das extremidades fechadas.
Fonte: Autor, 2020.

Observou-se que a frequência prevista na tabela (2) e (3) é próxima a frequência


geradora de funções e que o número de ventres não são números inteiros, este é explicado por
ser um tubo com uma tampa aberta. Além disso, observa-se que as medidas foram realizadas
apenas uma vez, com isso, têm-se que o desvio padrão e desvio padrão da média são nulos e
que a incerteza instrumental é estritamente igual a incerteza combinada. Analisou-se que o
Tubo 2 seria o tubo cilíndrico ideal para que se tenha a maior quantidade de ventres. O resultado
obtido pode ser esperado observando-se a equação (4) que será descrita a seguir:

4𝐿
𝜆= (1)
𝑛

𝑣 = 𝜆. 𝑓 (2)

Substituindo (1) em (2), temos que

4𝐿
𝑣= . 𝑓 (3)
𝑛

Isolando 𝑓, temos que:

𝑣𝑛
𝑓 = 4𝐿 (4)

Observando a equação, temos que quanto maior o comprimento L (cm), menor será a
frequência sonora f (Hz) para obter-se um ventre e que a unidade de 𝜆 é obtida em metros, o
que justifica a conversão da medida de L (cm) para L(m) na realização dos cálculos. Além
disso, utilizou-se a equação (4) para obter a frequência prevista (fp ) apresentada na tabela (3).

Por meio da equação (1), analisou-se que L possui incertezas atribuídas, e essas
incertezas propagam-se para 𝜆, como essa função possui apenas uma variável obtém-se:

𝑑𝜆
𝜎𝜆 = |𝑑𝐿 | ∙ 𝜎𝐿 (5)

Além disso, por meio da equação (1) obtém-se informações sobre a variável 𝜆, portanto,
derivando se a equação (1) temos que:

𝑑𝜆 4
= 𝑛 ∙ 𝜎𝐿 (6)
𝑑𝐿

E com isso, obtém-se a equação (7) a seguir:

4
𝜎𝜆 = ∙ 𝜎𝐿 (7)
𝑛

Por meio da equação (7) possibilitou-se calcular os valores de 𝜎 𝜆 (m) que estão presentes
na tabela (3) e posteriormente as barras de erro do gráfico.
Para obter as incertezas da frequência sonora obtida pelo aparelho e juntamente as barras
de erro do gráfico no eixo x, utilizou-se a equação (8) a seguir:

1
∆𝑋 = (𝑓2 ) ∙ 𝜎𝑓 (8)

Os dados calculados para cada ∆𝑋 estão explícitos na tabela 4 a seguir:

∆𝑿 (Hz)

0,000076
0,000025

0,000015

0,000010
0,0000085

0,0000070
Tabela 4: Barras de erros em X (Hz).
Fonte: Autor, 2020.

Para plotar o gráfico precisou-se antes de uma relação de linearização da equação que
será trabalhada de modo que, partindo da equação (2) obtém-se:

1
𝜆 = 𝑣 ∙ (𝑓 ) (9)

De modo que explicitando uma relação com a equação de um gráfico linear, temos que:

𝑌 = 𝐴𝑋 + 𝐵 (10)

Explicitou-se essa relação de forma que 𝜆 é equivalente a Y (variável dependente), 𝑣 é


1
equivalente a A, é equivalente a X.
𝑓

1
Associou-se que X (variável independente) é apresentado por , então para plotar o
𝑓

𝟏
eixo X do gráfico utilizou-se a expressão para cada valor de X, estes dados calculados para
𝒇

cada valor de 𝑋 são expostos na tabela 5 a seguir:


𝟏
(𝑯𝒛)
𝒇
0,0109
0,00366
0,00219
0,00156
0,00122
0,00100
Tabela 5: Representação
numérica dos valores em X (Hz).
Fonte: Autor, 2020.

Analisou-se que possui informações suficientes para encontrar a velocidade do som.


Sendo assim, plotando o gráfico obtém-se:

Parameter Value Error


------------------------------------------------------------
4,0
B -0,00231 0,00314
A 346,73506 1,98186
3,5
------------------------------------------------------------

3,0

2,5
Lâmbda (m)

2,0

1,5

1,0

0,5

0,0
0,000 0,002 0,004 0,006 0,008 0,010 0,012
1/f (Hz)

𝟏
Figura 1: ( ) x (𝝀(𝒎))
𝒇(𝑯𝒛)

A partir deste gráfico obtém-se o coeficiente angular A, o coeficiente linear B e suas


respectivas barras de erros. A seguir, tem-se a velocidade do som obtida:

𝑚
𝑣 = 346,73
𝑠

Obtém-se também pelo gráfico, o erro associado a velocidade que explicitou-se por
𝑚
∆𝑣( 𝑠 ). Este valor foi de:
𝑚
∆𝑣 = 1,98
𝑠

Demonstrando-se os valores e sua respectiva incerteza tem-se que:

𝑚
𝑣 ± ∆𝑣 = (347 ± 2)
𝑠

Nota-se o erro relativamente baixo da velocidade sonora. Um dos fatores que justifica
este erro baixo, é o fato do experimento ter sido realizado num software, o que minimizou
influências de intemperes proporcionada num ambiente prático de laboratório.

Com base nestes dados, calcula-se o erro percentual da seguinte forma:

|𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑇𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 − 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐸𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙|


𝐸% = . 100 (11)
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐸𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙

𝐸% = 1,94%

Analisou-se um erro percentual baixo, em que reforça o argumento de que um dos


fatores que justifica, é o fato do experimento ser utilizado num software, o que minimizou
influências de intemperes proporcionada num ambiente prático de laboratório.

A velocidade teórica prevista é de 340,0 m/s, para uma temperatura de 25,0°C, de modo
que o valor experimental obtido foi de 346,73 m/s e com isso, utilizando a equação (12)
possibilitou-se saber a qual temperatura o experimento foi realizado. A seguir, a equação (12)
que tornou possível calcular a temperatura:

v = 331 + 0,6. 𝑇 (12)

Com isso, tem-se o valor da temperatura (°C) abaixo:

T = 26,21°C

Determinou-se um valor para a temperatura deste experimento em função da velocidade


encontrada.

Com isso, possibilitou-se o cálculo da incerteza para a temperatura na equação (13) a


seguir:

𝑑𝑇
∆𝑇 = ∙ ∆𝑣 (13)
𝑑𝑣

Derivando a equação (12), obtém-se que:

1
∆𝑇 = ∙ ∆𝑣 (14)
0,6
Sendo assim, tem-se que:

∆𝑇 = 3,3 ° 𝐶

Então,

𝑇 ± ∆𝑇 = (26,2 ± 3,3)°𝐶

Substituindo os valores numéricos na equação (12) afim de determinar o erro percentual


da temperatura, tem-se que:

𝐸% = 4,58 %

Nota-se um erro percentual considerado baixo, o que reforça o argumento do


experimento ser utilizado por softwares e não ter sofrido influências do ambiente, caso o
experimento tenha sido realizado em laboratório.

Portanto, analisou-se que a temperatura obtida era bem próxima à temperatura teórica,
e que durante todo o relato deste experimento, foi possível perceber a influência do software
em fornecer dados precisos, o que viabilizou a obtenção de todos os resultados deste
experimento de modo que os valores obtidos fossem muito próximos dos valores teóricos.
Sendo assim, obtiveram se erros em equipamentos precisos, que hipoteticamente, estão
associados ao observador do experimento na coleta de dados e arredondamentos de números
decimais, o que propagou incertezas aos demais resultados.

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