UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE FÍSICA

FÍSICA EXPERIMENTAL 1

Profa. Luciana Magalhães Rebelo Alencar

PRÁTICA 4 – Movimento retilíneo uniformemente variado (MRUV)

Discente: Américo Pinheiro Neto

SÃO LUIS – MA

2022
Introdução
O movimento retilíneo uniformemente variado, ou MRUV, é o que segue uma trajetória
retilínea e apresenta uma alteração uniforme no módulo de velocidade. É um
movimento com aceleração diferente de zero e constante – a velocidade do corpo
aumenta ou diminui de maneira uniforme ao longo do percurso.
Módulo: é o valor da intensidade de uma medida. O módulo da velocidade, por
exemplo, é um valor em m/s ou km/h. O módulo não indica nem direção nem sentido
da velocidade. O MRUV em que o corpo apresenta um aumento do módulo da
velocidade é chamado de movimento acelerado. [1]

Figura 1: representação de um corpo percorrendo distâncias maiores devido a movimento acelerado

A aceleração é uma grandeza vetorial – ou seja, para defini-la inteiramente é preciso

considerar seu valor (módulo), sua direção e seu sentido. Uma aceleração cujo
sentido coincide com o sentido adotado como positivo para a trajetória tem valores
positivos (a > 0). No sentido oposto ao sentido adotado como positivo, valores
negativos (a < 0).
O MRUV apresenta as grandezas vetoriais: deslocamento, velocidade e aceleração
ao longo de uma mesma reta. Isto torna mais fácil a investigação das relações entre
estas três grandezas.[2]
A equação que fornece a velocidade do corpo em um instante qualquer é a chamada
função horária da velocidade:
(1) V = Vo + a • t, em que:
V(t) é a velocidade de um corpo no instante t;
Vo é a velocidade inicial do corpo;
a é a aceleração do corpo;
t é um instante qualquer.
Assim como definimos a posição de um corpo em MRU, sem aceleração, podemos
também definir a posição de um corpo que executa um MRUV, com aceleração. A
função horária da posição é uma equação matemática que fornece a localização do
corpo em qualquer instante do movimento:
(2) S = So + Vo • t + a • t2 • ½
Com essa equação determinamos a posição S(t) de um corpo que tem posição inicial
So, velocidade inicial v0 e aceleração a em qualquer instante t.
Combinando a equação horária da velocidade e a equação horária da posição,
encontramos a chamada equação de Torricelli. A equação de Torricelli não considera
o tempo de percurso. É útil quando não temos essa informação.
(3) V2 = Vo2 + 2 • a • ΔS, em que:
V é a velocidade final;
Vo é a velocidade inicial;
a é a aceleração;
ΔS é o deslocamento escalar do corpo.
Objetivos
Essa prática tem por objetivo determinar a aceleração e a
velocidade de um móvel em MRUV, usando as devidas equações.

Materiais e métodos
Os materiais a serem utilizados são o trilho de ar formando um plano inclinado, os
sensores e o móvel.
1. Primeiramente, ajustou-se o trilho para um determinado ângulo 𝜃1, em seguida,
soltou-se o móvel de uma distância X0;
2. Mediu-se 10 vezes o tempo para o móvel percorrer a distância de x=1m, anotando
os valores obtidos na tabela 1 junto com os cálculos do tempo médio e desvio
médio;
3. Ajustou-se novamente o trilho, mas agora, para um determinado ângulo 𝜃2,
soltando o móvel da mesma posição X0;
4. Repetiu-se o procedimento do item 2, anotando os valores obtidos na tabela 2
dessa vez;
5. Calculou-se os dois ângulos do trilho;
6. Calculou-se a aceleração do móvel usando a equação 2;
7. Calculou-se a velocidade do móvel após percorrer a distância x usando a equação
1;
8. Calculou-se a velocidade do móvel após percorrer a distância x usando a equação
3.

Resultados e discussões
Primeiro realizou-se o cálculo do dois ângulos utilizando as medidas de um triângulo
retângulo tiradas do trilhos, as primeiras medidas foram:
Cateto oposto = 2,5cm
Hipotenusa = 50,6cm
Utilizando a seguinte relação trigonométrica para o triângulo retângulo, calcula-se o
ângulo 𝜃1:
𝐶𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑂𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜
𝑆𝑒𝑛𝜃 =
𝐻𝑖𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑢𝑠𝑎
Nesse caso teremos:
2,5𝑐𝑚
𝑆𝑒𝑛𝜃 = = 0,05
50,6𝑐𝑚
De acordo com os valores tabelados[3], o seno que apresenta valor mais aproximado
a 0,05 é o seno de 2,9°. Este foi primeiro ângulo encontrado.
Para o cálculo do segundo ângulo, utilizando os novos valores do ajuste do trilho:
Cateto oposto = 3 cm
Hipotenusa = 49 cm
Utilizando a mesma relação trigonométrica, temos que:
3𝑐𝑚
𝑆𝑒𝑛 = 0,06
49𝑐𝑚
De acordo com os valores favelados, o seno que apresenta o valor mais aproximado
a 0,06 é o seno de 3,5°. Este foi o segundo ângulo encontrado.
Tabela 1: tempo utilizado para percorrer a distância x=1m com inclinação 2,9°
Distância percorrida x= 1 m e ângulo 2,9°
Tempo (s) Desvios
1,183 -0,0055
1,183 -0,0055
1,175 0,0025
1,177 0,0005
1,177 0,0005
1,176 0,0015
1,178 -0,0005
1,182 -0,0045
1,172 0,0055
1,178 -0,0005
Tempo Médio = 1,1775 Desvio Médio = -0,0011

Utilizando a equação 2 temos:

S = So + Vo • t + a • t2 • ½
Considerando um tempo qualquer, nesse caso 1,183 s, e que o móvel saiu do repouso
Vo=0 e com So=0m, temos:
S = a • t2 • ½
Explicitando a aceleração, temos:
a = 2•S/t2
a = 2•1/ 1,1832
a = 1,44 m/s
Utilizando a equação 1, temos:
V = Vo + a • t
V = 0 + 1,44 • 1,183
V = 1,70m/s
Utilizando a equação 3, temos:
V2 = Vo2 + 2 • a • ΔS
V2 = 2 • 1,44 • (1 – 0)
V2 = 2,88 m/s
V = 1,69 m/s
Tabela 1: tempo utilizado para percorrer a distância x=1m com inclinação 2,9
Distância percorrida x= 1 m e ângulo 3,5°
Tempo (s) Desvios
0,987 -0,038
0,946 0,003
0,948 0,001
0,946 0,003
0,948 0,001
0,955 -0,006
0,948 0,001
0,955 -0,006
0,951 -0,002
0,952 -0,003
Tempo Médio = 0,949 Desvio Médio = -0,0005
Utilizando a equação 2 temos:
S = So + Vo • t + a • t2 • ½
Considerando um tempo qualquer, nesse caso 0,987 s, e que o móvel saiu do repouso
Vo=0 e com So=0m, temos:
S = a • t2 • ½
Explicitando a aceleração, temos:
a = 2•S/t2
a = 2•1/ 0,9872
a = 2,05 m/s
Utilizando a equação 1, temos:
V = Vo + a • t
V = 0 + 2,05 • 0,987
V = 2,02 m/s
Utilizando a equação 3, temos:
V2 = Vo2 + 2 • a • ΔS
V2 = 2 • 2,05• (1 – 0)
V2 = 4,1 m/s
V = 2,02 m/s

Observou-se certa dificuldade em calcular os ângulos formados, tendo em vista que o

trilho inclinado não nos dava uma medida precisa das desejadas, sendo preciso fazer
projeções e medições que devem ter interferindo nos resultados ideias.
Conseguimos calcular a velocidade do trilho nos dois ângulos e utilizando as
equações que foram pedidas pelo roteiro.
Pode-se observar que o aumento do ângulo acarretou em um aumento também da
aceleração do móvel e da velocidade, isso pode ser devido ao fato da velocidade
angular está diretamente relacionada com a velocidade linear, sendo diretamente
proporcionais e coexistentes no movimento circular. A velocidade angular é a relação
entre o ângulo formado em um deslocamento circular e o tempo necessário para
formá-lo. Ela é característica do movimento do tipo circular, MRUV (com a variação
da velocidade). Quando se tem um deslocamento circular, a cada segundo o ângulo
formado pode aumentar ou diminuir. Essa variação do valor do ângulo chama-se
deslocamento angular[4].
Também foi possível ver na prática que nenhuma das principais equações para o
cálculo de aceleração e velocidade introduziu maior erro nos cálculos, qualquer uma
pode ser usada tranquilamente para esses tipos de cálculo.
Conclusões
Em suma foi possível criar e explorar muito o movimento retilíneo uniformemente
variado além de determinar a aceleração e velocidade do móvel usando as devidas
equações.
Conseguimos compreender a diferença entre aceleração e velocidade e como o
variação do ângulo interfere nessa aceleração e velocidade, sendo diretamente
proporcionais logo, podemos concluir que o
experimento obteve êxito.
Referências
[1]. Passei, Movimento retilíneo uniformemente variado(MRUV). Disponível em:
https://guiadoestudante.abril.com.br/curso-enem-play/movimento-retilineo-
uniformemente-variado/. Acesso em: 12 de novembro de 2022.
[2] DIAS, Nildo L. Física Fundamental 1: Roteiros de Práticas. Universidade
Federal do Ceará, 2014.
[3]. Toda Matéria, tabela trigonométrica. Disponível em:
https://www.google.com/amp/s/www.todamateria.com.br/tabela-trigonometrica/amp/.
Acesso em 13 de novembro de 2022.
[4]. Mundo educação, velocidade angular. Disponível em:
https://mundoeducacao.uol.com.br/amp/fisica/velocidade-angular.htm. Acesso em: 14
de novembro de 2022.