Instituto de Física – Universidade Federal da Bahia Semestre 2023.

Pêndulo Físico
OLIVEIRA¹, Ana B. S.¹, BARBOSA, Guilherme S. 2, ABREU, Matheus P. A.3, FERREIRA, Naiara T. C.4

Turma P19, Engenharia Química¹; Engenharia Química²; Física³; Engenharia Civil 4

Resumo: O experimento de pêndulo físico é um estudo fundamental na área da física que nos
permite explorar os princípios de oscilações e dinâmica de sistemas mecânicos. Neste
experimento, foi investigado o comportamento do pêndulo, tendo como principal objetivo
analisar as propriedades físicas do objeto e como o eixo de rotação que varia em relação ao
centro de massa de uma haste metálica afeta o seu período de oscilação. Para alcançar esse
objetivo, primeiro foi medido o comprimento (L) de uma haste de massa (m) de 0,1282kg
avaliado em 0,40m e localizando seu centro de massa em 0,20m, em seguida foi colocado um
raio de roda de bicicleta como eixo de rotação e foi variando-se sua posição em 12 distâncias
diferentes em relação ao centro de massa do objeto. Logo após definir a posição do eixo, foi
realizado uma cronometragem de tempo que fora usado para encontrar os períodos (T) do
pêndulo, nas 8 primeiras posições avaliou-se o tempo através de 10 oscilações, nas 3 seguintes
apenas 5 oscilações foram consideradas devido ao fato do pêndulo oscilar menos quanto mais
se aproximava do seu centro de massa, na última posição, por estar localizada no centro de
massa da haste, não foi feita a cronometragem pela propriedade que o pendulo tem de ter seu
período tendendo ao infinito quando seu eixo de rotação se encontra no centro de massa.
Através de observações dos dados, encontrou-se um valor mínimo para o período avaliado em
0,904s localizado na posição (ΔS) 0,11m, por meio desse valor percebeu-se que o período
L
aumentava quando ΔS se aproximava de 0 e de . Graças a esses valores obtidos
2
experimentalmente foi possível traçar 2 gráficos, o primeiro relacionando diretamente o
T2s
Período com a Posição e o segundo foi usado a função 2 com a posição ao quadrado e ao
4π
analisar o segundo gráfico foi detectada uma dependência linear entre as duas grandezas e ao
utilizar o Método dos Mínimos Quadrados (MMQ) encontrou-se a equação Y = 0,0818x +
0,0014. Por meio dessa nova equação foram achados valores para a gravidade local de
12,225m/s e o comprimento da haste como sendo de 0,446m, obtendo uma discrepância
relativa de 24,65% e 11,50% em relação ao valor teórico da gravidade e o valor medido da
haste.

Tratamento de dados

A tabela abaixo apresenta os dados iniciais de referência para análise do experimento de

pêndulo físico.

L (m) m (kg) Icm (kg.m²)

0,40 0,1282 1,7093.10-³

Tabela 01 – Dados experimentais

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Por meio dos dados experimentais adquiridos, tornou-se possível derivar a frequência do
pêndulo físico e, por extensão, determinar o período (T[s]). Essa relação ocorre devido ao
período ser o inverso da frequência.

número de oscilações
f= ( Hz)
tempo
Equação 01 – Frequência do Pêndulo Físico

1
T = (s)
f
Equação 02 – Período do Pêndulo Físico

T(s) s(m) nº de f (Hz)

oscilações
0,945 0,19 10 1,058
0,944 0,17 10 1,059
0,9085 0,15 10 1,101
0,9005 0,13 10 1,110
0,904 0,11 10 1,106
0,9645 0,09 10 1,037
1,006 0,07 10 0,994
1,109 0,05 10 0,902
1,374 0,03 5 0,728
1,705 0,02 5 0,587
2,253 0,01 5 0,444

Tabela 02 – Dados experimentais e cálculo do período

Na análise dos resultados experimentais, é observável que à medida que a distância entre o
ponto fixo na barra e o centro de massa, representada por s [m], diminui, o período de
oscilação T aumenta. Em outras palavras, o tempo necessário para que o pêndulo complete um
ciclo em seu movimento periódico cresce à medida que s se aproxima de zero. Se essa
distância fosse reduzida a zero, ou seja, se o centro de massa coincidisse com o ponto de
fixação, não haveria movimento, já que o pêndulo físico estaria em sua posição de equilíbrio,
uma vez que o centro de massa estaria alinhado com o centro de gravidade.

Ao construir o Gráfico 1, que pode ser visualizado no Anexo I, foi possível estabelecer a relação
entre o período de oscilação T e a distância s entre o ponto de fixação e o centro de massa do
pêndulo. A análise da curva resultante da dispersão de dados revela um comportamento que
se assemelha a uma parábola. Observando esse padrão e os valores registrados na Tabela 2, é
claro que T aumenta à medida que s se aproxima de zero e também quando s se aproxima da
metade do comprimento do pêndulo, L. A função, portanto, diminui até atingir um ponto
mínimo, ocorrendo em s = 0,13 m e T = 0,9005 s. Após esse ponto mínimo, a função volta a
crescer. Assim, o ponto de mínimo corresponde a V(0,13, 0,9005).

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Métodos dos Mínimos Quadrados

Ao criar o Gráfico 2 (conferível no Anexo II) para representar a relação entre T²s4² e s²,
evidenciando uma relação linear, a aplicação do Método dos Mínimos Quadrados (MMQ) se
fez indispensável. Este método permitiu calcular a reta de melhor ajuste que expressa a
conexão entre as duas variáveis (T²s4² em relação a s²).

xi=s ²
Logo,

[ ][ ] [ ] [ ]
n n n n

xi yi xi . yi xi ² ∑ xi ∑ yi ∑ xi² ∑ xi. yi
i i i i

0,0361 0,0043 0,0001551546 0,001303210

0,0289 0,0038 0,0001108999 0,000835210

0,0225 0,0031 0,0000705609 0,000506250

0,0169 0,0027 0,0000451271 0,000285610

0,0121 0,0023 0,0000275521 0,000146410

0,0081 0,0021 0,0000171780 0,000065610 0,1334 0,0259 0,00317354 0,000441168

0,0049 0,0018 0,0000087929 0,000024010

0,0025 0,0016 0,0000038942 0,000006250

0,0009 0,0014 0,0000012912 0,000000810

0,0004 0,0015 0,0000005891 0,000000160

0,0001 0,0013 0,0000001286 0,000000010

T ²s
yi=
4π²

Com base no conhecimento de mínimos quadrados, foi viável estabelecer o seguinte ajuste,
resultando na obtenção da equação que descreve o sistema do pêndulo físico como:

y=0,0818. x +0,0014
Gravidade e Comprimento

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Utilizando o Teorema dos Eixos Paralelos, torna-se possível determinar o momento de inércia
em relação ao eixo de oscilação da régua. Conforme o teorema, o momento de inércia (I) de
um corpo em relação a qualquer eixo pode ser denotado como a soma do momento de inércia
do corpo em torno de um eixo paralelo ao eixo original que passa pelo centro de massa,
acrescido de um termo que envolve o produto da massa pela distância ao quadrado entre os
dois eixos, ou seja:

2 mL ²
I =I cm +m s = +ms ²
12
O período das oscilações do pêndulo físico pode ser expresso da seguinte forma:

T =2 π
√ I
mgs
Utilizando a equação de momento de inércia (I) mencionada acima na fórmula do período (T) e
realizando as devidas manipulações matemáticas, obtemos:

√
2
L
+s ²
12
T =2 π
gs
Sua demonstração e desenvolvimento pode ser feita a partir dos seguintes cálculos:
2
T ² s L + 12 s ²
=
4π² 12 gs
T ² s L² 12 s ²
= +
4 π ² 12 g 12 g
T ² s L² 1 s ²
= +
4 π ² 12 g g

Sendo a equação da reta:

y=ax+ b
É viabilizado aplicar a notação:

T²s 1 L²
y= ; a= ;b= ; x=s ²
4π ² g 12 g

Logo, é factível encontrar os valores da aceleração gravitacional e do comprimento da régua

através da comparação dos coeficientes angular (a) e linear (b) da equação da reta encontrada
por meio do ajuste com a relação entre o período e o momento de inércia:

1 1 m
a= → 0,0818= → g=12,225
g g s²
Equação 05 – Cálculo da gravidade

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L² L²
b= → 0,0014= → L=0,446 m
12 g 12 g
Equação 06 – Cálculo do comprimento

Discrepância

∆= | Experimental−Teórico
Teórico |.100
∆ g= |12,225−9,807
9,807 |. 100=24,65 %
Equação 07 – Discrepância em relação à gravidade local

∆ L= |0,446−0,400
0,400 |. 100=11,50 %
Equação 08 – Discrepância em relação ao comprimento medido

Conclusão

Ao realizar o experimento de pêndulo simples, conseguiu-se, através de medições

precisas, analisar a relação de dependência linear entre suas grandezas, a importância da
posição do eixo de rotação em relação ao centro de massa do pêndulo e como a variação
dessa posição afeta no período de oscilação do objeto além de que, graças a observações a
respeito dos dados e de um gráfico montado a partir deles, foi possível notar um ponto onde o
período era mínimo, tal ponto é responsável por mostrar como o mesmo período crescia a
medida que a distância entre o eixo de rotação e centro de massa da haste tendia ao próprio
centro de massa e quando tendia também a um de seus extremos, essas relações encontradas
de maneira experimental já haviam sido deduzidas de maneira teórica na física. Novamente
através do gráfico e do método dos mínimos quadrados, foi obtido uma equação da melhor
reta possível e usando seus valores de coeficiente angular e termo constante pode obter-se
valores experimentais para a gravidade no local que foi feito o experimento além de uma nova
medida referente ao comprimento da haste, esses valores não se mostraram tão distintos dos
já conhecidos teoricamente e medidos anteriormente. Pode-se concluir então que o
experimento teve seus objetivos realizados, uma vez que foi possível comprovar as relações
entre suas grandezas e agregar no conhecimento do grupo a respeito do fenômeno de
oscilações harmônicas.

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