Objetivo geral: Obter, para um lançamento horizontal de uma certa altura, a relação entre o
alcance do projétil e a sua velocidade inicial.
Metas Curriculares
1. Medir o valor da velocidade de lançamento horizontal de um projétil e o seu alcance para uma altura
de queda.
2. Elaborar um gráfico do alcance em função do valor da velocidade de lançamento e interpretar
o significado físico do declive da reta de regressão
3. Calcular um alcance para uma velocidade não medida diretamente, por interpolação ou extrapolação.
4. Concluir que, para uma certa altura inicial, o alcance é diretamente proporcional à velocidade
de lançamento do projétil.
5. Avaliar o resultado experimental, confrontando-o com previsões do modelo teórico.
Sugestões
Nesta atividade, os alunos relacionarão a velocidade de lançamento horizontal de um projétil com
o seu alcance. Devem, ainda, interpretar o movimento de um projétil como a composição de dois
movimentos, um na horizontal e outro na vertical.
Ao utilizar-se uma esfera é necessário ter o cuidado de
que seja o diâmetro da esfera a cortar o feixe de luz da célula
fotoelétrica. Se o diâmetro da esfera não estiver alinhado
com o feixe de luz, o feixe é interrompido por um tempo
menor do que o que seria se tivesse o diâmetro alinhado.
Como não se sabe exatamente qual a espessura do corpo
que corta o feixe, e se continua a admitir que é o diâmetro,
vão calcular-se velocidades maiores.
Embora não incluído na proposta das Metas Curriculares, poderá ainda registar-se em vídeo o
lançamento horizontal do projétil e proceder à sua análise com um programa de análise de vídeo (por
exemplo o Tracker, software livre de análise de vídeo do projeto Open Source Physics). Esse vídeo
poderia ser obtido na aula e a sua análise poderia ser proposta como trabalho extra-aula.
A análise do vídeo permitiria extrair as coordenadas de posição em função do tempo e decompor
o movimento nas suas duas componentes, horizontal e vertical, com a obtenção ainda das
componentes da velocidade. A análise gráfica da variação das componentes da posição e da velocidade
em função do tempo promoverá o reforço da interpretação do movimento.
Como equipamento, para além da montagem apenas seria necessário um aparelho de aquisição de
vídeo, colocado perpendicularmente ao plano do movimento, num suporte fixo.
Objetivos para a análise de vídeo: obtenção dos gráficos das componentes da posição 𝑥(𝑡) e 𝑦(𝑡);
obtenção dos gráficos das componentes da velocidade 𝑣𝑥 (𝑡) e 𝑣𝑦 (𝑡); caracterização dos
movimentos segundo cada componente, 𝑥 e 𝑦.
c) i) A velocidade de lançamento horizontal é tanto maior quanto mais acima sair da rampa.
ii) O alcance é tanto maior quanto maior for a velocidade de lançamento. A esfera que for
largada mais acima tem um maior alcance.
iii) Os tempos de chegada ao solo dependem apenas da altura de lançamento; assim, sendo a
altura de lançamento a mesma, os tempos que demoram a chegar ao solo são iguais.
1
4. Usando as equações do movimento, 𝑥 = 𝑥0 + 𝑣0 𝑡 e 𝑦 = 𝑦0 − 2 𝑔𝑡 2 , considerando um sistema de
eixos com eixos vertical ascendente e horizontal com sentido do movimento de saída, tendo origem
no solo, e substituindo as grandezas conhecidas, obtém-se:
2ℎ
𝐴 = 0 + 𝑣0 𝑡 𝐴 = 𝑣0 √ 𝑔
𝐴 = 0 + 𝑣0 𝑡 2ℎ
; ; ⟹ 𝐴 = √ 𝑣0
𝑔
2ℎ 2ℎ
1 2 𝑡 = √𝑔 𝑡=√
{0 = ℎ − 2 𝑔𝑡 { { 𝑔
5. Para além da célula fotoelétrica, é necessário usar uma fita métrica e uma craveira. Com
a craveira mede-se o diâmetro da esfera, a fita métrica servirá para medir a altura de saída da esfera
em relação ao solo e também o alcance para cada lançamento. Com a célula fotoelétrica medir-se-
á o intervalo de tempo de interrupção do feixe pelo diâmetro da esfera. Assim, pode calcular-se a
velocidade média de lançamento pela divisão do diâmetro pelo intervalo de tempo. Esta velocidade
média aproxima-se tanto mais da velocidade num instante quanto menor for
o intervalo de tempo que a esfera demora a atravessar o feixe de luz.
Editável e fotocopiável © Texto | Novo 12F 31
Trabalho laboratorial
1. Medida do diâmetro com uma craveira: ℓ = (22,00 ± 0,05) mm.
3.
t (±0,001) / 7,978 8,313 8,431 9,551 9,230 9,405 11,141 11,142 11,053
ms 14,216 14,213 14,080 21,101 20,737 20,943 30,220 29,664 31,966
1,065 1,025 1,000 0,895 0,900 0,890 0,775 0,755 0,760
A/m
0,610 0,584 0,593 0,398 0,415 0,410 0,285 0,280 0,255
b) A equação encontrada revela um bom ajuste aos pontos experimentais. A ordenada na origem
é pequena, 0,001 m, e da ordem da incerteza de medida. Calculando o tempo de queda, a
2ℎ 2 × 0,8640 m
partir da altura da queda, obtém-se √ =√ = 0,420 s. Comparando com o valor
𝑔 9,8 m s −2
0,385 − 0,420
encontrado a partir da equação, o erro é de 0,420
× 100% = −8,3%.
4. 𝑦 = 0,314𝑥 − 0,017
a) Para 𝑣0 = 2,0 m s−1, tem-se 𝐴 = 0,314 × 2,0 − 0,017 = 0,61 m.
b) Para 𝐴 = 1,2 m, tem-se 1,2 m = 0,314 × 𝑣0 − 0,017 ⟹ 𝑣0 = 3,9 m s−1 .
Objetivo geral: Concluir que as forças de atrito entre sólidos dependem dos materiais das superfícies em
contacto, mas não da área (aparente) dessas superfícies; obter os coeficientes de atrito estático e cinético
de um par de superfícies em contacto.
Metas Curriculares
1. Investigar a dependência da força de atrito estático com a área da superfície de contacto, para o mesmo
corpo e material da superfície de apoio, concluindo que são independentes.
2. Concluir sobre a dependência da força de atrito estático dos materiais das superfícies em contacto, para
o mesmo corpo e a mesma área das superfícies de contacto.
3. Determinar os coeficientes de atrito estático e cinético para um par de materiais.
4. Comparar os coeficientes de atrito estático e cinético para o mesmo par de materiais.
5. Avaliar os resultados experimentais, confrontando-os com as leis do atrito.
6. Justificar porque é mais fácil manter um corpo em movimento do que retirá-lo do repouso.
Sugestões
No manual Novo 12F, a proposta de procedimento para a realização desta atividade laboratorial
inclui, para a alternativa C, equipamentos mais tradicionais, e menos tecnológicos, e o uso de sensores
de força e de movimento para as alternativas A, B e D. Assim, de alguma forma privilegia-se o uso de
sensores e o uso de tecnologias de aquisição automática de dados. Refira-se que a quantidade de
dados que podem ser adquiridos no tempo útil das aulas é superior com estes sistemas, para além de
outras possibilidades como a de tratamento automático de dados, o que permitirá uma outra
exploração e reflexão.
No entanto, haverá escolas que não têm, por enquanto, alguns sensores; por isso, terão de usar o
método tradicional. Ainda assim, o uso dos dois métodos, com sensores e sem sensores, tem
diferentes implicações didáticas e pedagógicas, pelo que, se possível, poderão ser ambos explorados.
Nesta atividade, ao usar um sensor de força devem ter-se alguns cuidados. O número de amostras
por segundo poderá ser da ordem de 20, e o tempo de amostragem entre 5 s e 10 s.
A sensibilidade de quem puxa o sensor de força, exercendo uma força sobre um bloco, também é
relevante. Se o bloco tiver pouca massa, e o coeficiente de atrito não for elevado, facilmente o bloco
sai do repouso e depois não é fácil movê-lo com velocidade aproximadamente constante. Ou se acelera
ou se deixa travar. Por esse motivo, recomenda-se o uso de massas maiores para o bloco, ou a
colocação de massas sobre o bloco que permitam aumentar a sensibilidade do aluno.
Os coeficientes de atrito cinético e estático, entre as duas superfícies, podem ser muito próximos,
o que pode resultar na obtenção de gráficos de força em função do tempo algo inesperados. Outro
aspeto para os gráficos, menos previsível, por não estarem de acordo com o «bonito gráfico» teórico,
também se pode verificar na execução experimental. Por isso, é necessário interpretá-los e repetir
algumas vezes a recolha nas mesmas condições (sugere-se três vezes).
No movimento do bloco pode haver pequenas diferenças nas características da superfície onde ele
desliza e que aparentemente é homogénea.
O gráfico da esquerda apresenta um aspeto mais próximo do teórico. O do meio mostra alguma
irregularidade ao ser exercida a força, com aumentos de intensidade não proporcionais com o tempo.
O da direita também mostra que, enquanto o bloco esteve em repouso, a força não foi proporcional
ao tempo, e depois com o corpo em movimento a força teve algumas variações.
No gráfico da esquerda e no do meio não se verifica muita distinção entre a força de atrito estático
máxima e de atrito cinético. Será uma das situações em que os coeficientes de atrito são próximos. No
gráfico da direita é evidente a irregularidade da força exercida, podendo resultar da falta de
sensibilidade de quem exerce a força ou de pequenas irregularidades na superfície onde se move o
bloco.
Mostram-se a seguir gráficos obtidos, em repetições com o mesmo tipo de superfícies, que evidenciam
a sensibilidade de quem puxa o sensor de força. O da esquerda mostra que foi variável o instante em que
se começou a puxar o sensor de força e também que o aumento da intensidade ocorreu com taxa diferente
para cada uma das repetições. O da direita mostra uma sensibilidade maior.
O sensor de movimento deve ser bem alinhado com o bloco e com a direção do seu movimento.
Para determinar o coeficiente de atrito estático com o plano inclinado, aconselha-se que os alunos
repitam as medições porque uma só medida tem uma incerteza experimental grande. Depois, podem
calcular os vários valores para cada medição e obter um valor médio. É possível que os alunos
encontrem uma dificuldade: quando o bloco está prestes a entrar em movimento, se baixarem o plano
ele continuará a deslizar, pelo que pensarão que o ângulo deverá ser mais pequeno. É necessário aqui
discutir que, pelo facto de o corpo entrar em movimento, a força de atrito diminuiu e, por isso, o bloco
contínua em movimento, apesar de baixarmos o plano de modo a ficar com uma inclinação menor.
b) i) Quando a inclinação aumenta, diminui o cos 𝜃 e aumenta o sin 𝜃; assim, a força normal
diminui e aumenta a componente do peso na direção do plano, aumentando igualmente a
força de atrito que se lhe opõe. A força de atrito estático aumenta apenas até atingir o seu
valor máximo, quando 𝜃 = 𝜃máx .
ii) Quando 𝜃 = 𝜃máx , verifica-se 𝐹a,máx = 𝑚𝑔 sin 𝜃máx = 𝜇e 𝑚𝑔 cos 𝜃máx , logo,
𝑚𝑔 sin 𝜃máx
𝜇e = , donde 𝜇e = tan 𝜃máx .
𝑚𝑔 cos 𝜃máx
2. a)
b) Enquanto o bloco A não deslizar, é nula a soma das forças sobre cada bloco. As intensidades da
resultante das forças de atrito e da tensão sobre o bloco A são iguais; são também iguais as
intensidades do peso do bloco A e a força normal, assim como são iguais as intensidades do peso
do bloco B e da tensão do fio sobre ele. Como as tensões têm iguais intensidades, conclui-se que
a força de atrito e o peso do bloco B têm também igual intensidade.
𝑚B,máx 𝑔 𝑚B,máx
c) i) 𝐹a,máx = 𝜇e 𝑁 = 𝜇e 𝑚A 𝑔 = 𝑚B,máx 𝑔, logo, 𝜇e = , então, 𝜇e =
𝑚A 𝑔 𝑚A
ii) A relação determinada evidencia uma proporcionalidade direta entre a massa dos blocos A
e B. Assim, o gráfico da massa de A em função da massa máxima de B é uma reta com
ordenada na origem nula e com declive igual ao coeficiente de atrito estático.
3. a) Se for mantida a área da superfície e o tipo de superfície da base do bloco A, quando se colocam
massas marcadas sobre o bloco A pode investigar-se de que forma a força de atrito estático
máxima depende da massa total assente sobre a superfície da base de A.
b) Mantendo-se o tipo de superfície e a massa total assente sobre essa superfície, quando se varia
a área da superfície da base do bloco A pode investigar-se de que forma a força de atrito estático
máxima depende da área da superfície de contacto.
c) Se for mantida a área da superfície da base do bloco A e a massa total assente sobre essa
superfície, quando se varia o tipo de superfície pode investigar-se de que forma a força de atrito
estático máxima depende do tipo de superfícies em contacto.
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4. Quando a massa do bloco B for superior a 𝑚B,máx , os blocos A e B entram em movimento. Como, em
geral, o coeficiente cinético é menor do que o coeficiente de atrito estático, a resultante das forças
sobre os dois blocos deixa de ser nula. Consequentemente, os corpos adquirem um movimento
uniformemente acelerado.
Desprezando as massas do fio e da roldana, as tensões sobre os blocos têm a mesma
intensidade: 𝑇A = 𝑇B
Para o bloco A, de massa mA: 𝑇A − 𝐹ac = 𝑚A 𝑎
Para o bloco B, de massa mB: 𝑃B − 𝑇B = 𝑚B 𝑎
Somando as expressões anteriores, membro a membro:
𝑃B − 𝑇B + 𝑇A − 𝐹ac = 𝑚A 𝑎 + 𝑚B 𝑎 ⟺ 𝑃B − 𝐹ac = (𝑚A + 𝑚B )𝑎
𝐹ac = 𝜇c 𝑁 = 𝜇c 𝑚A 𝑔;
𝑚B 𝑔 − (𝑚A + 𝑚B ) 𝑎
𝑚B 𝑔 − 𝜇c 𝑚A 𝑔 = (𝑚A + 𝑚B )𝑎 ⟹ 𝜇c =
𝑚A 𝑔
Trabalho laboratorial
1. a) 𝑚 = (3755 ± 1) g
b) Mostram-se a seguir, para três recolhas, os três gráficos obtidos das forças exercidas pelo sensor
de força em função do tempo. Nos gráficos foram colocadas linhas verticais a tracejado
delimitando os intervalos de tempo para os quais se calcularam as forças médias nesses
intervalos de tempo. Nos intervalos de tempo assinalados, os blocos moveram-se com
velocidades aproximadamente constantes.
A B C
c) Calculando os valores médios das forças de atrito da recolha anterior, e repetindo para outras
massas assentes sobre a mesma superfície, obteve-se:
b)
c) i) O gráfico seguinte mostra, para três repetições, as forças em função do tempo e apresentam-
se os valores máximo (estático) e médio (cinético) das forças de atrito.
b)
As linhas de ajuste das forças de atrito em função da força normal, 𝑦 = 0,169𝑥 + 0,456 para o
atrito estático e 𝑦 = 0,159𝑥 + 0,199 para o atrito cinético, permitem obter os coeficientes de
atrito (iguais aos declives das retas) estático, 𝜇e = 0,169, e cinético, 𝜇c = 0,158.
b)
As linhas de ajuste, 𝑦 = 0,268𝑥 + 8,200 para o atrito estático, permitem obter o coeficiente de
atrito (igual ao declive da reta) estático de 𝜇e = 0,268 = 0,27.
O valor obtido é próximo do determinado anteriormente e a diferença entre os dois valores
encontra-se dentro da incerteza experimental.
4.
Massa m/g 𝒂𝟏 / m s–2 𝝁𝐜 𝒂𝟐 / m s–2 𝝁𝐜
do corpo 205
1,93 0,26 –2,42 0,25
do bloco suspenso 116
Os valores dos coeficientes de atrito determinados diferem ligeiramente, mas para o calculado por
𝑎1 assumiu-se que a massa do fio e roldana eram desprezáveis. Então, o calculado por 𝑎2 , 0,25,
estará mais próximo do valor real.
a) Para se empurrar um objeto com velocidade constante aplica-se sobre ele uma força de
intensidade igual à intensidade da força de atrito cinético. Para se retirar do repouso tem de se
exercer uma força de intensidade superior à da força de atrito estático máxima. Como se
observou, a força de atrito estático máxima tem maior intensidade do que a força de atrito
cinético, consequentemente é mais fácil manter um objeto com velocidade constante do que
retirá-lo do repouso.
b) Na direção do plano inclinado, um corpo fica sujeito à componente do peso, 𝑚𝑔 sin 𝜃, com
sentido descendente, e à força de atrito cinético, 𝜇c 𝑚 𝑔 cos 𝜃, com sentido ascendente. Como
ambas as componentes são diretamente proporcionais à massa, a aceleração não depende da
massa. Assim, a aceleração de um corpo num plano inclinado com atrito é 𝑎 = 𝑔 sin 𝜃 −
𝜇c 𝑔 cos 𝜃. Como a superfície do material é igual, os coeficientes de atrito das superfícies do
corpo e do plano são iguais. Então, eles terão iguais acelerações e, saindo do mesmo nível no
mesmo instante, chegarão à base também no mesmo instante.
Objetivo geral: Investigar a conservação do momento linear numa colisão a uma dimensão e determinar
o coeficiente de restituição.
Metas Curriculares
1. Medir massas e velocidades.
2. Determinar momentos lineares.
3. Avaliar a conservação do momento linear no sistema em colisão.
4. Confrontar os resultados experimentais com os previstos teoricamente, concluindo se se pode considerar,
ou não, que a resultante das forças exteriores é nula.
5. Elaborar e interpretar o gráfico da velocidade de afastamento, após a colisão de um carrinho com um alvo
fixo, em função da velocidade de aproximação, antes da colisão, e determinar, por regressão linear, a
equação da reta de ajuste.
6. Determinar o coeficiente de restituição a partir da equação da reta de ajuste do gráfico.
Sugestões
São condições essenciais usar carrinhos com rodas de baixo atrito e nivelar bem a calha para
garantir que o movimento dos carrinhos seja o mais próximo possível de uniforme.
É também relevante colocar as fotocélulas em posições imediatamente antes e depois do choque,
de modo a evitar perdas de velocidade. Pelo mesmo motivo, em vez de se colocar um pino (tira opaca)
no centro do carrinho, ele pode ser colocado junto à extremidade que irá colidir com o outro carrinho.
Também a largura do pino a colocar no carrinho, para interromper o feixe de luz, não deverá ser
grande.
O uso de uma calha de ar, devidamente nivelada, dá, obviamente, resultados mais próximos dos
valores teóricos.
O carrinho, ou o deslizador na calha de ar, não deve ser lançado com velocidade demasiado elevada
para evitar que, eventualmente, eles tenham saltos ao colidirem.
Usando células fotoelétricas para a aquisição de tempos, são necessárias duas para a primeira parte
da experiência, a da colisão perfeitamente inelástica. Uma coloca-se de forma a medir um intervalo de
tempo para calcular a velocidade do carrinho que vai colidir e outra ligeiramente a seguir ao local da
colisão, quando os dois carrinhos seguem juntos. Por isso, deve ser colocado apenas um pino (tira
opaca) no carrinho que vai colidir com o que está parado.
Na segunda parte do trabalho, em que se lança o carrinho para ser refletido ao embater na parte
fixa da calha, uma célula fotoelétrica é suficiente. Basta medir os tempos da primeira passagem e da
segunda passagem, após ele ter sido refletido. A célula deve ser colocada o mais próximo possível da
parte fixa, também para evitar que se introduzam nos dados a registar eventuais influências de
diminuição de velocidade do carrinho no seu movimento.
3. a) Devem medir-se as massas de cada carrinho (deslizador) e as suas velocidades antes e após
colidirem. Para medir as massas usa-se uma balança e as velocidades podem calcular-se a partir
ℓ
das velocidades médias, , sendo ℓ a medida da largura de uma tira opaca que se coloca
∆𝑡
sobre os carrinhos (deslizadores) e ∆𝑡 a medida do intervalo de tempo de interrupção de um
feixe de luz pela tira opaca, detetado por uma célula fotoelétrica ligada a um cronómetro. As
velocidades podem também calcular-se conhecendo a posição dos carrinhos em função do
tempo, usando para isso um sensor de posição.
4. a) Estando um corpo fixo, a sua velocidade é nula antes e após a colisão (𝑣2 = 𝑣2′ = 0).
𝑣′ − 𝑣′ −𝑣1′
O coeficiente de restituição, 𝑒 = 𝑣2 − 𝑣1, reduz-se a 𝑒 = 𝑣1
, como a velocidade final tem sentido
1 2
ℓ
−𝑣1′ |𝑣 ′ | ℓ ℓ 𝑣′ 𝑡
oposto da inicial, conclui-se 𝑒 = 𝑣1
⟺ 𝑒 = |𝑣1 |. b) Sendo 𝑣1 = 𝑡 e 𝑣1′ = 𝑡′ , 𝑒 = 𝑣1 = 𝑡′
ℓ = 𝑡 ′.
1 1
𝑡
Trabalho laboratorial
2. Com uma tira opaca sobre um carrinho, de
m1 / g m2 / g ∆𝒕𝟏 / ms ∆𝒕𝟐 / ms
largura ℓ = 12,45 mm, para as diferentes
massas obtiveram-se os valores registados 260,4 253,9 17,663 35,543
na tabela ao lado. 260,4 406,0 29,094 95,692
Usando um sensor de movimento, e massa
412,5 253,9 30,414 49,517
de carrinhos m1 = 260,4 g e m2 = 253,9 g,
obtiveram-se, para três lançamentos do 566,1 253,9 32,711 52,311
carrinho 1, os seguintes gráficos de posição 259,6 559,6 30,214 98,948
em função do tempo:
Durante uns instantes, o carrinho permaneceu parado. Depois de iniciar o movimento, os declives
das retas permitem calcular os valores das velocidades antes e após a colisão:
𝑣1 = 0,405 m s–1; 𝑣2 = 0,187 m s–1 𝑣1 = 0,340 m s–1; 𝑣2 = 0,166 m s–1 𝑣1 = 0,449 m s–1; 𝑣2 = 0,231 m s–1
Em dois lançamentos, no primeiro usando carrinhos de massa m1 = 506,6 g e m2 = 243,3 g e no
segundo trocando a posição dos carrinhos, obteve-se:
Com 𝑡1 / ms 32,7 23,0 41,3 48,3 19,3 35,9 59,1 26,6 44,8
ímanes 𝑡2 / ms 33,9 24,9 42,8 50,4 21,5 37,5 62,4 27,9 46,7
Com 𝑡1 / ms 19,7 30,3 25,5 39,7 45,0 15,6 14,2 30,4 28,7
mola 𝑡2 / ms 23,2 35,5 29,7 48,9 57,3 18,3 16,4 35,5 33,6
Com 𝑡1 / ms 82,1 60,8 58,2 42,4 39,6 84,6 50,6 45,2 58,4
ímanes 𝑡2 / ms 80,0 58,7 56,2 40,1 37,2 82,4 48,5 43,1 56,2
Com velocidades:
𝑣1 = 0,528 m s–1; 𝑣2 = − 0,444 m
s–1
𝑣1 = 0,441 m s–1; 𝑣2 = − 0,367 m
s–1
𝑣1 = 0,325 m s–1; 𝑣2 = − 0,264 m
s–1
4.
𝑣′
Para o estudo usando sensor de movimento, usa-se 𝑒 = 𝑣1. Nesta situação obtiveram-se os
1
coeficientes de restituição 0,841, 0,832, 0,812 e um valor médio de 0,828.
5. O teste para o coeficiente de restituição de uma bola consiste em deixar cair a bola de uma dada
altura e medir a altura de ressalto. Para uma bola de futebol, deixando-se cair de 2,0 m, deve ter
um ressalto mínimo de 1,5 m. A partir da conservação de energia pode calcular-se a velocidade de
embate e de ressalto, e, consequentemente, o coeficiente de restituição.
Objetivo geral: Reconhecer que um corpo em movimento num líquido fica sujeito a forças de resistência que
dependem da velocidade do corpo e da viscosidade do líquido; obter o coeficiente de viscosidade do líquido
a partir da velocidade terminal de esferas.
Metas Curriculares
1. Deduzir a expressão da velocidade terminal de uma esfera no seio de um fluido, dada a Lei de Stokes,
identificando as forças que nela atuam.
2. Medir as massas volúmicas do fluido e do material das esferas.
3. Justificar a escolha da posição das marcas na proveta para determinação da velocidade terminal.
4. Determinar velocidades terminais.
5. Verificar qual é o raio mais adequado das esferas para se atingir mais rapidamente a velocidade terminal.
6. Justificar qual é o gráfico que descreve a relação linear entre a velocidade terminal e o raio das esferas
e determinar, por regressão linear, a equação da reta de ajuste.
7. Determinar o valor do coeficiente de viscosidade.
Sugestões
Pode usar-se glicerina, um detergente ou outro fluido viscoso. O detergente é cómodo para limpeza
das provetas e dos outros equipamentos usados, mas não se conhece o coeficiente de viscosidade a
uma dada temperatura, porque os fabricantes não prestam essa informação.
Deve evitar-se a formação de bolhas de ar ao encher as provetas com o fluido. As bolhas de ar
poderão influenciar os resultados e não são fáceis de eliminar. Poderá eventualmente deitar-se o fluido
numa aula e deixar em repouso para ser usado numa aula seguinte, para que as bolhas de ar tenham
tempo de chegar à superfície e assim serem eliminadas.
Devem utilizar-se esferas pequenas, pois são as que atingem mais rapidamente a velocidade
terminal, o que diminui a incerteza experimental. Como o erro na medição do tempo é apreciável,
devem fazer-se três medições para se calcular uma média. Por esse motivo, devem ter-se disponíveis
conjuntos de esferas de vários diâmetros. Por exemplo, com diâmetros desde 1,0 mm a 4,0 mm ou 5,0
mm.
Este trabalho deve ser realizado com uma proveta de grande diâmetro. Se tal não for possível, as
velocidades medidas deverão ser corrigidas em virtude do pequeno tamanho da secção da proveta.
𝑣 𝑟
A velocidade corrigida é dada pela expressão 𝑣corr = 𝑟 2,3
≃ 𝑣 (1 + 2,4 𝑅), onde r e R são os
(1 − )
𝑅
raios da esfera e da proveta, respetivamente.
O uso de ímanes ou de redes será útil para a recolha das esferas. Também se poderá ter as esferas
separadas por diâmetros em caixas.
2. a) Como referido em 1. c), a partir do instante em que a resultante das forças se anula, a velocidade
mantém-se constante. Essa velocidade é a velocidade terminal.
b) Substituindo na expressão 𝑃 = 𝐼 + 𝐹resist , escreve-se na forma 𝜌m 𝑔𝑉 = 𝜌m 𝑔𝑉 + 6π 𝑟 𝜂 𝑣.
4 2(𝜌m − 𝜌f )𝑔 2
Como 𝑉 = 3 π𝑟 3 , obtém-se 𝑣 = 9𝜂
𝑟 . Esta expressão mostra que a velocidade terminal
é diretamente proporcional ao quadrado do raio das esferas.
3. A densidade (massa volúmica) do metal pode determinar-se a partir das medidas da massa de uma
esfera e do seu volume. Da mesma forma, as medidas da massa e do correspondente volume de
uma dada porção de líquido medido numa pequena proveta permite determinar a densidade do
líquido.
ℓ
4. Como o movimento é aproximadamente uniforme, vem 𝑣 = ∆𝑡. Após atingir a velocidade terminal,
deve medir-se o tempo que decorre para a esfera percorrer a distância entre duas marcas na parte
inferior da proveta.
5. Pode construir-se a seguinte tabela para a mesma distância, ℓ, entre marcas relativa à queda do
conjunto de esferas.
7. O motor de um automóvel necessita de um óleo lubrificante que mantenha uma dada viscosidade.
Se nas regiões frias se usa um óleo menos viscoso no inverno e outro mais viscoso no verão,
previsivelmente, com temperaturas mais baixas a viscosidade do óleo aumentará.
Trabalho laboratorial
1. Medida do diâmetro com uma craveira:
Massa do líquido = (26,63 ± 0,01) g Massa das esferas = (10,16 ± 0,01) g
Volume de líquido: (26,00 ± 0,05) cm3 Volume de esferas: 1,299 cm3
Nota: Admitiu-se que todas as esferas eram do mesmo material; mediu-se a massa total e calculou-
se o volume total (soma dos volumes de todas as esferas após o cálculo do volume de cada uma).
2. As marcas servem para medir os intervalos de tempo que serão usados na determinação da
velocidade terminal de cada esfera.
Distância entre duas marcas: ℓ = (7,00 ± 0,05) × 10−2 m
3.
Velocidade
Esferas Intervalos de tempo de descida entre duas marcas
terminal
Diâmetro
Raio (±0,01) /
(±0,01) / ∆𝑡1 (±0,01) / s ∆𝑡1 (±0,01) / s ∆𝑡1 (±0,01) / s ∆𝑡(±0,01) / s 𝑣 / m s–1
(× 10–3 m)
(× 10–3 m)
1,50 18,94 18,93 18,99 18,95
2,00 10,87 11,29 10,78 10,98
2,50 6,92 7,19 7,02 7,04
3,00 5,19 5,33 5,26 5,26
3,50 4,05 4,08 4,14 4,09
4,00 2,90 2,86 2,81 2,86
4,75 2,13 2,14 2,25 2,17
6,35 1,15 1,12 1,14 1,14
7,00 0,92 0,93 0,95 0,93
2. Se não houvesse resistência do fluido ao movimento, num dado instante, após terem sido largadas,
as velocidades das esferas seriam iguais (teriam iguais acelerações); portanto, as velocidades seriam
independentes do raio das esferas.
Havendo resistência ao movimento, a forma da curva da variação de velocidade em função do tempo
é semelhante para as esferas de diferentes raios. Contudo, as esferas de menor raio atingem uma
menor velocidade terminal. Verifica-se que, apesar de terem menor aceleração, o tempo necessário
para atingir a velocidade terminal é também menor para as esferas de menor raio. Assim, as esferas
de menor raio atingem mais rapidamente a velocidade terminal.
3. As marcas foram colocadas próximo do fundo da proveta porque, quanto mais as esferas descerem,
maior é a probabilidade de a sua velocidade ser a velocidade terminal.
4.
Raio / (× 10–6 m) 𝒗 / (𝟏𝟎−𝟐 m s–1)
0,56 0,369
1,00 0,637
1,56 0,994
2,25 1,33
3,06 1,71
4,00 2,45
5,64 3,23
10,08 6,14
12,25 7,53
Substituindo: 𝜌m = 7,821 × 103 kg m–3; 𝜌f = 1,024 × 103 kg m–3; g = 9,8 m s–2, calcula-se o
coeficiente de viscosidade 𝜂 = 2,43 Pa s.
b) Os grupos devem comparar a precisão dos seus resultados experimentais.
6. Em água, a velocidade terminal seria maior porque a água tem menor viscosidade.
2(𝜌m − 𝜌f )𝑔 2
7. Da expressão 𝑣 = 9𝜂
𝑟 pode deduzir-se que o aumento percentual de velocidade é:
𝑣2 − 𝑣1 𝜂
𝑣1
× 100 = (𝜂1 − 1) × 100 = (2 − 1) × 100 = 100 %
2
Objetivo geral: Determinar o módulo de um campo elétrico uniforme e identificar as respetivas superfícies
equipotenciais.
Metas Curriculares
1. Medir o potencial num ponto em relação a outro, tomado como referência.
2. Investigar a forma das superfícies equipotenciais.
3. Relacionar a direção do campo com as superfícies equipotenciais.
4. Verificar se a diferença de potencial entre duas superfícies equipotenciais é ou não independente da placa
de referência utilizada para a medir.
5. Elaborar e interpretar o gráfico que traduz a variação do potencial com a distância à placa de referência.
6. Determinar o módulo do campo elétrico.
Sugestões
O uso de água na tina é suficiente para ter uma condutividade que permite medir as diferenças de
potencial elétrico entre uma placa e um dado ponto entre as placas. Também as placas podem ser de
outro metal que não o cobre.
A que valor de tensão se deverá submeter as placas metálicas?
É conveniente submeter as placas metálicas a tensões inferiores ou próximas de 5 V. Por um lado,
porque quanto mais altas forem as diferenças de potencial elétrico, em maior extensão poderão
ocorrer fenómenos eletroquímicos. Por outro lado, devido à sensibilidade da recolha de dados, em
resultado da escala disponível nos voltímetros digitais e às dimensões da tina, das placas metálicas e
da ponta de prova do multímetro.
Com os valores de tensão de uso comum, nesta atividade deve utilizar-se o voltímetro digital na
escala de 20 V, na qual a menor divisão é 0,01 V. E este valor determina a sensibilidade para a recolha
de dados. As outras escalas disponíveis obrigam ainda a uma maior sensibilidade (da ordem dos
milivolts). Como o papel milimétrico tem divisões de milímetro e a ponta de prova tem também
dimensões do milímetro, para não dificultar a recolha de dados, em resultado de variações de vários
dígitos na menor divisão do ecrã do voltímetro, por muito pequenas deslocações da ponta de prova, o
campo elétrico não deverá ser muito diferente de 0,01 V / mm. Por exemplo, se a distância entre as
placas metálicas for de 10 cm = 100 mm e a tensão entre elas de 5 V, o módulo do campo elétrico pode
ser de 0,05 V / mm. A deslocação de 1 mm na ponta de prova conduzirá à mudança de 5 dígitos no
ecrã do voltímetro.
Reforça-se o que se disse sobre a otimização do tempo. Os alunos deverão ter preparados e
organizados os instrumentos de registo, como as tabelas. Deverão ir anotando na tabela os valores
obtidos no voltímetro, assim como ir assinalando os pontos na folha de papel milimétrico de apoio, que
deve ser um «espelho» da folha colocada por debaixo da tina, tornando mais fácil o registo dos dados.
2. a)
∆𝑉
3. O módulo do campo elétrico é dado por 𝐸 = | |, sendo 𝑑 a distância entre as placas. Se
𝑑
mantivermos a diferença de potencial, ∆𝑉, o campo é mais intenso se for menor a distância entre
as placas.
∆𝑉
4. Como o módulo do campo elétrico entre dois pontos pode ser calculado por 𝐸 = | |, sendo |∆𝑥|
∆𝑥
a distância entre quaisquer duas linhas equipotenciais, então o módulo da diferença de potencial é
o produto do campo, que é constante, pela distância entre duas linhas equipotenciais (ou a
distância entre dois pontos sobre a mesma linha de campo). Quanto maior for a distância entre
esses pontos, maior é o módulo da diferença de potencial entre eles. O gráfico da diferença de
potencial em função da distância entre dois pontos de uma linha de campo traduz uma
proporcionalidade direta. O declive do gráfico é o módulo do campo elétrico (|∆𝑉| = 𝐸 |∆𝑥|).
5. a) O voltímetro medirá a diferença de potencial elétrico entre o ponto, onde é colocada a ponta
de prova, e a placa negativa.
b) Deverá mover-se a ponta de prova paralelamente às placas, verificando se as medidas das
diferenças de potencial se mantêm aproximadamente constantes.
c) Uma folha de papel milimétrico colocada no fundo da tina auxilia na orientação para a colocação
da ponta de prova, para a localização dos pontos de uma equipotencial e para o registo das
posições, assim como na medida de distâncias.
d) Se as linhas de campo são perpendiculares às placas, a ponta de prova deve ser deslocada numa
perpendicular às placas. Se ao longo de uma linha de campo se medirem diferenças de potencial
em função da distância à placa negativa, e for elaborada representação gráfica, o declive da reta
é igual ao módulo do campo elétrico.
O gráfico da diferença de potencial em função da distância é uma reta, de declive negativo ou
positivo consoante a placa de referência utilizada, sendo o módulo do campo elétrico igual ao
módulo do declive dessa reta. As medições serão mais precisas onde se obtiver um valor mais
próximo da unidade para o quadrado do coeficiente de correlação da reta de ajuste.
U/V
|∆𝒙| / m
4. Embora os alunos devam fazer o desenho e marcar as posições da ponta de prova para uma medida
de tensão, e consideremos ser essa a metodologia a seguir, no nosso registo adotámos um sistema
de eixos e registámos a posição da ponta de prova.
Apresentam-se a seguir os registos da posição da ponta de prova relativos ao sistema de eixos
adotado.
A origem do eixo coincidia com uma extremidade da placa ligado ao polo negativo e os eixos tinham
direções paralela e perpendicular às placas.
5.
|∆𝒙| / (×10–2 m) 0,70 1,60 2,60 3,80 4,95 5,50 6,50
U/V 1,30 1,70 2,20 2,80 3,50 4,00 4,50
Medida à placa x / cm y / cm x / cm y / cm x / cm y / cm
positiva 3,8 6,0 4,8 10,0 6,3 2,0
U/V –2,58 –1,89 –1,30
A medida da diferença de potencial elétrico da placa positiva à placa negativa registou –5,38 V.
Esperava-se que as equipotenciais fossem linhas paralelas às placas. Contudo, os registos mostram
que as equipotenciais são aproximadamente paralelas, havendo ligeiros desvios, em relação a essa
previsão, para as equipotenciais a um maior potencial. Nota-se ainda que esse desvio ocorre para
as partes laterias das placas.
Como o modelo de campo uniforme se refere a placas muito mais compridas do que a distância
entre elas, é provável que as diferenças encontradas resultem de o afastamento entre as placas ser
maior do que aquele em que o modelo de campo uniforme é válido. Na parte central das placas
verifica-se que as equipotenciais se aproximam muito de linhas paralelas.
Havendo diferenças nas equipotenciais relativamente ao esperado, para as linhas de campo
também há igualmente diferenças em relação ao esperado, porque elas são perpendiculares às
equipotenciais.
2. Quando o terminal COM do voltímetro foi ligado à placa positiva, as equipotenciais encontram-se
em posições semelhantes. As diferenças de potencial registaram valores negativos.
A equação de ajuste é 𝑦 = 0,56𝑥 + 0,80 ou 𝑈 = 0,56𝑥 + 0,80. Como o modelo para um campo
uniforme é 𝑈 = 𝐸𝑥, pode concluir-se que, da reta de ajuste, a ordenada na origem resulta de
incertezas experimentais, e o declive permite determinar o módulo do campo elétrico:
𝐸 = 0,56 V cm−1 = 56 V m−1
5. O gráfico apresentaria um aspeto semelhante ao anterior, mas com uma reta de declive negativo e
com módulo igual ao determinado anteriormente. Assim, o módulo do campo elétrico seria igual
ao módulo do declive da reta encontrada.
Objetivo geral: Determinar a curva de descarga de um condensador num circuito RC, reconhecer que este
processo pode servir para medir o tempo, e obter o valor da capacidade do condensador.
Metas Curriculares
Sugestões
Condensadores com capacidade rondando os 10 F permitirão a recolha manual de tensões em
função do tempo de descarga. Podem também associar-se condensadores para obter outros valores
de capacidade que não o de cada condensador. Por exemplo, se dois condensadores forem associados
em paralelo, a capacidade do conjunto é a soma da capacidade de cada um deles.
Convém procurar qual é o intervalo de tempo apropriado para fazer as medições. Os alunos devem
ter noção prévia de tempos de descarga. Por exemplo, se o condensador for de 10 F e a resistência
de voltímetro de 10 MΩ, na descarga tem-se RC = 100 s. Ou seja, ao fim de 100 s já o condensador terá
apenas 37% da sua carga inicial e a diferença de potencial será também 37% do valor inicial. O que
significa que a descarga é muito rápida. Convém fazer medições em intervalos de tempo curtos, por
exemplo de 15 s em 15 s ou de 20 s em 20 s ou, no máximo, de 30 s em 30 s.
Nota: A maioria dos multímetros modernos possui um botão D-H (data-hold) que «congela» o
mostrador, e de que se pode tirar partido para um mais fácil registo dos dados.
2. É um circuito que tem apenas uma resistência e um condensador e que produz correntes
transitórias.
As correntes chamam-se transitórias porque têm uma duração limitada.
4. a) Constante de tempo do circuito: indica o tempo necessário para que a carga do condensador e
a corrente elétrica diminuam para cerca de 37% do seu valor inicial.
b) Grande: uma constante de tempo elevada significa que o condensador demora mais tempo a
descarregar.
𝑡 𝑡 𝑡
c) 𝑄(𝑡) = 𝑄0 𝑒 −𝑅𝐶 e, como 𝑄 = 𝐶𝑈, vem 𝐶𝑈(𝑡) = 𝐶𝑈0 𝑒 −𝑅𝐶 ou 𝑈(𝑡) = 𝑈0 𝑒 −𝑅𝐶 .
À medida que o condensador descarrega, a diferença de potencial entre as armaduras vai
decrescendo exponencialmente, tal como a carga ou a corrente elétrica produzida no circuito
RC.
𝑡
𝑡
d) Tomando o logaritmo da expressão 𝑈(𝑡) = 𝑈0 𝑒 −𝑅𝐶 , obtém-se ln 𝑈(𝑡) = ln 𝑈0 − 𝑅𝐶 .
𝑈 𝑡 1 𝑡
e) ln 𝑈 = − 𝑅𝐶 ⟺ ln 2 = − 𝑅𝐶 ⟺ 𝑡 = 𝑅𝐶 ln 2
0
𝑡 1
f) O declive da reta de equação ln 𝑈(𝑡) = ln 𝑈0 − 𝑅𝐶 é − 𝑅𝐶 , ou seja, o simétrico do inverso do produto
RC.
Trabalho laboratorial
1. Medida da diferença de potencial nos terminais da pilha: U = (9,53 ± 0,01) V.
2. U = (4,78 ± 0,01) V.
3.
0 15 30 45 60 75 90 105 120 135 150
t/s
165 180 195 210 225 240 255 270 285 300
9,53 8,69 7,90 7,12 6,43 5,70 5,24 4,72 4,16 3,84 3,47
U/V
3,15 2,83 2,56 2,31 2,09 1,89 1,70 1,54 1,39 1,24
2.
A linha exponencial de ajuste aos pontos experimentais, com um coeficiente de correlação muito
próximo de 1, mostra um muito bom ajuste. Também se vê que os pontos ficam praticamente sobre
a linha de ajuste. Pode concluir-se que a função exponencial se ajusta muito bem à diminuição da
tensão em função do tempo.
3.
Verifica-se um muito bom ajuste dos pontos experimentais a uma linha reta.
𝑡
Comparando ln 𝑈 = ln 𝑈0 − 𝑅𝐶 com 𝑦 = 2,26233 − 0,00679𝑥, o declive permite calcular a
constante de tempo, RC.
1 1
− 𝑅𝐶 = −6,79 × 10−3 s−1 ou 𝑅𝐶 = 6,79 × 10−3 s−1 = 147 s
Editável e fotocopiável © Texto | Novo 12F 63
1
4. 𝐶 = F = 1,47 × 10−5 F = 14,7 μF
10 × 106 × 6,79 × 10−3
14,7 − 14,1
Valor registado no condensador, 14,1 μF. O erro percentual é × 100% = 4,3%.
14,1
𝑡 𝑈0
5. Partindo da expressão ln 𝑈 = ln 𝑈0 − , e substituindo 𝑈 = na expressão anterior, obtém-se
𝑅𝐶 2
o tempo ao fim do qual a tensão se reduz a metade:
1 𝑡 1
ln 2 = − 𝑅𝐶 ⟺ 𝑡 = −𝑅𝐶 ln 2 ⟺ 𝑡 = 𝑅𝐶 ln 2.
6. Um circuito RC pode ser usado com um «relógio logarítmico» porque os tempos medidos numa
descarga de um circuito RC são sempre dados pela função logarítmica, como se confirmou
anteriormente.