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Grupo 5
Anna Carla Moura Joia RA: 250782
Higor Rafael Lorijola Vasques RA: 251146
Juliana Bronqueti da Silva RA: 238389
Marcos Cunha Rosa RA: 240815
1. INTRODUÇÃO
a. RESUMO E OBJETIVOS
Vamos, neste trabalho, estudar o fenômeno de difração. A difração é um fenômeno ondulatório, ocorrendo
quando uma onda passa por uma fenda com tamanho da ordem de seu comprimento de onda. Quando temos uma frente
de onda plana e a difração é observada a uma distância grande da fenda temos a condição chamada de “Difração de
Fraunhofer”, mais especificamente, sendo 𝑧 a distância do ponto de observação até a fenda, 𝑏 o tamanho da fenda e λ o
2
𝑏
comprimento de onda, temos essa condição quando 𝑧 >> 2λ
. Nesse experimento vamos investigar a Difração de
Fraunhofer para um laser passando por fendas simples, duplas e múltiplas, verificando a validade dessa condição medindo
o tamanho da fenda utilizando o modelo e então comparando o resultado com valores medidos em um microscópio
óptico.
2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Para observar o fenômeno e medir o tamanho da fenda foi montado um laser, de comprimento de onda
λ = (532, 0 ± 0, 3) 𝑛𝑚, em um trilho, incidindo perpendicular a um vidro com as diferentes fendas, a uma distância de
(69, 20 ± 0, 02) 𝑐𝑚. A uma distância 𝑧 = (80, 40 ± 0, 02)𝑐𝑚 da fenda foi posicionado um anteparo, onde foram
observados os padrões de difração obtidos. Os padrões foram fotografados utilizando uma câmera fotográfica paralela ao
anteparo, a fim de evitar paralaxe, e então foram obtidos os dados através do aplicativo ImageJ. Foram feitas medidas
para duas fendas simples, duas fendas duplas e duas fendas múltiplas, as especificações obtidas com o microscópio para
cada uma se encontram na tabela 1, onde 𝑏 é a espessura das fendas, ℎ o espaçamento entre elas (medido entre o começo
de uma fenda e o começo de outra) e N o número de fendas.
3. FENDA SIMPLES
Para o caso da fenda simples, temos a posição do n-ésimo máximo 𝑦𝑛 quando β = 𝑛π + π/2, onde
π𝑏𝑦
𝑛 = (± 1, ± 2, ... ), exceto para o pico central, em que 𝑛 = 0 implica em 𝑦 = 0, assim, como β = λ𝑧
para 𝑦 << 𝑧,
𝑛λ𝑧 λ𝑧
temos 𝑦𝑛 = 𝑏
+ 2𝑏
, assim, a distância entre máximos consecutivos que não sejam o central é dada por
λ𝑧 λ𝑧
∆𝑦 = 𝑦𝑛+1 − 𝑦𝑛 = 𝑏
,e portanto 𝑏 = ∆𝑦
. Assim, foi pega a posição de cada um dos picos através do ImageJ, calibrado
através do papel milimetrado, e então foi calculada a distância entre cada um dos picos, fazendo a incerteza estatística
sobre a amostra de distância dos pontos de máximos obtidos e então combinando com a incerteza do ImageJ, que foi
estimada com a incerteza triangular sobre o intervalo de 6 pixels, região em que era marcado o ponto de máximo.
Para a fenda C6 foi obtido o padrão de difração da Figura 1, de onde foi coletada uma amostra de 58 pontos,
totalizando 56 distâncias (duas a menos que o total de pontos, uma por conta que a distância deve ser calculada sempre
entre dois pontos e outra por conta que a distância nas extremidades do pico central foi ignorada, pois não segue a relação
utilizada nos cálculos), obtendo um valor para distância entre máximos de ∆𝑦𝐶6 = (0, 40 ± 0, 01) 𝑐𝑚, com um desvio
padrão de σ𝐶6 = 0, 057 𝑐𝑚, uma incerteza estatística de 𝑢𝑒𝑠𝑡𝐶6 = 0, 008 𝑐𝑚, incerteza instrumental de 𝑢𝑖𝑛𝑠𝐶6 = 0, 01 𝑐𝑚
, totalizando uma incerteza combinada de 𝑢𝐶6 = 0, 01 𝑐𝑚. Assim, foi encontrado um valor para a abertura da fenda de
𝑏𝐶6 = (106 ± 3) µ𝑚.
Já para a fenda C5 foi obtido o padrão de difração da Figura 2, de onde foi coletada uma amostra de 17 pontos,
totalizando 15 distâncias, obtendo um valor para distância entre máximos de ∆𝑦𝐶5 = (0, 81 ± 0, 01) 𝑐𝑚, com um desvio
padrão de σ𝐶5 = 0, 034 𝑐𝑚, uma incerteza estatística de 𝑢𝑒𝑠𝑡𝐶5 = 0, 01 𝑐𝑚, incerteza instrumental de 𝑢𝑖𝑛𝑠𝐶5 = 0, 01 𝑐𝑚,
totalizando uma incerteza combinada de 𝑢𝐶5 = 0, 01 𝑐𝑚. Assim, foi encontrado um valor para a abertura da fenda de
𝑏𝐶5 = (53 ± 1) µ𝑚.
4. FENDAS DUPLAS
Tratando-se de fendas duplas, devemos lembrar que o resultado final depende da diferença de caminho
gerado pela existência de duas aberturas. Isso ocorre porque quando a luz passa por uma fenda ela se encontra
com a da outra abertura e gera uma interferência. O resultado disso são as franjas claras e escuras geradas na
folha de papel quadriculada – material utilizado, neste caso – com um período, que neste caso será denominado
por Λ. Como a largura das fendas é bem menor que o valor da separação entre si (𝑏 ≪ ℎ), podemos dizer que a
intensidade é descrita por
2 𝑠𝑖𝑛β 1
𝐼 = 𝐼0(𝑐𝑜𝑠 γ)( β
)eγ = 2
𝑘ℎ𝑠𝑒𝑛θ
πℎ𝑦 π𝑏𝑦 𝑠𝑖𝑛β
Assim, para 𝑦 << 𝑧, temos γ = λ𝑧
eβ = λ𝑧
, e, analisando a parte modulada por ( β
), temos que a largura
λ𝑧 λ𝑧 2λ𝑧
do primeiro pico é dada para β =± π, assim temos 𝑦1 = 𝑏
e 𝑦−1 =− 𝑏
, assim ∆𝑦 = 𝑏 . Já para parte com
2 𝑛λ𝑧
𝑐𝑜𝑠 γ temos ela máxima para γ = 𝑛π, 𝑛 ∈ 𝕫, assim 𝑦γ𝑛 = ℎ
, e portanto a distância entre esses máximos é
λ𝑧 λ𝑧
dada por Λ = 𝑦γ(𝑛+1) − 𝑦γ𝑛 = ℎ
e portanto ℎ = Λ
A título de esclarecimento, é possível ver o que ∆𝑦 e Λ
representam através da Figura 3. Aqui, para ∆𝑦, apenas o pico central foi medido, enquanto para Λ foram
utilizados os pontos dentro do pico central.
Para a fenda B6, com o padrão de difração mostrado na Figura 4, foi medido ∆𝑦𝐵6 = (4, 55 ± 0, 01) 𝑐𝑚
e para Λ foram usados 20 pontos e 19 distâncias, resultando em um Λ𝐵6 = (0, 21 ± 0, 02) 𝑐𝑚. Dessa forma, foi
encontrada para abertura da fenda um valor de 𝑏𝐵6 = (18, 81 ± 0, 04) µ𝑚, e para separação entre elas um valor
de ℎ𝐵6 = (20 ± 1)10 µ𝑚.
Já para fenda B5, com o padrão de difração mostrado na Figura 5, foi medido
∆𝑦𝐵5 = (4, 39 ± 0, 01) 𝑐𝑚, para Λ foram usados 13 pontos e 12 distâncias, resultando em um
Λ𝐵5 = (0, 32 ± 0, 01) 𝑐𝑚. Dessa forma, foi encontrada para abertura da fenda um valor de
𝑏𝐵5 = (18, 81 ± 0, 04) µ𝑚, e para separação entre elas um valor de ℎ𝐵5 = (132 ± 5) µ𝑚.
5. FENDAS MÚLTIPLAS
6. CONCLUSÕES
Dos dados obtidos, comparando com o que foi medido no microscópio, é possível concluir que a medição através
dele é o que fornece melhores resultados se equiparados com aqueles calculados pelo grupo e dispostos nesse relatório.
Primeiramente, é notável que há grandes divergências entre os valores experimentais e os valores do microscópio (Tabela
1), sendo eles:
Proporção
Fenda
𝑚𝑖𝑐𝑟𝑜𝑠𝑐ó𝑝𝑖𝑜 ÷ 𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙
A4 2.073
A5 2.515
B5 2.651
B6 1.861
C5 2.189
C6 2.104
Tabela 2: Proporções entre valor obtido no microscópio e valor medido
Como mostrado na Tabela 2, essas divergências foram provavelmente porque a distância entre a fenda e o
anteparo foi feita de forma errada, comprometendo os resultados do experimento. Como não houve nenhuma nova
medição dessas informações, as “cruas” (tiradas na primeira e única vez) acabaram sendo as finais.
Além disso, se fizermos a divisão entre os valores de ∆𝑦 e suas respectivas incertezas, verificamos que o erro é
bastante maior que 1%, o que possivelmente origina da paralaxe, já que, por exemplo, o celular no qual as fotos foram
tiradas não estava fixo.
∆𝑦 Erro
A4 0,00138
A5 0,00154
B5 0,00227
B6 0,00219
C5 0,01234
C6 0,02500
Tabela 3: proporção de erro para ∆𝑦
Por fim, conclui-se que diversos erros – aqui citados – durante a medição da montagem experimental impactaram
nos valores encontrados, o que fez com que deixasse a medida do microscópio fosse melhor que as medidas da
montagem.
7. REFERÊNCIAS
1. Moodle. “Roteiro Para Experimento 5: Difração da luz por fendas”. Disponível em:
https://moodle.ggte.unicamp.br/pluginfile.php/3091156/mod_resource/content/4/Difra%C3%A7%C3%A3o%20e
m%20Fendas%20-F429.pdf
2. Moodle. “Difração da luz por fendas: Montagem experimental a ser utilizada no Laboratório LF42”. Disponível
em:
https://moodle.ggte.unicamp.br/pluginfile.php/3160910/mod_resource/content/1/Montagem%20experimental%20
DIfra%C3%A7%C3%A3o%20F429%20LF44.pdf