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Funções Inversas Trigonométricas,

Hiperbólicas e suas Derivadas


Disciplina: Cálculo I
Prof. Me Fábio Bueno
Plano de aula

Olá Pessoal!!

Espero que estejam todos bem e com saúde.


Nesta aula estudaremos:
• Funções inversas trigonométricas e suas derivadas;
• Funções hiperbólicas e suas derivadas.
Explicação
Problema Inicial
Um determinado talude (inclinação na superfície
lateral de um aterro, de um muro ou de qualquer
obra; rampa) é mostrado abaixo.
Para que o talude não desmorone, sua inclinação
não deve ultrapassar 30𝑜 .
Calcule o ângulo 𝜃 e
verifique se há risco de
desmoronamento.
Explicação

Não sabemos qual o ângulo 𝜃 , mas sabemos os


comprimentos dos catetos oposto e da hipotenusa,
então podemos escrever:
10
𝑠𝑒𝑛 𝜃 =
13
Porém, isso não é suficiente para que saibamos a
medida desse ângulo 𝜃.
Neste caso, precisamos de novas ferramentas para
resolver problemas como esses, pois o seno, o cosseno
ou a tangente não estão à altura dessa tarefa.
Eles transformam ângulos em razões, mas precisamos
de funções que transformem razões em ângulos.
Precisamos das funções trigonométricas inversas!
Explicação

Funções Trigonométricas Inversas


Já conhecemos operações inversas!
Por exemplo: adição e subtração, multiplicação e
divisão, são operações inversas.
Cada operação faz o contrário da sua inversa, e na
trigonometria, a ideia é a mesma.
As funções trigonométricas inversas fazem
exatamente o oposto das funções trigonométricas
"normais".
Por exemplo:
O seno inverso 𝑠𝑒𝑛−1 𝑥 faz o oposto do seno.
O cosseno inverso cos −1 𝑥 faz o oposto do cosseno.
Explicação Importante!
1
A expressão 𝑠𝑒𝑛−1 𝑥 não é igual !
𝑠𝑒𝑛 𝑥
Em outras palavras, o −1 não é um expoente, ele
simplesmente sinaliza que se trata de uma função
inversa, ok!
Agora, voltando ao problema proposto, foram dados
os comprimentos dos catetos oposto e da
hipotenusa, então podemos usar o seno inverso para
encontrar o ângulo 𝜃:
−1
10
𝜃 = sen
13
𝜃 ≅ 50,28𝑜
Portanto, há risco de desmoronamento.
O que é preciso fazer para evitar esse risco?
Explicação

As Funções Inversas Trigonométricas


Como as funções trigonométricas são periódicas,
nenhuma delas é invertível em todo seu domínio.

Entretanto, para cada uma delas podemos


considerar uma restrição do domínio, a fim de
obter uma função invertível.
Explicação
Função Arco Seno
Como o seno é periódico, 𝑝 = 2𝜋, há vários 𝜃 tais
10
que 𝑠𝑒𝑛 𝜃 = . Então, para definir a inversa do
13
𝜋 𝜋
seno, é necessário que − ≤𝜃≤ .
2 2
Explicação

Definição: Arco Seno


𝜃 = 𝑠𝑒𝑛−1 𝑡 se e somente se 𝑠𝑒𝑛 𝜃 = 𝑡, desde que
𝜋 𝜋
−1≤𝑡 ≤1 e − ≤𝜃 ≤ .
2 2
Explicação

Problema 2
Uma pessoa assiste TV sentada em um sofá que
está a 2 m de distância do aparelho.
Sabendo-se que:
- a distância entre a pessoa e a
TV é de 3m;
- a imagem da TV só é boa para
quem a assiste com um ângulo
de visão menor ou igual a 60𝑜 .
Verifique se a imagem será boa
para essa pessoa que está
assistindo.
Explicação

Não sabemos qual o ângulo 𝜃 , mas sabemos os


comprimentos dos catetos adjacente e da hipotenusa,
então podemos escrever:
2
𝑐𝑜𝑠 𝜃 =
3
Então, podemos usar a inversa do cosseno, o arco
cosseno para resolver este problema:
−1
2
𝜃 = cos
3
𝜃 ≅ 48,19𝑜
Portanto, como 48,19𝑜 < 60𝑜 a pessoa vê uma boa imagem.
Explicação
Função Arco Cosseno
Como o cosseno é periódico, 𝑝 = 2𝜋, há vários 𝜃
2
tais que cos 𝜃 = . Então, para definir a inversa do
3
cosseno, é necessário que 0 ≤ 𝜃 ≤ 𝜋.
Explicação

Definição: o Arco Cosseno


𝜃 = 𝑐𝑜𝑠 −1 𝑡 se e somente se co𝑠 𝜃 = 𝑡, desde que
− 1 ≤ 𝑡 ≤ 1 e 0 ≤ 𝜃 ≤ 𝜋.
Explicação
Função Arco Tangente
Como a tangente é periódica, 𝑝 = 𝜋, há vários 𝜃
tais que tan 𝜃 = 2 , por exemplo. Então, para
definir a inversa do tangente, é necessário que
𝜋 𝜋
− <𝜃< .
2 2
Explicação

Definição: o Arco Tangente


𝜃 = 𝑡𝑎𝑛−1 𝑡 se e somente se ta𝑛 𝜃 = 𝑡, desde que
𝜋 𝜋
− <𝜃< .
2 2
Explicação

Em linhas gerais, se você sabe a razão


trigonométrica, mas não o ângulo, pode-se usar a
função trigonométrica inversa correspondente para
encontrar o ângulo.
Explicação Voltemos ao Ciclo Trigonométrico

Chamamos de ciclo • O centro é a origem do


trigonométrico toda plano cartesiano;
circunferência orientada, onde:
• O raio é unitário, isto é,
𝑟 = 1;
• O sentido positivo é o
anti-horário;
• O ponto A é a origem do
ciclo trigonométrico.

Note que a localização da


extremidade de um arco
varia de acordo com o
comprimento deste arco.
No ciclo trigonométrico
Explicação

Escolhendo um ponto 𝑃 no
círculo unitário 𝑥 2 + 𝑦 2 = 1 ,
temos:
𝑦 𝑥
𝑠𝑒𝑛 𝑡 = = 𝑦 𝑒 cos 𝑡 = = 𝑥
1 1
Podemos pensar em cos(𝑡) e
𝑠𝑒𝑛(𝑡) como as coordenadas 𝑥
e 𝑦 do ponto 𝑃 no círculo de
raio 𝑟 = 1, que é determinado
por um ângulo de 𝑡 radianos.
Daí, teremos as coordenadas
polares.
Explicação
Coordenadas Polares
Converter o ponto (3,4) Em coordenadas polares,
em coordenadas polares. temos 𝑟, 𝜃 = 5; 53,1 𝑜
.

Portanto,
𝑦 = 𝑟. 𝑠𝑒𝑛 𝑡
𝑥 = 𝑟. cos 𝑡
Tempo para Atividade

Agora é sua vez! Você tem 10 minutos para resolver os exercícios


abaixo, ok? Passado esse tempo farei a correção...
Exercício (1) Dado os triângulo abaixo, calcule o ângulo
desconhecido, arredondando sua resposta para DUAS casas
decimais.

Exercício (2) Uma pilha de minério de ferro tem formato cônico,


com 5 m de altura e uma base cujo diâmetro mede 12 m. Determine
o ângulo de inclinação da superfície lateral da pilha.
Ah! Depois de obter o resultado poste-o no chat, blz?!
Resolução de Atividade

Exercício (1) (a) Exercício (1) (b)

Solução: Solução:
Resolução de Atividade

Exercício (2) Uma pilha de minério de ferro tem formato cônico,


com 5 m de altura e uma base cujo diâmetro mede 12 m. Determine
o ângulo de inclinação da superfície lateral da pilha.
Solução:
Explicação

Derivadas de Funções Inversas


Trigonométricas
Não estudaremos a fundo a determinação
das funções inversas, mesmo assim, o
teorema a seguir permite derivar funções
inversas em geral.
Explicação

TEOREMA: Seja 𝑓 uma função e 𝑔 sua inversa. Então,


𝑓 𝑔 𝑥 = 𝑥 para todo 𝑥 ∈ 𝐷𝑔 . Assim, para todo 𝑥 ∈ 𝐷𝑔 , tem-se
′ 𝑑
que a derivada é 𝑓 𝑔 𝑥 = 𝑥 = 1.
𝑑𝑥
Se supormos que 𝑓 e 𝑔 são diferenciáveis, podemos aplicar a
regra da cadeia ao 1º membro da equação diferenciável acima,
obtendo:

𝑓 𝑔 𝑥 = 1 ⇒ 𝑓 ′ 𝑔 𝑥 . 𝑔′ 𝑥 = 1
Ou

1
𝑔 𝑥 = ′
𝑓 𝑔 𝑥
Onde𝑓 ′ 𝑔 𝑥 é o valor que a derivada de 𝑓 assume em 𝑔 𝑥 .
OBS: Esta fórmula nos permite calcular a derivada de 𝑔 ,
conhecendo-se a derivada de 𝑓.
Explicação

Regras de Derivação
Seja 𝑢 = 𝑔 𝑥 , então:

𝑑 1 𝑑 1
(i) 𝑠𝑒𝑛−1 𝑢 = 2
. 𝑢′ (iv) 𝑐𝑠𝑐 −1 𝑢 = . 𝑢′
𝑑𝑥 1−𝑢 𝑑𝑥 𝑢. 𝑢2 −1

𝑑 1 𝑑 1
(ii) cos −1 𝑢 =− 2
. 𝑢′ (v) 𝑠𝑒𝑐 −1 𝑢 = . 𝑢′
𝑑𝑥 1−𝑢 𝑑𝑥 𝑢 . 𝑢2 −1

𝑑 1 𝑑 1
(iii) 𝑡𝑎𝑛−1 𝑢 = 2 . 𝑢′ (vi) 𝑐𝑜𝑡 −1 𝑢 =− 2 . 𝑢′
𝑑𝑥 1+𝑢 𝑑𝑥 1+𝑢
𝑑 1
Explicação (i) 𝑠𝑒𝑛−1 𝑢 = . 𝑢′
𝑑𝑥 1−𝑢2

Exemplo (1) Calcule a derivada da função


inversas trigonométricas abaixo:
𝑓 𝑡 = 𝑠𝑒𝑛−1 2𝑡
E depois calcule a derivada em 𝑡 = 0,25.
Tempo para Atividade

Agora é sua vez!


Você tem 10 minutos para resolver as derivadas das funções
inversas trigonométricas abaixo, ok?
Passado esse tempo farei a correção...
Exercício (3) Calcule a derivada das funções inversas trigonométrica
abaixo para os valores de 𝑡 indicados:
𝑑 1
(a) 𝑔 𝑡 = cos −1 2𝑡 − 3 para 𝑡 = 1,5; (ii) cos −1 𝑢 =− . 𝑢′
𝑑𝑥 1−𝑢2

(b) ℎ 𝑡 = tan−1 𝑡 2 para 𝑡 = 2; (iii) 𝑑 𝑡𝑎𝑛−1 𝑢 = 1 2 . 𝑢′


𝑑𝑥 1+𝑢

Ah! Depois de obter o resultado poste-o no chat, blz?!


Vamos nessa!
𝑑 1
Resolução de Atividade (ii) cos −1 𝑢 =− . 𝑢′
𝑑𝑥 1−𝑢2

(3)(a) 𝑔 𝑡 = cos −1 2𝑡 − 3
Solução:
𝑑 1
Resolução de Atividade (iii) 𝑡𝑎𝑛−1 𝑢 = . 𝑢′
𝑑𝑥 1+𝑢2

(3)(b) ℎ 𝑡 = tan−1 𝑡 2
Solução:
Explicação Funções Hiperbólicas
As funções hiperbólicas relacionam-se com
as hipérboles, da mesma forma como as
funções trigonométricas relacionam-se com
o círculo.
Explicação

As equações reduzidas das hipérboles


mostradas abaixo são equivalentes.
As equações da mesma curva são obtidas
𝜋
realizando uma rotação de dos eixos
4
coordenados.
Explicação

Para calcular o valor das funções hiperbólicas é


necessário saber como são definidas.
A princípio elas não parecem tão amigáveis, mas não
são tão complicadas de definir ou trabalhar com
elas. Você também poderá usar sua calculadora.
As funções hiperbólicas simplificam muitas
expressões matemáticas e são importantes em
algumas aplicações práticas como por exemplo:
- quando é necessário calcular a tensão em um cabo
suspenso pelas extremidades, como nas linhas de
transmissão (catenária);
- na resolução de certas equações diferenciais.
Explicação

Não estudaremos a fundo as funções hiperbólicas, mas


vocês podem se aprofundar mais sobre estas funções
nos sites:
https://www.alfaconnection.pro.br/matematica/funcoes
/funcoes-hiperbolicas/origem-das-funcoes-
hiperbolicas/

https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/tede/764
0/2/arquivototal.pdf

https://tede.ufam.edu.br/bitstream/tede/4962/2/Diss
erta%C3%A7%C3%A3o%20-
%20Jerry%20Gleison%20S.%20F.%20Vasconcelos.pdf
Explicação

Derivadas das Funções Hiperbólicas


Seja 𝑢 = 𝑔 𝑥 . Então:
𝑑
(i) 𝑠𝑒𝑛ℎ 𝑢 = cosℎ 𝑢 . 𝑢′
𝑑𝑡
𝑑
(ii) 𝑐𝑜𝑠ℎ(𝑢) = 𝑠𝑒𝑛ℎ 𝑢 . 𝑢′
𝑑𝑡
𝑑
(iii) 𝑡𝑎𝑛ℎ(𝑢) = 𝑠𝑒𝑐ℎ2 𝑢 . 𝑢′
𝑑𝑡
𝑑
(iv) 𝑑𝑡 𝑐𝑠𝑐ℎ 𝑢 = −csch 𝑢 . 𝑐𝑜𝑡ℎ 𝑢 . 𝑢′
𝑑
(v) 𝑑𝑡 𝑠𝑒𝑐ℎ(𝑢) = −sech 𝑢 . tanh 𝑢 . 𝑢′
𝑑
(vi) 𝑐𝑜𝑡ℎ(𝑢) = −𝑐𝑠𝑐ℎ2 𝑢 . 𝑢′
𝑑𝑡
𝑑
Explicação (i) 𝑠𝑒𝑛ℎ 𝑢 = cosℎ 𝑢 . 𝑢′
𝑑𝑡

Exemplo (2) Calcule a derivada da função hiperbólica


abaixo:
𝑓 𝑡 = 𝑠𝑒𝑛ℎ 3𝑡
E depois calcule a derivada em 𝑡 = 0,25.
𝑑
Tempo para Atividade (ii) 𝑐𝑜𝑠ℎ 𝑢 = 𝑠𝑒𝑛ℎ 𝑢 . 𝑢′
𝑑𝑡
Agora é sua vez!
Você tem 05 minutos para resolver as derivadas das funções
inversas trigonométricas abaixo, ok?
Passado esse tempo farei a correção...
Exercício (4) Calcule a derivada da função hiperbólica abaixo:

𝑔 𝑡 = cosh 𝑡 2

E depois calcule a derivada para 𝑡 = 1.


Ah! Depois de obter o resultado poste-o no chat, blz?!
Vamos nessa!
𝑑
Resolução de Atividade (ii) 𝑐𝑜𝑠ℎ 𝑢 = 𝑠𝑒𝑛ℎ 𝑢 . 𝑢′
𝑑𝑡

(4) 𝑔 𝑡 = cosh 𝑡 2
Solução:

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