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INSTITUTO FEDERAL FLUMINENSE

CURSO TÉCNICO EM ELETROTÉCNICA

ELETROTÉCNICA II
Faiossander Suela

Campos dos Goytacazes


Outubro de 2020
1 REVISÃO DE TRIGONOMETRIA

1.1 Trigonometria no triangulo retângulo

1.1.1 Definição
Define-se como triângulo retângulo qualquer triângulo que possua um de seus
ângulos internos reto (medida de 90º).

Figura 1.1. Triangulo retângulo

Dá-se o nome de Catetos aos lados adjacentes ao ângulo reto (lados A e B), e
Hipotenusa o lado oposto ao ângulo reto (lado C). É importante perceber que a
hipotenusa é sempre o maior lado em um triângulo retângulo.
1.1.2 Relações trigonométricas
Os lados de um triângulo retângulo obedecem sempre a uma mesma relação,
esta relação é denominada Teorema de Pitágoras e está representada pela Equação 1.1:
𝐶 2 = 𝐴2 + 𝐵 2 (1.1)
A Razão entre o cateto oposto ao ângulo e a hipotenusa, é denominada seno do
ângulo. Desta forma, o seno do referido triangulo pode ser dado por:

𝐴
sen 𝛼 = (1.2)
𝐶
𝐵
sen 𝛽 = (1.3)
𝐶
A Razão entre o cateto adjacente ao ângulo e a hipotenusa, é denominada
cosseno do ângulo. Desta forma, o cosseno do referido triangulo pode ser dado por:

𝐵
cos 𝛼 = (1.4)
𝐶
𝐴
cos 𝛽 = (1.5)
𝐶
A partir dessas relações trigonométricas, é possível demonstrar que:
𝑠𝑒𝑛2 𝛼 + 𝑐𝑜𝑠 2 𝛼 = 1 (1.6)
Outra relação trigonométrica importante é a razão entre o cateto oposto e o
cateto adjacente ao ângulo, esta relação é denominada tangente do ângulo. Sendo
assim:
𝐴
tan 𝛼 = (1.7)
𝐵
𝐵
tan 𝛽 = (1.8)
𝐴
1.1.3 Ângulos notáveis
Conseguimos calcular os valores do seno, cosseno e tangente dos ângulos abaixo.
Esses ângulos são denominados ângulos notáveis.
Tabela 1.1. Ângulos notáveis

Valores de seno, cosseno e tangente de outros ângulos podem ser encontrados


através de tabelas específicas e/ou calculados por calculadoras científicas.

1.1.4 Relações trigonométricas inversas


Em diversos problemas práticos, precisamos saber o ângulo que corresponde a
um determinado valor de seno, cosseno ou tangente. Neste caso, deve-se usar as
relações trigonométricas inversa. Desta forma, para determinar o ângulo 𝛼 do triangulo
da Figura 1.1, podemos utilizar as seguintes operações matemáticas:
𝐴 𝐵 𝐴
sen−1 (𝑎𝑟𝑐𝑜 𝑠𝑒𝑛𝑜) 𝑜𝑢 cos−1 (𝑎𝑟𝑐𝑜 𝑐𝑜𝑠𝑠𝑒𝑛𝑜) 𝑜𝑢 tan−1 (𝑎𝑟𝑐𝑜 𝑡𝑎𝑛𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒)
𝐶 𝐶 𝐵
Exemplos:
1 1
(a) sin−1 2 = 30𝑜 pois 𝑠𝑒𝑛 30𝑜 = 2

√2 √2
(b) cos−1 = 45𝑜 pois 𝑐𝑜𝑠 45𝑜 =
2 2

(c) tan−1 √3 = 60𝑜 pois 𝑡𝑎𝑛 60𝑜 = √3

Para determinar a função inversa de qualquer ângulo pode-se consultar a tabela


trigonométrica e/ou usar uma calculadora científica.
1.2 Trigonometria na circunferência

1.2.1 Arco e circunferência


O arco de uma circunferência é a parte do perímetro de uma circunferência
delimitada por dois pontos sobre ela.

Figura 1.2. Arco de uma circunferência


̂ ) corresponde ao ângulo central 𝛼.
Esse arco (𝐴𝐵

1.2.2 Medida de ângulo e comprimento


Os arcos de circunferências podem ser medidos a partir de seu ângulo 𝛼 ou a partir
de seu comprimento.
Medida angular: Mediada a partir do ângulo da circunferência.
Comprimento: Mediada linear do comprimento do arco correspondente.

Podemos observar na Figura 1.3 que o arco 𝐴𝐵 ̂ e o arco 𝐴̂ ′ 𝐵 ′ possuem a mesma

medida angular, pois correspondem ao mesmo ângulo 𝛼, no entanto o comprimento do


̂
arco 𝐴 ̂.
′ 𝐵 ′ é notoriamente maior do que o comprimento do arco 𝐴𝐵

Figura 1.3. Medida angular e linear

1.2.3 Unidade de medida de ângulo


Unidade Grau: Define-se como 1 (um) grau, a medida do ângulo central cujo arco
correspondente representa 1⁄360 partes da circunferência, conforme mostrado na
Figura 1.4.(a). Na Figura 1.4.(b) o comprimento do arco AB indicado representa 30⁄360
partes da circunferência, visto que o ângulo central correspondente é 30 o.
Figura 1.4. Unidade grau
Unidade Radiano: Define-se como 1 radiano (rad) a medida do ângulo central, cujo
arco correspondente representa o mesmo comprimento do raio dessa circunferência.
Desta forma podemos determinar qualquer ângulo em radianos.

Figura 1.5. Unidade radiano


Sabendo que o comprimento de uma circunferência é 2𝜋𝑅, podemos concluir que
o ângulo de uma volta completa de circunferência corresponde a 2𝜋 radianos:
2𝜋𝑅
𝛼= = 2𝜋 𝑟𝑎𝑑 (1.9)
𝑅
Sando 2𝜋 radianos equivale a 180𝑜 , podemos fazer a conversão de qualquer ângulo
aplicando uma regra de três. A Figura 1.6 mostra a conversão de graus para radianos de
alguns ângulos, bem como a representação desses valores no círculo trigonométrico.

Figura 1.6. Conversão de unidade da medida angular


1.2.4 Ciclo trigonométrico
Define-se como ciclo trigonométrico toda circunferência orientada, de raio unitário
e centro no sistema de coordenadas cartesianas. Por convenção, o ponto P(1,0) é a
origem da orientação, o sentido positivo é o sentido anti-horário e negativo no sentido
horário. Observe a representação.

Figura 1.7. Ciclo trigonométrico


Pode-se então afirmar que a posição final de um ciclo de ângulo 315𝑜 é a mesma
de um ciclo de −45𝑜 . Neste caso, dizemos que estes ângulos são congruentes.
Outra observação importante, é que um ciclo trigonométrico pode ter mais do
que uma volta completa. Para entender vamos pegar o exemplo de um ciclo
trigonométrico que corresponde a duas voltas completas. Neste caso, o início do
segundo ciclo parte do final do primeiro ciclo que equivale a 360𝑜 , a partir daí ele
rotaciona mais 360𝑜 totalizando 720𝑜 , conforme Figura a.8. Essa análise pode ser
generalizada para qualquer valor de ângulo correspondente a um ciclo trigonométrico.
Exemplos:
(a) Três voltas correspondem a 360𝑜 + 360𝑜 + 360𝑜 = 1060𝑜 . Logo o arco de
1060𝑜 é congruente ao arco de 360𝑜 .
(b) Uma volta e meia correspondem a 360𝑜 + 180𝑜 = 540𝑜 . Logo o arco de
540𝑜 é congruente ao arco de 180𝑜 .

Figura 1.8. Ciclo trigonométrica para 1 e 2 voltas completas


1.2.5 Definição de seno, cosseno e tangente de um arco
Considere no ciclo trigonométrico um arco AP de medida α e uma reta t paralela
ao eixo das ordenadas, que passa pelo ponto A, origem do ciclo. Observe a figura.

Figura 1.9. Seno, cosseno e tangente no ciclo trigonométrico

Define-se como seno do arco AP a medida algébrica da projeção ortogonal do ponto


P no eixo vertical. O eixo vertical será chamado de eixo dos senos.
Define-se como cosseno do arco AP a medida algébrica da projeção ortogonal do
ponto P no eixo horizontal. O eixo horizontal será chamado de eixo dos cossenos.
Define-se como tangente do arco AP a medida algébrica do segmento AT, em que T
é o ponto de intersecção da extensão da reta do raio OP com a reta t (reta tangente ao
ciclo trigonométrico no ponto A). O eixo t será chamado de eixo das tangentes.
Baseado nestas definições, podemos concluir que os sinais das funções
trigonométricas em cada quadrante seguem a distribuição mostrada na Figura 1.10.

Figura 1.10. Sinais por quadrante no ciclo trigonométrico para as funções seno, cosseno e
tangente
1.3 Funções trigonométricas
1.3.1 Função seno
Define-se como função seno, toda função que associa cada número x a um
número y da seguinte forma:
𝑦 = 𝑠𝑒𝑛(𝑥) (1.10)

Figura 1.11. Função seno

A Figura 1.11 mostra a construção do gráfico da função seno. Podemos observar


algumas propriedades.

• Os valores máximo e mínimo da função seno são, respectivamente, iguais a 1 e


–1.
• A função seno é periódica de período igual a 2π.

1.3.2 Função cosseno


Define-se como função cosseno, toda função que associa cada número x a um
número y da seguinte forma:
𝑦 = 𝑐𝑜𝑠(𝑥) (1.11)

Figura 1.12. Função cosseno


A Figura 1.12 mostra a construção do gráfico da função cosseno. Podemos
observar algumas propriedades.

• Os valores máximo e mínimo da função cosseno são, respectivamente,


iguais a 1 e –1.
• A função cosseno é periódica de período igual a 2π.
Os gráficos foram construídos ao longo de 1 (um) ciclo trigonométrico completo. É
importante salientar que se houver mais um ciclo (uma volta completa), tanto o gráfico
do seno, quanto o gráfico do cosseno, irá se repetir por mais um período e assim
sucessivamente.

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