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ISCED – UÍGE
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXACTAS
SECÇÃO DE ENSINO DE MATEMÁTICA
Elaborado por:
KUMBO JOÃO, MSc.
Co-elaborado por:
MANUEL PANZO MULUTA
CAPÍTULO: 1- TRIGONOMETRIA
1.0. Introdução
A palavra trigonometria tem origem na Grécia da palavra trigonos (triângulo) + metrûm
(medida). Etimologicamente, trigonometria significa medida de triângulos.
A Trigonometria é a parte da Matemática que estuda as relações existente entre os lados e
os ângulos dos triângulos. Ela é utilizada também em outras áreas de estudo como física,
química, biologia, geografia, astronomia, medicina, engenharia, etc.
Conforme a definição a Trigonometria relaciona os lados e ângulos de um triângulo. É
imperioso falarmos de ângulos e triângulos.
1.0.1. Ângulos
Um ângulo é uma região do plano limitado por duas semi-rectas que têm a mesma origem.
O ponto comum dessas semi-rectas se chama vértice.
Onde:
a e b são as semi-rectas que formam o ângulo
O (origem das semi-rectas) é o vértive
𝜶 é o ângulo formado.
Os ângulos classificam-se em: nulos, agudos, rectos, obtusos, raso e giros
Angulo nulo: aquele que sua amplitude mede 0°.
Ângulo agudo: aquele que a sua amplitude é maior que 0° e menor que 90°.
Ângulo recto: é o ângulo de amplitude igual a 90°.
Ângulo obtuso: é o ângulo de amplitude maior que 90° e menor que 180°.
Angulo raso: é o ângulo de amplitude igual a 180°.
Ângulo côncavo: é o ângulo de amplitude maior que 180° e menor que 360°.
Ângulo giro: é o ângulo de amplitude igual a 360°.
1.0.2. Triângulos
Definição: Triângulo é a figura geométrica que ocupa o espaço interno limitado por três
linhas rectas que concorrem (que se cruzam), duas a duas, em três pontos diferentes
formando três lados e três ângulos
Vértices: os pontos A, B e C.
Os triângulos podem ser classificados conforme as relações entre seus lados ou entre seus
ângulos.
Quanto aos seus lados, os triângulos podem ser: equiláteros, isósceles e escalenos.
Triângulos Isósceles: é um triângulo que possui pelo menos dois lados de mesma medida.
Assim pode se concluir que todo triângulo equilátero é, consequentemente, um caso especial
de triângulo isósceles, que apresenta não somente dois, mas todos os lados congruentes.
Triângulo Escaleno: é um triângulo que as medidas dos três lados são diferentes. Assim, os
ângulos internos de um triângulo escaleno também possuem medidas diferentes.
Triângulo obtusângulo: é o triângulo que possui um ângulo obtuso e dois ângulos agudos
Triângulo rectângulo: é aquele que possui um ângulo recto (ângulo de 90°). Os outros dois
ângulos são ângulos agudos, e são complementares (ou seja, sua soma é igual a 90°).
O Teorema de Pitágoras
“Num triângulo rectângulo o quadrado da medida da hipotenusa é igual à soma dos
quadrados das medidas dos catetos”.
4
𝒂𝟐 = 𝒃𝟐 + 𝒄𝟐
̅̅̅̅
𝐴𝐶 𝑏
Pela figura 10, tem-se; cos 𝛼 = ̅̅̅̅ =𝑎
𝐵𝐶
Alguns ângulos devido ao seu uso constante, merecem um estudo especial. É o caso dos
ângulos que medem 𝟑𝟎°; 𝟒𝟓° e 𝟔𝟎°.
Para os ângulos de 30° e 60°, vamos considerar um triângulo equilátero qualquer. Sabe-se
que este tipo de triângulo os três ângulos internos têm iguais (medem 60°). A altura ℎ traça
a partir de um dos vértices coincide com a bissectriz e com a mediana relativo à esse
vértice.
𝑙 2
ℎ2 + ( ) = 𝑙 2
2
2 2
𝑙2 2
3𝑙 2 √𝟑
ℎ =𝑙 − ⟺ℎ = ⟺𝒉= 𝑙
4 4 𝟐
𝑙 √3
𝑙 1 1 𝑙 √3
sin 30° = 2 = ∙ = sin 60° = 2 =
𝑙 2 𝑙 2 𝑙 2
√3 𝑙
𝑙 √3 1
cos 30° = 2 = 2
cos 60° = =
𝑙 2 𝑙 2
6
𝑙 √3
𝑙 2 1 √3 𝑙
tg 30° = 2 = ∙ = = tg 60° = 2 = √3
√3 2 √3𝑙 √3 3 𝑙
𝑙 2
2
√3 𝑙
𝑙 √3 2 √3
cotg 30° = 2 = 𝑙 ∙ = √3 cotg 60° = 2 =
𝑙 2 𝑙 √3 3
2 𝑙
2
Para o ângulo de 𝟒𝟓°, vamos considerar um triângulo rectângulo isósceles ABC cujos
catetos medem 𝑙 e hipotenusa mede 𝑥. Confira a figura:
𝑥 2 = 𝑙2 + 𝑙2
𝑥 2 = 2𝑙 2
𝒙 = √𝟐𝒍
𝑙 1 √2 𝑙
sin 45° = = = tg 45° = = 1
√2𝑙 √2 2 𝑙
𝑙 1 √2 𝑙
cos 30° = = = cotg 45° = = 1
√2𝑙 √2 2 𝑙
1 √3 √3
𝟑𝟎° √3
2 2 3
√2 √2
𝟒𝟓° 1 1
2 2
√3 1 √3
𝟔𝟎° √3
2 2 3
7
Dois ângulos são complementares quando a soma entre eles é igual a 90°.
Por exemplo os ângulos de 30° e 60° são complementares, porque, 30° + 60° = 90°.
Observando atenciosamente a tabela acima, consta-se:
sin(90° − 𝑥) = cos 𝑥
cos(90° − 𝑥) = sin 𝑥
sin 𝛼
tg 𝛼 =
cos 𝛼
1 cos 𝛼
cotg 𝛼 = =
tg 𝛼 sin 𝛼
1
sec 𝛼 =
cos 𝛼
1
cossec 𝛼 =
sin 𝛼
𝐬𝐢𝐧𝟐 𝜶 + 𝐜𝐨𝐬𝟐 𝜶 = 𝟏
Demonstração
8
𝑏
cos 𝛼 = 𝑎 ⟹ 𝑏 = 𝑎. cos 𝛼 (II)
𝑎2 = 𝑎2 . sin2 𝛼 + 𝑎2 . cos 2 𝛼
𝑎2 = 𝑎2 . (sin2 𝛼 + cos 2 𝛼)
𝑎2
= sin2 𝛼 + cos2 𝛼 Assim tem-se:
𝑎2
𝐬𝐢𝐧𝟐 𝜶 = 𝟏 − 𝐜𝐨𝐬𝟐 𝜶
𝐜𝐨𝐬𝟐 𝜶 = 𝟏 − 𝐬𝐢𝐧𝟐 𝜶
𝟏 + 𝐭𝐚𝐧𝟐 𝜶 = 𝐬𝐞𝐜 𝟐 𝜶
𝟏 + 𝐜𝐨𝐭𝐠 𝟐 𝜶 = 𝐜𝐨𝐬𝐬𝐞𝐜 𝟐 𝜶
sin2 𝛼 cos 2 𝛼 1
+ =
cos 𝛼 cos 𝛼 cos 2 𝛼
2 2
𝐭𝐚𝐧𝟐 𝜶 + 𝟏 = 𝐬𝐞𝐜 𝟐 𝜶
Do mesmo modo que no caso anterior, agora dividimos por 𝐬𝐢𝐧𝟐 𝜶, vem:
sin2 𝛼 cos2 𝛼 1
+ =
sin 𝛼 sin 𝛼 sin2 𝛼
2 2
𝟏 + 𝐜𝐨𝐭𝐠 𝟐 𝜶 = 𝐜𝐨𝐬𝐬𝐞𝐜 𝟐 𝜶
9
Exercícios resolvidos
a) O valor de ̅̅̅̅
𝐴𝐸 ;
̅̅̅̅ ;
b) O valor de 𝐶𝐸
c) O valor de ̅̅̅̅
𝐷𝐸 ;
d) O valor de senα , cosα , tgα; cotgβ; secβ
Resolução
a) O valor de ̅̅̅̅
𝐴𝐸 :
No triângulo rectângulo AED, é conhecido a medida do cateto AD que é 10 e dos ângulo
agudos, logo podemos usar a razão tangente.
̅̅̅̅
𝐴𝐷 10 10 10√3
tg 60° = ⟺ √3 = ⟺ ̅̅̅̅
𝐴𝐸 = =
̅̅̅̅
𝐴𝐸 ̅̅̅̅
𝐴𝐸 √3 3
b) O valor de ̅̅̅̅
𝐶𝐸 :
O segmento CE é a hipotenusa do triângulo rectângulo EBC, logo pelo Teorema de
Pitágoras, temos:
̅̅̅̅ ̅̅̅̅ 2 + ̅̅̅̅
𝐶𝐸 2 = 𝐵𝐶 𝐸𝐵 2 ⟺ ̅̅̅̅
𝐶𝐸 2 = 102 + 32
̅̅̅̅ 2 = 109
⟺ 𝐶𝐸
⟺ ̅̅̅̅
𝐶𝐸 = √109
c) O valor de ̅̅̅̅
𝐷𝐸 :
̅̅̅̅
𝐴𝐷 √3 10 20√3
cos 30° = ⟺ = ⟺ ̅̅̅̅
𝐴𝐸 =
̅̅̅̅
𝐷𝐸 2 ̅̅̅̅
𝐴𝐸 3
̅̅̅̅
𝐵𝐸 3√109
cos 𝛼 = ⟺ sin 𝛼 =
̅̅̅̅
𝐶𝐸 109
̅̅̅̅
𝐵𝐶 10
tg 𝛼 = ⟺ tg 𝛼 =
̅̅̅̅
𝐵𝐸 3
̅̅̅̅
𝐵𝐶 10
cotg 𝛽 = = tg 𝛼 =
̅̅̅̅
𝐵𝐸 3
1 1
sec 𝛽 = ⟺ sec 𝛽 =
cos 𝛽 ̅̅̅̅
𝐵𝐶
̅̅̅̅
𝐶𝐸
̅̅̅̅
𝐶𝐸
⟺ sec 𝛽 =
̅̅̅̅
𝐵𝐶
√109
⟺ sec 𝛽 =
10
2. Um edifício é observado de um ponto A sob
4
um ângulo cuja a tangente é 5. O mesmo edifício
Resolução
ℎ
tg 𝛼 =
̅̅̅̅
8 𝑚 + 𝐵𝐶
4
Como tg 𝛼 = 5, então:
ℎ 4
̅̅̅̅
= ⟺ 5ℎ = 32 𝑚 + 4𝐵𝐶 (1)
̅̅̅̅ 5
8 𝑚 + 𝐵𝐶
ℎ ℎ
tg 45° = ⟺1= ̅̅̅̅
⟺ ℎ = 𝐵𝐶 (2)
̅̅̅̅
𝐵𝐶 ̅̅̅̅
𝐵𝐶
11
5ℎ = 32 𝑚 + 4ℎ ⟺ 5ℎ − 4ℎ = 32 𝑚 ⟺ ℎ = 32 𝑚
Exercícios propostos
3. Uma mulher sobe numa mesa quando vê um rato no chão. A altura da mesa é de 50
cm e a altura da mulher é de 1,50 m. O rato se encontra parado, rindo da cara dela, à
5 metros da mesa. Calcule a distância dos olhos da mulher ao rato.
4. Um poste de luz de 5 metros de altura produz uma sombra no chão de 8 metros. Qual
a distância da ponta do poste à ponta da sombra deste no chão?
5. Uma escada faz um ângulo de 30° com a parede vertical ao tocar o topo distante de
6 metros do solo. Determine o comprimento da escada.
6. Uma pessoa está na margem de um rio onde existem duas árvores B e C, na outra
margem, em frente a B, existe outra árvore A, vista de C segundo um ângulo de 30º,
com relação a B. Se a distância de B a C é de 150𝑚, qual é a largura do rio?
7. Uma pessoa de 1,64 m de altura observa o topo de uma árvore sob ângulo de 30º com
a horizontal. Conhecendo a distância de 6,0 m do observador até a árvore. Calcular
a altura da árvore. Considere 𝑡𝑔30º = 0,58.
12
9. Calcular a altura de uma torre vista sob um ângulo de 60° por um observador com
1,80 m de altura que se encontra a 10 m do centro da base dessa torre, conforme a
figura abaixo.
𝟏
10. Dado 𝐬𝐢𝐧 𝜶 = 𝟐 determine as outras razões trigonométricas sabendo que 𝛼 é um
ângulo agudo.
13
figura
14
4.6.1-Introdução
As propriedades estudas até agora valem somente para triângulos rectângulos. Doravante
vamos apresentar as propriedades que são válidas para quaisquer triângulos, sejam triângulos
rectângulos ou não.
Ângulos suplementares
Dois ângulos são suplementares se a soma das suas amplitudes é igual a 180°.
𝐬𝐢𝐧(𝟏𝟖𝟎° − 𝒙) = 𝐬𝐢𝐧 𝒙
√3
sin 𝑥 = sin 60° =
2
√3
sin(180° − 60°) = sin 60° ⟺ sin(120°) = sin 60° =
2
Os valores dos cossenos de dois ângulos suplementares diferem apenas no sinal, isto é;
𝐜𝐨𝐬(𝟏𝟖𝟎° − 𝒙) = − 𝐜𝐨𝐬 𝒙
√2
cos 𝑥 = cos 45° = 2
√2
cos(180° − 45°) = − cos 45° ⟺ cos(135°) = − cos 45° = − 2
15
A lei dos senos determina que num triângulo qualquer, a relação do seno de um ângulo é
sempre proporcional à medida do lado oposto a esse ângulo.
Esse teorema demonstra que num mesmo triângulo as razões entre os valores dos lados e os
senos dos respectivos ângulos opostos são sempre constante (iguais).
Assim, para um triângulo ABC de lados 𝑎, 𝑏, 𝑐, a Lei dos Senos admite as seguintes relações:
𝒂 𝒃 𝒄
= =
̂
𝐬𝐢𝐧 𝐀 ̂
𝐬𝐢𝐧 𝐁 𝐬𝐢𝐧 𝐂̂
Demonstração
̅̅̅̅
𝐶𝐻
△ CAH: sin 𝐴̂ = ⟹ ̅̅̅̅
𝐶𝐻 = 𝑏 sin 𝐴̂
𝑏
̅̅̅̅ }
̂ 𝐶𝐻 ̅̅̅̅ ̂
△ CBH: sin 𝐵 = 𝑎 ⟹ 𝐶𝐻 = 𝑎 sin 𝐵
𝑎 𝑏
⟺ 𝑎 sin 𝐵̂ = 𝑏 sin 𝐴̂ ⟺ =
̂
sin A ̂
sin B
𝑏 𝑐
Procedendo-se de forma análoga, obtemos: ̂
= ̂
sin B sin C
𝒂 𝒃 𝒄
Podemos escrever então: ̂
= ̂
= ̂
𝐬𝐢𝐧 𝑨 𝐬𝐢𝐧 𝑩 𝐬𝐢𝐧 𝑪
̅̅̅̅
𝐶𝐻
△ CAH: sin(180° − 𝐴̂) = sin 𝐴̂ = ̅̅̅̅ = 𝑏 sin 𝐴̂
⟹ 𝐶𝐻
𝑏
̅̅̅̅ }
𝐶𝐻 ̅̅̅̅ = 𝑎 sin 𝐵̂
△ CBH: sin 𝐵̂ = 𝑎 ⟹ 𝐶𝐻
𝑎 𝑏
⟺ 𝑎 sin 𝐵̂ = 𝑏 sin 𝐴̂ ⟺ =
̂
sin A ̂
sin B
16
𝑏 𝑐
Procedendo-se de forma análoga, obtemos: ̂
= ̂
sin B sin C
𝒂 𝒃 𝒄
Podemos escrever então: ̂
= ̂
= ̂
𝐬𝐢𝐧 𝑨 𝐬𝐢𝐧 𝑩 𝐬𝐢𝐧 𝑪
𝑏 𝑏
sin 𝐵̂ = 𝑎 ⟹ 𝑎 =
sin 𝐵̂ 𝑏 𝑐
𝑐 𝑐
⟺ =
̂ sin 𝐶
sin 𝐵 ̂
sin 𝐶̂ = ⟹ 𝑎 =
𝑎 sin 𝐶̂ }
𝑎 𝑎 𝑏 𝑐
Por outro lado, sin 𝐴̂ = sin 90° = 1; 1
= sin 𝐴̂
e 𝑎 = sin 𝐵̂ = sin 𝐶̂ , então:
𝑎 𝑏 𝑐
= =
sin 𝐴̂ sin 𝐵̂ sin 𝐶̂
Como pudemos nos três casos acima, a lei dos senos é válida para qualquer tipo de triângulo,
quer seja, acutângulo, obtusângulo ou rectângulo. Porém aplicamos mais este teorema nos
triângulos acutângulos e nos triângulos obtusângulos, principalmente nas situações em que
são conhecidos pelo menos as medidas dois ângulos internos e um lado do triângulo.
Resolução
O perímetro é a soma dos lados de uma figura
geométrica. No nosso caso temos:
𝑃 = 10 𝑐𝑚 + 𝑏 + 𝑐
Pela lei dos senos, temos:
10 𝑏 𝑐
= = ;
sin 𝐴̂ sin 𝐵̂ sin 𝐶̂
Dados: 𝐴̂ = 30° ; 𝐶̂ = 120°; 𝐵̂ = 30°, então:
𝑏 10
= ⟺ 𝑏 = 10 𝑐𝑚
sin 30° sin 30°
10 𝑐 𝑐 10
= ⟺ = ⟺ 𝑐 = 10√3 𝑐𝑚
sin 30° sin 120° √3 1
2 2
Portanto,
𝑃 = 10 𝑐𝑚 + 10 𝑐𝑚 + 10√3 𝑐𝑚 ⟺ 𝑃 = (20 + 10√3) 𝑐𝑚 𝑐 ≈ 37 𝑐𝑚
17
Exercícios:
1.(UFPB) A prefeitura de certa cidade vai construir, sobre um rio que corta essa cidade, uma
ponte que deve ser reta e ligar dois pontos, A e B, localizados nas margens opostas do rio.
Para medir a distância entre esses pontos, um topógrafo localizou um terceiro ponto, C,
distante 200 m do ponto A e na mesma margem do rio onde se encontra o ponto A. Usando
um teodolito (instrumento de precisão para medir ângulos horizontais e ângulos verticais,
muito empregado em trabalhos topográficos), o topógrafo observou que os ângulos 𝐵𝐴̂𝐶 e
𝐴𝐶̂ 𝐵 mediam, respectivamente, 30º e 105º, conforme ilustrado na figura a seguir.
Com base nessas informações, calcule, em metros, a distância que deverá ter a ponte
(distância do ponto A ao ponto B).
2. (Mackenzie – SP) Três ilhas A, B e C aparecem num mapa em escala 1:10000, como na
figura. Das alternativas, a que melhor aproxima a distância entre as ilhas A e B é:
a) 2,3 km
b) 2,1 km
c) 1,9 km
d) 1,4 km
e) 1,7 km
18
̂
𝒂𝟐 = 𝒃𝟐 + 𝒄𝟐 − 𝟐𝒃𝒄 ∙ 𝐜𝐨𝐬 𝑨
̂
𝒃𝟐 = 𝒂𝟐 + 𝒄𝟐 − 𝟐𝒂𝒄 ∙ 𝐜𝐨𝐬 𝑩
̂
𝒄𝟐 = 𝒂𝟐 + 𝒃𝟐 − 𝟐𝒂𝒃 ∙ 𝐜𝐨𝐬 𝑪
ou
𝒂𝟐 = 𝒃𝟐 + 𝒄𝟐 − 𝟐𝒃𝒄 ∙ 𝐜𝐨𝐬 𝜶
𝒃𝟐 = 𝒂𝟐 + 𝒄𝟐 − 𝟐𝒂𝒄 ∙ 𝐜𝐨𝐬 𝜷
𝒄𝟐 = 𝒂𝟐 + 𝒃𝟐 − 𝟐𝒂𝒃 ∙ 𝐜𝐨𝐬 𝝋
Demonstração
I) Seja o tri ângulo acutângulo ABC, e ℎ a medida da altura CH relativa ao lado AB,
conforme a figura abaixo
△ BCH: a2 = ℎ2 + (𝑐 − 𝑚)2
}
△ ACH: h2 = 𝑏 2 − 𝑚2
⟺ a2 = 𝑏 2 − 𝑚2 + 𝑐 2 − 2𝑐𝑚 + 𝑚2
⟺ a2 = 𝑏 2 + 𝑐 2 − 2𝑐𝑚
𝑚 ̂.
Ainda pelo △ ACH, temos: cos 𝐴̂ = 𝑏
⟹ 𝑚 = 𝑏 cos 𝐴
̂
Assim: 𝐚𝟐 = 𝒃𝟐 + 𝒄𝟐 − 𝟐𝒃𝒄 ∙ 𝐜𝐨𝐬 𝑨
De forma análoga pode-se chegar nas relações:
̂
̂ e 𝐜 𝟐 = 𝒂𝟐 + 𝒃𝟐 − 𝟐𝒂𝒃 ∙ 𝐜𝐨𝐬 𝑪
𝐛𝟐 = 𝒂𝟐 + 𝒄𝟐 − 𝟐𝒂𝒄 ∙ 𝐜𝐨𝐬 𝑩
II) Consideremos um triângulo obtusângulo ABC, obtuso em A e ℎ a medida da altura CH
relativa ao lado AB, conforme a figura abaixo.
△ BCH: a2 = ℎ2 + (𝑐 + 𝑚)2
}
△ ACH: h2 = 𝑏 2 − 𝑚2
⟺ a2 = 𝑏 2 − 𝑚2 + 𝑐 2 + 2𝑐𝑚 + 𝑚2
19
⟺ a2 = 𝑏 2 + 𝑐 2 + 2𝑐𝑚
𝑚 ̂.
Ainda pelo △ ACH, temos: cos (180° − 𝐴̂) = −cos 𝐴̂ = 𝑏 ⟹ 𝑚 = −𝑏 cos 𝐴
̂
Assim: 𝐚𝟐 = 𝒃𝟐 + 𝒄𝟐 − 𝟐𝒃𝒄 ∙ 𝐜𝐨𝐬 𝑨
̂
̂ e 𝐜 𝟐 = 𝒂𝟐 + 𝒃𝟐 − 𝟐𝒂𝒃 ∙ 𝐜𝐨𝐬 𝑪
𝐛𝟐 = 𝒂𝟐 + 𝒄𝟐 − 𝟐𝒂𝒄 ∙ 𝐜𝐨𝐬 𝑩
III) No caso de um triângulo ABC, rectângulo em A por exemplo, como 𝐜𝐨𝐬 𝟗𝟎° = 𝟎,
verifica-se que a igualdade 𝐚𝟐 = 𝒃𝟐 + 𝒄𝟐 − 𝟐𝒃𝒄 ∙ 𝐜𝐨𝐬 𝟗𝟎°, reduz-se à expressão do
Teorema de Pitágoras, 𝐚𝟐 = 𝒃𝟐 + 𝒄𝟐 . Para cada um dos ângulos agudos do triângulo, as
relações de 𝑏 e 𝑐, poderíam ser demonstradas conforme as demonstracção do caso I.
Portanto, como pudemos perceber nos três casos, em qualquer triângulo, quer seja
acutângulo, rectângulo ou obtusângulo, a lei dos cossenos é aplicável, desde que se conheça
a medida de dois ângulos, o cosseno do ângulo por eles formado e/ou a medida da amplitude
do ângulo entre eles.
Resolução
2 1
̂ ⟺ cos B
32 = 22 + (√7) − 2 ∙ 2 ∙ √7 ∙ cos B ̂= ̂ = 0,19 ⟺ B
⟺ cos B ̂ = 79°
2√7
3 √7 √3 3√3
= ̂ =3∙
⟺ √7 ∙ sin B ̂=
⟺ sin B ̂ ≅ 0,98 ⟺ B
⟺ sin B ̂ = 79°
̂ sin 60°
sin B 2 2√7
20
Exercícios
a) b) c)
1. Adição de ângulos
tan 𝑎 ± tan 𝑏
tan(𝑎 ± 𝑏) =
1 ∓ tan 𝑎 . tan 𝑏
21
𝑝+𝑞 𝑝−𝑞
sin 𝑝 + sin 𝑞 = 2. sin ( ) . cos ( )
2 2
𝑝−𝑞 𝑝+𝑞
sin 𝑝 − sin 𝑞 = 2. sin ( ) . cos ( )
2 2
𝑝+𝑞 𝑝−𝑞
cos 𝑝 + cos 𝑝 = 2. cos ( ) . cos ( )
2 2
𝑝+𝑞 𝑝−𝑞
cos 𝑝 − cos 𝑞 = −2. sin ( ) . sin ( )
2 2
cos(𝑝 − 𝑞) − cos(𝑝 + 𝑞)
sin 𝑝 ∙ sin 𝑞 =
2
cos(𝑝 − 𝑞) + cos(𝑝 + 𝑞)
cos 𝑝 ∙ cos 𝑞 =
2
sin(𝑝 + 𝑞) + sin(𝑝 − 𝑞)
sin 𝑝 ∙ cos 𝑞 =
2
sin(𝑝 + 𝑞) − sin(𝑝 − 𝑞)
cos 𝑝 ∙ sin 𝑞 =
2
= 1 − 2 sin2 𝛼
= 2 cos2 𝛼 − 1
22
Consideremos o seguinte problema: suponho que determinado restaurante ofereça aos seus
clientes os seguintes pratos:
Para determinar todas as possibilidades de fazer uma refeição que tenha um tipo de sopa,
um de carne e um de massa, sem que haja repetição, vamos utilizar um esquema chamado
diagrama de árvore. Recebe esse nome pelas ramificações que lembram galhos de uma
árvore. Veja:
𝑀1
𝑀2
𝐶1
𝑀3
𝑆1
𝑀1
𝐶2
𝑀2
𝑀3
23
𝑀1
𝑀2
𝐶1
𝑀3
𝑆2
𝑀1
𝐶2
𝑀2
𝑀3
Pelo diagrama, percebe-se que há duas possibilidades para a escolha de um tipo de sopa
(𝑠1 𝑒 𝑠2 ). Após essa escolha surge duas possibilidades para a escolha do tipo de carne
(𝑐1 𝑜𝑢 𝑐2 ). Com essas duas escolhas surge três outras possibilidades para a escolha de um
tipo de massa (𝑀1 𝑜𝑢 𝑀2 𝑜𝑢 𝑀3 ). Assim, com essas três sucessivas escolhas pelo diagrama
de árvore, vemos doze possibilidades de fazer uma refeição que tenha um tipo de sopa, um
de carne e um de massa, sem que haja repetição.
𝑘1 ⋅ 𝑘2 ⋅ 𝑘3 ⋅ … ⋅ 𝑘𝑛
𝑛 = 3 (etapas)
Exercícios
1) Uma pessoa despõe de 6 calças, 4 paletós e 10 camisas destintas entre si. De quantas
maneiras diferentes ela pode se vestir?
Resolução
Resolução:
Diferente do enunciado do exercício anterior, esse não exige que utilizemos os algarismos
uma única vez. Deste modo, os números tais como 111, 3388 𝑜𝑢 1922 podem ser
contabilizados.
Deste modo devemos preencher com um algarismo cada uma das casas do diagrama:
O número de possibilidade para cada casa é cinco (uma vez que podemos usar o mesmo
algarismo para preencher o diagrama).
5 5 5
Assim, pelo princípio fundamental de contagem, temos que o total de números que podem
ser formados é 5 ⋅ 5 ⋅ 5 = 125
3) Quantos números de três algarismos distintos podem ser formados com os algarismos
0, 1, 2, 6 𝑒 8 ?
Resolução
Para o algarismo das centenas: temos 4 possibilidade, uma vez que o algarismo 0
(zero) não pode ocupar a casa das centenas (lembre-se por exemplo, de que o número
034 é, na verdade, o número 34 ).
A escolha do algarismo das dezenas: temos 4 possibilidades, pois podemos incluir o
zero, mas devemos excluir o algarismo já escolhido para a centena.
A escolha do algarismo das unidades. Temos 3 possibilidades, pois devemos escolher
um algarismo diferente dos dois anteriores.
4 4 3
Pelo princípio fundamental de contagem, temos que o total de números que podem ser
formados é:
4 ⋅ 4 ⋅ 3 = 48
4) Duas linhas de ónibus vão de cada cidade 𝐴 para uma cidade 𝐵 e três vão da cidade
𝐵 para outra cidade 𝐶. De quantos modos diferentes um ónibu dessas linhas podem
ir de 𝐴 para 𝐶, passando por 𝐵 ?
5) Um shopping center possui 4 portas de entrada para o andar térreo, 5 escadas rolantrs
ligando o térreo ao primeiro pavimento e 3 elevadores que conduzem do primeiro
para o segundo pavimento. De quantas maneiras diferentes uma pessoa, partindo de
fora do shopping center pode atingir o segundo pavimento usando os acessos
mencionados?
6) De quantos modos distintos André e Bia podem se sentar em uma sala com 20
cadeiras?
7) Uma prova é constituída de 12 (testes) perguntas do tipo: verdadeiro ou falso.
Quantas as opções para resolver tal prova?
8) Quantos números naturais de quatro algarismos podem ser formados com os
algarismos 3, 4, 5, 6, 7, 8 𝑒 9 ?
9) Quantos números naturais de três algarismos distintos podem ser formados com os
algarismos 1, 2, 6, 8 𝑒 9 ?
26
10) Quantos números naturais de cincos algarismos distintos podem ser formados com
os algarismos 0, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 𝑒 9 ?
11) Com os dígitos 1, 2, 3, 4, 6, 𝑒 8 podem-se formar 𝑥 números impares, com três
algarismos destintos cada um. Determine 𝑥.
12) Com os números 0, 1, 2, 3, 4, 5 quantos números de três algarismos posso formar ?
a) Quantos números distintos de três algarismos posso formar?
b) Quantos números ímpares de três algarismos posso formar?
c) Quantos números ímpares de três algarismos distinto posso formar?
13) De quantos modos distintos 6 mulheres e 4 homens podem assumir o 1º, 2º, 𝑒 3º
lugares numa prova de atletismo ?
a) Sabendo que uma mulher foi a campeão?
14) A senha de um cadeado é formado por uma sequência de quatro letras, escolhidas
das 26 letras do alfabeto.
a) Quantas senhas podemos formar?
b) Quantas senhas com quatro letras distintas podemos formar?
c) Quantas senhas começando por vogal podem ser formadas?
d) Quantas senhas de letras distintas podem ser formadas começando e
terminando por vogal?
Definição: chama-se factorial de um número ao produto desse número por seus antecessores
até à unidade.
𝒏! = 𝒏 ⋅ (𝒏 − 𝟏) ⋅ (𝒏 − 𝟐) ⋅ … ⋅ 𝟑 ⋅ 𝟐 ⋅ 𝟏
Exemplos:
a) 5! = 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 = 120
b) 3! = 3 ⋅ 2 ⋅ 1 = 6
c) 2! = 2 ⋅ 1 = 2
1º) 1! = 1
2º) 0! = 1
27
Exemplos:
a) 5! = 5 ⋅ ⏟
4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 = 5 ⋅ 4!
4!
b) 8! = 8 ⋅ 7 ⋅ ⏟
6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 2 ⋅ 1 = 5 ⋅ 7 ⋅ 6!
6!
8! 8 ⋅ 6 ⋅ 7 ⋅ 6 ⋅ 5!
𝑎) = = 336
5! 5!
(𝑛 − 1)! (𝑛 − 1) ⋅ (𝑛 − 2) ⋅ (𝑛 − 3)!
𝑏) = = (𝑛 − 1) ⋅ (𝑛 − 2)
(𝑛 − 3)! (𝑛 − 3)!
2.2.2. Aproximação de Sterling para 𝒏!
O valor de 𝑛! Pode ser calculado por multiplicações repetidas. Se 𝑛 for muito grande, dado
que teremos que Efectuar um elevado número de multiplicações, utiliza-se uma fórmula que
nos dá um valor aproximado de 𝑛!, e oque se da o nome de fórmula de Sterling, dada por:
𝟏 𝒏
𝒏! = √𝟐𝝅𝒏 ⋅ 𝒏𝒏 ⋅ ( ) = √𝟐𝝅𝒏 ⋅ 𝒏𝒏 ⋅ 𝒆−𝒏 ⋅
𝒆
Resolução:
10! = 10 ⋅ 9 ⋅ 8 ⋅ 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 3 ⋅ 1 = 3628800
1 1
log 𝑛 ≈ (1,30103) + (0,497150) + 10(1) − 10(0,434295)
2 2
28
log 𝑛 ≈ 6,55614
𝑛 = 106,55614 ⇔ 𝑥 = 3598653,23
Exercícios
2.3. Permutação
𝑷𝒏 = 𝒏(𝒏 − 𝟏)(𝒏 − 𝟐) ∙ … ∙ 𝟏 = 𝒏! ⟺ 𝑷𝒏 = 𝒏!
Exercícios
Solução:
Observe que em cada agrupamento participariam todos os números. Por exemplo, um dos
números é 543. Mudando a ordem, obtemos 435.
𝑷𝟑 = 𝟑! = 𝟑 ∙ 𝟐 ∙ 𝟏 = 𝟔
30
Solução:
O primeiro carro tem 6 opções para estacionar, o seguindo 5, o terceiro 4, o quarto 3, o quinto
2 e o sexto apenas 1. Logo, as probabilidades são em número de:
𝑷𝟔 = 𝟔! = 𝟔 ∙ 𝟓 ∙ 𝟒 ∙ 𝟑 ∙ 𝟐 ∙ 𝟏
3. Dada a palavra ESCOLA.
a) Quantos anagramas podemos formar?
b) Quantos anagramas começam com “E” e terminam com “A”?
c) Quantos anagramas começam por vogal?
d) Quantos anagramas têm as letras ES juntas?
e) Quantos anagramas têm as letras ES juntas em qualquer ordem?
Resolução:
4 3 2 1
𝑷𝟒 = 𝟒! = 𝟒 ∗ 𝟑 ∗ 𝟐 ∗ 𝟏 = 𝟐𝟒
c) A palavra ESCOLA tem três vogais e três consoantes. Assim devemos começar
pela primeira casa onde há restrição. Então, temos:
ES
5 4 3 2 1
31
Essa nova ferramenta, como o nome indica, ao contrário das permutações simples, lida
com elementos que repetem. Isto é, busca formar filas ou sequências com elementos
repetidos mas recordando sempre “todos elementos em questão ser utilizados”.
Tomemos como exemplo os possíveis anagramas com a palavra ANA. Vamos a título de
ilustração diferenciar os A’s que aparecem nessa palavra. O primeiro será A1 e o segundo
A2. De modo que os A’s se tornem diferentes. Assim, se todas as letras fossem diferentes
teríamos 𝑷𝟑 = 𝟑! = 𝟔 anagramas diferentes. São eles:
A1 N A2
A2 N A1
N A1 A2
Seis anagramas com dois A’s diferentes.
N A2 A1
A1 A2 N
A2 A1 N
32
Na verdade, a diferenciação dos A’s não existe. Ao trocarmos os A’s de posição não
formamos um novo anagrama. Assim ao invés de 6 temos 3 anagramas com a palavra
ANA.
Isso acontece porque ao permutar os A’s não geraram novo anagrama. Assim, houve uma
duplicação e para acharmos a resposta correta temos que dividir o resultado 6 por 2!
𝟔! (𝟐)
Observe: = 𝟑. Assim, indicaremos este resultado por: 𝑷𝟑 que quer dizer: Permutação
𝟐!
(𝒂,𝒃,𝒄,𝒅… ) 𝒏!
𝑷𝒏 =
𝒂! ∙ 𝒃! ∙ 𝒄! ∙ 𝒅! …
Exercícios:
Resolução:
A palavra BATATA possui 6 letras, sendo que as letras A e T aparecem repetidos cada
uma duas vezes. Deste modo teremos:
(𝟐,𝟐) 𝟔! 𝟔∙𝟓∙𝟒∙𝟑∙𝟐!
𝑷𝟔 = 𝟐!∗𝟐! = = 𝟔𝟎 anagramas
𝟐∙𝟏∙𝟐!
b) BORBOLETA
(𝟐,𝟐) 𝟗! 𝟗 ∙ 𝟖 ∙ 𝟕 ∙ 𝟔 ∙ 𝟓 ∙ 𝟒 ∙ 𝟑 ∙ 𝟐!
𝑷𝟗 = =
𝟐! ∙ 𝟐! 𝟐∙𝟏∙𝟐
2. De quantos modos podemos dispor 15 objetos em fila sabendo que existem três tipos
de objetos que representam 2, 3 e 4 vezes respetivamente?
3. Calcule o número de anagramas em cada uma das seguintes palavras:
a) PROBABILIDADE
b) CONCOMITANTEMENTE
c) OTORRINOLARINGOLOGIA
33
Solução:
𝐹𝑖𝑔1 𝐹𝑖𝑔2
A D 𝐹𝑖𝑔3 C 𝐹𝑖𝑔4 B
D B C A B D A C
C B A D
Para a matemática, permutação circular não considera nenhum referencial externo. O único
referencial de posicionamento são os próprios elementos envolvidos.
𝟒! = 𝟒 ∙ 𝟑 ∙ 𝟐 ∙ 𝟏 = 𝟐𝟒
Mas aí a gente percebe que para cada uma dessas configurações tem outros equivalentes,
isto quer dizer que cada configuração foi contada 4 vezes. Na verdade o que encontramos é
o número total de casos que deveríamos encontrar mas por causa das configurações que
são iguais, acabamos contando demais. Então para corrigir esse erro temos que dividir 4!
Por 4, logo temos:
𝟒! 𝟒 ∙ 𝟑!
= = 𝟑! = 𝟔 (Possibilidades)
𝟒 𝟒
Para generalizar este caso, temos o que chamamos permutação circular que vamos
representar por:
𝟒! 𝟒 ∗ 𝟑!
𝑷𝑪𝟒 = = = 𝟑!
𝟒 𝟒
34
𝒏! 𝒏(𝒏 − 𝟏)!
𝑷𝑪𝒏 = = = 𝑷𝑪𝒏 = (𝒏 − 𝟏)!
𝒏 𝒏
Definição:
𝑷𝒄 = (𝒏 − 𝟏)!
Solução:
2- Duas amigas e 3 (três) amigos vão despor-se em forma de círculo. De quantas formas
podem fazer isso se:
a) As amigas devem ficar juntas?
b) As amigas não devem ficar juntas?
Solução:
B
E
C
D
Porém há duas possibilidades dessas amigas se sentarem juntas (ou B fica a direita de C ou
B fica a esquerda de C e vice-versa). Assim temos 2!.
𝑃𝑐𝑛 = (𝑛 − 1)!
2! ∙ 𝑃𝑐4 = 2! ∙ (4 − 1)!
35
= 2! 3!
= 2.3.2.1
= 12 𝑚𝑎𝑛𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠
24 − 12 = 12 𝑚𝑎𝑛𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠
2.4. Arranjos
Em matemática arranjos são as várias maneiras que se pode formar um certo número de
quantidade, resumindo os em qualquer ordem, duas a duas, três, etc.
Isso quer dizer que, arranjos são agrupamentos formados com 𝑝 elementos de forma que
os 𝑝 elementos sejam destintos entre si pela ordem ou pela natureza.
Temos 𝑛 elementos dos quais queremos tomar 𝑝. Este é um problema equivalente a termos
𝑛 objectos com os quais queremos preencher 𝑝 lugares:
𝑳𝟏 𝑳𝟐 𝑳𝟑 𝑳𝒑
𝒑 𝒏!
𝑨𝒏,𝒑 = 𝑨𝒏 =
(𝒏 − 𝒑)! , com 𝑛 ≤ 𝑝 e lê-se “arranjos de 𝑛, 𝑝 a 𝑝 ou tomados 𝑝 a 𝑝”.
NOTA: Toda permutação é um arranjo (caso em que 𝑝 = 𝑛). Assim, para que a fórmula
acima faça sentido também nesse caso, definimos 0! = 1.
𝒏! 𝒏!
𝑨𝒏,𝒑 = = = 𝒏! = 𝑷𝒏 (𝑠𝑠𝑒 𝒑 = 𝒏)
(𝒏 − 𝒏)! 𝟎!
Exemplos:
Solução:
Com cinco algarismos (elementos), devemos formar arranjos de três elementos cada, ou
seja, calcular 𝑨𝟓,𝟑 . Então temos:
5! 5! 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2!
𝐴5,3 = 𝐴35 = = = = 60
(5 − 3)! 2! 2!
Ou
𝐴5,3 = 5 ∙ 4 ∙ 3 = 60
Solução:
𝒏! 𝟖! 𝟖. 𝟕. 𝟔. 𝟓!
𝑨𝟖,𝟑 = 𝑨𝟑𝟖 = = = = 𝟑𝟑𝟔
(𝒏 − 𝒑) 𝟓! 𝟓!
Solução:
4!
𝐴24 = = 4 ∙ 3 = 12
2!
Se a posição 𝑃3 for preenchida com o algarismo 2, existem também 12 maneiras
de se fazer o preenchimento pois só podemos utilizar os dígitos 1, 3, 4 𝑒 5.
𝟒!
𝑨𝟐𝟒 + 𝑨𝟐𝟒 = 𝟐𝑨𝟐𝟒 = 𝟐 = 𝟐𝟒
𝟐!
b) O número é ímpar?
c) O número é par ou ímpar?
8. Um grupo de pessoas é formado por cinco homens e três mulheres. Deseja se formar
filas com cinco dessas pessoas de modo que as 3 mulheres ocupem sempre as 3
primeiras posições. Assim de todas as filas possíveis, quantas obedecem essa
restrição?
9. Resolve as equações:
a) 𝐴𝑛,2 = 20
b) 𝐴𝑛,3 = 2(𝐴𝑛−1,3 + 𝐴𝑛−2,2 )
Ao resolver essa actividade podemos observar que uma mesma pessoa pode obter mais do
que um prémio, portanto, teremos de contar a sequência de três elementos (não
necessariamente diferentes) escolhidos entre os 10 amigos.
No cálculo de arranjos com repetição, todos os elementos podem aparecer repetidos em cada
grupo de 𝑝 elementos.
Exercício
1. Numa festa infantil pretende-se formar saquinhos com 5 balões cada. Temos balões
azuis, amarelos e verdes. Quantos saquinhos diferentes podemos construir?
Solução:
39
Os balões são de três cores que podem ser dispostos 5 a 5 para formar os saquinhos. Neste
caso, temos:
𝑨𝑹(𝟑,𝟓) = 𝟑𝟓 = 𝟐𝟒𝟑
Solução:
São 26 letras do alfabeto que podem ser dispostas 3 a 3 e 10 algarismos que podem ser
dispostos 4 a 4 e em seguida utilize a regra do produto:
3. Uma urna contém uma bola vermelha (V), uma bola branca (B) e uma azul (A). Uma
bola é extraída, é observada sua cor e reposta na urna. Em seguida outra bola é
extraída e observada sua cor. Quantas são as possíveis sequências de cores
observadas?
Solução:
São três bolas de três cores que podem ser disposta 2 a 2. Neste caso, temos:
𝑨𝑹(𝟑,𝟐) = 𝟑𝟑 = 𝟗
2.2.2. Combinações
Nota: formar um subconjunto a partir de um conjunto dados, não é a mesma coisa formar
filas.
Se tivéssemos o interesse de formar filas com essas três pessoas, poderíamos formar 6 filas
com duas pessoas delas. Porém, para formar grupos devemos apenas agrupar duas pessoas,
desse modo, a ordem entre elas e irrelevante (Ângela-Cláudio) e (Cláudio-Ângela) formam
o mesmo grupo. Assim, se temos 3 pessoas e desejamos formar grupo de 2 pessoas teremos
apenas 3 grupos possíveis, já que o pares (Ângela-Makiesse e Makiesse-Ângela), os pares
(Makiesse-Cláudio e Cláudio – Makiesse) também formam um único grupo. Assim ao
realizar a contagem dos grupos contamos cada grupo duas vezes de formar equivocada, por
isso corrigimos esse erro dividindo as seis filas possíveis por 2! para se chegar a resposta 3.
Analizando o exemplo acima, podemos dizer que: Combinações são gupos que diferem entre
si apenas pela natureza de seus elementos.
Exercícios:
Solução:
Observe que a ordem das pessoas em cada agrupamento não importa. Podemos então
combinar as sete pessoas, três a três, isto é, 𝑪𝟕,𝟑
7! 7 ∙ 6 ∙ 5 ∙ 4! 7∙2∙5
𝐶7,3 = ⇒ 𝐶7,3 = ⇒ 𝐶7,3 = = 35
3! (7 − 3)! 3 ∙ 2 ∙ 4! 2
Solução:
a) Para cada emissão a ordem das pessoas não importa, então, tem:
10! 10!.9.8.7.6!
𝐶(10,4) = 4!(10−4) ⟹ 𝐶(10,4) = ⟹ 𝐶(10,4) = 5.3.2.7 = 210 comissões
4!.3.2.6!
𝐶8,𝑝+2
c) 𝐶8,𝑝+1
d) 𝐶7,3 = 𝑃3 ∙ 𝐴𝑛,2
e) 5𝐶𝑛,𝑛−1 + 𝐶𝑛,𝑛−2 = 𝐴𝑛,3
f) 𝐴𝑛,4 = 48 ∙ 𝐶𝑛,3
6- Verifique que:
𝑛
𝐶𝑛,𝑝 = 𝑝 × 𝐶𝑛−1,𝑝−1 (com 1 ≤ 𝑝 ≤ 𝑛).
42
𝑛 = 0 ⟹ (𝑎 + 𝑏)0 = 1
𝑛 = 1 ⟹ (𝑎 + 𝑏)1 = 𝑎 + 𝑏
𝑛 = 2 ⟹ (𝑎 + 𝑏)2 = 𝑎2 + 2𝑎𝑏 + 𝑏 2
𝑛 = 3 ⟹ (𝑎 + 𝑏)3 = 𝑎3 + 3𝑎2 𝑏 + 3𝑎𝑏 2 + 𝑏 3
O desenvolvimento de (𝑎 + 𝑏)𝑛 para 𝑛 > 3 pode ser obtido com a aplicação dos
desenvolvimento acima e das propriedades das potências. Vejamos
Essa técnica, pode conduzir a cálculos muitos trabalhosos. Porém com aplicação do
Triângulo de Pascal e do Binómio de Newton, permitirão fazer o desenvolvimento de
(𝑎 + 𝑏)𝑛 com maior facilidade.
𝒏 𝒏!
( )= = 𝑪𝒏,𝒑
𝒑 𝒑! (𝒏 − 𝒑)!
Exemplos:
5 5! 5! 5 ∙ 4 ∙ 3!
a) ( ) = 𝐶5,2 = = = = 10
2 2! (5 − 2)! 2! 3! 2 ∙ 1 ∙ 3!
4 4! 4! 4 ∙ 3!
𝑏) ( ) = = = =4
3 3! (4 − 3)! 3! 1! 1 ∙ 3!
43
Dizemos que dois coeficientes/números binomiais (𝑛𝑝) e (𝑛𝑞) de mesmo numerador são
complementares, quando a soma de seus denominadores é igual ao numeradores, isto é,
𝒑 + 𝒒 = 𝒏.
Por exemplo, são números binomiais os seguintes: (82) e (86); (59) e (59); (11
4
) e (11
7
).
Por exemplo, os números (82) e (86), são complementares (2 + 6 = 8), calculando cada um
deles, temos:
8 8! 8! 8 ∙ 7 ∙ 6! 56
( )= = = = = 28
2 2! (8 − 2)! 2! 6! 2 ∙ 6! 2
8 8! 8! 8 ∙ 7 ∙ 6! 56
( )= = = = = 28
6 6! (8 − 6)! 6! 2! 6! ∙ 2 2
Portanto, verifica-se que (82) = (86).
𝑝=𝑞
P2: Sendo n, p e q números naturais, tais que 𝒏 ≥ 𝒑 e 𝒏 ≥ 𝒑, se (𝑛𝑝) = (𝑛𝑞) ⟺ { ou
𝑝+𝑞 =𝑛
𝑥 = 4 𝑜𝑢 𝑥 + 4 = 10
𝑥=6
44
Resolução
Usando a relação de Stifel, temos:
8 8 8 8 8+1 9 9! 9 ∙ 8 ∙ 7!
( )+( )= ( )+( )=( )=( )= = = 36
6 7 6 6+1 6+1 7 7! 2! 7! ∙ 2 ∙ 1
Exercícios
45
46
47
n p 0 1 2 3 4 5 6
0
0 ( )
0
1 1
1 ( ) ( )
0 1
2 2 2
2 ( ) ( ) ( )
0 1 2
3 3 3 3
3 ( ) ( ) ( ) ( )
0 1 2 3
4 4 4 4 4
4 ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
0 1 2 3 4
5 5 5 5 5 5
5 ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
0 1 2 3 4 5
6 6 6 6 6 6 6
6 ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
0 1 2 3 4 5 6
Obtendo assim o triângulo:
1
1 1
1 2 1
1 3 3 1
1 4 6 4 1
1 5 10 10 5 1
1 6 15 20 15 6 1
Cada coeficiente binomial que forma o triângulo de Pascal possui um valor numérico
encontrado através dos casos especiais dos coeficientes binomiais, das suas propriedades ou
da fórmula da combinação.
𝑛
Por exemplo, todos os coeficientes binomiais de denominador igual a 0, ( ), é igual a 1; Os
0
𝑛
coeficientes de denominador igual a 1, ( ), é igual ao numerador. Aqueles coeficientes cujos
1
𝑛
numeradores e denominadores iguais, ( ) são iguais a 1.
𝑛
1
1 1
1 2 1
1 3 3 1
1 4 6 4 1
1 5 10 10 5 1
1 6 15 20 15 6 1
Para o triângulo de 𝑛 e 𝑝 colunas, tem-se:
n p 0 1 2 3 4 5 6 ⋯ 𝑝=𝑛
0
0 ( )
0
1 1
1 ( ) ( )
0 1
2 2 2
2 ( ) ( ) ( )
0 1 2
3 3 3 3
3 ( ) ( ) ( ) ( )
0 1 2 3
4 4 4 4 4
4 ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
0 1 2 3 4
5 5 5 5 5 5
5 ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
0 1 2 3 4 5
6 6 6 6 6 6 6
6 ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
0 1 2 3 4 5 6
⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮
𝑛 𝑛 𝑛 𝑛 𝑛 𝑛 𝑛 𝑛
𝑛 ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ⋯ ( )
0 1 2 3 4 5 6 𝑛
1ª linha: 𝑛 = 0 1 → 20
2ª linha: 𝑛 = 1 1 + 1 = 2 → 21
3ª linha: 𝑛 = 2 1 + 2 + 1 = 4 → 22
4ª linha: 𝑛 = 3 1 + 3 + 3 + 1 = 8 → 23
5ª linha: 𝑛 = 4 1 + 4 + 6 + 4 + 1 = 16 → 24
⋮ ⋮ ⋮ ⋮
𝑛 𝑛 𝑛 𝑛 𝑛 𝑛
nª linha: 𝑛 = 𝑛 ( ) + ( ) + ( ) + ( ) + ( ) + ⋯ + ( ) = 2𝑛
0 1 2 3 4 𝑛
P4: Soma dos elementos de uma coluna (Teorema das colunas)
A soma dos elementos da coluna no triângulo de Pascal pode ser calculada pela relação:
𝒏+𝒑+𝟏 𝒏 𝒏+𝟏 𝒏+𝟐 𝒏+𝒑
( )=( )+( )+( ) + ⋯+ ( )
𝒏+𝟏 𝒏 𝒏 𝒏 𝒏
Exemplos: Determine a coluna cuja soma dos seus elementos é:
6
a) ( )
2
Resolução:
𝑛+𝑝+1=6 𝑝=4
{ ⟺{ . Aplicando a fórmula, temos:
𝑛+1=2 𝑛=1
6 1 2 3 4 5
( )=( )+( )+( )+( )+( )
2 1 1 1 1 1
15 = 1 + 2 + 3 + 4 + 5
1 2 3 4 5
Portanto, a coluna em causa tem como elementos: ( ); ( ); ( ); ( ); ( ) ou 1; 2; 3; 4; 5.
1 1 1 1 1
0
( )
0
1 1
( ) ( )
0 1
2 2 2 1
( ) ( ) ( )
0 1 2
1 1
3 3 3 3
( ) ( ) ( ) ( )
0 1 2 3 1 2 1
4 4 4 4 4 1 3 3 1
( ) ( ) ( ) ( ) ( )
0 1 2 3 4
1 4 6 4 1
5 5 5 5 5 5
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
0 1 2 3 4 5 1 5 10 10 5 1
6 6 6 6 6 6 6
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 1 6 15 20 15 6 1
0 1 2 3 4 5 6
51
5
b) ( )
3
Resolução:
𝑛+𝑝+1=5 𝑝=2
{ ⟺{ . Aplicando a fórmula, temos:
𝑛+1=3 𝑛=2
5 2 3 4
( )=( )+( )+( )
3 2 2 2
10 = 1 + 3 + 6
2 3 5
Portanto, a coluna em causa tem como elementos: ( ); ( ); ( ) ou 1; 3; 6.
2 2 2
1
1 1
1 2 1
1 3 3 1
1 4 6 4 1
1 5 10 10 5 1
1 6 15 20 15 6 1
1
1 1
1 2 1
1 3 3 1
1 4 6 4 1
1 5 10 10 5 1
1 6 15 20 15 6 1
𝟓
b) ( )
𝟐
Resolução
𝑛+𝑝+1=5 𝑛=2
{ ⟺{ . Aplicando a fórmula, temos:
𝑝=2 𝑝=2
5 2 3 4
( )=( )+( )+( )
2 0 1 2
10 = 1 + 3 + 6
2 3 4
Assim, a diagonal em causa tem como elementos: ( ); ( ); ( ), ou ainda 1; 2; 6.
0 1 2
1
1 1
1 2 1
1 3 3 1
1 4 6 4 1
1 5 10 10 5 1
1 6 15 20 15 6 1
P6: Equidistância em relação aos extremos (binomiais complementares)
Num triângulo de Pascal os coeficientes binomiais complementares são equidistantes em
relação aos extremos, portanto possuem valores numéricos iguais.
5 5 5 5 5 5
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
0 1 2 3 4 5
1 5 10 10 5 1
53
5 5 5 5 5 5
Os cada par dos números binomiais ( ) e ( ); ( ) e ( ) e ( ) e ( ) são complementares
0 5 1 4 2 3
entre si, em relação aos extremos são equidistantes e conforme vimos os seus valores
numéricos em cada caso são iguais.
P7: A soma de dois termos consecutivos de uma linha é igual ao elemento da linha
seguinte, imediatamente abaixo da segunda parcela da soma (Relação de Stifel).
𝑛 𝑛 𝑛+1
(𝑝) + (𝑝 + 1) = ( )
𝑝+1
Exemplos:
3 3 4
𝑎) ( ) + ( ) = ( )
1 2 2
𝟑 + 𝟑 =𝟔
Com o Binómio de Newton vamos obter o desenvolvimento das potências de (𝒙 + 𝒂)𝒏 , com
expoente natural. No desenvolvimento destas potências aparecem, como coeficientes, os
números binomiais, como vimos anteriormente.
Supondo que 𝒏 seja um número natural (𝑛 ∈ ℕ), podemos considerar a seguinte expressão:
𝒏 𝒏 𝒏 𝒏
(𝒙 + 𝒂)𝒏 = ( ) 𝒙𝒏 𝒂𝟎 + ( ) 𝒙𝒏−𝟏 𝒂𝟏 + ( ) 𝒙𝒏−𝟐 𝒂𝟐 + ⋯ + ( ) 𝒙𝟎 𝒂𝒏
𝟎 𝟏 𝟐 𝒏
𝒏
𝒏
(𝒙 + 𝒂)𝒏 = ∑ (𝒑) 𝒙𝒏−𝒑 ∙ 𝒂𝒑
𝒑=𝟎
Notas:
(𝑥 + 𝑎)0 = (0) 𝑥 0 𝑎0 = 1
0
b) 𝑛 = 1
a) (𝟐𝑥 + 𝟏)2 = 4𝑥 2 + 4𝑥 + 1
𝒏
𝐓𝒑+𝟏 = (𝒑) 𝒙𝒏−𝒑 ∙ 𝒂𝒑
Exercícios de aplicação
1. Determine o termo em 𝑥 5 no desenvolvimento de (𝑥 + 2)7 .
Resolução
Buscamos primeiro a fórmula do termo geral:
𝑛
T𝑝+1 = (𝑝) 𝑥 𝑛−𝑝 ∙ 𝑎𝑝 . Neste caso, 𝑛 = 7 e 𝑎 = 2. Então, teremos:
7
T𝑝+1 = ( ) 𝑥 7−𝑝 ∙ 2𝑝
𝑝
7 − 𝑝 = 3 ⟺ 𝒑 = 𝟒, e assim:
7 7!
T4+1 = ( ) 𝑥 7−4 ∙ 24 ⟺ T5 = ∙ 16 ∙ 𝑥 3 = 560𝑥 3
4 4! ∙ (7 − 4)!
56
Resolução
𝑛
T𝑝+1 = (𝑝) 𝑥 𝑛−𝑝 ∙ 𝑎𝑝 . Neste caso, 𝑛 = 8 e 𝑎 = 3. Então, teremos:
8
T𝑝+1 = ( ) 𝑥 8−𝑝 ∙ 3𝑝
𝑝
8
T1+1 = ( ) 𝑥 8−1 ∙ 31 ⟺ T2 = 8 ∙ 3 ∙ 𝑥 7 = 24𝑥 7
1
1 8
3. Determine o termo independente de 𝑥 no desenvolvimento de (𝑥 − 3𝑥) .
Resolução
𝑛 1
T𝑝+1 = (𝑝) 𝑥 𝑛−𝑝 ∙ 𝑎𝑝 . Neste caso, 𝑛 = 8 e 𝑎 = − 3𝑥. Seguindo-se:
8 1 𝑝 8 1 𝑝 8 1 𝑝
T𝑝+1 = ( ) 𝑥 8−𝑝 ∙ (− 3𝑥) = ( ) 𝑥 8−𝑝 ∙ (− 3 𝑥 −1 ) = ( ) 𝑥 8−𝑝 ∙ 𝑥 −𝑝 ∙ (− 3)
𝑝 𝑝 𝑝
8 8−2𝑝 1 𝑝
T𝑝+1 = ( )𝑥 ∙ (− )
𝑝 3
8 − 2𝑝 = 0 ⟺ 𝑝 = 4. Assim:
8 1 4 1 70
T4+1 = ( ) 𝑥 8−2∙4 ∙ (− ) = 70 ∙ ∙ 𝑥0 =
4 3 81 81
70
O termo independente do desenvolvimento dado é 81.
57
Exercícios propostos
4. Calcule o quarto termo do desenvolvimento de (𝑥 − 1)8
5. Determine o termo em 𝑥 7 do desenvolvimento de (𝑥 2 − 1)6
6. Determine o coeficiente de 𝑥 4 no polinómio 𝑃(𝑥) = (𝑥 + 2)6
1 15
7. O termo independente de (𝑥 − 𝑥 2 ) é:
a) 1 c) −3003
b) −30 d) 1225
1 7
8. Qual é o coeficiente de 𝑥 7 no desenvolvimento de (5𝑥 3 + )
√ 𝑥
1 5
9. Dado o binómio (𝑥 3 + 𝑥 2 ) , sabe-se que a soma dos coeficientes e o termo