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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO

ISCED – UÍGE
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXACTAS
SECÇÃO DE ENSINO DE MATEMÁTICA

MATERIAL DE APOIO À COMPLEMENTO DE


MATEMÁTICA ELEMENTAR

1º ANO DE ENSINO DE MATEMÁTICA


Período: Diurno

Elaborado por:
KUMBO JOÃO, MSc.

Co-elaborado por:
MANUEL PANZO MULUTA

UÍGE, OUTUBRO DE 2022


1

CAPÍTULO: 1- TRIGONOMETRIA
1.0. Introdução
A palavra trigonometria tem origem na Grécia da palavra trigonos (triângulo) + metrûm
(medida). Etimologicamente, trigonometria significa medida de triângulos.
A Trigonometria é a parte da Matemática que estuda as relações existente entre os lados e
os ângulos dos triângulos. Ela é utilizada também em outras áreas de estudo como física,
química, biologia, geografia, astronomia, medicina, engenharia, etc.
Conforme a definição a Trigonometria relaciona os lados e ângulos de um triângulo. É
imperioso falarmos de ângulos e triângulos.
1.0.1. Ângulos
Um ângulo é uma região do plano limitado por duas semi-rectas que têm a mesma origem.
O ponto comum dessas semi-rectas se chama vértice.
Onde:
a e b são as semi-rectas que formam o ângulo
O (origem das semi-rectas) é o vértive
𝜶 é o ângulo formado.
Os ângulos classificam-se em: nulos, agudos, rectos, obtusos, raso e giros
 Angulo nulo: aquele que sua amplitude mede 0°.
 Ângulo agudo: aquele que a sua amplitude é maior que 0° e menor que 90°.
 Ângulo recto: é o ângulo de amplitude igual a 90°.
 Ângulo obtuso: é o ângulo de amplitude maior que 90° e menor que 180°.
 Angulo raso: é o ângulo de amplitude igual a 180°.
 Ângulo côncavo: é o ângulo de amplitude maior que 180° e menor que 360°.
 Ângulo giro: é o ângulo de amplitude igual a 360°.
1.0.2. Triângulos

Definição: Triângulo é a figura geométrica que ocupa o espaço interno limitado por três
linhas rectas que concorrem (que se cruzam), duas a duas, em três pontos diferentes
formando três lados e três ângulos

Elementos principais do triângulo

Os elementos principais do triângulo são: vértices, lados, ângulos internos e ângulos


externos.

Vértices: são os pontos de intercessão dos segmentos que formam o triângulo;


2

Lados: são os segmentos de recta que unem os vértices de qualquer triângulo;

Ângulos internos: são os ângulos formados por dois lados de um triângulo.

De acordo a figura ao lado, distinguem-se os elementos:

Vértices: os pontos A, B e C.

Lados: os segmentos ̅̅̅̅


𝐴𝐵 , ̅̅̅̅ ̅̅̅̅
𝐴𝐶 , e 𝐵𝐶

Ângulos internos: os ângulos 𝐴̂, 𝐵̂ e 𝐶̂ .

Classificação dos triângulos

Os triângulos podem ser classificados conforme as relações entre seus lados ou entre seus
ângulos.

Quanto aos seus lados, os triângulos podem ser: equiláteros, isósceles e escalenos.

Triângulo Equilátero: é um triângulo que possui todos os lados congruentes, ou seja,


iguais. Um triângulo equilátero é também equiângulo: todos os seus ângulos internos são
congruentes (medem 60°), sendo, portanto, classificado como um polígono regular.

Fig.3: Triângulo equilátero

Triângulos Isósceles: é um triângulo que possui pelo menos dois lados de mesma medida.
Assim pode se concluir que todo triângulo equilátero é, consequentemente, um caso especial
de triângulo isósceles, que apresenta não somente dois, mas todos os lados congruentes.

Fig.4: Triângulo isósceles

Triângulo Escaleno: é um triângulo que as medidas dos três lados são diferentes. Assim, os
ângulos internos de um triângulo escaleno também possuem medidas diferentes.

Fig.5: Triângulo escaleno


3

Quanto aos seus ângulos, os triângulos classificam-se: acutângulo, obtusângulo e rectângulo.

Triângulo acutângulo: é o triângulo que tem os três ângulos agudos.

Fig. 6: Triângulo acutângulo

Triângulo obtusângulo: é o triângulo que possui um ângulo obtuso e dois ângulos agudos

Fig. 7: Triângulo isósceles

Triângulo rectângulo: é aquele que possui um ângulo recto (ângulo de 90°). Os outros dois
ângulos são ângulos agudos, e são complementares (ou seja, sua soma é igual a 90°).

Fig. 8: Triângulo rectângulo

1.1. Trigonometria no triângulo retângulo

1.1.1. Conceito. Elementos. Teorema de Pitágoras

Num triângulo rectângulo, denomina-se hipotenusa (o maior lado) e é oposto ao ângulo


recto e catetos os outros dois ângulos, que são adjacentes ao ângulo recto.

Fig. 9: Lados de um triângulo rectângulo

O Teorema de Pitágoras
“Num triângulo rectângulo o quadrado da medida da hipotenusa é igual à soma dos
quadrados das medidas dos catetos”.
4

𝒂𝟐 = 𝒃𝟐 + 𝒄𝟐

Fig. 10: Triângulo rectângulo ABC

1.1.2. Razões trigonométricas no triângulo rectângulo


Tendo como base o triângulo retângulo da figura acima, podemos definir algumas relações
que envolvem os ângulos e os lados do referido triângulo. São elas o seno, o cosseno, a
tangente, a cotangente.
Razão 1: Seno de um ângulo agudo
Num triângulo rectângulo, o seno de ângulo agudo é a razão entre a medida do
cateto oposto à esse ângulo e da hipotenusa
𝒄𝒂𝒕𝒆𝒕𝒐 𝒐𝒑𝒐𝒔𝒕𝒐 à 𝜶
𝐬𝐢𝐧 𝜶 =
𝒉𝒊𝒑𝒐𝒕𝒆𝒏𝒖𝒔𝒂
̅̅̅̅
𝐴𝐵 𝑐
De acordo com figura 10, tem-se; sin 𝛼 = ̅̅̅̅ =𝑎
𝐵𝐶

Razão 2: Cosseno de um ângulo agudo


Num triângulo rectângulo, o cosseno de ângulo agudo é a razão entre a medida do
cateto adjacente à esse ângulo e da hipotenusa
𝒄𝒂𝒕𝒆𝒕𝒐 𝒂𝒅𝒋𝒂𝒄𝒆𝒏𝒕𝒆 à 𝜶
𝐜𝐨𝐬 𝜶 =
𝒉𝒊𝒑𝒐𝒕𝒆𝒏𝒖𝒔𝒂

̅̅̅̅
𝐴𝐶 𝑏
Pela figura 10, tem-se; cos 𝛼 = ̅̅̅̅ =𝑎
𝐵𝐶

Razão 3: Tangente de um ângulo agudo


Num triângulo rectângulo, a tangente de ângulo agudo é a razão entre a medida do
cateto oposto e do cateto adjacente à esse ângulo.
𝒄𝒂𝒕𝒆𝒕𝒐 𝒐𝒑𝒐𝒔𝒕𝒐 à 𝜶
𝐭𝐠 𝜶 =
𝒄𝒂𝒕𝒆𝒕𝒐 𝒂𝒅𝒋𝒂𝒄𝒆𝒏𝒕𝒆 à 𝜶
̅̅̅̅
𝐴𝐵 𝑐
Pela figura 10, tem-se; tg 𝛼 == ̅̅̅̅ =𝑏
𝐴𝐶

Razão 4: Cotangente de um ângulo agudo


Num triângulo rectângulo, a cotangente de ângulo agudo é a razão entre a medida
do cateto adjacente e do cateto oposto à esse ângulo.
𝒄𝒂𝒕𝒆𝒕𝒐 𝒂𝒅𝒋𝒂𝒄𝒆𝒏𝒕𝒆 à 𝜶
𝐜𝐨𝐭𝐠 𝜶 =
𝒄𝒂𝒕𝒆𝒕𝒐 𝒐𝒑𝒐𝒔𝒕𝒐 à 𝜶
̅̅̅̅
𝐴𝐶 𝑏
Conforme a figura 10, tem-se; cotg 𝛼 = ̅̅̅̅ =
𝐴𝐵 𝑐
5

1.1.3. Razões trigonométricas de ângulos notáveis: 𝟑𝟎°; 𝟒𝟓° e 𝟔𝟎°

Alguns ângulos devido ao seu uso constante, merecem um estudo especial. É o caso dos
ângulos que medem 𝟑𝟎°; 𝟒𝟓° e 𝟔𝟎°.

Para os ângulos de 30° e 60°, vamos considerar um triângulo equilátero qualquer. Sabe-se
que este tipo de triângulo os três ângulos internos têm iguais (medem 60°). A altura ℎ traça
a partir de um dos vértices coincide com a bissectriz e com a mediana relativo à esse
vértice.

Observe o triângulo equilátero ABC cujos lados medem 𝑙 e alturas medem ℎ

A altura relativa a base BC divide


esse lado em duas partes iguais e o
ângulo do vértice oposto em duas
partes iguais, decompondo o
triângulo em dois triângulos
rectângulos semelhantes

 Cálculo da medida da altura, aplicando o teorema de Pitágoras no triângulo AMC

𝑙 2
ℎ2 + ( ) = 𝑙 2
2

2 2
𝑙2 2
3𝑙 2 √𝟑
ℎ =𝑙 − ⟺ℎ = ⟺𝒉= 𝑙
4 4 𝟐

 Cálculo das razões seno, cosseno, tangente e cotangente de


𝟑𝟎° e 𝟔𝟎°:

𝑙 √3
𝑙 1 1 𝑙 √3
sin 30° = 2 = ∙ = sin 60° = 2 =
𝑙 2 𝑙 2 𝑙 2

√3 𝑙
𝑙 √3 1
cos 30° = 2 = 2
cos 60° = =
𝑙 2 𝑙 2
6

𝑙 √3
𝑙 2 1 √3 𝑙
tg 30° = 2 = ∙ = = tg 60° = 2 = √3
√3 2 √3𝑙 √3 3 𝑙
𝑙 2
2

√3 𝑙
𝑙 √3 2 √3
cotg 30° = 2 = 𝑙 ∙ = √3 cotg 60° = 2 =
𝑙 2 𝑙 √3 3
2 𝑙
2

Para o ângulo de 𝟒𝟓°, vamos considerar um triângulo rectângulo isósceles ABC cujos
catetos medem 𝑙 e hipotenusa mede 𝑥. Confira a figura:

Calculando a hipotenusa 𝑥, pelo Teorema de


Pitágoras, tem-se:

𝑥 2 = 𝑙2 + 𝑙2

𝑥 2 = 2𝑙 2

𝒙 = √𝟐𝒍

Cálculo da razões trigonométricas de 45°:

𝑙 1 √2 𝑙
sin 45° = = = tg 45° = = 1
√2𝑙 √2 2 𝑙

𝑙 1 √2 𝑙
cos 30° = = = cotg 45° = = 1
√2𝑙 √2 2 𝑙

Organizando os resultados construímos a tabela:

𝜶 𝐬𝐢𝐧 𝜶 𝐜𝐨𝐬 𝜶 𝐭𝐠 𝜶 𝐜𝐨𝐭𝐠 𝜶

1 √3 √3
𝟑𝟎° √3
2 2 3

√2 √2
𝟒𝟓° 1 1
2 2

√3 1 √3
𝟔𝟎° √3
2 2 3
7

1.1.4. Razões trigonométricas de ângulos complementares

Dois ângulos são complementares quando a soma entre eles é igual a 90°.

Por exemplo os ângulos de 30° e 60° são complementares, porque, 30° + 60° = 90°.
Observando atenciosamente a tabela acima, consta-se:

sin 30° = cos 60° tg 30° = cotg 60°


{ e {
sin 60° = cos 30° tg 60° = cotg 30°

No geral, para dois ângulos complementares 𝛼 e 𝛽 é verifica-se que o seno de um deles é


igual ao cosseno do outro e tangente de um é igual a cotangente do outro.

sin 𝛼 = cos 𝛽 tg 𝛼 = cotg 𝛽


𝛼 + 𝛽 = 90° ⟹ { e {
sin 𝛽 = cos 𝛼 tg 𝛽 = cotg 𝛼

Destas relações pode se concluir o seguinte:

 sin(90° − 𝑥) = cos 𝑥
 cos(90° − 𝑥) = sin 𝑥

1.1.5. Relações existentes entre as razões trigonométricas

sin 𝛼
tg 𝛼 =
cos 𝛼

1 cos 𝛼
cotg 𝛼 = =
tg 𝛼 sin 𝛼

1
sec 𝛼 =
cos 𝛼

1
cossec 𝛼 =
sin 𝛼

Relação trigonométrica fundamental

Chamamos de identidade fundamental da trigonometria a uma relação entre as razões seno


e cosseno de um ângulo agudo 𝛼. Essa identidade afirma que para qualquer ângulo agudo 𝛼
vale a igualdade:

𝐬𝐢𝐧𝟐 𝜶 + 𝐜𝐨𝐬𝟐 𝜶 = 𝟏
Demonstração
8

Partindo razões trigonométricas do triângulo rectângulo da figura 10 temos:


𝑐
sin 𝛼 = 𝑎 ⟹ 𝑐 = 𝑎. sin 𝛼 (I)

𝑏
cos 𝛼 = 𝑎 ⟹ 𝑏 = 𝑎. cos 𝛼 (II)

Buscando o teorema de Pitágoras e substituindo os valores de 𝑏 e 𝑐 obtidas de (I) e (II),


tem-se:

𝑎2 = 𝑏 2 + 𝑐 2 ⟺ 𝑎2 = (𝑎. cos 𝛼)𝟐 + (𝑎. sin 𝛼)𝟐

𝑎2 = 𝑎2 . sin2 𝛼 + 𝑎2 . cos 2 𝛼

𝑎2 = 𝑎2 . (sin2 𝛼 + cos 2 𝛼)

𝑎2
= sin2 𝛼 + cos2 𝛼 Assim tem-se:
𝑎2

sin2 𝛼 + cos2 𝛼 = 1 c.q.d

A partir da relação fundamental, obtemos:

 𝐬𝐢𝐧𝟐 𝜶 = 𝟏 − 𝐜𝐨𝐬𝟐 𝜶
 𝐜𝐨𝐬𝟐 𝜶 = 𝟏 − 𝐬𝐢𝐧𝟐 𝜶
 𝟏 + 𝐭𝐚𝐧𝟐 𝜶 = 𝐬𝐞𝐜 𝟐 𝜶
 𝟏 + 𝐜𝐨𝐭𝐠 𝟐 𝜶 = 𝐜𝐨𝐬𝐬𝐞𝐜 𝟐 𝜶

Demonstração das duas últimas relações:

Partindo de 𝐬𝐢𝐧𝟐 𝜶 + 𝐜𝐨𝐬𝟐 𝜶 = 𝟏, dividindo ambos membros por 𝐜𝐨𝐬 𝟐 𝜶 tem-se:

sin2 𝛼 cos 2 𝛼 1
+ =
cos 𝛼 cos 𝛼 cos 2 𝛼
2 2

𝐭𝐚𝐧𝟐 𝜶 + 𝟏 = 𝐬𝐞𝐜 𝟐 𝜶

Do mesmo modo que no caso anterior, agora dividimos por 𝐬𝐢𝐧𝟐 𝜶, vem:

sin2 𝛼 cos2 𝛼 1
+ =
sin 𝛼 sin 𝛼 sin2 𝛼
2 2

𝟏 + 𝐜𝐨𝐭𝐠 𝟐 𝜶 = 𝐜𝐨𝐬𝐬𝐞𝐜 𝟐 𝜶
9

Exercícios resolvidos

1. Dadas as figuras abaixo, determine o que se pede:

a) O valor de ̅̅̅̅
𝐴𝐸 ;
̅̅̅̅ ;
b) O valor de 𝐶𝐸
c) O valor de ̅̅̅̅
𝐷𝐸 ;
d) O valor de senα , cosα , tgα; cotgβ; secβ
Resolução
a) O valor de ̅̅̅̅
𝐴𝐸 :
No triângulo rectângulo AED, é conhecido a medida do cateto AD que é 10 e dos ângulo
agudos, logo podemos usar a razão tangente.
̅̅̅̅
𝐴𝐷 10 10 10√3
tg 60° = ⟺ √3 = ⟺ ̅̅̅̅
𝐴𝐸 = =
̅̅̅̅
𝐴𝐸 ̅̅̅̅
𝐴𝐸 √3 3
b) O valor de ̅̅̅̅
𝐶𝐸 :
O segmento CE é a hipotenusa do triângulo rectângulo EBC, logo pelo Teorema de
Pitágoras, temos:
̅̅̅̅ ̅̅̅̅ 2 + ̅̅̅̅
𝐶𝐸 2 = 𝐵𝐶 𝐸𝐵 2 ⟺ ̅̅̅̅
𝐶𝐸 2 = 102 + 32
̅̅̅̅ 2 = 109
⟺ 𝐶𝐸
⟺ ̅̅̅̅
𝐶𝐸 = √109
c) O valor de ̅̅̅̅
𝐷𝐸 :

O segmento DE é a hipotenusa do triângulo rectângulo AED, podemos usar a razão seno


ou cosseno dos ângulos agudos ou o Teorema de Pitágoras.

̅̅̅̅
𝐴𝐷 √3 10 20√3
cos 30° = ⟺ = ⟺ ̅̅̅̅
𝐴𝐸 =
̅̅̅̅
𝐷𝐸 2 ̅̅̅̅
𝐴𝐸 3

d) O valor de senα , cosα , tgα; cotgβ; secβ


̅̅̅̅
𝐵𝐶 10 10√109
sin 𝛼 = ⟺ sin 𝛼 = ⟺ sin 𝛼 =
̅̅̅̅
𝐶𝐸 √109 109
10

̅̅̅̅
𝐵𝐸 3√109
cos 𝛼 = ⟺ sin 𝛼 =
̅̅̅̅
𝐶𝐸 109

̅̅̅̅
𝐵𝐶 10
tg 𝛼 = ⟺ tg 𝛼 =
̅̅̅̅
𝐵𝐸 3

̅̅̅̅
𝐵𝐶 10
cotg 𝛽 = = tg 𝛼 =
̅̅̅̅
𝐵𝐸 3

1 1
sec 𝛽 = ⟺ sec 𝛽 =
cos 𝛽 ̅̅̅̅
𝐵𝐶
̅̅̅̅
𝐶𝐸
̅̅̅̅
𝐶𝐸
⟺ sec 𝛽 =
̅̅̅̅
𝐵𝐶
√109
⟺ sec 𝛽 =
10
2. Um edifício é observado de um ponto A sob
4
um ângulo cuja a tangente é 5. O mesmo edifício

quando observado de um ponto B, é visto sob um


ângulo de 45º. Sabendo que A e B estão na mesma
horizontal e distam 8 m um do outro, determinar a
altura desse edifício

Resolução

De acordo os dados e a figura do problema, observamos a existência de dois triângulos


rectângulos de mesma altura. Um é o triângulo ACD e o outro é triângulo BCD

Do triângulo ACD, temos:


tg 𝛼 =
̅̅̅̅
8 𝑚 + 𝐵𝐶
4
Como tg 𝛼 = 5, então:

ℎ 4
̅̅̅̅
= ⟺ 5ℎ = 32 𝑚 + 4𝐵𝐶 (1)
̅̅̅̅ 5
8 𝑚 + 𝐵𝐶

Do triângulo BCD, temos:

ℎ ℎ
tg 45° = ⟺1= ̅̅̅̅
⟺ ℎ = 𝐵𝐶 (2)
̅̅̅̅
𝐵𝐶 ̅̅̅̅
𝐵𝐶
11

Substituindo (2) em (1), tem-se:

5ℎ = 32 𝑚 + 4ℎ ⟺ 5ℎ − 4ℎ = 32 𝑚 ⟺ ℎ = 32 𝑚

R: A altura do edifício é de 32 metros.

Exercícios propostos

1. Na figura a seguir o ângulo do vértice B é recto, quanto valem: x?; ̅̅̅̅


𝐴𝐶 ?; ̅̅̅̅
𝐷𝐶 ? e
̅̅̅̅ ?
𝐷𝐵

2. Dado o triângulo retângulo ABC. Determine o valor de 𝑥 + 𝑦

3. Uma mulher sobe numa mesa quando vê um rato no chão. A altura da mesa é de 50
cm e a altura da mulher é de 1,50 m. O rato se encontra parado, rindo da cara dela, à
5 metros da mesa. Calcule a distância dos olhos da mulher ao rato.
4. Um poste de luz de 5 metros de altura produz uma sombra no chão de 8 metros. Qual
a distância da ponta do poste à ponta da sombra deste no chão?
5. Uma escada faz um ângulo de 30° com a parede vertical ao tocar o topo distante de
6 metros do solo. Determine o comprimento da escada.
6. Uma pessoa está na margem de um rio onde existem duas árvores B e C, na outra
margem, em frente a B, existe outra árvore A, vista de C segundo um ângulo de 30º,
com relação a B. Se a distância de B a C é de 150𝑚, qual é a largura do rio?
7. Uma pessoa de 1,64 m de altura observa o topo de uma árvore sob ângulo de 30º com
a horizontal. Conhecendo a distância de 6,0 m do observador até a árvore. Calcular
a altura da árvore. Considere 𝑡𝑔30º = 0,58.
12

8. Um helicóptero ao sobrevoar uma área de 600 metros de altitude vê uma aldeia


numa direcção que faz um ângulo de 16º com o horizonte. Calcula a distância (x)
da aldeia ao ponto da área que fica na vertical do helicóptero (figura)

9. Calcular a altura de uma torre vista sob um ângulo de 60° por um observador com
1,80 m de altura que se encontra a 10 m do centro da base dessa torre, conforme a
figura abaixo.

𝟏
10. Dado 𝐬𝐢𝐧 𝜶 = 𝟐 determine as outras razões trigonométricas sabendo que 𝛼 é um

ângulo agudo.
13

11. A figura mostra a posição de um avião observado a partir de dois pontos, A e B,


localizados no solo e distantes 1 Km um do outro. Sabe-se que, nesse instante, o
avião dista, respectivamente, √88 km e 9 km, dos pontos A e B. Nessas condições,
determine a altura.

figura
14

4.6-Trigonometria no triângulo qualquer

4.6.1-Introdução

As propriedades estudas até agora valem somente para triângulos rectângulos. Doravante
vamos apresentar as propriedades que são válidas para quaisquer triângulos, sejam triângulos
rectângulos ou não.

Embora tenhamos definido e utilizado quatro razões trigonométricas – seno, cosseno,


tangente e cotangente – exclusivamente para os ângulos agudos, elas se definem também
para os outros tipos de ângulos, conforme veremos ao longo a seguir.

Ângulos suplementares

Dois ângulos são suplementares se a soma das suas amplitudes é igual a 180°.

Senos de dois ângulos suplementares

Os valores dos senos de dois ângulos coincidem, isto é;

𝐬𝐢𝐧(𝟏𝟖𝟎° − 𝒙) = 𝐬𝐢𝐧 𝒙

Onde os ângulos 180° − 𝑥 e 𝑥 são suplementares.

Por exemplo, sendo 𝑥 = 60°, temos:

√3
sin 𝑥 = sin 60° =
2

√3
sin(180° − 60°) = sin 60° ⟺ sin(120°) = sin 60° =
2

Cossenos de dois ângulos suplementares

Os valores dos cossenos de dois ângulos suplementares diferem apenas no sinal, isto é;

𝐜𝐨𝐬(𝟏𝟖𝟎° − 𝒙) = − 𝐜𝐨𝐬 𝒙

Onde os ângulos 180° − 𝑥 e 𝑥 são suplementares.

Por exemplo, sendo 𝑥 = 45°, temos:

√2
cos 𝑥 = cos 45° = 2

√2
cos(180° − 45°) = − cos 45° ⟺ cos(135°) = − cos 45° = − 2
15

4.6.2-Lei dos senos

A lei dos senos determina que num triângulo qualquer, a relação do seno de um ângulo é
sempre proporcional à medida do lado oposto a esse ângulo.
Esse teorema demonstra que num mesmo triângulo as razões entre os valores dos lados e os
senos dos respectivos ângulos opostos são sempre constante (iguais).
Assim, para um triângulo ABC de lados 𝑎, 𝑏, 𝑐, a Lei dos Senos admite as seguintes relações:

𝒂 𝒃 𝒄
= =
̂
𝐬𝐢𝐧 𝐀 ̂
𝐬𝐢𝐧 𝐁 𝐬𝐢𝐧 𝐂̂
Demonstração

I) Seja o triângulo ABC, acutângulo e CH a altura relativa ao lado AB.

̅̅̅̅
𝐶𝐻
△ CAH: sin 𝐴̂ = ⟹ ̅̅̅̅
𝐶𝐻 = 𝑏 sin 𝐴̂
𝑏
̅̅̅̅ }
̂ 𝐶𝐻 ̅̅̅̅ ̂
△ CBH: sin 𝐵 = 𝑎 ⟹ 𝐶𝐻 = 𝑎 sin 𝐵

𝑎 𝑏
⟺ 𝑎 sin 𝐵̂ = 𝑏 sin 𝐴̂ ⟺ =
̂
sin A ̂
sin B
𝑏 𝑐
Procedendo-se de forma análoga, obtemos: ̂
= ̂
sin B sin C
𝒂 𝒃 𝒄
Podemos escrever então: ̂
= ̂
= ̂
𝐬𝐢𝐧 𝑨 𝐬𝐢𝐧 𝑩 𝐬𝐢𝐧 𝑪

II) Considere um triângulo obtusângulo em A, de altura CH relativa ao lado AB

̅̅̅̅
𝐶𝐻
△ CAH: sin(180° − 𝐴̂) = sin 𝐴̂ = ̅̅̅̅ = 𝑏 sin 𝐴̂
⟹ 𝐶𝐻
𝑏
̅̅̅̅ }
𝐶𝐻 ̅̅̅̅ = 𝑎 sin 𝐵̂
△ CBH: sin 𝐵̂ = 𝑎 ⟹ 𝐶𝐻

𝑎 𝑏
⟺ 𝑎 sin 𝐵̂ = 𝑏 sin 𝐴̂ ⟺ =
̂
sin A ̂
sin B
16

𝑏 𝑐
Procedendo-se de forma análoga, obtemos: ̂
= ̂
sin B sin C
𝒂 𝒃 𝒄
Podemos escrever então: ̂
= ̂
= ̂
𝐬𝐢𝐧 𝑨 𝐬𝐢𝐧 𝑩 𝐬𝐢𝐧 𝑪

III) Consideremos agora um triângulo rectângulo ABC, rectângulo em A, temos:

𝑏 𝑏
sin 𝐵̂ = 𝑎 ⟹ 𝑎 =
sin 𝐵̂ 𝑏 𝑐
𝑐 𝑐
⟺ =
̂ sin 𝐶
sin 𝐵 ̂
sin 𝐶̂ = ⟹ 𝑎 =
𝑎 sin 𝐶̂ }

𝑎 𝑎 𝑏 𝑐
Por outro lado, sin 𝐴̂ = sin 90° = 1; 1
= sin 𝐴̂
e 𝑎 = sin 𝐵̂ = sin 𝐶̂ , então:

𝑎 𝑏 𝑐
= =
sin 𝐴̂ sin 𝐵̂ sin 𝐶̂

Como pudemos nos três casos acima, a lei dos senos é válida para qualquer tipo de triângulo,
quer seja, acutângulo, obtusângulo ou rectângulo. Porém aplicamos mais este teorema nos
triângulos acutângulos e nos triângulos obtusângulos, principalmente nas situações em que
são conhecidos pelo menos as medidas dois ângulos internos e um lado do triângulo.

Exemplo: Determine o perímetro do triângulo ABC, dado na figura seguinte:

Resolução
O perímetro é a soma dos lados de uma figura
geométrica. No nosso caso temos:
𝑃 = 10 𝑐𝑚 + 𝑏 + 𝑐
Pela lei dos senos, temos:
10 𝑏 𝑐
= = ;
sin 𝐴̂ sin 𝐵̂ sin 𝐶̂
Dados: 𝐴̂ = 30° ; 𝐶̂ = 120°; 𝐵̂ = 30°, então:
𝑏 10
= ⟺ 𝑏 = 10 𝑐𝑚
sin 30° sin 30°
10 𝑐 𝑐 10
= ⟺ = ⟺ 𝑐 = 10√3 𝑐𝑚
sin 30° sin 120° √3 1
2 2
Portanto,
𝑃 = 10 𝑐𝑚 + 10 𝑐𝑚 + 10√3 𝑐𝑚 ⟺ 𝑃 = (20 + 10√3) 𝑐𝑚 𝑐 ≈ 37 𝑐𝑚
17

Exercícios:

1.(UFPB) A prefeitura de certa cidade vai construir, sobre um rio que corta essa cidade, uma
ponte que deve ser reta e ligar dois pontos, A e B, localizados nas margens opostas do rio.
Para medir a distância entre esses pontos, um topógrafo localizou um terceiro ponto, C,
distante 200 m do ponto A e na mesma margem do rio onde se encontra o ponto A. Usando
um teodolito (instrumento de precisão para medir ângulos horizontais e ângulos verticais,
muito empregado em trabalhos topográficos), o topógrafo observou que os ângulos 𝐵𝐴̂𝐶 e
𝐴𝐶̂ 𝐵 mediam, respectivamente, 30º e 105º, conforme ilustrado na figura a seguir.

Com base nessas informações, calcule, em metros, a distância que deverá ter a ponte
(distância do ponto A ao ponto B).

2. (Mackenzie – SP) Três ilhas A, B e C aparecem num mapa em escala 1:10000, como na
figura. Das alternativas, a que melhor aproxima a distância entre as ilhas A e B é:
a) 2,3 km
b) 2,1 km
c) 1,9 km
d) 1,4 km
e) 1,7 km
18

4.6.3-Lei dos cossenos

Lei dos Cossenos é utilizada para calcular a medida de um lado ou de um ângulo


desconhecido de um triângulo qualquer, conhecendo suas outras medidas.
O teorema dos cossenos estabelece que:
“Em qualquer triângulo, o quadrado de um dos lados corresponde à soma dos quadrados
dos outros dois lados, menos o dobro do produto desses dois lados pelo cosseno do ângulo
formado por entre eles”.

̂
𝒂𝟐 = 𝒃𝟐 + 𝒄𝟐 − 𝟐𝒃𝒄 ∙ 𝐜𝐨𝐬 𝑨
̂
𝒃𝟐 = 𝒂𝟐 + 𝒄𝟐 − 𝟐𝒂𝒄 ∙ 𝐜𝐨𝐬 𝑩
̂
𝒄𝟐 = 𝒂𝟐 + 𝒃𝟐 − 𝟐𝒂𝒃 ∙ 𝐜𝐨𝐬 𝑪
ou
𝒂𝟐 = 𝒃𝟐 + 𝒄𝟐 − 𝟐𝒃𝒄 ∙ 𝐜𝐨𝐬 𝜶
𝒃𝟐 = 𝒂𝟐 + 𝒄𝟐 − 𝟐𝒂𝒄 ∙ 𝐜𝐨𝐬 𝜷
𝒄𝟐 = 𝒂𝟐 + 𝒃𝟐 − 𝟐𝒂𝒃 ∙ 𝐜𝐨𝐬 𝝋

Demonstração

I) Seja o tri ângulo acutângulo ABC, e ℎ a medida da altura CH relativa ao lado AB,
conforme a figura abaixo

△ BCH: a2 = ℎ2 + (𝑐 − 𝑚)2
}
△ ACH: h2 = 𝑏 2 − 𝑚2

⟺ a2 = 𝑏 2 − 𝑚2 + 𝑐 2 − 2𝑐𝑚 + 𝑚2
⟺ a2 = 𝑏 2 + 𝑐 2 − 2𝑐𝑚
𝑚 ̂.
Ainda pelo △ ACH, temos: cos 𝐴̂ = 𝑏
⟹ 𝑚 = 𝑏 cos 𝐴

̂
Assim: 𝐚𝟐 = 𝒃𝟐 + 𝒄𝟐 − 𝟐𝒃𝒄 ∙ 𝐜𝐨𝐬 𝑨
De forma análoga pode-se chegar nas relações:

̂
̂ e 𝐜 𝟐 = 𝒂𝟐 + 𝒃𝟐 − 𝟐𝒂𝒃 ∙ 𝐜𝐨𝐬 𝑪
𝐛𝟐 = 𝒂𝟐 + 𝒄𝟐 − 𝟐𝒂𝒄 ∙ 𝐜𝐨𝐬 𝑩
II) Consideremos um triângulo obtusângulo ABC, obtuso em A e ℎ a medida da altura CH
relativa ao lado AB, conforme a figura abaixo.

△ BCH: a2 = ℎ2 + (𝑐 + 𝑚)2
}
△ ACH: h2 = 𝑏 2 − 𝑚2

⟺ a2 = 𝑏 2 − 𝑚2 + 𝑐 2 + 2𝑐𝑚 + 𝑚2
19

⟺ a2 = 𝑏 2 + 𝑐 2 + 2𝑐𝑚
𝑚 ̂.
Ainda pelo △ ACH, temos: cos (180° − 𝐴̂) = −cos 𝐴̂ = 𝑏 ⟹ 𝑚 = −𝑏 cos 𝐴

̂
Assim: 𝐚𝟐 = 𝒃𝟐 + 𝒄𝟐 − 𝟐𝒃𝒄 ∙ 𝐜𝐨𝐬 𝑨

De forma análoga pode-se chegar nas relações:

̂
̂ e 𝐜 𝟐 = 𝒂𝟐 + 𝒃𝟐 − 𝟐𝒂𝒃 ∙ 𝐜𝐨𝐬 𝑪
𝐛𝟐 = 𝒂𝟐 + 𝒄𝟐 − 𝟐𝒂𝒄 ∙ 𝐜𝐨𝐬 𝑩

III) No caso de um triângulo ABC, rectângulo em A por exemplo, como 𝐜𝐨𝐬 𝟗𝟎° = 𝟎,
verifica-se que a igualdade 𝐚𝟐 = 𝒃𝟐 + 𝒄𝟐 − 𝟐𝒃𝒄 ∙ 𝐜𝐨𝐬 𝟗𝟎°, reduz-se à expressão do
Teorema de Pitágoras, 𝐚𝟐 = 𝒃𝟐 + 𝒄𝟐 . Para cada um dos ângulos agudos do triângulo, as
relações de 𝑏 e 𝑐, poderíam ser demonstradas conforme as demonstracção do caso I.

Portanto, como pudemos perceber nos três casos, em qualquer triângulo, quer seja
acutângulo, rectângulo ou obtusângulo, a lei dos cossenos é aplicável, desde que se conheça
a medida de dois ângulos, o cosseno do ângulo por eles formado e/ou a medida da amplitude
do ângulo entre eles.

Exemplo: Seja o triângulo ABC ao lado.

Determine a medida do lado BC e do ângulo em B.

Resolução

Para determinar a medida de 𝐵𝐶, podemos aplicar a lei dos cossenos:


2
⃡ ) = 22 + 32 − 2 ∙ 2 ∙ 3 ∙ cos 60° = 7 ⟺ 𝐵𝐶
(𝐵𝐶 ⃡ =7

A determinação do ângulo 𝐵̂, pode ser feita de dois modos:

I. Lei dos cossenos

2 1
̂ ⟺ cos B
32 = 22 + (√7) − 2 ∙ 2 ∙ √7 ∙ cos B ̂= ̂ = 0,19 ⟺ B
⟺ cos B ̂ = 79°
2√7

II. Lei dos senos

3 √7 √3 3√3
= ̂ =3∙
⟺ √7 ∙ sin B ̂=
⟺ sin B ̂ ≅ 0,98 ⟺ B
⟺ sin B ̂ = 79°
̂ sin 60°
sin B 2 2√7
20

Exercícios

1. Determine 𝑥 em cada caso

a) b) c)

2. Descubra a altura aproximada da árvore:

4. Dois lados de um triângulo medem 8 m e 10 m e formam um ângulo de 60°. Qual é a


medida do terceiro lado desse triângulo?
5. (UFSCar) Se os lados de um triângulo medem 𝑥, 𝑥 + 1 e 𝑥 + 2, então, para
qualquer x real e maior que 1, o cosseno do maior ângulo interno desse triângulo é igual a:
a) x / x + 1 b) x / x + 2
c) x + 1 / x + 2 d) x – 2 / 3x
e) x – 3 / 2x

Outras relações trigonométricas

1. Adição de ângulos

sin(𝑎 ± 𝑏) = sin 𝑎 . cos 𝑏 ± sin 𝑏 . cos 𝑎

cos(𝑎 ± 𝑏) = cos 𝑎 . cos 𝑏 ∓ sin 𝑎 . sin 𝑎

tan 𝑎 ± tan 𝑏
tan(𝑎 ± 𝑏) =
1 ∓ tan 𝑎 . tan 𝑏
21

2. Transformação da soma e diferença em produtos (Fórmulas de SIMPSION)

𝑝+𝑞 𝑝−𝑞
sin 𝑝 + sin 𝑞 = 2. sin ( ) . cos ( )
2 2

𝑝−𝑞 𝑝+𝑞
sin 𝑝 − sin 𝑞 = 2. sin ( ) . cos ( )
2 2

𝑝+𝑞 𝑝−𝑞
cos 𝑝 + cos 𝑝 = 2. cos ( ) . cos ( )
2 2

𝑝+𝑞 𝑝−𝑞
cos 𝑝 − cos 𝑞 = −2. sin ( ) . sin ( )
2 2

3. Transformação de produtos em somas:

cos(𝑝 − 𝑞) − cos(𝑝 + 𝑞)
sin 𝑝 ∙ sin 𝑞 =
2
cos(𝑝 − 𝑞) + cos(𝑝 + 𝑞)
cos 𝑝 ∙ cos 𝑞 =
2
sin(𝑝 + 𝑞) + sin(𝑝 − 𝑞)
sin 𝑝 ∙ cos 𝑞 =
2

sin(𝑝 + 𝑞) − sin(𝑝 − 𝑞)
cos 𝑝 ∙ sin 𝑞 =
2

4. Formulas dos arcos duplos

cos 2𝛼 = cos 2 𝛼 − sin2 𝛼 sin 2𝛼 = 2 sin 𝛼 . cos 𝛼

= 1 − 2 sin2 𝛼

= 2 cos2 𝛼 − 1
22

CAPITULO #2-ANALISE COMBINATÓRIA


A ciência muitas vezes percorre caminhos aparentemente estranhos para desenvolver suas
teorias. A partir da necessidade de se calcular o número de possibilidades existentes nos
chamados jogos de azar, desenvolveu-se a Análise combinatória ou simplesmente
combinatória, que estuda os métodos de contagem.

A análise combinatória ou simplesmente combinatória é a parte da Matemática que trata


dos problemas de contagem. Ela visa desenvolver métodos que permitam contar o número
de elementos de um conjunto, sendo estes elementos, agrupados sob determinadas
condições.

É uma ferramenta bastante utilizada em diversas áreas do conhecimento científico, graças


ao seu vasto campo de aplicações, como por exemplo, na Teoria das probabilidades,
Informática, Engenharia, Física, etc.

2.1. Princípio fundamental de contagem

Consideremos o seguinte problema: suponho que determinado restaurante ofereça aos seus
clientes os seguintes pratos:

 dois tipos de sopa:𝑠1 𝑒 𝑠2


 dois tipos de carne: 𝑐1 𝑒 𝑐2
 três tipos de massa: 𝑀1 , 𝑀2 𝑒 𝑀3

Para determinar todas as possibilidades de fazer uma refeição que tenha um tipo de sopa,
um de carne e um de massa, sem que haja repetição, vamos utilizar um esquema chamado
diagrama de árvore. Recebe esse nome pelas ramificações que lembram galhos de uma
árvore. Veja:

𝑀1

𝑀2
𝐶1

𝑀3
𝑆1

𝑀1
𝐶2

𝑀2

𝑀3
23

𝑀1

𝑀2
𝐶1

𝑀3
𝑆2

𝑀1
𝐶2

𝑀2

𝑀3

Pelo diagrama, percebe-se que há duas possibilidades para a escolha de um tipo de sopa
(𝑠1 𝑒 𝑠2 ). Após essa escolha surge duas possibilidades para a escolha do tipo de carne
(𝑐1 𝑜𝑢 𝑐2 ). Com essas duas escolhas surge três outras possibilidades para a escolha de um
tipo de massa (𝑀1 𝑜𝑢 𝑀2 𝑜𝑢 𝑀3 ). Assim, com essas três sucessivas escolhas pelo diagrama
de árvore, vemos doze possibilidades de fazer uma refeição que tenha um tipo de sopa, um
de carne e um de massa, sem que haja repetição.

Tendo como motivação o exemplo anterior, vamos enunciar o seguinte princípio,


conhecido por princípio fundamental de contagem.

Se determinado acontecimento ocorre em 𝑛 etapas diferentes, e se 𝑘1 , 𝑘2 , 𝑘3 , … 𝑘𝑛 indicam


o número de possibilidades de cada etapa, então o número total de maneiras pelas quais o
evento ocorre é dado por:

𝑘1 ⋅ 𝑘2 ⋅ 𝑘3 ⋅ … ⋅ 𝑘𝑛

Aplicando o princípio fundamental de contagem no exemplo dado, temos:

𝑛 = 3 (etapas)

𝑘1 = 2 (maneiras de escolher uma sopa)

𝑘2 = 2 (maneiras de escolher uma massa)

𝑘3 = 3 (maneiras de escolher uma massa)

Então, temos: 𝑘1 ⋅ 𝑘2 ⋅ 𝑘3 = 2 ⋅ 2 ⋅ 3 = 12 maneiras deferentes de se ter uma refeição nas


condições solicitadas.
24

Exercícios

1) Uma pessoa despõe de 6 calças, 4 paletós e 10 camisas destintas entre si. De quantas
maneiras diferentes ela pode se vestir?

Resolução

 Para a escolha da calça essa pessoa tem 6 possibilidades;


 Para a escolha do paletó ela tem 4 possibilidades;
 Para a escolha da camisa ela tem 10 possibilidades.

Assim, pelo princípio fundamental de contagem essa pessoa tem:

6 ⋅ 4 ⋅ 10 = 240 maneiras diferentes de se vestir

2) Quantos números de três algarismos podem ser formados com os algarismos


1,2,6,8 𝑒 9 ?

Resolução:

Diferente do enunciado do exercício anterior, esse não exige que utilizemos os algarismos
uma única vez. Deste modo, os números tais como 111, 3388 𝑜𝑢 1922 podem ser
contabilizados.

Deste modo devemos preencher com um algarismo cada uma das casas do diagrama:

O número de possibilidade para cada casa é cinco (uma vez que podemos usar o mesmo
algarismo para preencher o diagrama).

5 5 5
Assim, pelo princípio fundamental de contagem, temos que o total de números que podem
ser formados é 5 ⋅ 5 ⋅ 5 = 125

3) Quantos números de três algarismos distintos podem ser formados com os algarismos
0, 1, 2, 6 𝑒 8 ?

Resolução

Devemos preencher com um algarismo cada uma das casas do diagrama:

Centena Dezena Unidade


25

 Para o algarismo das centenas: temos 4 possibilidade, uma vez que o algarismo 0
(zero) não pode ocupar a casa das centenas (lembre-se por exemplo, de que o número
034 é, na verdade, o número 34 ).
 A escolha do algarismo das dezenas: temos 4 possibilidades, pois podemos incluir o
zero, mas devemos excluir o algarismo já escolhido para a centena.
 A escolha do algarismo das unidades. Temos 3 possibilidades, pois devemos escolher
um algarismo diferente dos dois anteriores.

O número de possibilidades para cada casa é

4 4 3
Pelo princípio fundamental de contagem, temos que o total de números que podem ser
formados é:

4 ⋅ 4 ⋅ 3 = 48

4) Duas linhas de ónibus vão de cada cidade 𝐴 para uma cidade 𝐵 e três vão da cidade
𝐵 para outra cidade 𝐶. De quantos modos diferentes um ónibu dessas linhas podem
ir de 𝐴 para 𝐶, passando por 𝐵 ?
5) Um shopping center possui 4 portas de entrada para o andar térreo, 5 escadas rolantrs
ligando o térreo ao primeiro pavimento e 3 elevadores que conduzem do primeiro
para o segundo pavimento. De quantas maneiras diferentes uma pessoa, partindo de
fora do shopping center pode atingir o segundo pavimento usando os acessos
mencionados?
6) De quantos modos distintos André e Bia podem se sentar em uma sala com 20
cadeiras?
7) Uma prova é constituída de 12 (testes) perguntas do tipo: verdadeiro ou falso.
Quantas as opções para resolver tal prova?
8) Quantos números naturais de quatro algarismos podem ser formados com os
algarismos 3, 4, 5, 6, 7, 8 𝑒 9 ?
9) Quantos números naturais de três algarismos distintos podem ser formados com os
algarismos 1, 2, 6, 8 𝑒 9 ?
26

10) Quantos números naturais de cincos algarismos distintos podem ser formados com
os algarismos 0, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 𝑒 9 ?
11) Com os dígitos 1, 2, 3, 4, 6, 𝑒 8 podem-se formar 𝑥 números impares, com três
algarismos destintos cada um. Determine 𝑥.
12) Com os números 0, 1, 2, 3, 4, 5 quantos números de três algarismos posso formar ?
a) Quantos números distintos de três algarismos posso formar?
b) Quantos números ímpares de três algarismos posso formar?
c) Quantos números ímpares de três algarismos distinto posso formar?
13) De quantos modos distintos 6 mulheres e 4 homens podem assumir o 1º, 2º, 𝑒 3º
lugares numa prova de atletismo ?
a) Sabendo que uma mulher foi a campeão?
14) A senha de um cadeado é formado por uma sequência de quatro letras, escolhidas
das 26 letras do alfabeto.
a) Quantas senhas podemos formar?
b) Quantas senhas com quatro letras distintas podemos formar?
c) Quantas senhas começando por vogal podem ser formadas?
d) Quantas senhas de letras distintas podem ser formadas começando e
terminando por vogal?

2.2. Factorial de um número

Definição: chama-se factorial de um número ao produto desse número por seus antecessores
até à unidade.

Seja 𝑛 um número natural maior (𝒏 ≥ 𝟐) que 1, definimos o factorial de 𝒏, que indicamos


por 𝒏! (𝑛 𝑓𝑎𝑐𝑡𝑜𝑟𝑖𝑎𝑙), ao produto:

𝒏! = 𝒏 ⋅ (𝒏 − 𝟏) ⋅ (𝒏 − 𝟐) ⋅ … ⋅ 𝟑 ⋅ 𝟐 ⋅ 𝟏

Exemplos:

a) 5! = 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 = 120
b) 3! = 3 ⋅ 2 ⋅ 1 = 6
c) 2! = 2 ⋅ 1 = 2

2.2.1. Factoriais especiais

1º) 1! = 1

2º) 0! = 1
27

Nota: podemos interromper o desenvolvimento de um factorial em um dos seus factores.

Exemplos:

a) 5! = 5 ⋅ ⏟
4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 = 5 ⋅ 4!
4!

b) 8! = 8 ⋅ 7 ⋅ ⏟
6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 2 ⋅ 1 = 5 ⋅ 7 ⋅ 6!
6!

Exemplo: Simplificar as frações:

8! 8 ⋅ 6 ⋅ 7 ⋅ 6 ⋅ 5!
𝑎) = = 336
5! 5!
(𝑛 − 1)! (𝑛 − 1) ⋅ (𝑛 − 2) ⋅ (𝑛 − 3)!
𝑏) = = (𝑛 − 1) ⋅ (𝑛 − 2)
(𝑛 − 3)! (𝑛 − 3)!
2.2.2. Aproximação de Sterling para 𝒏!

O valor de 𝑛! Pode ser calculado por multiplicações repetidas. Se 𝑛 for muito grande, dado
que teremos que Efectuar um elevado número de multiplicações, utiliza-se uma fórmula que
nos dá um valor aproximado de 𝑛!, e oque se da o nome de fórmula de Sterling, dada por:

𝟏 𝒏
𝒏! = √𝟐𝝅𝒏 ⋅ 𝒏𝒏 ⋅ ( ) = √𝟐𝝅𝒏 ⋅ 𝒏𝒏 ⋅ 𝒆−𝒏 ⋅
𝒆

Exemplo: Calcular 10!

Resolução:

10! = 10 ⋅ 9 ⋅ 8 ⋅ 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 3 ⋅ 1 = 3628800

Usando a fórmula de Sterling temos:

𝑛 = 10! ≃ √2𝜋 ⋅ 10 ⋅ 1010 ⋅ 𝑒 −10

Aplicando logaritmos decimais, vem:

log 𝑛 ≈ log(√2𝜋 ⋅ 10 ⋅ 1010 ⋅ 𝑒 −10 )

log 𝑛 ≈ log((20𝜋)1/2 ⋅ 1010 ⋅ 𝑒 −10 )

log 𝑛 ≈ log(201/2 ⋅ 𝜋1/2 ⋅ 1010 ⋅ 𝑒 −10 )

log 𝑛 ≈ log(201/2 ) + log 𝜋1/2 + log 1010 + log(𝑒 −10 )


1 1
log 𝑛 ≈ 2 log(20) + 2 log 𝜋 + 10 log 10 − 10 log ℯ

1 1
log 𝑛 ≈ (1,30103) + (0,497150) + 10(1) − 10(0,434295)
2 2
28

log 𝑛 ≈ 0,650515 + 0,248575 + 10 - 4,34295

log 𝑛 ≈ 6,55614

𝑛 = 106,55614 ⇔ 𝑥 = 3598653,23

Exercícios

1. Simplificar as fracções abaixo:


10! 10! (𝑛+1)!
a) e) i) (𝑛−1)!
2! 5!2!
6! 𝑛! (𝑛−1)!+2𝑛!
b) f) (𝑛−2)! j) (𝑛+1)!
4!
3!⋅7! (𝑛−2)! 𝑛!+(𝑛−1)!
c) g) k) (𝑛+1)!−𝑛!
5! 𝑛!
9! 𝑛⋅(𝑛−1)! 2⋅(𝑛−1)!+2𝑛!
d) h) l)
7! 𝑛! (𝑛+1)!

2. Indicar na forma factorial:


a) 24 d) 10 ⋅ 9 ⋅ 8 ⋅ 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1
b) 720 e) 9 ⋅ 8 ⋅ 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1
c) 3 ⋅ 2 ⋅ 1
3. Resolve as seguintes equações:
𝑛!+(𝑛−1)! 5
a) 𝑥! = 3(𝑥 − 1)! h) (𝑛+1)!−𝑛! = 6

b) 𝑥 − 5 = 4! i) (𝑛 + 1)! + (𝑛 − 1)! = 13(𝑛 − 1)!


c) (𝑛 − 1)! = 10(𝑛 − 2)! j) (𝑛 + 3)! + (𝑛 + 2)! = 7(𝑛 + 2)!
d) (𝑛 + 4)! + (𝑛 + 3)! = 12(𝑛 + 3)! k) (𝑥 + 8)! + (𝑥 + 7)! =
18(𝑥 + 7)!
𝑛! (𝑥−1)!
e) (𝑛−1)!
=5 f) (𝑥−3)! = 0
𝑥!−(𝑥−1)!
g) (𝑥−1)!
=6
29

2.3. Permutação

Permutações são agrupamentos onde o número de elementos (𝒎) do agrupamento é igual ao


número de elemento disponíveis. Isto é, quando formamos agrupamento com 𝒎 elementos,
de forma que os elementos sejam distintos entre si pela ordem. A diferença de cada grupo é
devida a ordem de colocação dos elementos. As permutações podem ser simples, com
repetições ou circulares.

2.3.1. Permutações Simples

Vamos considerar o conjunto 𝑨 = {𝟒, 𝟓, 𝟔} e obter todos os agrupamentos de três


algarismos:

𝟒𝟓𝟔 𝟒𝟔𝟓 𝟓𝟔𝟒 𝟓𝟒𝟔 𝟔𝟒𝟓𝟒 𝟔𝟒𝟓

Nesse caso, todos os agrupamentos têm os mesmos elementos do conjunto 𝐴 e diferem


somente pela ordem.

Agrupamentos assim formados são denominados permutações.

Definição: Seja A um conjunto com 𝒏 elementos. Permutações do conjunto 𝑨, são


agrupamentos que se pode construir com todos os 𝒏 elementos de A em que cada elementos
de 𝑨 aparece uma só vez e onde apenas a ordem em que esses elementos aparecem, distingue
os agrupamentos.

N.B: Permutações são arranjos em que participam todos os elementos do conjunto.

Considerando um conjunto com n elementos distintos, a permutação desses 𝒏 elementos é


dado por:

𝑷𝒏 = 𝒏(𝒏 − 𝟏)(𝒏 − 𝟐) ∙ … ∙ 𝟏 = 𝒏! ⟺ 𝑷𝒏 = 𝒏!

Exercícios

1. Quantos números de três algarismos podemos escrever com os algarismos 3, 4 e 5


sem repeti-los?

Solução:

Observe que em cada agrupamento participariam todos os números. Por exemplo, um dos
números é 543. Mudando a ordem, obtemos 435.

Para calcular todos os números possíveis, fazemos:

𝑷𝟑 = 𝟑! = 𝟑 ∙ 𝟐 ∙ 𝟏 = 𝟔
30

2. Quantas são as maneiras de 6 carros serem estacionados em 6 garagens?

Solução:

O primeiro carro tem 6 opções para estacionar, o seguindo 5, o terceiro 4, o quarto 3, o quinto
2 e o sexto apenas 1. Logo, as probabilidades são em número de:

𝑷𝟔 = 𝟔! = 𝟔 ∙ 𝟓 ∙ 𝟒 ∙ 𝟑 ∙ 𝟐 ∙ 𝟏
3. Dada a palavra ESCOLA.
a) Quantos anagramas podemos formar?
b) Quantos anagramas começam com “E” e terminam com “A”?
c) Quantos anagramas começam por vogal?
d) Quantos anagramas têm as letras ES juntas?
e) Quantos anagramas têm as letras ES juntas em qualquer ordem?

Resolução:

a) Como a palavra ESCOLA tem 6 letras, então o número de anagramas será:


𝑷𝒏 = 𝟔! = 𝟕𝟐𝟎
b) E A

4 3 2 1

Fixando as letras E e A podemos permutar as outras 4 letras entre E e A, ou seja:

𝑷𝟒 = 𝟒! = 𝟒 ∗ 𝟑 ∗ 𝟐 ∗ 𝟏 = 𝟐𝟒
c) A palavra ESCOLA tem três vogais e três consoantes. Assim devemos começar
pela primeira casa onde há restrição. Então, temos:

3 Possibilidades Fixando a vogal primeira


de fixar umas como primeira, restam
das vogais A, E agora cinco letras para
ou O permutarmos em 5
posições, isto é, 𝑷
Pelo princípio fundamental de contagem, temos:

𝟑 ∙ 𝑷𝟑 = 𝟑 ∙ 𝟓! = 𝟑𝟔 Anagramas que começam por vogal.

d) Considerando ES como única palavra, temos:

ES

5 4 3 2 1
31

𝑷𝟓 = 𝟓! = 𝟏𝟐 Anagramas com ES juntas em qualquer ordem.

e) Para essa situação, temos duas etapas:


1ª Etapa: Considerar ES uma letra, isto é 𝑷𝟓 = 𝟓!
2ª Etapa: Permutar E e S entre si, isto é, 𝑷𝟐 = 𝟐!

Pelo princípio fundamental de contagem, temos:

𝑷𝟐 ∙ 𝑷𝟓 = 𝟐! ∙ 𝟓! = 𝟐𝟒𝟎 Anagramas com ES juntas em qualquer ordem.

4. Com os algarismos 1, 2 e 3 quantos números ímpares de três algarismos podemos


formar sem repetição?
5. Deseja-se dispor em fila cinco pessoas. Marcelo, Rogeiro, Aniceto, Daniel e Márcio.
Calcule o número das distintas maneiras que elas podem ser dispostas de modo que
Rogério e Aniceto fiquem sempre vizinhos.
6. Considere a palavra NÚMEROS:
a) Quantos anagramas podemos formar com as letras dessa palavra?
b) Quantos anagramas têm como primeira letra uma vogal?
c) Quantos anagramas começam e terminam por vogal?
d) Quantos anagramas podemos formar com as letras N e U juntas e nessa ordem?
e) Quantos anagramas podemos formar com as letras N, U e N juntas.

2.2.4.2 – Permutações com Repetição

Essa nova ferramenta, como o nome indica, ao contrário das permutações simples, lida
com elementos que repetem. Isto é, busca formar filas ou sequências com elementos
repetidos mas recordando sempre “todos elementos em questão ser utilizados”.

Tomemos como exemplo os possíveis anagramas com a palavra ANA. Vamos a título de
ilustração diferenciar os A’s que aparecem nessa palavra. O primeiro será A1 e o segundo
A2. De modo que os A’s se tornem diferentes. Assim, se todas as letras fossem diferentes
teríamos 𝑷𝟑 = 𝟑! = 𝟔 anagramas diferentes. São eles:

A1 N A2
A2 N A1
N A1 A2
Seis anagramas com dois A’s diferentes.
N A2 A1
A1 A2 N
A2 A1 N
32

Na verdade, a diferenciação dos A’s não existe. Ao trocarmos os A’s de posição não
formamos um novo anagrama. Assim ao invés de 6 temos 3 anagramas com a palavra
ANA.

Isso acontece porque ao permutar os A’s não geraram novo anagrama. Assim, houve uma
duplicação e para acharmos a resposta correta temos que dividir o resultado 6 por 2!
𝟔! (𝟐)
Observe: = 𝟑. Assim, indicaremos este resultado por: 𝑷𝟑 que quer dizer: Permutação
𝟐!

de 3 elementos com um deles aparecendo repetido duas vezes.

De modo geral, se um conjunto tem 𝒏 elementos dentre os quais um deles aparece


repetidamente 𝒂 vezes, outro 𝒃 vezes, outro 𝒄 vezes e assim sucessivamente é dado por:

(𝒂,𝒃,𝒄,𝒅… ) 𝒏!
𝑷𝒏 =
𝒂! ∙ 𝒃! ∙ 𝒄! ∙ 𝒅! …

Exercícios:

1. Determine quantos anagramas podemos formar com as seguintes palavras:


a) BATATA

Resolução:

A palavra BATATA possui 6 letras, sendo que as letras A e T aparecem repetidos cada
uma duas vezes. Deste modo teremos:
(𝟐,𝟐) 𝟔! 𝟔∙𝟓∙𝟒∙𝟑∙𝟐!
𝑷𝟔 = 𝟐!∗𝟐! = = 𝟔𝟎 anagramas
𝟐∙𝟏∙𝟐!

b) BORBOLETA

(𝟐,𝟐) 𝟗! 𝟗 ∙ 𝟖 ∙ 𝟕 ∙ 𝟔 ∙ 𝟓 ∙ 𝟒 ∙ 𝟑 ∙ 𝟐!
𝑷𝟗 = =
𝟐! ∙ 𝟐! 𝟐∙𝟏∙𝟐

2. De quantos modos podemos dispor 15 objetos em fila sabendo que existem três tipos
de objetos que representam 2, 3 e 4 vezes respetivamente?
3. Calcule o número de anagramas em cada uma das seguintes palavras:
a) PROBABILIDADE
b) CONCOMITANTEMENTE
c) OTORRINOLARINGOLOGIA
33

2.3.3. Permutação Circular

Para entendermos melhor a definição de permutação circular comecemos por analisar o


seguinte problema:

De quantas maneiras diferentes 4 crianças podem formar uma roda de ciranda?

Solução:

Para dar solução a esse problema, consideremos o esquema abaixo:

𝐹𝑖𝑔1 𝐹𝑖𝑔2
A D 𝐹𝑖𝑔3 C 𝐹𝑖𝑔4 B

D B C A B D A C

C B A D

Para a matemática, permutação circular não considera nenhum referencial externo. O único
referencial de posicionamento são os próprios elementos envolvidos.

Deste modo, as figuras 𝟏, 𝟐, 𝟑 𝑒 𝟒 representam configurações iguais (uma só) porque se


obtêm realizando uma rotação. Em todos casos, 𝑪 está em frente de 𝑨, 𝑩 está à esquerda de
𝑨 e 𝑫 à direita de 𝑨.

Se tivéssemos que permutar 4 elementos, teríamos:

𝟒! = 𝟒 ∙ 𝟑 ∙ 𝟐 ∙ 𝟏 = 𝟐𝟒

Mas aí a gente percebe que para cada uma dessas configurações tem outros equivalentes,
isto quer dizer que cada configuração foi contada 4 vezes. Na verdade o que encontramos é
o número total de casos que deveríamos encontrar mas por causa das configurações que
são iguais, acabamos contando demais. Então para corrigir esse erro temos que dividir 4!
Por 4, logo temos:

𝟒! 𝟒 ∙ 𝟑!
= = 𝟑! = 𝟔 (Possibilidades)
𝟒 𝟒

Para generalizar este caso, temos o que chamamos permutação circular que vamos
representar por:

𝟒! 𝟒 ∗ 𝟑!
𝑷𝑪𝟒 = = = 𝟑!
𝟒 𝟒
34

Para 𝒏 objetos temos:

𝒏! 𝒏(𝒏 − 𝟏)!
𝑷𝑪𝒏 = = = 𝑷𝑪𝒏 = (𝒏 − 𝟏)!
𝒏 𝒏

Definição:

Permutação circular de 𝒏 objetos distintos é o número de modos de colocar N objetos


círculos, de forma que disposições que possam coincidir por rotação sejam considerados
iguais.

𝑷𝒄 = (𝒏 − 𝟏)!

1- Sei executivos se reunirão numa mesa circular de 6 lugares. De quantas maneiras


eles podem se sentar?

Solução:

𝑃𝑐6 = (6 − 1)! = 5! ⟹ 𝑃𝑐6 = 120

2- Duas amigas e 3 (três) amigos vão despor-se em forma de círculo. De quantas formas
podem fazer isso se:
a) As amigas devem ficar juntas?
b) As amigas não devem ficar juntas?

Solução:

a) Vamos desenhar um circulo (roda) colocando todos os amigos lembrando que as


amigas devem ficar juntas, isto é, considerando que as duas sejam uma só. Assim
temos 4 elementos para permutar circularmente.
A

B
E

C
D

Porém há duas possibilidades dessas amigas se sentarem juntas (ou B fica a direita de C ou
B fica a esquerda de C e vice-versa). Assim temos 2!.

Então pelo princípio multiplicativo, temos:

𝑃𝑐𝑛 = (𝑛 − 1)!

2! ∙ 𝑃𝑐4 = 2! ∙ (4 − 1)!
35

= 2! 3!

= 2.3.2.1

= 12 𝑚𝑎𝑛𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠

b) Para estevamos considerar inicialmente todos os casos, isto é, as amigas sentando


juntas ou não, neste caso, teremos.

𝑃𝑐5 = (5 − 1)! = 4! = 24 𝑚𝑎𝑛𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠

Dai, excluímos os casos em que as amigas estão juntas. Então veremos

24 − 12 = 12 𝑚𝑎𝑛𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠

2.4. Arranjos

Em matemática arranjos são as várias maneiras que se pode formar um certo número de
quantidade, resumindo os em qualquer ordem, duas a duas, três, etc.

Isso quer dizer que, arranjos são agrupamentos formados com 𝑝 elementos de forma que
os 𝑝 elementos sejam destintos entre si pela ordem ou pela natureza.

2.4.1. Arranjos simples

Arranjos simples de n elementos tomados 𝑝 𝑎 𝑝, onde 𝒏 ≥ 𝟏 e 𝑝 é um número natural tal


que 𝒑 ≤ 𝒏, são todos os grupos de 𝑝 elementos destintos entre si pela ordem ou pela
𝒑
natureza os 𝑝 elementos que compõe cada grupo. Denota-se por 𝑨𝒏,𝒑 ou 𝑨𝒏 ou 𝒏𝑨𝑷

2.4.1.1. Cálculo do número de arranjos simples


𝒑
Vamos tentar encontrar uma expressão matemática que caracterize 𝑨𝒏 , usando o princípio
multiplicativo.

Temos 𝑛 elementos dos quais queremos tomar 𝑝. Este é um problema equivalente a termos
𝑛 objectos com os quais queremos preencher 𝑝 lugares:

𝑳𝟏 𝑳𝟐 𝑳𝟑 𝑳𝒑

O primeiro lugar pode ser preenchido de 𝑛 maneiras diferentes. Tendo preenchido 𝐿1 ,


restam (𝑛 − 1) objectos e portanto, o segundo lugar pode ser preenchido de (𝑛 − 1)
maneiras diferentes. Após o preenchimento de 𝐿2 , há (𝑛 − 2) maneiras de ser preenchida
𝐿3 e assim sucessivamente vamos ser preenchendo as posições de forma que 𝐿𝑝 terá
(𝑛 − (𝑝 − 1)) maneiras diferentes de ser preenchido. Pelo princípio multiplicativo
36

podemos dizer que as 𝑝 posições podem ser preenchidas sucessivamente de 𝑛(𝑛 − 1) ⋅


(𝑛 − 2) ⋅ … ⋅ (𝑛(𝑝 − 1)) maneiras diferentes:

𝐴𝑛,𝑝 = 𝑛(𝑛 − 𝑝)(𝑛 − 2)(𝑛 − 3) ⋅ … ⋅ [𝑛 − (𝑛 − 1)]

⟹ 𝐴𝑛,𝑝 = 𝑛(𝑛 − 1)(𝑛 − 2)(𝑛 − 3) ⋅ … ⋅ (𝑛 − 𝑝 + 1)

Multiplicando e dividendo o segundo membro dessa expressão por (𝑛 − 𝑝)!, vem:


𝑛!

𝑛(𝑛 − 1)(𝑛 − 2)(𝑛 − 3) ⋅ … ⋅ (𝑛 − 𝑝 + 1) ⋅ (𝑛 − 𝑝)
𝐴𝑛,𝑝 =
(𝑛 − 𝑝)!

𝒑 𝒏!
𝑨𝒏,𝒑 = 𝑨𝒏 =
(𝒏 − 𝒑)! , com 𝑛 ≤ 𝑝 e lê-se “arranjos de 𝑛, 𝑝 a 𝑝 ou tomados 𝑝 a 𝑝”.

NOTA: Toda permutação é um arranjo (caso em que 𝑝 = 𝑛). Assim, para que a fórmula
acima faça sentido também nesse caso, definimos 0! = 1.

𝒏! 𝒏!
𝑨𝒏,𝒑 = = = 𝒏! = 𝑷𝒏 (𝑠𝑠𝑒 𝒑 = 𝒏)
(𝒏 − 𝒏)! 𝟎!

Exemplos:

1. Quantos números de algarismos podemos escrever com os números 1, 2, 3, 4 𝑒 5 sem


que haja repetição?

Solução:

Com cinco algarismos (elementos), devemos formar arranjos de três elementos cada, ou
seja, calcular 𝑨𝟓,𝟑 . Então temos:

5! 5! 5 ∙ 4 ∙ 3 ∙ 2!
𝐴5,3 = 𝐴35 = = = = 60
(5 − 3)! 2! 2!

Ou

𝐴5,3 = 5 ∙ 4 ∙ 3 = 60

2. Pretende-se nomear 3 pessoas para os cargos de ministros da Educação, da


Agricultura e do Comércio, entre 8 elementos de um partido. De quantas maneiras
diferentes pode-se efetuar a escolha, sabendo que a mesma pessoa não pode ocupar
mais de um cargo?
37

Solução:

Seja 𝑷 = {𝒂, 𝒃, 𝒄, 𝒅, 𝒆, 𝒇, 𝒈, 𝒉} o conjunto de pessoas consideradas. Assim, a sequencia de


3 elementos escolhidos entre os 8 será dado por:

𝒏! 𝟖! 𝟖. 𝟕. 𝟔. 𝟓!
𝑨𝟖,𝟑 = 𝑨𝟑𝟖 = = = = 𝟑𝟑𝟔
(𝒏 − 𝒑) 𝟓! 𝟓!

3. Com os algoritmos 1, 2, 3, 4 e 5, quantos números pares de 3 algarismos distintos


podemos formar?

Solução:

Se o número é par, a posição P3 pode ser preenchida ou com o algarismo 2 ou com o 4.


𝟒
. .
𝑷𝟏 𝑷𝟐

Para o preenchimento das posições 𝑷1 e 𝑷𝟐 tem a disposição os algarismos 1, 2, 3, 4 𝑒 5.


Esse preenchimento pode se dar de:

4!
𝐴24 = = 4 ∙ 3 = 12
2!
 Se a posição 𝑃3 for preenchida com o algarismo 2, existem também 12 maneiras
de se fazer o preenchimento pois só podemos utilizar os dígitos 1, 3, 4 𝑒 5.

Pelo princípio aditivo o total de números pares é dado por:

𝟒!
𝑨𝟐𝟒 + 𝑨𝟐𝟒 = 𝟐𝑨𝟐𝟒 = 𝟐 = 𝟐𝟒
𝟐!

Portanto, podemos formar 24 números pares com três algarismos

4. Com 5 panos de cores diferentes, quantas bandeiras tricolores se pode fabricar?


5. Considere a palavra LIVRO.
a) Quantos anagramas são formados com as letras dessa palavra?
b) Quantos deles começam por L e termina por O?
c) Quantos contêm as letras RO juntas e nessa ordem?
6. De um baralho de 52 cartas, 3 são retiradas sucessivamente e sem reposição. Quantas
sequências de cartas são possíveis de se obter?
7. Considere os algarismos 1, 2, 3, 4, 𝑒 5. Quantos números distintos superiores a 100 e
inferiores a 1000 podemos formar se:
a) O número é par?
38

b) O número é ímpar?
c) O número é par ou ímpar?
8. Um grupo de pessoas é formado por cinco homens e três mulheres. Deseja se formar
filas com cinco dessas pessoas de modo que as 3 mulheres ocupem sempre as 3
primeiras posições. Assim de todas as filas possíveis, quantas obedecem essa
restrição?
9. Resolve as equações:
a) 𝐴𝑛,2 = 20
b) 𝐴𝑛,3 = 2(𝐴𝑛−1,3 + 𝐴𝑛−2,2 )

2.4.2. Arranjos com repetição

Consideremos o seguinte exemplo: um grupo de amigos decidi fazer um concurso no qual


seriam atribuídos 3 prémios. Um livro para a melhor poesia. Uma harmonia para aquele que
se revela cantor e uma bola para o melhor atleta. De quantas formas diferentes podem ser
atribuídos os prémios?

Ao resolver essa actividade podemos observar que uma mesma pessoa pode obter mais do
que um prémio, portanto, teremos de contar a sequência de três elementos (não
necessariamente diferentes) escolhidos entre os 10 amigos.

Seja um conjunto com 𝒎 elementos distintos 𝒂𝟏 , 𝒂𝟐 , 𝒂𝟑 , … 𝒂𝒎 chamamos arranjo com


repetição do 𝒎 elementos tomados 𝒑 𝑎 𝒑, a toda sequeência formada com os elementos de
𝑴 não necessariamente distintos.

O número total de arranjos com repetição de m elementos escolhidos de 𝒑 𝑎 𝒑 é dado por


𝒎𝒑 indica-se por:
𝒑
𝑨𝑹(𝒎,𝒑) = 𝑨𝑹𝒎 = 𝑨𝒓𝒆𝒑 (𝒎, 𝒑) = 𝑨𝒓 (𝒎, 𝒑) = 𝒎𝒑 Ɐ𝒎, 𝒑 ∈ ℕ

No cálculo de arranjos com repetição, todos os elementos podem aparecer repetidos em cada
grupo de 𝑝 elementos.

Exercício

1. Numa festa infantil pretende-se formar saquinhos com 5 balões cada. Temos balões
azuis, amarelos e verdes. Quantos saquinhos diferentes podemos construir?

Solução:
39

Os balões são de três cores que podem ser dispostos 5 a 5 para formar os saquinhos. Neste
caso, temos:

𝑨𝑹(𝟑,𝟓) = 𝟑𝟓 = 𝟐𝟒𝟑

2. Com as 26 letras do alfabeto e 10 algarismos (de 0 a 9), quantas placas de carros


poderiam existir no sistema de transito de um país que permita 3 letras iniciais e 4
algarismos no final?

Solução:

São 26 letras do alfabeto que podem ser dispostas 3 a 3 e 10 algarismos que podem ser
dispostos 4 a 4 e em seguida utilize a regra do produto:

𝑨𝑹(𝟐𝟔,𝟑) ∙ 𝑨𝑹(𝟏𝟎,𝟒) = 𝟐𝟔𝟑 ∙ 𝟏𝟎𝟒 = 𝟏𝟕𝟓 𝟕𝟔𝟎 𝟎𝟎𝟎

3. Uma urna contém uma bola vermelha (V), uma bola branca (B) e uma azul (A). Uma
bola é extraída, é observada sua cor e reposta na urna. Em seguida outra bola é
extraída e observada sua cor. Quantas são as possíveis sequências de cores
observadas?

Solução:

São três bolas de três cores que podem ser disposta 2 a 2. Neste caso, temos:

𝑨𝑹(𝟑,𝟐) = 𝟑𝟑 = 𝟗
2.2.2. Combinações

Dado um conjunto 𝑈 com 𝑛 elemento, chama-se combinação desse 𝑛 elemento 𝑝 𝑎 𝑝 a todos


os subconjuntos de 𝑝 elemento que é possível considerar em 𝑈. As combinações podem ser
simples ou com repetição.

2.2.5.1- Combinações simples

Combinações simples é uma ferramenta utilizada quando desejamos contar as possibilidades


de formação de um subgrupo (subgrupo) de elementos a partir de um grupo dado. Em outras
palavras possuirmos um conjunto de 𝑛 elemento e desejamos contar as possibilidades de
formação de um subconjunto formado por elemento a partir do conjunto dado.

Nota: formar um subconjunto a partir de um conjunto dados, não é a mesma coisa formar
filas.

Exemplo: formar um grupo de duas pessoas utilizando Ângela, Makiesse e Cláudio.


40

Ângela – Makiesse Makiesse – Ângela

Ângela – Cláudio Cláudio – Ângela

Makiesse – Cláudio Cláudio – Makiesse

Se tivéssemos o interesse de formar filas com essas três pessoas, poderíamos formar 6 filas
com duas pessoas delas. Porém, para formar grupos devemos apenas agrupar duas pessoas,
desse modo, a ordem entre elas e irrelevante (Ângela-Cláudio) e (Cláudio-Ângela) formam
o mesmo grupo. Assim, se temos 3 pessoas e desejamos formar grupo de 2 pessoas teremos
apenas 3 grupos possíveis, já que o pares (Ângela-Makiesse e Makiesse-Ângela), os pares
(Makiesse-Cláudio e Cláudio – Makiesse) também formam um único grupo. Assim ao
realizar a contagem dos grupos contamos cada grupo duas vezes de formar equivocada, por
isso corrigimos esse erro dividindo as seis filas possíveis por 2! para se chegar a resposta 3.

Analizando o exemplo acima, podemos dizer que: Combinações são gupos que diferem entre
si apenas pela natureza de seus elementos.

O número total de combinações simples de 𝒏 elementos, em grupos de 𝒑 elementos cada, é


igual ao número de arranjos de 𝒏 elementos tomados 𝒑 a 𝒑, dividido por 𝒑!, isto é:
𝒏!
𝒑 𝒏! 𝒏!
(𝒏𝒑)
(𝒏−𝒑)!
𝑪𝒏,𝒑 = 𝑪𝒏 = = = 𝒑!(𝒏−𝒑)! ⇒ 𝑪𝒏,𝒑 = 𝒑!(𝒏−𝒑)!
𝒑!

Exercícios:

1. Quantas comissões de três pessoas podemos formar com um grupo de sete


elementos?

Solução:

Observe que a ordem das pessoas em cada agrupamento não importa. Podemos então
combinar as sete pessoas, três a três, isto é, 𝑪𝟕,𝟑

7! 7 ∙ 6 ∙ 5 ∙ 4! 7∙2∙5
𝐶7,3 = ⇒ 𝐶7,3 = ⇒ 𝐶7,3 = = 35
3! (7 − 3)! 3 ∙ 2 ∙ 4! 2

Portanto, podemos formar 35 comissões.

2. Em uma sala estão 6 rapazes e 4 moças.


a) Quantas comissões constituídas por 4 elementos podemos formar?
b) Quantas comissões podemos formar, tendo cada uma delas 4 rapazes e 2 moças?
c)
41

Solução:

a) Para cada emissão a ordem das pessoas não importa, então, tem:
10! 10!.9.8.7.6!
𝐶(10,4) = 4!(10−4) ⟹ 𝐶(10,4) = ⟹ 𝐶(10,4) = 5.3.2.7 = 210 comissões
4!.3.2.6!

b) Para esta situação vamos considerar duas etapas


1ª Etapa: com 6 rapaz podemos formar 𝐶(6,4) comissões de 4 rapazes;
2ª Etapa: com 4 moças podemos formar 𝐶(4,2) comissões de duas moças.

Pelo principio multiplicativo, temos:

𝐶(6,4) X 𝐶(4,2) = 15.6 = 90

Portanto, podemos formar 90 comissões.

3- Uma urna contém 20 bolas, sendo 12 brancas e 8 pretas. De quantas maneiras


podemos retirar sem reposição 10 bolas, das quais 3 são brancas
4- Uma família de 7 pessoas decide executar duas tarefas, duas delas vão cuidar do
jardim, enquanto as outras vão pintar a casa. De quantos modos as tarefas podem ser
distribuídas?
5- Resolve e verifica as equações abaixo
a) (𝑥3) = 3𝐴𝑥,2
𝐴𝑝,3
b) = 12
𝐶𝑝,4

𝐶8,𝑝+2
c) 𝐶8,𝑝+1

d) 𝐶7,3 = 𝑃3 ∙ 𝐴𝑛,2
e) 5𝐶𝑛,𝑛−1 + 𝐶𝑛,𝑛−2 = 𝐴𝑛,3
f) 𝐴𝑛,4 = 48 ∙ 𝐶𝑛,3
6- Verifique que:
𝑛
𝐶𝑛,𝑝 = 𝑝 × 𝐶𝑛−1,𝑝−1 (com 1 ≤ 𝑝 ≤ 𝑛).
42

CAPITULO #3- BINÓMIO DE NEWTON


Introdução

Seja n um número natural. Já conhecemos o desenvolvimento de (𝑎 + 𝑏)𝑛 para alguns


valores de 𝑛:

 𝑛 = 0 ⟹ (𝑎 + 𝑏)0 = 1
 𝑛 = 1 ⟹ (𝑎 + 𝑏)1 = 𝑎 + 𝑏
 𝑛 = 2 ⟹ (𝑎 + 𝑏)2 = 𝑎2 + 2𝑎𝑏 + 𝑏 2
 𝑛 = 3 ⟹ (𝑎 + 𝑏)3 = 𝑎3 + 3𝑎2 𝑏 + 3𝑎𝑏 2 + 𝑏 3

O desenvolvimento de (𝑎 + 𝑏)𝑛 para 𝑛 > 3 pode ser obtido com a aplicação dos
desenvolvimento acima e das propriedades das potências. Vejamos

(𝑎 + 𝑏)4 = (𝑎 + 𝑏)(𝑎 + 𝑏)3 = (𝑎 + 𝑏)( 𝑎3 + 3𝑎2 𝑏 + 3𝑎𝑏 2 + 𝑏 3 )

= 𝑎4 + 4𝑎3 𝑏 + 6𝑎2 𝑏 2 + 4𝑎𝑏 3 + 𝑏 4

(𝑎 + 𝑏)5 = (𝑎 + 𝑏)(𝑎 + 𝑏)4 , assim por diante...

Em geral, (𝑎 + 𝑏)𝑛 = (𝑎 + 𝑏)(𝑎 + 𝑏)𝑛−1

Essa técnica, pode conduzir a cálculos muitos trabalhosos. Porém com aplicação do
Triângulo de Pascal e do Binómio de Newton, permitirão fazer o desenvolvimento de
(𝑎 + 𝑏)𝑛 com maior facilidade.

3.1. Coeficientes Binomiais

Dados dois números naturais, 𝒏 e 𝒑, com 𝑛 ≥ 𝑝, definimos o coeficiente binomial 𝒏 sobre

𝒑, e indicamos por (𝑛𝑝), o número dado por:

𝒏 𝒏!
( )= = 𝑪𝒏,𝒑
𝒑 𝒑! (𝒏 − 𝒑)!

Onde: 𝒏 é chamado numerador e p é chamado denominador de (𝑛𝑝).

Exemplos:

5 5! 5! 5 ∙ 4 ∙ 3!
a) ( ) = 𝐶5,2 = = = = 10
2 2! (5 − 2)! 2! 3! 2 ∙ 1 ∙ 3!
4 4! 4! 4 ∙ 3!
𝑏) ( ) = = = =4
3 3! (4 − 3)! 3! 1! 1 ∙ 3!
43

3.1.1. Casos notáveis/especiais


𝑛 𝑛! 𝑛!
𝟏. ( ) = = = 1, ∀𝑛∈ℕ
0 𝑛! (𝑛 − 0)! 1𝑛!

Assim por exemplo, (15


0
) = 1 e (70) = 1.
𝑛 𝑛! 𝑛(𝑛 − 1)!
𝟐. ( ) = = = 𝑛, ∀𝑛 ∈ℕ
1 1! (𝑛 − 1)! (𝑛 − 1)!

Por exemplo, (150


1
) = 150 e (09) = 9
𝑛 𝑛! 𝑛! 𝑛!
𝟑. ( ) = = = = 1, ∀𝑛∈ℕ
𝑛 𝑛! (𝑛 − 𝑛)! 𝑛! 0! 𝑛! 1

Por exemplo, (55) = 1 e (17


17
) = 1.

3.1.2. Coeficientes binomiais complementares

Dizemos que dois coeficientes/números binomiais (𝑛𝑝) e (𝑛𝑞) de mesmo numerador são
complementares, quando a soma de seus denominadores é igual ao numeradores, isto é,
𝒑 + 𝒒 = 𝒏.

Por exemplo, são números binomiais os seguintes: (82) e (86); (59) e (59); (11
4
) e (11
7
).

3.1.3. Propriedades dos coeficientes binomiais


P1: Dois coeficientes binomiais são iguais

Para 𝒑 + 𝒒 = 𝒏, tem-se: (𝑛𝑝) = (𝑛𝑞)

Por exemplo, os números (82) e (86), são complementares (2 + 6 = 8), calculando cada um
deles, temos:
8 8! 8! 8 ∙ 7 ∙ 6! 56
( )= = = = = 28
2 2! (8 − 2)! 2! 6! 2 ∙ 6! 2
8 8! 8! 8 ∙ 7 ∙ 6! 56
( )= = = = = 28
6 6! (8 − 6)! 6! 2! 6! ∙ 2 2
Portanto, verifica-se que (82) = (86).
𝑝=𝑞
P2: Sendo n, p e q números naturais, tais que 𝒏 ≥ 𝒑 e 𝒏 ≥ 𝒑, se (𝑛𝑝) = (𝑛𝑞) ⟺ { ou
𝑝+𝑞 =𝑛

Exemplo: Ao resolvermos a equação (10


𝑥
) = (10
4
), chegamos a duas possibilidades:

𝑥 = 4 𝑜𝑢 𝑥 + 4 = 10

𝑥=6
44

P3: Relação de Stifel:


𝒏 𝒏 𝒏+𝟏
( )+( )=( )
𝒑 𝒑+𝟏 𝒑+𝟏
Demonstração:
Desenvolvendo cada membro da igualdade, tem-se:
𝑛 𝑛 𝑛! 𝑛!
( )+( )= +
𝑝 𝑝+1 𝑝! (𝑛 − 𝑝)! (𝑝 + 1)! [𝑛 − 𝑝 − 1]!
𝑛! 𝑛!
= +
𝑝! (𝑛 − 𝑝)(𝑛 − 𝑝 − 1)! (𝑝 + 1) 𝑝! (𝑛 − 𝑝 − 1)!
𝑛! (𝑝 + 1) + 𝑛! (𝑛 − 𝑝)
=
(𝑛 − 𝑝)(𝑝 + 1) 𝑝! (𝑛 − 𝑝 − 1)!
𝑛! [𝑝 + 1 + 𝑛 − 𝑝]
=
(𝑝 + 1)𝑝! (𝑛 − 𝑝)(𝑛 − 𝑝 − 1)!
(𝑛 + 1) 𝑛!
=
(𝑝 + 1)𝑝! (𝑛 − 𝑝)(𝑛 − 𝑝 − 1)!
(𝑛 + 1)!
=
(𝑝 + 1)! (𝑛 − 𝑝)!
𝑛+1 (𝑛 + 1)! (𝑛 + 1)! 𝑛 𝑛
( )= = =( )+( )
𝑝+1 (𝑝 + 1)! (𝑛 + 1 − 𝑝 − 1)! (𝑝 + 1)! (𝑛 − 𝑝)! 𝑝 𝑝+1

Portanto, demonstrou-se que (𝑛𝑝) + (𝑝+1


𝑛
) = (𝑛+1
𝑝+1
)

Exemplo: Determinar (86) + (87)

Resolução
Usando a relação de Stifel, temos:
8 8 8 8 8+1 9 9! 9 ∙ 8 ∙ 7!
( )+( )= ( )+( )=( )=( )= = = 36
6 7 6 6+1 6+1 7 7! 2! 7! ∙ 2 ∙ 1
Exercícios
45
46
47

3.2. Triângulo de pascal


O triângulo de Pascal também chamado de triângulo de tartaglia e triângulo de Yang Hui,
𝑛
é um triângulo numérico infinito formado por números binomiais (𝑝), onde 𝑛 representa o
número da linha (posição horizontal) e 𝑝 representa o número da coluna (posição vertical),
iniciando a contagem a partir do zero.
O triângulo de Pascal foi descoberto pelo matemático chinês Yang Hui, e 500 anos depois,
concretamente em 1964 Blaise Pascal (1623-1662) estudou várias das suas propriedades.
A organização dos coeficientes binomiais no triângulo de Pascal é feita da seguinte
maneira:
 Todos os coeficientes de mesmo numerador são colocados na mesma linha;
 Todos os coeficientes de mesmo denominador são colocados na mesma coluna;
Vejamos a seguir a construção do triângulo de Pascal cujos os valores de 𝑛 variam de 0 à 6,
com 𝑛 ≥ 𝑝.
48

n p 0 1 2 3 4 5 6

0
0 ( )
0
1 1
1 ( ) ( )
0 1
2 2 2
2 ( ) ( ) ( )
0 1 2
3 3 3 3
3 ( ) ( ) ( ) ( )
0 1 2 3
4 4 4 4 4
4 ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
0 1 2 3 4
5 5 5 5 5 5
5 ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
0 1 2 3 4 5
6 6 6 6 6 6 6
6 ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
0 1 2 3 4 5 6
Obtendo assim o triângulo:

1
1 1
1 2 1
1 3 3 1
1 4 6 4 1
1 5 10 10 5 1
1 6 15 20 15 6 1

Cada coeficiente binomial que forma o triângulo de Pascal possui um valor numérico
encontrado através dos casos especiais dos coeficientes binomiais, das suas propriedades ou
da fórmula da combinação.
𝑛
Por exemplo, todos os coeficientes binomiais de denominador igual a 0, ( ), é igual a 1; Os
0
𝑛
coeficientes de denominador igual a 1, ( ), é igual ao numerador. Aqueles coeficientes cujos
1
𝑛
numeradores e denominadores iguais, ( ) são iguais a 1.
𝑛

O triângulo acima também pode ser apresentados da seguinte forma:


49

1
1 1
1 2 1
1 3 3 1
1 4 6 4 1
1 5 10 10 5 1
1 6 15 20 15 6 1
Para o triângulo de 𝑛 e 𝑝 colunas, tem-se:

n p 0 1 2 3 4 5 6 ⋯ 𝑝=𝑛

0
0 ( )
0
1 1
1 ( ) ( )
0 1
2 2 2
2 ( ) ( ) ( )
0 1 2
3 3 3 3
3 ( ) ( ) ( ) ( )
0 1 2 3
4 4 4 4 4
4 ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
0 1 2 3 4
5 5 5 5 5 5
5 ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
0 1 2 3 4 5
6 6 6 6 6 6 6
6 ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
0 1 2 3 4 5 6

⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮
𝑛 𝑛 𝑛 𝑛 𝑛 𝑛 𝑛 𝑛
𝑛 ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ⋯ ( )
0 1 2 3 4 5 6 𝑛

3.2.1- Propriedades de triângulo de Pascal


O triângulo de Pascal é um triângulo aritmético formado por números que têm diversas
relações entre si. Muitas dessas relações foram descobertas pelo próprio Pascal, o que
justifica o nome que lhe é dado.
 P1: O primeiro e último elemento de uma linha são iguais a 1.
 P2: Soma de uma linha (Teorema das linhas
A soma dos elementos da n-ésima linha do triângulo de Pascal é igual a 𝟐𝒏 .
𝒏
𝑛
∑ ( 𝑝 ) = 𝟐𝒏
𝒑=𝟎
50

1ª linha: 𝑛 = 0 1 → 20
2ª linha: 𝑛 = 1 1 + 1 = 2 → 21
3ª linha: 𝑛 = 2 1 + 2 + 1 = 4 → 22
4ª linha: 𝑛 = 3 1 + 3 + 3 + 1 = 8 → 23
5ª linha: 𝑛 = 4 1 + 4 + 6 + 4 + 1 = 16 → 24
⋮ ⋮ ⋮ ⋮
𝑛 𝑛 𝑛 𝑛 𝑛 𝑛
nª linha: 𝑛 = 𝑛 ( ) + ( ) + ( ) + ( ) + ( ) + ⋯ + ( ) = 2𝑛
0 1 2 3 4 𝑛
P4: Soma dos elementos de uma coluna (Teorema das colunas)
A soma dos elementos da coluna no triângulo de Pascal pode ser calculada pela relação:
𝒏+𝒑+𝟏 𝒏 𝒏+𝟏 𝒏+𝟐 𝒏+𝒑
( )=( )+( )+( ) + ⋯+ ( )
𝒏+𝟏 𝒏 𝒏 𝒏 𝒏
Exemplos: Determine a coluna cuja soma dos seus elementos é:
6
a) ( )
2
Resolução:
𝑛+𝑝+1=6 𝑝=4
{ ⟺{ . Aplicando a fórmula, temos:
𝑛+1=2 𝑛=1
6 1 2 3 4 5
( )=( )+( )+( )+( )+( )
2 1 1 1 1 1
15 = 1 + 2 + 3 + 4 + 5
1 2 3 4 5
Portanto, a coluna em causa tem como elementos: ( ); ( ); ( ); ( ); ( ) ou 1; 2; 3; 4; 5.
1 1 1 1 1

0
( )
0
1 1
( ) ( )
0 1
2 2 2 1
( ) ( ) ( )
0 1 2
1 1
3 3 3 3
( ) ( ) ( ) ( )
0 1 2 3 1 2 1
4 4 4 4 4 1 3 3 1
( ) ( ) ( ) ( ) ( )
0 1 2 3 4
1 4 6 4 1
5 5 5 5 5 5
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
0 1 2 3 4 5 1 5 10 10 5 1
6 6 6 6 6 6 6
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 1 6 15 20 15 6 1
0 1 2 3 4 5 6
51

5
b) ( )
3
Resolução:
𝑛+𝑝+1=5 𝑝=2
{ ⟺{ . Aplicando a fórmula, temos:
𝑛+1=3 𝑛=2
5 2 3 4
( )=( )+( )+( )
3 2 2 2
10 = 1 + 3 + 6
2 3 5
Portanto, a coluna em causa tem como elementos: ( ); ( ); ( ) ou 1; 3; 6.
2 2 2
1
1 1
1 2 1
1 3 3 1
1 4 6 4 1
1 5 10 10 5 1
1 6 15 20 15 6 1

P5: Soma dos elementos de uma diagonal (Padrão do stick do hóquei)


Na soma dos elementos de uma diagonal (também conhecida por padrão do stick de hóquei),
verifica-se que a soma de um determinado número de coeficientes binomiais de uma
diagonal, equivale ao número imediatamente abaixo, não estando nesta mesma diagonal, e é
dada pela seguinte fórmula:
𝒏+𝒑+𝟏 𝒏 𝒏+𝟏 𝒏+𝟐 𝒏+𝒑
( )=( )+( )+( )+⋯+( 𝒑 )
𝒑 𝟎 𝟏 𝟐
Exemplos: Determine a diagonal cuja a soma dos elementos é:
𝟔
a) ( )
𝟒
Resolução
𝑛+𝑝+1=1 𝑛=1
{ ⟺{ . Aplicando a fórmula, temos:
𝑝=4 𝑝=4
6 1 2 3 4 5
( )=( )+( )+( )+( )+( )
4 0 1 2 3 4
15 = 1 + 2 + 3 + 4 + 5
1 2 3 4 5
Portanto, a diagonal em causa tem como elementos: ( ); ( ); ( ); ( ) ; ( ) ou ainda 1; 2;
0 1 2 3 4
3; 4 e 5
52

1
1 1
1 2 1
1 3 3 1
1 4 6 4 1
1 5 10 10 5 1

1 6 15 20 15 6 1

𝟓
b) ( )
𝟐
Resolução
𝑛+𝑝+1=5 𝑛=2
{ ⟺{ . Aplicando a fórmula, temos:
𝑝=2 𝑝=2
5 2 3 4
( )=( )+( )+( )
2 0 1 2
10 = 1 + 3 + 6
2 3 4
Assim, a diagonal em causa tem como elementos: ( ); ( ); ( ), ou ainda 1; 2; 6.
0 1 2
1
1 1
1 2 1
1 3 3 1
1 4 6 4 1

1 5 10 10 5 1
1 6 15 20 15 6 1
P6: Equidistância em relação aos extremos (binomiais complementares)
Num triângulo de Pascal os coeficientes binomiais complementares são equidistantes em
relação aos extremos, portanto possuem valores numéricos iguais.

Por exemplo, a linha nº 5 do triângulo de Pascal é formada pelos binomiais:

5 5 5 5 5 5
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
0 1 2 3 4 5
1 5 10 10 5 1
53

5 5 5 5 5 5
Os cada par dos números binomiais ( ) e ( ); ( ) e ( ) e ( ) e ( ) são complementares
0 5 1 4 2 3
entre si, em relação aos extremos são equidistantes e conforme vimos os seus valores
numéricos em cada caso são iguais.

P7: A soma de dois termos consecutivos de uma linha é igual ao elemento da linha
seguinte, imediatamente abaixo da segunda parcela da soma (Relação de Stifel).
𝑛 𝑛 𝑛+1
(𝑝) + (𝑝 + 1) = ( )
𝑝+1
Exemplos:
3 3 4
𝑎) ( ) + ( ) = ( )
1 2 2
𝟑 + 𝟑 =𝟔

3.3. Binómio de Newton

Chama-se Binómio de Newton a toda expressão da forma (𝒙 + 𝒂)𝒏 , com 𝑛 ∈ ℕ, onde


𝒏 é chamado de ordem do binómio.

Em Matemática, o binómio de Newton permite escrever na forma canônica o polinómio


correspondente à potência de um binómio. O nome é dado em homenagem ao físico e
matemático Isaac Newton. Entretanto deve-se salientar que o Binômio de Newton não foi o
objecto de estudos de Isaac Newton. Na verdade o que Newton estudou foram regras que
valem para (𝒙 + 𝒂)𝒏 quando o expoente 𝑛 é fracionário ou inteiro negativo, o que leva ao
estudo de séries infinitas.
54

Com o Binómio de Newton vamos obter o desenvolvimento das potências de (𝒙 + 𝒂)𝒏 , com
expoente natural. No desenvolvimento destas potências aparecem, como coeficientes, os
números binomiais, como vimos anteriormente.

Supondo que 𝒏 seja um número natural (𝑛 ∈ ℕ), podemos considerar a seguinte expressão:

𝒏 𝒏 𝒏 𝒏
(𝒙 + 𝒂)𝒏 = ( ) 𝒙𝒏 𝒂𝟎 + ( ) 𝒙𝒏−𝟏 𝒂𝟏 + ( ) 𝒙𝒏−𝟐 𝒂𝟐 + ⋯ + ( ) 𝒙𝟎 𝒂𝒏
𝟎 𝟏 𝟐 𝒏

Com o emprego do somatório, a fórmula fica reduzida a:

𝒏
𝒏
(𝒙 + 𝒂)𝒏 = ∑ (𝒑) 𝒙𝒏−𝒑 ∙ 𝒂𝒑
𝒑=𝟎

Notas:

1. O desenvolvimento do binómio é um polinómio;


2. O polinómio tem mais um termo que o número de unidades do expoente;
3. O polinómio é homogênio, e está escrito segundo as potências decrescentes do
primeiro termo e crescente do segundo termo;
4. Os coeficientes do desenvolvimento binomial são os números que figuram no
triângulo de Pascal.

Por exemplo, considerando alguns valores para 𝑛, temos:


a) 𝑛 = 0

(𝑥 + 𝑎)0 = (0) 𝑥 0 𝑎0 = 1
0
b) 𝑛 = 1

(𝑥 + 𝑎)1 = (1) 𝑥1 𝑎0 + (1) 𝑥 0 𝑎1 = 1𝑥 + 1𝑎 = 𝑥 + 𝑎


0 1
c) 𝑛 = 2

(𝑥 + 𝑎)2 = (2) 𝑥 2 𝑎0 + (2) 𝑥1 𝑎1 + (2) 𝑥 0 𝑎2 = 1𝑥 2 + 2𝑎𝑥 + 1𝑎2 = 𝑥 2 + 2𝑎𝑥 + 𝑎2


0 1 2
d) 𝑛 = 6

(𝑥 + 𝑎)6 = (6) 𝑥 6 𝑎0 + (6) 𝑥 5 𝑎1 + (6) 𝑥 4 𝑎2 + (6) 𝑥 3 𝑎3 + (6) 𝑥 2 𝑎4 + (6) 𝑥1 𝑎5 + (6) 𝑥 0 𝑎6


0 1 2 3 4 5 6
= 1𝑥 2 + 5𝑎𝑥 5 + 15𝑎2 𝑥 4 + 20𝑎3 𝑥 3 + 15𝑎4 𝑥 2 + 6𝑎5 𝑥 + 1𝑎6
= 𝑥 2 + 5𝑎𝑥 5 + 15𝑎2 𝑥 4 + 20𝑎3 𝑥 3 + 15𝑎4 𝑥 2 + 6𝑎5 𝑥 + 𝑎6
55

3.3.1. Soma dos coeficientes dos polinómio resultante de (𝒂𝒙 + 𝒃𝒚)𝒏

Sendo 𝑎 e 𝑏 coeficientes de x e y no desenvolvimento de (𝒂𝒙 + 𝒃𝒚)𝒏, então, a soma de


todos coeficientes do polinómio resultante de (𝑎𝑥 + 𝑏𝑦)𝑛 é igual a (𝒂 + 𝒃)𝒏 .

Exemplos: Obtenção da soma dos coeficientes dos termos do desenvolvimento de:

a) (𝟐𝑥 + 𝟏)2 = 4𝑥 2 + 4𝑥 + 1

⟹ 𝑆𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑒𝑓. = 4 + 4 + 1 = 9

Que podemos simplesmente fazer

𝑆𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑒𝑓. = (2 + 1)2 = 33 = 9

b) (𝟑𝑎 − 𝑏)10 ⟹ 𝑆𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑒𝑓. = (3 − 1)10 = 210 = 1024

c) (𝟐𝑥 − 𝟑)50 ⟹ 𝑆𝑜𝑚𝑎 𝑑𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑒𝑓. = (2 − 3)50 = (−1)50 = 1

3.3.2. Termo geral do Binómio de Newton

Todo termo do desenvolvimento do binómio de Newton pode ser representado pela


expressão:

𝒏
𝐓𝒑+𝟏 = (𝒑) 𝒙𝒏−𝒑 ∙ 𝒂𝒑

Exercícios de aplicação
1. Determine o termo em 𝑥 5 no desenvolvimento de (𝑥 + 2)7 .

Resolução
Buscamos primeiro a fórmula do termo geral:
𝑛
T𝑝+1 = (𝑝) 𝑥 𝑛−𝑝 ∙ 𝑎𝑝 . Neste caso, 𝑛 = 7 e 𝑎 = 2. Então, teremos:

7
T𝑝+1 = ( ) 𝑥 7−𝑝 ∙ 2𝑝
𝑝

Como o expoente de 𝑥 deve ser igual a 3, segue que:

7 − 𝑝 = 3 ⟺ 𝒑 = 𝟒, e assim:

7 7!
T4+1 = ( ) 𝑥 7−4 ∙ 24 ⟺ T5 = ∙ 16 ∙ 𝑥 3 = 560𝑥 3
4 4! ∙ (7 − 4)!
56

Logo, 560𝑥 3 é o termo procurado. De acordo com as potências decrescentes de 𝑥, é o 5º termo

2. Calcule o segundo termo do desenvolvimento de (𝑥 + 3)8 .

Resolução
𝑛
T𝑝+1 = (𝑝) 𝑥 𝑛−𝑝 ∙ 𝑎𝑝 . Neste caso, 𝑛 = 8 e 𝑎 = 3. Então, teremos:

8
T𝑝+1 = ( ) 𝑥 8−𝑝 ∙ 3𝑝
𝑝

Como se trata do segundo termo, então, 𝒑 + 𝟏 = 𝟐 ⟺ 𝑝 = 1, assim:

8
T1+1 = ( ) 𝑥 8−1 ∙ 31 ⟺ T2 = 8 ∙ 3 ∙ 𝑥 7 = 24𝑥 7
1

O segundo termo do referido desenvolvimento é 24𝑥 7 .

1 8
3. Determine o termo independente de 𝑥 no desenvolvimento de (𝑥 − 3𝑥) .

Resolução
𝑛 1
T𝑝+1 = (𝑝) 𝑥 𝑛−𝑝 ∙ 𝑎𝑝 . Neste caso, 𝑛 = 8 e 𝑎 = − 3𝑥. Seguindo-se:

8 1 𝑝 8 1 𝑝 8 1 𝑝
T𝑝+1 = ( ) 𝑥 8−𝑝 ∙ (− 3𝑥) = ( ) 𝑥 8−𝑝 ∙ (− 3 𝑥 −1 ) = ( ) 𝑥 8−𝑝 ∙ 𝑥 −𝑝 ∙ (− 3)
𝑝 𝑝 𝑝

8 8−2𝑝 1 𝑝
T𝑝+1 = ( )𝑥 ∙ (− )
𝑝 3

Para se obter o termo independente, o expoente 𝑥 deve ser nulo. Isto é:

8 − 2𝑝 = 0 ⟺ 𝑝 = 4. Assim:

8 1 4 1 70
T4+1 = ( ) 𝑥 8−2∙4 ∙ (− ) = 70 ∙ ∙ 𝑥0 =
4 3 81 81
70
O termo independente do desenvolvimento dado é 81.
57

Exercícios propostos
4. Calcule o quarto termo do desenvolvimento de (𝑥 − 1)8
5. Determine o termo em 𝑥 7 do desenvolvimento de (𝑥 2 − 1)6
6. Determine o coeficiente de 𝑥 4 no polinómio 𝑃(𝑥) = (𝑥 + 2)6
1 15
7. O termo independente de (𝑥 − 𝑥 2 ) é:

a) 1 c) −3003
b) −30 d) 1225
1 7
8. Qual é o coeficiente de 𝑥 7 no desenvolvimento de (5𝑥 3 + )
√ 𝑥

1 5
9. Dado o binómio (𝑥 3 + 𝑥 2 ) , sabe-se que a soma dos coeficientes e o termo

independente de 𝑥 no seu desenvolvimento são, respectivamente, iguais aos números de


homens e mulheres que participam de um simpósio. De quantos modos distintos podem ser
formadas comissões de exatamente 4 pessoas, escolhidas entre os participantes desse
simpósio, se cada comissão deve conter homens e mulheres em igual número
10. O coeficiente de 𝑥15 no desenvolvimento de (𝑥 2 + 𝑥 −3 )15 é:
a) 455 c) 500
b) 555 d) 643 e) n.d.a
3 𝑘
11. No desenvolvimento (𝑥 2 + 𝑥) , 𝑘 ∈ ℕ, os coeficientes binomiais do quarto e do

décimo termos são iguais. Então, determine a ordem do termo independente de 𝑥.


58

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