Você está na página 1de 22

TRIGNOMETRIA E FUNÇÕES

TRIGNOMÉTRICAS

Extensão da trigonometria a ângulos retos e


obtusos e resolução de triângulos
Razões trigonométricas de um ângulo agudo
Dado um ângulo agudo interno 𝛼 a um triângulo retângulo e uma
unidade de comprimento, designa-se por:

• seno de 𝜶, e representa-se por sin 𝛼 , sin𝛼,sen 𝛼 ou sen𝛼 o


quociente entre as medidas dos comprimentos do cateto oposto
a 𝛼 e da hipotenusa;
• cosseno de 𝜶, e representa−se por cos α ou cos α o quociente
entre as medidas dos comprimentos do cateto adjacente a 𝛼 e
da hipotenusa;
• tangente de 𝜶, e representa-se por tan(𝛼), tan 𝛼, tg(𝛼) ou tg 𝛼 o
quociente entre as medidas dos comprimentos do cateto oposto
a 𝛼 e do cateto adjacente a 𝛼.

Assim, no contexto da figura seguinte, tem-se:


Algumas relações já conhecidas para ângulos agudos
Fórmula fundamental da trigonometria:

!"#$
tan 𝛼 =
&'! $
e

1+tan2𝛼=
(
)
&'! $


Razões trigonométricas dos ângulos de 30°, 45° e 60°




Lei dos senos para triângulos acutângulos
Para qualquer triângulo acutângulo [𝐴𝐵𝐶] de ângulos internos 𝐵𝐴𝐶,
𝐴𝐵𝐶 e 𝐵𝐶𝐴 de amplitudes 𝛼, 𝛽 e 𝛾, respetivamente, e de lados de
medida 𝑎 = )))) )))) e 𝑐 = 𝐴𝐵
𝐵𝐶 , 𝑏 = 𝐴𝐶 )))), fixada uma unidade de
comprimento, tem-se:

Definição de seno dos ângulos reto e obtuso


Dado um ângulo convexo 𝛼, define-se:
• 𝑠𝑖𝑛α=1,quando𝛼éreto;
• 𝑠𝑖𝑛 𝛼 = 𝑠𝑖𝑛 α′, quando 𝛼 é obtuso, onde α’ é o suplementar de 𝛼.

Lei dos senos para um triângulo qualquer


Para qualquer triângulo [𝐴𝐵𝐶] de ângulos internos 𝐵𝐴𝐶, 𝐴𝐵𝐶 e 𝐵𝐶𝐴
de amplitudes 𝛼, 𝛽 e 𝛾, respetivamente, e de lados de medida 𝑎 = ))))
𝐵𝐶 ,
)))) e 𝑐 = 𝐴𝐵
𝑏 = 𝐴𝐶 )))), fixada uma unidade de comprimento, tem-se:


Definição de cosseno dos ângulos reto e obtuso
Dado um ângulo 𝛼, define-se:
• 𝑐𝑜𝑠𝛼 = 0, quando 𝛼 é um ângulo reto;
• 𝑐𝑜𝑠𝛼=−cos𝛼′ quando 𝛼 é obtuso, onde α′ é o suplementar de 𝛼.

Teorema de Carnot
Dado um triângulo [𝐴𝐵𝐶], de lados de medida 𝑎 = 𝐵𝐶,𝑏 = 𝐴𝐶 e 𝑐 = 𝐴𝐵,
fixada uma unidade de comprimento, se 𝛼 é a amplitude do ângulo
interno de vértice em 𝐴, então:

𝒂𝟐 = 𝒃𝟐 + 𝒄𝟐 − 𝟐𝒃𝒄 𝐜𝐨𝐬 𝜶

Propriedade
Dados dois ângulos convexos quaisquer 𝛼 e 𝛽 com a mesma
amplitude 𝛼 = 𝛽, tem-se que sin𝛼 = sin𝛽 e cos𝛼 = cos𝛽 e podem ser
designados por seno e cosseno de 𝛼.
Ângulos orientados, ângulos generalizados e
rotações.

Ângulo orientado
Define-se ângulo orientado um ângulo não nulo nem giro no qual se
fixa um dos lados para lado origem, designando-se o outro lado por
lado extremidade.

Orientação ou sentido de um ângulo orientado


Diz-se que um ângulo orientado de um plano 𝜋 tem orientação
negativa quando, imaginando os movimentos dos ponteiros de um
relógio cujo mostrador se supõe situado no mesmo plano 𝜋, os
ponteiros podem descrever o ângulo começando no lado origem e
terminando no lado extremidade; e diz-se que tem orientação
positiva no caso contrário.

Para representar que um ângulo tem orientação negativa, afeta-se à


sua amplitude o sinal «—», bem como as respetivas medidas.
Orientação ou sentido de um ângulo orientado

Fixada uma unidade de medida angular em que 𝑔 é a medida do


ângulo giro, a amplitude de um ângulo orientado ou nulo assume
exatamente todos os valores no intervalo ]—𝑔, 𝑔[ .

Rotações segundo ângulos orientados


Dado um ponto 𝑂 de um plano 𝜋 e um ângulo orientado 𝛼 do mesmo
plano, designa-se por rotação de centro 𝑶 e amplitude 𝜶 a
transformação geométrica que a cada ponto 𝑀 do plano 𝜋 faz
)))))= O𝑀
corresponder o ponto 𝑀′ do mesmo plano, tal que 𝑂𝑀 * ′, e que
)))))))
𝑂̇𝑀* seja o lado extremidade do ângulo orientado de origem 𝑂𝑀 com
a mesma amplitude de 𝛼.




Ângulo generalizado
Define-se ângulo generalizado (ou ângulo trigonométrico) um
ângulo orientado ou nulo, 𝛼, a que se associa um certo «número de
voltas». O ângulo generalizado é identificado pelo par ordenado (𝛼,
𝑘), em que 𝑘 é um número inteiro, que é positivo ou nulo, se a
orientação de 𝛼 for positiva, e negativo ou nulo, se a orientação de 𝛼
for negativa, ou seja, o sinal de 𝑘 coincide com o da amplitude de 𝛼.

Lado origem e lado extremidade de um ângulo


generalizado
O lado origem e o lado extremidade do ângulo orientado 𝛼 são
designados também por lado origem e lado extremidade do
ângulo generalizado (𝜶, 𝒌), respetivamente. Por sua vez, o lado
origem e extremidade de um ângulo nulo 𝜔 designam-se por lado
origem e extremidade do ângulo generalizado (𝝎, 𝒌).



Amplitude do ângulo
generalizado
Fixado um â ngulo unidade e sendo 𝑔 a medida de
amplitude do â ngulo giro, identifica-se a medida de
amplitude do ângulo generalizado
( 𝜶,𝒌) como α & + 𝑘𝑔, em que α
& é a medida de amplitude do
â ngulo orientado ou nulo.

Amplitude do ângulo generalizado

Dois ângulos generalizados (𝛼, 𝑘) e (𝛼′, 𝑘′) têm a mesma amplitude


se, e somente se, 𝛼 e 𝛼′ tiverem a mesma amplitude e 𝑘 = 𝑘′. Além
disso, fixado um ângulo unidade, dado um número real 𝑥 e fixada
uma semirreta para lado origem, existe um único ângulo generalizado
de amplitude igual a 𝑥.
Rotação segundo ângulos generalizados
Fixado um ponto 𝑂 e um ângulo generalizado 𝛼, identifica-se a
rotação de centro 𝑶 e ângulo generalizado (𝜶, 𝒌), no caso de 𝛼 ser
o ângulo nulo, como sendo a aplicação identidade no plano e nos
restantes casos como sendo a rotação de centro em 𝑂 e ângulo
orientado 𝛼.

Ângulos generalizados que definem a mesma rotação

Dado um ponto 𝑂 e ângulos generalizados (𝛼, 𝑘) e (𝛼′, 𝑘′), e ângulos


orientados 𝛼 e 𝛼′, as rotações de centro 𝑂 e ângulos generalizados
(𝛼, 𝑘) e (𝛼′, 𝑘′) coincidem se, e somente se, 𝛼 e 𝛼′ tiverem a mesma
amplitude ou se tiverem sentidos contrários e se os valores absolutos
das suas amplitudes tiverem soma igual à medida do ângulo giro.
Razões trigonométricas de ângulos generalizados
Referencial ortonormado direto no plano

Um referencial ortonormado do plano, 𝑥𝑂𝑦, é «direto» quando o


primeiro quadrante, considerando o ângulo orientado com lado
origem coincidente com o semieixo positivo 𝑂𝑥 e o lado extremidade
coincidente com o semieixo positivo 𝑂𝑦, tem orientação positiva.

Circunferência trigonométrica
Fixados num plano uma unidade de comprimento e um referencial
o.n. 𝑥𝑂𝑦 direto, designa-se por circunferência trigonométrica a
circunferência de centro na origem e raio 1.
Seno e cosseno de um ângulo orientado
Dado um referencial o.n. 𝑥𝑂𝑦 direto em determinado plano e um
ângulo 𝛼 orientado do mesmo plano, define-se seno de 𝜶
(respetivamente cosseno de 𝜶) como a ordenada (respetivamente
abcissa) do ponto 𝑃, de interseção da circunferência trigonométrica
com o lado extremidade do ângulo orientado de lado origem no
semieixo positivo 𝑂𝑥 e de amplitude igual à de 𝛼.

O seno do ângulo orientado 𝛼 representa-se por «𝐬𝐢𝐧 𝜶 », «𝐬𝐞𝐧 (𝜶)»,


« 𝐬𝐢𝐧 𝜶» ou «𝐬𝐞𝐧 𝜶» e o cosseno por «𝐜𝐨𝐬 𝜶 » ou «𝐜𝐨𝐬 𝜶 ».

Tangente de um ângulo orientado


Considere-se um referencial o.n. direto em dado plano e um ângulo
orientado 𝛼 do mesmo plano, de lados não perpendiculares: define-
se tangente de 𝜶 e representa-se por «𝐭𝐠 (𝛂)», «𝐭𝐚𝐧(𝜶)», «𝐭𝐠 𝛂» ou
«𝐭𝐚𝐧 𝜶», a ordenada do ponto 𝑇 de interseção da reta de equação 𝑥
= 1, tangente à circunferência trigonométrica no ponto 𝐴(1,0), com a
reta suporte do lado extremidade do ângulo orientado de lado origem
coincidente com o semieixo positivo 𝑂𝑥 e amplitude igual a 𝛼.
Razões trigonométricas de um ângulo generalizado
Dado um ângulo generalizado 𝜃 = (𝛼, 𝑘), identifica-se o seno de 𝜽, o
cosseno de 𝜽 e a tangente de 𝜽, como, respetivamente, o seno de
𝛼, o cosseno de 𝛼 e a tangente de 𝛼.

Razões trigonométricas de ângulos generalizados com a


mesma amplitude

Dados dois ângulos generalizados 𝜃 e 𝜃′ com a mesma amplitude,


𝜃 = 𝜃R′, o seno, o cosseno e a tangente de 𝜃 são, respetivamente,

iguais ao seno, ao cosseno e à tangente de 𝜃′ e designam-se


também por seno, cosseno e tangente de 𝜃.

Sinal das razões trigonométricas


Radiano
Designa-se por radiano a amplitude de um ângulo ao centro de uma
circunferência que nela determina um arco de comprimento igual ao
raio.
Usa-se abreviadamente rad para exprimir «radiano».

Comprimento de um arco
Fixada uma unidade de medida de comprimento, o comprimento, 𝑠,
de um arco determinado por um ângulo ao centro de amplitude
𝛼 rad e raio 𝑟 é igual a 𝛼𝑟.

𝑠 = 𝛼T𝑟
Conversão de amplitudes de ângulos de grau para
radiano
Dada a medida, 𝑥, em graus, da amplitude de um ângulo 𝛼, pode
determinar-se a medida, 𝑦, em radianos, da amplitude desse mesmo
ângulo, estabelecendo a proporção:

𝟏𝟖𝟎° ⟷ 𝝅 rad

Ou seja, fazendo:
𝑥
𝑦= π rad
180
Este processo é usualmente designado por conversão de
amplitudes de ângulos de grau para radiano.

Conversão de amplitudes de ângulos de radiano para


grau
A amplitude 𝑥, em graus, de um ângulo de amplitude 𝑦 rad pode ser
determinada fazendo:
+
𝑥 = 180°
,

Este processo designa-se por conversão de amplitudes de ângulos


de radiano para grau.
Funções trigonométricas
Funções seno e cosseno
Designa-se por função seno (respetivamente, função cosseno) e
representa-se por 𝐬𝐢𝐧 ou 𝐬𝐞𝐧 (respetivamente, 𝐜𝐨𝐬) a função real de
variável real que a cada 𝑥 ∈ IR faz corresponder sin 𝑥 ou sen 𝑥
(respetivamente, cos 𝑥).

Função tangente
Designa-se por função tangente e representa-se por 𝐭𝐠 ou 𝐭𝐚𝐧 a
função real de variável real de domínio:

que a cada valor de 𝑥 ∈ 𝐷 faz corresponder tg 𝑥 ou tan 𝑥.

Funções periódicas
Dado um número real 𝑃 > 0, uma função 𝑓 designa-se por periódica
de período 𝐏 ou 𝐏-periódica se, para todo o 𝑥 ∈ 𝐷𝑓,

𝑥+𝑃∈𝐷𝑓 e𝑓(𝑥+𝑃) =𝑓(𝑥).

Como, para qualquer 𝑥 ∈ 𝐷𝑓 , 𝑥 + 𝑃 ∈ 𝐷𝑓 , então, também

(𝑥+𝑃)+𝑃=𝑥+2𝑃 ∈ 𝐷𝑓 e

𝑓(𝑥+2𝑃) =𝑓((𝑥+𝑃) + 𝑃) =𝑓(𝑥+𝑃) =𝑓(𝑥)

ou seja, 2𝑃 também é período de 𝑓.

Analogamente, 3𝑃, 4𝑃, ..., 𝑘𝑃, 𝑘 ∈ IN são períodos de 𝑓.


Período fundamental de uma função
Dada uma função 𝑓,o número real 𝑃0 >0 designa-se por período
fundamental de 𝑓 ou período positivo mínimo de 𝑓 se 𝑓 for 𝑃0 -
periódica e não admitir outro período inferior a 𝑃0.

Estudo das funções seno de


cosseno

Domínio, contradomínio e período fundamental


As funções seno e cosseno têm domínio IR, contradomínio −1, 1 e
período fundamental 2𝜋.
Zeros
Zeros da função seno

Os zeros da função seno são os números da forma 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ Z, ou


seja:

sin 𝑥 = 0 ⇔ 𝑥 = 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ Z

Zeros da função cosseno


-
Os zeros da função cosseno são os números reais da forma + 𝑘𝜋, 𝑘
)
∈ Z, ou seja:
-
cos 𝑥 = 0 ⟺ 𝑥 = + 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ Z
)

Extremos relativos da função seno


A função seno admite máximos relativos nos pontos de abcissa da
-
forma + 𝟐𝒌𝝅, 𝒌 ∈ Z e mínimos relativos nos pontos de abcissa da
)
.-
forma + 𝟐𝒌𝝅, 𝒌 ∈ Z.
)
Extremos relativos da função cosseno
A função cosseno admite máximos relativos nos pontos de abcissa
da forma 𝟐𝒌𝝅, 𝒌 ∈ Z e mínimos relativos nos pontos de abcissa da
forma 𝝅 + 𝟐𝒌𝝅, 𝒌 ∈ Z.

Gráfico da função seno

Gráfico da função cosseno


Paridade
Dada uma função, 𝑓, real de variável real:

𝑓 é par se, e somente se, para todo o

𝑥∈𝐷𝑓,−𝑥 ∈ 𝐷𝑓 e 𝑓(−𝑥)=𝑓(𝑥)

e 𝑓 é ímpar se, e somente se, para todo o

𝑥∈𝐷𝑓,−𝑥 ∈ 𝐷 e 𝑓 (−𝑥) =−𝑓(𝑥)


A função cosseno é par e a função seno é ímpar.

Estudo da função tangente


Tomando a função tangente como o quociente das funções seno e
cosseno, tem-se, porque o seno e o cosseno têm domínio IR:
sin 𝑥
𝑡𝑎𝑛 𝑥 =
cos 𝑥

Periodo fundamental
O período fundamental da função tangente é 𝜋.
Contradomínio e zeros
*
O contradomínio da função tangente é IR, isto é: 𝐷/01 = 𝐈𝐑

Os zeros da função tangente são os números da forma 𝑥 = 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ Z,


isto é:

𝒕𝒂𝒏 𝒙 = 𝟎 ⇔ 𝒙 = 𝒌𝝅, 𝒌 ∈ Z

Gráfico da função tangente


Paridade
A função tangente é impar, ou seja,

Fórmula fundamental da trigonometria generalizada


Para todo o 𝑥 ∈ IR:
𝒄𝒐𝒔𝟐 𝒙 + 𝒔𝒊𝒏𝟐 𝒙 = 𝟏

e consequentemente:
Fórmulas de redução ao primeiro quadrante
Para todo o 𝑥 ∈ IR, tem-se:

Você também pode gostar