direitos humanos e um problema social em todo o mundo, incluindo Portugal. Em 2017, Portugal registou 26.713 casos de violência doméstica, um aumento de 6,1% em relação ao ano anterior. Nesta análise, serão examinadas a estrutura familiar e a dinâmica social, bem como o perfil da vítima e do agressor em casos de violência doméstica em Portugal em 2017. • De acordo com dados da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), em 2017, a maioria das vítimas de violência doméstica em Portugal era do sexo feminino (81%), com idades entre 18 e 44 anos (44%). A maioria dos casos de violência doméstica em Portugal envolveu violência psicológica (88%), seguida de violência física (43%) e violência sexual (13%). ANÁLISE DA VÍTIMA • Em termos de estrutura familiar, a maioria das vítimas era casada ou vivia em união de facto (60%), seguida de solteiras (22%). A maioria das vítimas vivia com o agressor (63%), enquanto 20% vivia separada e 10% era divorciada. • Em relação à existência de queixa, apenas 35% das vítimas de violência doméstica em Portugal em 2017 apresentaram queixa às autoridades, o que indica uma elevada subnotificação deste crime. A APAV também revelou que a maioria das vítimas que não apresentou queixa justificou a sua decisão com o medo das consequências, a vergonha, a dependência financeira e o medo de perder os filhos. ANÁLISE DA VÍTIMA • No que diz respeito ao perfil do agressor, a maioria era do sexo masculino (81%), com idades entre 25 e 44 anos (45%). A maioria dos agressores trabalhava (73%), enquanto 12% estavam desempregados. Em termos de relacionamento com a vítima, a maioria dos agressores era o cônjuge ou companheiro (50%), seguido de ex-cônjuge ou ex-companheiro (25%). CONCLUSÃO E REFLEXÃO
A análise dos dados revela que a violência doméstica em Portugal em
2017 afetou principalmente mulheres adultas, casadas ou em união de facto, que viviam com os agressores e eram vítimas principalmente de violência psicológica. O perfil do agressor era geralmente masculino, trabalhador e relacionado com a vítima como cônjugue ou companheiro.Além disso, a elevada subnotificação da violência doméstica em Portugal destaca a necessidade de reforçar as políticas de prevenção e proteção das vítimas. É essencial que haja um aumento da consciencialização e da informação sobre o crime de violência doméstica, bem como uma resposta mais eficaz das autoridades e da sociedade em geral.