A violência contra mulheres em tempos de pandemia pela COVID-19: panorama, motivações e formas de enfrentamento. Questão da pesquisa: A pesquisa é quantitativa, tem como viés de problema principal a constatação do aumento da violência contra a mulher no período da pandemia. O isolamento social e o aumento do feminicídio. A forma como o direito a segurança das mulheres não está em vigor na pandemia dificultando e agravando condições de violência.
Buscando o modelo proposto pela OMS para sintetizar as principais dimensões
individuais, relacionais, comunitárias e sociais que atuam de forma para a cooperação na ocorrência das violências 37, percebe-se que na crise sanitária, econômica e social trazida pela pandemia COVID-19 aumentou o índice de violência contra a mulher. A diminuição de atividades sociais como contato social com as igrejas, creches, trabalho, escolas, serviços de proteção social prejudicou na procura pela ajuda, pela proteção. O agravamento da violência inúmeras vezes acontece pelo o aumento do nível de estresse do agressor, com a incerteza do que vai ser o futuro, a proibição do convívio social, a diminuição da renda especialmente nas classes menos favorecidas, na qual sobrevivem do trabalho informal , o consumo excessivo de bebidas alcoólicas ou outras substâncias psicoativas. Segundo os dados mostrados pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos teve um aumento de cerca de 17% no número de ligações com denúncias de violência contra a mulher durante o mês de março, período na qual iniciou a recomendação do distanciamento e isolamento social no país. Com os fatores de proteção como a delegacia, proteção social estarem sem como atender essas vítimas em meio a quarentena, favorecem a permanência e o agravamento da violência doméstica. Quanto maior for o tempo que a mulher estiver submetida a essa situação com seu agressor, menor será coragem da mesma para denunciar essa violência, principalmente as mulheres de classe mais desfavorecidas, que precisam do que o companheiro têm a oferecer e favorecer, pela vergonha de seus familiares e amigos ou que pensam que merecem se sujeitar a isso. Muitas para evitar o contato direto com seu agressor, se mantêm focadas nos afazeres de casa e cuidado com seus filhos, acabam se sujeitando a chantagens psicológicas e até ter relações sexuais com o seu, o que em alguns casos pode ser considerado uma situação de estupro, já que não tem o consentimento da vítima. A ONU Mulheres também elaborou um documento sobre os impactos e implicações da pandemia no contexto de emergência do aumento de violência contra a mulher por causa da dificuldade de rompimento das relações abusivas. Aproveitando as experiências existentes e reforçando o que vem sendo realizado pelas instituições governamentais e não governamentais em nosso país, adaptando estas iniciativas à situação específica que estamos vivendo no cenário da COVID-19. Nessa visão podemos entender ser fundamental os seguintes pontos: - Garantir o atendimento 24 horas do Ligue 180, disque 100 (violação aos direitos humanos) e 190 (Polícia Civil), e a manutenção do trabalho dos Conselhos Tutelares por plantão presencial ou via telefone, WhatsApp, aplicativos para celulares e por meio digital para as denúncias de violação de direitos; - Garantir a agilidade do julgamento das denúncias de violência contra a mulher, que podem ser solicitadas pela vítima ao delegado(a) de polícia ou por meio do Ministério Público, visando à instalação de medidas protetivas de urgência, quando necessárias; - Reforçar as campanhas publicitárias que tenham como foco central a importância de que todos “metam a colher em briga de marido e mulher”. Da mesma forma, são necessárias as campanhas de alerta sobre os diferentes tipos de maus-tratos contra crianças e adolescentes. Vizinhos, parentes e amigos podem fazer toda a diferença em uma situação como essa; - Incentivar as iniciativas de apoio às mulheres, crianças e adolescentes em situação de violência, baseando-se no acolhimento e aconselhamento psicológico, socioassistencial, jurídico e de saúde; - Dentro do possível, é importante que mulheres em situação de violência busquem fazer o distanciamento social acompanhadas de outros familiares que não apenas o marido agressor e os filhos; - Em situações extremas, é importante manter o telefone celular protegido, bem como telefones de familiares e amigos com quem as mulheres possam contar em emergência, além de um plano de fuga seguro para a mulher e seus filhos. De acordo com as informações citadas no decorrer do artigo, as mulheres continuam sofrendo agressões físicas de seus companheiros, e no momento atual o índice só está tendendo a aumentar, o pedido de ajuda das vítimas podem estar sendo cada vez mais silenciados, por conta do medo ou até mesmo por conta de ter que conviver com o agressor por questões financeiras.