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Violência de Gênero

O que é Violência De Gênero?


A violência de gênero refere-se à agressão física, sexual, psicológica ou emocional
direcionada a uma pessoa com base em seu gênero. Essa forma de violência é geralmente
direcionada a mulheres e meninas, embora também possa afetar homens e meninos.

A violência de gênero pode ocorrer em diversos contextos, como em relacionamentos


íntimos, em casa, no trabalho, na escola, na comunidade e online. Pode ter consequências
graves para a saúde física, mental e emocional das vítimas.

Existem diferentes formas de violência de gênero, incluindo violência doméstica, agressão


sexual, tráfico de pessoas, casamento infantil, mutilação genital feminina e assédio sexual.
Essas formas de violência são alimentadas por desigualdades de poder e pelos
estereótipos de gênero que perpetuam a ideia de superioridade masculina e a
subordinação das mulheres.

Grupos Vulneráveis
Os grupos vulneráveis e expostos à violência de gênero são variados e podem incluir:

1. Mulheres: As mulheres são o grupo mais afetado pela violência de gênero. Elas
enfrentam diferentes formas de violência, como violência doméstica, agressões físicas,
estupro, assédio sexual, entre outras formas de violência baseadas no gênero.

2. Crianças: As crianças, especialmente aquelas que crescem em lares onde ocorre


violência doméstica, estão expostas a um ambiente violento, o que pode afetar
negativamente seu bem-estar emocional e físico. Além disso, as crianças também são alvo
de abuso sexual e exploração.
3. LGBTQ+: Pessoas queer, trans e de orientações sexuais não normativas estão sujeitas à
violência de gênero devido à intolerância, preconceito e discriminação. Eles enfrentam
maior risco de violência física, verbal e sexual.

4. Idosos: Os idosos são vulneráveis ​à violência física, emocional e sexual. O abuso


financeiro também é comum nesse grupo, no qual eles são explorados financeiramente por
cuidadores ou membros da família.

5. Pessoas com deficiência: As pessoas com deficiência estão expostas a um maior risco
de violência de gênero, devido a uma série de fatores, como dependência de cuidadores,
isolamento social, discriminação e estigmatização.

6. Imigrantes: Os imigrantes, especialmente aqueles sem documentação legal, muitas


vezes são vulneráveis ​à violência de gênero, pois enfrentam barreiras adicionais, como
medo de denunciar e falta de acesso a serviços de apoio.

É importante reconhecer e proteger esses grupos vulneráveis, criar políticas e leis


protetoras e oferecer suporte adequado para garantir sua segurança e bem-estar.

Dados Estatísticos
Todas as formas de violência contra a mulher aumentaram no Brasil durante o ano de 2022.
Essa triste conclusão foi revelada por uma pesquisa do Instituto Datafolha, realizada a
pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma ONG sem fins lucrativos que reúne
especialistas no assunto para elaborar estudos e proporcionar cooperação técnica a
governos e demais interessados. O levantamento ocorreu entre os dias 9 e 13 de janeiro
desse ano e ouviu pessoas com idades acima dos 16 anos em 126 cidades, em todas as
regiões do país. A pesquisa inclui todas as formas de violência contra as mulheres, desde
xingamentos e ameaças até feminicídios, passando por violências psicológicas.

Batizado de "Visível e Invisível: A Vitimização de Mulheres no Brasil", o estudo concluiu que


cerca de 50 mil mulheres sofreram algum tipo de violência a cada dia no ano passado. A
maior parte das ocorrências foi direcionada a mulheres pretas, cuja prevalência de algum
tipo de violência ao longo da vida ficou em 48%, diante de 33% da população em geral. No
grupo das mulheres com escolaridade até o ensino fundamental, essa taxa chegou a 49%,
das mulheres com filhos, a 44,4%, das divorciadas, a 65,3%, e das que estão na faixa etária
entre 25 e 34 anos, a 48,9%.

A pesquisa apontou que um terço das mulheres brasileiras já sofreu algum episódio de
violência física ou sexual pelo menos uma vez na vida. Esse índice foi apurado pela primeira
vez e é mais alto que o registrado globalmente (27%), em um levantamento feito pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2021. Quando incluídas as violências psicológicas,
o número de mulheres brasileiras que já sofreram episódios de violência sobe para 43%.

Quanto às denúncias, o estudo apurou que 45% das mulheres agredidas não pediram ajuda
de nenhum tipo, 38% afirmaram acreditar que conseguiriam resolver o problema sozinhas e
21,3% declararam que não denunciaram por não confiarem na polícia. A maior parte das que
pediram ajuda o fizeram para familiares e amigos.

Exemplo de Casos de Violência de


Gênero

Existem diversos exemplos de casos de violência de gênero que acontecem em diferentes


países e contextos. Alguns exemplos incluem:

1. Violência doméstica: é um dos tipos mais comuns de violência de gênero e ocorre dentro do
ambiente familiar. Pode envolver agressões físicas, verbais, emocionais, sexuais ou
patrimoniais. Um exemplo é o caso de Maria da Penha, que inspirou a criação da Lei Maria da
Penha no Brasil.

2. Feminicídio: é o assassinato de mulheres motivado por questões de gênero, geralmente


cometido por parceiros íntimos ou ex-parceiros. Um exemplo é o caso de Juana Rufina
Leopoldina Ruiz, uma indígena guatemalteca que foi sequestrada, torturada e assassinada pelo
seu ex-marido, em 2008.

3. Casamento infantil/forçado: muitas meninas ao redor do mundo são obrigadas a se casar


ainda na infância, sem o seu consentimento. Isso pode resultar em violências físicas, sexuais,
emocionais e restrição de direitos. Um exemplo é Malala Yousafzai, ativista paquistanesa que
foi atacada por talibãs por defender o direito das meninas à educação.

4. Assédio sexual: é uma forma de violência de gênero que ocorre em diferentes contextos,
como no trabalho, na rua ou em ambientes virtuais. Consiste em gestos, palavras ou
comportamentos indesejados de natureza sexual, que causam desconforto ou
constrangimento à vítima. Exemplos incluem os casos de assédio sexual denunciados pelo
movimento #MeToo.

É importante destacar que a violência de gênero afeta mulheres de todas as idades, classes
sociais, etnias e orientações sexuais, e a conscientização e o combate a esse problema são
fundamentais para construir uma sociedade mais justa e igualitária.

Políticas públicas voltadas ao combate


da Violência De Gênero
As políticas públicas voltadas ao combate da violência de gênero visam a criação de
medidas e ações que promovam a igualdade de gênero, previnam e combatam a violência
contra as mulheres, garantam a proteção e assistência às vítimas, e promovam a
conscientização sobre os direitos das mulheres.

Essas políticas podem incluir:

1. Legislação especializada: adoção de leis que criminalizem a violência de gênero,


incluindo a violência doméstica e o assédio sexual, e garantam punições adequadas aos
agressores.

2. Polícia especializada: criação de delegacias e equipes policiais especializadas no


atendimento às vítimas de violência de gênero, garantindo um tratamento sensível e
adequado às necessidades específicas das mulheres.

3. Redes de apoio: criação de centros de atendimento e acolhimento para mulheres


vítimas de violência, oferecendo apoio psicológico, jurídico e social, além de abrigos
temporários para aquelas em situação de risco iminente.

4. Educação e conscientização: implementação de programas de educação nas escolas


que promovam a igualdade de gênero, combatam estereótipos e preconceitos, ensinem
sobre os direitos das mulheres e sobre a importância do respeito mútuo.

5. Campanhas de sensibilização: realização de campanhas de comunicação em mídias


tradicionais e digitais para conscientização sobre a violência de gênero, promovendo a
denúncia de casos, informando sobre os serviços disponíveis e encorajando a mudança de
comportamento.

6. Cooperação internacional: promoção de parcerias e intercâmbios com outros países e


organizações internacionais para compartilhar boas práticas, trocar informações e
fortalecer o combate à violência de gênero em âmbito global.

7. Fortalecimento da rede de proteção: alinhamento e fortalecimento de diferentes


setores da sociedade, como saúde, assistência social, justiça e educação, para garantir
uma resposta integrada e efetiva às vítimas de violência de gênero.
Essas são apenas algumas das políticas que podem ser implementadas para combater a
violência de gênero. É importante ressaltar que a efetividade dessas políticas depende de
uma participação ampla e engajada da sociedade como um todo, além do engajamento e
comprometimento dos governantes e das instituições públicas.

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