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Unidade III

POLÍTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE DA MULHER

Profa. Paula Castro


Violência de gênero

 A palavra violência vem do latim violentia, que significa


caráter violento ou bravio. Pode ser entendida como o ato de
brutalidade, constrangimento, abuso, proibição, desrespeito,
discriminação, imposição, invasão, ofensa e agressão física,
psíquica, moral ou patrimonial contra alguém, caracterizando
relações que se baseiam na ofensa e na intimidação pelo
medo e pelo terror.

“A violência como o uso de força física ou do poder, em ameaça


ou na prática, contra si próprio, outra pessoa ou contra um
grupo ou comunidade que resulte ou que possa resultar em
sofrimento, morte, dano psicológico, desenvolvimento
prejudicado ou privação” (OMS, 1996).
Violência de gênero

 A violência afeta a vida de milhões de pessoas, com


consequências permanentes. Contudo, as mulheres, as
crianças e os idosos sofrem maior impacto das
consequências não fatais dos abusos físicos, sexuais
e psicológicos.

 25% de todos os adultos já relataram ter sofrido abusos


físicos quando crianças;
 1 em 5 mulheres relataram ter sofrido abusos sexuais
quando criança;
 1 em 3 mulheres foi vítima de violência física ou sexual
praticada por parceiro íntimo em algum momento da vida;
 1 em 17 idosos relatou ter sofrido abusos.
Violência de gênero

 Desde a infância, homens e mulheres são condicionados a


exercerem um papel socialmente determinado.

Genitália Genitália
masculina feminina

 De acordo com a OMS (2016), a violência contra a mulher está


enraizada na desigualdade entre os gêneros masculino e
feminino, fundamentada na cultura patriarcal existente em
todo o mundo.
Tipos de violência

 a violência perpetrada por parceiros íntimos e por membros


da família;
 a violência sexual por não parceiros;
 o tráfico, inclusive para exploração sexual e econômica;
 o feminicídio, incluindo o do parceiro íntimo;
 os assassinatos em nome de honra ou por dote, assassinatos
especificamente dirigidos a mulheres, mas por alguém que não
seja seu parceiro, ou assassinatos envolvendo violência sexual;
 o ato de atirar ácido no corpo da mulher;
 o assédio sexual em escolas, locais de trabalho e lugares
públicos;
 a violência on-line por meio da internet ou das mídias
sociais, que está cada vez mais frequente.
Consequências da violência

Fonte: livro-texto
Aspectos sociais e políticos

 A violência contra a mulher é definida pelo Ministério da


Saúde do Brasil como toda e qualquer conduta baseada no
gênero, passível de causar morte, dano ou sofrimento nos
âmbitos físico, sexual ou psicológico à mulher.
 É considerada uma questão complexa e multifacetada, que
viola os direitos humanos.
 Além disso, possui estreita relação com as categorias de
gênero, classe, etnia e suas relações de poder.
 No Brasil, a partir das décadas de 1970 e 1980, o governo
brasileiro propôs as primeiras políticas na área de
enfrentamento da violência contra a mulher, com destaque
para a Lei Maria da Penha e a Lei de Obrigatoriedade da
Notificação de Violência contra Mulher.
Lei no 10.778, publicada em 24 de novembro de 2003

 Estabelece a notificação compulsória no território nacional.


Ela define que a violência contra a mulher inclui a violência
física, sexual e psicológica que tenha ocorrido:
 dentro da família ou unidade doméstica ou em qualquer outra
relação interpessoal, em que o agressor conviva ou haja
convivido no mesmo domicílio que a mulher;
 na comunidade e seja perpetrada por qualquer pessoa e que
compreende, entre outros, violação, abuso sexual, tortura,
maus-tratos de pessoas, tráfico de mulheres, prostituição
forçada, sequestro e assédio sexual no lugar de trabalho, bem
como em instituições educacionais, estabelecimentos de
saúde ou qualquer outro lugar;
 a perpetrada ou tolerada pelo Estado ou seus agentes,
onde quer que ocorra.
Lei Maria da Penha – Lei no 11.340, de 7 de agosto
de 2006

 Foi importante por criar mecanismos para coibir a violência


doméstica e familiar contra a mulher.
A referida Lei configura violência doméstica e familiar como a
violência ocorrida:
 no âmbito da unidade doméstica, entendida como o espaço de
convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo
familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
 no âmbito da família, compreendida como a comunidade
formada por indivíduos que são ou se consideram
aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por
vontade expressa;
 em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor
conviva ou tenha convivido com a ofendida,
independentemente de coabitação.
Vigilância de Violências e Acidentes

Para fortalecer essas ações e monitorar os acidentes e as


violências ocorridos no Brasil, o Ministério da Saúde implantou
o sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (Viva)
integrando dois componentes:

 Vigilância sentinela: realizada por meio de inquérito nas


portas de entrada de emergências de municípios
selecionados.

 Vigilância contínua: feita por meio da notificação compulsória


das violências doméstica, sexual e outras violências
interpessoais ou autoprovocadas em serviços de referência e
outros serviços de saúde, que são notificadas no Sistema de
Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
Interatividade

O drama da violência contra a mulher é recorrente e aprisionante, abala


a autonomia, destrói a autoestima e diminui a qualidade de vida,
trazendo consequências à estruturação pessoal, familiar e social
(NETTO, 2014). Podemos afirmar que são consequências da violência:

a) A dor pélvica crônica é classificada como uma doença crônica


pós-trauma.
b) A realização de abortamento inseguro é exemplo de uma
doença mental.
c) O aparecimento de queimaduras pode ser sinal de lesões físicas.
d) A realização de sexo inseguro está associada à saúde reprodutiva.
e) A síndrome dolorosa complexa está associada à
saúde comportamental.
Resposta

O drama da violência contra a mulher é recorrente e aprisionante, abala


a autonomia, destrói a autoestima e diminui a qualidade de vida,
trazendo consequências à estruturação pessoal, familiar e social
(NETTO, 2014). Podemos afirmar que são consequências da violência:

a) A dor pélvica crônica é classificada como uma doença crônica


pós-trauma.
b) A realização de abortamento inseguro é exemplo de uma
doença mental.
c) O aparecimento de queimaduras pode ser sinal de lesões físicas.
d) A realização de sexo inseguro está associada à saúde reprodutiva.
e) A síndrome dolorosa complexa está associada à
saúde comportamental.
Violência doméstica e sexual

 O estudo desenvolvido pelo Ministério da Saúde no ano de 2010.


 Nesse período foram notificados 27.176 casos de violência nos
serviços de referência no País.
As principais vítimas foram:
 mulheres na faixa etária de 20 a 29 anos (42,5%);
 seguida pela faixa etária entre 30 e 39 anos (32,6%);
 41,7% se autodeclaram brancas e 34,3% eram negras.
 Em relação à escolaridade houve destaque para as mulheres com 12
anos ou mais de escolaridade (18,1%).
 Quanto à situação conjugal e à orientação sexual, 34,7% das vítimas
eram casadas ou com união consensual, 24,4% eram solteiras e 36%
referiram que mantinham relações sexuais apenas com homens.
 A maioria das vítimas residia em zona urbana (90%).
Casos notificados

 37,2% da violência eram de repetição e 57,1% ocorreram


na residência.

Tipos de violência:
 violência física (76,2%);
 psicológica/moral (34,8%);
 sexual (9,4%).
 Meio de agressão, verificou-se que a força corporal ou
espancamento foi a mais frequente (58,1%), seguida pela
ameaça (22,9%).
 Quanto à natureza da lesão, 23,8% das vítimas sofreram
contusão e 16,8% sofreram corte, perfuração ou laceração.
Gênero e violência

Sociedade Crenças

Homem Mulher Normas


culturais
Atenção à vítima de violência doméstica e sexual

Consulta
• Entrevista – registro paciente
da história
• Exames clínico e ginecológico
• Exames complementares
• Intervenções de emergência / profissional
internação hospitalar

Acolhimento confiança
• Receber e escutar
• Respeito e solidariedade
Violência doméstica

 Queixas crônicas, porém vagas, sem causa física óbvia.


 Ferimentos que não condizem com a explicação de
como ocorreram.
 Parceiros que observam excessivamente ou controlam os
movimentos da mulher com muita insistência ou que não se
afastam da mulher.
 Ferimentos físicos durante a gravidez.
 Demora a iniciar o atendimento pré-natal.
 Histórico de tentativa ou tendência ao suicídio.
 Demora em buscar tratamento para ferimentos sofridos.
 Síndrome do intestino irritável.
 Dor pélvica crônica.
Violência sexual

 Gravidez de mulheres solteiras com menos de 14 anos.


 Infecções sexualmente transmitidas em crianças.
 Prurido ou sangramento vaginal.
 Evacuação dolorosa ou dor ao urinar.
 Dor pélvica ou abdominal.
 Problemas sexuais e perda de prazer na relação.
 Vaginismo (espasmos musculares nas paredes vaginais
durante a relação sexual).
 Ansiedade, depressão, comportamento autodestrutivo.
 Problemas de sono.
 Histórico de sintomas físicos crônicos inexplicáveis.
 Dificuldade ou recusa em fazer exames pélvicos.
Preparo da equipe

Prevenção de
violência

Redução na
desigualdade de
gênero

Conscientização e
sensibilização da
sociedade
Ministério da Saúde – 2010

 Mulheres adultas jovens, casadas ou em união consensual.


 Residentes da zona urbana.
 Escolaridade mais elevada e de cor branca.
 O agressor foi predominantemente do sexo masculino e, em 1/3
dos casos, havia suspeita de uso de álcool.
Relatos de violência:
 50,16% corresponderam à violência física;
 30,33%, à violência psicológica;
 7,25%, à violência moral;
 2,10%, à violência patrimonial;
 4,54%, à violência sexual;
 5,17%, ao cárcere privado;
 0,46%, ao tráfico de pessoas.
Interatividade

O conceito de enfrentamento, adotado pela Política Nacional de


Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, diz respeito à
implementação de políticas amplas e articuladas, que procurem
dar conta da complexidade da violência contra as mulheres em
todas as suas expressões. Sendo assim, analise as frases a
seguir:

I. O eixo da prevenção diz respeito a ações punitivas e


cumprimento da Lei Maria da Penha.
II. O eixo da assistência diz respeito a ações educativas e
culturais que interfiram nos padrões sexistas.
III. O eixo do acesso e garantia de direitos diz respeito ao
cumprimento da legislação nacional/internacional e
iniciativas para o empoderamento das mulheres.
Interatividade

Está(ão) correta(s):

a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas III.
e) Apenas II e III.
Resposta

Está(ão) correta(s):

a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) Apenas III.
e) Apenas II e III.
Direitos e saúde sexual e reprodutiva

Respeito sem
Direitos Humanos
discriminação
• Vida • Classe social
• Alimentação • Cultura
• Saúde • Religião
• Moradia • Raça
• Educação • Etnia
• Afeto • Orientação sexual
• Sexuais e
reprodutivos
Saúde reprodutiva

 A saúde reprodutiva é um estado de completo bem-estar


físico, mental e social, e não de mera ausência de doença ou
enfermidade, em todos os aspectos relacionados ao sistema
reprodutivo, suas funções e processos.

 A saúde reprodutiva implica, por conseguinte, que a pessoa


possa ter uma vida sexual segura e satisfatória, tendo a
capacidade de reproduzir e a liberdade de decidir sobre
quando e quantas vezes deve fazê-lo.
(BRASIL, 2013)
Desenvolvimento sexual saudável

 A saúde sexual é parte da saúde reprodutiva e inclui o


desenvolvimento sexual saudável; os relacionamentos
responsáveis e equitativos com prazer sexual; e a ausência de
enfermidades, doença, deficiências, violência e outras
práticas de risco relacionadas com a sexualidade.

 A saúde sexual é a habilidade de mulheres e homens para


desfrutar e expressar sua sexualidade, sem risco de doenças
sexualmente transmissíveis, gestações não desejadas,
coerção, violência e discriminação.

 A saúde sexual possibilita experimentar uma vida sexual


informada, agradável e segura, baseada na autoestima, que
implica em uma abordagem positiva da sexualidade humana e
no respeito mútuo nas relações sexuais.
Direitos e saúde sexual e reprodutiva no Brasil

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2013c),


destacam-se cinco marcos referenciais relacionados aos
direitos sexuais e reprodutivos, os quais estão brevemente
apresentados a seguir:

 Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher.


 Constituição Federal de 1988.
 Lei no 9.263, de 1996, que regulamenta o planejamento
familiar.
 Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher.
 Política Nacional dos Direitos Sexuais e dos Direitos
Reprodutivos.
Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher

O PAISM incluía ações educativas, preventivas, de diagnóstico,


tratamento e recuperação, englobando:

 a assistência à mulher em clínica ginecológica;


 no pré-natal, parto e puerpério;
 no climatério;
 em planejamento familiar;
 em infecções sexualmente transmissíveis;
 em casos de câncer de colo de útero e de mama;
 além de outras necessidades identificadas a partir do perfil
populacional das mulheres.
Constituição Federal

 A Constituição Federal Brasileira, promulgada em 5 de


outubro de 1988, foi importante para a criação do Sistema
Único de Saúde (SUS) e para garantir aos cidadãos os direitos
sexuais e reprodutivos no Brasil ao entender o planejamento
familiar como de livre escolha das pessoas e incluir a
responsabilidade do Estado nas questões relacionadas ao
planejamento reprodutivo, devendo disponibilizar recursos
educacionais e científicos para viabilizar o exercício
desse direito.
Lei no 9.263, de 12 de janeiro de 1996, que regulamenta
o planejamento familiar

 O artigo 2o dessa Lei define o planejamento familiar como o


conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta
direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole
pela mulher, pelo homem ou pelo casal, sendo proibida a
utilização das ações a que se refere para qualquer tipo de
controle demográfico.

 O artigo 9o descreve que, para o exercício do direito ao


planejamento familiar, devem ser oferecidos todos os
métodos e as técnicas de concepção e contracepção aceitos
cientificamente e que não coloquem em risco a vida e a saúde
das pessoas, garantida a liberdade de opção.
Programa Nacional de Atenção Integral à Saúde
da Mulher

 A PNAISM incorpora, sob o enfoque de gênero, a integralidade


e a promoção da saúde como princípios norteadores e buscou
consolidar os avanços no campo dos direitos sexuais e
reprodutivos, com ênfase na melhoria da atenção obstétrica,
no planejamento familiar, na atenção ao abortamento inseguro
e no combate à violência doméstica e sexual.

 Além disso, ampliou as ações de saúde para os grupos


historicamente alijados das políticas públicas nas suas
especificidades e necessidades, como as mulheres vivendo
com HIV/Aids e as portadoras de doenças crônicas não
transmissíveis e de câncer ginecológico.
Política Nacional dos Direitos Sexuais e dos Direitos
Reprodutivos

 ampliação da oferta de métodos anticoncepcionais reversíveis


no SUS e ao incentivo à implementação de atividades
educativas em saúde sexual e saúde reprodutiva para
usuários da rede SUS;
 capacitação dos profissionais da atenção básica em saúde
sexual e saúde reprodutiva;
 ampliação do acesso à esterilização cirúrgica voluntária
no SUS;
 implantação e implementação de redes integradas para
atenção às mulheres e aos adolescentes em situação de
violência doméstica e sexual;
 ampliação dos serviços de referência para a realização do
aborto previsto em lei e garantia de atenção humanizada e
qualificada às mulheres em situação de abortamento.
Política de Planejamento Familiar

 Em 2007, foi lançada a Política Nacional de Planejamento


Familiar, que também foi considerada um importante marco na
promoção dos direitos e da saúde sexual e reprodutiva aos
cidadãos brasileiros.

 Entre as suas ações, a Política Nacional de Planejamento


Familiar englobou a distribuição gratuita de contraceptivos –
incluindo os anticoncepcionais orais e injetáveis, o
dispositivo intrauterino (DIU), o diafragma e os
preservativos –, à venda de anticoncepcionais na Farmácia
Popular e o fortalecimento de ações educativas relacionadas à
saúde sexual e reprodutiva em unidades de saúde e escolas.
Interatividade

Assegurado pela Constituição Federal e também pela


Lei no 9.263, de 1996, o planejamento familiar, segundo o
Ministério da Saúde, é um conjunto de ações que auxiliam as
pessoas que pretendem ter filhos e também que preferem adiar
o crescimento da família. Sendo assim, está correto afirmar que:
Interatividade

a) Somente a mulher em idade fértil (de 20 a 49 anos de idade)


tem acesso aos anticoncepcionais nas Unidades Básicas
de Saúde.
b) Com a política de distribuição de meios anticonceptivos, não
houve diminuição no número de gravidezes indesejadas.
c) É dever do Estado oferecer acesso a recursos cirúrgicos,
apenas na esfera federal, que assegura o planejamento
familiar, levando em consideração o desejo do casal.
d) É o conjunto de ações que auxiliam homens e mulheres, na
fase adulta a evitar a vinda dos filhos.
e) Além de prevenir a gravidez não planejada, as gestações de
alto risco e a promoção de maior intervalo entre os partos, o
planejamento familiar proporciona maior qualidade de vida
ao casal.
Resposta

a) Somente a mulher em idade fértil (de 20 a 49 anos de idade)


tem acesso aos anticoncepcionais nas Unidades Básicas
de Saúde.
b) Com a política de distribuição de meios anticonceptivos, não
houve diminuição no número de gravidezes indesejadas.
c) É dever do Estado oferecer acesso a recursos cirúrgicos,
apenas na esfera federal, que assegura o planejamento
familiar, levando em consideração o desejo do casal.
d) É o conjunto de ações que auxiliam homens e mulheres, na
fase adulta a evitar a vinda dos filhos.
e) Além de prevenir a gravidez não planejada, as gestações de
alto risco e a promoção de maior intervalo entre os partos, o
planejamento familiar proporciona maior qualidade de vida
ao casal.
Humanização da assistência

 O termo “humanizar” significa “tornar humano, dar condição


humana”. Também é definido como “tornar benévolo, afável,
tratável” e, ainda, “fazer adquirir hábitos sociais polidos,
civilizar”. Humanizar é estar coerente com os valores
humanos. É afirmar o humano na ação.

A humanização está relacionada a distintas e complexas


dimensões relacionadas à produção e gestão do cuidado em
saúde, tais como:

 integralidade, satisfação do cliente, necessidades de saúde,


qualidade da assistência, gestão participativa, protagonismo
dos sujeitos e a intersubjetividade envolvida no processo de
atenção à saúde.
Marcos políticos

No contexto político, os primeiros programas de atenção à


saúde lançados pelo Ministério da Saúde do Brasil que focaram
a humanização da assistência foram:

 Programa Nacional de Humanização da Atenção Hospitalar


(2000-2002).

 Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento (2000).

 Norma de Atenção Humanizada ao Recém-nascido de Baixo


Peso – Método Canguru (2000).
Humanização da assistência

 Deve ser uma diretriz política transversal entendida como um


conjunto de princípios e diretrizes que se traduzem em ações
nas diversas práticas de saúde, caracterizando uma
construção da coletividade.
 Troca de saberes, incluindo os usuários, diálogo entre os
profissionais e trabalho em equipe.
 Estratégia de interferência no processo de produção de saúde
que considere que quando os sujeitos sociais são
mobilizados, são capazes de transformar a realidade,
modificando a si mesmos.
 Novo tipo de interação entre os sujeitos que constituem os
sistemas de saúde e deles usufruem, acolhendo e fomentando
o seu protagonismo.
HumanizaSUS

 Essa política busca efetivar os princípios do SUS no cotidiano


das práticas de atenção e gestão, qualificando a saúde pública
no Brasil e incentivando trocas solidárias entre gestores,
trabalhadores e usuários.

 A PNH estimula a comunicação entre os gestores de saúde, os


profissionais de saúde e os usuários para construir processos
coletivos de enfrentamento das relações de poder, trabalho e
afeto que, muitas vezes, promovem atitudes e práticas
desumanizadoras, inibindo a autonomia e a
corresponsabilidade desses atores sociais.
Princípios norteadores

 transversalidade;

 a inseparabilidade entre a atenção e a gestão dos processos


de produção de saúde;

 protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos


e coletivos.
Garantia dos princípios da PNH

Valorizar a dimensão subjetiva e social em todas as práticas de


atenção e gestão, fortalecendo/estimulando processos integradores e
promotores de compromissos/responsabilização.

Estimular processos comprometidos com a produção de saúde e


com a produção de sujeitos.

Fortalecer o trabalho em equipe multiprofissional, estimulando a


transdisciplinaridade e a grupalidade.

Atuar em rede com alta conectividade, de modo cooperativo e


solidário, em conformidade com as diretrizes do SUS.

Utilizar a informação da comunicação, da educação permanente e


dos espaços da gestão na construção de autonomia e protagonismo
de sujeitos e coletivos.
Diretrizes da PNH

 Gestão participativa e compartilhada (cogestão) do processo


de produção de saúde.
 Clínica ampliada, incluindo as dimensões social e subjetiva.
 Acolhimento, com responsabilização e vínculo, na
continuidade do processo terapêutico.
 Ambiência acolhedora.
 Valorização do trabalho e da saúde do trabalhador.
 Garantia dos direitos dos usuários: visita aberta, direito
a acompanhante.
 Inclusão das redes sociais de apoio e controle da prestação
de serviços.
Humanização da assistência – saúde da mulher

Pré-natal

Parto e
Violência
puerpério

Climatério Abortamento
Humanização do parto e do nascimento

 Dar apoio à mulher, ao seu parceiro e à sua família durante o


trabalho de parto, no momento do nascimento e no pós-parto.
 Observar a parturiente.
 Monitorar o estado fetal e, posteriormente, o estado do
recém-nascido.
 Avaliar os fatores de risco.
 Detectar os problemas precocemente.
 Realizar intervenções se necessário, prestar os cuidados ao
recém-nascido após o nascimento.
 Encaminhar a parturiente a um nível de assistência mais
complexo, caso surjam fatores de risco ou complicações
que justifiquem.
Direitos – Rede Cegonha

 Ampliação do acesso aos serviços de saúde, o acolhimento e


a melhoria da qualidade do pré-natal.
 Transporte para o pré-natal e para o parto.
 Vinculação da gestante à unidade de referência para
assistência ao parto.
 Realização de parto e nascimento seguros, por meio de boas
práticas de atenção.
 Acompanhante no parto, de livre escolha da gestante.
 Atenção à saúde da criança de zero a 24 meses com qualidade
e resolutividade.
 Acesso ao planejamento reprodutivo.
Princípios – Rede Cegonha

 Respeito, proteção e realização dos direitos humanos.


 Respeito à diversidade cultural, étnica e racial.
 Promoção da equidade.
 Enfoque de gênero.
 Garantia dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos de
mulheres, homens, jovens e adolescentes.
 Participação e mobilização social.
 Compatibilização com as atividades das redes de atenção à
saúde materna e infantil em desenvolvimento nos estados.
Interatividade

A Rede Cegonha foi instituída por meio da Portaria no 1.459, de


24 de junho de 2011, no âmbito do Sistema Único de Saúde –
SUS, sendo correto afirmar que:
Interatividade

a) Consiste em uma rede de cuidados que visa a assegurar à


mulher a atenção humanizada à gravidez. O parto, o
puerpério e a criança não são de responsabilidades
dessa rede.
b) Tem como princípios a universalidade, a integralidade e a
participação social.
c) Organiza-se a partir de quatro componentes: I – pré-natal, II –
parto e nascimento, III – puerpério e atenção integral à saúde
da criança e IV – sistema logístico: transporte sanitário e
regulação.
d) Seu objetivo é reduzir a mortalidade materna com ênfase no
componente biopsicossocial.
e) Deve ser implementada, rapidamente, em todo território
nacional, considerando critérios epidemiológicos.
Resposta

a) Consiste em uma rede de cuidados que visa a assegurar à


mulher a atenção humanizada à gravidez. O parto, o
puerpério e a criança não são de responsabilidades
dessa rede.
b) Tem como princípios a universalidade, a integralidade e a
participação social.
c) Organiza-se a partir de quatro componentes: I – pré-natal, II –
parto e nascimento, III – puerpério e atenção integral à saúde
da criança e IV – sistema logístico: transporte sanitário e
regulação.
d) Seu objetivo é reduzir a mortalidade materna com ênfase no
componente biopsicossocial.
e) Deve ser implementada, rapidamente, em todo território
nacional, considerando critérios epidemiológicos.
ATÉ A PRÓXIMA!

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