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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS

CENTRO DE CIÊNCIAS DA VIDA


FACULDADE DE PSICOLOGIA

BEATRIZ RIZZO GIANOTTO


CAMILA PIZANI VERLENGIA
ISADORA PEREIRA DA MOTA ROSA
KARINEH SUAVE HAZBUN
LUCAS CONSONI NEODINI
MARIA CLARA DE SOUZA CONTE PAIVA
SILVIA CAROLINA GENTIL
VICTORIA LEITE PIANCASTELLI

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

CAMPINAS
2022
BEATRIZ RIZZO GIANOTTO
CAMILA PIZANI VERLENGIA
ISADORA PEREIRA DA MOTA ROSA
KARINEH SUAVE HAZBUN
LUCAS CONSONI NEODINI
MARIA CLARA DE SOUZA CONTE PAIVA
SILVIA CAROLINA GENTIL
VICTORIA LEITE PIANCASTELLI

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Trabalho apresentado como exigência parcial


para a aprovação na disciplina de Psicologia
Social, ministrada no 5° período do programa de
Graduação em Psicologia, do Centro de Ciências
da Vida, da Pontifícia Universidade Católica de
Campinas.
Orientador: Prof(a). Silvana Cardoso Brandão

PUC-CAMPINAS
2022
SUMÁRIO

1. Apresentação 3
2. Exposição sobre o tema em estudo 3

2.1Violência sexual 3

2.2 Violência Doméstica e Pandemia 7

2.3 Delegacia da mulher 9

2.4 Violência psicológica 11

3. Análise interpretativa à luz da Psicologia Social 12

3.1 Violência sexual 13

3.2 Violência Doméstica e Pandemia 14

3.3 Delegacia da mulher 14

3.4 Violência psicológica 15

4. Referências 17
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1. Apresentação
O objetivo deste trabalho foi explorar todas as questões que giram em
torno da violência doméstica cometida contra mulheres, tanto a agressão física
quanto psicológica. Foi explorado o papel da Delegacia de Defesa da Mulher,
trazendo a perspectiva das plantonistas sobre a violência de gênero e o impacto
psíquico que sofrem no cotidiano devido a elevada carga emocional do ambiente.
Ademais, foi trazido para a análise o cenário da pandemia, estudando o
comportamento da curva de crimes violentos, letais e intencionais contra mulheres
no contexto de isolamento social. Por fim, foram estudados projetos e movimentos
que visam combater a violência e unir as mulheres que foram vítimas, visando
proporcionar empatia e o maior conforto possível para elas.
O levantamento bibliográfico foi realizado por meio da exploração de
plataformas científicas, através da busca de artigos que abrangessem os subtemas
citados anteriormente, de modo que foi escolhido dois ou mais artigos por tema.
Visto isso, foram unidos conteúdos diferentes acerca do mesmo tópico para que
fosse proporcionada uma teoria mais aprofundada e diversificada. Dessa forma, os
integrantes do grupo leram separadamente os artigos e se reuniram posteriormente
para realizar uma discussão e unir temas da melhor maneira.

2. Exposição sobre o tema em estudo


2.1 Violência Sexual
O Ministério da Saúde reconhece a violência sexual como questão de
saúde pública e aponta que uma em cada quatro mulheres no mundo é vítima de
violência de gênero com perda de um ano de vida potencialmente saudável a cada
cinco anos. No Brasil, 70% dos crimes acontecem no ambiente doméstico e são
praticados, em sua maioria, pelos parceiros íntimos. (SOUZA et al., 2012). Por
violência sexual, se compreende o estupro, tentativa de estupro, atentado violento
ao pudor, sedução, atos obscenos e assédio, que podem ocorrer de forma
conjugada, inclusive, com outros tipos de violência física (lesão corporal, tentativa
de homicídio maus tratos e ameaças).
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O estupro é definido pelo Código Penal Brasileiro como crime de ação


privada contra os costumes (artigo 213 Lei 8.069/90; 8.072/90 e 8.930/94) e não
contra a pessoa. Ou seja, ele está restrito à relação sexual entre o homem e a
mulher que ocorra com penetração vaginal, realizado contra a vontade dela e com
o recurso da violência. Outras situações de violência sexual diferente da conjunção
carnal são enquadradas na categoria “atentado violento ao pudor”, como crime de
ação pública (art. 214, art. 263 (8.072/90) e art. 6 (8.930/94). O que se considera
crime é a agressão à sociedade por intermédio do corpo feminino, é como se o
homem (pai ou marido) fosse tocado em sua integridade moral pela violência
sexual vivenciada pela mulher.
Os dados obtidos sobre a violência sexual mostram que não existe
distinção entre classes, etnias/cor e segmentos sociais. Pode-se afirmar que a
visão sobre esses crimes ainda está intimamente vinculada à imagem que se faz da
vítima, de seu comportamento e moralidade. Nos últimos anos, tem sido dada uma
maior atenção a esses crimes, assim, cada vez mais estão sendo criados serviços
para atender às mulheres vítimas de tais crimes, ao mesmo tempo são criados
instrumentos jurídicos e legais, facilitando o atendimento.
Ao chegar num serviço de saúde, sobretudo de pronto socorro, as
mulheres ao reportar uma violência sexual e doméstica têm que passar por dois
dilemas: envolve perceber e reconhecer a violência sofrida, sustentando uma
credibilidade a queixa, e romper com uma recorrente prática de medicalizar os
eventos observados. Desde 1940, está determinado no Código Penal Brasileiro
(artigo 127 e 128) que existe uma obrigatoriedade do atendimento para que possa
ser realizada a interrupção de gravidez em casos de estupro e quando ocorre
grande risco de vida da mãe. Mesmo assim, apenas 11 cidades de mais de 6000
municípios no Brasil oferecem esse serviço de atendimento às mulheres vítimas de
estupro.
Infelizmente, essas cidades que oferecem tal atendimento ainda exibem
tremenda dificuldade para acessar aos hospitais públicos que possuem esses
serviços. Também persiste uma baixa divulgação de tais locais, em conjunto com a
visão da violência sexual como uma questão da segurança pública ou da justiça,
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resultando em baixo número de atendimentos. Outro fator importante, é o


constrangimento muito compartilhado por mulheres que sofrem uma violência
sexual, dessa forma, não buscar o serviço o mais rápido possível, resultando num
comprometimento das ações profiláticas que devem ser realizadas até 72 horas
após o ocorrido.
Além de todo processo e constrangimento que as mulheres passam, a
situação de violência sexual pode fazer com que a compreensão da vítima sobre
sua autoimagem, o que pensa e considera de si própria e o que acredita que vale e
merece, possam ser gravemente afetadas. A invisibilidade é o desejo de muitas
vítimas de violência sexual devido a dissociação do trauma psicológico, fazendo
com que a mulher se veja imunda e percebe a si mesma e ao seu corpo com
vergonha. (SOUZA et al., 2012). Além disso, essa violência está muito relacionada
com problemas de saúde física, reprodutiva e mental (como já citado): abuso de
drogas e álcool, dores de cabeça, asma, ansiedade, depressão, inflamações
pélvicas crônicas, distúrbios psíquicos como tentativa de suicídio, entre outros.
(OLIVEIRA et al., 2005).
A sobrevivente desse trauma, ao ter suas barreiras violentadas, tenta
construir novos limites entre si mesma e o mundo. Porém, tais delimitações são
construídas improvisadamente pela dinâmica do trauma, por meio de ganho de
peso, desleixo pessoal, falta de cuidado consigo mesma ou a procura de não ser
atraente sexualmente. Os dois principais sintomas associados ao transtorno do
estresse pós-traumático (TEPT) são evitação e repetição, que podem levar a
mulher a evitar contato sexual ou colocar-se em situações nas quais pode ser
revitimizada. Há um certo tom de fatalidade em relação ao futuro de uma pessoa
que sofre violência sexual, é como se a sobrevivente estivesse inclinada a ocupar a
posição de vítima de novas traumatizações, impossibilitada de obter
conscientemente o controle da própria vida. (SOUZA, DREZETT, MEIRELLES,
RAMOS, 2012).
Por outro lado, a dissociação é uma estratégia de enfrentamento
frequente para mulheres que sofrem violência sexual e a estigmatização pode
resultar em diminuição da autoestima e dificultar o crescimento emocional.
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Kilpatrick et al. (2003), por meio de entrevistas com 4.023 adolescentes,


propuseram-se a estudar a prevalência, a comorbidade e o fator de risco para
TEPT, episódio de depressão maior e abuso ou dependência de substâncias. A
violência sexual foi identificada como significativo fator de risco para todos os pares
de comorbidades. Os resultados sustentam a hipótese de que a exposição a uma
forma de violência física, sexual ou testemunho de ato de violência aumenta o risco
de ocorrência dessas três desordens e suas comorbidades. (SOUZA, DREZETT,
MEIRELLES, RAMOS, 2012).
Faravelli et al. (2004) avaliaram as consequências de episódio único de
estupro em 40 mulheres, ocorrido havia pelo menos quatro meses, e compararam
com agressões a 32 mulheres submetidas a outros tipos de evento estressor, como
acidente de carro, ataque físico ou assalto. O grupo formado por mulheres que
sofreram estupro apresentou índices mais significativos de TEPT e transtornos
alimentares, sexuais e de humor.
Choudharyet et al. (2008) investigaram a relação entre violência sexual,
saúde e comportamentos de risco por meio de diferentes variáveis. Os resultados
indicaram que mulheres que sofreram violência sexual tiveram maior incidência de
saúde mental debilitada, baixa satisfação com a vida, limitação de atividades,
tabagismo e consumo esporádico de bebida alcoólica. A associação entre saúde
mental e física debilitada e a violência sexual foi mais prevalente em mulheres, com
consequências que persistem ao longo do tempo.
Fleurkenset et al. (2011) investigaram o enviesamento da atenção com
relação a quatro categorias de palavras: com tom de ameaça sexual, sexuais não
ameaçadoras, em tom de ameaça a acidentes e positivas. O grupo constituído por
mulheres que sofreram violência sexual diagnosticadas com TEPT mostrou maior
período de latência para indicar as quatro categorias de palavras do que o grupo de
controle, principalmente quanto a palavras com tom de ameaça sexual. Além disso,
quanto maior a intensidade do TEPT, mais elevados se mostraram os índices de
enviesamento da atenção para as palavras relacionadas à violência sexual. Os
resultados sugerem que a atenção permanece em estado de alerta para qualquer
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tipo de ameaça, real ou imaginária, e que a manutenção do TEPT pode ocorrer por
causa do enviesamento da atenção para esses aspectos.
Oito participantes da pesquisa declararam que o evento traumático vivido
pouco tempo antes do início dos transtornos alimentares foi o abuso sexual ou
incesto. As participantes declararam ter começado a comer para “se livrar dos
abusos” ou para se tornar “desagradáveis fisicamente” ou “grandes para
intimidação”. Mulheres com histórico de abuso sexual na infância mostraram
maiores índices de TEPT e uso abusivo de álcool. (SOUZA, DREZETT,
MEIRELLES, RAMOS, 2012).
Além disso, mulheres que sofrem violência sexual apresentaram maior
insatisfação, falta de desejo sexual e dispareunia, contudo, em algumas pesquisas,
vítimas de violência sexual mostraram maior frequência de relações sexuais, na
tentativa de adquirir “controle” sobre a própria vida sexual. (SOUZA, DREZETT,
MEIRELLES, RAMOS, 2012).
O excesso alimentar e o abuso de drogas e álcool são usados por
algumas vítimas como forma de diminuir a ansiedade e reprimir as memórias
traumáticas. O TEPT pode ser observado como mediador entre a violência sexual e
os transtornos alimentares, como tentativa de autoproteção contra nova violência.
Pode atuar também como mediador no desenvolvimento de transtornos sexuais,
embora não esteja suficientemente esclarecido o papel do ato de penetração
nessas disfunções. As vítimas geralmente apresentam maior insatisfação sexual,
perda de prazer, medo e dor, sintomas que podem permanecer após anos da
violência. A relação com a própria imagem, a autoestima e as relações afetivas
também são afetadas negativamente e limitam a qualidade de vida. Existe a
permanência desses transtornos, que podem ser duradouros e estender-se por
muitos anos na vida dessas vítimas. (SOUZA, DREZETT, MEIRELLES, RAMOS,
2012)

2.2 Violência Doméstica e Pandemia


O artigo estudado problematiza o aumento da violência doméstica contra
a mulher no contexto de isolamento social pelo covid-19, com base nas denúncias
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feitas através do telefone e por meio de outras diferentes fontes de dados. Ele
busca entender a realidade dos fenômenos na totalidade da sociedade capitalista e
verificar como a pandemia reverberou na ampliação da violência, além de discorrer
sobre como isso afeta a saúde das mulheres e quais são as consequências, as
ações públicas de enfrentamento e as medidas governamentais existentes,
juntamente com a problemática do tema ser uma questão social de saúde pública
que necessita de uma atuação multidisciplinar e multiprofissional.
No Brasil, sabe-se que a violência contra a mulher surge a partir da
sociedade de origem machista e patriarcal, e que as medidas de prevenção e de
apoio são escassas e implicam em uma mudança na mentalidade tradicional
instalada. Por outro lado, também se sabe que a crise gerada pela pandemia só
agravou ainda mais os casos citados e que a abordagem da pesquisa documenta
dados que apresentam o perfil das mulheres vítimas de violência doméstica,
categorizados por sexo, idade, raça/cor, renda e estado, relação vítima/agressor e
o tipo de violência. Em relação às ocorrências, fica evidente que as maiores taxas
estão concentradas nas mulheres que se encaixam como adultas e pobres, e que
apesar da violência contra as brancas ainda representar a maior parte, ela vem
sofrendo uma queda à medida que aumenta contra as pretas e pardas, associada à
discriminação racial e desigualdade presente no mercado de trabalho, na
distribuição de rendimento e nas condições de moradia e educação.
Ademais, vale citar que o estado com o maior índice de violência é o de
São Paulo, e que em relação à vítima/agressor, o cônjuge é o principal destaque,
mostrando que é na própria casa que as agressões comumente acontecem. Na
pandemia, isso é adicionado a insegurança econômica, a dificuldade de acesso aos
serviços da rede de apoio, o medo de exposição ao contágio pelo covid-19, a
interrupção e diminuição do contato da mulher com a rede socioafetiva e a um
aumento na agressividade e estresse por causa do desemprego e consequente
redução da renda, além de insegurança em relação ao futuro e o consumo de
álcool e drogas. O artigo encerra-se, finalmente, com a informação de que a
violência física é o meio de agressão mais utilizado pelos agressores, seguida da
violência psicológica.
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Em um outro artigo analisado, é decorrido sobre a mortalidade por


violência contra mulheres antes e durante a pandemia de covid-19, e traz uma
pesquisa feita no Ceará para analisar isso. É visto que com o isolamento social,
houve um impacto negativo gerado na vida em sociedade, principalmente em
relação às vítimas de violência, e que isso faz parte de um fenômeno social
presente em todas as classes e representa um problema na saúde pública. Nesta
nova situação, com a chegada da pandemia, o momento se tornou de maior
vulnerabilidade social, em que a maioria das famílias evitaram as saídas de casa
para uma maior segurança contra o novo vírus, levando as mulheres que antes não
conviviam tanto com seus maridos por conta do tempo de trabalho fora de casa,
passarem a conviver mais. Isso aumentou as taxas de violência por conta da maior
manutenção de vítimas e agressores em casa, e além disso, a restrição de
mobilidade, as dificuldades financeiras e o distanciamento dos demais membros da
família pioraram a situação das mulheres com seus agressores. Também, o
distanciamento social nos serviços de proteção restringiu os atendimentos
presenciais, o que prejudicou ainda mais a situação e mostrou que ao comparar o
ano de 2020 com o ano de 2019, houve um aumento no total geral de homicídios
dolosos e feminicídios. De acordo com a OMS, a cada 3 mulheres, 1 foi vítima de
violência física e/ou sexual em algum momento da vida. Por fim, o Brasil é o quinto
país que comete mais violência contra a mulher.

2.3 Delegacia da mulher


A violência contra a mulher é um fato histórico fundamentado social e
culturalmente, por meio de uma hierarquia, advindas de sociedades patriarcais, no
qual a mulher é figurada como submissa e o homem dominante. (CECCON;
MENEGHELl, 2017 apud SILVA; BINI, 2021). Graças aos movimentos feministas,
um espaço se abriu para o direito das mulheres. (SOUZA; FARIA, 2017 apud
SILVA; BINI, 2021). Cobranças e pressão sobre as autoridades estatais, foram
motivos para a tomada de atitude que favoreceram as mulheres nos quesitos
policiais, jurídicos e psicossociais. (OLIVEIRA; MOREIRA, 2017 apud SILVIA; BINI,
2021). Tais cobranças resultaram na criação da primeira delegacia da mulher, em
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1985, através dessas exigências sobre o Estado para combater a violência


doméstica. Então, devido a toda essa luta, a violência foi reconhecida como crime e
como responsabilidade do estado. (SOUZA; FARIA, 2017; OLIVEIRA; MOREIRA,
2016; SOUZA; SANTANA; MARTINS, 2018 apud SILVA).
Atualmente, a lei que rege os direitos das mulheres é a Lei Maria da
Penha, na qual foi criada para prevenir, punir e erradicar a violência contra a
mulher, proporcionando assistência e medidas de proteção às vítimas, e punições
aos agressores. (BRASIL, 2006 apud SILVA). Porém, assim como esse avanço
tornou a vida de muitas mulheres mais confiante e segura, muitas ainda não podem
usufruir desse sentimento, isso porque essa lei e sua atuação dependem de um
melhor acesso à informação. (PASINATO, 2015 apud SILVA).
A presença da psicologia na equipe do Deams ainda não é obrigatória no
Brasil, mesmo que os estudos apontem que é imprescindível a disponibilização de
uma rede de apoio e acolhimento para os funcionários, já que esses representam
estratégias contra a violência. Para completar a pauta da falta de acolhimento e de
investimento na realidade dos agentes da delegacia, vê-se de extrema importância
estudos sobre como esses agentes percebem a violência contra a mulher e os
impactos em seus cotidianos pessoais e profissionais, e, como já dito, a
viabilização de uma rede de apoio. (SOUZA; FARIA, 2017 apud SILVA).
A partir disso, é levantada a possibilidade de um plantão psicológico,
que, consequentemente, tem um papel significativo para o desenvolvimento de
novas políticas públicas, através de uma intervenção psicológica. Porém é visto por
Paparelli e Nogueira-Martins (2007) que os plantonistas enfrentam dificuldades
como medo e inseguranças diante dos casos, dos desafios, da falta de recursos -
causando muito sentimento de impotência. Sendo assim, segundo Azevedo e
Alves, a permanência desses agentes sem um preparo e apoio emocional pode
afetar a todos os envolvidos no caso, funcionários e vítimas. Além disso, Souza,
Ferreira e Santos expõem que deve haver uma conscientização e sensibilização
aos alunos desde o início do curso, sobre as violências e suas consequências, para
um melhor preparo ao lidar com as vítimas.
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Sendo assim, foi feito um estudo com intuito de analisar as percepções


das plantonistas de uma delegacia da defesa da mulher sobre a violência de
gênero e seus impactos no dia a dia dessas mulheres, além de avaliar como pode
ser feito para ajudá-las, sobre como agir aos desafios diários perante os casos e as
vítimas, aos possíveis impactos a sua saúde mental e às estratégias para uma
melhor solução desse problema.
O estudo feito em uma Delegacia da defesa da mulher, tendo como
participantes 23 pessoas do sexo feminino, e que utilizou um software como
ferramenta de análise de dados, obteve respostas incisivas sobre a percepção
sobre a violência contra a mulher. (SILVA; BINI, 2021). Nota-se no estudo, que o
segmento de trecho (ST) “abordagem da violência contra a mulher”, recebeu
respostas que valem ser destacadas, tais como: "violência contra a mulher”;
“mudar”; “compreender”, além de relatos verbais das participantes, nas quais uma
comenta sobre a falta de atenção dos outros cursos universitários acerca da
violência contra a mulher, e outra diz sobre o fato do tema ser “jogado para baixo
do tapete”. (SILVA; BINI, 2021). A palavra “universidade” foi também muito citada
pelas participantes, ressaltando o papel chave que ela tem nessa discussão, para
elas é fundamental buscar esse assunto, visto que o tema não recebe a atenção
que merece, e que isso causa um déficit no desenvolvimento da consciência social
e no reconhecimento individual que cada cidadão deve ter. (SILVA; BINI, 2021).
A pesquisa evidencia o fato de que existem lacunas e desinformação
sobre o trabalho de combate à violência contra a mulher, a falta de atendimento
psicológico nas DEAMS, falta de estrutura física para realizar os atendimentos, e
ausência de uma equipe multidisciplinar para que a vítima tenha suporte em todos
os aspectos. (SILVA; BINI, 2021). Verifica-se também a baixa importância em
relação aos cuidados da saúde mental na sociedade, visto que o psicólogo não faz
parte da equipe das delegacias, além da falta de suporte psicológico que os
profissionais recebem. Por conseguinte, os profissionais da delegacia se veem
esgotados fisicamente e emocionalmente, já que não recebem qualquer apoio
psicológico nos casos de violência, estes que esgotam o indivíduo por serem em
um ambiente emocionalmente volátil e que exigem uma demanda grande do
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profissional. (SILVA; BINI, 2021). A pesquisa traz como conclusão também a


importância das universidades, que devem ser responsáveis por fomentar o
assunto e trazer discussões que abram portas para o desenvolvimento de
pesquisas para agregar à sociedade, e que formem profissionais desalienados,
com vontade de mudança social. (SILVA; BINI, 2021).

2.4 Violência Psicológica


A violência psicológica é a mais sutil e, muitas vezes, imperceptível tanto
para a vítima quanto para o agressor, levando a pessoa que sofre o ato a justificar
os padrões de comportamento de seu agressor, legitimando suas atitudes e
contribuindo cada vez mais para a instalação da violência silenciosa. Como
exemplo dessa prática, pode-se destacar o uso de chantagens, humilhações,
cobranças de comportamento e manipulação contra a vítima. Tal modalidade de
violência é a mais difícil de ser identificada, e, ainda que seja bastante frequente,
pode levar a vítima a se sentir desvalorizada, sofrer de ansiedade e adoecer com
facilidade. (SILVA; COELHO; CAPONI, 2007).
Além disso, a manifestação desse tipo de violência inclui a
discriminação, exploração, vigilância constante e até mesmo cerceio a liberdade.
Alguns dos atos de violência são para muitas pessoas coisas normais da dinâmica
do relacionamento, caracterizadas como brincadeiras ou até mesmo como ações
normais do papel do homem, o que dificulta ainda mais a identificação da agressão
psicológica. (CUNHA, 2016).
Por isso, a conceituação dos tipos de violência permite que os
profissionais possam obter maior condição para identificar pessoas que estejam
sujeitas a essa situação de violência, auxiliando a vítima a reconhecer essa
violação. Ademais, é importante ressaltar que este tipo de violência provoca
múltiplas consequências, como: depressão, isolamento social e distúrbios
alimentares. (SILVA; COELHO; CAPONI, 2007).
A autoestima como sendo a avaliação afetiva do valor ou importância
que cada um faz de si próprio (FREIRE; TAVARES, 2011), é um fator que está
estritamente relacionado com a violência psicológica. A baixa autoestima relaciona-
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se com tal violência tanto como consequência, quanto como possível preditor. Isso
pois, o autor da agressão, ao intimidar e humilhar a vítima constantemente,
prejudica a formação da boa autoestima e consolida um sentimento de rejeição e
de desvalorização a si mesmo, proporcionando uma tendência de submeter-se a
situações de abuso em outros relacionamentos. (MALDONADO, 1997 apud
CARNEIRO; FREIRE, 2015). Na Lei Maria da Penha é evidenciada a ligação entre
os dois fatores, de forma que no artigo 7o, Inciso III, a violência psicológica é
caracterizada como "qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição
da autoestima (...) mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,
isolamento, vigilância constante (...)". (CUNHA, 2016).
Com isso, é necessário atentar-se aos riscos que tal violência propiciam
para a vítima, na medida que o medo, a perda do empoderamento e autoestima da
mulher, consequentes dos abusos psicológicos, abrem portas para que a violência
física se manifeste. Como expõe Miller, 2022 (apud DA SILVA, 2007), o agressor,
antes de “poder ferir fisicamente sua companheira, precisa baixar a autoestima de
tal forma que ela tolere as agressões”, visto que este aproveita-se da violência
psicológica para manter sua vítima "dominada" e poder controlá-la. (BANDEIRA,
2014 apud CUNHA 2016).

3. Análise Interpretativa à luz da Psicologia Social


3.1 Violência Sexual
Sabe-se que violência contra a mulher é o retrato da desigualdade de
gênero existente no país, que determina papéis, posições e deveres diferentes do
feminino e do masculino. Essa realidade vigente é a responsável para que os
indivíduos alimentem a visão de inferioridade da figura feminina, e que pode ser
relacionada com a ideia de preconceito estudada, visto que este vem da ultra
generalização e alienação. Para humanizar-se o homem se relaciona com a
sociedade, na qual está enraizada a imagem inferior da mulher, e através da ultra
generalização, ele assimila esses estereótipos e absorve-os, sem antes refletir
sobre essa ação, formando uma opinião generalizada.
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Ao mesmo tempo, persiste a visão preconceituosa sobre a mulher ser a


culpada ao sofrer a violência sexual, em sua grande maioria, homens sustentam a
ideia de que o uso de uma roupa mais curta, um copo a mais de um drink alcoólico,
ou até uma conversa casual no bar são fatores que provam e demonstram que a
mulher estava “pedindo” para ser abusada, portanto, provocando. Uma vez que ela
diz não, a sociedade se pergunta por que ela estava se oferecendo tanto,
argumento que já foi muito internalizado pela maioria das pessoas. Assim, quando
uma mulher sofre uma violência, ao invés de perguntarem primeiramente se ela
está bem, perguntam: que roupa ela estava usando? Ela estava bebendo? Ela
estava andando na rua tarde sozinha?
Visto isso, aos poucos, a mulher também se culpa, passando a acreditar
que é a responsável pela violência sofrida. Ocorre a internalização da culpa, onde a
crença de que talvez elas estivessem usando uma roupa inapropriada ou de que
estavam num lugar suspeito na madrugada, se torna real e as levou para essa
situação. A sociedade chancela essa visão, defendendo o fato de que ao exercer a
sua liberdade, se expõe e assume o risco, ao adotar comportamentos considerados
inadequados para as mulheres, mas “autorizados” para os homens, agravando a
desigualdade entre os sexos.
Pode se destacar aqui o fato de o homem ser sócio-histórico, ou seja,
constitui-se a partir da sua relação com a sociedade, e assim, ele internaliza as
estruturas objetivas da sociedade em estruturas subjetivas da consciência. Pode se
trazer isso para a realidade psicológica das mulheres que são vítimas de violência
sexual. Isso se dá, pois a realidade da mulher é completamente tomada pelo
trauma, fazendo com que ela internalize isso em estruturas subjetivas da
consciência, e assim ela permanece nesse estado, como nos casos de TEPT. Com
isso, a vítima se torna incapaz de ter controle da própria vida, fazendo com que seu
maior desejo seja se sentir invisível em meio a sociedade, pois sua auto visão é
distorcida pelo trauma, construindo novos limites entre si mesma e o mundo.

3.2 Violência Doméstica e Pandemia


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O termo cotidiano significa aquilo que é habitual ao ser humano, ou seja,


está presente na vivência do dia a dia. É possível relacionar os artigos trazidos com
a estrutura e a dinâmica da vida cotidiana, uma vez que o homem é um ser
histórico-social e sua ligação com a sociedade é fundamental para a sua
constituição. Com o isolamento, as pessoas deixaram de conviver com os demais
indivíduos da sociedade, o que interferiu na sua singularidade, pelo fato de ele
perder a coletividade. Portanto, a conclusão que fica é a de que o cotidiano permite
a apreensão da sociedade, e com a pandemia, houve um impacto negativo nesse
setor.
As vítimas, por exemplo, passaram a ficar 24 horas em casa, muitas
vezes com os seus agressores, sem o apoio da família e dos amigos. O estresse
econômico e o lockdown também tornaram ainda mais difícil o ato de denunciar e
buscar ajuda, uma vez que muitas das mulheres eram dependentes da renda de
seus parceiros o acesso presencial a centros públicos de saúde e outros serviços
sociais essenciais foram fechados. Além disso, com as mudanças de hábitos de
trabalho e estudo, as pessoas começaram a ficar mais em casa e tiveram que
mudar a forma de se relacionarem umas com as outras, gerando alterações nos
padrões de relacionamento interpessoais, trocas afetivas, consumo, descarte,
desenvolvimento de novas habilidades, fantasias, pensamentos e expectativas.
Seja isso e o estresse causado pela quebra na rotina causaram um aumento no
índice de violência contra a mulher, assim como a quantidade de novas
informações recebidas diariamente e as frustrações do dia a dia.

3.3 Delegacia da Mulher


O pensamento cotidiano é pragmático, o que leva a ultrageneralizações,
como o preconceito. As ultrageneralizações presumem estereótipos, analogias e
conceitos já estabelecidos, ou seja, o preconceito é ensinado. Além disso, o
preconceito tira a legitimidade de um sujeito ou grupo, no pertencimento social. Os
fatos acima se relacionam fortemente com a violência doméstica, especificamente
contra a mulher, visto que ela é posta num local de submissão e inferioridade, esse
pensamento, como já foi dito anteriormente é antigo e inadequado, mas o
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pensamento cotidiano, nos faz banalizar atos que claramente são preconceituosos
e machistas.
Ademais, a psicologia social visa o fato de que o mundo socialmente
construído é um ordenamento da experiência, o que, consequentemente, torna a
interação social com diversos significados, assim, integrando em uma ordem de
significado comum. Isto é, o preconceito e a construção do indivíduo advêm desse
mundo socialmente construído, no qual para fazer parte deste é necessário
compartilhar, nesse caso, ideias no quesito do patriarcado, e que engloba toda a
história cultural por trás disso. Por consequência, torna-se necessário a obtenção
de uma delegacia apenas para mulheres, para que seja possível tentar uma
mudança na sociedade através do suporte necessário e de uma intensa e cansativa
luta.

3.4 Violência Psicológica


Essa categoria de violência é negligenciada, dado a falta de referência
da mídia, que só divulga quando há consequências extremas. (SILVA; COELHO;
CAPONI, 2007). Sendo a mídia um importante instrumento de meio de
comunicação na vida cotidiana dos sujeitos, é fato que não falar sobre o tema é
contribuir para a mesmice do pensamento cotidiano, dificultando o movimento de
tomada de consciência sobre estar sofrendo essa agressão, tal qual como não
deve ser interiorizado e reproduzido.
Ademais, é de importância destacar que o sujeito agredido não é a única
vítima, visto que, os filhos que testemunham essa violência dentro de casa podem
começar a reproduzi-la por identificação ou mimetismo, passando a disseminar a
violência em vários âmbitos da sua vida, como escolar, profissional e amoroso.
(SILVA; COELHO; CAPONI, 2007). Tal fato está bastante ligado com o conceito de
construção do indivíduo, observado na literatura de Berger, o qual coloca os
conceitos de externalização, objetivação e internalização, sendo assim, que cada
um se apropria do mundo objetivado, dado naquela realidade, agindo sobre esta e
internalizando alguns elementos e os transformando de maneira subjetiva. Tal qual
na estrutura da vida cotidiana, de Heller, que coloca a apropriação da realidade
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social como elemento formador do indivíduo e sua consciência, sendo a vida


cotidiana pressuposta por imitação e mimetismo, como também observado na
conceituação de identidade, que se apresenta como um processo de interiorização
da realidade. Articulando com o movimento da violência, é possível dizer que esse
filho que vê a mãe sendo agredida pelo pai dentro de casa, pode passar a fazer o
mesmo, identificando-se com o agressor e reproduzindo da sua maneira subjetiva
tal violência.
Alguns dos atos de violência são para muitas pessoas coisas normais da
dinâmica do relacionamento, caracterizadas como brincadeiras ou até mesmo
como ações normais do papel do homem, o que dificulta ainda mais a identificação
da agressão psicológica. (CUNHA, 2016). Dado isso, é importante pontuar o
conceito de identidade como produto histórico, o qual é formado por personagens
decorrentes dos papéis sociais, que carregam atividades provenientes daquele
papel. Neste caso, pode-se observar a construção do poder dos homens sobre as
mulheres, sendo o gênero feminino não autônomo e passivo, contribuindo para a
alienação, ou seja, explicação naturalista contra esse problema social de violência
ligada a mulher, que muitas vezes é justificada como “coisa normal de homem” ou
“coisa normal de relacionamento”.
Na mesma linha de raciocínio, trazendo novamente os conceitos teóricos
já mencionados de Berger e Heller, ao considerar uma sociedade permeada por
relações construídas com base em um machismo estrutural, isto é, uma forma de
preconceito edificado historicamente que propõe a superioridade e a dominação do
homem sobre as mulheres, estas já se encontram em uma posição inferiorizada e
fragilizada, construção social que proporciona uma perpetuação de
relacionamentos abusivos, os quais podem resultar na violência. A violência
psicológica provoca um movimento cíclico de submissão a situações cada vez mais
degradantes, pois são manipuladas a acreditar que são merecedoras desse tipo de
tratamento e que dependem dessa relação ou pessoa. Com os constantes
rebaixamentos, valorizam-se a cada momento menos e são inclinadas a repetir tais
padrões de relacionamento devido à baixa autoestima. Isso tudo descreve os
fenômenos de repetição da vida cotidiana, além da naturalização de tais
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acontecimentos e a apropriação feita pelos indivíduos dessa estruturação histórico


social repleta de preconceitos, os quais, por sua vez, realizam a manutenção do
pensamento dominante que reproduz tais comportamentos.

4. Referências

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