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VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
CAMPINAS
2022
BEATRIZ RIZZO GIANOTTO
CAMILA PIZANI VERLENGIA
ISADORA PEREIRA DA MOTA ROSA
KARINEH SUAVE HAZBUN
LUCAS CONSONI NEODINI
MARIA CLARA DE SOUZA CONTE PAIVA
SILVIA CAROLINA GENTIL
VICTORIA LEITE PIANCASTELLI
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
PUC-CAMPINAS
2022
SUMÁRIO
1. Apresentação 3
2. Exposição sobre o tema em estudo 3
2.1Violência sexual 3
4. Referências 17
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1. Apresentação
O objetivo deste trabalho foi explorar todas as questões que giram em
torno da violência doméstica cometida contra mulheres, tanto a agressão física
quanto psicológica. Foi explorado o papel da Delegacia de Defesa da Mulher,
trazendo a perspectiva das plantonistas sobre a violência de gênero e o impacto
psíquico que sofrem no cotidiano devido a elevada carga emocional do ambiente.
Ademais, foi trazido para a análise o cenário da pandemia, estudando o
comportamento da curva de crimes violentos, letais e intencionais contra mulheres
no contexto de isolamento social. Por fim, foram estudados projetos e movimentos
que visam combater a violência e unir as mulheres que foram vítimas, visando
proporcionar empatia e o maior conforto possível para elas.
O levantamento bibliográfico foi realizado por meio da exploração de
plataformas científicas, através da busca de artigos que abrangessem os subtemas
citados anteriormente, de modo que foi escolhido dois ou mais artigos por tema.
Visto isso, foram unidos conteúdos diferentes acerca do mesmo tópico para que
fosse proporcionada uma teoria mais aprofundada e diversificada. Dessa forma, os
integrantes do grupo leram separadamente os artigos e se reuniram posteriormente
para realizar uma discussão e unir temas da melhor maneira.
tipo de ameaça, real ou imaginária, e que a manutenção do TEPT pode ocorrer por
causa do enviesamento da atenção para esses aspectos.
Oito participantes da pesquisa declararam que o evento traumático vivido
pouco tempo antes do início dos transtornos alimentares foi o abuso sexual ou
incesto. As participantes declararam ter começado a comer para “se livrar dos
abusos” ou para se tornar “desagradáveis fisicamente” ou “grandes para
intimidação”. Mulheres com histórico de abuso sexual na infância mostraram
maiores índices de TEPT e uso abusivo de álcool. (SOUZA, DREZETT,
MEIRELLES, RAMOS, 2012).
Além disso, mulheres que sofrem violência sexual apresentaram maior
insatisfação, falta de desejo sexual e dispareunia, contudo, em algumas pesquisas,
vítimas de violência sexual mostraram maior frequência de relações sexuais, na
tentativa de adquirir “controle” sobre a própria vida sexual. (SOUZA, DREZETT,
MEIRELLES, RAMOS, 2012).
O excesso alimentar e o abuso de drogas e álcool são usados por
algumas vítimas como forma de diminuir a ansiedade e reprimir as memórias
traumáticas. O TEPT pode ser observado como mediador entre a violência sexual e
os transtornos alimentares, como tentativa de autoproteção contra nova violência.
Pode atuar também como mediador no desenvolvimento de transtornos sexuais,
embora não esteja suficientemente esclarecido o papel do ato de penetração
nessas disfunções. As vítimas geralmente apresentam maior insatisfação sexual,
perda de prazer, medo e dor, sintomas que podem permanecer após anos da
violência. A relação com a própria imagem, a autoestima e as relações afetivas
também são afetadas negativamente e limitam a qualidade de vida. Existe a
permanência desses transtornos, que podem ser duradouros e estender-se por
muitos anos na vida dessas vítimas. (SOUZA, DREZETT, MEIRELLES, RAMOS,
2012)
feitas através do telefone e por meio de outras diferentes fontes de dados. Ele
busca entender a realidade dos fenômenos na totalidade da sociedade capitalista e
verificar como a pandemia reverberou na ampliação da violência, além de discorrer
sobre como isso afeta a saúde das mulheres e quais são as consequências, as
ações públicas de enfrentamento e as medidas governamentais existentes,
juntamente com a problemática do tema ser uma questão social de saúde pública
que necessita de uma atuação multidisciplinar e multiprofissional.
No Brasil, sabe-se que a violência contra a mulher surge a partir da
sociedade de origem machista e patriarcal, e que as medidas de prevenção e de
apoio são escassas e implicam em uma mudança na mentalidade tradicional
instalada. Por outro lado, também se sabe que a crise gerada pela pandemia só
agravou ainda mais os casos citados e que a abordagem da pesquisa documenta
dados que apresentam o perfil das mulheres vítimas de violência doméstica,
categorizados por sexo, idade, raça/cor, renda e estado, relação vítima/agressor e
o tipo de violência. Em relação às ocorrências, fica evidente que as maiores taxas
estão concentradas nas mulheres que se encaixam como adultas e pobres, e que
apesar da violência contra as brancas ainda representar a maior parte, ela vem
sofrendo uma queda à medida que aumenta contra as pretas e pardas, associada à
discriminação racial e desigualdade presente no mercado de trabalho, na
distribuição de rendimento e nas condições de moradia e educação.
Ademais, vale citar que o estado com o maior índice de violência é o de
São Paulo, e que em relação à vítima/agressor, o cônjuge é o principal destaque,
mostrando que é na própria casa que as agressões comumente acontecem. Na
pandemia, isso é adicionado a insegurança econômica, a dificuldade de acesso aos
serviços da rede de apoio, o medo de exposição ao contágio pelo covid-19, a
interrupção e diminuição do contato da mulher com a rede socioafetiva e a um
aumento na agressividade e estresse por causa do desemprego e consequente
redução da renda, além de insegurança em relação ao futuro e o consumo de
álcool e drogas. O artigo encerra-se, finalmente, com a informação de que a
violência física é o meio de agressão mais utilizado pelos agressores, seguida da
violência psicológica.
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se com tal violência tanto como consequência, quanto como possível preditor. Isso
pois, o autor da agressão, ao intimidar e humilhar a vítima constantemente,
prejudica a formação da boa autoestima e consolida um sentimento de rejeição e
de desvalorização a si mesmo, proporcionando uma tendência de submeter-se a
situações de abuso em outros relacionamentos. (MALDONADO, 1997 apud
CARNEIRO; FREIRE, 2015). Na Lei Maria da Penha é evidenciada a ligação entre
os dois fatores, de forma que no artigo 7o, Inciso III, a violência psicológica é
caracterizada como "qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição
da autoestima (...) mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,
isolamento, vigilância constante (...)". (CUNHA, 2016).
Com isso, é necessário atentar-se aos riscos que tal violência propiciam
para a vítima, na medida que o medo, a perda do empoderamento e autoestima da
mulher, consequentes dos abusos psicológicos, abrem portas para que a violência
física se manifeste. Como expõe Miller, 2022 (apud DA SILVA, 2007), o agressor,
antes de “poder ferir fisicamente sua companheira, precisa baixar a autoestima de
tal forma que ela tolere as agressões”, visto que este aproveita-se da violência
psicológica para manter sua vítima "dominada" e poder controlá-la. (BANDEIRA,
2014 apud CUNHA 2016).
pensamento cotidiano, nos faz banalizar atos que claramente são preconceituosos
e machistas.
Ademais, a psicologia social visa o fato de que o mundo socialmente
construído é um ordenamento da experiência, o que, consequentemente, torna a
interação social com diversos significados, assim, integrando em uma ordem de
significado comum. Isto é, o preconceito e a construção do indivíduo advêm desse
mundo socialmente construído, no qual para fazer parte deste é necessário
compartilhar, nesse caso, ideias no quesito do patriarcado, e que engloba toda a
história cultural por trás disso. Por consequência, torna-se necessário a obtenção
de uma delegacia apenas para mulheres, para que seja possível tentar uma
mudança na sociedade através do suporte necessário e de uma intensa e cansativa
luta.
4. Referências
OLIVEIRA, E.M.; BARBOSA, R.M.; MOURA, A.A.V.M.; KOSSEL, K.V.; MORELLI, K.;
BOTELHO, L.F.F.; STOIANOV, M. Atendimento às mulheres vítimas de violência
sexual: um estudo qualitativo. Revista de Saúde Pública. Departamento de Medicina
Preventiva. Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, 2003. Disponível em:
<https://www.scielosp.org/article/rsp/2005.v39n3/376-382/>. Acesso em: 25 mai. 2022.