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UNIVERSIDADE GUARULHOS

Violência Doméstica e Familiar Contra a


Mulher Uma Abordagem a Auto-Estima das
Vítimas.

GUARULHOS
2023
UNIVERSIDADE GUARULHOS
PSICOLOGIA

Alessandra Brossi Horiuti RA: 28144172


Ana Beatriz de Souza Rebolho RA: 28310471
Carime Abud Salum RA: 28310397
Denise Delfim RA: 28312365
Lilian G Moretto RA 28.283526
Luciano Arantes RA 28.283526
Nathalia Lima Alves RA: 28310954
Sarah Messias dos Santos RA: 28278078
Wanessa Bottoni RA: 28312367
Yasmim Lima da Silva RA: 28312398
Violência Doméstica e Familiar Contra a
Mulher Uma Abordagem a Auto-Estima das
Vítimas.

Trabalho de psicologia apresentado à Universidade


Guarulhos (UNG), como exigência para obtenção de
aprovação na disciplina Psicologia Psicologia social

GUARULHOS
2023
Introdução:

A violência doméstica contra a mulher é definida como “qualquer ação ou omissão


baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou
psicológico e dano moral ou patrimonial” e que seja praticada por familiares,
companheiros ou ex-companheiros que vivam ou não no mesmo ambiente. Segundo
o instituto Maria da Penha, a violência causada pode ser de 5 tipos: física,
psicológica, sexual, patrimonial ou moral. (BRASIL, ASBRAD)

O ciclo da violência doméstica é um evento que acontece constante e


repetidamente. O autor da agressão apresenta-se para a pessoa que vivenciou
situação de violencia, na maioria das vezes, com irritabilidade e agressividade
desmedida e inicia, normalmente com humilhações e ofensas à pessoa e em alguns
casos, destrói objetos do ambiente. A vítima, diante dessa situação, retrai-se
pormedo, fica aflita e confusa sobre as motivações que poderiam estar gerando
aquele momento. Não raro, a vítima por vezes chega a pensar que tem uma parcela
de culpa e até que merece tal tratamento. Nesta fase do ciclo, ela evita compartilhar,
não falar sobre as agressões com outras pessoas, nem tampouco pede ajuda.
A vítima costuma se sentir paralisada durante e após a violência, cujo ato provoca
grande prejuízo psicológico, ansiedade, depressão, baixa auto estima, entre outros
sintomas. Sentimentos como vergonha, tristeza, culpa e raiva também são comuns.
Scielo, 2012 https://www.scielo.br/j/psoc/a/bJqkynFqC6F8NTVz7BHNt9s/?lang=pt
Muitas vezes a decisão de denunciar, pedir ajuda às autoridades ou órgãos públicos,
separou-se ou simplesmente afastar-se do lar, pode demorar muito tempo, o que faz
com que ela experimente um grande prejuízo psíquico. Scielo, 2012
https://www.scielo.br/j/psoc/a/bJqkynFqC6F8NTVz7BHNt9s/?lang=pt
Existem várias frentes de enfrentamento à violência doméstica com foco no
acolhimento e de defesa das garantias e direitos à vítima, porém o prejuízo causado,
enquanto pessoa, é profundo e deixa marcas de difícil tratamento, fazendo a vítima
carregar, por um longo período, cicatrizes invisíveis aos olhos.
A abordagem do presente projeto vem com missão de trazer a essas vítimas
conforto e principalmente, lembrá-las de que, apesar de sua dor e angústias, são
pessoas, mulheres que necessitam de acolhimento e valorização e que o bem estar
e o cuidado com a auto estima fazem parte de toda intervenção.
Junto a ASBRAD (Associação Brasileira de Defesa da mulher da infância e
juventude) no município de Guarulhos será entregue material de higiene pessoal,
itens que têm alta demanda no atendimento e acolhimento a estas mulheres, bem
como kits com pequenos itens para que possam cuidar de sua aparência.
Esperasse que essa ação possa, de alguma forma, acalentar o sofrimento dessas
vítimas, dando a elas a possibilidade de se enxergarem como pessoas na tentativa
de amenizar as cicatrizes em sua essência.

Objetivo:
 Aproximar estudantes da graduação de Psicologia as vítimas de violência
doméstica, conhecendo conceitos, mecanismos, sequelas provocadas por
este tipo de violência.

 Auxiliar o órgão eleito no projeto a arrecadar itens de higiene pessoal e de


beleza para as mulheres vítimas de violência doméstica e que são acolhidas
e atendidas por este órgão.

 Trazer as essas pessoas que vivenciaram situação de violencia de


acolhimento, mostrando a elas a necessidade e a importância do cuidado
com autoestima e bem estar.

 Realizar ação social e aproximar a Psicologia Social do público alvo.

 Aproximar estudantes da graduação de Psicologia as vítimas de violência


doméstica, conhecendo conceitos, mecanismos, sequelas provocadas por
este tipo de violência.

 Despertar nos alunos da graduação de Psicologia o sentimento de


socialização, colocando em prática os conceitos aprendidos no decorrer do
curso.

Caracterização da área:

Mundialmente, 27% das mulheres com idade entre 15 a 49 anos de idade


experimentaram algum tipo de violência doméstica, seja física, psicológica, sexual,
ou patrimonial provocada pelo parceiro ou ex- companheiro. Infelizmente no Brasil
esse número é ainda maior, cerca de 34% das mulheres. Se considerarmos a
violência psicológica, esse percentual sobe para 43%, incluindo as mulheres
maiores de 16 anos. As mulheres em situação de maior vulnerabilidade são as que
possuem menor grau de instrução, da raça preta e entre 40-60 anos. A existência de
filhos também é fator de vulnerabilidade, uma vez que grande parte deles sentem-se
obrigadas a manterem os relacionamentos por questões de dependência. Mulheres
que não trabalham fora ou que têm empregos com remuneração baixa ou informal
também alimentam esse grupo. As agressões sofridas por essas mulheres muitas
vezes evoluem para o feminicídio e a maioria esmagadora ocorre dentro dos
próprios lares e algumas vezes, na frente dos filhos, estendendo ainda mais a dor
causada na família. Foram 18 casos no estado de São Paulo em março de 2023.
Guarulhos registrou 5.046 casos de violência contra mulheres no 1° semestre de
2023. Culturalmente o homem foi educado para ser o provedor, chefe de família e a
mulher ficou com a tarefa de cuidar da casa e dos filhos. A posição do homem, por
muito tempo, deu a ele o “direito” de cobrar e punir a mulher que “não fizesse a sua
tarefa”. Muito tem-se conseguido e a mulher vem se colocando em uma posição de
igualdade com os homens.
Porém, isso não significa que os casos de violência doméstica tenham seguido o
sentido do fim, ainda é muito alta a taxa de violência, o que nos leva a entender que
isso depende de vários fatores, começando pela educação, cultura, crenças e
valores sociais.
Local de execução e público-alvo
A Associação Brasileira de Defesa da Mulher, Infância e Juventude, localizada à rua
Vera nº 60, Jd. Santa Mena, no município de Guarulhos-SP, fundada em 1997, por
profissionais de diversas áreas engajadas na defesa dos direitos humanos, dentre
eles a presidenta, Sra. Dalila Figueiredo. A equipe é multidisciplinar e os
atendimentos voltados à população carente do município de Guarulhos, sendo que a
partir de 2008 a instituição ampliou seu trabalho às 27 capitais brasileiras. Por meio
de convênios celebrados com a Secretaria Especial de Direitos Humanos, a
Defensoria Pública do Estado de São Paulo, Fundação CASA, a Prefeitura de
Guarulhos, está através do Fundo Municipal da Criança e do Adolescente e do
Fundo Municipal de Assistência Social, e a Agência de Cooperação Internacional
CORDAID são desenvolvidos projetos de apoio à vítimas de violência doméstica e
sexual, vítimas do tráfico de seres humanos, violência contra o idoso, execução de
medida socioeducativa aplicadas a adolescentes em conflito com a lei e de defesa
das crianças e adolescentes. O presente projeto se destina às mulheres vítimas de
violência doméstica e familiar que recebem acolhimento e atendimento nas áreas
jurídica, social, psicológica, sócio-emocional e assistencial. (ASBRAD)

Materiais e métodos de abordagem Com a finalidade de fazer um reconhecimento


do local de execução do projeto bem como do público alvo, realizamos uma visita à
ASBRAD, a psicóloga e assistente social, que coordenam o atendimento às
mulheres vítimas de violência doméstica receberam os alunos. Em conversa, ambas
explicaram como se dá o trabalho de acolhimento e abordagem a essas vítimas e a
grande demanda que atendem nos mais variados contextos, desde violência
psicológica, ameaças e até tentativas de feminicídio. Essas vítimas, além de
atendidas, são encaminhadas, quando necessário, para abrigos sigilosos, a fim de
preservar a sua integridade física e sua vida. Este trabalho é realizado também em
parceria com a Polícia Civil e a Guarda Civil Metropolitana, que possui a Patrulha
Maria da Penha para estes casos específicos.
Inicialmente apresentamos o objetivo do projeto, que é realizar uma ação social que
pudesse auxiliar essas mulheres a obterem uma melhora no cuidado consigo
mesmas e, principalmente, alavancar a baixa auto estima que elas apresentam após
sofrerem violência desse gênero.
Sabendo das necessidades básicas dessas mulheres e da própria instituição,
sugerimos a arrecadação de absorventes higiênicos femininos, já que a ASBRAD
encontra grande deficiência em conseguir suprir a demanda. Além disso e pensando
no lado psicossocial, também sugerimos a entrega de "kits" contendo produtos que
valorizassem a beleza e o auto cuidado como: batom, esmalte e lixa para unhas e
adereços para os cabelos.
Para a divulgação das doações serão confeccionados "flyers", distribuídos para
conscientização da população sobre a violência doméstica e também sobre os itens
da arrecadação dos itens a serem doados.

Como a ASBRAD acolhe, muitas vezes, vítimas que saíram de casa às pressas
temendo pela sua vida, a doação de roupas e calçados em bom estado também
pode complementar a ação oferecida.
A psicóloga e a assistente social da ASBRAD responderam um questionário
sugerido envolvendo o tema, o qual será colocado em anexo na conclusão deste
projeto.
Também para o enriquecimento da experiência dos alunos de graduação em
Psicologia envolvidos, será realizada uma visita à Delegacia de Defesa da Mulher,
Criança e Adolescente em Guarulhos-SP, à rua Itaverava, 48, 1º andar, Vila
Camargos, para que tenham um contato direto de como são realizados os
atendimentos às vítimas, com a devida preservação da identidade, imagem e
intimidade destas.

Resultados esperados

Como foi descrito na introdução deste projeto, as mulheres vêm lutando para terem
seus direitos garantidos e contra a violação destes. O tema violência doméstica é
muito atual em nosso contexto. Diariamente vemos no noticiário uma série de casos
de violência contra a mulher que tiveram um trágico desfecho. Porém as cifras são
muito mais significativas do que o número de notícias que chegam aos nossos
ouvidos. Milhares de mulheres sofrem violência desse gênero cotidianamente e a
grande maioria não tem voz para livrar-se da situação, seja por medo ou falta de
conhecimento. A violência que sofrem impacta não só física, mas psicologicamente,
o que deixa raízes profundas, muitas vezes para o resto da vida. O atendimento
dessas vítimas pode iniciar no registro de um boletim de ocorrência, porém o
acompanhamento deverá ser multidisciplinar, onde o psicólogo tem papel
fundamental para o restabelecimento da saúde mental, auto estima e recomeço na
vida delas. O presente projeto vem com o intuito de aproximar o aluno de graduação
desse público-alvo para que possa ver e sentir como se dá todo o mecanismo dessa
violência, entendendo o antes, o durante e ou após de um ciclo que depende
também da vítima para que cesse. Para o público-alvo, a ideia de ter pessoas,
estudantes de psicologia, interessados em participar e ajudar de alguma forma para
seu pleno restabelecimento, dá a elas um sentido a mais em buscar a ajuda
necessária e entender que o ciclo pode sim ter fim.

Cronograma

ATIVIDADES DO PROJETO AGO SET OUT NOV


(elencar cada atividade planejada)

X
Escolha do tema
X
Escolha a instituição e forma de ação social
Organização, edição e entrega do pré
X
projeto
X
Visita à instituição (ASBRAD)
X
Produção dos folhetos para arrecadação
X
Arrecadação das doações
X
Visita à instituição (DDM GRU)
X
Entrega das doações
X
Conclusão e entrega do projeto final

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