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PATOS PB
2022
BÁRBARA KAROLLYNE VÉRAS AMARAL
PATOS PB
2022
BÁRBARA KAROLLYNE VÉRAS AMARAL
BANCA EXAMINADORA:
_____________________________________
Prof. Titulação. Nome completo.
Centro Universitário de Patos – UNIFIP
PATOS-PB
2022
À minha família que muito contribuiu para
esse momento. DEDICO!
AGRADECIMENTOS
A oitiva das crianças e das adolescentes vítimas de abuso sexual tem sido um tema
amplo e discutido, que gera diversas controvérsias mais intensas naqueles crimes
que não deixam vestígios materiais. A preocupação com a revitimização a qual eles
poderão ser submetidos em decorrência do sistema inquisitório judicial e extrajudi-
cial, que usa de um meio bastante repressivo, constata que as vítimas que deve ser
tratada como sujeitos de direito, passam a ser visto como um simples objeto da de-
núncia, tendo seus direitos mais do que violados pela justiça. Por conta de uma
abordagem totalmente equivocada, que busca a verdade absoluta a todo custo.
Tendo como problemática: o depoimento sem dano ou depoimento especial atende
ao melhor interesse da criança vítima de abuso sexual de modo a diminuir sua
revitimização?
O objetivo geral dessa pesquisa foi analisar como o depoimento de crianças que
foram vitimas de abuso sexual pode ser tomado de forma adequada evitando uma
revitimização, já os específicos são o estudo da violência psicológica em que a
criança é exposta ao depor de forma imprópria; A investigação do depoimento da
criança vítima de abuso sexual pode ser invalidado usando apenas o argumento
etário e a exposição dos direitos da criança que são violados quando não assistida
adequadamente no momento do seu depoimento;
Para a criação desse artigo monográfico foi usado o método de abordagem, dialético
e indutivo. Os métodos de procedimento foram os de coleta de dados, através obras
acadêmicas, doutrinarias e jurisprudências dos tribunais superiores e as técnicas de
pesquisa foi o meio bibliográfico.
A presente monografia vem mostrar as violações do meio tradicional de escuta do
depoimento da criança do e do adolescente, nessas situações, e apresentar meios
alternativos para sua inquirição.
The hearing of children and adolescents victims of sexual abuse has been a broad
and discussed topic, which generates several more intense controversies in those
crimes that leave no material traces. The concern with the re-victimization to which
they may be subjected as a result of the judicial and extrajudicial inquisitorial system,
which uses a very repressive means, notes that victims who must be treated as
subjects of law, become seen as a simple object of denunciation, having their rights
more than violated by justice. Because of a totally misguided approach, which seeks
the absolute truth at all costs. Having as a problem: does the testimony without harm
or special testimony serve the best interests of the child victim of sexual abuse in
order to reduce their re-victimization?
The general objective of this research was to analyze how the testimony of children
who were victims of sexual abuse can be taken in an appropriate way, avoiding re-
victimization. The investigation of the testimony of the child victim of sexual abuse
can be invalidated using only the age argument and the exposition of the child's
rights that are violated when unassisted. properly at the time of your deposition;
For the creation of this monographic article, the dialectical and inductive method of
approach was used. The procedural methods were the data collection, through
academic, doctrinal and jurisprudence works of the superior courts and the research
techniques was the bibliographic medium.
The present monograph shows the violations of the traditional means of listening to
the testimony of children and adolescents, in these situations, and presents
alternative means for their inquiry.
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10
2 ASPECTOS HISTÓRICOS DA LEGISLAÇÃO RELACIONADO A CRIANÇA E O
ADOLESCENTE ....................................................................................................... 12
2.1 Artigo 13.431 do código penal do Estado Unido ................................................. 15
3. TESTEMUNHO SEM DANO: O INÍCIO DA ESCUTA ESPECIALIZADA NO
BRASIL ..................................................................................................................... 16
3.1 Fases do depoimento sem dano .........................................................................18
4 DEPOIMENTO ESPECIAL E SEM DANO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
VITIMAS DE ABUSO SEXUAL ................................................................................ 21
4.1 A violência contra a criança e os procedimentos para sua oitiva. ....................... 29
4.2 A criança como sujeito de direito ......................................................................... 31
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 35
6 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 38
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1 INTRODUÇÃO
incomum deixar a vítima com alguma sequela de que houve algum abuso corporal
em situação de agressão sexual.
A materialidade, segundo Azambuja (2017), é definida como fatores
objetivos que houve criminalidade, ou alguma infração penal. Como resultado, nas
situações em que o crime deixa cicatrizes, é importante realizar-se um exame
minucioso do corpo da vítima, tanto direta quanto indireto, pois o acusado não tem
mais a confiança do acusado, conforme Art. 158 do código penal. Se em alguma
hipótese não tenha sido constatada lesão corporal à vítima, entretanto, o art. 201
exige que a questão seja determinada pela justiça.
Quando se trata do significado das provas da vítima processada por
crimes, há uma divergência teológica. Em uma situação de agressão sexual, a
geração de provas é difícil, pois a palavra da vítima é a única que pode ser usada
para condenar; isso ocorre porque a maioria dos crimes sexuais são praticados em
áreas isoladas, sem testemunha.
Segundo Lopes Jr, a vítima tem uma posição "antagonista" em sistemas
judiciais criminal, que pode "contaminar o processo" com seus objetivos e
interesses, mas também entende como pode ser refutado, e acrescenta:
Como a vítima (indignada) não é testemunha no sistema CPP, ela ela deve
ter um tratamento especial, não tem obrigação de revelar o que aconteceu e
não é responsável por perjúrio [...]. E não é computado dentro do número de
testemunhas permitido. Mesmo se suspeita de um crime, não tem o direito
de recusar a prisão (art. 201, 1). (Inclusive na fase policial). Em qualquer
situação, se a proximidade do acusado com o tribunal durante seu
depoimento for suscetível de afetar seu estado mental mesmo no instante
em que está depondo, pode solicitar que ele seja removido da sala do
tribunal (artigo 217. Por analogia).
que deve obedecer às normas estabelecidas na lei. Cezar (2007, p. 69) escreve:
Cabe ao juiz iniciar e dirigir as ações, na forma da lei, e resolver questões, que vai
surgir ao decorrer da sessão. Nessa abordagem, o profissional que ficar em uma
sala separada com o jovem, pode interpretar e facilitar como um certo guia, para
orientar a testemunha.
Existem outras opções para aconselhar a reação de uma criança enquan-
to durar um inquérito. O profissional que faz a entrevista pode propor um sistema de
respostas de três formas, conforme Azambuja (2011, p. 13): (1) formulação da per-
gunta, sugestiva ou não; (2) características da entrevista, como a tonalidade da voz
e a maneira como o agente interage com a criança; e (3) estimular ou usar proces-
sos externos, como bonecos anatômicos.
Os brinquedos são utilizados das seguintes formas, segundo Azambuja
(2011, p. 16):
Os bonecos anatômicos e outros recursos recreativos são apontados como
uma grande importância, que diminui a qualidade dos relatos das crianças,
pois oferece mais informação, que dificulta o discernimento entre as fontes.
Apesar dos artigos 2º, parágrafo único, 14, e 16 a 18, todos da Lei nº
13.431 / 2018, prever a implantação de Centros de Atenção Integrada à Criança e ao
Adolescente Vítima ou Testemunha de Violência, a equipe multiprofissional de
atendimento especializado, sabe-se que sua implantação requer recursos públicos,
qualificação profissional e bastante tempo. Ademais, não faltam legislações que,
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garantam os direitos de forma total e global, mas não cumpram seus objetivos na
prática, como é o caso da Constituição da República Federativa do Brasil, que já
passou vigor por 30 anos sem que totais garantias fossem aplicadas ao povo
brasileiro.
O tratamento de vítimas infantis por grupos interdisciplinar e em Centros
de informações colabora para o apoio integral sem a carência de grandes
deslocamentos, já que todas as funções agora estão disponíveis em um único local.
Segundo Prado (2019, p. 88-89):
Mesmo que não haja evidências de agressão, equipes interdisciplinares es-
pecializadas são obrigadas a aplicar medidas para salvaguardar e avaliar a
vítima ao decorrer do processo penal. Afinal, qualquer distorção de fatos ou
fabricações, indica uma violação dos direitos de outras crianças, o que
requer intervenção governamental (prado, 2019, p. 88-89).
ser os primeiros a ter contato com a vítima e familiares, quando procurada pelo
responsável da criança, que suspeita da ocorrência do abuso, passa então por um
delegado, perito ou outros agentes legais.
Com a promulgação da Lei 8.068 / 90, diversas leis que visam ampliar e
fortalecer a proteção, que garante a criança e adolescente, como sujeitos de direitos
também foi editado.
A mais notável das leis é a Lei 12.015, promulgada em 7 de agosto de
2009, que substituiu a frase “crimes contra o costume” por “crimes contra a digni-
dade sexual” (AZAMBUJA, 2011). Com isso, a Lei 12.015 / 09 passou a considerar o
estupro um ato libidinoso, o que era expresso pelo então revogado art. 214 (assalto
violento ao pudor) e programou o art. 217-A (estupro vulnerável) ambos do Código
Penal Brasileiro, a fim de melhor atender as necessidades de crianças e adolescen-
tes, teve como determinados os princípios da Dignidade Humana, Prioridade Abso-
luta pela Infância e o Princípio do Melhor Interesse da Criança (NUCCI, 2013).
Concorda-se que alguns atos libidinosos não são de forma alguma repul-
sivos e que os punir seria desproporcional em comparação com o crime; essa meto-
dologia revela a proteção dos direitos da criança e do adolescente previstos em tra-
tados, convenções, Constituição Federal, Lei 8.068 / 90 e Lei 12.015 / 09.
Obvio que o direito deve ser protegido; entretanto, a proporção ser obser-
vada, como crime de estupro vulnerável, que envolva um desses atos libidinosos
(exemplos: tocar partes íntimas, masturbação, beijo lascivo) e perpetrado por algum
dos componentes do art. 226, II do CP acarreta pena mínima de 12 anos, sem con-
tar as desvantagens previstas na Lei 8.070 / 90.
Dentro desta estrutura:
Vários magistrados expressaram sua dificuldade em adaptar certos atos de
estupro quando ele pode ser interpretado como simples assédio que ofende
o pudor. Por outro lado, existem situações claras intermediárias que são
mais graves do que uma contravenção criminal (art. 61, LCP), mas menos
graves do que o estupro (art. 213, CP). É vital construir uma figura interme-
diária que se concentre em atos libidinosos de menor gravidade que mere-
cem punição, mas não carregam a dureza da pena de estupro. Vê-se o que
se relata em nossas ofensas contra a dignidade sexual como um exemplo:
Um caso real que foi relatado a mim por um juiz, mas tem que manter os
detalhes privados porque o caso está em fase de julgamento. Um professor
de música instrui seus alunos do 9º, 10º e 11º anos a não usarem calças
para ir às aulas. Eu também estou usando uma saia. Eles são orientados a
abrir as pernas ao tocar violino ou outro instrumento para que o professor
possa ver os órgãos genitais do recém-nascido. Ele secretamente se mas-
turba debaixo da mesa, fora da vista das garotas, enquanto elas brincam.
Ele foi processado por estupro vulnerável depois de descobrir a condição. A
tipificação é correta em tese, pois implica a realização de um ato libidinoso
com crianças menores de 14 anos. As meninas, por outro lado, estavam
completamente alheias aos atos do professor. É possível sentenciá-lo a oito
anos de prisão por um crime horrível “Seria justo, por outro lado, desqualifi-
car alguém por uma infração menor” Circunstâncias semelhantes exigem
uma classificação que fique em algum lugar entre um crime e uma contra-
venção. Embora o ato em si possa ser classificado como uma agressão in-
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decente, agora é classificada como uma forma de estupro devido à sua gra-
vidade necessária para faixa de retribuição artística 217-A. Outro exemplo
do conceito de vulnerabilidade absoluta e relativa no contexto da arte foi
mencionado no tópico. 217-A retrata um beijo entre dois meninos (um de 18
e outro de 13), que foi categorizado como estupro pela Polícia Judiciária, e a
ata de prisão lavrada em flagrante delito. Mesmo que o beijo tivesse sido
forçado (neste caso, foi consentido), prender um menino de 18 anos como
se ele fosse um estuprador de verdade não seria justificável. O desenvolvi-
mento de uma figura condenatória típica, estruturando um estupro privilegi-
ado, é necessário, em nossa opinião, para atos mais brandos e merecedo-
res de sanções igualmente mais fracas (NUCCI, 2013, p. 858).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ARIÈS, Phillip. História social da criança e da família. 2 ed. Rio de Janeiro: LTC,
1978.
LOPES JR., Aury. Direito processual penal. 13ª Ed - São Paulo: Saraiva. 2016.
http://www.guilhermenucci.com.br/artigo/escuta-e-odepoimento-especial-e-o-novo-
crime-de-violacao-de-sigilo-processual. Acesso em: abr. 2021.