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ORIGINAL
Keywords Abstract: This paper describes and analyzes some of the theoretical
Case study. and practical foundations regarding the Case Study as a form of
Qualitative qualitative research. It seeks to characterize it based on studies carried
Research. out by Robert Yin and Robert Stake. The text also conceptualizes the
Applicability of nature of the Case Study and presents the advantages and limitations
the Case Study. found in the development of this type of scientific investigation. It also
Advantages and develops a reflection on its planning, applicability, conduction and
Limitations of analysis of collected data.
the Case Study.
Palabras clave Resumen: Este artículo describe y analiza algunos de los fundamentos
Estudio de caso. teóricos y prácticos del estudio de caso como forma de investigación
Investigación cualitativa. Busca caracterizarlo a partir de estudios realizados por
cualitativa. Robert Yin y Robert Stake. El texto también conceptualiza la
Aplicabilidad naturaleza del Estudio de Caso y presenta las ventajas y limitaciones
del estudio de encontradas en el desarrollo de este tipo de investigación científica.
caso. Ventajas y También desarrolla una reflexión sobre su planificación, aplicabilidad,
limitaciones del conducción y análisis de los datos recopilados.
estudio de caso.
* Programa de Pós-
Graduação em Educação
da Universidade Federal de
Uberlândia
Introdução
As pesquisas na área de educacional ganharam força no Brasil a partir da década de
1970 com a consolidação do processo de institucionalização da pesquisa educacional no país.
Com a necessidade de compreender as relações humanas e ir além das informações
estatísticas, a pesquisa qualitativa passou a ter um enfoque maior dentre pesquisas entre os
quais estão os estudos de caso.
Essa metodologia, considerada como uma das estratégias da pesquisa qualitativa, tem
conquistado um lugar de destaque no campo das pesquisas educacionais (STAKE, 2013), por
sua aplicabilidade ser muitas e variadas e por sua possibilidade de investigar e interpretar; o
estudo de caso, pode contribuir de modo singular na compreensão das problemáticas
relacionadas a indivíduos, grupos sociais, organizações, políticas, instituições públicas,
programas governamentais, problemáticas relacionadas a prática educativa, ao permitir
realizar análises amplas e significativas sobre o objeto de pesquisa. Para isso, é necessário que
o objeto de estudo seja bem definido, assim como os dados que devem ser coletados precisam
estar claros.
Uma pesquisa qualitativa, conforme os estudos desenvolvidos por Oliveira et al.
(2020), são utilizadas quando o pesquisador pretende identificar, analisar e interpretar,
percepções e entendimentos diversos sobre questões relevantes, que necessitam para sua
melhor compreensão, muito mais do que uma mera análise estatística, descritiva, dos dados
coletados durante o processo de investigação.
A realização de uma pesquisa científica demanda, antes de tudo, a identificação do
problema, o domínio de alguns conceitos-chaves; ou seja, o público-alvo e o que se quer
investigar para que se atinja ao tipo de método mais adequado para consecução dos objetivos.
O estudo de caso, como metodologia de pesquisa qualitativa, visa a construção de
uma teoria indutiva, a partir do estudo empírico de um caso ou estudos que envolvem mais de
um caso.
A relevância desta estratégia de investigação e sua contribuição enquanto
metodologia, nos permite neste artigo, discutir por meio de uma abordagem qualitativa de
cunho bibliográfico, alguns aspectos fundamentais dos principais problemas referente a este
tipo de pesquisa, em particular o estudo de caso único: a natureza do estudo de caso, distinção
conceitual, a questão da generalização ou sua aplicabilidade do conhecimento, bem como suas
vantagens e limitações mais comuns encontradas.
estratégia para se conduzir uma pesquisa empírica, exige uma preparação e organização de
um planejamento da pesquisa.
Em geral, o estudo de caso é preferido quando se colocam questões do tipo “como” e
“por que”, quando o pesquisador tem pouco controle sobre os eventos e quando o foco se
encontra em fenômenos contemporâneos inseridos em algum contexto da vida real. No
entendimento de Boaventura (2007), para realizar um estudo de caso, um dos passos
fundamentais é a “delimitação da unidade-caso”.
Os estudos de caso mais comuns são os que focalizam apenas uma unidade. No
entanto, não é pelo simples fato de serem desenvolvidos em apenas uma unidade (uma escola,
instituição ou evento) ou por incluírem um número muito reduzido de sujeitos, que podemos
caracterizar com um “caso”. Mesmo que explicitemos a importância da unidade-caso no seu
contexto na pesquisa; a natureza desta pesquisa nos orienta na classificação.
Os problemas expostos parecem ser, em parte, pelas discordâncias entre autores que
dele se ocupam, ou induzidos por equívocos da literatura sobre o tema. Certamente, um dos
importantes equívocos está na afirmação de que os estudos de caso são um tipo de pesquisa
mais fácil, pelo fato de lidar com uma ou poucas unidades. Essa ideia foi disseminada por
Bogdan e Biklen (1994, p. 89), ao sugerirem, que os investigadores iniciantes começassem
sua aprendizagem de pesquisa por meio de estudos de caso por “serem mais fáceis de
realizar” minimizando a complexidade e dificuldades que lhe são inerentes. Tal afirmação
simplifica o nível de complexidade desse tipo de pesquisa, bem como o rigor científico
necessário ao seu planejamento, análise e interpretação que lhe são inerentes.
Cabe informar que Robert Stake e Robert Yin, apresentam diferenças paradigmáticas
quanto a caracterização dos estudos de caso e a questão da generalização ou aplicabilidade;
embora esteja de acordo em pontos essenciais à compreensão dos estudos de caso. Isto é, nem
todo estudo de uma única unidade pode ser considerado um estudo de caso, e estudos de caso
se revestem de complexidade, o que exige o recurso a técnicas variadas de coleta de dados.
Portanto, como avaliar se uma pesquisa se caracteriza como estudo de caso, segundo
estes autores?
Para Yin, há três tipos que podem ser tomados como critérios para avaliar se uma
dada investigação pode ou não ser classificada como um estudo de caso: o caso deve ser
crítico, extremo ou único ou, então, revelador. Yin descreve, ainda, um outro critério,
referente aos estudos de tipo exploratório: eles devem aprofundar a compreensão de um
Generalização
caso, também não se pode generalizar com base em um único experimento. De fato, as
generalizações são frequentemente baseadas em um conjunto de experimentos replicando o
mesmo esquema em diferentes condições.
Um erro fatal que se comete ao realizar estudos de caso é conceber a generalização
estatística como método de generalizar os resultados do estudo. Isso ocorre porque os casos
que você utiliza não são “unidades de amostragem” e não devem ser escolhidos por essa
razão. De preferência, os estudos de caso individual devem ser selecionados da mesma forma
que um pesquisador de laboratório seleciona o assunto de um novo experimento (YIN, 2001,
p. 53-54).
Para Yin, o mesmo raciocínio pode ser usado para os estudos de casos múltiplos e,
nesse sentido, a lógica que norteia a forma da pesquisa não é a da amostragem, mas a da
replicação. Assim, cada caso deve ser selecionado de acordo com uma das seguintes
previsões: ou se espera encontrar resultados similares nas diversas unidades investigadas
(replicação propriamente dita) ou se espera resultados diferentes em razão de aspectos
previamente antecipados pelo pesquisador (“replicação teórica”).
Tal como os experimentos, os estudos de caso, portanto, não representam “amostra”
cujos resultados seriam generalizáveis para uma população (generalização estatística), o
pesquisador não procura casos representativos de uma população para a qual pretende
generalizar os resultados, mas a partir de um conjunto particular de resultados, ele pode gerar
proposições teóricas que seriam aplicáveis a outros contextos. A isto Yin (1984, p. 39)
denomina “generalização analítica”.
Já Stake assume uma posição diferente sobre a generalização. Critica o fato de que
alguns estudiosos como Yin fazem restrições ao estudo do particular, como se o estudo
intrínseco de um caso não fosse tão importante quanto estudos para obter generalizações
referentes a uma multiplicidade de casos. No entanto, Stake admite que, mesmo no estudo
intrínseco, os pesquisadores não esquivam a generalização, constantemente antecipando
acontecimentos esperados em seus casos e em outras situações.
No entender de Stake, essa preocupação com a generalização concorre com a busca
da particularidade, e não deveria ser ressaltada em toda pesquisa. Suas concepções visam à
compreensão do que é importante naquele caso, e para isso propõem as questões que lhes
parecem pertinentes, descrevem contextos e fazem interpretações próprias ao caso,
proporcionando ao leitor “descrição densa”.
Vantagens e limitações
Considerações finais
Referências
MARTINS, G. de A. Estudo de caso: uma estratégia de pesquisa. São Paulo, SP: Atlas, 2006.
OLIVEIRA, G. S.; CUNHA, A. M. O.; CORDEIRO, E. M.; SAAD, N. S. Grupo Focal: uma
técnica de coleta de dados numa investigação qualitativa?. In: Cadernos da Fucamp,
UNIFUCAMP, v.19, n.41, p.1-13, Monte Carmelo, MG, 2020.
YIN, R. K. Case study research: design and methods. London: Sage, 1984.
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre, RS: Bookman, 2001.
STAKE, R. The Case study method in social inquiry. Educational Researcher, v.7, n.2, p.5-
8, 1978.
STAKE, R. The art of case study research. Thousand Oaks, CA: Sage Publications, 1995.
STAKE, R. E. Qualitative Case studies. In: DENZIN, N. K.; LINCOLN, Y. S. (Eds.). The
Sage handbook of qualitative research. London: Sage Publications, 2000. p. 435-454.