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AUTARQUIA DO ENSINO SUPERIOR DE GARANHUNS (AESGA)

FACULDADES INTEGRADAS DE GARANHUNS (FACIGA)


CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO

JUCILENE RODRIGUES DE MORAES

DIREITO À INFÂNCIA: UMA ANÁLISE DOS MEIOS PARA SE COMBATER A


PEDOFILIA

GARANHUNS
2023
JUCILENE RODRIGUES MORAES

DIREITO À INFÂNCIA: UMA ANÁLISE DOS MEIOS PARA SE COMBATER A


PEDOFILIA

Monografia entregue à Autarquia do


Ensino Superior de Garanhuns (AESGA),
como pré-requisito para conclusão do
Curso de Direito, das Faculdades
Integradas de Garanhuns (FACIGA).

Orientador (a): Prof. (a). Me. Lucyana


Barros Santana.
Co-orientador (a): Prof. (a). Esp.
Marinalva S. de Almeida.

GARANHUNS
2023
JUCILENE RODRIGUES MORAES

DIREITO À INFÂNCIA: UMA ANÁLISE DOS MEIOS PARA SE COMBATER A


PEDOFILIA

BANCA EXAMINADORA

Monografia entregue à Autarquia do Ensino Superior de Garanhuns (AESGA),


como pré-requisito para conclusão do Curso de Direito, das Faculdades Integradas
de Garanhuns (FACIGA).

Aluno(a) aprovado(a) em ______ de julho de 2023.

___________________________________________
Orientador(a): Prof. (a). Me. Lucyana Barros Santana

___________________________________________
Prof.(a) Examinador 1

___________________________________________
Prof.(a) Examinador 2
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ter me concedido mais essa vitória em


minha vida e terminado essa jornada, com mérito.
À minha família que esteve sempre do meu lado em todos os momentos
difíceis na figura do meu pai Jurandir Batista de Morais e aos meus filhos que,
diretamente, me apoiaram incondicionalmente, para que chegasse a terminar o
curso, principalmente, nos momentos de mais dificuldades, me incentivou-me e deu-
me forças para que não desistisse do curso, a ela e aos meus filhos o meu eterno
agradecimento, por tudo que significam em minha vida.
A todos o corpo docente e administrativo da Autarquia de Ensino Superior
(AESGA), pelos ensinamentos e orientações constantes ao longo da caminhada. E
em especial a professora Marinalva S. de Almeida, ao professor Reinaldo Alves
Pereira e a professora de Metodologia Científica, Cláudia Fernanda, que sempre
esteve me auxiliando e acompanhando todos os passos do meu TCC.
Aos meus colegas de curso, que me deram força para prosseguir com o
curso e não vir a desistir nos momentos de desânimo; como também a todos que me
ajudaram a chegar até aqui.
Para se alcançar o desenvolvimento de
nossa sociedade, se faz necessário entender
melhor a educação integral da primeira
infância, principalmente para as crianças
mais vulneráveis e desprotegidas.
(UNESCO, 2022)
RESUMO

Esta monografia trata sobre o direito à infância: uma analise dos meios para
se combater a pedofilia. Este estudo teve como indagações de pesquisa: Quais os
meios para se identificar casos de pedofilia? O pedófilo é considerado criminoso ou
doente mental? Dessa maneira, este trabalho visa a abordar a pedofilia e meios de
identificar a mesma para conseguir proteger as vítimas e punir os pedófilos perante
a Lei. Diante destes problemas, surgiu o seguinte objetivo geral: investigar os
direitos de criança e jovens no tocante à prevenção e combate à pedofilia resultado
do estado de vulnerabilidade em famílias disfuncionais, embora a violência sexual
ocorra em outras classes sociais mais favorecidas. A metodologia utilizada teve
quanto ao seu objetivo uma abordagem exploratória e a técnica de pesquisa
bibliográfica, como forma de embasamento em suas teorias e hipóteses para torná-
lo mais conhecido, claro e objetivo, facilitando, assim, a sua compreensão. É
importante salientar que no país contamos com órgão de enfrentamento e combate,
bem como uma ampla legislação que começa com o advento da Constituição
Federal e Estatuto da Criança e Adolescente, que garantem o combate ao abuso
sexual com esse público. Como principal resultado, o estudo observou que não é
possível traçar o perfil do pedófilo. Para medicina legal trata-se de um desvio na
conduta moral desses criminosos que os leva a sentir atração por crianças ou
adolescentes ainda sexualmente imaturos. Numa relação de dominação de poder
sobre o outro, que inclui desde carícias, manipulação genital, pornografia,
exibicionismo, até o ato sexual, com ou sem penetração, com ou sem violência.

Palavras chaves: Direto da Criança e Adolescente, Vulnerabilidade, Pedofilia.


SUMÁRIO

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS.......................................................................06
2 ORIGEM DA PEDOFILIA.............................................................................08
2.1 Tipos de pedófilos.......................................................................................10
2.2 Modo de agir dos pedófilos........................................................................12
2.3 Estado psicológico do pedófilo.................................................................12
2.4 Pedofilia pode ser considerado crime?....................................................14
3 MEDIDA DE SEGURANÇA CONTRA O PEDÓFILO...................................16
3.1 Processo Jurídico.......................................................................................16
3.2 Constituição Federal/88..............................................................................17
3.3 Artigo 227.....................................................................................................17
4 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.....................................20
4.1 ECA no Brasil e os seus direitos e garantias...........................................21
4.2 Artigo 241 do ECA e sua interpretação constitucional............................22
4.3 Código Penal............................................................................................... 22
5 METODOLOGIA...........................................................................................24
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................26
REFERÊNCIAS.............................................................................................28

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A realização deste trabalho acadêmico tem como tema o direito à infância:


uma análise dos meios para se combater a pedofilia. No mundo atual,
principalmente com os avanços tecnológicos, está sendo possível saber sobre
inúmeros casos acerca da pedofilia. Infelizmente, as vítimas que são crianças e
adolescentes estão tendo seus direitos violados e crescendo com traumas. Essas
vítimas além de ter seus direitos violados, também têm seu desenvolvimento em
todos os aspectos, comprometido e esse é um quadro complicado para ser
revertido.
Desde a promulgação da Constituição Federal de 1988 (CF/88), esta
considerada como a Constituição Cidadã, os princípios da proteção integral e da
prioridade absoluta à criança e ao adolescente passou a ter olhar e concepções sob
diversas óticas e no processo histórico evolutivo da efetivação do Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA) frente às ocorrências que se relacionam ao
combate as violências física e psicológica. As medidas protetivas visam contribuir
para segurança, passando a ser entendidas como garantia do que se pode
asseverar como medidas de segurança e proteção para a proteção integral.
Surgindo desta forma as indagações norteadoras da pesquisa: Quais os
meios para se identificar casos de pedofilia? O pedófilo é considerado criminoso ou
doente mental? Dessa maneira, este trabalho visa a abordar a pedofilia e meios de
identificar a mesma para conseguir proteger as vítimas e punir os pedófilos perante
a Lei.
O fato é que a pedofilia constitui de um desvio psicológico, uma perversão,
onde um adulto sente-se sexualmente atraído por crianças. Em que pese se tratar
de um desvio psicológico, o pedófilo não é considerado um doente mental, na
maioria dos casos, pois ele possui a consciência de que aquilo que faz é errado,
mas mesmo assim age voluntariamente. Tanto é assim, que pedófilos reúnem-se em
comunidades secretas, trocam material ofensivo de maneira sigilosa, ou seja,
escondem-se para escapar de serem perseguidos criminalmente.
O presente trabalho mostra-se relevante pois, em observação a diversas
discussões, como também a determinadas operacionalidades das medidas
protetivas, acolhimento institucional tem viabilizado o enfrentamento à violação dos
direitos da criança e do adolescente. O ensejo de pesquisa sobre esta temática está
no entendimento de que os dispositivos contidos no Diploma da Proteção Integral à
criança e adolescente sejam garantidos.
Neste sentido, têm-se como objetivo geral: Identificar e classificar os tipos de
pedofilia que existem na sociedade e como objetivos específicos: identificar as
possíveis causas da pedofilia; estudar o caminho histórico da pedofilia; apresentar
as causas e consequências tanto para o pedófilo quanto das vítimas.
Quanto aos aspectos metodológicos o presente estudo foi realizado através
de abordagem exploratória de uma pesquisa bibliográfica, contemplando sua
fundamentação através de livros, artigos e revistas virtuais, uma vez que foi utilizada
a legislação vigente na área da garantia de direitos e doutrina de proteção integral à
criança e ao adolescente.
Assim, se consolidou a construção desta monografia em três capítulos
conceituais, onde o capítulo 2 abre o discurso teórico do trabalho apresentando a
origem da pedofilia, os tipos de pedófilos, dando continuação dentro do modo de agir
dos pedófilos, o estado psicológico dos pedófilos e finalmente a pedofilia pode ser
considerada um crime?
O capítulo 3 busca apresentar a contextualização sobre a medida do
segurança contra o pedófilo, como se dá o processo jurídico, como a Constituição
Federal de 1988 ver este comportamento construindo uma ligação perante o Art.
227.
O capítulo 4 traz a discussão sobre o estatuto da criança e do adolescente, a
visão de acordo com o Art. 241 e sua interpretação constitucional, e como procede
diante do Código Penal.
O capítulo 5 elenca o processo metodológico, sua importância como também
o percurso realizado para a construção do trabalho.
O capítulo 6 finaliza o trabalho com as considerações finais acerca do tema
proposto, trazendo perspectivas sobre o que foi discorrido em todo o trabalho. E a
apresentação das Referências que contribuíram para os discernimentos contidos no
discorrer da temática proposta.

2 ORIGEM DA PEDOFILIA

A palavra pedofilia deriva de uma combinação de radicais de origem grega:


paidos é criança ou infante, e philia, amizade ou amor, sendo definida, então, como
atração sexual por crianças. A Organização Mundial de Saúde (OMS) classifica a
pedofilia como transtorno da preferência sexual e enquadra, como pedófilos, adultos
que têm preferência sexual por crianças, geralmente pré-púberes ou no início da
puberdade (MEDICINA & SAÚDE, 2023).
A pedofilia sempre existiu. Na Bíblia, há passagens no Gênese em que se
oferecem crianças ou virgens da família aos algozes, para evitar sevícias sexuais
aos hóspedes da casa. Na Roma antiga, senhores serviam-se de seus pequenos
escravos, sobre os quais tinham poder de vida e morte. Desde as primeiras visitas
do Santo Ofício a partes do Brasil, no século XVI, Inquisidores assinalavam o
estupro de crianças. Meninos e meninas de seis, sete e oito anos eram violentados
por adultos sem nenhum drama de consciência. Senhores sodomizavam moleques
ou molecas escravas, padres aos seus coroinhas, enfim, parentes e crianças da
família participavam de uma ciranda maldita na qual um único pecado contava para
a Igreja: o do desperdício do sêmen (HISTÓRIA HOJE, 2023).
Na mitologia grega, a pedofilia ganha duas representações. A primeira
aparece na paixão de Zeus por Ganimedes, um garoto que será raptado e se tornará
amante do deus. A outra representação contém aspectos de extrema violência, pois
a criança é objeto do banquete sacrifício em que seu corpo é retalhado e oferecido
aos deuses (conforme os mitos de Licaonte, Dionísio e Zagreu). Nïcolaïdis e
Nïcolaïdis introduzem a ideia de que, no período da mitologia titânica, a pedofilia é
representada como desejo antropofágico ou canibalístico (desejo de ter a criança
dentro de si), enquanto no período olímpico a pedofilia propriamente dita surge mais
claramente (desejo de ter a criança para si). Na modalidade olímpica, a pedofilia gira
em torno da fantasia de sedução da criança por um adulto, e nesse contexto o rapto
se faz presente. Uma vez seduzida e raptada, a criança está com seu destino
selado. Será morta ou se tornará imortal, o que significa parar de crescer (SALIBY,
2015).
A transformação do corpo da criança em um objeto sexual, em uma idade de
pouca compreensão, compromete todas as etapas posteriores de desenvolvimento
emocional. O “pacto do silêncio” exigido inibe a reação, ocorrendo medo de punição
e um complexo de culpa inconsciente. Além disso, o sedutor desperta na vítima
sensações sexuais precoces, em uma cena de sedução. A participação da criança é
passiva e fantasiosa. As vítimas de abuso sexual tendem a sexualizar suas relações
em um círculo vicioso, o que na adolescência pode levar a um quadro de
promiscuidade. Algumas crianças, não conseguindo lidar com o trauma,
desenvolvem um quadro de dissociação, negando a realidade. Além disso, no adulto
pode desenvolver ansiedade, depressão e isolamento social (MEDICINA &
SAÚDE,2023). Por essa razão,
Pedofilia transformou-se, nas duas últimas décadas, de categoria da
sexologia e da psiquiatria em categoria de acusação e qualificação de
qualquer manifestação de sexualidade com menores de idade, extrapolando
inclusive sua definição acadêmica mais estrita (pelos saberes do
comportamento e da subjetividade) de preferência ou orientação sexual cujo
objeto são crianças impúberes ou na fase púbere. É qualificação (embora
não tipificação) criminal nas denúncias de “abuso sexual infantil” e do tipo
penal “estupro de vulnerável” (no Brasil), como se estivesse
ontologicamente presente em quaisquer crimes sexuais contra crianças e
adolescentes. A pedofilia foi construída como problema social e causa
política em meio a essa dinâmica conceitual. Como tal, é conteúdo de
pânico moral/sexual intenso, na sociedade e no que dela ecoa a mídia, e de
disputa no campo político, assim como de execração, linchamento e
desumanização integral. Tornou-se, assim, categoria do impensável. Pensá-
la pode ser considerado concordância ou omissão diante de crime
abominável (RODRIGUES, 2017, p.7).

A pedofilia é um tema ainda polêmico, sendo um terrível mal que assola


nossa sociedade desde os primórdios, onde a maioria da população ainda não sabe
diferenciar o pedófilo do molestador sexual. A violência sexual contra criança já é um
fenômeno presente em nossa sociedade desde a antiguidade, sendo até hoje um
assunto extremamente complexo para se lidar, onde envolve grande comoção
pública, por ser uma forma de violar a intimidade e os direitos sexuais de uma
criança, a qual não pode ou não tem o devido discernimento para opor-se a atos
cometidos por seus agressores (SCHMOLLER; SAMPAIO; BRANDÃO, 2020).
Vale ressaltar que, também em sociedades antigas, foram encontrados:

Alguns registros etnográficos relatam que, em sociedades antigas, era


comum a prática de infanticídio e incesto. No Zoroastrismo, antiga religião
persa, era banal o matrimônio entre pais e filhos. Também há relatos de
que, nos costumes indianos e chineses, a masturbação em crianças
funcionava como meio de “adormecê-las”. No Japão, era costumeiro que,
em áreas rurais, os pais se casassem com as filhas em caso de morte da
mãe. Tal prática era amplamente tolerável, não sendo passível de punição
pelos tribunais da época (RODRIGUES; CONDÉ, 2013, p. 12).

Como pode ser analisada, a pedofilia já existe desde a antiguidade, porém


muitos casos eram “aceitáveis” por conta da cultura. Para nossa cultura isso é visto
como “anormal” e até considerado crime. Hoje, com os avanços da tecnologia,
muitos casos vem sendo descobertos e julgados e muitas vítimas resgatadas de
seus abusadores.
Não é fácil de identificar os pedófilos e suas vítimas. Em muitos casos,
quando há essa identificação o “estrago” já tem sido feito e as consequências
desses atos, são perturbadoras. Eles não têm noção do mal que causam, até porque
eles estão focados em seus desejos mais obscuros e só se preocupam em saciar as
suas vontades.

2.1 Tipos de pedófilos

Os pedófilos geralmente relatam uma atração por crianças de uma


determinada faixa etária. Alguns preferem rapazes, outros sentem maior atração por
moças e outros são excitados tanto por uns como por outros. Alguns indivíduos com
pedofilia sentem atração sexual exclusivamente por crianças (tipo exclusivo),
enquanto outros às vezes sentem atração por adultos (tipo não-exclusivo). Estas
atividades são geralmente explicadas com desculpas ou racionalizações de que
possuem "valor educativo" para a criança, de que esta obtém "prazer sexual" com os
atos praticados ou de que a criança foi "sexualmente provocante". Alguns indivíduos
com pedofilia ameaçam a criança para evitar a revelação de seus atos (PORTO
EDITORA, 2023).
A grande maioria das pessoas não tem nem ideia de que exista uma
diferença entre molestador sexual e pedófilo, sendo que para esta maioria qualquer
caso de abuso sexual envolvendo menor, o indivíduo que o cometeu já é desde logo
tratado como pedófilo.
A própria mídia não faz essa distinção, rotulando abusadores sexuais como
pedófilos, sendo este termo aplicado erroneamente, criando aos olhos da população
uma visão sistematizada do que seria a pedofilia. Pois nem todo abusador é pedófilo
e nem todo pedófilo chega a molestar alguma criança.
O molestador sexual se difere do pedófilo por não ter um motivo para cometer
o abuso, dificilmente sofre de alguma doença mental. Já o portador de pedofilia,
encontra-se em um estado onde possui a necessidade de obter prazer através de
atos sexuais envolvendo crianças.
Para ser um molestador sexual, basta cometer qualquer ato de cunho sexual
envolvendo criança, adolescente, adulto, idoso, ou seja, qualquer pessoa. Tanto que
este pratica abuso contra criança, mas poderia o fazer com qualquer outra pessoa,
simplesmente aproveitando-se da oportunidade que possui.
Todavia, o pedófilo não precisa chegar a realizar a conduta abusiva com
criança, bastando apenas a presença de fantasias e desejos sexuais envolvendo
crianças. Ou seja, este é o portador de uma condição clínica, onde não pode
controlar seus desejos e pensamentos, porém pode controlar seus atos, podendo
assim viver a vida toda sem chegar a consumar ato com criança.
Entretanto os pedófilos que controlam seus impulsos sofrem muito por estes e
pela dificuldade que tem para controlar suas condutas, por saber que são erradas.
Em relação à personalidade, normalmente o molestador sexual é impulsivo, sendo
muito agressivo com suas vítimas. Já no caso do pedófilo é difícil criar um perfil
sobre sua personalidade, podendo esta ser das mais variadas formas possíveis.
Portanto a conduta do pedófilo pode advir de vários fatores, como a forma que foi
criado ou educado, não havendo desta maneira uma descrição única para os
pedófilos, pois cada um pode agir de modo totalmente diferente do outro.
A expressão do comportamento criminoso dos pedófilos permite diferenciá-los
em dois tipos: os abusadores e os molestadores. Os abusadores caracterizam-se
principalmente por atitudes mais sutis e discretas no abuso sexual, geralmente se
utilizando de carícias, visto que em muitas situações a vítima não se vê violentada.
Já os molestadores são mais invasivos, menos discretos e geralmente consumam o
ato sexual contra a criança (SERAFIM et al., 2013).
Independente do tipo de atração dos mesmos é complicado caracterizar a que
ponto pode ser considerado um crime ou uma doença. Porém, para se ter tal
resposta, é importante levar em consideração todo o contexto. Pela lei, é visto como
crime, mas pela parte da Psicologia, os pedófilos são vistos como “doentes mentais”,
mas a questão é que eles têm plena consciência de seus atos, porém não tem
controle sobre o mesmo e acabam “caindo na tentação” e cometendo atos
abomináveis.

2.2 Modo de agir dos pedófilos

A pedofilia é considerada uma parafilia, uma condição na qual a excitação e


gratificação sexual de uma pessoa depende de fantasiar e se envolver em um
comportamento sexual atípico e extremo. Os pedófilos geralmente são homens e
podem ser atraídos por um ou ambos os sexos. Quão bem eles se relacionam com
adultos do sexo oposto varia (MOTT, 2018).
Qualquer adulto pode ser um pedófilo. Não há nenhuma característica física,
profissão ou tipo de personalidade comum a todos os pedófilos. Eles podem ser de
qualquer gênero ou raça e a religião, profissão ou hobbies dessas pessoas podem
ser os mais diversos possíveis. Um pedófilo pode ser charmoso, carinhoso e parecer
uma pessoa boa enquanto tem pensamentos predatórios. Isso significa que não se
deve descartar a ideia de que alguém pode ser um pedófilo (WIKIHOW, 2023).
Em muitas situações, o pedófilo se aproxima da família. No entanto, em vários
casos ele está dentro do círculo familiar, podendo ser pais, tios, avós ou padrastos.
Em virtude disso, pais e responsáveis devem estar atentos ao comportamento das
crianças. É preciso ficar atento quando tem alguém que goste muito de criança,
quase todo mundo gosta, mas é onde os pais precisam estar em alerta para até que
ponto gosta de verdade. Muitas vezes, isso vai conquistá-la e o pior é que fazem
isso de maneira discreta, não chegam abusando ou acariciando, vai levar um bom
tempo para conquistar a confiança e depois começam com o abuso (GROSSE,
2022).
A melhor forma de identificar um agressor sexual é através da denúncia da
criança. É um mito de que as crianças imaginam ou inventam, raramente é o caso,
em geral a denúncia corresponde a um abuso real. Vale lembrar que a maioria faz
parte do círculo de convivência da criança, é menos provável que seja um estranho,
muitas vezes é uma pessoa agradável com a família e amigos da criança, o que
torna muito difícil sua identificação e ainda mais difícil para a criança contar o
ocorrido.

2.3 Estado psicológico do pedófilo

A pedofilia é um transtorno psiquiátrico de difícil diagnóstico e tratamento.


Apesar disso, uma parcela significativa daqueles que padecem dessa doença
consegue responder adequadamente ao tratamento médico e psicológico
adequadamente instalado. O indivíduo com pedofilia que ofende sexualmente uma
criança deve ser adequadamente avaliada por especialistas e encaminhado para
tratamento adequado (BALTIERI, 2013). Sendo assim,

No Brasil, a legislação não considera a pedofilia como crime, visto que não
constitui um delito por estar presente somente no íntimo do sujeito. A partir
do momento que esse desejo é satisfeito, ou seja, o sujeito pedófilo passa
ao ato concreto e a liberdade sexual do vulnerável é violada, constitui um
crime passível de punição. A legislação pune as condutas praticadas pelo
agente pedófilo, associando-o a outros crimes e não ao fato de ter o
transtorno. Nesse sentido observa-se que a prisão sem um
acompanhamento adequado apenas constitui medida de sanção para o
pedófilo, visto que a patologia não turva totalmente sua mente, apenas faz
com que ele não consiga expor seus impulsos sexuais. No entanto, a
solução para o sujeito pedófilo não é trancafiá-lo por longos anos sem
nenhum tratamento clínico adequado (SANTOS; ETAPECHUSK, 2017).

Ou seja, qualquer pessoa, pode ser pedófilo, porém só é considerado um


crime quando o mesmo atende a seus desejos sexuais mais íntimos e acabam
buscando vítimas para saciar as suas vontades. Frequentemente, o indivíduo que
tem pedofilia não sofre comprometimento intelectivo e conhece assim as
repercussões negativas de suas ações nefastas. Contudo, também frequentemente,
o portador de pedofilia pode ter comprometimento da sua capacidade volitiva, ou
seja, da sua capacidade de controlar seus impulsos, desejos e comportamentos
sexuais dirigidos às crianças. Algum grau de prejuízo em sua capacidade de culpa
poderá ser encontrado entre padecentes desse grave transtorno psiquiátrico.
Do ponto de vista clínico, é necessário ressaltar que existem homens
pedófilos que restringem o seu desejo de contato sexual com crianças a apenas
fantasias, e outros homens que estão em risco de cometer um crime, pois fantasiar
sozinho não satisfaz seu desejo sexual. O outro grupo de homens pedófilos inclui
aqueles que cometeram crimes sexuais contra crianças. Esses indivíduos podem
sentir remorso e procurar ajuda para evitar uma recaída, enquanto outros não
(PICCINELLI, 2015).

2.4 Pedofilia pode ser considerado crime?

A pedofilia é considerada como doença patológica. Atualmente, embora


existam diversas iniciativas legislativas para torná-la crime. O argumento é de que,
por ser tal patologia psicológica, quando o indivíduo sente atração por menores de
idade ele está à mercê da doença e, portanto, ela por si só não configura ato
criminoso. Se há algum comportamento originado pela pedofilia que consuma atos
de abuso sexual, aí sim existe tipificação criminal para os atos (ESCOLA PAULISTA
DE DIREITO, 2020).
Perante essa afirmação,
Nota-se, no entanto, que tal debate está centralizado em uma disputa de
saberes: de um lado, o saber médico-psiquiátrico tratando a pedofilia como
uma patologia, e do outro, o saber jurídico-penal que passou a tratá-la como
crime. É exatamente nessa discussão que o presente artigo se situa. O
objetivo primordial é entender se a pedofilia em si se constitui um crime e, a
partir disso, delinear as dificuldades enfrentadas pelo ordenamento jurídico
no que tange à adequação da resposta penal dada aos pedófilos, bem como
a evolução das legislações reguladoras dessa matéria. Outrossim, é nesse
contexto que irá se dirimir a inimputabilidade ou não de um pedófilo para
fins penais (ANDRADE, 2020, p. 8).

A pedofilia em si não é crime, pois é um quadro de psicopatologia, com


critérios diagnósticos, e o indivíduo pode nunca chegar a cometer nenhum crime por
controlar seus impulsos sexuais. Por crimes ou violências sexuais contra crianças e
adolescentes compreende-se o abuso sexual, estupro, exploração sexual,
exploração sexual no turismo, assédio sexual pela internet e pornografia infantil.
Para Rogério (2022), a pedofilia é uma patologia e não um crime! A pedofilia é
uma patologia de ordem psicológica que faz com que um adulto tenha atração e
interesse sexual por crianças. O fato por si só de ser pedófilo não gera tipicidade
penal, já que não existe qualquer tipo de previsão legal. Nem todo pedófilo é
criminoso.
Vale ressaltar que, muitos casos de violência sexual contra crianças e
adolescentes não são cometidos por pessoas clinicamente pedófilas. Um dos
exemplos é a pornografia infantil. A tecnologia abre espaço para crimes sexuais
contra crianças e adolescentes e não apenas para pedófilos, apesar de ser comum
que pessoas com este diagnóstico façam uso intenso de pornografia infantil para
satisfação de seu desejo sexual.
No entanto, de acordo com o STJ – na revisão criminal na jurisprudência cita
Art.217-A ao se tratar do estupro de vulnerável, agravou no regimento em recurso
especial,

PENAL. AGRAVO REGIMENTO NO RECURSO ESPECIAL. ART. 217-A


DO CP. ESTUPRO DE VULNERÁVEL. PRESUNÇÃO ABSOLUTA DE
VIOLÊNCIA. VÍTIMA MENOR DE 14 ANOS. CONSENTIMENTO.
IRRELEVÂNCIA. SÚMULA 593/STJ. ERRO DE TIPO. ART. 20 DO CP.
VALORAÇÃO DA PROVA. OCORRÊNCIA. ABSOLVIÇÃO. AGRAVO
REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 1. A Terceira Seção desta Corte Superior,
sob a égide dos recursos repetidos, art. 543-C do CPC, no julgamento do
REsp XXXXX/PI, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, Julgado em
20/8/2015, DJe 10/9/2015, firmou posicionamento no sentido de que, para a
caracterização do crime de estupro de vulnerável previsto no art. 217-a,
caput, do Código Penal, basta que o agente tenha conjunção carnal ou
pratique qualquer ato libidinoso com pessoas menor de 14 anos. O
consentimento da vítima, sua eventual experiência sexual anterior ou a
existência de relacionamento amoroso entre o agente e a vítima não
afastam a ocorrência do crime. Nesta linha, foi editada a Súmula n. 593/STJ
(O crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção carnal ou
prática de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual
consentimento da vítima para a prática do ato, sua experiencia sexual
anterior ou existência de relacionamento amoroso com o agente). 2. O erro
de tipo pode ser conceituado como a falsa representação da realidade, o
que afasta o dolo, não havendo crime. Nessa linha, a jurisprudência desta
Corte Superior de Justiça afirmou-se no sentido de que o desenvolvimento
da idade da vítima pode circunstancialmente excluir o dolo do acusado
quanto à condição de vulnerável, mediante a ocorrência do chamado erro
de tipo (art. 20 do CP) (REsp XXXXX/MG, Rel. Ministro JORGE MUSSI,
Quinta Turma, julgado em 14/8/2018, DJe 22/8/2018). 3. Pela leitura das
decisões proferidas pelas instâncias de origem, verifica-se que o envolvido
incorreu em erro sobre a idade da vítima, que é circunstâncias elementar do
delito de estupro de vulnerável. Dessa forma, deve haver a exclusão do dolo
de sua conduta e, consequentemente, o afastamento de sua condenação. 4.
Agravo regimental não provido (BRASIL, 2023).

Nesse sentido, muitos adultos não pedófilos consomem pornografia infantil,


compartilham vídeos de crianças e jovens neste contexto. O espaço anônimo da
internet permite que adultos se sintam livres para satisfazer seus desejos que são
em grande parte permeados pela cultura, porém ao mesmo tempo moralmente
condenáveis, como a valorização do corpo jovem que favorece a busca por
conteúdos envolvendo adolescentes.

3 MEDIDA DE SEGURANÇA CONTRA O PEDÓFILO


No Brasil, a aplicação de pena considera o princípio da humanidade das
reprimendas, visto que o artigo 5º, § III, XLIII e XLIX, da CF/88 veda as sanções
cruéis, as condenações perpétuas, as prisões e todas as penas que ofendam a
dignidade da pessoa humana. Assim, em princípio, se o sujeito comete atos
libidinosos contra crianças, portador ou não de pedofilia, responderá criminalmente,
será julgado e, caso condenado, receberá uma sanção penal (ULISSES, 2019).
As crianças e os adolescentes são o que há de mais importante neste mundo,
depois de Deus. Essa importância é evidente e tem suas bases, não somente em
convicções religiosas, morais, éticas ou sociais, mas até mesmo biologicamente é
preponderante o instinto de perpetuação da espécie, que gera a necessidade
premente de reprodução e proteção da prole, ou seja, dos nossos filhos: de cada
criança e cada adolescente (BRASIL, 2023).
A ênfase em relação aos efeitos das ofensas sexuais também foi deslocada:
da vergonha ao sofrimento psíquico. Esse deslocamento ajuda a entender como a
violência sexual contra crianças e adolescentes tornaram-se particularmente
dramática, na medida em que é concebida como ameaça ao desenvolvimento
sexual e psíquico do sujeito em fase de formação. Essa mudança permite, ainda,
formular uma hipótese para explicar a passagem do antigo silêncio para a
visibilidade ruidosa que marca o tema nas últimas décadas.

3.1 Processo Jurídico

De maneira geral, um processo jurídico é o pedido do autor (pessoa física ou


jurídica) para a resolução de um conflito. Para isso, ele bate às portas do Poder
Judiciário a espera que o Estado, na figura de um juiz, decida sobre a suposta
violação de direitos. Podemos também definir o processo judicial como o
instrumento legal que pretende eliminar conflitos entre os sujeitos envolvidos,
através da aplicação da lei em relação aos fatos apresentados neste processo (DOC
LAWTECH, 2023).
Para se ter um processo judicial passível de julgamento, há algumas
exigências estabelecidas pela norma jurídica. Mas existem três pessoas
indispensáveis para que um processo judicial seja estabelecido: Autor/Requerente
do processo: aquele que ajuíza a ação e provoca o juízo. Demonstrará fatos que
constituem seu direito. Réu/Requerido: A pessoa oposta ao autor da ação que
deverá demonstrar fatos extintivos ou modificativos do direito do autor. Juiz:
Indivíduo investido pelo Estado, responsável por analisar e julgar o caso, sendo
imparcial nas questões colocadas pelo autor e pelo réu (GALVÃO & SILVA, 2022).

3.2 Constituição Federal/88

Em relação à infância, o legislador constitucional filiou-se a DOUTRINA DA


PROTEÇÃO INTEGRAL, prevista na Convenção Internacional sobre Direitos da
Criança, à qual aderiu o Brasil pelo Decreto-Legislativo 28/1990. Esse decreto obriga
a proteção das crianças e dos adolescentes, evitando que sofram as consequências
das injustiças social, econômica e jurídica. O primeiro e único diploma de regência
efetiva sobre o tema, em nível infraconstitucional, é o Estatuto da Criança e do
Adolescente – Lei 8.069/90 –, espécie de instrumental de efetivação dos direitos
fundamentais constitucionalmente garantidos, que obrigou o Estado a priorizar os
investimentos na condução das suas políticas públicas (art. 226, § 8º, CF/88)
(BRASIL, 1988).
A Constituição deve regular e pacificar os conflitos e interesses de grupos que
integram uma sociedade. Para isso, estabelece regras que tratam desde os direitos
fundamentais do cidadão, até a organização dos Poderes; defesa do Estado e da
Democracia; ordem econômica e social.

3.3 Artigo 227

No artigo 227 fica evidente o quanto nossas crianças e adolescentes devem


ser protegidas, pois é um direito delas viver em segurança, sem sofrer qualquer tipo
de violência ou ter qualquer parte de seu corpo violado. Além disso, as leis são
criadas para a nossa proteção em qualquer situação.
Diante disso o artigo 227 destaca que:

É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao


adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão (CONSTITUIÇÃO FEDERAL,
1988).
De forma mais centralizada à preservação e ao resguardo da criança e do
adolescente, foi promulgada a Lei nº 8.069, em 13 de julho de 1990, o Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA), cujo preconiza de forma íntegra e abrangente os
direitos fundamentais e civis desta parcela da sociedade, que outrora foram citados
e legalizados amplamente pela lei maior que rege um país, a Constituição Federal
(MUSTAFÁ; PAES, 2023).
Ainda sobre o artigo 227:

O mesmo é considerado por especialistas em direitos da criança um resumo


da Convenção sobre os Direitos da Criança, aprovado pela Assembleia
Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e ratificado por 196 países
em 1989, um ano após a recém-promulgada Constituição brasileira. De
acordo com Pedro Hartung, coordenador do programa Prioridade Absoluta,
do Instituto Alana, os debates na Constituinte para inserção deste artigo se
basearam nessas discussões internacionais (CNJ, 2023, p. 13).

Dessa forma, o mesmo serve de apoio na hora de se cumprir a lei que


protege as crianças e adolescentes quando as mesmas tem seu corpo violado, além
de um psicológico abalado por conta dos traumas sofridos. Ressalta ainda que de
acordo com a Ementa Oficial:

PENAL. RECURSO ESPECIAL SUBMETIDO AO RITO DOS RECURSOS


REPETITIVOS. ESTUPRO DE VULNERÁVEL (ART. 217-A DO CP).
DESCLASSIFICAÇÃO PARA O CRIME DE IMPORTUNAÇÃO SEXUAL
(ART. 215-A DO CP). EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PROTEÇÃO DAS
CRIANÇAS E DOS ADOLESCENTES. DOUTRINA DA PROTEÇÃO
INTEGRAL. TRATADOS INTERNACIONAIS. CONFLITO APARENTE DE
NORMAS. PRINCÍPIOS DA ESPECIALIDADE E DA SUBSIDIARIEDADE.
RESERVA DE PLENÁRIO. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE.
MANDAMENTO DE CRIMINALIZAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DA
DESCLASSIFICAÇÃO. RECURSO ESPECIAL PROVIDO.
1. De maneira ampla, a Medicina Legal define o abuso sexual infantil como
"toda e qualquer exploração do menor pelo adulto que tenha por finalidade
direta ou indireta a obtenção do prazer lascivo"
Nesse sentido, não há meio-termo. O adulto que explora um menor com a
finalidade de obter prazer sexual, direto ou indireto, está a praticar ato
abusivo.
2. Nesse ponto, é importante ressaltar que o abuso sexual contra o público
infantojuvenil é uma realidade que insiste em perdurar ao longo do tempo. A
grande dificuldade desse problema, porém, é dimensioná-lo, pois uma parte
considerável dos delitos "ocorrem no interior dos lares, que permanecem
recobertos pelo silêncio das vítimas". Há uma elevada taxa de cifra negra
nas estatísticas. Além do natural medo de contar para os pais (quando estes
não são os próprios agressores), não raro essas vítimas sequer "possuem a
compreensão adequada da anormalidade da situação vivenciada" (BRASIL,
2023).
4 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), foi criado em 13 de julho de
1990, é a base da lei brasileira sobre os direitos da criança e do adolescente. Por
meio dele, foi regulamentado o Artigo 227 da Constituição Federal de 1988, que
estabelece que crianças e adolescentes têm direitos específicos e, assim,
necessitam de proteção especial, por parte do Estado, da sociedade e da família
(BELA, 2022).
O Estatuto foi criado logo após a promulgação da Constituição de 1988 para
regulamentar o artigo 227 da Constituição Federal (CF), que garantia às crianças e
adolescentes os direitos fundamentais de sobrevivência, desenvolvimento pessoal,
social, integridade física, psicológica e moral, além de protegê-los de forma especial,
ou seja, através de dispositivos legais diferenciados, contra negligência, maus-
tratos, violência, exploração, crueldade e opressão.
Diante disso, vale destacar que;

As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre


que os direitos reconhecidos pelo ECA no Art. 4º forem ameaçados ou
violados, seja por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; por falta,
omissão ou abuso dos pais ou responsável; ou em razão de sua conduta
(Art. 98). O Art. 4º determina que “é dever da família, da comunidade, da
sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade,
a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade,
ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária” (LAR CASA
BELA, 2023, p. 22).

É importante que a lei seja seguida, para um melhor funcionamento da


sociedade. Porém, crianças e adolescentes tem seus direitos negligenciados. Às
vezes, a lei é desobedecida pelas próprias pessoas de sua família, principalmente
quando existem pedófilos nela e é quase impossível de indentificá-los.
A história do Estatuto da Criança e do Adolescente está intrinsecamente
ligada ao contexto de fim da Ditadura Militar e ao processo de redemocratização do
Brasil. Diversas organizações, fundações empresariais e movimentos sociais, entre
eles os de educação de origem católica, o de meninos e meninas de rua e os
sindicais, se mobilizaram durante o processo da Constituinte para garantir que os
direitos das crianças e dos adolescentes estivessem presentes na Carta Magna
(ABE, 2023).
4.1 ECA no Brasil e os seus direitos e garantias

Tal categoria social enquanto pessoas de direitos essenciais inerentes a todo


e qualquer cidadão, são titulares ainda de direitos entendidos como especiais, de
acordo com a sua situação de peculiaridade de cidadãos em desenvolvimento,
conforme disciplinam os art. 227 e 228 da Carta Magna brasileira. A Constituição
Federal de 1988 (CF/88) instituiu a doutrina da proteção integral à criança e ao
adolescente e o princípio da prioridade absoluta.
Os deveres essenciais do ser humano, que estão presentes no caput do art.
227 e no art. 228 da CF/88, segundo Machado (2003), estão constituídos no direito à
vida, à liberdade, à igualdade, citados no caput do art. 5º da Constituição Federal
brasileira, tratados como direitos e garantias fundamentais do cidadão brasileiro.
O art. 227 da Constituição Cidadã trata de deveres primordiais aos seres
humanos em conjunturas especiais, ou seja, pessoas que estão em estágio de
evolução. Bobbio (2002, p. 35) define como necessitando de singularidade a
proteção que é oferecida às crianças e para os adolescentes: “Se naturalmente é
dito que devido à falta de maturidade corporal e psíquica da criança, ela precisa de
atenção específica e proteção particular”.
Assim, fica evidente a amostra das garantias das crianças que são
consideradas jus singulare com em detrimento ao jus commne, tendo destaque a
esta especialidade do genérico, ao qual se deve realizar a aceitação ao preceito
suum cuique tribuere são especiais à categoria estudada, criança e adolescente, de
conformidade com Machado (2003), sendo diferenciados por dois questionamentos
do direito do adulto, um sendo qualitativo, porque as crianças e adolescentes têm
benefícios maiores que as pessoas já em pleno desenvolvimento, e o outro
qualitativo e/ou estrutural, pois são titulares dos direitos em desenvolvimento, físico
e psicológico.
No decorrer do capítulo serão analisados os direitos entendidos como
essenciais da criança e do adolescente, apresentando os detalhes das disposições
legais.
Este trabalho teve a preocupação de analisar o art. 227 da CF/88, onde estão
enumerados alguns direitos fundamentais de crianças, adolescentes e jovens, visto
que existe um conjunto enorme de direitos fundamentais. Deste modo serão
estudados de forma breve os direitos e garantias mais comuns ao processo do
entendimento da proteção integral.

4.2 Artigo 241 do ECA e sua interpretação constitucional

Os pedófilos podem se transformar em agressores sexuais ao converterem


suas fantasias em atos reais, porém nem todos necessariamente assim fazem, pois
a perversão sexual pode ficar em estado oculto, latente, sem manifestação exterior.
Por outro lado, nem todos aqueles que agridem sexualmente de crianças são
necessariamente pedófilos no sentido clínico (COUTO, 2016).
Sendo assim, o artigo 241 do ECA define que:

Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena de sexo
explícito ou pornográfica” compreende qualquer situação que envolva
criança ou adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas,
ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para fins
primordialmente sexuais (ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE,
1990).

Como pode ser observado, para proteger as crianças e adolescentes, temos


as leis para serem seguidas também, mas especificamente o ECA (Estatuto da
Criança e do Adolescente), onde o mesmo frisa a importância da família e demais
órgãos para cuidar e proteger as crianças, além de contribuir com a punição dos
pedófilos.

4.3 Código Penal

O Código Penal é um conjunto de normas jurídicas que tem por objetivo


determinar e regulamentar os atos considerados pelo legislador como infrações
penais. A codificação nada mais é que a junção de diversas leis que tratam de um
mesmo assunto.
Atualmente, o capítulo do Código Penal sobre crimes sexuais contra
vulneráveis pune o estupro de vulnerável; a indução de menor de 14 anos a
satisfazer a lascívia de outrem; a satisfação da lascívia mediante presença de
criança ou adolescente; o favorecimento da prostituição e a divulgação de cenas de
estupro de vulneráveis.
Antes da Lei 12.015/09, havia dois delitos: o de estupro, no art. 213, e o de
atentado violento ao pudor, no art. 214. Em ambos, o meio de execução era a
violência ou grave ameaça. No entanto, quando praticados contra menores de 14
(quatorze) anos, pessoas “alienadas” ou “débeis mentais” ou por quem não podia
oferecer resistência, falava-se em presunção de violência (LEITE, 2022).
Sendo assim:

O código penal considera crime a relação sexual ou ato libidinoso (todo ato
de satisfação do desejo, ou apetite sexual da pessoa) praticado por adulto
com criança ou adolescente menor de 14 anos. Conforme o artigo 241-B do
ECA é considerado crime, inclusive, o ato de “adquirir, possuir ou
armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro
que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou
adolescente (MPF, 2023, p. 5).

A maioria dos pedófilos são homens, e o que facilita a atuação deles é a


dificuldade que temos para reconhecê-los, pois aparentam serem pessoas comuns,
com as quais podemos conviver socialmente sem notar nada de anormal nas suas
atitudes. Em geral têm atividades sexuais com adultos e um comportamento social
que não levanta qualquer suspeita. Eles agem de forma sedutora para conquistar a
confiança e amizade das crianças.
Pedófilos costumam usar a Internet pela facilidade que ela oferece para
encontrarem suas vítimas. Nas salas de bate-papo ou redes sociais eles adotam um
perfil falso e usam a linguagem que mais atrai as crianças e adolescentes. Por isso é
muito importante não divulgar dados pessoais na Internet, como sobrenome,
endereço, telefone, escola onde estuda, lugares que frequenta, e fotos, que podem
acabar nas mãos de pessoas mal intencionadas.
5 METODOLOGIA

Este capítulo se destina a descrever a metodologia que foi empregada no


presente trabalho, as formas de pesquisa utilizadas para atingir os propósitos
alcançados. Salientando que, se adotou o tipo de pesquisa exploratória e método
bibliográfico.
Por esse motivo, se faz necessário discorrer como se configuram estes
métodos de pesquisa. O tipo de pesquisa exploratória, por sua vez, pode ser
definido como a forma de averiguação aprofundada, buscando o conhecimento da
realidade, visto que o tipo de pesquisa utilizada busca explicar os motivos, e que
neste caso, se procurou apontar sob o amparo da Lei.
Desse modo o desenvolvimento do trabalho metodológico de um estudo
científico requer atenção e a construção de um caminho a ser percorrido,
principalmente quando se é encontrado sugestividade à violação de direitos ora
contemplados em doutrinas legais especificas.
De acordo com Cervo (2019) os métodos adotados pelos doutrinadores se
baseiam-se nos critérios técnicas para a formação de pesquisas que possui o
objetivo de oferecer as informações necessárias para orientação e formulação dos
trabalhos acadêmicos.
Com a aplicação do tipo e método de pesquisa se pode produzir importantes
reflexões acerca da temática proposta, produzindo assim um trabalho de conclusão
de Curso em forma de monografia que segundo Marconi e Lakatos (2021) “os
estudos de uma terma especifico de valor representativo, deverá obedecer rigoroso
métodos, como investiga um assunto com profundidade, todavia por vários pontos
de vistas e direções, estando sujeito a um determinado objetivo.”
Neste sentido, foi utilizada a Pesquisa Bibliográfica, por meio de informações
adquiridas na legislação brasileira, através de livros, sites que tratam exclusivamente
do tema abordado e artigos científicos que explorem o assunto principal da
monografia, conforme define Marconi e Lakatos (2021) “As pesquisas bibliográficas
são criadas com o apoio de livros materiais encontrados em livros e trabalhos
científicos.”
Neste mesmo contexto ainda contribui Severino (2018, p. 122) afirmando que
os trabalhos científicos são aqueles criados a partir os devidos registros, que
decorreram de estudos anteriores, adquiridos por meio artigos, livros e teses. Os
pesquisadores trabalham com contribuições de outros autores que tenham os seus
trabalhos devidamente registrados.
Dessa forma, a pesquisa bibliográfica se firmou como o principal meio
utilizado para reunir informações e dados que serviu de base para a construção da
investigação acerca do acolhimento institucional no Brasil, contribuindo assim, para
o desenvolvimento de todo o estudo, bem como para o esclarecimento de questões
que venham a surgir no discorrer dos discernimentos apresentados.
Agregado ao tipo de pesquisa se promoveu um estudo com uma abordagem
exploratória, tendo em vista que é necessário que o pesquisador e o tem pesquisada
exista, entre si, uma familiaridade, visando uma descoberta e uma elucidação
através de uma sondagem com finalidade de aprimorar a visão e construir ideais.
A relevância de se apontar o percurso metodológico contribuiu em promover
não só a resposta da problemática existente, mas também provocar novos olhares
para formação de concepções que venham trazer inovadores comportamentos
frente a legislação vigente.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através deste trabalho de conclusão de curso, foi realizado um estudo sobre o
Direito à infância: uma análise dos meios para se combater a pedofilia, sendo
possível salientar inicialmente que o pedófilo pode ser considerado sim, um doente
mental, mas caso chegue a praticar os atos de abusos contra criança ou
adolescente, em nosso país é visto como crime e pela lei, eles são punidos
severamente. Quanto às vítimas, infelizmente, por terem os seus direitos violados
precisam passar por um tratamento severo para conseguir superar os traumas e
conviver em sociedade da melhor forma possível.
Foi possível também compreender que casos de pedofilia podem ser
identificados, porém não é fácil identificar os sinais. Infelizmente, por os abusadores
serem pessoas de confiança e muito próximo as crianças e seus familiares, fica
difícil de proteger as crianças e adolescentes que são vítimas. A não ser em casos
em que as próprias vítimas tenham coragem de pedir a devida ajuda, caso as
mesmas sejam orientadas acerca de onde podem permitir ou não que as toquem.
Nos dias atuais, já são implementadas nas escolas ações onde as mesmas
ofertam palestras instrucionais sobre o assunto, com vídeos e imagens, com o
objetivo de alertar a família e as próprias crianças/adolescentes. Porém, nem todas
recebemas devidas intruções, tem medo e sofrem em silêncio, o tipo de abuso e
tornando-se pessoas com traumas e desconfiadas de todos a sua volta.
A análise realizada, neste trabalho motiva a construção de um novo olhar à
produção jurídica acerca do tema, a fim de que os órgãos estatais, através dos seus
agentes, possam de fato realizar ações para proteger de forma efetiva as crianças e
adolescentes institucionalizados, possibilitando uma maior contribuição à
restauração dos vínculos familiares e comunitários, efetivando deste modo as
políticas públicas elaboradas pelo legislador para este fim.
É imprescindível que a sociedade, no geral, seja conscientizada das mais
diversas formas, principalmente através da internet. Devem-se utilizar os recursos
tecnológicos para contribuir com a diminuição dos casos de pedofilias e assim,
conseguir cumprir e respeitar os direitos de cada criança ou adolescente.
Deste modo os objetivos deste trabalho de conclusão de curso foram
alcançados, na medida em que configurações dos direitos, garantias e proteção
integral, que sucintamente foram apresentando caminhos sobre a importância e
necessidade de atenção ao diploma da proteção integral à criança e ao adolescente.
Adentrando na medida de acolhimento, identifica-se que o posicionamento
elencado a respeito dessa temática, viabiliza que o fortalecimento das diretrizes e
políticas públicas para melhoria das instituições de acolhimento vem promovendo
mudanças significativas, e devido ao aumento da população infanto-juvenil que se
encontram em estado de vulnerabilidade.
Assim, este trabalho de conclusão de curso deixa em evidência que
teoricamente a existência de políticas públicas viabiliza garantir os direitos e
garantias das crianças e adolescentes institucionalizados, porém com o estudo
realizado foi demonstrada uma maior necessidade de atenção para que ocorra de
forma salutar a proteção das crianças e adolescentes contra os abusos sexuais/
pedofilia, sendo imprescindível para que isso ocorra, o estrito cumprimento das
determinações da Constituição Federal e do ECA que estabelecem a proteção
integral à criança e ao adolescente.

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