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CURSO DE PSICOLOGIA
ATIBAIA – SP
2020
VIVIANE APARECIDA CARDOSO DE CAMPOS
ATIBAIA – SP
2020
CURSO DE PSICOLOGIA
TERMO DE APROVAÇÃO
____________________________________________
Prof. Orientador Me. Rafael da Nova Favarin
“Para que os bebês se convertam em
adultos saudáveis, independentes,
dependem totalmente que lhe seja dado um
bom princípio: amor é o nome desse
vínculo.”
(Donald W. Winnicott)
RESUMO
The present work deals with the first childhood experiences in the life of an individual
and the relationship he maintains with the emotional dependence in his adult life.
Therefore, this study was developed in order to answer the following question: how
can the absence or excess of care directed at children in early childhood influence
the triggering of a future emotional dependence, already in the adult phase of this
individual? It is clarified here, that the general objective of this research is to trace an
understanding under the psychoanalytic bias about the emotional dependence of the
individual in his adult life, the specific objectives are: to present the first stages of the
individual's life and how they can reflect in their adult life and to identify the possible
environmental failures experienced by the individual in childhood and which may
corroborate the occurrence of emotional dependence in their adult life. These
objectives were presented in the form of axes, addressed separately in the form of
two chapters. The research carried out has a bibliographic character, so, for its
preparation, contents and knowledge already published by other authors were used;
in addition, the research took place in a qualitative way, thus involving internal and
external aspects to the subject in question. As a result, it became evident that the
first stages of an individual's life are fundamental with regard to the development
trends of the individual, although not determinant; having this in mind, when the early
stages of this individual's life are passed through satisfactorily, there is a high
probability of healthy development and the achievement of an adult life of the same
nature. It was also found that, at the same time, the environmental failures pervaded
in these early stages of development, can generate significant consequences for the
subject, such as his emotional dependence on his partner / spouse. In short, there is
a direct relationship between early childhood experiences with parental figures and
the way that these subjects will establish interpersonal relationships already in adult
life.
INTRODUÇÃO...........................................................................................................07
METODOLOGIA........................................................................................................10
DISCUSSÃO..............................................................................................................21
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................24
REFERÊNCIAS..........................................................................................................25
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INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
CAPÍTULO 1
Primeiras experiências infantis e a relação parental
sádicos ao seio mau (SIMON, 1986 apud OLIVEIRA, 2007). Quando o bebê elabora
e supera esses sentimentos e fantasias, surge a posição depressiva, na qual o ego
da criança se integra, assim como o objeto externo, ou seja, o bebê então percebe
que o seio bom e o seio mau correspondem a um único seio, parte da figura
materna. Em decorrência disso, a criança vivencia uma ansiedade depressiva, ou
seja, uma angústia de separação, pois percebe que, na posição anterior
(esquizoparanóide), atacou sua mãe, logo, teme colocá-la, então procura por
reparação, adquirindo, portanto, sentimentos de afeto e defesas para a possível
perda do objeto. Vale ressaltar que essas posições permanecem presentes ao longo
da vida do indivíduo, alternando conforme as circunstâncias vividas por ele,
configurando-se como um protótipo das demais relações objetais. (SIMON, 1986
apud OLIVEIRA, 2007).
Pode-se dizer então, que as vivências mais adequadas no período da infância
possibilita o desenvolvimento de defesas psicológicas mais maduras no indivíduo, o
que por consequência gera melhores padrões de adaptação da personalidade, uma
qualidade satisfatória nos relacionamentos interpessoais desse indivíduo, assim
como beneficia também o desenvolvimento cognitivo dele (RUSS, 2003 apud GOI,
2012).
Entende-se por vivência adequada, uma vivência equilibrada que se dê em
ambiente seguro; o equilíbrio deve existir entre a proteção e cuidados excessivos
que os pais dispõem aos seus filhos e a ausência constante de cuidado que o
indivíduo sente em relação à família (MARTINI, 2012).
Contribuindo com as considerações da autora, Figueiredo (2003) coloca que o
equilíbrio, acima citado, deve ser estabelecido entre o sufocar a individualidade da
criança, expresso pelos cuidados excessivos dos pais para com seus filhos e a
frustração atenuada pela falta de cuidado dos pais para com eles. Sendo assim, a
mãe exerce um papel fundamental no estabelecimento deste equilíbrio, pois deve
ajudar seu filho na conquista de autonomia mantendo uma distância segura para tal,
o que não consiste em uma tarefa fácil. Desse modo, ainda segundo o autor,
entende-se que quando os pais cuidam de seus filhos de modo a não priorizarem a
autonomia deles, exercem o chamado cuidado excessivo, visto que acaba por
sufocar a criança.
A partir disso, deduz-se que independentemente do tipo de experiência vivida
na infância, o indivíduo será constituído a partir do que experienciou. O mesmo
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acontece com eventos negativos na infância, os traumas. Goi (2012) alega que
várias ocorrências podem se configurar como trauma infantil, sendo elas:
desamparo, negligências, abusos sexuais, afastamento dos cuidadores, morte dos
pais, violência, falta de cuidado, superproteção, excesso de cuidados e controle,
rigidez, dentre outros.
A relação parental que envolve a criança na primeira infância é crucial no que
se refere ao desenvolvimento dela; os pais que se mostram atentos às necessidades
das crianças, que são presentes e sensíveis, sem deixar de considerarem a
autonomia delas, favorece o desenvolvimento satisfatório da sua personalidade. Por
outro lado, se os pais não são presentes com certa frequência no início da vida de
seus filhos, ou mesmo não conseguem identificar as necessidades destes, trarão
consequências para a vida dos mesmos, já que essas crianças poderão se tornar
excessivamente ansiosas no que se refere à separações e a exploração do mundo
(BOWLBY, 1989 apud GOI, 2012).
A consideração acima, assemelha-se com o que Dias (2003) expõe em sua
obra a respeito da Teoria do Amadurecimento de Donald W. Winnicott, na qual
postula que para que a criança atinja seu amadurecimento, ela precisa de um
ambiente facilitador e cuidados suficientemente bons. O ambiente facilitador da
criança, no início, corresponde à mãe suficientemente boa, que consiste naquela
que consegue reconhecer assim como atender as necessidades de seu bebê.
A mãe suficientemente boa possui características como espontaneidade, que
compreende seu bebê como parte de um processo que está em amadurecimento,
desta forma ajuda-o a atingir esse amadurecimento, porém compreende que esse
processo não pertence a ela. A mãe suficientemente boa atende as necessidades do
bebê na medida exata, e não de acordo com suas próprias necessidades (DIAS,
2003).
A autora ainda coloca que o bebê necessita de preocupação e cuidado de
sua mãe falível, e cria confiança em sua mãe justamente por ela ser falível, uma
mãe real, que saiba atender exclusivamente às necessidades de seu filho, por ela
identificadas, e não satisfazer meramente seus desejos.
Silva (2016), também em uma obra pautada em torno da teoria e
considerações realizadas pelo psicanalista Winnicott, em especial no que tange às
primeiras relações materno-infantis, discorre sobre a confiança que o bebê cria com
sua mãe suficientemente boa.
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adulta, muito é explicada a partir das relações infantis experienciadas, o que será
melhor tratado no segundo capítulo do referente estudo, tendo como foco principal a
dependência emocional que acomete muitos adultos em suas relações.
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CAPÍTULO 2
Falhas ambientais na infância e a relação com a dependência emocional na
vida adulta
relacionamentos afetivos que estabelece em sua vida adulta, ocasionando por vezes
a dependência emocional para com o cônjuge.
De acordo com a teoria sistêmica familiar de Bowen, os sujeitos são movidos
por duas forças, sendo elas a individualidade e proximidade. A primeira se refere à
necessidade que o indivíduo apresenta em manter sua intimidade, autonomia e
independência em certos momentos de sua vida; já a segunda refere-se à
capacidade em manter relações interpessoais, assim como criar vínculos com as
demais pessoas (NICHOLS; SCHWARTZ, 1998).
Segundo os autores, quando essas forças se encontram em equilíbrio, o
indivíduo apresenta-se saudável, já que é necessário que se estabeleça vínculos
com as pessoas e que, ainda assim, tenha independência e a autonomia individual;
a forma como a pessoa concilia ambas as forças é aprendida por meio da família.
Pode-se dizer que existem características fundamentais que envolvem o nível
de diferenciação/indiferenciação da individualidade no indivíduo, são elas:
reatividade emocional, posicionamento do eu e fusão com os outros; a primeira
refere-se à maneira como o sujeito reage frente aos comportamentos intensos
vindos de outras pessoas, sendo assim, quanto mais indiferenciado o sujeito é, mais
sentimentos irá aparecer; o posicionamento do eu diz respeito à postura que o
indivíduo assume quando sente-se pressionado por outra pessoa a tomar alguma
decisão, pois questiona-se se defende suas próprias crenças ou se as cede; por fim,
a fusão corresponde ao sujeito que ainda é muito ligado emocionalmente à família
de origem (NICHOLS; SCHWARTZ, 1998).
Ainda de acordo com os autores, caso o processo separação-individuação
não fora perpassado na infância por meio das vivências adequadas, o sujeito
provavelmente estará fusionado emocionalmente com sua família de origem e, para
que se identifique isso, basta se atentar à característica principal da indiferenciação
da pessoa, que consiste na ausência de autonomia pessoal que se transparece no
cotidiano do sujeito através de diversos modos, sendo um deles, passível de
observação, corresponderia quando esse indivíduo leva muito em consideração a
opinião alheia ao tomar alguma atitude.
Os autores ainda colocam que sujeitos indiferenciados são facilmente
influenciados pela reatividade emocional, em outras palavras, influenciados pela
emotividade de outras pessoas, o que consequentemente ocasiona nesses
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autonomia, como a mãe suficientemente boa descrita por Winnicott, tem maior
probabilidade de se relacionar com outras pessoas de maneira saudável, já que
mantém sua independência e autonomia diante os demais.
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DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS