Você está na página 1de 14

Carolina Galvão RA 002201701129

Grazielle L. Lambert RA 002201700973


Maria Clara D. da Silva RA 002201700863

ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM PSICOLOGIA


ESCOLAR/EDUCACIONAL
PROJETO DE INTERVENÇÃO PÓS PANDEMIA

Itatiba
2020
Carolina Galvão RA 002201701129
Grazielle L. Lambert RA 002201700973
2

Maria Clara D. da Silva RA 002201700863

ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM PSICOLOGIA


ESCOLAR/EDUCACIONAL
PROJETO DE INTERVENÇÃO PÓS PANDEMIA

Trabalho apresentado à disciplina de Estágio


Supervisionado em Psicologia
Escolar/Educacional do Curso de Psicologia da
Universidade São Francisco, sob a orientação do
Profº Felipe Augusto Cunha como exigência
parcial para a aprovação na disciplina.

Itatiba
2020
SUMÁRIO

1 Introdução............................................................................................................. 4
.
2 Método.................................................................................................................. 7
.
2.1. Instituição...................................................................................................... 7
2.2. Necessidade da Proposta de Intervenção....................................................... 7
2.3. Objetivo......................................................................................................... 7
3 Proposta de Intervenção........................................................................................ 8
.
3.1. Descrição e definição dos encontros.............................................................. 8
3.2. Objetivos de cada encontro e a forma de trabalhar........................................ 8
4 Discussão.............................................................................................................. 11
.
5 Referências........................................................................................................... 13
.
4

1. INTRODUÇÃO

O Conselho Federal de Psicologia (2007) reconheceu a Psicologia Escolar como


uma especialidade por meio da resolução 013/07, que descreve a atuação do psicólogo
em uma ampla gama de possibilidades dentro do âmbito do ensino- aprendizagem,
devendo ser um trabalho direcionado a prevenção, promoção e tratamento de acordo
com o contexto educacional inserido.

No que se refere a atuação do Psicólogo Escolar Educacional (PEE),


frequentemente, ela é associada ao diagnóstico e ao atendimento das crianças que
possuem alguma dificuldade de aprendizagem, algum problema de comportamento ou
emocional, assim como a orientação da equipe pedagógica e dos pais sobre como
trabalhar com os alunos que possuem algum desses problemas. Isso porque,
historicamente, a Psicologia Escolar Educacional adentrou no contexto da escola como
um desmembramento da psicologia clínica, baseando-se ainda num modelo médico em
suas intervenções, atuando no sentido de diagnóstico e cura para desvios
comportamentais de “alunos-problema” (Reger 1989, citado por Martins, 2003). Sendo
assim, o modelo clínico terapêutico da formação do psicólogo e a representação social
que existe acerca da atividade desse profissional são os principais responsáveis pela
situação em que o PEE se encontra atualmente (Martinez, 2010).

Segundo Antunes, (2008) cabe ao psicólogo, praticar uma psicologia que seja
capaz de entender o processo de ensino aprendizagem e a sua relação com o
desenvolvimento humano. Neste sentido, é importante ressaltar que na atuação do PEE
deve estar amparado por teorias que privilegiem a correlação entre processos
psicológicos e processos educacionais, considerando muito mais questões históricas e
sociais da constituição humana e não apenas sua individualidade, consciente de que há
uma subjetividade institucional que se estende não só a alunos, mas também a equipe
pedagógica, a família e todos os envolvidos na instituição (Marinho-Araújo, 2010).

Andrada (2005), afirma que o psicólogo precisa atuar pensando em um modelo


sistêmico, onde o aluno e suas dificuldades não são vistos de forma linear, mas é
considerado todo o sistema relacional dele (família e escola), assim, ele precisa
considerar as múltiplas versões de um mesmo fenômeno, deixando o modelo organicista
de lado e deixando de ser neutro na escola também. .
5

Assim, no intuito de expandir o conhecimento acerca práticas do Psicólogo


Escolar Educacional em que se privilegia a correlação da psicologia e os processos
educacionais, mediante a pandemia do Covid 19, será importante compreender como as
crianças estarão lidando com os sentimentos e as emoções no retorno das aulas, visto
que, estudos demonstram que a afetividade é um fenômeno importante para o
desenvolvimento saudável da criança, e este acontece principalmente nas esferas
educacionais.

Segundo Vigotsky (1993, citado por Gaspar & Costa, 2011, p. 123), uma das
principais falhas da prática psicológica tradicional no âmbito escolar, é separar a
dimensão afetiva da cognitiva no processo de ensino-aprendizagem, como se o processo
do pensamento não tivesse relação com as necessidades e interesses pessoais, bem como
seus impulsos. Daí a importância de desenvolvermos uma intervenção visando o
desenvolvimento da afetividade no presente estágio.

A afetividade, segundo Wallon (1879-1962, citado por Mahoney e Almeida


2005, p. 19), compreende-se “à capacidade, à disposição do ser humano de ser afetado
pelo mundo externo/interno por sensações ligadas a tonalidades agradáveis ou
desagradáveis”, define-se também como resultado da emoção, sentimento e paixão. Ou
seja, é um conceito atuante na vida emocional do ser humano, onde laços interacionais
são criados a partir desses tipos de experiências (Loos-Sant’Ana, & Barbosa,
2017).

A volta às aulas esse ano, não será como era antes. Estaremos saindo de um
período totalmente novo da história mundial e muito delicado. Precisamos considerar
que algumas crianças terão perdido entes queridos, que a situação financeira pode ter
afetado muito a dinâmica familiar e o relacionamento entre pais e filhos, até mesmo o
fato de famílias nunca terem passado tanto tempo juntas dentro de casa é uma mudança
importante a se considerar. Também é primordial, entender que não será a volta de um
período de férias, afinal, as crianças não estavam de férias, período em que costumam
viajar ou brincar, as crianças estavam em casa de forma “forçada”, não havia outra
escolha.

Além disso, devemos considerar que algumas das crianças são do grupo de risco,
e que muitas das vezes as notícias são muito presentes em sua vida, causando medo e
6

insegurança, desta forma, compreender os sentimentos e as emoções que cercam a vida


das crianças pós-pandemia, será fundamental para intervir em ações que promovam
compreensão, acolhimento e escuta frente as marcas deixadas pelo isolamento social e
toda consequência da pandemia Covid-19.

Vale ainda ressaltar que a proposta será feita em uma escola de ensino particular
e segundo Souza, Ribeiro e Silva (2011) para entender os limites da inserção do
psicólogo escolar no ensino privado, é necessário entender que a escola particular tem
algumas características peculiares, como por exemplo: clientela de classe média e alta,
condições de trabalho diferenciadas, disponibilidade de recursos humanos e financeiros
que proporcionam à sua administração autonomia e liberdade e, comparada à escola
pública, melhor remuneração de professores e funcionários, além de ser caracterizada
por forte pressão institucional. Porém, essas características podem se apresentar de
diversas maneiras nos vários contextos do ensino particular.

Sendo assim, o presente estágio tem como objetivo trabalhar a afetividade com
as crianças do Ensino Básico de uma escola particular, uma vez que entende-se que os
alunos na volta as aulas estarão sensibilizadas com tudo o que aconteceu, sendo
necessário fazer com os mesmos conheçam os sentimentos e as emoções que estão
sentindo e a partir disso, ensiná-los a se expressarem de forma saudável, contribuindo
para o bom desenvolvimento social, emocional e intelectual, pois é sabido que a fase da
infância é uma das mais importantes e nela ocorrem experiências que deixam marcas
para o resto da vida podendo influenciar positiva ou negativamente todas as condutas
vindouras e o bem-estar físico, cognitivo, emocional e social.

Por isso, trabalhar os aspectos da afetividade poderá promover a prevenção e a


proteção psíquica, favorecendo através do lúdico a identificação e o reconhecimento das
emoções, dos sentimentos em si e no outro, potencializando a autocontrole emocional,
gerando reflexões acerca dos pensamentos e comportamentos, contribuindo com o
processo de ensino-aprendizagem e consequentemente melhorando a qualidade de vida
da criança no ambiente escolar e demais esferas.
7

2. MÉTODO

2.1. Instituição

A instituição onde o estágio será realizado trata-se de uma Escola que atende o
Ensino Infantil e Fundamental 1.

2.2 Necessidade da proposta de intervenção

Devido pandemia do Covid-19 que atingiu o mundo todo, toda a sociedade


passou a viver uma situação muito atípica. Famílias inteiras foram obrigadas a ficar
juntas dentro de casa por muito tempo, o que não estavam acostumados a fazer, famílias
perderam entes queridos que foram infectados e demais aspectos da situação como um
todo atingiram todos, gerando grande ansiedade. No meio de todos esses problemas, as
crianças, em especial foram muito afetadas, mas, diferente dos adultos, a expressão e
interpretação que elas mesmas fazem de suas emoções, é diferente. Uma vez que a volta
às aulas será diferente considerando todo esse contexto, será necessário realizar um
acolhimento com as crianças e trabalhar a afetividade delas, fazendo-as compreender
seus sentimentos e emoções.

2.3 Objetivo

O público alvo da proposta a seguir são crianças de 03 a 06 anos .O Objetivo


geral da proposta é favorecer o desenvolvimento das competências afetivas e promover
saúde emocional para as crianças do Ensino Básico no retorno das aulas pós-pandemia,
visto que as crianças podem se encontrar com a saúde emocional fragilizada e
consequentemente, se não trabalhadas suas emoções e afetos, poderão ter seu
desenvolvimento comprometido e até mesmo sua saúde mental afetada. Assim, os
objetivos específicos são:

- Conhecer os principais sentimentos e emoções que cercam as crianças no


cenário escolar pós-pandemia.
- Identificar as principais dificuldades e queixas emocionais e promover um olhar
compreensivo frente às dores dos alunos.
8

- Expor de forma lúdica as emoções primárias e assim promover o


desenvolvimento das habilidades emocionais.
- Possibilitar um retorno às aulas mais acolhedor e empático.

3. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

3.1 Descrição e definição dos encontros

Oficina das
Emoções e Duração Objetivo Materiais
Sentimentos
Encontro destinado aos pais e docentes Material explicativo sobre
a fim de explicar o que é o fenômeno afetividade
Encontro 1 1h30min afetividade a ser trabalho com as
crianças, apresentar o projeto e expor
como acontecerão as oficinas.
Conhecer as emoções primárias Filme “Divertidamente”,
Oficina 1 1h30min
básicas televisão
Nomear e identificar as emoções Cartões das emoções
Oficina 2 1h30min
primárias
Saber expressar as emoções positivas - Fantasias, máscaras e
Oficina 3 1h30min
Alegria demais acessórios lúdicos
Saber lidar e expressar as emoções Massinha
Oficina 4 1h30min
negativas - Medo, Nojo
Saber lidar e expressar as emoções Livro
Oficina 5 1h30min
negativas - Raiva, Tristeza
Conhecer os principais sentimentos Folha sulfite, lápis e livro
Oficina 6 1h30min
Saber reconhecer e identificar as Materiais recicláveis
Oficina 7 1h30min emoções e sentimentos nos outros -
Empatia
Exercer a criatividade a partir do que Aparelho de som; materiais
Oficina 8 1h30min
se aprendeu recicláveis
Devolutiva aos pais e docentes Documento com
Encontro 9 1h30min
devolutivas

3.2 Objetivos de cada encontro e a forma de trabalhar

Serão feitos encontros denominados oficinas, com duração de 1:30h cada com
atividades que elucidam ou expliquem as emoções e sentimentos e assim se trabalhe
com as mesmas. Antes do início das oficinas será realizada uma reunião com os pais e
docentes a fim de se apresentar o projeto, mostrar a importância de trabalhar com o
9

tema e até mesmo contar com o apoio de todos os envolvidos da esfera educacional.
Serão um total de 8 oficinas, uma por semana além dos encontros com os pais e
docentes no início e no final do encontro.

Oficina 1: O objetivo desse encontro é fazer com que as crianças conheçam suas
emoções primárias. As emoções consideradas básicas são Alegria, Tristeza, Raiva,
Nojo/Repulsa e Medo. Iremos trabalhar isso com as crianças através de uma sessão
Pipoca, onde elas irão assistir ao filme “Divertidamente”, que ilustra de forma lúdica,
simples e divertida essas emoções primárias e, depois do filme, poderá ser feita uma
discussão para elas falarem o que acharam do filme e o que sentiram ao assisti-lo.

Oficina 2: O objetivo dessa oficina é fazer com que as crianças, após o que
aprenderam no último encontro, nomeiem e identifiquem as suas emoções primárias.
Para isso, os nomes das emoções básicas serão colocados em cartõezinhos de cores
diferentes e, após a estagiária ou a professora falar uma frase relacionada a uma delas,
como por exemplo “eu estou muito feliz por ver meus coleguinhas novamente” ou
“minha vovó está doente e isso me preocupa”, as crianças terão que escolher a que
melhor se encaixa com a situação descrita. Assim elas aprenderão a identificar suas
emoções e, assim, nomeá-las.

Oficina 3 - O objetivo dessa oficina é fazer com que as crianças aprendam a


expressar as suas emoções positivas, com ênfase na alegria. Para isso, poderá ser feito
um teatro com as crianças de forma que elas possam expressar livremente o que é a
alegria para elas, através de uma história que elas mesmas poderão escolher.

Oficina 4 - Nesta oficina, serão trabalhadas as emoções negativas, sendo elas


medo, e nojo. As atividades serão relacionadas também a expressão corporal, podendo
ser feito o jogo da mímica e atividades com massinha (geleca) pedindo para eles as
confeccionarem, em ambos, serão feitos questionamentos sobre o que elas sentem no
processo.

Oficina 5 - O objetivo das crianças é ensinar as crianças a como lidar e se


expressar com emoções negativas com ênfase na raiva e na tristeza. O objetivo poderá
ser desenvolvido através de contação de histórias, onde estão presentes cenas em que os
personagens entram em contato com emoções desse tipo. Durante a história, a
professora, ou a estagiária, podem fazer breves pausas e perguntar para os alunos o que
10

elas acham que aqueles personagens estão sentindo e por quê, após elas responderem, a
psicóloga poderá perguntar se alguma vez elas já sentiram isso e como podem fazer para
mostrar para as pessoas que estão tendo uma determinada emoção e o que podem fazer
para ela passar, já que é uma emoção negativa, mas necessária para o processo de
crescimento de todo ser humano.

Oficina 6 - O objetivo é que as crianças conhecem e ampliam o que sabem a


respeito dos sentimentos, entendendo que estes acontecem em conjunto com a emoção.
Será pedido para que as crianças desenhem em corações já confeccionados os
sentimentos que eles já conhecem ou que costumam sentir com mais frequências. Além
disso, será contado a história o “Monstro das Cores” que ilustra bem a temática sobre os
sentimentos.

Oficina 7 - O objetivo dessa oficina é fazer com que as crianças saibam


reconhecer e identificar as emoções e sentimentos nos outros, trabalhando a empatia.
Para isso, poderá ser desenvolvido um trabalho em duplas, onde a estagiária irá pedir
para as crianças escolherem como dupla um colega com quem elas falam ou brincam
pouco e elas terão que, juntas, construir um brinquedo de materiais recicláveis, com
isso, elas poderão aprender a identificar e entender as vontades do outro, exercitando
assim, a empatia.

Oficina 8 - O objetivo desse encontro é exercitar a criatividade das crianças a


partir do que elas aprenderam. O recurso que será utilizado é o da música. Nele, as
crianças poderão confeccionar instrumentos musicais a partir de materiais recicláveis e
poderão cantar músicas. Elas ficarão livres para se expressar da forma que quiserem,
poderão dançar também se preferirem e, ao final, poderá ser discutido com elas, o que
elas sentiram através da música e como elas acham que esse encontro ajudou a entender
tudo o que aprenderam até agora. Nele, será necessário o apoio da professora de música
da escola.

Ao final de todos esses encontros, será realizada uma reunião com os pais e
docentes a fim de discutir o impacto das atividades desenvolvidas com as crianças,
perguntando a eles se houve alguma mudança no comportamento das crianças e será
importante dar um feedback sobre o que a estagiária observou durante o processo.
11

4. DISCUSSÃO

Sendo considerada a maior emergência de saúde pública que a comunidade


internacional enfrenta a décadas, o Covid 19, segundo o Ministério da Saúde, pode ser
identificado como “uma doença causada pelo corona vírus SARS-CoV-2, que apresenta
um quadro clínico que varia de infecções assintomáticas a quadros respiratórios graves”,
tendo ainda como agravante o fato de possuir um alto índice de contaminação. Ao
tempo que temos uma ciência evoluída que contribuí para rápidas respostas quanto aos
cuidados e prevenção, nos vemos tendo que lidar com diversas adaptações, como uso de
álcool gel, máscaras, proibição do contato físico e a recomendação mais desafiadora: a
quarentena e o isolamento social. De acordo com Linhares e Enumo (2020), as questões
ligadas a saúde mental da população são uma das maiores preocupações associada ao
novo corona vírus. Os autores afirmam que já há estudos que comprovam que quadros
de ansiedade, medo, depressão, pânico e até mesmo implicações psicossociais e afetivas
já é uma realidade pós pandemia.

É certo que a pandemia do Covid 19, trouxe grandes mudanças na vida de toda a
humanidade e as crianças também foram afetadas pelo contexto de crise na saúde
mundial e inclusive são as que mais podem ser afetadas psicologicamente (Linhares &
Enumo, 2020), visto que estão em desenvolvimento e muitas coisas podem parecer
confusas ou até mesmo incompreensíveis. Suas rotinas foram alteradas, aumentou a
presença dos familiares em casa, as aulas passaram ser feitas em ambiente virtuais e
muitas outras consequências de acordo com as circunstâncias familiar de cada criança.

Neste sentido, este trabalho propõe uma intervenção com alunos, na volta às
aulas pós-pandemia, e se objetiva a trabalhar com sentimentos e emoções das crianças,
pois entende-se que quando as crianças retornarem para o ambiente escolar
presencialmente estarão com suas emoções muito mais intensificadas ou desreguladas,
porém, poderão não compreendê-las ou saber lidar com elas.

No cotidiano de uma escola, nas relações entre família, alunos, professores e


demais componentes do ambiente escolar, emergem várias emoções, podendo ser raiva,
12

medo, desespero, irritação, dentre outras que podem ser de difícil resolução, essas
emoções podem ser muitas vezes, contagiosas. Cabe não só ao professor, mas também
ao psicólogo, trabalhar com essas emoções, tendo consciência de seu impacto, e
desenvolver intervenções que visem não só o caráter individual de cada aluno, mas
também o coletivo (Gaspar & Costa, 2011).

De acordo com Mahoney e Almeida (2005) a criança em seu processo de


desenvolvimento precisa ser acolhida e as experiências emocionais devem ser
estimuladas e consideradas, sendo as esferas educacionais a maior possibilidade de
acontecerem, pois é neste meio que se encontra a maior interação social da criança.
Quando isso acontece, a criança desenvolve ferramentas para lidar com suas
dificuldades, com o outro e com as emoções no geral.

Segundo Martinez (2003), o processo educativo é um “espaço de


desenvolvimento da subjetividade”, sendo assim, cabe ao Psicólogo Escolar
Educacional entender que cada criança possui essa subjetividade e é necessário que ela
tenha meios para poder desenvolvê-la. Trabalhando com a afetividade, o psicólogo pode
contribuir para isso, uma vez que emoções e sentimentos compõe a subjetividade de
cada criança.

Desta forma, ao se incentivar o reconhecimento da afetividade e trabalhar com


essa temática com os alunos, será possível contribuir com um processo de
desenvolvimento mais relacional e ao mesmo tempo vindo de encontro com as
necessidades particulares de acordo com as demandas individuais, sendo o maior
interesse promover um impacto em todo contexto escolar e fazer com que o processo
desenvolvimental da criança pós-pandemia não seja prejudicado, ao contrário, seja
fortalecido, de forma que a criança se sinta acolhida e seja considerada um ser particular
em seu meio (Mahoney & Almeida, 2005).

Assim, o projeto aqui desenvolvido busca trabalhar, com as emoções das


crianças a fim de potencializar o autocontrole emocional e a saúde mental, promovendo
através de dinâmicas, discussões e atividades lúdicas, a possibilidade dos alunos
reconhecerem o que estão sentindo, se perceberem, serem empáticos e principalmente
se sentirem acolhidos.
13

5. REFERÊNCIAS

Andrada, E.G.C.D. (2005). Novos paradigmas na prática do psicólogo escolar.


Psicologia: reflexão e crítica, 18(2), 196-199.

Antunes, M. A. M. (2008). Psicologia Escolar e Educacional: história, compromissos e


perspectivas. Psicologia Escolar e Educacional, 12(2), 469-475.

Conselho Federal de Psicologia (2007). Resolução CFP N.º 013/2007 -Consolidação das
resoluções relativas ao título profissional de especialista em psicologia. Brasília

Gaspar, F. D. R., & Costa, T. A. (2011). Afetividade e atuação do psicólogo escolar.


Psicologia Escolar e Educacional, 15(1), 121-129.

Linhares, Maria Beatriz Martins, & Enumo, Sônia Regina Fiorim. (2020). Reflexões
baseadas na Psicologia sobre efeitos da pandemia COVID-19 no desenvolvimento
infantil. Estudos de Psicologia (Campinas), 37, e200089. Epub June 05,
2020.https://doi.org/10.1590/1982-0275202037e200089

Loos-Sant’Ana, Helga, & Barbosa, Priscila Mossato Rodrigues. (2017). Dando voz
às crianças: percepções acerca do papel da dimensão afetiva na atividade
pedagógica. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, 98(249), 446-466.
https://dx.doi.org/10.24109/2176-6681.rbep.98i249.2639

Mahoney, A. A., & Almeida, L. R. (2005). Afetividade e processo ensino-


aprendizagem: contribuições de Henri Wallon. Psicologia da Educação, (20), 11-
30.

Marinho-Araujo, C. M. (2010). Psicologia Escolar: pesquisa e intervenção. Em Aberto,


83(23), 15-35

Martinéz, A. M. O psicólogo na construção da proposta pedagógica da escola: áreas de


atuação e desafios para sua formação. In: ALMEIDA, S. F. C. (Org.). Psicologia
Escolar: ética e competências na formação profissional. Campinas: Alínea, 2003a.
Cap. 5, p. 105-124.
14

Martins, J. B. (2003). A atuação do psicólogo escolar: multirreferencialidade,


implicação e escuta clínica. Psicologia em estudo, 8(2), 39-45.

Souza, C.S, Ribeiro, M.J., & Silva, S.M.C.. (2011). A atuação do psicólogo escolar na
rede particular de ensino. Psicologia Escolar e Educacional, 15(1), 53-61.

Você também pode gostar