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CENTRO UNIVERSITARIO DO DISTRITO FEDERAL – UDF

AMANDA BARROSO DE JESUS, MICHELE OLIVEIRA CAPANEMA, VICTOR HUGO


DOS SANTOS SOUZA

A INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA NA FORMAÇÃO EMOCIONAL DA


CRIANÇA: REFLEXOS NA VIDA ADULTA

BRASÍLIA
2023
2

AMANDA BARROSO, MICHELLE OLIVEIRA, VICTOR HUGO

A INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA NA FORMAÇÃO EMOCIONAL DA


CRIANÇA: REFLEXOS NA VIDA ADULTA

Trabalho apresentado ao curso de Psicologia da


UDF como pré-requisito para aprovação na
disciplina Radi I.
Orientador: prof. Me. Wladimir jatobá de Menezes

BRASÍLIA
2023
3

RESUMO

A violência verbal e o abuso emocional são formas de violência que podem ser especialmente
graves quando ocorrem na infância. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), "a
violência na infância é uma violação dos direitos humanos e pode ter consequências
devastadoras para a vida da criança, comprometendo seu desenvolvimento e afetando sua saúde
física e mental" (ONU, 2018). Portanto, é fundamental que se compreenda a gravidade dessas
formas de violência na infância. A violência verbal pode ter efeitos profundos e duradouros na
autoestima e no desenvolvimento emocional das crianças. Como destaca a psicóloga infantil
Daniella Freixo de Faria, "as palavras têm um peso enorme na construção da identidade e da
autoestima da criança" (FARIA, 2019). Já o abuso emocional pode incluir comportamentos
como a manipulação, a humilhação e o controle, que podem causar danos psicológicos
significativos. O abuso emocional na infância pode deixar marcas profundas, afetando a
personalidade, a autoestima e as relações interpessoais da criança" (FELICIANO, 2018).

Palavras - chave: violência verbal, abuso emocional, crianças.

ABSTRACT

Verbal violence and emotional abuse are forms of violence that can be particularly serious when
they occur in childhood. According to the United Nations (UN), "violence against children is a
violation of human rights and can have devastating consequences for the child's life,
compromising their development and affecting their physical and mental health" (UN, 2018).
Therefore, it is essential to understand the gravity of these forms of violence in childhood.
Verbal violence can have profound and lasting effects on the self-esteem and emotional
development of children. As child psychologist Daniella Freixo de Faria emphasizes, "words
have a huge weight in the construction of the child's identity and self-esteem" (FARIA, 2019).
Emotional abuse can include behaviors such as manipulation, humiliation, and control, which
can cause significant psychological damage. Emotional abuse in childhood can leave deep
marks, affecting the child's personality, self-esteem, and interpersonal relationships"
(FELICIANO, 2018).

Key - words: verbal violence, emotional abuse, children.


4

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 05

1.1 PROBLEMA ................................................................................................ 06

1.2 QUESTÕES NORTEADORAS .................................................................... 07

1.3 OBJETIVOS ................................................................................................. 07

1.3.1 Objetivo Geral ....................................................................................... 07

1.3.2 Objetivos Específicos............................................................................. 08

1.4 JUSTIFICATIVA ......................................................................................... 08

2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................ 09

3 MÉTODO ............................................................................................................ 12

4 RESULTADOS ................................................................................................... 17

5 CONCLUSÃO..........................................................................................................19
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................21
7 CRONOGRAMA ................................................................................................ 22

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 23


5

1. INTRODUÇÃO

A violência verbal e o abuso emocional na infância são formas de violência que podem
ter reflexos profundos na vida adulta. Como destaca a psicóloga clínica Ana Beatriz Barbosa
Silva, "a violência verbal e o abuso emocional são vivências que podem provocar
consequências negativas por toda a vida. Ainda que a criança se recupere do evento traumático,
as marcas emocionais permanecem" (SILVA, 2017).

Estudos indicam que as pessoas que foram vítimas de violência na infância, incluindo a
verbal e emocional, têm maior propensão a desenvolver problemas emocionais e psicológicos
na vida adulta. Como destaca a psicóloga Sabrina dos Santos Rodrigues, "os efeitos dessas
vivências podem manifestar-se na vida adulta como sintomas de ansiedade, depressão,
transtornos alimentares, dificuldades nas relações interpessoais e baixa autoestima"
(RODRIGUES, 2018).

Além disso, a violência verbal e o abuso emocional podem afetar negativamente o


desenvolvimento cognitivo e social da criança, comprometendo sua capacidade de aprendizado
e interação com outras pessoas. Como destaca a psicóloga infantil Denise de Sousa Feliciano,
"a exposição prolongada a situações de violência e abuso pode afetar a capacidade da criança
de se concentrar, aprender e interagir com o meio social" (FELICIANO, 2018).

Diante do exposto, o presente projeto tem como proposta, investigar o impacto da


violência verbal e do abuso emocional por parte dos membros da família durante a infância no
desenvolvimento emocional e na autoestima na idade adulta, por meio de uma revisão
bibliográfica narrativa, a fim de identificar as principais consequências negativas e fatores de
risco associados a essa forma de violência, bem como os possíveis mecanismos psicológicos
envolvidos.

Essa revisão pode contribuir para a identificação de fatores de risco associados à


violência verbal e ao abuso emocional na infância, que podem ajudar a prevenir essas formas
de violência no futuro e para uma melhor compreensão do impacto da violência verbal e do
abuso emocional na vida adulta, fornecendo informações importantes para prevenção e
tratamento dessas formas de violência doméstica.
6

Uma revisão realizada por Teicher e Samson (2016) destaca que a exposição à violência
verbal e ao abuso emocional na infância pode afetar a estrutura e a função do cérebro, resultando
em alterações neurobiológicas que podem levar a problemas de saúde mental na vida adulta. A
pesquisa sobre esse tema tem se intensificado nas últimas décadas, com resultados cada vez
mais robustos e consistentes. Alguns estudos indicam que a exposição à violência verbal e ao
abuso emocional na infância pode afetar a capacidade de estabelecer relacionamentos saudáveis
na vida adulta (BERGER ET AL., 2017; LEREYA ET AL., 2013). Diante desse contexto
iremos ver como a violência verbal e o abuso emocional presente no desenvolvimento infantil
reflete na vida adulta.

1.1 PROBLEMA

A exposição à violência verbal e ao abuso emocional na infância pode interferir no


desenvolvimento do estágio operacional concreto, uma vez que pode afetar a capacidade da
criança de compreender as relações entre objetos e eventos. Isso pode levar a dificuldades na
resolução de problemas e na realização de operações mentais concretas, que são habilidades
importantes no estágio operacional concreto.

Estudos mostram que a exposição à violência verbal e ao abuso emocional na infância


está associada a uma série de problemas de saúde mental na vida adulta, incluindo transtornos
de ansiedade, transtornos depressivos, transtornos de estresse pós-traumático e transtornos de
personalidade. Além disso, essas experiências também podem afetar a capacidade de se
relacionar com outras pessoas e a capacidade de lidar com situações estressantes.

Segundo Piaget (1977), o desenvolvimento cognitivo passa por quatro personalidades


distintas: o estágio sensório-motor, o estágio pré-operacional, o estágio operacional concreto e
o estágio operacional formal. No estágio operacional concreto (dos 7 aos 12 anos), a criança
adquire habilidades de pensamento lógico e é capaz de realizar operações em objetos concretos.

Seguindo essa premissa, o estágio operacional concreto na teoria de Piaget é


caracterizado pelo desenvolvimento da capacidade de pensamento lógico e operatório em
objetos concretos. Nesse estágio, a criança é capaz de realizar operações mentais reversíveis e
compreender as relações entre objetos e eventos.

Podemos apresentar uma problemática, a partir dessa observação. Diante dessa


realidade podemos analisar criticamente a literatura existente sobre o assunto para entender
7

melhor os efeitos da exposição à violência verbal e ao abuso emocional na infância sobre a


saúde mental, e quais são as suas consequências na vida adulta.

1.2 QUESTÕES NORTEADORAS

Entender como a violência verbal e o abuso emocional na infância podem afetar a saúde
mental na vida adulta é fundamental para desenvolver estratégias eficazes de prevenção e
tratamento desses problemas. Além disso, essa compreensão pode ajudar a sensibilizar a
sociedade e os profissionais da saúde sobre a importância de combater essas formas de maus-
tratos na infância e promover o bem-estar psicológico na vida adulta.

Diante o exposto, pode-se destacar como questões norteadoras:

1. Quais são os efeitos da violência verbal e do abuso emocional na infância sobre a


saúde mental na vida adulta?
2. Como essas formas de maus-tratos podem afetar a capacidade de estabelecer
relacionamentos saudáveis na vida adulta?
3. Quais são as estratégias eficazes para prevenir e tratar os problemas de saúde mental
relacionados à exposição à violência verbal e ao abuso emocional na infância?
4. Qual é o papel dos pais e responsáveis na prevenção da exposição à violência verbal
e ao abuso emocional na infância?
5. Quais são os problemas de saúde mental na vida adulta associados à exposição à
violência verbal e ao abuso emocional na infância?

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 OBJETIVO GERAL

Nosso objetivo é analisar o impacto da violência verbal e do abuso emocional por parte
dos membros da família durante a infância no desenvolvimento emocional e na autoestima na
idade adulta, por meio de uma revisão sistemática da literatura científica disponível, a fim de
identificar as principais consequências negativas na saúde mental e quais são os fatores de risco
associados a essa forma de violência, bem como os possíveis mecanismos psicológicos
envolvidos.
8

1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Investigar os impactos da exposição à violência verbal e ao abuso emocional


na infância sobre a saúde mental na vida adulta.
2. Analisar as principais formas de violência verbal e abuso emocional que
podem afetar o desenvolvimento infantil.
3. Propor medidas e estratégias para a promoção da conscientização sobre a
importância da prevenção da violência verbal e do abuso emocional na
infância e para a proteção das crianças dessas formas de maus-tratos.

1.4 JUSTIFICATIVA

A violência verbal e o abuso emocional na infância são formas de maus-tratos que


podem ter consequências significativas para a saúde mental e bem-estar das crianças. Estudos
indicam que a exposição à violência verbal e ao abuso emocional na infância pode estar
associada a transtornos de ansiedade, depressão, estresse pós-traumático e transtornos de
personalidade na vida adulta. Além disso, essas experiências também podem afetar a
capacidade da criança de se relacionar com outras pessoas e lidar com situações estressantes.
Espera-se que este estudo contribua para a promoção da conscientização sobre a importância
da prevenção da violência verbal e do abuso emocional na infância e para a proteção das
crianças dessas formas de maus-tratos.

A relevância social desse tema reside no fato de a família ser considerada o principal
contexto de socialização da criança. Durante os primeiros anos de vida, os vínculos formados
com os pais ou cuidadores primários desempenham um papel fundamental na regulação das
emoções de uma criança na construção da autoestima e no desenvolvimento de habilidades
sociais. Uma família que oferece apoio emocional, comunicação aberta e segurança emocional
tem o potencial de promover o bem-estar e a saúde mental das crianças capacitando-as para
enfrentar os desafios futuros da vida adulta.

Além disso, a influência da família na formação afetiva da criança tem implicações


acadêmicas relevantes. Estudos mostram que crianças que crescem em ambientes domésticos
que promovem a expressão emocional e o desenvolvimento de aptidões socioemocionais
tendem a ter melhor desempenho académico, maior motivação acadêmica e maior capacitância
9

de lidar com situações estressantes. Por outro lado, crianças expostas a conflitos domésticos
frequentes, negligência emocional ou abuso podem experienciar dificuldades emocionais e de
aprendizado ao longo da vida.

Em suma, a influência da família na formação afetiva da criança tem uma relevância


social e educacional inegável. Compreender como a dinâmica familiar afeta o desenvolvimento
emocional das crianças e suas consequências na vida adulta permite promover ambientes
familiares mais saudáveis e dar suporte adequado às famílias e crianças em suas necessidades
emocionais. Investir nesse entendimento é uma forma de promover o bem-estar emocional e
criar uma sociedade mais saudável e resiliente.

2 REVISÃO DA LITERATURA

Rodrigues (2011) conceitua família em três principais acepções: 1) família que é


composta por um grupo de pessoas ligadas em função de uma relação de dependência, mesmo
com a ausência de laço consanguíneo entre elas; 2) família que pode ser formada somente por
pessoas que possuem algum vínculo de parentesco entre si, seja consanguíneo, ou de outras
formas; e a 3) família constituída por integrantes vinculados entre si devido a sua convivência,
por serem filhos e cônjuges (filiação e matrimônio).

A principal instância de socialização para o ser humano tem sido entendida como sendo
a família. Dentro do seio familiar, a criança é capaz de se desenvolver e crescer, passando por
um extenso processo de assimilação cultural que é característico de uma sociedade ou povo
específico. Além disso, a relação familiar é fundamental para garantir que a criança adquira
hábitos culturais e supere suas necessidades básicas mais urgentes, permitindo que ela
sobreviva e prospere (VYGOTSKI, 1994).

O ambiente familiar oferece condições ideais para o estabelecimento dos primeiros


contatos com o mundo e a linguagem, que constituem o cerne das relações afetivas, sociais e
cognitivas e podem ter um impacto duradouro na vida individual e coletiva. (OLIVEIRA;
BRAGA; PRADO, 2017).

Para Minayo (2006) A qualidade da experiência afetiva é de grande importância para o


desenvolvimento humano, especialmente na primeira infância. Isso ocorre porque os primeiros
10

anos de vida são fundamentais para que se estabeleçam padrões de comportamento e formas de
lidar com as emoções individuais.

De acordo com Piaget (1977), o afeto e o cognitivo são interdependentes, embora sejam
conceitos diferentes. Ele argumenta que a cognição é influenciada pelos laços afetivos da
criança com seus pais ou cuidadores, que representam a base fundamental da formação
individual.

A família acaba tendo um enorme papel na vida de uma criança, sendo ela sua primeira
base e influência. O meio onde ela vive é importante para a construção de sua conduta. Ela é
responsável por ensinar, educar e inserir a criança na sociedade, visto que seus costumes e modo
de vida influenciarão a criança. A família fica responsável por ensinar, impor respeito, e por
incentivar a criança a fazer coisas corretas se necessário a partir de regras (RIBEIRO; BÉSSIA,
2015).

De acordo com a pesquisa realizada por Lopes e Tal (2021), a qualidade da relação entre
pais e filhos é um fator determinante para o desenvolvimento infantil saudável. Segundo os
autores, “a qualidade da interação entre pais e filhos é um dos principais determinantes do
desenvolvimento emocional e cognitivo da criança”.

Os fatores de risco ao desenvolvimento também estão relacionados a todas as formas de


violência cometidas contra acriança. Como as práticas de violência sexual, física, psicológica,
ou quando a criança presencia atos de violência entre os adultos e os inúmeros casos de
negligência6 para a infância (MAIA & WILLIAMS, 2005).

Neste sentido, Barnett (1997) descreve que os fatores de risco, que acarretam um maior
potencial de prejuízo ao desenvolvimento da criança, assim como comprometem seu processo
de aprendizagem, estão relacionados aos casos de negligência e abuso durante a infância,
principalmente por estas crianças estarem em maior situação de vulnerabilidade. Estes fatores
ocasionam repercussões graves na trajetória de vida da criança (vinculam os anos iniciais,
adolescência e fase adulta), por comprometerem áreas do desenvolvimento, como a da
linguagem, cognitiva e socioemocional, assim como seu desempenho acadêmico. Crianças que
sofrem violência, de um modo geral, manifestam déficit de competências afetivas e
comportamentos destrutivos (DELVAN ET AL., 2010; OLIVEIRAFORMOSINHO &
ARAÚJO, 2002).
11

Nesta perspectiva, fica evidente a importância da família para o desenvolvimento do ser


humano, que se expande da infância em um processo contínuo até a velhice. Em razão disso,
as experiências de afeto e cuidado no ambiente familiar determinarão as habilidades de
funcionamento efetivo nos demais contextos (BRONFENBRENNER, 2011).

Uma vez que o desenvolvimento da criança ocorre por meio da relação entre as
características biopsicológicas da pessoa (BRONFENBRENNER, 2011) com as interações
ofertadas pelo ambiente em que a criança está inserida, serão os elementos adversos (tais como
as características da própria criança e de seus pais, as condições socioeconômicas, elementos
culturais, símbolos, entre outros) dessas áreas que provocam uma possível alteração no
movimento normal de desenvolvimento. Ou seja, o desenvolvimento da criança é influenciado
pelas peculiaridades das pessoas e do contexto em que acriança está inserida, e, quando estas
características apresentam um potencial negativo, podem acarretar um possível prejuízo ao
desenvolvimento na infância. Esta possível alteração é concebida como risco para o
desenvolvimento (OPAS, 2005).

Anton (2012) detalha, por meio da teoria sistêmica, quatro categorias de patologias
(como deficiências ou atrasos presentes na família) que se manifestam no sistema familiar, a
partir de desordens e possíveis fatores de risco que ocorrem na interação e dinâmica familiar:

▪ Patologia de fronteira - Patologia de fronteira - relacionada à fragmentação entre


diversos subsistemas familiares, propiciando um funcionamento de modo rígido que
desequilibra o desenvolvimento natural do ciclo vital familiar, pois é rompida a possibilidade
de se passar de etapa, impedindo os integrantes destes subsistemas de alterar suas funções,
papéis e outras experiências neste ambiente;

▪ Patologia de alianças - desvio de conflitos ou a designação de um bode expiatório e as


coalizões transgeracionais inadequadas, estas em especial, desencadeiam prejuízos para o
desenvolvimento da criança; 28

▪ Patologia de triângulos - referente aos desequilíbrios hierárquicos na tentativa de


encobrir tensões entre os membros do sistema familiar;

▪ Patologia de hierarquias - quando ocorre uma inversão de papéis hierárquicos de poder


que ocasiona um enfraquecimento das forças para a estrutura da família.
12

Diante da relevância do tema e da complexidade das relações entre a exposição à


violência verbal e ao abuso emocional na infância e o desenvolvimento na vida adulta, esta
revisão de literatura buscou integrar os principais achados e evidências disponíveis sobre o
tema, a fim de fornecer um panorama abrangente e atualizado sobre o assunto.

Podemos enfatizar que ações preventivas envolvem o apoio familiar que pode ser uma
fonte de proteção para a criança, quando os vínculos afetivos são saudáveis e a relação é
marcada pelo amor e pelo cuidado. E é essencial que os profissionais que atuam na área da
infância estejam atentos aos sinais de violência doméstica e abuso emocional, para que possam
intervir precocemente e proteger o desenvolvimento saudável da criança.

3 MÉTODOS

Neste estudo, será realizada uma revisão bibliográfica narrativa para explorar a
influência da família na formação emocional da criança e seus reflexos na vida adulta. Para
isso, serão estabelecidos critérios de inclusão e exclusão que ajudarão a selecionar
adequadamente os artigos relevantes e de alta qualidade para a revisão. Serão utilizadas fontes
variadas na área da Psicologia, como sites, teses, livros, dissertações, revistas e artigos
científicos disponíveis em plataformas como Scielo, Pepsic, Periódicos, Teses, Sibi, Biblioteca
virtual e Dedalus, entre outros.

Critérios de Inclusão: Relevância temática: Os artigos selecionados devem abordar


diretamente a influência da família na formação emocional da criança e seus reflexos na vida
adulta. Serão consideradas pesquisas que explorem a relação entre o ambiente familiar e o
desenvolvimento emocional da criança ao longo do tempo, bem como os possíveis impactos
dessas experiências na vida adulta. Publicação recente: Serão incluídos artigos publicados no
Brasil nos últimos 20 anos, a fim de considerar as pesquisas mais atualizadas sobre o tema.
Fontes confiáveis: Serão considerados artigos publicados em revistas científicas indexadas e
reconhecidas, garantindo a qualidade e a validade dos estudos selecionados.

Critérios de Exclusão: Artigos não científicos: Serão excluídos livros, capítulos de


livros, teses, dissertações, resumos de conferências e outras formas de publicação que não sejam
artigos científicos. Estudos não relacionados: Serão excluídos artigos que não abordem
diretamente a influência da família na formação emocional da criança e seus reflexos na vida
adulta. Qualidade inadequada: Artigos com qualidade metodológica insuficiente, amostragem
13

não representativa ou problemas de validade interna serão excluídos, a fim de assegurar a


confiabilidade dos resultados. Serão utilizadas palavras-chave específicas para delimitar a
pesquisa sobre a influência da família na formação emocional da criança e seus reflexos na vida
adulta. As palavras-chave selecionadas são as seguintes: família, formação emocional, criança,
desenvolvimento emocional, reflexos na vida adulta, influência familiar, relações familiares,
dinâmica familiar, ambiente familiar, vínculo familiar

Base de Temas Características


Item Título Autores Revista/Livro
Dados Investigados do Método

Este artigo examina O estudo adota um


o conceito de modelo híbrido de
Desenvolvimento desenvolvimento
Infantil (DI) por conceitual com três
profissionais que fases interligadas:
trabalham com teórica (revisão da
Juliana Martins de crianças e famílias, literatura), campo
Desenvolvimento Revista Latino-
Souza e Maria de La abordando (entrevistas com
1 Scielo infantil: análise de Americana de
Ó Ramallo atributos, profissionais de
um novo conceito Enfermagem
Veríssimo antecedentes, desenvolvimento
consequências e infantil) e analítica
definições por meio (análise das quatro
de revisão categorias:
bibliográfica e atributos,
pesquisa de campo antecedentes,
com especialistas. consequências e
definição do
conceito).
Este estudo O estudo usou a
descritivo usou a revisão integrativa
revisão integrativa de literatura para
de literatura para resumir e analisar o
resumir e analisar o conhecimento sobre
A relação entre as
conhecimento sobre o tema investigado.
emoções da infância
Revista GALL, Monique várias áreas As etapas incluíram
2 e suas Revast
Cientifica Heinen E UEHARA, relacionadas a definir o tema,
implicações na vida
Emmy emoções, incluindo buscar na literatura,
adulta
infância, coletar dados,
adolescência, analisar estudos,
habilidades sociais, discutir resultados e
cérebro e relações apresentar a
familiares. revisão.
O artigo trata dos
Discutir e fazer uma
desafios conceituais
pesquisa sobre as
e teóricos no estudo
Estudando a Família questões
das famílias
em Psicologia: conceituais e
Maria Auxiliadora brasileiras na
3 Scielo Desenvolvimento: Ciência e teóricas relacionas
Dessen segunda metade do
Desafios Conceituais Profissão ao estudo da familia
século XX,
e Teóricos em
destacando a
desenvolvimento.
diversidade étnico-
cultural. Enfatiza a
14

adoção do conceito
ecopsicológico de
família na pesquisa
familiar, abordando
questões
conceituais,
definições da
família
contemporânea e
perspectivas
teóricas para
orientar
pesquisadores.

O estudo examina o A coleta de dados


impacto de fatores incluiu entrevistas
familiares no com os pais,
desenvolvimento aplicação de
infantil, incluindo instrumentos e
riscos e proteções. observações da
A intervenção interação mãe-filho.
consistiu em 10 Usamos o Protocolo
sessões abordando Revisado de
tópicos como Observação da
Nancy Capretz desenvolvimento Família para avaliar
Batista da Silva, infantil, os estilos de
Variáveis da Família Temas psicol.
Célia Cristina Nunes, comunicação interação. A fase de
e seu Impacto sobre vol.16 no.2
Pepsic Michelle Cristine parental, disciplina, intervenção
4 o Desenvolvimento Ribeirão Preto
Mazzeto Betti e violência consistiu em 10
Infantil 2008
Karyne de Souza doméstica, sessões semanais de
Augusto Rios. monitoramento uma hora e meia,
parental e com diversas
comportamento estratégias como
moral. Estudos vídeos, dinâmicas,
referidos focam em discussões, role-
crianças com play, técnicas de
desempenho escolar relaxamento,
fraco e suporte manejo de raiva,
parental para solução de
crianças com problemas e tarefas
problemas na de casa.
escola.
O artigo aborda o
O artigo trata de
desafio de
vários tópicos sobre
determinar se os
dinâmica familiar e
métodos de
seu impacto no
pesquisa
desenvolvimento
(entrevistas,
humano. Ele aborda
questionários,
temas como o
escalas,
desenvolvimento da
observações) são
"família edipiana,"
adequados para
estudo de famílias
entender o
de psicóticos e
Maria Auxiliadora funcionamento das
Questões de Família processos de
5 Scielo Dessen Norberto Editorial famílias. Destaca a
e Desenvolvimento comunicação
Abreu e Silva Neto necessidade de
humana. O editorial
avaliar se o método
enfatiza a
escolhido pelo
necessidade de
pesquisador é
incluir questões
apropriado para
familiares na
capturar a realidade.
prática profissional
Também questiona
e na pesquisa para
a utilidade da
compreender
abordagem teórica,
verdadeiramente o
a sensibilidade dos
indivíduo em sua
instrumentos e a
singularidade.
representatividade
15

cultural. Em
resumo, enfatiza a
importância de
selecionar métodos
de pesquisa que se
adequem às
perguntas e à
realidade familiar
em estudo.
O tema investigado
no artigo é a relação
O estudo analisou
entre a qualidade do
350 crianças de 17
ambiente doméstico
a 42 meses em
eo
Salvador, Bahia.
desenvolvimento
Coletou dados com
cognitivo infantil. O
questionários
estudo analisa como
socioeconômicos, o
a estimulação
inventário HOME
ambiental presente
para estimulação no
no ambiente
ambiente familiar e
familiar pode afetar
a escala Bayley de
o desempenho
Ambiente familiar e desenvolvimento
cognitivo das
desenvolvimento Susane Anjos infantil. Usou
Rev. Saúde crianças, bem como
6 Scielo cognitivo infantil: Andrade e análises univariadas
Pública os fatores que
uma abordagem colaboradores e regressão linear
influenciam a
epidemiológica com um nível de
qualidade do
significância de 5%.
estímulo doméstico.
Destacou a
O artigo também
importância de
destaca a
abordagens
importância do
hierárquicas para
tema e sugere
entender a
estratégias para
influência do
melhorar a
ambiente familiar
qualidade do
no desenvolvimento
ambiente doméstico
cognitivo das
e promover o
crianças.
desenvolvimento
cognitivo infantil.
Os temas
investigados no
artigo são as
dificuldades
enfrentadas pelos O estudo
pais na educação apresentado é uma
dos filhos durante a revisão
adolescência, como bibliográfica, ou
a iniciação sexual seja, uma análise
precoce e o uso de sistemática de
drogas. Além disso, artigos e
Família e
o estudo publicações
adolescência: a
Elisângela Maria bibliográfico científicas sobre o
influência do Dossiê -
Machado Pratta* também aborda a tema em questão.
7 Scielo contexto familiar no Psicologia e
Manoel Antonio dos influência da Portanto, a
desenvolvimento Adolescência
Santos família no metodologia
psicológico de seus
desenvolvimento utilizada foi a
membros
psicológico dos análise de fontes
seus membros nessa secundárias, com o
fase da vida. O objetivo de
objetivo é sistematizar os
identificar essas resultados obtidos
questões para que em pesquisas
mais pesquisas anteriores.
possam ser
realizadas e ajudar
as famílias a lidar
com esses desafios
16

O estudo teórico
apresentado nesta
edição investiga a
relação entre
educação e família,
com foco na
importância da
família para o
desenvolvimento
infantil e da
aprendizagem. Os O estudo teórico
A importância da autores discutem discute a relação
Oliveira, Daniela
família para o como a família entre educação e
emilena santiago
desenvolvimento pode assumir seu família, com foco
dias, Amanda Introciência
8 Scielo infantil e para o papel de na importância da
caroline pavinato, revista cientifica
desenvolvimento da protagonista no família para o
Gaziela aparecida
aprendizagem: um cuidado e atenção desenvolvimento
santos, João vitor
estudo teórico às crianças, além de infantil e da
entender a aprendizagem
importância da
parceria entre
escola e família
para a construção
de uma relação
dialógica que
promova o
desenvolvimento
saudável das
crianças.
Discutir e fazer uma
O estudo apresenta pesquisa sobre as
Joviane Marcondelli uma revisão da questões
Fatores de risco e
Dias Maia e Lucia Temas em literatura sobre conceituais e
proteção ao
9 Pepsic Cavalcanti de Psicologia", fatores de risco e teóricas relacionas
desenvolvimento
Albuquerque volume 13 fatores de proteção ao estudo da familia
infantil.
Williams ao desenvolvimento em
infantil. desenvolvimento.

Os temas A intervenção
investigados na consistiu em 10
intervenção descrita sessões semanais de
no foram: 1,5 horas, usando
desenvolvimento estratégias diversas.
infantil, habilidades A coleta de dados
de comunicação envolveu
parental, técnicas de entrevistas com os
disciplina pais e instrumentos
adequadas, como Escala de
violência Competência
Nancy Capretz
doméstica, Parental, Escala
Batista da SilvaI;
monitoria parental Parental, Inventário
Variáveis da família Célia Cristina
Temas em positiva e de Potencial para
e seu impacto sobre NunesII; Michelle
10 Pepsic Psicologia", comportamento Abuso Infantil,
o desenvolvimento Cristine Mazzeto
volume 16 moral. Já os artigos Questionário de
infantil" BettiIII; Karyne de
citados no Temperamento e
Souza Augusto
discutem recursos e Questionário de
RiosIV
adversidades no Satisfação do
ambiente familiar Cliente.
de crianças com Observações da
desempenho escolar interação mãe-filho
pobre, suporte foram feitas em
parental em uma família,
crianças com avaliando os estilos
queixas escolares e de interação com o
tendências atuais Protocolo Revisado
em programas de de Observação da
intervenção Família. O estudo
17

familiar. O discute tinha o objetivo de


as variáveis avaliar aspectos do
familiares que ambiente familiar
podem impactar no por meio de
desenvolvimento entrevistas e
infantil. caracterizar
subgrupos com base
em variáveis do
contexto familiar.

4 RESULTADOS

A exposição à violência verbal e ao abuso emocional na infância tem sido associada a


uma série de consequências negativas para o desenvolvimento emocional e psicológico das
crianças. Estudos indicam que essas experiências podem deixar marcas emocionais que
perduram ao longo da vida adulta (SILVA, 2017). As vítimas de violência verbal e abuso
emocional na infância têm maior propensão a desenvolver problemas de saúde mental,
incluindo ansiedade, depressão, transtornos alimentares e baixa autoestima (RODRIGUES,
2018). Além disso, a exposição prolongada a essas formas de violência pode afetar o
desenvolvimento cognitivo e social da criança, prejudicando sua capacidade de concentração,
aprendizado e interação social (FELICIANO, 2018).

Os efeitos da violência verbal e do abuso emocional na infância sobre a saúde mental


na vida adulta são significativos e bem documentados na literatura. A exposição a essas formas
de maus-tratos na infância está associada a uma série de problemas de saúde mental, incluindo
depressão, ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), baixa autoestima e até
mesmo ideação suicida. Estudos, como o de Teicher et al. (2006), demonstraram que o abuso
emocional pode levar a alterações estruturais no cérebro, afetando a regulação emocional e a
resposta ao estresse, que, por sua vez, podem persistir na vida adulta.

A exposição à violência verbal e ao abuso emocional na infância pode afetar


profundamente a capacidade de estabelecer relacionamentos saudáveis na vida adulta. Isso
ocorre porque essas experiências traumáticas podem prejudicar a autoestima, a capacidade de
confiar nos outros e a habilidade de expressar emoções de maneira saudável. Indivíduos que
foram vítimas de abuso emocional na infância também podem reproduzir padrões de
comportamento abusivo em seus relacionamentos, perpetuando um ciclo de violência.
18

Pesquisas, como o estudo de Nelson et al. (2006), evidenciam essas conexões entre maus-tratos
na infância e relacionamentos interpessoais problemáticos na vida adulta.

A teoria de Piaget (1977) destaca que o estágio operacional concreto é crucial para o
desenvolvimento da capacidade de pensamento lógico e operatório em objetos concretos, e a
exposição à violência verbal e ao abuso emocional pode interferir nesse processo.

A violência verbal e ao abuso emocional na infância está associada a uma série de


problemas de saúde mental na vida adulta. Além das condições mencionadas anteriormente,
indivíduos que sofreram maus-tratos na infância têm maior probabilidade de desenvolver
Transtornos de ansiedade, depressão, transtornos de estresse pós-traumático, e dificuldades de
regulação emocional. Um estudo de referência é o de Fergusson et al. (2008), que encontrou
associações entre a exposição a maus-tratos na infância e múltiplos problemas de saúde mental
na vida adulta. Esses efeitos negativos podem perdurar ao longo da vida adulta, afetando o bem-
estar psicológico das vítimas. Além disso, a capacidade de estabelecer relacionamentos
saudáveis na vida adulta pode ser comprometida pela exposição à violência verbal e ao abuso
emocional na infância (BERGER ET AL., 2017).

A dificuldade em confiar em outras pessoas e lidar com conflitos interpessoais pode ser
uma consequência dessas experiências traumáticas. Diversos fatores de risco estão associados
à exposição à violência verbal e ao abuso emocional na infância. Negligência emocional,
conflitos domésticos frequentes e inversão de papéis hierárquicos de poder na família são
alguns exemplos de situações que aumentam a vulnerabilidade das crianças a essas formas de
maus-tratos (BARNETT, 1997; DELVAN ET AL., 2010).

Mecanismos psicológicos também desempenham um papel importante na compreensão


do impacto da violência verbal e do abuso emocional na vida adulta. A teoria sistêmica
identifica patologias relacionadas à dinâmica familiar, como patologia de fronteira, patologia
de alianças, patologia de triângulos e patologia de hierarquias (ANTON, 2012), que podem
influenciar o desenvolvimento da criança e ter repercussões na vida adulta.

O papel dos pais e responsáveis na prevenção da exposição à violência verbal e ao abuso


emocional na infância é crucial. Eles devem ser educados sobre os efeitos prejudiciais dessas
formas de maus-tratos e receber apoio para desenvolver habilidades parentais saudáveis.
Programas de prevenção baseados em evidências, como o programa Parent-Child Interaction
Therapy (PCIT), enfocam o fortalecimento dos vínculos familiares e a promoção de interações
19

positivas entre pais e filhos. A pesquisa de Nixon et al. (2003) demonstrou que o PCIT pode
reduzir comportamentos negativos e melhorar a qualidade dos relacionamentos parentais.

Diante dos impactos negativos da violência verbal e do abuso emocional na infância, é


fundamental desenvolver estratégias eficazes de prevenção e intervenção. A qualidade da
relação entre pais e filhos desempenha um papel determinante no desenvolvimento infantil
saudável (LOPES & TAL, 2021). Portanto, promover relacionamentos familiares saudáveis,
com comunicação aberta e apoio emocional, pode ser uma estratégia preventiva essencial. Além
disso, profissionais que atuam na área da infância devem estar atentos aos sinais de violência
doméstica e abuso emocional, intervindo precocemente para proteger o desenvolvimento
saudável da criança (OPAS, 2005). A conscientização sobre a importância da prevenção da
violência verbal e do abuso emocional na infância também é crucial para promover ambientes
familiares mais saudáveis.

5 CONCLUSÃO

A violência verbal e o abuso emocional na infância são questões de extrema importância


que merecem nossa atenção e ação. Este trabalho buscou analisar o impacto dessas formas de
maus-tratos no desenvolvimento emocional das crianças e como esses impactos reverberam na
vida adulta. Diante das evidências apresentadas, podemos tirar algumas conclusões detalhadas:

1. Consequências Profundas e Duradouras: Ficou claro que a exposição à violência


verbal e ao abuso emocional na infância não é um problema passageiro. Mesmo que a criança
se recupere do evento traumático, as marcas emocionais permanecem. A vida adulta pode ser
marcada por transtornos de ansiedade, depressão, dificuldades nas relações interpessoais e
baixa autoestima. Isso ressalta a gravidade dessas formas de maus-tratos.

2. Desenvolvimento Cognitivo e Social Afetado: Além dos problemas de saúde mental,


a violência verbal e o abuso emocional podem afetar negativamente o desenvolvimento
cognitivo e social das crianças. Sua capacidade de concentração, aprendizado e interação com
o meio social podem ser comprometidas, o que tem implicações significativas em sua qualidade
de vida futura.

3. Papel Crucial da Família: A família desempenha um papel fundamental no


desenvolvimento emocional das crianças. Relações familiares saudáveis, marcadas por apoio
20

emocional e comunicação aberta, são vitais para o bem-estar das crianças. Portanto, a promoção
de relacionamentos familiares saudáveis é uma estratégia preventiva essencial.

4. Fatores de Risco Identificados: Este trabalho identificou diversos fatores de risco


associados à exposição à violência verbal e ao abuso emocional na infância. Conflitos
domésticos frequentes, negligência emocional e inversão de papéis hierárquicos de poder na
família são exemplos desses fatores de risco. O reconhecimento desses elementos é
fundamental para a prevenção.

5. Necessidade de Intervenção Precoce: Profissionais que atuam na área da infância


devem estar atentos aos sinais de violência doméstica e abuso emocional, intervindo
precocemente para proteger o desenvolvimento saudável das crianças. A conscientização sobre
a importância da prevenção dessas formas de maus-tratos é crucial.

6. Compromisso com o Bem-Estar das Crianças: Em última análise, a proteção do


desenvolvimento saudável das crianças deve ser um compromisso compartilhado por toda a
sociedade. Promover ambientes familiares mais saudáveis e seguros é uma responsabilidade
coletiva que não apenas beneficia as crianças, mas também contribui para a construção de uma
sociedade mais saudável e resiliente.

Existem estratégias eficazes para prevenir e tratar problemas de saúde mental


relacionados à exposição à violência verbal e ao abuso emocional na infância. A prevenção
inclui a conscientização pública sobre o impacto dessas formas de maus-tratos e o fornecimento
de apoio à família para melhorar as habilidades parentais. A terapia cognitivo-comportamental
(TCC) é uma abordagem terapêutica eficaz para tratar adultos que foram expostos a esses
traumas na infância. O estudo de Cohen et al. (2012) destaca a eficácia da TCC na redução de
sintomas de TEPT em sobreviventes de abuso emocional na infância.

Em síntese, este trabalho ressalta a necessidade premente de reconhecer, prevenir e


intervir contra a violência verbal e o abuso emocional na infância. O impacto dessas formas de
maus-tratos é profundo e duradouro, mas podemos fazer a diferença promovendo
relacionamentos familiares saudáveis e sensibilizando a sociedade sobre a importância do bem-
estar das crianças. É nosso dever como indivíduos, comunidades e sociedade como um todo
proteger e apoiar o desenvolvimento saudável das futuras gerações.
21

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta consideração final, é essencial reforçar a importância do nosso estudo sobre a


violência verbal e o abuso emocional na infância e seus impactos na vida adulta. O trabalho que
realizamos revela conclusões significativas que devem servir como um chamado à ação para a
sociedade como um todo.

Primeiramente, é crucial enfatizar que a violência verbal e o abuso emocional não são
formas menos prejudiciais de maus-tratos em relação à violência física, mas sim manifestações
igualmente sérias de violência. Os efeitos dessas experiências podem ser profundos e de longa
duração, deixando marcas emocionais que acompanham as vítimas ao longo de suas vidas.
Portanto, é fundamental reconhecer a gravidade dessas questões e tratá-las com a mesma
seriedade com que abordamos a violência física.

Os resultados do nosso trabalho também destacam a relevância do ambiente familiar na


formação emocional e no desenvolvimento das crianças. A família é o contexto primordial de
socialização, onde os vínculos emocionais e as relações interpessoais são estabelecidos.
Relações familiares saudáveis, caracterizadas por apoio emocional, comunicação aberta e
segurança emocional, desempenham um papel crucial na promoção do bem-estar das crianças.
Portanto, é imperativo que a sociedade e os profissionais de saúde incentivem e apoiem as
famílias na construção de ambientes afetivos e seguros para as crianças crescerem.

Além disso, identificamos fatores de risco associados à exposição à violência verbal e


ao abuso emocional na infância, como conflitos domésticos frequentes, negligência emocional
e inversão de papéis hierárquicos de poder na família. Reconhecer esses fatores de risco é
essencial para a prevenção e intervenção precoces. Profissionais que trabalham com crianças
devem estar atentos a esses sinais e agir para proteger o desenvolvimento saudável das crianças.

A conscientização sobre a importância da prevenção da violência verbal e do abuso


emocional na infância deve ser disseminada amplamente. É um compromisso coletivo garantir
que as crianças cresçam em ambientes seguros e afetivos. A proteção do desenvolvimento
saudável das crianças não é apenas uma responsabilidade dos pais, mas de toda a sociedade.
Devemos criar uma cultura de apoio às famílias, onde os recursos e o suporte são acessíveis e
onde todos compreendem a importância de promover o bem-estar das crianças.
22

Em resumo, este trabalho representa um apelo à ação. Devemos agir coletivamente para
erradicar a violência verbal e o abuso emocional na infância e garantir que todas as crianças
tenham a oportunidade de crescer em ambientes amorosos e seguros. Para tanto, a informação
sobre esse tema se faz necessário e por isso a discussão sobre esse tema precisa fazer parte do
currículo escolar de nossas crianças, tanto em escolas de ensino fundamental e médio da rede
pública e particular quanto nas universidades, sobre o direito das vítimas e serviços de apoio
existentes.

É perceptível que a desinformação é um dos pilares agudo quando se trata da violência


na infância e suas consequências na vida adulta e como esse comportamento agressivo repercuti
na forma desajustada do desenvolvimento desse individuo em formação, produzindo um padrão
de comportamento violento. Assim, pode-se concluir que estratégias de prevenção domésticas,
urbana e política-institucionais devem ser inseridas de forma efetiva para a redução da violência
na infância e as demais formas existentes.

7 CRONOGRAMA

CRONOGRAMA DE AÇÕES

ATIVIDADES MAR. ABR. MAI.

Tema e objeto de pesquisa DIA 6

Problema, hipótese, objetivos e justificativa. DIA 27

Revisão da literatura DIA 10

Método DIA 27

Resultados esperados e cronograma DIA 15

Entrega final do pré-projeto DIA 22


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