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CENTRO UNIVERSITÁRIO CAMPO REAL

DE MORAES, Brenda Aline


GLABA, Gabriely Martins
SCHOEMBERGER, Giovana Ramos
DE BONA, Hellen Cristiny Angieski
SAPLAK, Ivan
DE MELLO, Kaynã Matheus Farias
MARMENTINI, Maria Fernanda
MATACZINSKI, Ryan Felipe

A SUBJETIVIDADE CAUSADA PELA INSTITUIÇÃO FAMILIAR AOS INDIVÍDUOS


QUE UTILIZAM SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS.

GUARAPUAVA - PR
2023
DE MORAES, Brenda Aline
GLABA, Gabriely Martins
SCHOEMBERGER, Giovana Ramos
DE BONA, Hellen Cristiny Angieski
SAPLAK, Ivan
DE MELLO, Kaynã Matheus Farias
MARMENTINI, Maria Fernanda
MATACZINSKI, Ryan Felipe

A SUBJETIVIDADE CAUSADA PELA INSTITUIÇÃO FAMILIAR AOS INDIVÍDUOS


QUE UTILIZAM SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS.

Atividade avaliativa apresentada ao professor


Marcelo de Oliveira da disciplina de
Interdisciplinaridade e Psicologia, do curso de
Psicologia, do Centro Universitário Campo
Real como requisito para obtenção de nota
parcial do bimestre.

GUARAPUAVA - PR

2023
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO......................................................................................................... 4
2. PROBLEMATIZAÇÃO.............................................................................................. 4
3. OBJETIVOS............................................................................................................. 5
3.1 Objetivo geral................................................................................................... 5
3.2 Objetivos específicos:.......................................................................................5
4. EMBASAMENTO TEÓRICO.................................................................................... 5
5. METODOLOGIA.......................................................................................................9
5.1 Questionário..................................................................................................... 9
6. REFERÊNCIAS...................................................................................................... 11
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1. INTRODUÇÃO
A dependência química (uso e abuso de substâncias psicoativas)
caracteriza-se como um problema bastante complexo, em que estabelece-se o
envolvimento de inúmeras facetas, das quais, destaca-se como uma patologia
biopsicossocial. Dessa forma, os modelos de tratamento incluem inúmeras
metodologias, procedimentos e estratégias de abordagem do problema, levando-se
em consideração elementos biológicos, psicológicos e sociais. (Kaplan, Sadock &
GREBB, 2007).
As análises a respeito dos elementos psicológicos e sociais que
desencadeiam a construção de um perfil de dependência química variam segundo a
construção da subjetividade de cada sujeito, que, por sua vez, caracteriza-se como o
movimento constante do ser humano em sua relação com o mundo social e material.
(MEDEIROS, MARCIEL, DE SOUZA, SOUZA, DIAS, 2013, APUD, BOCK,
FURTADO & TEIXEIRA, 2005).
Os elementos desencadeantes, por sua vez, derivam de inúmeras facetas,
das quais, a instituição familiar, sendo esta uma instituição denominada como o
núcleo da sociedade contemporânea, possui alguma responsabilidade na
construção da subjetividade de um indivíduo que abusa de substâncias psicoativas.
(MORERA & PADILHA, 2015)
Dessa forma, o dinamismo dos diversos paradigmas familiares atua como um
configurador da dependência química, em que a transgressão deficitária das regras
familiares, bem como as relações intrafamiliares conturbadas contribuem ao quadro
de inclinação ao uso de qualquer substância psicoativa, dando espaço ao estudo e
análise desse núcleo social, no que diz respeito a sua ligação com a constituição do
subjetivismo de um indivíduo usuário e dependente químico (MORERA, & PADILHA,
2015,)

2. PROBLEMATIZAÇÃO
Como a instituição familiar pode construir o subjetivismo de um indivíduo propício ao
abuso de substâncias psicoativas?
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3. OBJETIVOS
3.1 Objetivo geral
● Investigar como a instituição familiar constrói a subjetividade de um indivíduo
propício ao abuso de substâncias psicoativas.
3.2 Objetivos específicos:
● Inferir sobre a correlação entre a família e as substâncias entorpecentes;
● Descrever o papel da família com um agente socializador primário;
● Identificar a instituição familiar como principal modelo na construção da
individualidade.
4. EMBASAMENTO TEÓRICO
Seguindo a lógica de que as instituições sociais são invenções humanas,
podendo, dessa forma, segundo sua própria imperfeição, serem a fonte de
processos geradores de sofrimento e transtornos psicossociais, a grade familiar,
segundo seus modelos estruturais, pode apresentar-se nas mais diversas
realidades, sendo essas propícias ao desenvolvimento subjetivo de indivíduos com
as mais variadas problematizações. De acordo com Horta:
Tanto famílias quanto drogas são resultados
do desenvolvimento social e tecnológico da
espécie, dos modos de regulação da vida
em sociedade e das relações entre seres.
(HORTA, 2003, p.208)
Diante disso, a família é a peça principal no desenvolvimento saudável ou não
de seus membros, pois ela é vista como um elo entre as diversas faces da
sociedade. A relação familiar, a atitude e comportamento dos pais e irmãos são
modelos importantes para os jovens, e atuam como fator de proteção para o uso de
drogas. Uma vez que essa proteção ou exemplos são falhos, serão determinantes
na construção da subjetividade do jovem, já que a família é o primeiro meio social
em que o indivíduo é condicionado, e talvez, o de maior importância emocional para
o indivíduo, pois frequentemente, buscamos pela aceitação social dentro de nossa
própria família. Sendo assim, moldados a partir de experiências e desejos que
alguém teve por nós.
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Portanto, se assumirmos que ambas (família e drogas), são invenções


humanas que devem ser repensadas para cada momento histórico nos quais estão
inseridas, as perspectivas para as quais a discussão da relação da instituição
familiar com o inserimento de um sujeito ao uso de substâncias entorpecentes, na
contemporaneidade, assume um leque amplo de variáveis e categorias acerca do
fenômeno como um todo, sendo necessário analisar as perspectivas acerca da
relação pai e filho à problematização da questão.
As funções paternas ou maternas, em algumas situações, podem ser
exercidas de forma negativa e difusa, tornando os ideais que poderiam servir como
suporte ético na tomada de decisões futuras desvirtuadas e invisibilizadas. (Bueno et
al, 2012).
Quando a família, exercendo o papel de agente socializador primário,
apresenta-se na vida do sujeito, seja na infância até o período da adolescência, de
forma que há uma falência no exercício parental, os estigmas mentais constroem-se
de forma disfuncional. Detalhadamente, as condutas assumidas pelos pais durante a
infância são condicionantes à construção dos ideais morais e sociais do sujeito, visto
que a família é o primeiro agente socializador com o qual o ser humano tem contato,
em que o suporte emocional e a representação de condutas seguras são
fundamentais a promoção de estratégias que previnam a construção de uma
subjetividade problematizada em relação às substâncias químicas.
Nesse sentido, visto desse modo a infância, deve-se considerar também que
a adolescência é um período da vida bastante importante, que irá nos apresentar
situações que afetam o nosso futuro e bem-estar. Ao enfrentar esta etapa de sua
vida, os jovens vivenciaram muitas situações que determinarão sua forma de viver e
de se comportar diante da sociedade, descobrindo seus interesses e talentos e
adquirindo responsabilidades. Então, essa fase constitui a experiência de ser jovem.
O uso e abuso de drogas fazem parte de uma situação que está associada à
fragilidade e limitação do jovem, proveniente de algum lugar que falhou na
construção e preparação do mesmo. Essa responsabilidade pode ser, e será,
atrelada a família desse jovem, a partir de um ponto de vista da sociedade que está
fora da situação. Muitas vezes a adolescência se torna um período conturbado e que
precisa de um acompanhamento por todos aqueles que estão próximos a este
imaturo ser social.
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Vale ressaltar que uso de estupefacientes, tem convergência com diversos


princípios como curiosidade, ansiedade, baixa autoestima, especialmente no período
da adolescência, uma fase atribulada, onde o jovem tem por objetivo a busca de
aventuras, independência e em maior parte, a busca pela aceitação do corpo social
no qual está inserido sendo um gatilho, uma porta aberta para a experimentação de
uso de drogas. Sendo que os jovens são a maioria dentro do mundo das drogas,
sendo também as maiores vítimas.
A porta de entrada para os entorpecentes ilícitos, começa na maior parte das
vezes a partir do consumo de bebidas alcoólicas. O contato precoce com
determinadas substâncias, faz parte de um processo cultural dentro da sociedade
brasileira, que apresenta as bebidas, como meio de socialização e descontração a
estes jovens, levando os mesmo a crerem de que está se torna indispensável em
momentos de confraternização.
Diante disso, a família se torna o mediador principal entre os jovens e o
álcool, onde um consumo exagerado por parte de figuras familiares, potencializa
futuros problemas, relacionados com o alcoolismo, ou ainda, em busca de uma
saída desesperada dos problemas e da realidade, a utilização de drogas ilícitas.
Dessa forma, a estrutura psicoemocional do sujeito é fragilizada, visto que, as
drogas são utilizadas como um refúgio diante da frustração das dores emocionais e
transtornos mentais. Além disso, o uso de substâncias entorpecentes dentro do
núcleo familiar, como uma conduta apresentada ao sujeito em sua infância, torna-se
parte da elaboração de uma justificativa inconsciente da criança, que ao presenciar
o consumo por parte de seus responsáveis, banaliza o uso, gerando uma tendência
psicológica, por parte do sujeito, ao consumo futuro.
Se por um lado, a família é a grande responsável pela apresentação do
mundo das drogas aos jovens, ou se encarrega de um papel que irá influenciar
negativamente o jovem, por outro, é um grande apoio a aqueles que infelizmente já
estejam inseridos nesse meio. Além de grande vontade do envolvido, a família é
sem dúvidas um dos pontos de apoio que o indivíduo necessita, já que a sociedade
possui um olhar discriminatório em relação a essa população, mesmo que o
indivíduo já tenha se recuperado.
Portanto, é importante entender que, o primeiro passo dado é sempre a partir
do usuário, mas a família deve estar pronta para ceder sempre apoio, tanto na fase
de recuperação, como após a fase, onde o indivíduo estará retornando para a
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sociedade. Apesar da recuperação ser lenta e muitas vezes acompanhada de


diversas recaídas, a família deve ser onde o usuário irá encontrar, além de apoio,
ajuda.
Por outro lado, o corpo familiar é um elemento fundamental na vida do
indivíduo, em virtude de suas incontáveis funções como proporcionar o suporte
financeiro, educacional e principalmente emocional, o qual exerce demasiada
influência sobre o modo de viver, de pensar, ou seja sobre a subjetividade de cada
ser humano. Entretanto, em relação aos usuários que sofrem com este empecilho, a
relevância da família torna-se cada vez mais notável, uma vez que o uso dessas
substâncias químicas se trata de um óbice complexo, afetando não apenas o bem
estar físico, como também a saúde mental do indivíduo.
Com efeito, o monitoramento e a supervisão dos membros de autoridade do
grupo familiar em relação aos filhos são indícios das expectativas que existem de
que se cumpram as normas familiares proporcionando assim a proteção e
desencadeando a redução das possibilidades do uso de substâncias químicas
(Oetting & Donnermeyer, 1998). Desse modo, a família torna-se um antídoto valioso
para os usuários, em virtude de exercer um papel importante para a prevenção
deste empecilho que assola grande parte do corpo social.
Sendo assim, é de suma importância que a parentela esteja ciente da
possibilidade do uso de substâncias químicas pelo indivíduo, fornecendo assim uma
boa comunicação, um ambiente seguro e o estabelecimento de confiança, o qual
permita a abertura para o diálogo sobre essa problemática.
Com isso, a investigação da instituição familiar como um dos aspectos
condicionantes a construção do subjetivismo de um sujeito com tendência ao uso e
abuso de substâncias psicoativas configura-se como há problematização central da
pesquisa referida, em que, metodologicamente, seguindo as bases da Escala Likert,
busca-se a comprovação experimental da discussão teórica, baseada em teorias e
materiais bibliográficos referenciados.
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5. METODOLOGIA
Desenvolvida a partir da Escala de Likert, busca-se, a partir de um questionário
construído levando-se em consideração a pergunta principal a formação da pesquisa
acadêmica “A subjetividade causada pela instituição familiar aos indivíduos que
utilizam substâncias químicas”, a comprovação do fato proposto. O questionário será
utilizado no Instituto Amanhecer sem Fome - IASEF, aplicando vinte e uma
perguntas a indivíduos em processo de tratamento/recuperação do uso de
substâncias entorpecentes, para que, a partir de suas opiniões, obtenha-se dados
que possibilitem o levantamento de considerações acerca da validação/invalidação
da pesquisa.

5.1 Questionário

1. Minha família foi fundamental durante o período em que busquei interromper


o uso de substâncias entorpecentes/drogas.
2. Minha família foi um dos pontos principais do meu direcionamento ao uso de
substâncias entorpecentes/drogas.
3. Em meu ponto de vista, a família é uma construção social primordial na vida
dos seres humanos.
4. Em meu ponto de vista, a relação familiar (pais, mães, irmãos, avós entre
outros) quando positiva, acarreta numa melhor formação do indivíduo.
5. Em meu ponto de vista, a relação familiar (pais, mães, irmãos, avós entre
outros) quando negativa, acarreta em consequências negativas à formação
do indivíduo.
6. Em meu ponto de vista, quando os pais ou responsáveis comprometem-se
com uma educação equilibrada a partir de uma relação benéfica, com seus
filhos, existem menores probabilidades do indivíduo inserir-se no mundo das
substâncias psicoativas.
7. Minhas amizades são usuários de substâncias químicas e serviram como
influência.
8. Minha família abomina qualquer indivíduo que faça uso de substância
química.
9. Iniciei o uso de substâncias entorpecentes a partir de problemas psicológicos
gerados por motivos relacionados a problemas com familiares, amigos, etc.
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10. Iniciei o uso de substâncias entorpecentes buscando amenizar as


consequências de disfunções psicológicas.
11. Convivi constantemente, em meu passado, com um dependente químico em
meu ambiente familiar e isso me influenciou negativamente.
12. Tive contato frequente com pessoas envolvidas no tráfico de substâncias
químicas durante minha vida.
13. Meu primeiro contato com substâncias químicas foi no período escolar.
14. Tenho parentes exteriores ao meu ambiente familiar que são dependentes
químicos e tive contato com eles.
15. Considero minhas amizades como fonte de apoio para a minha recuperação.
16. Meu convívio diário em local com aglomeração de usuários influenciou no
meu início ao uso de entorpecentes.
17. Após o falecimento de um ente próximo iniciei o uso de entorpecentes para
amenizar a dor.
18. Em meu ponto de vista, as dificuldades na adolescência foram responsáveis
pelo uso de substâncias entorpecentes.
19. Em meu ponto de vista, o contato com estimulantes alucinógenos ocorreram
por vontade de fazer parte de um grupo social.
20. Utilizei entorpecentes para me sobressair em um grupo de amigos e isso me
fez entrar no vício.
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6. REFERÊNCIAS
HORTA, ROGÉRIO, L. As famílias e as drogas na contemporaneidade. In:
GUARESCHI, PEDRINHO A. PIZZANATO, ADOLFO. KRÜGER, LIARA, L.
MACEDO, MÔNICA, M. K. Psicologia em questões: reflexões sobre a
contemporaneidade. Porto Alegre: Edipucrs, 2003. P. 201-209.

MEDEIROS, K. T./ MACIEL, S. C./ DE SOUSA, P. F./ DE SOUZA, F. M. T./ SOUZA,


F. M. T./ DIAS, C. C. V. Representações sociais do uso e abuso de drogas entre
familiares de usuários, 2013. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/pe/a/MGGG5R3MMmszKjgjn8D5NqH/?format=pdf&lang=pt
Acesso em 16 de Março de 2023.

MORERA, J. A. C./ PADILHA M. I. A dinâmica das relações familiares de


moradores de rua usuários de crack, 2015. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/sdeb/a/JZTfNqMSVbjjSHCJD87CrHM/?format=pdf&lang=pt
Acesso em 18 de Março de 2023.

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