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Marília
2023
Laendre de Carvalho Gritscher Leite RA: 1915119
Paola Kahlbaum de Vargas RA:1926143
Maria Eduarda Correia da Silva RA: 1909750
Geovanna Menezes Calogero RA: 1907155
Marília
2023
Sumário
1
.Resumo................................................................................................................................4
2.Palavras-chave....................................................................................................................4
3.Problema de pesquisa.........................................................................................................5
4.Hipóteses...........................................................................................................................5
5.Objetivos (geral e específicos).............................................................................................6
6.Justificativa.........................................................................................................................7
7.Metodologia.......................................................................................................................8
8.Referencial teórico..............................................................................................................8
9.Referencias.......................................................................................................................11
RESUMO
PROBLEMA DE PESQUISA:
Como a falta de apoio emocional e afeto na infância pode resultar na formação
de indivíduos marginalizados com comportamentos criminais na vida adulta, e
como podemos intervir de forma benéfica para a resolução desse problema
social?
HIPOTESES:
Vínculo Social Fragilizado: Indivíduos que experimentam abandono afetivo
podem ter dificuldade em estabelecer e manter vínculos sociais saudáveis. A
ausência de apoio social pode levar a uma maior propensão para a
delinquência.
Modelagem de Comportamentos Disfuncionais: Se um indivíduo cresce em um
ambiente onde o abandono afetivo está presente, ele pode estar exposto a
modelos de comportamento disfuncionais, incluindo comportamentos criminais,
o que pode influenciar seu próprio comportamento no futuro.
OBJETIVOS:
Geral:
O objetivo geral da pesquisa é compreender a finalidade de demonstrar e
apresentar o abandono afetivo, as suas causas e problemas para a criança,
influencia na criminalidade em casos de menores infratores, por se tratar de um
tema de extrema importância relacionado as crianças e adolescentes da
sociedade brasileira, tal questão afeta diretamente um crescimento sadio e
harmonioso desses menores, podendo causar danos irreparáveis de forma
psicológica e emocional a eles. É evidente que a família auxilia na formação do
caráter e na personalidade do cidadão. Pontos vitais para toda a convivência
social, pois se há disfunção na família, esse equívoco provocará reflexos na
sociedade e na nação.
Específicos:
Compreensão dos motivos por quais o despreparo materno influencia no
processo de aprendizagem da criança. Melhorar o entendimento de pais e
professores para que assim esse aluno tenha sucesso em sua vida escolar e
todo passado não influencie seu rendimento. Suporte de como evitar o
despreparo materno e assim promover uma vida mais saudável para mãe e
para a criança, sabendo lidar com cada momento e fase da vida do individuo
que esta começando seus ciclos agora.
Justificativa:
Estender-se no abandono afetivo e impacto na vida social, buscando englobar
o quanto o impacto é crucial para gerar problemas emocionais e psicológicos
que prejudicam a capacidade de formar relacionamentos saudáveis, afetando o
bem-estar e a qualidade de vida das pessoas. Explorando esse tema ajuda a
sensibilizar a sociedade sobre a importância do apoio emocional. Abraçando
também os sentimentos e razões que levam à criminalidade é essencial para a
prevenção e a busca por soluções eficazes, fatores socioeconômicos,
psicológicos e ambientais podem desempenhar um papel significativo na
escolha de cometer crimes. Analisando esses aspectos ajuda na criação de
políticas e programas que abordam as causas subjacentes do crime. Entrando
assim no foco da criminalidade após a negligencia afetiva quando um indivíduo
opta por se envolver em delitos após o abandono, é importante entender que
essa escolha muitas vezes está relacionada à busca por suprir necessidades
não atendidas, como pertencimento, segurança financeira ou aceitação social.
Estudar esse foco ajuda na formulação de estratégias de intervenção sobre as
necessidades e ajudam a reintegra-las na sociedade de maneira mais positiva
Entrando em outra diretriz é notório que todo esse problema pode impactar a
autoestima e a autoconfiança de uma pessoa, levando-a evitar situações
sociais ou a se isolar, o que pode prejudicar em diversas fases. Além disso, a
falta de habilidades sociais adequadas pode dificultar a formação de amizades
e relacionamentos interpessoais significativos. Portanto, entender como afeta a
vida social de um indivíduo é importante para sensibilizar as pessoas sobre a
importância de apoiar aqueles que passaram por essa experiência e para
ajudar os afetados a superar os desafios emocionais que isso pode acarretar.
Metodologia:
A metodologia descritiva qualitativa é uma abordagem de pesquisa que se
concentra na compreensão profunda e na descrição detalhada de fenômenos,
contextos ou experiências. Em contraste com abordagens quantitativas, que
buscam quantificar dados e identificar padrões numéricos, a pesquisa
qualitativa procura explorar a complexidade e a riqueza dos dados, muitas
vezes por meio de métodos como entrevistas, observações e análise de
conteúdo.
1. Objetivo Descritivo:
• O principal objetivo é descrever e compreender fenômenos em
profundidade;
• Busca explorar nuance, significados e contextos associados aos
fenômenos estudados.
2. Coleta de Dados:
• Utiliza métodos de coleta de dados não estruturados, como entrevistas
abertas, observações participativas, diários, análise de documentos, entre
outros;
• Os pesquisadores frequentemente buscam a perspectiva dos
participantes para capturar suas experiências e interpretações.
3. Análise Qualitativa:
• A análise qualitativa é essencial para extrair significados, padrões e
temas emergentes dos dados coletados;
• Técnicas comuns incluem análise de conteúdo, análise temática,
codificação aberta e axial.
4. Contextualização:
• Dá ênfase à compreensão do contexto em que os fenômenos ocorrem;
• Considera influências culturais, sociais e históricas que podem afetar as
experiências dos participantes.
5. Flexibilidade:
• A pesquisa qualitativa é frequentemente flexível e adaptativa ao longo do
processo;
• Os pesquisadores podem ajustar suas abordagens com base nas
descobertas emergentes.
6. Amostragem Intencional:
• A amostragem muitas vezes é intencional, visando participantes que têm
experiência relevante para o fenômeno estudado;
• A busca por diversidade e representatividade pode ser um fator
importante na escolha dos participantes.
7. Relatividade e Subjetividade:
• Reconhece que as interpretações são subjetivas e podem variar entre os
participantes;
• Valoriza as diferentes perspectivas e busca capturar a complexidade dos
fenômenos estudados.
8. Relatórios Descritivos:
• Os resultados são geralmente apresentados em narrativas descritivas
ricas em detalhes;
• Gráficos, tabelas e estatísticas podem ser utilizados para complementar,
mas a ênfase está na compreensão qualitativa.
Referencial teórico:
O abandono afetivo está ligado à negligencia em relação aos cuidados sociais
e morais dos filhos, principalmente na fase da infância e na adolescência. A
criança que sofre de abandono desenvolve uma série de problemas, como a
alteração de seu comportamento, tristeza, isolamento social, baixa autoestima,
o que acaba interferindo diretamente no processo de desenvolvimento de sua
personalidade.
Partindo do princípio que as fases em si do desenvolvimento de um indivíduo já
se mostram importantes para a formação de sua personalidade, isso nos leva a
expor de forma mais detalhada as cinco fases do desenvolvimento da teoria
psicossexual de Freud (1905) e o que ele nos traz sobre a importância de um
ambiente afetivo positivo nesse contexto.
Na fase oral, a principal fonte de prazer está na boca, e a criança desenvolve a
confiança básica ou desconfiança em relação ao ambiente. Nesse momento,
um ambiente afetivo saudável, colabora para a promoção da confiança básica.
Na fase anal, o prazer se direciona ao controle dos esfíncteres. Assim, um
ambiente que equilibra a aceitação e a orientação na aprendizagem do controle
dos impulsos, podem promover a autonomia e autocontrole.
Na fase fálica, o indivíduo começa a ter curiosidade pelo próprio corpo e pelas
diferenças de gênero. O papel do ambiente aqui é estabelecer limites e
aceitação, influenciando a construção de identidade e autoestima.
Na fase de latência espera-se que o ambiente estimule a aprendizagem, as
interações sociais positivas e proporcione apoio emocional contribuindo para o
desenvolvimento cognitivo e emocional saudável do indivíduo.
Na fase genital, o foco retorna ao interesse sexual e o estabelecimento de
relacionamentos íntimos. Nessa última fase o ambiente deve permitir a
expressão saudável da sexualidade e oferecer apoio emocional influenciando
positivamente os relacionamentos adultos.
Segundo Jean Paul Sartre (2013c) a nossa personalidade é desenvolvida
durante a vida, não nascemos com ela, sendo elaborada a partir das relações
construídas após o nascimento, concluindo que a particularidade da criança
está em constante mudança caracterizando o início da construção do sujeito
definindo como a “superação e a conservação (assunção e negação íntima), no
seio de um projeto totalizador, daquilo que o mundo fez - e continua a fazer -
dele" (SARTRE, 2013c, p. 657).
Benetti & Inada (2018) abordam a teoria freudiana do trauma, crendo que a
intensidade da experiência traumática pode causar um mal desenvolvimento
acarretando consequências para o funcionamento psíquico do sujeito. O
abandono afetivo, sempre dependendo das condições em que ocorre e da
qualidade de afeto que é oferecido ao sujeito, pode ser caracterizado como
trauma, pois se torna algo de grande impacto na vida psíquica do sujeito que o
vivencia, especialmente na infância e adolescência, quando a falta de
condições emocionais para lidar com essa situação se faz presente.
Desde seus primeiros meses de vida, é essencial que a criança vivencie uma
relação amorosa com aqueles que são responsáveis pela sua criação, quando
há a falta dessa experiência a criança pode buscar preencher este "vazio" de
outras formas.
Segundo Winnicott (2000) algumas crianças podem desenvolver
comportamentos inadequados, insônia, ansiedade, depressão, carência e até
um comportamento que leve a delinquência, ou seja, que leve até a
criminalidade. O abandono afetivo pode causar danos imensos com efeitos que
originam a vida de um indivíduo refletindo diretamente em suas relações
intrapessoais e interpessoais.
Como exemplo de caso como este, podemos citar o famoso serial killer dos
anos 70 Ted Bundy. Ted possui um ambiente familiar disfuncional descrito como
abusivo e violento, onde por boa parte do tempo de sua vida acreditou que sua
mãe era sua irmã mais velha e seus avós eram seus pais. Sua mãe se tornou
mãe-solo aos 22 anos e não possuía qualquer rede de apoio tanto financeiro
quanto emocional, deixando a criança recém-nascida em um abrigo durante
várias semanas até leva-lo para ser cuidado pelos pais. O avô de Bundy era
descrito como uma pessoa racista, violenta, abusiva, adepto à pornografia e de
temperamento totalmente explosivo, enquanto sua avó era submissa,
obediente e era submetida a terapia eletroconvulsiva para tratamento da
depressão. Tais características de seus “tutores” fez com que o garoto
presenciasse várias vezes episódios de violência. Os anos seguintes foram
desencadeados por uma série de episódios de “fracassos” na vida de Bundy,
tanto em seus projetos pessoais como trabalho e estudos, como nas suas
relações pessoais com a sua família e também amorosos. A sucessão de
crimes teve início em 1974 e foi finalizado em 1978 com a sua prisão
totalizando 36 vítimas. Após a sua prisão, Ted Bundy relatou que se identificava
com o seu avô e que o via como “inspiração” de seus atos (Michaud &
Ayneswoth, 1999).
Podemos observar no caso acima que a criança já nasceu cercada por
mentiras e violência em seu ambiente familiar, o que trouxe consequências
graves para o desenvolvimento da personalidade do mesmo, que se tornou um
adolescente introspectivo que possuía problemas com socialização e adquiriu
conflitos internos que lhe causaram problemas nos ambientes em que
frequentava. Na sua fase adulta, o término de seu primeiro relacionamento se
fez marcante, uma vez que suas vítimas obtinham sempre as mesmas
características de sua ex-namorada. O diagnóstico foi dado como sendo
transtorno de personalidade narcisista. Ele usava sua aparência como forma de
seduzir as vítimas, além de se sentir bem com a repercussão dos atos que
cometia.
Diante do exposto, podemos concluir que um ambiente disfuncional e que não
possui afetividade positiva pode sim influenciar na construção da personalidade
do indivíduo, podendo assim leva-lo ao desenvolvimento de ações delituosas e
criminais.
Referências
Freud, S. Resumo das Obras Completas. Rio de Janeiro. São Paulo. Livraria
Atheneu, 1984
Michaud, S.G. & Aynesworth, H.(1999). The Only Living Witness. Author Link
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