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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O impacto da violência intrafamiliar no desenvolvimento psíquico


infantil do Município do Andulo
Este estudo aborda a temá tica da violência intrafamiliar1 e os aspectos psicoló gicos
nela envolvidos, em especial no quesito transgeracionalidade 2. Falar de um contexto amplo
como o da violência intrafamiliar é uma experiência que costuma ter uma série de
repercussõ es, pois nessas situaçõ es, nã o é apenas a pessoa agredida que sofre, mas todos
os membros da família que convivem directa ou indirectamente com a violência. Foi
pensando na questã o de como um facto vivenciado hoje pode gerar danos e consequências
para as geraçõ es vindouras, que buscou-se o tema envolvendo compreender o facto –
violência intrafamiliar através dos conceitos da psicologia do desenvolvimento, social e
familiar.

Objectivamos verificar quais prová veis causas da violência, os comportamentos e


consequências que podem ser relacionados a ela, considerando principalmente os aspectos
psicoló gicos do sujeito agressor e das vítimas. Procuramos elencar quais factores
colaboram para a recorrência da violência no â mbito familiar e quais as possíveis
dificuldades que possam estar interferindo nas acçõ es já criadas e em andamento para
diminuir este problema social. A selecçã o de trabalhos para esta revisã o foi feita com base
em pesquisa bibliográ fica. Diariamente crianças e adolescentes vêm sendo submetidos, em
seus pró prios lares, a condiçõ es adversas, o que reflectirá em prejuízos no seu
desenvolvimento. Entendem-se como factores de risco ao desenvolvimento infantil todas
as modalidades de violência doméstica, a saber: a violência física, a negligência e a violência
psicoló gica, sendo que a ú ltima inclui a exposiçã o à violência conjugal e a violência sexual.

Como consequências da violência psicoló gica a literatura destacou prejuízos nas


seguintes á reas: pensamentos intra-pessoais (medo, baixa-estima, sintomas de ansiedade,
depressã o, pensamentos suicidas), saú de emocional (instabilidade emocional, problemas
em controlar impulsos e raiva, transtorno alimentar e abuso de substâ ncias), habilidades
sociais (comportamento anti-social, problemas de apego, baixa competência social, baixa
simpatia e empatia pelos outros e criminalidade), aprendizado (baixa realizaçã o académica,
prejuízo moral) e saú de física (queixa somá tica, falha no desenvolvimento, alta
mortalidade) e a transgeracionalidade da violência. Neste contexto o suporte social tem
uma especial importâ ncia na compreensã o de seu funcionamento psicoló gico e as
intervençõ es devem promover o repertó rio da habilidade de resoluçã o de problemas e
aumentar a auto-estima. Em tempos difíceis, a compreensã o e construçã o de forças e

1
No interior de uma família, coisas que acontecem no seio de uma família.
2
O que passa de geraçã o em geraçã o.

1
virtudes tornam-se urgentes, pois funcionam como um para-choque das desordens
psicoló gicas e a chave para a construçã o da resiliência.

Considerando que todo e qualquer ser humano desenvolve atitudes, condutas e


comportamentos baseados na sua relaçã o com as vá rias instâ ncias que o cerca, o meio
familiar é um importante elemento contributivo no desenvolvimento infantil, uma vez que
é no seio familiar que sã o constituídas as primeiras referências da criança, e onde, iniciam o
processos como socializaçã o, construçã o da identidade e formaçã o de valores.

A influência que o â mbito familiar exerce sobre o desenvolvimento da criança é


inegá vel, e quando esse contexto é permeado por eventos de violência as consequências
sã o ainda mais severas, podendo ser evidenciadas através de problemas que afectarã o
diversas esferas da vida da criança, como prejuízos a saú de e nas relaçõ es familiares e
sociais.

A violência intrafamiliar ou doméstica se constitui para além de actos de agressã o


física, sendo compreendido como um fenó meno mais complexo do que pensamos, com
variadas consequências de sofrimento físico, psíquico e emocional, que afectarã o com
intensidades e maneiras distintas cada sujeito.

Nesse sentido, a criança desenvolverá de forma subjectiva, sinais que retratam a


violência sofrida no seio familiar e as consequências geradas por esse evento poderã o
apresentar-se de diferentes formas, como no surgimento de psicopatologias, atrasos no
processo de ensino-aprendizagem, dificuldades nas relaçõ es sociais e afectivas, transtornos
comportamentais e etc., reflectidos através de comportamentos de baixa auto-estima,
agressividade, medo constante, retraimento, insegurança entre outros.

Sendo assim, o presente estudo objectiva compreender a violência intrafamiliar e


seus impactos no desenvolvimento da criança, buscando identificar as principais
manifestaçõ es evidenciadas na literatura sobre a temá tica, visando o apontamento de
medidas protectivas para a problemá tica em questã o.

BREVE RESUMO
A violência intrafamiliar, infelizmente, sempre existiu, foi assistida e aceita pela
sociedade durante séculos como forma de educaçã o e valores sociais. Contudo,
principalmente nas ú ltimas quatro décadas tem-se assistido a um crescente interesse e
preocupaçã o por este facto, que passou a ser objecto de investigaçã o, actuaçã o e busca de
prevençã o. A violência intrafamiliar é um problema social grave que atinge toda a
populaçã o e precisa ser estudada de diferentes maneiras e á reas. Sua recorrência tornar-se
uma “forma de vida normal” por parte dos rituais familiares, que passa de geraçã o em
geraçã o, quase inalterado, tais comportamentos. Também considerada uma questã o
fundamental para o sector de saú de devido ao seu impacto nas condiçõ es de vida e de

1
saú de da populaçã o, especialmente quando acontece durante a infâ ncia, antes do
completo crescimento e desenvolvimento humano.

A experiência de violência vivenciada na família de origem impacta na vida do


indivíduo nã o apenas em suas relaçõ es afectivas, como modelo de relacionamento
amoroso, mas também em outros contextos, legitimando a violência como estratégia de
resoluçã o de conflitos nas mais diversas situaçõ es. Nos ú ltimos anos, estudos
evidenciaram a importâ ncia de olhar para o sujeito a partir do que recebeu das geraçõ es
anteriores e compreender a repercussã o das questõ es vinculadas a transgeracionalidade.

Falar de um contexto amplo como o da violência intrafamiliar é uma


experiência que
costuma ter uma série de repercussõ es, pois nessas situaçõ es, nã o é apenas a pessoa
agredida que sofre, mas todos os membros da família que convivem directa ou
indirectamente com a violência. As consequências sofridas pela convivência em contextos
familiares violentos podem ser diversas e podem apresentar-se de diferentes formas,
incluindo psicopatologias, dificuldades em relacionamentos sociais, transtornos de
comportamento, cometimento de actos infracionais 3 e envolvimento em
relacionamentos íntimos violentos na vida adulta.

Actualmente sã o descritas vá rias definiçõ es de violência, sendo principalmente


a física, sexual e psicoló gica, mas que segundo Maldonado e Williams (2005) podem ser
resumidas como “acçõ es e, ou omissõ es que podem cessar, impedir, deter ou retardar o
desenvolvimento pleno dos seres humanos”.

Diferente das outras formas de violência, com definiçõ es e conceitos mais


claros possibilitando assim uma melhor detecçã o e consequente intervençã o, a violência
psicoló gica é pouco diagnosticada apesar de ser mais prevalente do que as outras formas
de abuso, podem causar mais danos do que as outras formas de maustratos, principalmente
nas crianças, onde o simples fato de presenciar um relacionamento de poder e agressã o
entre os genitores4 já se confira uma violência psicoló gica.

Desigualdade e violência
A violência se constitui na consonâ ncia e na dimensã o da desigualdade. As
consideradas minorias - crianças, adolescentes, mulheres, idosos, deficientes, negros e,
outros, sã o estigmatizados como inferiores pela sociedade, no qual o convívio torna-se
uma ameaça constante que diversas vezes pode desencadear uma fatalidade. As

3
Acto de ignorar ou desprezar normas traçadas
4
Aqueles que geraram descedentes, pais…

1
desigualdades de género sã o moldadas e reforçadas pela ideologia androcêntrica5, e está
intimamente ligada com a violência intrafamiliar.

3. Definiçã o de violência
O termo violência tem sua origem no latim violentia, que remete ao radical vis,
significando força, vigor, emprego de força física ou recursos do corpo em exercer sua força
vital. Esta força torna-se violência quando ultrapassa um limite ou perturba acordos tá citos
ou regras que ordenam as relaçõ es sociais.

Segundo a Organizaçã o Mundial da Saú de (2002) violência é definida “como o uso


intencional da força física ou poder, real ou em ameaça, contra si pró prio, contra outra
pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha grande
possibilidade de resultar em lesã o, morte, dano psicoló gico, deficiência de
desenvolvimento ou privaçã o”.

Cavalcanti (2012), completa afirmando que a violência é qualquer, “ato de


brutalidade, abuso, constrangimento, desrespeito, discriminaçã o, impedimento,
imposiçã o, invasã o, ofensa, proibiçã o, sevícia, agressã o física, psíquica, moral ou
patrimonial contra alguém e caracteriza relaçõ es intersubjetivas e sociais definidas pela
ofensa e intimidaçã o pelo medo e terror”. Logo, a violência doméstica, como o pró prio
nome já deixa explícito, envolve a violência cometida por pessoas pró ximas ou íntimas e
que convivem no mesmo ambiente doméstico, podendo ocorrer entre parceiros, pais e
filhos, entre outros, pressupondo uma dominaçã o de um para com o outro. Além disso, é
uma forma clara de negar a alguém a possibilidade de viver com igualdade, liberdade e
respeito.

A violência intrafamiliar contra crianças e adolescentes se caracteriza por “todo ato


de omissã o, praticados por pais, parentes ou responsá veis, contra crianças e/ou
adolescentes que – sendo capaz de causar dano físico, sexual e/ou psicoló gico à vítima –
implica, de um lado uma transgressã o do poder/ dever de proteçã o do adulto e, de outro,
uma coisificaçã o6 da infâ ncia, isto é, uma negaçã o do direito que crianças e adolescentes
têm de ser tratados como sujeitos e pessoas em condiçã o peculiar de desenvolvimento”.

As manifestações da violência intrafamiliar


A violência intrafamiliar possui quatro principais formas de manifestaçã o, que sã o: a
física, sexual, psicoló gica e a negligência. Normalmente sã o praticados pelos pais,
responsá veis e/ou pessoas da confiança das crianças e adolescentes. É importante
destacar que nem sempre as manifestaçõ es de violência vã o deixar marcas físicas, mas

5
Visão do mundo centrada no ponto de vista masculino
6
Transformação de conceitos, ideias.

1
que nem por isso, deixam de serem graves devido à s consequências emocionais, marcas
psíquicas e afectivas que existirã o.

O Ministério da Saú de (2002) descreve as manifestaçõ es da violência como:

 Abuso/Violência Física: sã o actos de agressã o que vã o de uma palmada até


ao espancamento ou outros actos cruéis, que deixam ou nã o marcas físicas
evidentes, mas as marcas psíquicas e afectivas existirã o. Essa forma de agressã o
pode provocar: fracturas, hematomas, queimaduras, esgana duras, hemorragias
internas e, até causar a morte.

 Abuso/Violência Sexual: Nesse tipo de violência o abusador, que geralmente é


alguém de confiança da criança, utiliza-se da seduçã o ou da ameaça para atingir seus
objectivos, nã o havendo necessariamente a prá tica sexual genital para se configurar
o abuso, apesar de que ela acontece, com uma incidência bastante alta. É comum a
prá tica de actos como toques, carícias, exibicionismo, etc.

 Abuso/Violência Psicológica: esta forma de violência praticamente nã o


aparece nas estatísticas, por sua condiçã o de invisibilidade. Que “manifesta-se na
depreciaçã o da criança ou do adolescente, por humilhaçõ es, ameaças,
impedimentos, ridicularizaçõ es, que minam a sua auto-estima, fazendo com que
acredite ser inferior aos demais, sem valor, causando-lhe grande sofrimento
mental e afectivo, gerando profundos sentimentos de culpa e má goa, insegurança,
além de uma representaçã o negativa de si mesmo, que podem acompanhá -lo
por toda a vida. A violência psicoló gica pode se apresentar ainda como atitude de
rejeiçã o ou de abandono afectivo; de uma maneira ou de outra, provoca um grande e
profundo sofrimento afectivo à s suas vítimas, dominando-as pelo sentimento de
menos valia, de nã o merecimento, dificultando o seu processo de construçã o de
identificaçã o-identidade”.

 Negligências: Essa violência se manifesta pela ausência dos cuidados físicos,


emocionais e sociais, em funçã o da condiçã o de desassistência de que a família
é vítima. Também pode expressar um desleixo proposital infligido em que a
criança ou o adolescente sã o mal cuidados ou nã o recebem os cuidados necessá rios
à s boas condiçõ es de seu desenvolvimento físico, moral, cognitivo, psicoló gico,
afectivo e educacional.

 Trabalho Infantil: este tipo de violência tem sido atribuído à condiçã o de pobreza
em que vivem suas famílias, que necessitam da participaçã o dos filhos para
complementar a renda familiar, resultando no processo de vitimaçã o, já
mencionado.

1
Consequências da violência intrafamiliar em crianças e adolescentes
Para uma criança sua casa é o local mais seguro e acolhedor, entretanto para
crianças que sã o agredidas neste local se expõ e a uma situaçã o de grande desamparo. O
fato de conviver com seu agressor e enfrentar o pacto do silêncio, os estilos parentais
disfuncionais ou mesmo a redes de apoio ineficazes, podem ser considerados factores de
risco para a criança e podem apresentar consequências extremamente prejudiciais ao
seu desempenho escolar, no desenvolvimento e nas relaçõ es sociais a curto e em longo
prazo.

Dias (2013), descreve as consequências que podem surgir em curto prazo em:
pesadelos repetitivos, raiva, culpa, vergonha, medo, quadros fó bico-ansiosos7 e depressivos
agudos, queixas psicossomá ticas, isolamento social e sentimentos de estigmatizaçã o. Os
danos em longo prazo também podem ocorrer e dã o-se “no aumento significativo na
incidência de transtornos psiquiá tricos, dissociaçã o afectiva, pensamentos invasivos,
ideaçã o suicida, fobias mais agudas, níveis intensos de ansiedade, medo, depressã o,
isolamento, raiva, hostilidade e culpa, cogniçã o distorcida, tais como sensaçã o cró nica de
perigo e confusã o, pensamento iló gico, imagens distorcidas do mundo e dificuldade de
perceber a realidade, reduçã o na compreensã o de papéis complexos e dificuldade
para resolver problemas interpessoais”.

Cabe destacar que Maldonado e Williams chamam a atençã o para algumas


diferenças comportamentais apresentadas pelas crianças, segundo o género, como
consequência da violência intrafamiliar. Existe um maior índice de internalizaçã o de
comportamentos e problema em meninas expostas à violência familiar. Em contraste,
os meninos apresentam maior externalizaçã o dos comportamentos e problema. A
externalizaçã o normalmente ocorre por meio de comportamentos agressivos, que quando
possui uma alta continuidade entre crianças que apresentam transtorno opositivo nos
primeiros anos pré-escolares e nos adolescentes transtornos de conduta.

Abranches e Assis (…) mostram que a violência psicoló gica acarreta ataques ao ego
da criança, com sérios danos e distorçõ es introduzidas em seu mapa psicoló gico sobre o
mundo. As prá ticas repetidamente de maus-tratos psicoló gicos durante o desenvolvimento
infantil convencem a criança de que ela é a pior, nã o amada, nã o querida, ou que seu ú nico
valor é comparado com a necessidade dos outros. A violência psicoló gica tem sido
considerada como ponto central do abuso infantil e da negligência.

Afirmam ainda que os possíveis efeitos da criança conviver com violência


psicoló gica sã o enumerados por vá rios estudiosos, tais como: incapacidade de aprender,
7
Medos e ansiedade

1
também de construir e manter satisfató ria relaçã o interpessoal, inapropriado
comportamento e sentimentos frente a circunstâ ncias normais, humor infeliz ou
depressivo e tendência a desenvolver sintomas psicossomá ticos.

O psicólogo na violência intrafamiliar infantil


A semelhança do que acontece com o adulto, contudo neste caso, com um forte
impacto do desenvolvimento a ser considerado, a criança que é vítima nã o sofre
apenas danos físicos e emocionais, quando a sua vitimizaçã o é revelada, ela é “obrigada a
entrar no complicado mundo dos adultos”, nomeadamente no “sistema de justiça penal”. De
acordo com estes mesmos autores, os adultos, por vezes os mesmos adultos que nã o foram
capazes de lhe dar a protecçã o necessá ria, sã o os responsá veis por estabelecer o
sentimento de segurança pessoal e por ajudá -la a lidar com contextos, situaçõ es, locais,
pessoas, com as quais ela nã o deseja, nem compreende o motivo, mas com os quais terá que
lidar.

É vá lido ressaltar que crianças e adolescentes por estarem em processo de formaçã o


física e mental precisam de condiçõ es que favoreçam esse desenvolvimento, sendo que
nesse período eles se encontram vulnerá veis nas influências sociais, assim o
acompanhamento psicoló gico de vítimas de violência intrafamiliar, faz-se essencial e deve
ser desenvolvido de acordo com as suas necessidades. Os actos de acolher e oferecer
segurança e confiabilidade sã o os primeiros passos para obter sucesso no tratamento físico
e emocional da vítima.

O psicó logo deve acolher a criança e oferecê-la um ambiente seguro, para que
esta perceba a atençã o e a credibilidade deste profissional, e assim sinta-se à vontade para
relatar seu caso. Uma criança bem acolhida e sentindo a confiança no profissional, poderá
deixar transparecer seus reais sentimentos e detalhes vividos em sua experiência.

O trauma vivido por essas crianças e adolescentes geralmente perpetuam por toda
sua vida, e muitas vezes, infelizmente, em alguns casos podem influenciá -los a cometer os
mesmos abusos ao chegarem à idade adulta, como defende Azambuja (2004). As
experiências ficam marcadas na herança genética e nos padrõ es de vínculo, sendo,
portanto, repassados de uma forma ou outra para a descendência. Portanto a intervençã o
do psicó logo é essencial na reconstruçã o da vida da criança, pois valoriza a infâ ncia perdida
e busca a superaçã o dos traumas vivenciados por esta violência.

O profissional psicó logo deve actuar considerando a violência como fenó meno
complexo, multifatorial, social, cultural e historicamente construído o que implicará uma
abordagem interprofissional. O psicó logo também deve considerar a complexidade das
relaçõ es afectivas, familiares e sociais que permeiam o processo de desenvolvimento e

1
incluirá , na sua escuta, todas as pessoas envolvidas na situaçã o de violência, identificando
as condiçõ es psicoló gicas, suas consequências, possíveis intervençõ es e
encaminhamentos.

Para a tomada de decisõ es, orientaçõ es, intervençõ es e encaminhamentos à rede de


atençã o integral o psicó logo deverá considerar:

A problematizaçã o da demanda a ele dirigida;


O lugar em que trabalha e o tipo de serviço oferecido;
A especificidade de cada caso;
Os direitos das crianças e dos adolescentes resguardados pela Lei 8069 de
13/07/1990 –ECA;
Os princípios fundamentais do Có digo de É tica e seus Artigos 9º e 10º que versam
sobre o sigilo e sua quebra.

1
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