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DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM

ESPIRITO SANTO
Dislalia: conceitos e características

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Texto adaptado de Leandro Almeida e colaboradores.

A Dislalia é um distúrbio que acomete a fala, caracterizado pela


dificuldade em articular as palavras, provocando fala errônea das palavras,
acontecendo a omissão ou troca de letras.
Segundo Assunção (2004) a dislalia consiste na má articulação das
palavras, seja omitindo ou acrescentando fonemas, trocando um pelo outro, ou
ainda distorcendo fonemas. A falha na articulação das palavras pode ainda
ocorrer em nível de fonemas ou de sílabas. Os autores ainda afirmam que é
importante uma estimulação da percepção auditiva para que a criança ou o
adulto possa identificar e corrigir a sua emissão de fonemas, sílabas, palavras e
frases. Navarro [s/d] (p. 56) diz que:
Quando uma criança apresenta uma desarticulação em sua linguagem,
tanto omitindo, acrescentado ou distorcendo os fonemas e palavras, podemos
dizer que a mesma apresenta uma dislalia, que precisa ser acompanhada por
um adulto de forma atenta para não comprometer sua comunicação e possíveis
desconfortos emocionais e relacionais com outros indivíduos.
Está claro que os adultos, tanto pais, professores e parentes mais
próximos devem estar atentos a qualquer desarticulação da fala, buscando de
imediato descobrir as causas dessa problemática a fim de amenizar qualquer
desconforto, dificuldade ou prejuízo na vida da criança, tanto no que se refere ás
relações interpessoais quanto aprendizagem na escola.

A dislalia pode ser subdividida em quatro tipos:

 Dislalia evolutiva: considerada normal em crianças, sendo corrigida


gradativamente durante o seu desenvolvimento.
 Dislalia funcional: neste caso, ocorre substituição de letras durante a
fala, não pronuncia o som e acrescenta letras na palavra ou distorce o
som.
 Dislalia audiógena: ocorre em indivíduos que são deficientes auditivos e
que não conseguem imitar os sons.
 Dislalia orgânica: ocorre em casos de lesão no encéfalo,
impossibilitando à correta pronúncia, ou quando há alguma alteração na
boca.

Causas:

Dentre as causas podem ocorrer por má formação congênita do aparelho


fonador, imitação, vício da linguagem, bilinguismo, hábitos viciosos, falta de
carinho ou interesse pelo desenvolvimento da criança, condições físicas
desfavoráveis, transtornos funcionais da língua, falta de elasticidade e
mobilidade funcional dos órgãos que intervém na emissão da fala. A Dislalia
também pode ser resultado de inúmeros fatores, tanto orgânicos, funcionais e
audiógenas que refletem na fala da criança. Daí a importância de um trabalho
preventivo antes da alfabetização evitando-se assim maiores dificuldades
escolares e relacionais.
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Para impedir o desenvolvimento da Dislalia é importante que os pais e


familiares do dislálico não fiquem achando engraçadinho quando a criança
pronuncia palavras de maneira errada, como “Tota-Tola”, ao invés de “Coca-
Cola”. É importante que se pronuncie de forma correta as palavras para que a
criança as memorize e aprenda-as. Sabemos que o meio em que a criança vive
é um dos fatores de influência muito forte para o desenvolvimento da dislalia, Por
isso é imprescindível que se observe a criança e se tome as devidas
providências.
Também são considerados aspectos psíquicos, que em muitos casos são
responsáveis pelo baixo rendimento escolar. É visto que a aprendizagem
depende basicamente da motivação. Muitas vezes, o que se chama de
dificuldade de aprendizagem é basicamente "dificuldade de ensino". É percebido
que cada indivíduo aprende de uma forma diferente, mas no entanto a
massificação do ensino tem contribuído muito para o aparecimento e aumento
dos "distúrbios de aprendizagem".
Diagnóstico e tratamento

Quando se encontra um paciente dislálico, devem-se examinar os órgãos


da fala e da audição a fim de se detectar se a causa da dislalia é orgânica (mais
rara de acontecer, decorrente de má-formação ou alteração dos órgãos da fala
e audição). A dislalia também pode interferir no aprendizado da escrita tal como
ocorre com a fala. A maioria dos casos de dislalia ocorre na primeira infância,
quando a criança está aprendendo a falar. As principais causas, nestes casos,
decorrem de fatores emocionais, como, por exemplo, ciúme de um irmão mais
novo que nasceu, separação dos pais ou convivência com pessoas que
apresentam esse problema (babás ou responsáveis, por exemplo, que dizem
“pobrema”, “Framengo”, etc.), e a criança acaba assimilando essa deficiência.

Esse é o transtorno de linguagem mais comum em meninos, e o mais


conhecido e mais fácil de identificar. Pode apresentar-se entre os 3 e os 5 anos,
com alterações na articulação dos fonemas. O diagnóstico de um menino com
dislalia revela-se quando se nota que é incapaz de pronunciar corretamente os
sons vistos como normais segundo sua idade e desenvolvimento. Uma criança
com dislalia pode substituir uma letra por outra, ou não pronunciar consoantes.

Tendo sido evidenciada a importância de trabalhar com a dislalia é preciso


trabalhar aspectos como a lateralidade e espaço temporal.

Devemos nos preocupar com a lateralidade, de acordo com Lê Boulch


(1987), quando se apresenta de forma cruzada, e atinge a organização do olhar
e a organização de prevalência manual, pois, em muitos casos de dislexia
constata-se uma dominância cruzada de mão e visão. A leitura feita graças a
uma sucessão de movimentos oculares, bruscos e ritmados, obrigatoriamente
orientados da esquerda para a direita, sendo, a organização desta motricidade
definindo-se de maneira precoce.

Na noção de espaço/temporal a criança deve compreender o código que


permite passar da sucessão temporal antes/depois para a transposição gráfica
esquerda/direita. A criança, para Le Boulch (1987), forma frases há vários anos,
e sabe utilizar termos como antes/depois, lá em cima/lá em baixo, ao lado,
dentro, fora, que supõe certa orientação no espaço e no tempo, isto já deve ser
adquirido e consolidado durante o trabalho psicomotor na pré-escola.

Segundo Tissi (2004) a criança deve ser capaz de identificar sons e ter
compreendido a significação simbólica da passagem do som ao sinal gráfico das
letras, dentro do processo de letramento e escrita.

Com a distinção dos dois termos, em suma destacamos a importância de


desenvolver atividades psicopedagógicas, que contribuam para o
desenvolvimento da criança que possuí o transtorno dislálico pois, através do
desenvolvimento das capacidades físicas e motoras, torna-se possível que a
criança que possuí a dislalia consiga obter um aprendizado significativo dentro
do âmbito escolar em que está se encontra.

Tratamento com fonoaudiólogos

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O Fonoaudiólogo procederá com os cuidados do indivíduo analisando a


mobilidade da língua, tais como o palato, lábios; e no que se refere a audição,
será verificada a qualidade com que ele ouve as palavras, pois a fala está ligada
com o sistema auditivo, em matéria de pronúncia.

A escrita também pode ser afetada, uma vez que a Dislalia substitui os
fonemas. A aceitabilidade em erros relacionados com a substituição deve
acontecer até os quatro anos de idade, no entanto após este período o
Fonoaudiólogo deve ser consultado, a fim de que o problema não persista.

O papel do professor frente a dislalia

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-Repetir somente a palavra correta para que a criança não fixe a forma errada
que acabou de pronunciar.

– É importante que o professor articule bem as palavras, fazendo com que as


crianças percebam claramente todos os fonemas.

– Assim que perceber alterações na fala de um aluno, o professor deve evitar


criar constrangimentos em sala de aula ou chamar a atenção para o fato. O
recomendável é que não se espere muito tempo para avisar a família e procurar
um fonoaudiólogo.
– Uma criança que falta às aulas regularmente por problemas de audição, como
otites frequentes, requer maior atenção.

– Os professores devem ser bem orientados em relação a estes fatores e, para


isto, é preciso que haja interação entre eles e os fonoaudiólogos.

– O ato da fala é um ato motor elaborado e, portanto, os professores devem


trocar informações com os educadores esportivos e professores de Educação
Física, que normalmente observam o desenvolvimento psicomotor das crianças.

– O ideal é que a criança faça uma avaliação fonoaudiológica antes de iniciar a


alfabetização, além de exames auditivos e oftalmológicos.

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O papel do professor frente a dislalia tem início na clareza que


ele tem a respeito de tal e de sua concepção social de Educação e,
consequentemente do seu próprio papel social. Somente a consciência
e o compromisso com esse papel vão dar forma a um projeto real de
sociedade. Pois ao entrar, ingressar na escola, as crianças se parecem
todas iguais, embora sabe-se que cada sujeito possui a sua identidade
e sua autonomia, porém estão sujeitos a transtornos emocionais, sociais
e até mesmo físicos que podem retardar ou bloquear suas relações.

A escola é o local criado especificamente para o desenvolvimento


do processo ensino aprendizagem, apesar disso, há muitas crianças
que não conseguem aprender. Fernández (1991 pag. 38) nos diz o
seguinte:

A resposta à interrogação sobre por que não aprende não é


unicausal (...) não existe nem uma única causa, nem situações
determinantes do problema de aprendizagem” e, considerado a ideia
básica de aprendizagem como um processo de construção que se dá
na interação permanente do sujeito com o meio que o cerca, meio
constituído, inicialmente, pela família e, posteriormente, acrescido da
escola, ambos os universos permeados pela sociedade em que se
inserem, lançou-se luzes sobre a relação vincular professor-aluno.
Falar em processo ensino aprendizagem não é falar em um único
elemento, atuando como as pessoas no seu relacionamento com os
alunos, ela vai se construindo a partir das relações do aluno-professor
e o meio, que começa deste o meio familiar e se estende ao ambiente
escolar. O teórico Libâneo (1994 p. 81) afirma que” a aprendizagem
requer uma compreensão clara e segura do processo: em que consiste,
como as pessoas aprendem, quais as condições externas que o
influenciam”.

Isto significa que quem ensina deve oferecer e ter uma


consolidação do que se ensina. Não se aprende por imitação, querendo
fazer o mesmo que o outro faz. Aprende-se querendo parecer-se com
quem nos ama e com quem amamos. Precisamos querer parecer-nos
com o outro, que esse outro nos aceite como semelhantes e nos
apresente subsídios motivadores a aquisição e trocas de tais
conhecimentos. De acordo com o pensamento de Vygotsky (1989, p.
94-95).
O aprendizado das crianças começa muito antes delas
frequentarem a escola. Qualquer situação de aprendizado com a qual a
criança se defronta na escola tem sempre uma história prévia. Por
exemplo, as crianças começam a estudar aritmética na escola, mas
muito antes elas tiveram alguma experiência com quantidades – elas
tiveram que lidar com operações de divisão, adição, subtração e
determinação de tamanho. Consequentemente, as crianças têm a sua
própria aritmética pré-escolar, que somente psicólogos míopes podem
ignorar.

As pessoas desde que nascem já trazem consigo uma


potencialidade. Por isso é importante entendermos que todos temos
algo a aprender com o outro. Aprender, portanto, não significa recitar
um número cada vez maior de conceituações formais, mas elaborar
modelos, articular conceitos de vários ramos do conhecimento, tanto na
vida cotidiana como nas ciências, de modo a cada conhecimento
apropriado pelo sujeito ampliar-lhe a rede de informações e lhe
possibilitar tanto a atribuição de significados como o uso dos conceitos
como instrumentos de pensamento.

Em estudo feito por Almeida et al 2013, constatou-se que os


professores tinham dificuldades para trabalhar pedagogicamente com
crianças com distúrbios de fala e quais as maiores dificuldades
encontradas por eles, todos afirmaram que sentem dificuldades,
abordaram que um dos maiores entraves é a própria condição da
maioria das famílias que por falta de esclarecimento e às vezes por
precárias condições financeiras, não procuram profissionais da área da
fonoaudiologia para fazer terapia e com isso as crianças ficam
prejudicadas.

Relataram também que os órgãos governamentais responsáveis


por esse atendimento não conseguem desenvolver um bom trabalho em
função do número reduzido de profissionais disponíveis para a
efetivação desse atendimento, pois não conseguem atender a todos os
alunos da rede pública que possuem distúrbios da fala.
Eles acreditam que para que seja efetivado um trabalho coerente
para sanar as dificuldades dessas crianças é necessário maior vontade
e interesse governamental proporcionando ampliação do atendimento a
essas crianças através de convênios com clínicas especializadas em
fonoterapia, psicologia e psicopedagogia.

Atividades pra trabalhar com a criança que apresenta dislalia

Num primeiro momento podem ser feitas atividades como: Pedir


para que a criança diga, alto em bom som e de maneira rápida, as seguintes
letras:

P – B – T – D – Q – G – Q – D – T – B – P – B – T…

Existem atividades que auxiliam as crianças com suspeita ou diagnóstico


de Dislalia são elas:

http://silvanapsicopedagoga.blogspot.com.br/2013/02/intervencao-dislalia.html

As fichas ou cartelas ilustradas têm inúmeras aplicações. Com elas, o


professor pode trabalhar a linguagem e a pronúncia das palavras de forma
interessante e lúdica. Estas atividades podem auxiliar alunos com dislalia,
gagueira, assim como incentivar uma pronúncia correta, enriquecer o
vocabulário da turma, a imaginação, criatividade etc.
Abaixo, algumas sugestões de atividades com as fichas ilustradas:

A) Sentados em círculo, o professor mostra uma ficha e pede que


pronunciem o nome do desenho mostrado. Numa conversa
informal, incentiva a pronúncia correta, sem intimidar quem errou
apenas repetindo da forma certa a pronúncia.

B) Sentados em círculo, fichas ilustradas embaralhadas no centro,


o professor pede que cada um retire uma carta e não mostre aos
colegas.

C) Em seguida, um a um, devem fazer a mímica dos desenhos ou


ilustrações que pegaram e os demais tentarão adivinhar. Ou
seja, sem perceber, a criança estará pronunciando vários nomes
e palavras, na tentativa da adivinhação. O professor deve ficar
atento e incentivar a pronúncia correta dos nomes.

D) Sentados em círculo, cada um apanha uma carta. Uma criança


começará uma história a partir da carta que pegou e os demais
devem continuar a história, sempre incluindo o nome do
desenho ou ilustração que está em seu poder. Por exemplo:
Augusto pega a carta de um cachorro: "Era uma vez um
cachorro". Se Augusto pronunciar "tachorro", deve ser
incentivado a pronunciar novamente, sem, no entanto, desejar
resultados imediatos. É preciso ir com paciência para não causar
constrangimento e apelidos. Paulo dará continuidade: "Era uma
vez um cachorro e ele encontrou um gatinho...". Assim
sucessivamente, cada qual deve acrescentar algum novo fato à
história, até que tenha um final. Em classes cuja faixa etária
permita, pode ser feito o registro do texto por parte dos alunos.

Atividades dirigidas e práticas:

 Vibrar os lábios;

 Roçar os lábios;
 Juntar os lábios usando os dedos e puxando-os para frente;
canudinho;

 Circular a ponta da língua entre os lábios e os dentes;

 Gargarejar; bocejar;
 Abrir a boca vagarosamente e fechá-la depressa;
 Soprar algodão ou vela usando canudinho;
 Encher balão;
 Estalar a língua imitando o trote do cavalo.

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Tocar música no pente revestido de papel fino:

Recitar versos

Cantar músicas
Falar trava-línguas

Podemos citar alguns exemplos de versos como:

Parece preta. A Pepa aporta à praça E pede ao Pupo que lhe passe o palito.

Pula do palco e, pálida, perpassa.


Por entre um porco, um pato e um periquito.

Após, papando, em pé, pudim com passas.


Depois de paios, pombos e palmito,
Precipite, por entre a populaça.

Passa, picando a ponta de um palito.

Peças compostas por um poeta pulha,


Que a papalvos perplexos empulha,
Prestando apenas para apanhar os paios...

Permuta a Pepa por pastéis, pamonha...


Que a Pepa apupe o Pupo e à popa ponha
Papas, pipas, pepinos, papagaios
(Emílio de Menezes)

Estes são versos que exigem moderada atenção e focam a letra P.


Exercícios como trava-línguas contribuem com o desenvolvimento da pronúncia
e dão maior segurança ao emitir sons parecidos e repetitivos que podem
confundir o cérebro.

Tente agora algo mais difícil:

As bruzundangas do bricabraque do brandão abrangem broquéis de


bronze brunido, brocados bruxulentes, brochuras, breviários, abraxas,
brasões, abrigos e brinquedos.
O acróstico cravado na cruz de crisólidas da criança criada na creche é
o credo cristão.

Brincadeira: Pezinhos

Preparação e Material

Usando papel cartão ou contact, corte seis pés direitos e seis esquerdos.
Faça o modelo contornando o pé de uma criança ou o seu próprio. Com caneta
hidrocor ou lápis, marque um “D” em cada pé direito e “E” nos esquerdos.
Disponha os pezinhos de forma que representem passos ao longo de um
caminho e fixe-os no lugar.

http://4.bp.blogspot.com/-
oK0sPwvfJ8c/UUCytQNx4tI/AAAAAAAAUIQ/hzuEqGcprS4/s1600/DSC01925+copy.jpg

Introdução à Classe:
Na primeira vez, andem sobre as pegadas e tentem ficar dentro das
marcas.

Quando colocarem o pé direito sobre a pegada D, digam “direita” e


caminhem apenas sobre as pegadas D e vice-versa com a E.

Variação:

Dentro das pegadas, podem-se colocar letras ou palavras que contenham


as siglas: P – B – T – D – Q – G, e pedir para que a criança repita as letras ou
as palavras nas quais elas estiverem com seu pé na pegada.
Alfabetização de crianças com dislalia

Método fônico
Texto adaptado de Marli Amaral Dalazen e colaboradores

O método fônico é um método de alfabetização que dá ênfase ao ensino


dos sons das letras, partindo das correspondências, sons-letras, mais simples
para as mais complexas e depois a combiná-las. Permitindo dessa forma que se
consiga ler toda e qualquer palavra. Nasceu como uma crítica ao método da
soletração ou alfabético sendo, indicado para crianças mais jovens e
recomendado ser introduzido logo no início da alfabetização.

O método fônico nasceu como uma crítica ao método da soletração ou


alfabético. Primeiro são ensinadas as formas e os sons das vogais. Depois são
ensinadas as consoantes, sendo, aos poucos, estabelecidas relações mais
complexas. Cada letra é aprendida como um fonema que, juntamente com outro,
forma sílabas e palavras. São ensinadas primeiras as sílabas mais simples e
depois as mais complexas.
Visando aproximar os alunos de algum significado é que foram criadas
variações do método fônico. O que difere uma modalidade da outra é a maneira
de apresentar os sons: seja a partir de uma palavra significativa, de uma palavra
vinculada à imagem e som, de um personagem associado a um fonema, de uma
onomatopeia ou de uma história para dar sentido à apresentação dos fonemas.
Um exemplo deste método é o professor que escreve uma letra no quadro e
apresenta imagens de objetos que comecem com esta letra. Em seguida,
escreve várias palavras no quadro e pede para os alunos apontarem a letra
inicialmente apresentada. A partir do conhecimento já adquirido, o aluno pode
apresentar outras palavras com esta letra.
O método fônico é recomendado nas diretrizes curriculares de países que
utilizam a linguagem alfabética, como: Estados Unidos, Inglaterra, França e
Dinamarca, e no Brasil o Programa Alfa e Beto de Alfabetização foi aprovado e
está incluído no Guia de Tecnologias do MEC. O Programa Alfa e Beto de
Alfabetização dispõem de um conjunto rico e variado de materiais que
contemplam todas as competências previstas no Programa de Ensino:
 Consciência fonêmica
• Princípio alfabético
• Decodificação
• Fluência
• Desenvolvimento de vocabulário
• Estratégias de compreensão de textos
• Competências da escrita
• O programa e os materiais são elaborados de acordo com os
princípios do ensino estruturado, facilitando a vida do professor.
 Os materiais são lúdicos e mantêm o aluno motivado e interessado
durante todo o processo de alfabetização.
 Todas as propostas de atividades do programa são baseadas nas
evidências científicas atuais da Ciência Cognitiva da Leitura.
 O ensino da decodificação utiliza o método fônico,
comprovadamente o mais eficaz para promover a efetiva
alfabetização das crianças.

Através deste método de alfabetização a criança constrói a sua pronuncia


por si própria. Muitas das correspondências som letra, incluindo consoantes e
vogais e dígrafos, podem ser ensinados num espaço de poucos meses (de
quatro a seis meses), logo no início do seu primeiro ano letivo. Isso significa que
as crianças poderão ler muitas das palavras desconhecidas que elas mesmas
encontram nos textos, sem o auxílio do professor para tal. Os especialistas dizem
que este método alfabetiza crianças, em média, no período de quatro a seis
meses.

Por exemplo, ao se ensinar os fonemas /u/ /a/ /o/ /t/ e /p, usando um alfabeto
móvel as crianças podem formar palavras como: pata, pato, tato, tatu, tapa, topo,
etc.; depois disso eles são incentivados a pronunciar o som de cada letra uma
por uma e em seguida combina-os para gerar a pronúncia da palavra.
A fonética passou a ser concebida como a disciplina que estuda os sons da fala
sob os aspectos articulatórios, acústico e perceptual
Para tanto, é possível enfocar a fala humana sob três aspectos diferentes:
articulatório, acústico e perceptual (ou auditivo). O estudo dos sons da fala sob
o aspecto articulatório visa explicar, por exemplo, como as pessoas utilizam
órgãos como boca, pulmões ou laringe para produzir os sons. Visa, também,
explicar como os movimentos ou posições da língua e outras partes da boca se
diferenciam quando pronunciamos diferentes sons. A área da fonética que se
volta para esse aspecto é denominada fonética articulatória. Estudar os sons da
fala sob os o aspecto acústico requer a observação dos atributos físicos desses
sons, como frequência, intensidade e duração, atributos esses que, ao mesmo
tempo em que caracterizam um determinado som da fala, o tornam distinto dos
demais. A fonética acústica é a área da fonética que se volta para os aspectos
físicos envolvidos na produção dos sons.

Assim Trubetzkoy diz que:

[...] O estudo dos sons pertencentes à fala e que se ocupa de fenômenos


físicos concretos, deverá ter de usar métodos das ciências naturais, enquanto o
estudo dos sons que pertencem a sistema s linguístico deverá utilizar apenas os
métodos linguísticos, ou das ciências sociais, respectivamente. Designamos o
estudo dos sons da fala pelo termo “fonética” e o estudo dos sons pertencentes
a um sistema linguístico pelo termo “fonologia” (TRUBETZKOY, 1954, p. 4).

A abordagem dos sons da fala considerando os aspectos percentuais, por


sua vez, visa explicar como se dão os processos psicológicos pelos quais as
pessoas percebem a fala, ou seja, como o cérebro utiliza vários traços e
características de um “pedaço” de um som para reconstruir a imagem fônica
pretendida pelo falante. A fonética auditiva cabe estudar os sons da fala sob o
aspecto perceptual.

É importante observar que, apesar de cada uma das áreas mencionadas


acima se preocupar com um aspecto especifico envolvido na produção dos sons
da fala, os aspectos articulatórios, acústico e auditivo estão intrinsecamente
relacionados. Afinal, as mudanças de configuração do trato acarretam, em última
instância formas de onda com frequências distintas e as diferenças articulatórias
e acústicas, por sua vez, fornecem diferentes pistas para que o ouvinte perceba
um som como [i] e não como [a], por exemplo. Assim, ressalte-se que a
dissociação entre os três aspectos, que obedece a fins estritamente expositivos.
Assim sendo, algumas coisas as crianças devem aprender e assimilar que
fonema é a menor unidade sonora da língua e os sons das palavras dividem-se
em sílabas e fonemas e que grafema é uma ou mais letras que representam um
fonema. O exemplo pode-se citar a palavra casa que é composta de duas sílabas
e quatro fonemas.

Silabas: ca/ as.


Fonemas: k/a/s/a.

Na língua portuguesa temos doze fonemas de vogais e dezenove


fonemas de consoantes, isso porque algumas letras apresentam mais de um
fonema.

A criança deve discriminar um fonema de outro como, por exemplo, o (v/


f), identificar também o nome de cada letra o nome da letra F é efe ou fê, mas o
som que ela representa é (f). Deve ainda identificar fonema mais típico que cada
grafema (uma ou mais letra) representa e o professor deve começar sempre da
palavra para o fonema e daí para a letra, dessa forma a criança deve identificar
os sons que formam as palavras, conhecer as letras que representam esses
sons e ainda analisar e sintetizar os sons tanto para ler quanto para escrever.

O Ciclo De Produção Da Voz

Para entender como a voz humana é produzida, podemos partir de uma


fonologia entre esse processo e a produção de sons através de instrumentos
musicais de sopro, por exemplo, a flauta. Quando o músico sopra pelo orifício da
flauta, são emitidas correntes de ar que vibram no interior do instrumento. No
entanto, o músico periodicamente promove obstruções no orifício da flauta com
os lábios.
A fonação acontece sempre durante a expiração – é impossível o ser humano
falar enquanto inspira o ar – porque ela resulta de um processo de reações à
pressão do ar dos pulmões: quando o ar atinge o volume Máximo suportado
pelos pulmões. A corrente do ar egresso dos pulmões, então, se propaga pela
traqueia e, ao chegar à parte superior da mesma, na região da laringe, encontra
um obstáculo à sua passagem – glote, onde estão localizadas as pregas vocais.
No momento em que o ar chega à glote, a pressão dele na cavidade inferior a
esse órgão (cavidade subglótica) é bem maior que a pressão do ar na porção do
trato que fica da glote (cavidade supra glótica). Então, num mecanismo que visa
estabelecer um equilíbrio da pressão do ar nas duas cavidades, o ar empurra as
pregas vocais, uma válvula que se localiza na porção superior da glote.
É preciso ficar claro que afanação só é possível graças à grande
elasticidade das pregas vocais, constituídas de tecido muscular e que medem
alguns poucos milímetros (em torno de três mm): por conta dessa elasticidade,
os movimentos de adução e abdução das pregas se repetem muitas vezes;
periodicamente, fazendo as pregas vibram. No momento em que as pregas
vibram, produz-se a voz, também denominada tom laríngeo. Inevitável,
novamente, a analogia com a música; como um som musical, a voz é igualmente
produzida por vibrações periódicas, e nisso ambos- som musical e voz- se
distinguem do ruído, que é aperiódico.

A fonética não se ocupa do conhecimento de qualquer som: não lhe


interessa estudar os ruídos produzidos por caminhões que trafegam pela rua, ou
os ruídos de aparelhos domésticos. Interessa-lhe estudar os sons produzidos
pelos seres humanos, como consequência desse objetivo, a fonética estabelece
diálogos muito profícuos com diferentes áreas, que se utiliza dos articuladores
do trato que são a laringe, epiglote, faringe, palato mole, palato duro, alvéolos,
dentes, lábios, mandíbula e língua e os pontos de articulação que são bilabial,
labiodental, dental. Alveolar, pós alveolar, retroflexo, palatal, velar, virgular,
faringal, global.

Distinguindo Os Sons Da Fala: Consoantes

Sabemos também que o som produzido pela ação das vibrações das
pregas, o tom laríngeo, é indistinto, ou seja, não é [a], [s] ou [i], por exemplo.
Essa distinção é dada pelos articuladores do trato vocal, que é a estrutura
anatômica que se estende de laringe a lábios e compreende também a cavidade
nasal. Ali há diversas estruturas que empregamos para produzir os sons da fala,
como véu palatino, palato, alvéolos que, como sabemos, chamamos de
“articuladores”. Conhecendo os articuladores do trato vocal, podemos começar
a realizar uma das tarefas do foneticista, que é a de descrever como as pessoas
utilizam tais articuladores para produzir os sons da fala.
Em linhas gerais, podemos observar que os articuladores da porção
inferior do trato- como língua ou lábio inferior-geralmente se movem de encontro
aos articuladores da porção superior-como alvéolos, palato ou lábio superior.

Tente pronunciar uma palavra como papa, por exemplo. Observe que,
durante a produção de [a], sua boca se encontra totalmente aberta, permitindo
que o ar se propague livremente através do trato vocal.
Assim, em linhas gerais, os sons da fala produzidos pela ação de uma
constrição significativa no trato vocal são as consoantes. Os sons que não
envolvem constrição - ou quase nenhuma -, por sua vez, são as vogais.
Com relação ás consoantes, ainda é preciso frisar que dos parâmetros
que as distinguem é o grau de severidade com que são realizadas: produzir o
som [s] numa palavra como sapo, por exemplo, requer constrição menor que a
produção do som [p] nessa mesma palavra. Apesar de a língua bloquear em
grande parte a passagem do ar, ainda assim o som de [s] pode ser sustendo o
que comprova empiricamente que, nesse caso, o bloqueio à passagem do ar é
apenas parcial.
Para distinguir as consoantes entre si, os foneticistas baseiam-se, então,
em parâmetros que remetem à maneira como a constrição é feita se mais ou
menos severa (o modo de articulação) e ao lugar do trato onde é feita (o ponto
de articulação). Também a ação de pregas é importante para se distinguirem as
consoantes e estabelece um terceiro parâmetro, a sonoridade.

Pontos De Articulação

Como mencionada acima, o ponto de articulação é o parâmetro


classificatório de consoantes concernente ao local do trato onde dois
articuladores se aproximam, provocando ai uma contrição de modo a impedir
parcial ou totalmente a passagem do ar.
Bilabial é o primeiro ponto do trato em que podem ser produzidos sons e que
envolve a aproximação dos lábios superior e inferior. São produzidos nesse
ponto os primeiros sons de palavras como “pato” ou “bola”.
Labiodental é o ponto localizado logo depois dos lábios. As consoantes
produzidas nesse ponto- como os primeiros sons de “fácil” e “vácuo”, por
exemplo, envolvem a aproximação do lábio inferior com os dentes superiores.
Dentre as consoantes produzidas nesse ponto envolvem a aproximação
da ponta ou da lamina da língua com os dentes superiores frontais. São
exemplos de sons produzidos nesse ponto os primeiros sons de palavras
inglesas como “thief” (ladrão) ou “thy” (vosso). Em português, não existem sons
produzidos nesse ponto.

Distinguindo Os Sons Da Fala: Vogais

Há duas diferenças cruciais entre a produção de vogais e a produção de


consoantes. As consoantes são produzidas em toda a extensão do trato- há
desde consoantes bilabiais, como [p, b], até consoantes glotais, como [h]; as
vogais, em contrapartida, são produzidas numa região do trato compreendida
entre palato e véu palatino, sendo que elas oferecem resistência à passagem do
ar em maior ou menor grau; já as vogais oferecem quase nenhuma resistência
à passagem do ar no trato.
Além disso, as vogais são geralmente sonoras- o que significa que a
sonoridade não é um bom parâmetro para distinguir vogais – e muitas delas são
produzidas com o arredondamento dos lábios sobreposto à sua articulação, uma
manobra que pode, inclusive, diferenciar vogais entre si. Note que, no caso das
consoantes, o arrendamento dos lábios não é um parâmetro que distingue sons
consonantais.

Distinguindo As Vogais Entre Si

Dadas todas as diferenças articulatórias entre consoantes e vogais,


apontadas anteriormente, já deve ter ficado clara para você a impossibilidade de
caracterizar os sons vocálicos pelos mesmos critérios articulatórios que
tomamos para a caracterização das consoantes- ponto, modo de articulação e
sonoridade.
Assim os parâmetros articulatórios tomados para descrever ad distinções
articulatórias entre as vogais serão: grau de abertura da mandíbula, que se
reflete na altura da língua no trato; posição da língua no trato; arredondamento
dos lábios.

Dislálicos na escola

De acordo com Piaget, a criança nasce com uma capacidade inata de


aprender, e o conhecimento e desenvolvimento da criança dependem de
estímulos externos, ou seja, exposição ao meio. Para que se adquira
conhecimento, deve haver uma transferência e consequente assimilação, de
forma que o professor é o mediador da aprendizagem.
Segundo Vygotsky, devido à necessidade de comunicação leva o homem
a criar sistemas de linguagem. A linguagem é, portanto, uma etapa posterior ao
conhecimento, por meio do qual expressamos nossos pensamentos e implica
diretamente na aprendizagem da leitura e da escrita, forma de materialização.
É fato que os adultos próximos às crianças devem estar sempre atentos
a qualquer distúrbio de fala e falhas na escrita, buscando averiguar se é um erro
decorrente do estágio em que a criança se encontra, evitando futuros problemas.
Assim, segundo Navarro [s/d] (p. 56):
“Quando uma criança apresenta uma desarticulação em sua linguagem,
tanto omitindo, acrescentando ou distorcendo os fonemas e palavras, podemos
dizer que a mesma apresenta uma dislalia que precisa ser acompanhada por um
adulto de forma atenta para não comprometer sua comunicação e possíveis
desconfortos emocionais e relacionais com outros indivíduos.

Em estudo feito por Souza 2015, observou-se a dificuldade de pronunciar


palavras com ‘r’, ‘j’ e ‘x’, evidenciando assim a dislalia, os sujeitos do estudo
substituíram a letra “r” por “rr”, conforme a transcrição:

“(...)Minhas corres preferridas são verde limão, verde, azul escurro e azul. (...)
Os meus cantorres favorritos são Mc Guimé e Kate Perry.(...) Mortal kombat 9 e
mortal kombat 10, os melhorres (...) A minha música favorrita é o Bonde passou.
Eu prrefirro viazar de carro(...)”.
A letra ‘j’ foi substituída por ‘z’, enquanto o ‘x’ ou ‘ch’ foram trocados pelo
‘s’, mostrado na transcrição abaixo:

“(...) os melhorres que eu zá zoguei (...) Eu prefirro viazar de carro(...) Eu adorro


suco de cazu. (...)Eu odeio mosila de rodinha.(...)”

Em alguns momentos do vídeo, pode-se observar uma omissão.

“(...)Eu gosto de binca muito é o Gogo (...) Eu amo fio, mas calor não dá. (...)”

Observando o caderno e livro do aluno F. C. F., percebemos grande falha


na escrita, com letras substituídas ou omitidas em diversas frases (figuras 2 e 3).
O fato de não pronunciar corretamente as palavras interfere diretamente na
escrita, já que não há concordância entre elas.

Figura 2: Livro do omissão de


aluno mostrando letras

Fonte: Souza, 2015


Fonte: Souza, 2015.

Desafios para o professor

https://i.ytimg.com/vi/1ayak3DUiX8/maxresdefault.jpg

É papel do professor estar atento às dificuldades e erros de seus alunos,


observando seus pormenores e ser sensível o suficiente para perceber
dificuldades de comunicação ou aceitação dos demais frente a uma deficiência
ou distúrbio.

Elaborar se necessário, um plano de ação para evitar casos de


agressividade e bullying com as crianças portadoras deste distúrbio. Este tipo de
ocorrência faz com que o dislálico sinta-se envergonhado e retraído, levando-o
a evitar apresentações em público. A socialização também é comprometida, uma
vez que a linguagem oral é uma importante forma de comunicação e, quando
mal interpretada (ou entendida), pode gerar constrangimentos.

Em alguns dos trabalhos utilizados como base, pode-se observar que o


professor enfrenta diversos desafios em seu ambiente de trabalho, entre eles,
identificar distúrbios de fala e trabalhar adequadamente com estes alunos. A
lotação das salas de aula e pouca disponibilidade para acompanhar as
produções escritas dos alunos prejudicam a relação aluno-professor-família.

Embora seja direito do aluno, com distúrbios ou deficiências, serem


acompanhados por um profissional especializado durante as aulas, as escolas
enfrentam problemas para efetivar esse atendimento, levando à um déficit de
atenção à essas crianças.

Outro fator importante é a solicitação de auxiliar de sala especial, o


encaminhamento destes alunos para especialistas e o trabalho em conjunto
envolvendo família, escola e profissionais da área médica. A situação financeira,
disponibilidade de profissionais para a realização de terapias e níveis de
instrução dos pais e familiares faz com que as crianças sejam prejudicadas.

Atividades que estimulam as habilidades de consciência fonológica


durante a educação infantil

 No momento da chamada, chamar e escrever o nome do aluno no quadro,


por ex: “Rafael, termina em “el”, estimular as crianças a repetirem a silaba
“el” e verificar a existência de mais alunos presentes com o nome com
esta terminação, como: Daniel, Gabriel, etc. Fazer isso com todos os
nomes da chamada, usando também a sílaba inicial do nome e nomes
que rimam.
 Trabalhando a Janelinha do tempo, dialogando com os alunos, como por
exemplo: Está um dia chuvoso, questionar os alunos sobre o som da
chuva, como: Chuá. Escrever no quadro a palavra Chuá, que refere-se a
representação do som repetido pelas crianças. Outro ex: o som do trovão:
Trooom! Aproveita-se pra trabalhar o som “tr” o qual as crianças possuem
dificuldades pra pronunciar, assim, busca-se outras palavras com “tr”
como trator, estrada, trovão, trabalho. Estimular as crianças a repetir cada
palavra e fazer exercícios orais “trrrrr” mostrando a localização da língua
durante esta pronúncia.

http://lh4.ggpht.com/_9YblIe5FGE0/S5J6XejQYnI/AAAAAAAAE24/hq2GsFe1otE/atividade_pronta_relogio_do_tempo_t
humb%5B5%5D.jpg?imgmax=800

 Aproveitando um momento de descontração dos alunos, pode-se fazer o


som de “silêncio!” como chiiiuuuu... Neste momento estimula-se a criança
a repetir este som em diversas palavras como chuveiro, chave, chocolate,
etc. Aproveita-se pra trabalhar sílabas que as crianças possuem
dificuldades de pronunciar como com as letras “rr” ”ss”e troca de letras
como “d” no lugar do “g”, "i" no lugar do "l", "x" no lugar do "s", entre outras.
Uma boa forma de se trabalhar estas letras é com músicas buscando
estimular os alunos a repetir palavras que pronunciam incorretamente e
demonstrando a forma certa através da música.

 Objetivo: ampliar o vocabulário.


Conhecer o nome de diferentes objetos do entorno.
Recursos; uma cesta de vime, um tambor, uma almofada e brinquedos
familiares, ursinhos de pelúcia, pato de borracha, carrinho etc.)
Descrição; Peça as crianças que se sentem no chão, formando um
círculo. Coloque a cesta vazia no centro do círculo e ponha os brinquedos
em diferentes locais da sala.
Convide uma criança de cada vez a procurar o brinquedo nomeado na
canção e colocá-lo dentro da cesta. Enquanto a criança procura o
brinquedo, cante e toque o tambor, acompanhado do canto e das palmas
das demais crianças que permanecem no círculo. No tambor, no tambor.
No tambor da alegria. Quero que você me leve. Ao tambor da alegria
(repetir tudo). Maria, oh Maria (José, Pedro, Lúcia) Maria amiga minha,
Quero que você ponha. O ursinho (pato, carrinho) na cestinha.

Esta atividade pode ser feita todos os dias com os objetos diferentes para
ampliar vocabulário; utensílios de cozinha, ferramentas infantis, objetos
de higiene pessoal, materiais escolares etc.

 Expressar palavras completas: MEU CORPO. Objetivo especifico:


Conhecer e apontar as partes do corpo. Recursos: Fita cassete ou CD
com a canção.
Descrição: Forme uma ciranda com as crianças e convide-as a cantar: A
cabeça acima está.
Cante a canção tocando em cada uma das partes do corpo mencionadas
na letra. Repita a canção várias vezes, enfatizando os nomes de cada
parte do corpo. Termine a canção e peça às crianças para tocarem as
diferentes partes do corpo que você: Vamos tocar a cabeça. Vamos tocar
o nariz, vamos tocar a orelha. Motive as crianças a darem elas mesmas
as instruções para tocar diferentes partes do corpo.

https://i.ytimg.com/vi/nYZlA-KCz2c/maxresdefault.jpg

A Cabeça Acima Está


A cabeça acima está
É usada para pensar
Olhos, boca e nariz
Para ver e respirar
Mais embaixo o coração
Que faz tum, tum, tum
O umbigo está mais embaixo
E por último vêm os pés.

OBJETIVOS
A) Levar a criança a perceber que as frases são formadas por
palavras.
B) A criança deve completar a palavra que está faltando na frase.
Músicas folclóricas

Réu, réu
Vai pro céu
Vai buscar o meu chapéu!
Se for novo trá-lo cá.
Se for velho deixa-o lá!

Sugestões de atividade a partir das músicas

1. Decorar a música.

2. Falar as frases da música, destacando as palavras CÉU-CHAPÉU-CÁ-LÁ

Assim:

Réu, réu

Vai pro_____________ (a criança deve completar)

Vai buscar o meu________!

Se for novo trá-lo______.

Se for velho deixa-o____!

3. Bater palma concomitantemente para a palavra cantada.

4. RIMAS COM OS NOMES

O professor poderá registrar, em um cartaz, o texto abaixo e pedir aos


alunos que o completem oralmente, com nomes de animais, objetos, frutas,
brinquedos que rimam com os de pessoas. O professor deverá completar o texto
escrevendo as palavras ditas pelas crianças.

Vou comprar um presentinho


Para meus bons amiguinhos.

O que será que vou dar?

Vocês vão adivinhar.

Para o Joãozinho

Vou dar um.......................(carrinho)

Para o Mário

Eu dou um........................(canário)

Para o Renato

Um...................................(gato)

Para o Ricardinho

Vou dar um ......................(passarinho)

Para a Grasiela.

Eu dou uma.......................(panela)

Para a Arlete

Um.....................................(chiclete)

Para o Gabriel

Vou dar um......................( pastel)

5. LOTERIA DAS PALAVRAS

Para essa atividade serão necessários vinte e quatro cartões de 6 x 6


centímetros, com as seguintes ilustrações:

Aranha – picanha

Leão – melão
Sol – caracol
Pipoca – minhoca
Borboleta – pirueta
Caminhão – violão
Gato – pato
Berço – terço
Campeão – sabão
Elefante – gigante
Amarelo – chinelo
Caminhonete – chiclete

http://1.bp.blogspot.com/--
0N3rIACeRg/UdMuGHxdp1I/AAAAAAAAAN4/nieJakdmbFU/s960/Jogos+na+Alfabetiza%C3%A7%C3%A3o+
-+Ca%C3%A7a+Rimas+5.JPG

Descrição:
 Instrução: Vamos procurar qual é a palavra que tem o som parecido com
.... leão?
 Selecione o cartão do leão e deixe que procurem entre as figuras uma
com som parecido com leão.
 Espere que as crianças encontrem aquela com som parecido e pergunte:
Em que são parecidas?
 Construa outras perguntas a partir da respostas das crianças.
 Coloque cada figura ao lado daquela que rima em seguida pronunciem
cada uma com seu par.

6. JOGO COM RIMAS E TRAVA-LÍNGUAS

* Recursos: livros com trava-línguas e rimas, lápis de cores, cola e


tesouras.
*Descrição: Selecione rimas e trava-línguas de diversos livros e com eles
elabore seu próprio livro colocando ilustrações dos personagens. Escreva
o texto abaixo das ilustrações. Repita em voz alta as rimas ou trava-
línguas. Faça-o várias vezes até que a criança se familiarize com as
palavras. Pronuncie lentamente os sons e depois, pouco a pouco, vá
aumentando a velocidade enfatizando os sons que se repetem. Após ter
repetido várias vezes deixe a criança tentar. Você diz o primeiro verso e
a ajuda a repeti-lo. Continue assim até que ela possa dizê-lo sem auxílio.
É importante que toda atividade seja divertida, e não se deve forçar a
criança a repetir os versos, caso ela se negue, brinque você com as
palavras e mostre as ilustrações.

7. Eu vou dizer três palavras, duas rimam e uma não. Qual não rima?
- CHUPETA / BIGODE / ROLETA
- LATA/DEDO/MEDO

8. O professor deve falar uma frase.


Depois a repete sem a última palavra. A criança deve dizer então a
palavra que faltou. Por exemplo: Fui na casa da vovó comer macarrão.
Fui na casa da vovó comer______.
Depois o professor transcreve esta frase e recorta – uma palavra em cada
pedaço de cartolina. Com as crianças recria a sentença e fixa em local
visível. Retira novamente a última palavra e refaz a pergunta.

9. JOGO DO DESCUBRA A PALAVRA.


*Objetivos: As crianças serão capazes de combinar e identificar uma
palavra que foi desmembrada nos sons que a compõe.
*Materiais: Cartões com figuras de objetos facilmente reconhecíveis pelos
alunos, como sino, ventilador, bandeira, cobra, árvore, livro, copo, relógio.
Atividade: Coloque um pequeno número de figuras diante da criança. Diga
que você vai dizer uma palavra usando a 'fala da lesma', uma forma lenta
de dizer as palavras, (p.ex: sssssiiiiinnnnnooooo). Deixe que a criança
olhe as figuras e descubra a palavra que está sendo dita. É importante
que a criança descubra a palavra por ela mesma, então todas devem ter
a sua oportunidade de tentar.

10. RIMAS COM AS HORAS DO DIA


Desenvolvimento:
Diga o início de cada verso para que as crianças completem da
maneira como escutarem ou inventem uma nova rima.
A galinha magricela.
Eu conheço uma galinha.
A galinha da vizinha
Avezinha magricela e depenada
Quem tem pena da galinha
Avezinha depenada
A galinha magricela da vizinha?
Bota ovos pela sala
No banheiro e na cozinha
Ela bota, bota, bota
Sem parar
A galinha magricela
Bota ovos sem parar
A galinha magricela
É magrela de botar
A galinha magricela
E bota um e bota dois e bota três
A galinha magricela
Vira cambota e bota quatro de uma vez
A galinha magricela
E bota dez e bota cem e bota mil
A galinha magricela
Bota ovo bota banca
De mais bela do Brasil
-----------------------------------------------------------------------------------

http://4.bp.blogspot.com/-
noPdqnrKzFY/UT0rEIYWSkI/AAAAAAAADW4/sxOiT565TJU/s1600/digitalizar0016.jpg

A Galinha Ruiva (conto do folclore internacional)

Era uma vez uma galinha ruiva, que morava com seus pintinhos numa
fazenda. Um dia, ela percebeu que o milho estava maduro, pronto pra
colher e virar um bom alimento. A galinha ruiva teve a ideia de fazer um
delicioso bolo de milho. Todos iam gostar! Era muito trabalho: ela
precisava de bastante milho para o bolo. Quem podia ajudar a colher a
espiga de milho no pé? Quem podia ajudar a debulhar todo aquele milho?
Quem podia ajudar a moer o milho para fazer a farinha de milho para o
bolo? Pensando nisso que a galinha ruiva procurou seus amigos .

http://image.slidesharecdn.com/livrodigitalagalinharuiva-150127103729-conversion-gate01/95/livro-digital-a-
galinha-ruiva-3-638.jpg?cb=1422376702

- Quem pode me ajudar a colher o milho para fazer um delicioso bolo?


perguntou a galinha.
Eu não, disse o gato. Estou com muito sono.
Eu não, disse o cachorro. Estou muito ocupado.
Eu não, disse o porco. Acabei de almoçar.
Eu não, disse a vaca. Está na hora de brincar lá fora.
Todo mundo disse não. Então, a galinha ruiva foi preparar tudo sozinha:
colheu as espigas, debulhou o milho, moeu a farinha, preparou o bolo e
colocou no forno.
Quando o bolo ficou pronto... Aquele cheirinho bom do bolo foi fazendo
os amigos se chegarem. Todos ficaram com água na boca.

11. Rimas: pedir para criança escrever outra palavra que rime: gato
sapato.
12. Consciência das palavras: pedir que identifiquem os animais que
estão na frase. Ex: O cachorro não gosta do gato.
13. Consciência silábica: perguntar para criança com que letra começa ou
termina a palavra ex: AVIÃO - letra – A
14. Consciência fonêmica: proporcionar uma palavra e depois da criança
ter visto a palavra omitir uma letra ex:
DIAS= dia / PATO=ato / CASA=asa

UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ

CURSO: LETRAS

ARTIGO CIENTÍFICO:

PROBLEMAS DE FALA, ESCRITA E LEITURA.

Karine de Sousa Barbosa

RESUMO: Este estudo tem como objetivo fazer uma breve explanação sobre
alguns problemas que afetam a linguagem no âmbito da fala, da escrita e da
leitura. É fundamentado em autores como FERREIRO (2001); JOSÉ, COELHO
(1993) e ZORZI (2003). Estrutura-se da seguinte maneira: inicialmente se faz
uma breve introdução; conceitua-se fala, escrita e leitura; em seguida se
apresenta os distúrbios; encerrando-se com algumas considerações.

PALAVRAS-CHAVE: Dislalia. Gagueira. Disgrafia. Disortografia. Dislexia.

1. INTRODUÇÃO
Este trabalho visa uma maior compreensão dos problemas que afetam a
fala, a leitura e a escrita de muitos alunos. Sabe-se que tais distúrbios fazem
parte do cotidiano de muitas instituições educacionais, que muitas vezes não
conhecem o suficiente sobre o assunto e, por isso, é preciso estudá-lo.

Por conseguinte, serão apresentadas algumas características, possíveis


causas e formas de tratamento ou amenização dos problemas de linguagem.
Dentre os quais, são os mais comuns: a dislalia, a disartria, a gagueira, a dislexia,
a disgrafia e a disortografia; afetando a fala, a leitura e a escrita.

É visível a importância desse artigo não só para estudantes e profissionais


do curso de letras, mas sim de todos aqueles relacionados à educação,
principalmente professores, já que estão em contato com crianças que possam
apresentar tais problemas.

2. PROBLEMAS DE FALA

2.1 CONCEITO DE FALA

Basicamente, a fala pode ser considerada como a manifestação verbal da


língua. Ela é concreta, real, individual e assistemática, não seguindo uma
regularidade determinada; é variável, externa e social. Ao contrário da língua,
que é mais sistemática e subjacente. Zorzi (2003, p. 10 e 11) destaca:

Aprender a falar faz parte de nossa herança biológica, hereditária.


Podemos afirmar que o homem, independentemente de raça, cultura, sexo, cor,
condições sociais, econômicas ou geográficas, nasce para falar. Não se tem
notícias a respeito de sociedades ou grupos humanos que dominem alguma
forma de linguagem oral. A capacidade de desenvolver linguagem oral é uma
característica universal da humanidade, desde tempos muito remotos, resultado
da evolução do homem ao longo dos tempos e que o diferencia de outras
espécies. [...] Podemos ir um pouco mais além e afirmar que, para aprender a
linguagem oral, basta a criança conviver com os falantes da língua. Não fazemos
programas de ensino para que os bebês aprendam a falar. O dia-a-dia dos bebês
em suas casas, sendo cuidados por seus pais e outras pessoas, propicia
condições naturais e espontâneas para que muitos deles, já por volta de seu
primeiro aniversário, comecem a usar as primeiras palavras. E espera-se que
assim seja, isto é, há uma expectativa de que entre um e dois anos as crianças
iniciem a falar. Ausência de linguagem após esse período ou uma evolução muito
lenta pode estar indicando problemas, por não ser essa a tendência natural do
desenvolvimento infantil.

Além de comentar um pouco sobre o aprendizado da fala, Zorzi chama a


atenção para o cuidado com o tempo aproximado de início da oralidade das
crianças, que se distanciando muito desse período (entre um e dois anos) pode
ser uma indicação de possíveis problemas de fala; ou não, já que vai depender
de cada caso. Assim, julga-se necessário uma explanação sobre alguns desses
distúrbios.

2.2 DISLALIA

A Dislalia é um dos distúrbios da fala, um problema articulatório que


consiste na omissão; substituição; transposição; acréscimo; ou deformação de
fonemas. Vejam-se alguns exemplos desses casos respectivamente: omei
(tomei); boneta (boneca); mánica (máquina); atelântico (atlântico); nesse, deixa-
se a língua entre os dentes ao pronunciar os fonemas [s] e [z], em palavras como
sol, peça, azedo, asa, exame. Ela consiste na má pronúncia das palavras.
A origem da dislalia pode ser orgânica, resultante de malformações, alterações
ou traumatismos no aparelho fonador: língua, lábios, palato; funcional, está
ligada a fatores hereditários, alterações emocionais e ao meio; e auditiva, devido
a perda auditiva leve ou moderada, o que dificulta o aprendizado das palavra.
Segundo José, Coelho (1993, p. 47 e 48), que é uma abordagem mais
psicológica, a dislalia:

Trata de falhas na articulação, cuja origem pode ser orgânica (defeitos na


arcada dentária, lábio leporino, freio da língua curto, língua de tamanho acima
do normal) ou funcional (a criança não sabe mudar a posição da língua e dos
lábios). [...] a dislalia que não tem causa orgânica – a dislalia funcional – é
frequente em filhos caçulas. Por terem uma posição importante na família e por
não necessitarem de muito esforço para serem compreendidas, os caçulas em
geral tendem a conservar as formas de articulação infantis. Quando entram em
contato com outras crianças, no ambiente escolar por exemplo, começam a ser
criticados provavelmente ficarão traumatizados por isso. A dislalia funcional pode
acontecer também com filhos de estrangeiros que em casa usam a língua de
origem, o que obriga a criança a ter ao mesmo tempo dois sistemas diferentes
de articulação.

O tratamento da dislalia, de modo geral, assim como a maioria dos


problemas de linguagem, deve contar com apoio profissional de fonoaudiólogos
e psicólogos, por meio da realização de exames dos órgãos fonadores,
exercícios articulatórios, fonéticos e do apoio emocional. Além da significativa
contribuição dos pais e professores, buscando sempre ajudar essas crianças e
adotando a postura correta frente a esses problemas.

2.3 GAGUEIRA

De modo geral, a gagueira é um distúrbio de ritmo que afeta a fala. São


considerados distúrbios de ritmo, a fala produzida com repetições de sílabas,
palavras, prolongamento de sons, bloqueios etc. Ela é uma das principais
disfluências, também conhecida como tartamudez, cujos casos mais frequentes
costumam ocorrer por volta dos três e quatro anos, ou dos sete anos, ou ainda
na puberdade. Vale lembrar que, como a maioria dos problemas de linguagem,
ela atinge mais o sexo masculino que o feminino. Em conformidade com assunto,
José, Coelho (1993, p. 53) comenta:

A gagueira consiste num distúrbio do fluxo e do ritmo normal da fala que


envolve bloqueios, hesitações, prolongamentos e repetições de sons, sílabas,
palavras ou frases. Faz-se acompanhar frequentemente por tensão muscular,
rápido piscar de olhos, irregularidades respiratórias e caretas. A repetição de
sílabas de palavras – “ma, mamãe, mamãe” – costuma acontecer na época do
início da fala. Sentindo dificuldade para achar o que vai ser dito, as crianças,
principalmente quando excitadas, acabam repetindo palavras até encontrar uma
saída. Mas essa característica desaparece à medida que sua linguagem evolui
e elas se acostumam à verbalização. [...] A gagueira é patológica quando se
observam emissões do tipo “m – m – mãe, ma – ma – mãe”, em que há repetição,
prolongamento ou interrupção dos sons que iniciam a palavra.

São atribuídas diversas causas: orgânicas, funcionais, neurológicas e


psicológicas, para a gagueira. No primeiro caso, semelhantemente à dislalia,
acredita-se que ela é causada por alterações locais no aparelho fonador. No
segundo, por fatores situacionais, pressão social etc. Já na base neurológica,
seria proveniente de doenças infecciosas ou acidentes traumáticos; e por fim, a
Psicologia considera que ela advém de algum distúrbio emocional ou conflitos
de ordem progressiva.

Deve-se tratar a criança gaga com exercícios que ajudem a articular


melhor as sílabas e as palavras, a fim de que melhore sua fluência; também com
a contribuição da Psicologia no relacionamento emocional, visto que essas
crianças na maioria das vezes são sensíveis, inseguras e tímidas, pois sofrem
preconceito na escola e até mesmo na família. Daí a importância de pais e
professores agirem em conjunto, para que tentem propiciar um ambiente
adequado e acolhedor ao gago, passando-lhe a ideia de confiabilidade e
respeito, a fim de que ele se expresse com mais espontaneidade.

3. PROBLEMAS DE ESCRITA

3.1 DEFINIÇÃO DE ESCRITA

A escrita pode ser entendida como um processo de codificação de sinais,


com objetivo e destinatário determinados, levando-se em consideração o gênero
textual e apresentando clareza e concisão em seu sentido. Conforme Ferreiro
(2001, p.43):

A escrita não é um produto escolar, mas sim um objeto cultural, resultado


do esforço coletivo da humanidade. Como objeto cultural, a escrita cumpre
diversas funções sociais e tem meios concretos de existência (especialmente
nas concentrações urbanas). O escrito aparece, para a criança, como objeto com
propriedades específicas e como suporte de ações e intercâmbios sociais.
Existem inúmeras amostras de inscrições nos mais variados contextos (letreiros,
embalagens, tevê, periódicos, etc.). Os adultos fazem anotações, leem cartas,
comentam os periódicos, procuram um número de telefone, etc. Isto é, produzem
e interpretam a escrita nos mais variados contextos. É evidente que, por si só, a
presença isolada do objeto e das ações sociais pertinentes não transmitem
conhecimento, mas ambas exercem uma influência, criando as condições dentro
das quais isto é possível.
Sobre a aprendizagem da escrita, Zorzi (2003, p. 10 e 11) acrescenta:

Se por um lado, podemos afirmar que todos nós já nascemos com uma
programação hereditária que nos permite adquirir a língua do meio em que
vivemos num período significativamente curto de tempo, o mesmo não ocorre
em relação à linguagem escrita. A aprendizagem da língua escrita não é uma
herança biológica, mas sim cultural. Existem sociedades que escrevem, e outras
que não escrevem, embora todas tenham a língua oral. Isto quer dizer que a
língua escrita é uma criação social, relativamente recente se pensarmos em
termos da evolução humana. Diferentemente da transmissão hereditária, que é
o caso da linguagem oral, a escrita é um produto da cultura que só se transite
pelo ensino, ou seja, em geral por meio de uma intervenção social planejada
para tal fim.

Pode-se perceber que as concepções de escrita são semelhantes para


esses autores, pois ambos apontam-na como produto cultural da atual sociedade
dita letrada. Mostram ainda o quanto a escrita se faz presente no cotidiano das
pessoas, principalmente na realidade moderna, onde as crianças já são, desde
cedo, expostas a ela por meio do contato que o adulto mantém com a mesma.
Em continuidade, Zorzi (2003, p.111) novamente observa:

O aprendizado da escrita implica a compreensão mais aprofundada de um


conjunto de propriedades estruturais e funcionais da linguagem. Além de a
escrita envolver um conhecimento mais abstrato e conceitual do que é
linguagem, ela implica dominar também aquelas características que são próprias
do sistema de representação gráfica, como, por exemplo, a questão da
pontuação, as regras ortográficas, assim como os estilos típicos de se
construírem narrativas escritas, em oposição aos estilos próprios da oralidade.
Adquirir o domínio da escrita não significa, simplesmente, aprender uma forma
de comunicar-se a distância, transformando fala em grafia, mas sim ter acesso
a uma maneira nova de estruturar o pensamento, via elementos linguísticos de
nova espécie.

Diante disso, passa-se a compreender a escrita como processo,


justificando certas dificuldades que a maioria das crianças demonstram no
decorrer do aprendizado. Pois ainda que algumas dessas tenham determinado
contato com a escrita desde sempre, isso não é suficiente para que haja uma
boa aquisição da língua escrita, é necessário conhecê-la e usá-la mais
apropriadamente. São nessas situações de apropriação, que se podem detectar
alguns distúrbios de escrita. Aqui, serão expostos os mais comuns: a Disgrafia e
a Disortografia.

3.2 DISGRAFIA E DISORTOGRAFIA

A Disgrafia é um distúrbio que atinge a escrita, caracterizada por letra


ilegível ou deformada; desrespeito às margens do papel; espaçamento irregular
entre letras, sílabas e palavras, etc. Está relacionada a problemas perceptivo-
motores, visto que a criança não consegue reproduzir de forma escrita o estímulo
visual que recebe. José, Coelho (1993, p.95) complementa, consoante a
disgrafia:

É a dificuldade em passar para a escrita o estímulo visual da palavra


impressa. Caracteriza-se pelo lento traçado das letras, que em geral são
ilegíveis. A criança disgráfica não é portadora de defeito visual nem motor, e
tampouco de qualquer comprometimento intelectual ou neurológico. No entanto,
ela não consegue idealizar no plano motor o que captou no plano visual. Existem
vários níveis de disgrafia, desde a incapacidade de segurar um lápis ou de traçar
uma linha, até a apresentada por crianças que são capazes de fazer desenhos
simples mas não de copiar figuras ou palavras mais complexas. As crianças
disgráficas mais velhas conseguem reproduzir legivelmente uma palavra, mas
distorcem a sequência dos movimentos quando escrevem.

Já a Disortografia está mais ligada à questão de discriminação auditiva, a


criança apresenta grande dificuldade em escrever aquilo que ouve. Logo,
manifesta-se por troca, junção, omissão ou separação inadequada de letras ou
sílabas, além de falta de percepção aos sinais de pontuação e acentuação
gráfica, e de paragrafação. José, Coelho (1993, p.96) que “Caracteriza-se pela
incapacidade de transcrever corretamente a linguagem oral, havendo trocas
ortográficas e confusão de letras. Essa dificuldade não implica a diminuição da
qualidade do traçado das letras”.
Dando continuidade, quanto às possíveis causas desses distúrbios, não
há nada bem definido ou preciso. Todavia, em relação às formas de amenizar
ou tratar crianças afetadas, o papel dos pais é muito importante, como Da Silva
(1989, p.42) diz “... cabendo ao adulto mais a tarefa de proporcionar situações,
estímulos e instrumentos para que a expressão se realize e fortifique”.

E também o auxílio do professor, que de acordo com Ferreiro (2001, p.61)


“Para ser eficaz, terá que adaptar seu ponto de vista ao da criança. Tarefa nada
fácil, já que poderia parecer impossível reconstruir introspectivamente o estado
de analfabetismo pelo qual todos já passamos”.

Portanto, mais uma vez se observa que pais e professores devem agir de
maneira conjunta quanto aos problemas de linguagem de modo geral. Sendo
que antes de ajudar as crianças mais diretamente, devem buscar compreendê-
las. Lembrando que também é necessária a orientação de especialistas.

4. PROBLEMAS DE LEITURA

4.1 CONCEPÇÃO DE LEITURA

Assim como a escrita, a leitura também é considerada um processo. Este


segue a sequência de decodificação, interpretação, compreensão e produção de
sentidos; envolve autor, texto e leitor. Sendo que, para a sua realização, são
necessários conhecimentos linguísticos, enciclopédicos e textuais.

Sobre isso, Scholze, Rosing (2007, p.87) afirmam:

A criança, ao entrar na escola, possui um conhecimento elementar sobre


o mundo que a rodeia: “A aprendizagem da criança começa muito antes da
aprendizagem escolar”. Assim, o conhecimento prévio dos alunos deverá ser
acionado em sala de aula, pois é com base nesse conhecimento que na escola
fará sentido e contribuirá para o seu crescimento social e intelectual.
Compreende-se então, o letramento como uso efetivo da escrita e da leitura no
contexto social, oportunizando a assimilação dos diferentes usos da língua por
meio das práticas sociais produzidas pelos grupos na sociedade.

E quanto à leitura, Scholze, Rosing (2007, p.9) ainda acrescentam:


Ler e escrever não são apenas habilidades estabelecidas em torno da
decodificação; muito mais do que isso, saber ler e escrever significa apropriar-
se das diversas competências relacionadas à cultura orientada pela palavra
escrita, para, dessa forma, atuar nessa cultura e, em decorrência, na sociedade
como um todo.

Em vista de tais argumentos, pode-se depreender que muitos não


compreendem a leitura dessa maneira, consideram somente o seu plano de
decodificação. O que possivelmente justifica o fato de muitos adolescentes e
adultos possuírem tantas dificuldades de leitura. Posteriormente, é apresentado
um problema de linguagem, que interfere na atividade leitora: a dislexia.

4.2 DISLEXIA

A Dislexia é um distúrbio de linguagem, que atinge a capacidade leitora


de muitas de crianças. Consiste em dificuldades de processar informações
escritas no cérebro; geralmente crianças disléxicas apresentam memória fraca
e não associam bem o som à letra. A esse respeito, Airmad (1998, p.142)
esclarece:

As principais dificuldades que prejudicam a aprendizagem da leitura por


crianças disléxicas são bastante conhecidas: - dificuldades para captar as
formas gráficas das letras. Elas confundem formas parecidas, como n, m, e
sobretudo as formas espelhadas, ou seja, orientadas de forma oposta como d-
b, p-q, u-n; - dificuldades para estabelecer o vínculo entre a forma auditiva e a
forma gráfica; a confusão afeta principalmente os fonemas sensíveis: s-z, ch-j, i-
v, assim como c-g, d-t, etc.; - dificuldades para compreender a ordem de
sucessão das letras, tanto na sílaba quanto nas estruturas complexas, como cr,
tr, bl, ou ein-ien, ain, ian, etc.; - omissão de letras ou sílabas, especialmente as
finais que fazem lembrar as omissões da palavra oral.

No que se refere às causas da dislexia, elas não são bem definidas,


podem ser muitas: neurológicas ou relacionadas à vida da criança, etc. Em
relação a estas últimas, Bettelheim, Zelan (1987, p.46) sugerem que:

As influências da vida pregressa familiar que interferem na capacidade de


aprender a ler, por parte da criança, podem ser de uma variedade imensa. Muitas
vezes, uma atitude negativa da criança para com a leitura é consequência do
desinteresse dos pais em assuntos intelectuais, inclusive uma aversão
subconsciente a esses assuntos, a que a criança responde sem conhecer bem
o que se passa. A recusa de se alfabetizar pode também se ligar a causas bem
opostas: uma demasiada pressão, em casa, para que a criança se saia bem na
escola pode induzi-la a se recusar a aprender, seja por ressentimento por causa
da pressão que torna a vida insuportável para a criança, seja porque a criança
acha que não vale a pena esforça-se, porque ela nunca será capaz de
corresponder às expectativas dos pais.

O mais importante é que a família e a escola se informem quanto ao


assunto, a fim de que possam amenizar ao máximo tal problema. Portanto, é
válido lembrar que a postura do professor, é de extrema importância, tendo o
cuidado para que a sala de aula não se torne um ambiente de preconceito, mas
sim de respeito e, principalmente, de aprendizagem. Ainda conforme Bettelheim,
Zelan (1987, p.46):

Caso um professor perceber erros na leitura devido à incapacidade de


decodificar, fato que pode muito bem ocorrer, isto provavelmente também
aumentará a já negativa atitude da criança para com a leitura. Caso um
professor, pelo contrário, encarar o erro que a criança faz como algo significativo
– como manifestando um pensamento subjacente, ou sentimento não manifesto
importante para criança – então a atitude desse professor agradará à criança,
mesmo que a reação para com a leitura dessa criança tenha sido basicamente
negativa.

Logo, ressalta-se mais uma vez que a interação pais, professores e


profissionais da área, fonoaudiólogos ou psicólogos, são indispensáveis à
crianças não só disléxicas, mas à todas aquelas que possuem algum problema
de linguagem.

5. METODOLOGIA

O estudo realizado na elaboração desse artigo é de cunho bibliográfico,


onde foram utilizadas obras como FERREIRO (2001); JOSÉ, COELHO (1993) e
ZORZI (2003), entre outras.
A abordagem do assunto foi apenas qualitativa, onde foram expostos
dados sociais como as características, as possíveis causas e tratamento de
alguns problemas de linguagem. Quanto à natureza, é uma pesquisa básica, já
que não possui nenhuma utilização prévia. Sendo também explicativa e
descritiva, conforme o objetivo.

Os instrumentos utilizados foram recursos financeiros para xérox e


impressões; internet; papel; canetas e livros.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o desenvolvimento deste trabalho, pode-se compreender melhor


sobre as características, as possíveis causas e algumas formas de tratamento
ou amenização de alguns problemas de linguagem.

Destes foram apresentados, respectivamente, os seguintes: a dislalia e a


gagueira, no âmbito da fala; a disfrafia e a disortografia, no campo da escrita; e
a dislexia, quanto à leitura. Com a exposição desses distúrbios, pode perceber
que eles estão bem presentes no cotidiano escolar.

Assim, esse trabalho se julga de grande importância para todos aqueles


que de alguma maneira fazem parte da área da educação, principalmente
professores. Já que, certamente, eles lidarão com crianças que possivelmente
possuam tais problemas.
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