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Bruna Menezes – Interfono lll

APRAXIA DE FALA NA INFÂNCIA –  Pode não conseguir falar “papai” e/ou “mamãe;
TERAPIA
Significativo “gap” entre recepção e expressão da
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL linguagem;

→ DEL  Problemas de processamento da linguagem;

→ ATRASO DE LGG  Não consegue produzir corretamente os fonemas;

→ DISTÚRBIO DE LINGUAGEM  Imitação pobre ou reduzida: não consegue imitar


palavras e frases; não consegue fazer as aproximações,
→ DISTÚRBIO FONOLÓGICO
não progride nas imitações;

DEFINIÇÃO  Pode ter dificuldades na alimentação: alimento


→ “Apraxia é um distúrbio neurológico motor da fala na “parado” na boca. Necessita de “prompts” para mastigar,
infância, resultante de um déficit no planejamento e deglutir;
programação da sequência de movimentos necessários à
 Hiper ou hipossensibilidade na cavidade oral (texturas
fala, na ausência de déficits neuromusculares (por
diferentes, dificuldade na escovação, dificuldade para
exemplo, reflexos anormais, tônus alterado);
perceber o alimento na boca);
→ Pode ocorrer como resultado de impedimento
 Prosódia (melodia) da fala é diferente: fala monótona
neurológico de origem conhecida, associada a desordens
ou acelerada;
neurodesenvolvimentais complexas, ou como um
distúrbio neurogênico idiopático de produção dos sons da
 Pode “perder” palavras;
fala”.
 Desenvolve comunicação gestual ou não-verbal*;
→ O coração da Apraxia é: planejamento e programação
espaço-temporal da sequência dos parâmetros dos  Disfluências, procura, hesitações para encontrar a
movimentos para a produção dos sons da fala. palavra certa;

→ Impacta na habilidade da criança em posicionar,


 Perde sons no meio das palavras (mantém apenas
temporizar a sequência dos gestos articulatórios (Ad Hoc
vogais ou parte das sílabas)
Committee on Apraxia of Speech in Children, ASHA 2007)
 Pode produzir frases, mas são ininteligíveis
CHECK LIST
♥ cuidado com diagnóstico diferencial de TRANSTORNO
 Crianças com Apraxia tem histórico de atraso no
FONOLÓGICO! CASOS SEM EVOLUÇÕES!
desenvolvimento da fala. Pode ter histórico na família ou
pode ser o primeiro caso diagnosticado.  Dificuldade na imitação de movimentos orais (não-
verbais): dificuldade na mobilidade, movimentação de
 Ocorre mais em meninos do que em meninas: 1-
lábios, língua, mandíbula, bochechas ou pode realizar
2:1000. (1 a 3%)
isoladamente, mas não na sequência.
 Sintomas podem mudar no decorrer do
 Dificuldade para sorrir.
desenvolvimento.
 Dificuldades relacionadas ao planejamento e
 Vocalizações e balbucio diminuídos: “Bebê quietinho!”;
programação motora e não ao tônus muscular.
 Pode ter dificuldades de alimentação: dificuldade para
 Dificuldade na alimentação: pobre coordenação dos
sugar, para coordenar movimentos de
movimentos, “alimento parado na boca”; “chupa o
sucção/respiração/deglutição;
alimento”; engole com a ajuda de líquidos; dificuldades
 Pode ter presença de baba (sialorréia); com texturas diferentes;

 Primeiras palavras aparecem mais tarde (depois dos 14  APRAXIABUCO FACIAL/não-verbal (MOVIMENTOS
meses) ou não aparecem; ORAIS) x APRAXIA verbal/fala
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 Pode apresentar atraso no desenvolvimento motor  CVC (PAR; MAR; DAR; LAR)
(engatinhar, andar)
 CCV (PRATO; CRU)
 Pobre coordenação motora global(correr, ficar em um
pé; jogar)  CCVC (CRIS)

 Pobre coordenação motora fina (escrever, desenhar,  CVCC (PERS-PEC-TI-VA)


pintar, quebra-cabeça, dar laço, pentear o cabelo, comer,
 SELEÇÃO DAS PALAVRAS-ALVO: SEMPRE CONSIDERAR
tomar banho, etc.
A HIERARQUIA DA ESTRUTURA SILÁBICA
 Crianças desorganizadas; “estabanadas”; “síndrome da
 Formas de ajudar: usar fonemas que ele já possui
criança desajeitada”
quando for ensinar novo repertório. Se não consegue
 Dificuldade para acompanhar ritmos: atenção! – fricativos, inserir apenas plosivos (mama, dada, bebe,
músicas infantis. nenê).

PRINCÍPIOS DA TERAPIA  Sempre considerar forma silábica (ex. trabalhar k e G e


a criança já consegue CV (CO -CV.CV –COCO)
→ Sequencialização de Fonemas (Sons).
PRÁTICA REPETITIVA
→ Prática Repetitiva
→ Repetição é essencial para o tratamento
→ Intensidade do Tratamento
→ Memória motora
→ Seleção das Palavras/Frases-Alvo
→ Formação do plano motor da palavra
→ Pistas Multissensoriais e Feedback
→ ESTABELECER A MEMÓRIA MOTORA É ESSENCIAL:
SEQUENCIALIZAÇÃO DE FONEMAS - SONS controle voluntário para o automático

 Co-articulação: é o grande desafio para as crianças com → REPETIR AS PALAVRAS-ALVO MUITAS VEZES: (prática
AFI. bloqueada) ou trabalhar em uma ordem mais aleatória
(prática aleatória) é dependente da fase da criança
 Conseguem produzir a vogal ou fonema isoladamente,
mas não combinam. → Retenção e transferência – quando um plano motor
está estabilizado, uma pratica aleatória para manter a
 Aprendizagem motora para a fala: habilidade retenção e transferência - retenção é manter a habilidade
altamente organizada e hierarquizada. Partes de cada e transferência é a habilidade de generalizar a habilidade
componente são espacialmente e temporalmente relacionada, mas não treinada
interdependentes.
→ A fase inicial requer a prática repetitiva de
 Sempre considerar fonemas que antecedem e movimentos, mas o interesse da criança deve ser sempre
procedem cada sílaba; respeitado

 Práxis da fala: nível da sílaba; → A terapeuta deve manter-se conectada a criança e


prender seu interesse
 Formas silábicas: considerar níveis hierárquicos de
aquisição; FATORES QUE INFLUENCIAM A PRATICA REPETITIVA:

 Formas silábicas: hierarquia de aquisição → Idade: criança pequena tem um span de atenção
pequeno e também ela não entende a importância da
 Vogais (oo, aa, ee) repetição. Usar atividades funcionais e jogos para
estimular a aprendizagem de novos planos motores.
 Consoantes (mmm, ssss, chchch, etc)
→ OUTROS FATORES NEUROLÓGICOS ASSOCIADOS:
 CV (PA; PÉ; DÁ) pensar em atividades curtas para manter a atenção

 VC (AR; OS; AS)


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→ Existem crianças que se frustram facilmente, outras são PISTAS MULTISSENSORIAIS
muito persistentes
→ VISUAIS ( o que a criança vê) (“face to face”: na
→ REAÇÕES EMOCIONAIS: muitas já receberam terapia modelagem; outras associações (sinais com as mãos,
por muito tempo, descobrir o que motiva a criança. escrita)

→ A motivação é reforçada quando ela sabe que está → AUDITIVAS (o que a criança ouve) (modelos para
sendo bem sucedida, compreende o poder da linguagem, imitar)
compreende como as habilidades motoras afetam sua
comunicação e são divertidas → TÁTIL/CINESTÉSICAS/PROPRIOCEPTIVAS (o que a
criança sente)
→ ATENÇÃO AOS DISTRATORES: visuais, auditivos,
ruídos; → COGNITIVAS (o que a criança pensa sobre): ajudar a
criança a pensar nos movimentos da fala (ex. levante a
→ Atenção é uma habilidade fundamental. parte de trás da sua língua) ou agora é som da cobra...

→ Contato visual; → TÁTIL: sentido do toque na pele: input do contato dos


articuladores –contato dos lábios, da língua no alvéolo,
→ CRIANÇAS COM APRAXIA: já tiveram muitas etc
experiências frustrantes de comunicação.
→ CINESTÉSICAS E PROPRIOCEPTIVAS: sentido que ajuda
→ Terapeutas: compreender a personalidade da criança. a pessoa reconhecer movimento do corpo, quantidade de
força, . REDUZIR velocidade de fala ou “segurar a postura
→ Demonstre compreensão, disposição em ajudar; seja
dos articuladores” aumenta consciência dos movimentos
responsivo;
da fala e posicionamento
→ Descubra quais as motivações e interesses da criança.
→ Ajudam a criança a focar sua atenção nos aspectos
→ Ambiente terapêutico deve ser acolhedor, a criança mais salientes dos movimentos da fala.
deve se sentir segura
→ HandCues (pistas de mão): gestos que representem os
INTENSIDADE DO TRATAMENTO fonemas.

→ Sessões mais frequentes e mais curtas (3, 4 ou 5 vezes → Contar sílabas ou palavras nas frases.
na semana: 30 minutos).
→ Metáforas: som da cobra, da abelha, do silencio, trem,
→ CONSIDERAR: do urso, de uma onça, etc

→ Gravidade do quadro; → Pistas dos pontos articulatórios (terapia de distúrbio


articulatório).
→ Idade da criança
→ Figuras das bocas: método das boquinhas.
→ Capacidade de tempo de atenção
→ Figuras/sílabas/palavras: ex. OO + VVVUU = OVO
→ Vigor/motivação da criança
MMMM + EU = MEU
→ Metas planejadas (fala e linguagem)

→ Necessidade de outros tipos de tratamento: motor


global, cognitivo, médico, emocional/social;

SELEÇÃO DAS PALAVRAS

♥ Palavras de maior uso da criança

♥ Seguir a sequência de aquisição

♥ Iniciar com bilabiais , plosivas, palavras curtas, palavras


com proximidade dos sons entre as sílabas
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 Elogie seus/suas tentativas de fala, mesmo que apenas
por esforço.

 Entender quando o aluno:“não responder ou dizer


"não sei” (desafio da comunicação)

 Lembre-se: dificuldades de processamento de


linguagem poderão estar presentes!

 Seja paciente. Às vezes, o ritmo acelerado dos outros


poderá desorganizá-lo.

 Prestar atenção e até mesmo criar oportunidades para


ajudá-lo a fazer amigos. Pode ser difícil para uma criança
com apraxia para “participar" da comunicação social e
situações.

 Apoio e carinho irão certamente ajudar. Todas as


crianças precisam de um amigo.

 Intervir imediatamente em todas as situações que


envolvam intimidação ou provocação. Tranquilizá-lo,
defende-lo. Nenhuma provocação é aceitável.

 Esteja ciente de que, às vezes, as crianças com apraxia


também são fisicamente incoordenados, tornando
esportes competitivos ou mesmo desenho, recorte e
outras tarefas motoras, um desafio.

 Meios alternativos de comunicação poderão ser


necessários.

 Acima de tudo, seja parceira da família, da


Fonoaudióloga.
MÚSICA
 Compartilhar informações uns com os outros, sempre
 Muitos benefícios para o tratamento de crianças com
trará benefícios.
Apraxia.

 Oportunidades para prática repetitiva

 Entonação, prosódia;

 Velocidade reduzida, prolongamento de vogais;

 Ajuda a manter o foco atencional

 Usar a melodia e inserir sons ou palavras que estão


sendo trabalhadas

PARTICIPAÇÃO DA ESCOLA

O FONOAUDIÓLOGO DEVE ORIENTAR A PROFESSORA

 Tente criar uma comunicação interessante e um


ambiente sem “tensão”.

 Incentivar, mas não insista que ele/ela para fale.


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