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MENSURAÇÃO FLORESTAL

CLASSIFICAÇÃO DA CAPACIDADE CLASSIFICAÇÃO DA CAPACIDADE CLASSIFICAÇÃO DA CAPACIDADE


PRODUTIVA PRODUTIVA PRODUTIVA

O crescimento e a produção de um povoamento florestal Quando possível, a primeira alternativa deve ser
dependem da idade, da capacidade produtiva, do grau evitada já q resulta em classificação eficiente somente
de utilização do potencial produtivo do lugar e de com a aceitação da hipótese de que todos os índices de
tratamentos silviculturais. local estejam representados em todas as classes de
Qualidade do local ou capacidade produtiva: o idade da população. Se essa hipótese ou pressuposição
potencial p/ produção de madeira (ou de outro produto) não for verdade, a classificação pode ser tendenciosa.
de determinado lugar, para determinada espécie ou Uma alternativa eficiente consiste no uso de parcelas
clone. Pode ser expressa de modo empírico em alta, permanentes, em geral oriundas de uma rede de
média e baixa, ou por meio de algum índice quantitativo, parcelas de inventários florestais contínuos, onde
como o índice de local. árvores dominantes são marcadas e remedidas por
Índice de local: altura dominante média do povoamento alguns anos. É importante garantir que todas as classes Essa expressão é utilizada para construir as curvas, ou
em uma idade específica (idade-índice). de produtividade estejam representadas na amostra de tabela, de índices de local. Atribuindo-se valores para S
Os métodos de avaliar a capacidade produtiva podem parcelas permanentes, o que, não necessariamente, compatíveis com a variação da altura dominante na
ser definidos em três categorias: avaliação da qualidade implica o emprego de todas as parcelas permanentes. idade-índice e variando a idade (I), são geradas as
do lugar pela vegetação indicadora; avaliação por Dados oriundos de análise de tronco também são curvas de índices de local.
fatores climáticos, edáficos, fisiográficos e bióticos; e eficientes e se equiparam aos dados de parcelas Sendo o objetivo definir o índice de local para qualquer
avaliação por meio da relação altura dominante e idade permanentes, podendo ser coletados num tempo mais altura dominante e idade, e para evitar interpolação na
(método direto). Para a maioria das espécies, áreas de curto. No entanto, nem sempre é possível identificar tabela ou gráfico de índices de local, utiliza-se:
grande capacida-de produtiva são também aquelas cujo com precisão os anéis de crescimento em espécies  1   1 
crescimento em altura é elevado, pode-se inferir que folhosas, ficando a técnica restrita a espécies de Ln( S )  Ln( Hd )  1     
existe correlação significativa entre a altura dos coníferas e algumas folhosas.  I   I i 
indivíduos dominantes do povoamento e a capacidade Árvores medidas para avaliação da qualidade de local Ao utilizar uma rede de parcelas permanentes para
produtiva do lugar. devem ser livres de supressão (efeito de dominância) e obter o índice de local e mapear classes de
Curvas de índices de local danos; são aquelas cuja copa se situa no dossel produtividade de talhões, é recomendável usar as
Constitui um método prático e consistente de avaliação superior, recebendo luz direta. São sadias, livres de médias dos índices de local determinados nas duas ou
da qualidade do local, pois todos os fatores ambientais doença, com copa e fuste bem definidos, sem três últimas medições das parcelas, a fim de garantir
são refletidos de modo interativo no crescimento em bifurcação e tortuosidade, com DAP e alturas mais consistência aos resultados.
altura, a qual também está relacionada com o volume. dominantes maiores que os das árvores circunvizinhas. Tabelas de limites de alturas dominantes: consiste no
Soma-se a isso a vantagem de a altura das árvores É importante, ao classificar a capacidade produtiva de emprego de uma tabela contendo os limites de alturas
mais altas quase não ser afetada pela competição. locais, seguir um mesmo critério para construção e dominantes para cada índice de local ou classe de
Outra vantagem é o fato de a classificação ser feita por aplicação das curvas. capacidade produtiva. Uma classe de capacidade
uma expressão numérica, em lugar de uma descrição Tipos de curvas de índice de local produtiva engloba dois ou mais índices de local, sendo
qualitativa. Como desvantagem pode-se citar a não A representação da capacidade produtiva por meio de usada algumas vezes para propósito de estratificação.
aplicação em áreas sem árvores as espécie a ser índices de local pode ser feita por um feixe de curvas ou Para acessar a classe ou índice de local é necessário
cultivada e, também, em áreas com espécies folhosas tabela, que são organizados a partir de uma equação de conhecer a altura dominante média do lugar, além da
nativas, pelo desconhecimento da idade. regressão. Dependendo do método de análise utilizado idade atual do povoamento.
Curvas de índice de local são construídas a partir de e da procedência dos dados, as curvas de índices de Classificação utilizando índices de local definidos
equações de índices de local e utilizadas p/ classificar, local geradas podem ser dos tipos anamórficas ou preliminarmente
de modo quantitativo, a capacidade produtiva do lugar. polimórficas. Por este método, além da idade e da altura dominante,
Essas equações são derivadas de relações funcionais é necessário dispor de uma informação preliminar sobre
envolvendo a variável dependente altura dominante o índice de local de cada parcela permanente. Então
média (Hd) e a variável independente idade (I). Vários duas situações podem ocorrer: parcelas com medição
modelos podem ser usados, sendo comuns os exponen- em uma idade coincidente com a idade-índice escolhida
ciais e os sigmoidais. Cada curva representa um índice e parcelas onde não há esta coincidência. No primeiro
de local, o qual corresponde à altura média das árvores caso, o índice de local preliminar é igual à altura
dominantes numa idade de referência (idade-índice: Ii). dominante observada na idade-índice. No segundo
A idade de referencia (Ii) é escolhida arbitrariamente, caso, os índices de local são determinados por meio de
mas, em geral, deve ser próxima da idade técnica de equações de regressão obtidas para cada parcela.
colheita. Os dados utilizados para ajuste do modelo de Curvas anamórficas são aquelas em que a tendência do Quando o número de medições por parcela for inferior a
crescimento em altura dominante devem abranger crescimento em altura é a mesma para todos os locais, três, o índice preliminar é obtido por interpolação ou
idades que vão desde uma idade jovem, após o ou seja, a distância entre as curvas é a mesma. Inflexão extrapolação. Dois modelos usuais para obter índices
estabelecimento do povoamento (cerca de 2 anos de comum e constante, variando o ponto de interseção; preliminares são o modelo de Schumacher e o modelo
idade p/ eucalipto), até uma idade próxima daquela em ponto de inflexão ocorre na mesma idade em todos os de Richards. Seguindo este procedimento, estarão
que ocorre o máximo incremento médio anual em locais. As curvas polimórficas não apresentam uma disponibilizadas as variáveis idade (I), altura dominante
volume. Isso garante consistência entre a curva guia mesma tendência de incremento em altura para todos (Hd) e índice de local preliminar (S) para cada uma das
estimada e a verdadeira tendência de crescimento em os locais. parcelas. O passo seguinte consiste em ajustar um
altura dominante ao longo do ciclo de corte. Método da curva-guia modelo para construir as curvas de índice de local, isto
Selecionar-se um modelo de regressão envolvendo as é, Hd = f(I, S). Supondo que o modelo escolhido seja o
variáveis altura dominante (Hd) e idade (I). Como de Richards, então, ao incluir no mesmo a variável S,
exemplo, forma linearizada do modelo de Schumacher, resulta em:
cujas variáveis foram definidas:
Hd   0 S (1  e 1I )  2 .
1
Ln ( Hd )   0  1     A equação resultante é agora utilizada para construção
I
de curvas ou tabelas de índices de local. Cabe lembrar
A equação resultante representa a curva de índices de que esta expressão já contém, implicitamente, a idade-
local médio, denominada curva-guia, que mostra a índice escolhida.
estimativa de crescimento médio ao longo do tempo. Método da equação das diferenças
A partir da equação da curva-guia, uma equação de Neste método, conforme Clutter et al. (1983), são
> índices de local estão relacionados a uma produção >. índices de local é obtida ao observar a condição de que, empregados somente dados provenientes de parcelas
Curvas de índice de local podem ser construídas quando a idade (I) do povoamento for igual à idade- permanentes ou de análise de tronco, podendo resultar
utilizando dados de alturas dominantes e idades obtidos índice (Ii), a altura dominante é igual ao índice de local. curvas anamórficas ou polimórficas, constituindo em
a partir de parcelas temporárias; alturas dominantes e Hd = S ↔ I = Ii, então: uma vantagem em relação ao método da curva-guia.
idades, oriundos de uma rede de parcelas permanentes; 1  Uma maneira de demonstrar sua aplicação consiste em
alturas dominantes e idades a partir de análise completa Ln( S )   0   1    
empregar o modelo: LnHd = β0 + β1I-1 + ε.
do tronco.  Ii 
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CLASSIFICAÇÃO DA CAPACIDADE CLASSIFICAÇÃO DA CAPACIDADE CRESCIMENTO, PRODUÇÃO E
PRODUTIVA PRODUTIVA MORTALIDADE

Inicialmente, utilizando pares consecutivos de idade e No Brasil, os termos regional, região e fazenda, dentre e) Produção futura (Y2): crescimento remanescente
altura dominante, determinam-se as ≠s sucessivas, outros, são utilizados como referência a áreas contendo acumulado até uma idade futura.
LnHd2 – LnHd1 e 1/I2 – 1/I1, em que 1 refere-se à muitos povoamentos florestais. Dentro desses povoa-
medição atual e 2 refere-se à medição imediatamente mentos existem as menores unidades de manejo que Tipos de crescimento
posterior. Em seguida, ajusta-se o modelo Y = β1X + ε, são os talhões (ou quadras), onde são instaladas as a) Incremento corrente anual (ICA): valor do aumento da
em que Y = LnHd2 – LnHd1 e X = 1/I2 – 1/I1, resultando parcelas permanentes. Essas parcelas permanentes, produção no período de um ano. Geralmente expresso
na expressão: medidas periodicamente, constituem a base de dados por hectare, como todos os outros tipos de crescimento.
para monitoramento do crescimento, incluindo a avalia- b) Incremento médio anual (IMA): produção até a idade
ção da capacidade produtiva. particular dividida por essa idade, ou seja, a taxa média
A estratificação dos reflorestamentos em unidades de do aumento da produção desde a implantação até uma
Fazendo I1 igual à idade-índice resulta em Hd1 igual ao
manejo pode ser feita via capacidade produtiva do lugar, idade particular.
índice de local, podendo ser escrito que:
e, ou, qualquer característica edáfica ou climática. A c) Incremento periódico (IP): ≠ de produção entre duas
estratificação em classes de capacidade produtiva é idades quaisquer.
feita usualmente por meio de curvas de índices de local. d) Incremento periódico anual (IPA): ≠ de produção
Ou ainda: Causas que refletem diferenciação de formas entre entre duas idades dividida pelo período, em anos.
feixes de curvas podem ser diversas, sobressaindo: a Em plantações de eucalipto, caracterizadas por rápido
idade-índice considerada, que mesmo empregando um crescimento, é comum expressar-se em incrementos
mesmo conjunto de dados, curvas preparadas com mensais, em vez de anuais.
Construção de curvas de índices de local pelo idades-índice diferentes têm formas desiguais; o tipo de Gb = V2 – V1 + M + C (crescimento bruto entre as idades
método de Hammer habitat ou eco-região, principalmente devido ao efeito I1 e I2, incluindo o ingresso).
Neste método, conforme Hammer (1981), o parâmetro dos horizontes do solo; a composição dos dados que Gb = V2 – V1 + M + C – In (crescimento bruto entre as
β0 do modelo escolhido para estimar a altura dominante originam as curvas, que não deve estar desbalanceada idades I1 e I2, excluindo o ingresso).
é substituído por uma equação, de forma que as curvas quanto à freqüência dos índices de local encontrados; a Gl = V2 – V1 + M + C (crescimento líquido entre as
de índices de local passem por alturas pré-fixadas presença de diferentes materiais genéticos. idades I1 e I2, incluindo o ingresso).
coincidentes c/ índices de local definidos. Considerando Gl = V2 – V1 + M + C – In (crescimento líquido entre as
ter sido escolhida a função monomolecular: CRESCIMENTO, PRODUÇÃO E idades I1 e I2, excluindo o ingresso).
MORTALIDADE Esses tipos de crescimento são do tipo crescimento
, passos principais do método: periódico.
• ajustar a função obtendo as estimativas de β0 e β1; Produção líquida (Yl): produção ocorrida num período,
• fixar índices de local, compatíveis com a variação de Os três principais elementos do manejo de florestas
equiâneas são: classificação de terras (quanto à locali- incluindo as colheitas parciais (C), se houver, porém
altura dominante na idade-índice escolhida; excluindo a mortalidade.
• substituir esses índices na equação inicial no lugar da zação, tamanho das árvores, estoques de crescimento e
de colheita, espécies, solos, topografia e outros), Produção bruta (Yb): produção ocorrida num período,
variável Hd e a idade-índice no lugar da variável I e incluindo as colheitas parciais por desbastes e também
obter β0 para cada índice de local, isto é, prescrição de tratamentos silviculturais (preparo do solo,
espaçamento, desbaste, método de colheita entre a mortalidade. Sua grandeza serve, até certo ponto, p/
outros) e predição (ou projeção) do crescimento e da avaliar a capacidade máxima de produção de um local
produção (descrição numérica de quanto de madeira é sob definido regime de manejo.
• com os pares de dados obtidos no passo anterior esperado nos cortes parciais e final). Para gerenciar Yl = Vi + C e Yb = Vi + M + C.
(β0,S) ajustar a regressão linear simples β0 = α0 + α1S + florestas é necessário compreender os processos de A produção é obtida ao somar os incrementos anuais
ε e substituir a equação resultante na equação inicial crescimento e de produção, uma vez que o manejo tem até a idade de interesse. A produção de um povoamento
obtendo a expressão: que ser decidido em grande parte pela prognose de pode ser expressa por uma equação de produção e,
produções futuras a partir de informações correntes. matematicamente, o crescimento é obtido ao derivar
O primeiro elemento inclui ainda o mapeamento da essa equação de produção. IMA = Y/I; ICA = dY/dI.
Esta expressão é utilizada para construir curvas ou A idade em que IMA = ICA é denominada idade de
floresta em classes de capacidade produtiva. O terceiro
tabelas de índices de local. Este método constitui uma máxima produtividade ou idade técnica de corte.
elemento diz respeito a crescimento, produção e
variação do método da curva-guia. O máximo IMA é alcançado no ponto onde as duas
mortalidade.
De maior interesse em mensuração florestal é o enfoque curvas se encontram. Esse ponto define a taxa máxima
Método da predição de parâmetros de incremento da produção q uma determinada espécie
quantitativo do crescimento e da produção, mais do que
Dados para o emprego do método da predição de pode alcançar num local particular. A forma dessas
o biológico. O crescimento é o processo caracterizado
parâmetros são os oriundos de parcelas permanentes curvas varia com a espécie e com o espaçamento inicial
por mudanças na forma e tamanho do tronco, com a
ou análise completa de tronco. Os passos essenciais na de plantio. Na produção máxima, o ICA é zero.
adição contínua de novas camadas de lenho ao longo
implementação do método são:
de todo o material lenhoso existente. A produção
• ajustar um modelo relacionando altura dominante e
expressa a quantidade total do volume, ou outra
idade para cada parcela permanente;
variável, acumulada num determinado tempo.
• substituir a idade-índice em cada uma das regressões
Componentes do crescimento
e encontrar o índice de local para cada parcela;
a) Mortalidade (M): volume ou número de árvores
• relacionar cada parâmetro estimado com os índices de
existentes inicialmente e q morreram num determinado
local, por regressão linear ou não-linear;
período. As árvores mortas na maioria das vezes
• substituir as equações obtidas conforme item anterior
geralmente não são utilizadas. Em plantações com
no modelo inicial, obtendo a expressão a ser utilizada
desbastes periódicos geralmente não ocorre
para construção das curvas.
mortalidade. Sua medição é feita a partir de parcelas
Comparação de índices de local com ≠ idades-índice
permanentes, onde cada árvore pode ser localizada
Ao compara índices de local de lugares diferentes, mas
devido às medições periódicas.
entre curvas com um mesmo padrão d tendência, deve-
b) Ingresso ou Ingrowth (In): árvores medidas numa
se assegurar de q as idades-índices sejam as mesmas,
idade qualquer e que não foram medidas numa idade
porque um índice de local baseado numa certa idade-
anterior por não terem alcançado um diâmetro mínimo
índice não pode ser comparado com outro que foi
predeterminado. É expresso em volume, área basal ou
determinado para outra idade-índice. No entanto, uma
freqüência por hectare e também só pode ser medido a
tabela de índices de local pode ser modificada para uma O decréscimo da curva de produção do máximo implica
partir de medições periódicas em parcelas permanentes.
nova idade-índice a partir de alterações na equação de em decrepitude do povoamento florestal, ocorrendo
Ao calcular a produção numa idade qualquer, o ingresso
índice de local. mortalidade mais acentuada de árvores, causada
já estará incluído naturalmente, caso ocorra.
 1 1 c) Corte (C): volume ou número de árvores vivas principalmente por competição.
Ln( Si 2 )  Ln( Si )  ˆ1    O ponto de inflexão da curva de produção coincide com
 Ii 2 Ii  colhidas num determinado período (desbastes).
d) Produção corrente (Y1): crescimento remanescente o máximo ICA e o ponto de tangente de uma reta,
Sendo Ii2 a nova idade-índice. partindo da origem, que indica a idade técnica de corte.
acumulado até a idade atual.
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CRESCIMENTO, PRODUÇÃO E CRESCIMENTO, PRODUÇÃO E MODELOS DE CRESCIMENTO E
MORTALIDADE MORTALIDADE PRODUÇÃO EM NÍVEL DE POVOAMENTO

A idade em que se verifica a interseção entre as duas A mortalidade do tipo irregular, causada por fatores a) Y = f(I): aplicação limitada e não devem ser utilizados
curvas de incremento é definida como a ideal para o exógenos, conhecidos como fatores catastróficos, que em áreas extensas e heterogêneas. Pode ser usado em
corte raso, quando se considera apenas a maior são decorrentes de causas não-intrínsecas às árvores, povoamentos homogêneos (s/ variações significativas
eficiência na produção em volume; esta é definida como como pragas, incêndios e danos mecânicos, causas de densidade e capacidade produtiva).
rotação técnica com base na produtividade média. sujeitas a ocorrer esporadicamente no tempo e no b) Y = f(I, S): resultam em estimativas mais consistentes
No entanto, ela não corresponde, necessariamente, à espaço (difícil de prever e mensurar). permitindo avaliar o efeito da capacidade produtiva.
rotação técnica definida com base em considerações de Não se deve confundir mortalidade de árvores (M) com Idades técnicas de colheita diferentes são obtidas para
ordem econômica, uma vez que, para essa rotação, são falha de plantio, isto é, morte das mudas após uma cada índice ou classe de local. Não garante consistência
considerados outros fatores como o valor da produção e regeneração ou plantio de um povoamento. Enquanto a na definição da idade de colheita.
a taxa de juros. quantificação do primeiro refere-se à área de inventário c) Y = (I, S, q, B ou N): com a densidade expressa em
A tendência de como a taxa de incremento corrente florestal e mensuração, o segundo está relacionado à área basal, ou pelo diâmetro médio, ou pela freqüência,
(dY/dI) está modificando com uma mudança unitária da área de técnicas silviculturais. resultam em informações mais detalhadas. O
idade é explicada pela segunda derivada da função Em plantações de eucalipto, a primeira medição do IFC crescimento, a produção e a idade técnica de colheita
original, isto é, d2Y/dI2. Essa curva, denominada geralmente ocorre entre 24 e 36 meses. Nessa ocasião são diferenciados por índice de local e densidade inicial.
aceleração, cai para zero no ponto de inflexão da curva as árvores não encontradas são consideradas como Essas relações funcionais permitem modelar o
de produção. falha de plantio (ou de brotação). A partir da primeira crescimento e a produção em plantações submetidas a
Crescimento de povoamentos inequiâneos medição, a % de falhas não mais modifica. Nos anos desbaste. A consideração das três variáveis não garante
Semelhante a um povoamento equiâneo, em que um subseqüentes poderá ocorrer apenas morte de árvores. consistência quanto aos seus efeitos. É necessário que
estoque de árvores remanescentes permanece após o o conjunto de relações funcionais seja compatível e
desbaste, em povoamento inequiâneo, as árvores MODELOS DE CRESCIMENTO E consistente.
remanescentes são referidas como estoque de PRODUÇÃO EM NÍVEL DE POVOAMENTO O modelo de Clutter é o mais difundido no Brasil. A pro-
crescimento. Nesse povoamento existem árvores em dução é expressa em função das idades atual e futura
diferentes idades, não conhecidas, em que o primeiro Não explicam diretamente a variação do tamanho das (I1 e I2), do índice de local na idade atual (S1) e das
corte de desbaste pode ocorrer a qualquer tempo, não árvores dentro do povoamento. Estimam o crescimento densidades atual e futura (B1 e B2).
havendo vínculo com a idade das árvores. e, ou, produção a partir de atributos do povoamento, Este modelo é do tipo povoamento total (a variável
Esse início de intervenção é o começo do primeiro ciclo como idade, área basal e índice de local. Têm como estimada é o volume por unidade de área), densidade
de corte, cujo intervalo de tempo até o próximo corte melhor representantes os modelos de densidade variável (permite estimar a produção nos diferentes
pode variar com o tipo de manejo. O volume remanes- variável (incluem a variável densidade como uma parte níveis de área basal inicial), compatível (a equação de
cente cresce por um número de anos, e uma nova dinâmica do sistema de equações, sendo úteis quando crescimento quando integrada fornece a equação de
intervenção é feita, removendo árvores comerciais e não o output pretendido é o volume por unidade de área, em produção, e a derivada desta resulta na equação de
comerciais (cortes de ordem sanitária e liberação de espacial para povoamentos submetidos a desbaste, crescimento), explícito (produção em volume é calcu-
árvores), garantindo uma nova regeneração e o cresci- envolve relações do tipo V = f(I1, I2, S, B1, B2), além dos lada diretamente) e consistente (as estimativas podem
mento de árvores jovens residuais. modelos (ou tabelas de produção) dos tipos empírico ser obtidas projetando-se a área basal ano a ano, ou
Modelos de crescimento e produção (são estatísticos, não envolve projeção da densidade, diretamente de um para qualquer outro ano, e porque ao
Em estatística, a expressão modelo é uma relação obtidos por relações do tipo V = f(I, S, B); dão estimar a produção para uma mesma idade resulta em
funcional a ser ajustada a dados de uma amostra. Por informação de um povoamento sob condições valores idênticos àqueles observados).
exemplo, Yi = β0 + β1X1i + εi é denominada modelo linear específicas de manejo, não permitindo qualquer Ajuste e uso do modelo de Clutter:
simples. Já a expressão Y^=β^0 + β^1X1, em que, β^0 e variação no tratamento, exceto aquele já contido nos # Dependendo dos dados o termo (1 – I1/I2)S1 pode ser
β^1 são estimadores dos parâmetros β0 e β1, é dados do ajuste do modelo) e normal (em povoamentos substituído por (1 – I1/I2)LnB1 ou por (1 – I1/I2)(LnB1)2 ou
denominada equação. completamente estocados ou normais). mesmo ser eliminado. A eliminação ocorrerá quando o
Um modelo de crescimento e produção pode ser repre- Os modelos de densidade variável estimam a produção efeito da capacidade produtiva sobre a área basal não
sentado por um ou + modelos estatísticos; uma ou mais para diferentes níveis de área basal remanescente. Eles for significativo, ou for inconsistente.
equações; uma ou + tabelas ou gráficos; ou um conjunto têm como características: estima a taxa de crescimento # Inconsistência: α1 negativo. Neste caso, S1 pode ser
de equações, tabelas e gráficos. dentro do sistema de equações; representa melhor as substituído por LnB1 ou (LnB1)2, desde que haja contri-
De acordo com o nível de resolução podem ser: relações causa versus efeito entre densidade e a buição estatística.
a) Modelos em nível de povoamento: não explicam produção; emprega conceitos d derivação e integração. # β2 deve ser negativo para que haja consistência nas
diretamente a variação do tamanho das árvores dentro Relações funcionais dos modelos estimativas.
do povoamento; Modelos em nível de povoamento se diferem em relação # Se I2 – I1 for constante em todo o banco de dados, o
b) Modelos de distribuição por classes de diâmetro; às variáveis independentes. Sendo Y a variável depen- ajuste do modelo torna-se impossível pelo método de
c) Modelo em nível de árvores individuais. dente, eles podem ser subdivididos em: mínimos quadrados em dois ou três estágios.
Os modelos (a) e (b) são aplicados a partir de dados de a) Y = f(I) Obter a idade técnica de colheita a partir de uma
inventários florestais ou de parcelas permanentes b) Y = f(I, S) equação de produção
estabelecidas para gerar dados para a modelagem de c) Y = f(I, S, B ou q) Idade técnica de colheita: IM é máximo e igual à IC.
crescimento e produção. Principais modelos em nível de povoamento: a) Deduzir a expressão do IM dividindo a produção pela
Nos modelos (c) as árvores são atualizadas para uma a) Modelo de Schumacher idade, e derivar essa expressão em relação à idade. Ao
idade definida e, então, são agregadas por área. Com 1 igualar essa derivada a zero e isolar a idade, resulta na
 0  1  
ajuste difícil, pois exigem dados bastante específicos Y e I
 ITC.
sobre cada árvore. b) Igualar as expressões de IM e IC (primeira derivada
b) Modelo de Clutter
Mortalidade da equação de produção) e isolar a idade (ITC).
O estudo da mortalidade serve para predizer o número LnY2   0  1   2 S   3 LnB2  Ln c) Estimar a produção em idades seqüenciais, obter os
I
respectivos IM e identificar a idade onde ocorre a inver-
2
de árvores sobreviventes por hectare, informação que
I   I   I  são de sinal na relação IMi – IMi-1, i = idade.
muitas vezes é input de modelos de crescimento e pro- LnB2  LnB1  1    0 1  1   1 1  1 S  Ln
dução. O conhecimento da taxa de mortalidade permite  2
I  I 2   I 2 

ao manejador avaliar o potencial da floresta e decidir por c) Modelo de Buckman MODELOS DE DISTRIBUIÇÃO
alguma estratégia de manejo. Com o aumento da idade Y   0  1 ( BHd )   DIAMÉTRICA
do povoamento florestal, a competição e também a taxa 1
de mortalidade se elevam. O processo de competição é LnICAB  0  1S   2  3 B1   Estimam o número de árvores por hectare por classe de
I
iniciado a partir da sobreposição de zonas de influência diâmetro nas idades presente e futura. O emprego, a
ICAB = incremento corrente anual em área basal. partir daí, de uma equação de volume, de taper ou de
de duas ou mais árvores (área na qual uma árvore
ε = erro aleatório. razão volumétrica, permite estimar a produção por
obtém luz, água e nutrientes). Essa mortalidade é
A escolha de uma das relações funcionais depende do classe, sendo significativos para situações em que há
definida como do tipo regular, sendo de causas não
tipo de informação pretendida, do nível de detalhamento interesse em multiprodutos da madeira. A principal
catastróficas. Além da competição, os fatores genéticos
necessário e das características do povoamento e do característica é o emprego de uma função densidade de
e a senescência são causas de mortalidade regular.
tipo de dados disponíveis.
probabilidade, sendo comum o uso da função Weibull.
MENSURAÇÃO FLORESTAL
MODELOS DE DISTRIBUIÇÃO DADOS PARA MODELAGEM DE DADOS PARA MODELAGEM DE
DIAMÉTRICA CRESCIMENTO E PRODUÇÃO CRESCIMENTO E PRODUÇÃO

O ajustamento destes modelos exige estimação de Fonte de dados para (MCP) c) Casualização, sistematização e seletividade:
parâmetros de alguma função de probabilidade. Para a) Parcelas permanentes (PP): fonte de dados + efi- Uma amostragem inteiramente casualizada sobre toda a
estimar as produções futuras, é preciso estimar valores ciente não requerendo freqüência muito grande. A população é ineficiente para construir modelos do tipo
futuros de altura dominante e número de árvores por eficiência estatística se deve à propriedade de detectar MCP, porque assim, valores médios serão amostrados
hectare. mudanças ocorridas de maneira exata. No entanto, se mais intensivamente; é eficiente quando se pretende
As funções densidade de probabilidade mais usadas as parcelas permanentes não forem representativas da obter uma simples curva de produção representativa.
são: Weibull, Sb Johnson, Gama e função beta, população em foco, a estimativa do crescimento pode Uma alternativa é delimitar partes da população e alocar
destacando-se a primeira no campo florestal. ser tendenciosa, embora com alta precisão. Daí a as parcelas de modo casual ou sistemático sobre essas
importância de efetuar testes de aplicação ou validação partes. Essa escolha de partes da população a amostrar
Função Weibull dos modelos. As PP podem ser: oriundas de inventário para, assim, garantir representatividade da situação
Permite moldar diferentes tendências de distribuição, florestal contínuo (IFC) ou estabelecidas unicamente p/ proporcionará melhor estimativa dos coeficientes de
desde uma exponencial até uma normal. Facilidade de obter dados de p/ monitorar mudanças na população. regressão e predição próximo aos dados extremos. A
ajustamento e de correlacionar seus parâmetros com Proporcionam dados consistentes e adequados, concer- seleção deliberada de parcelas em um banco de dados
atributos do povoamento. Sua f.d.p: nente às variáveis mortalidade, dinâmica de copa e de IFC ou a localização deliberada das parcelas no
 1  X  

dinâmica de povoamento. campo é um procedimento mais eficiente, que garante
  X      
f ( x)    e No IFC, o crescimento é monitorado pela remedição de também é uma alternativa q garante representatividade
    uma de rede de parcelas estabelecidas em diferentes não somente das condições médias, mas também das
X = centro de classe de DAP; β = parâmetro de escala; tipos de povoamentos florestais. Essa rede tem a vanta- condições extremas. É desejável garantir freqüência
γ = parâmetro de forma; α = parâmetro de locação, gem de reduzir a variância de uma mesma parcela, em equivalente para cada condição de sítio.
sendo X ≥ 0; β > 0; γ > 0. sucessivas medições.
Forma acumulativa: No segundo caso, a amostragem é constituída de AVALIAÇÃO DE MODELOS DE C E P
 X   parcelas permanentes individuais, ou então agrupadas
  
F(X ) 1 e    em duas ou mais parcelas, definidas por instalações ou O termo bias, traduzido como tendência ou viés, é
parcelas experimentais, incluindo testemunha e áreas definido por erro de não-amostragem, sendo um erro
Em que F(X) é a proporção de árvores com DAP ≤ X.
de bordadura. Podem também consistir em parcelas cometido sistematicamente desde a tomada dos dados
O parâmetro α pode ser interpretado como o diâmetro
estabelecidas de modo seletivo c/ finalidade específica no campo até a aplicação do modelo. Uma fonte de bias
mínimo do povoamento ou como o limite inferior da
de gerar dados para modelagem, independentemente muito comum esta relacionada c/ a seleção da amostra,
menor classe de DAP; pode ser prefixado ou estimado
da aplicação de tratamentos. quando esta não representa plenamente a população.
via regressão.
b) Parcelas temporárias (PT): são estatisticamente Em análise de regressão diz-se que há inconsistência
O método mais eficiente para ajustar a função Weibull é
pouco eficientes para fins de modelagem, por não se as estimativas obtidas não estiverem de acordo com
o da máxima verossimilhança. Outras alternativas são o
detectarem exatamente as mudanças de crescimento, os parâmetros desta. Erros de tendência afetam a
método dos momentos, o da regressão não-linear, o dos
uma vez que as mesmas parcelas não são medidas em média, as estimativas de uma regressão, a variância, o
percentis e o da aproximação linear.
cada ocasião. Medidas em inventários convencionais ou erro-padrão e a probabilidade de discrepância entre
para conhecimento de volumes presentes. valores observados e estimados.
Seqüência p/ ajuste de um MDD
c) Delineamentos experimentais (DE): geralmente um Precisão: não tem qualquer relação c/ a ocorrência de
a) Obter dados de parcelas permanentes, de maneira
DE é estabelecido com finalidade silvicultural, não aten- tendência ou erro de não-amostragem. O conceito de
representativa;
dendo a propósitos da mensuração propriamente dita. precisão de uma estimativa cobre a influencia do erro-
b) Ajustar uma função densidade de probabilidade (fdp)
Limitações: a área de parcelas é pequena; algumas padrão, o qual está relacionado com a variância e com o
para cada parcela, em cada medição, utilizando, prefe-
variáveis importantes na modelagem não são medidas, número de observações, isto é, refere-se à dispersão
rencialmente, o método da máxima verossimilhança;
como a altura dominante; o efeito da variação do índice dos elementos em relação à média. Diz respeito direta-
c) Obter equações de regressão para estimar os
de local geralmente é excluído, pois o experimento é mente ao erro de amostragem.
parâmetros da fdp, utilizando como variáveis indepen-
estabelecido em áreas homogêneas; e a freqüência, isto Exatidão: grau de confiança da estimativa dos parâ-
dentes características do povoamento como idade,
é, o no de casos geralmente é menor que o desejado na metros de uma população, isto é, o grau de aproxima-
densidade e índice de local;
análise de regressão, pois DE são submetidos a ção do valor estimado em relação ao verdadeiro valor. A
d) Avaliar e aplicar o modelo.
análises de variância. inexatidão se verifica quando houver erros de tendência
d) Análise parcial do tronco (APT): alternativa quando e de amostragem. Causas freqüentes de inexatidão em
MDD em estudos de desbastes
não há dados de PP, com as limitações: não garantir a análise de regressão são: emprego de método de ajuste
Para atingir o objetivo de produzir árvores de maior
medição da mortalidade; não contabiliza o efeito de inadequado, erro humano de qualquer ordem e extrapo-
porte em menor tempo, uma estratégia usual é regular a
tratamentos artificiais, como o desbaste ou outros lações além da amplitude dos dados utilizados no ajuste
densidade do povoamento, por meio de desbastes. Este
tratamentos; e praticamente só se aplica em coníferas, do modelo.
tratamento silvicultural resulta em efeito direto sobre a
uma vez que na maioria das folhosas são encontradas ↓ Erro tendência ↑ Erro tendência
taxa de crescimento das árvores.
anormalidades na formação de anéis de crescimento. ↓Erro amostragem Preciso e exato Preciso e inexato
Quando a medição dos anéis é feita no DAP, o procedi- ↑Erro amostragem Impreciso inexato Impreciso e inexato
a) MDD descrito por Chikumbo (1999):
mento é denominado análise parcial do tronco (APT),
Pi = [(Xi – Xmin) / (Xmax – Xmin)]b Na avaliação dos modelos de C e P, os dados de PP
sendo chamado de análise completa do tronco (ACP)
Pi = proporção de árvores removidas na classe de diâ- empregados nos testes não deveriam ser os mesmos do
quando a medição é feita em diferentes alturas ao longo
metro i (0 ≤ Pi ≤ 1); Xi = centro da classe de diâmetro i; ajustamento e sim utilizar os de outra população de
do tronco. APT é utilizada no estudo do crescimento em
Xmin = centro da classe de diâmetro mínimo; Xmax = mesma espécie e estrutura. Uma vez que esses dados
volume, área basal e diâmetro. ACP é empregada no
centro da classe de diâmetro máximo; e b = constante, nem sempre estão disponíveis, uma prática comum é
estudo do crescimento em altura e no estabelecimento
sendo b > 0 p/ menores classes e b < 0 p/ as > classes. separar em duas partes o conjunto de dados inicial,
de curvas de classificação da capacidade produtiva.
1) Estimar a distribuição de diâmetros na idade do sendo uma para construção e outra para avaliação.
desbaste, a partir de um MDD; 2) Iniciar c/ a menor Etapas:
Amostragem p/ estudos de crescimento e produção
classe de diâmetro, removendo a % de árvores a) Examinar o modelo dos pontos de vista da teoria, da
A qualidade da prognose da produção é função das
resultante da aplicação da equação acima; 3) repetir o lógica e do realismo biológico;
propriedades da amostra e das propriedades das
procedimento ao longo da distribuição diamétrica até b) Caracterizar erros quanto a grandeza, natureza dos
equações de predição. A amostragem deve estar condi-
que o no de árvores a ser removido seja alcançado. resíduos, contribuição dos componentes do modelo para
cionada ao tipo de modelo a ser ajustado e ao objetivo
pretendido. o erro total. Isso pode ser feito visivelmente (gráficos de
b) Metodologia desenvolvida por Guimarães (1995): dispersão) ou formalmente, por exemplo, calculando a
a) Freqüência: ser adequada p/ análise de regressão;
Modelo do tipo invariante e projeta a distribuição diamé- média das diferenças absolutas:
estimativas mais confiáveis são obtidas com maior
trica a partir de uma distribuição atual observada. Assim,  n ˆ 
intensidade de amostragem. A precisão do modelo
ao simular o desbaste, obtém-se uma nova distribuição   Yi  Yi n 
ajustado vai depender da localização das parcelas e do  i 1 
atual remanescente, que pode então ser projetada para
número de períodos de medição, no caso de PP. c) Realizar testes estatísticos para erro de viés, precisão
idades futuras.
b) Heterogeneidade das características medidas: devem e grau de ajustamento.
ser priorizadas, com maior intensidade de amostragem.
MENSURAÇÃO FLORESTAL
AVALIAÇÃO DE MODELOS DE C E P AVALIAÇÃO DE MODELOS DE C E P DESBASTES

d) Identificar quais componentes do modelo têm maior a) Subestimação para valores pequenos de X e possível
influência na predição. presença de outliers (dados discrepantes);
Ao avaliar um modelo CP do ponto de vista do realismo b) Há tendência em toda a amplitude, começando por
biológico, deve-se ter cuidado especial c/ as variáveis subestimação e passando p/ superestimação, indicando
idade, área basal, capacidade produtiva e outras even- que os erros são correlacionados e, em conseqüência,
tualmente utilizadas nas relações funcionais. Algumas há necessidade de mudança de método de ajuste do
tendência esperadas são: < idade de corte c/ aumento modelo;
da área basal inicial para uma mesma capacidade pro- c) Ocorre heterocedasticidade, isto é, a variância não é
dutiva; > IC com a redução da área basal; > taxas de homogênea, o que desacredita os limites de confiança
crescimento em área basal e em volume em idades das estimativas, tendo como solução a troca de modelo
mais jovens; tendência de estagnação da área basal e ou transformação da variável dependente para logaritmo
do volume após atingir as respectivas idades de máximo ou a justaposição de modelos, ou, ainda, ponderação de Tendência geral da relação entre no de árvores rema-
IMA. variáveis. O efeito da ponderação é forçar um melhor nescentes, volume/ unidade de área e volume individual.
Estatísticas para avaliar a precisão de um modelo ajustamento daquela parte da curva onde ocorre maior
a)Coeficiente de determinação(R2): indica a proporção dispersão; O crescimento da floresta plantada é afetado fortemente
da soma de quadrados total que é explica pela d) indica estimativas de baixa precisão para qualquer por dois fatores:
regressão, sendo uma medida do grau de ajustamento valor de X;  Capacidade produtiva do lugar;
da regressão aos dados. Quando empregado para com- e) indica um ajuste ideal;  Composição do povoamento florestal: espécie ou clo-
parar modelos, é condição q as variáveis dependentes f) indica que o modelo usado foi inadequado para os ne, número de árvores por unidade de área e seu
tenham uma mesma unidade. Esta estatística tem mag- dados. porte, distribuição espacial das árvores.
nitude entre 0 e 1, significando que, quando o coeficien- Em modelagem do C e P, uma alternativa é a
te for igual a 1, todas as observações coincidirão com a interpretação individual da distribuição dos resíduos p/
curva da regressão e a SQ de resíduos é zero o que cada variável independente do modelo, representadas,
seria a situação ideal. quase sempre, pelo índice de local, pela área basal e
 Y  Yˆ 
n 2 pela idade do povoamento, ou então para os próprios
SQ Re gressão SQ Re síduo i i
valores observados de Y (produção).
R 
2
1  i 1

 Y  Y 
n
SQTotal SQTotal 2

i 1
i i Outras interpretações gráficas A grandeza do diâmetro pode ser controlada pelo
A razão entre as estimativa de variância residual e total, espaçamento inicial e também por meio de desbastes,
(QMres/QMtot) é denominada coeficiente de determinação havendo no mínimo de árvores/ unidade de área, abaixo
corrigido. do qual ocorrerá nenhum efeito sobre o crescimento do
b) Erro-padrão residual: mede a ∆ das observações diâmetro.
quanto à curva de regressão. Define o intervalo da
dispersão das observações em relação à curva, Efeito do desbaste na produção
segundo uma probabilidade preestabelecida (α), o que é A maior ou menor produção de um povoamento pode
diferente do limite de confiança da regressão. Este ser determinada pela definição, no tempo certo, do
intervalo é definido como: melhor espaço para as árvores crescerem. Quando a
 S yxt . Erro padrão residual: S yx  QM Re s (a) num sistema de coordenadas são plotados os valo- meta é produzir árvores para serraria, além da definição
res estimados contra os observados, ao longo de uma do espaçamento inicial, é preciso desbastar.
c) Coeficiente de variação (CV): erro-padrão em % da linha partindo da origem e formando um ângulo de 45º. Para cada espécie e capacidade produtiva deve haver
média: CV  100S Y . Permite comparar modelos. Nesse caso, é verificado como as estimativas do mode- um espaço ótimo entre as árvores, bem como um
yx

Para o caso da variável dependente transformada, o CV lo, a partir de observações independentes (ou não), se adequado regime de desbastes que proporcione taxas
deve ser calculado com a variável na unidade original. O distribuem ao longo da linha de inclinação de 45º. de crescimento ideais.
CV tem a vantagem de proporcionar uma informação (b) as observações foram agrupadas em classes de
relativa independente da grandeza da variável depen- resíduos, sendo elaborado um histograma. Permite
dente. avaliar a precisão e, o mesmo tempo, verificar se a
Há outras características para interpretar o grau de pressuposição de normalidade é atendida. Quanto mais
ajustamento de um modelo, mas a eficácia de qualquer fechada, em torno de zero estiver a distribuição, melhor
uma delas na avaliação de um modelo fica comprome- o ajuste do modelo.
tida s/ uma verificação do comportamento dos desvios
em relação à curva de regressão. Isso porque erros de DESBASTES
tendência podem estar ocorrendo em alguma amplitude Relação entre as produções de um povoamento
de classe de uma ou mais variáveis independentes sem Desbaste é a remoção de uma proporção de árvores desbastado e de um povoamento não desbastado.
ser detectados pelas estatísticas que medem a num povoamento florestal, a fim de conseguir mais
precisão, o que é verificado pela análise gráfica de resí- espaço de crescimento para as árvores remanescentes, Valores das ordenadas iguais a (a) e (b) equivalem à
duos, além de outros aspectos. aumentando a produção de madeira utilizável durante o produção retirada em cortes de desbastes, enquanto (c)
Análise gráfica de resíduos ciclo de corte do povoamento, além de garantir a produ- representa o corte final do povoamento remanescente.
Os desvios ou resíduos são expressos em %: ção contínua de madeira. A produção bruta em povoamento não desbastado é
 Yˆ  Y  aproximadamente igual à produção residual mais os
d %  100 i i  Justificação do desbaste desbastes, ou ainda, a produção bruta é igual à líquida,
 Yi  O suprimento de madeira de florestas nativas tem se uma vez que a mortalidade de árvores é praticamente
tornado cada vez mais restrito, tanto pela escassez na- zero. Ao incluir mortalidade e cortes intermediários
tural como por imperativo de legislação. Com isso, surge (desbastes), pode-se encontrar uma tendência de a
a estratégia de manejar plantações p/ a produção de produção bruta ser igual à produção liquida mais a
árvores de maior porte, permitindo um suprimento mortalidade.
regular de madeira para diversos usos. As práticas de Os desbastes não afetam significativamente a produção
manejo mais diretamente relacionadas com a produção bruta, exceto quando a densidade é reduzida muito se-
de árvores de maior porte são o desbaste e a definição veramente, tornando o lugar subutilizado, e também
do espaçamento inicial. Alguns benefícios do desbaste raramente resultam em aumento da produção bruta em
são: redução do tempo para produzir árvores de grande volume. Assim, a decisão sobre a prática de manejo
diâmetro e de tronco uniforme; maior rendimento volu- deve ser baseada em considerações econômicas,
métrico no processamento da madeira, ao produzir levando-se em conta a produção de árvores de maior
troncos de qualidade desejada quanto à forma, sani- valor individual.
dade e aspecto da madeira.
MENSURAÇÃO FLORESTAL
DESBASTES INVENTÁRIO FLORESTAL INVENTÁRIO FLORESTAL

Inventário florestal trata de informações quantitativas e Mudanças de qualidade do lugar, efeito do número de
qualitativas que se deve obter a cerca de um povoamen- fustes por cepa após o corte, dentre outros, poderão ser
to florestal. Na sua execução são envolvidas diferentes monitorados e explicados.
áreas de atividade, desde a cartografia da área às Resultados do inventário
técnicas de medição, amostragem e computação. Os resultados devem incluir estimativas qualitativas e
Inventário florestal convencional: parcelas tempo- quantitativas, inclusive por classe de diâmetro. O tipo de
rárias, estimar a produção na época de medição. gráfico depende dos objetivos do usuário e de sua
Inventário florestal contínuo (IFC): parcelas perma- habilidade em traduzir em gráficos as suas expectativas
Representação da produção bruta, líquida e remanes- nentes, estimar mudanças tanto na produção como em de divulgação de resultados ou de inferência. A seqüên-
área florestal, entre outras características; importante cia de apresentação dos resultados pode ser, por exem-
cente em um povoamento desbastado quando ocorre a
mortalidade. fonte de dados em estudos de crescimento e produção. plo, a seguinte:
A razão que justifica as parcelas permanentes é o fato 1. Resumo incluindo informações gerais sobre o inven-
A implementação do desbaste depende do: de ser possível parear uma medição posterior com uma tário e resultados principais (no máximo três páginas);
anterior, sabendo-se que quando < o intervalo entre 2. Resumo dos resultados por região, espécie ou clone,
 Objetivo do manejo;
 Espaçamento inicial; medições, > as vantagens das parcelas permanentes. método de regeneração e classe de declividade etc., na
A coleta de dados é responsável pela maior parte dos forma de tabelas e gráficos;
 Qualidade do local e topografia;
custos de um inventário florestal, estando diretamente 3. Resultados por estrato, incluindo-se a análise estatís-
 Mão-de-obra e equipamentos;
ligada à escolha do método ou ao delineamento de tica da amostragem, na forma de tabelas e gráficos;
 Mercado para diferentes produtos da madeira.
amostragem. Um IF consiste em 3 fases: mapeamento 4. Resultados por talhão (ou quadra), incluindo estimati-
A freqüência e época de desbastes (ciclo) exige estudos
da área, amostragem e análise de dados; por análise vas por classe de diâmetro;
de mensuração baseados em parcelas permanentes,
compreende-se o cálculo de estimativas de parâmetros 5. Tendências de crescimento por projeto, espécie ou
visto que, sem um controle efetivo do estoque de cresci-
e análise de decisões em manejo. clone, classe de declividade e método de regeneração,
mento, corre-se o risco de provocar uma subutilização
Métodos de amostragem na forma de tabelas e gráficos;
do potencial produtivo do lugar.
Os métodos de amostragem são baseados quase sem- 6. Quando possível, projeção ponderada do volume por
Considerações:
pre no principio da amostragem casual. No entanto, em projeto, espécie ou clone, classe de declividade e meto-
 A época do primeiro desbaste depende muito do
circunstâncias em que o seu emprego torna-se difícil ou do de regeneração;
estoque inicial e do mercado.
oneroso, alguma forma de amostragem sistemática é 7. Análise crítica dos resultados do inventário e expecta-
 A idade em que um povoamento alcança a idade de
usada. tivas futuras;
corte depende do diâmetro médio atingido pelas
a) amostragem casual simples: toda unidade de amostra 8. Resumo dos resultados por projeto, espécie ou clone,
árvores.
ou parcela possui a mesma probabilidade de ser método de regeneração e classe de declividade;
 O tempo para produzir árvores de grande diâmetro e
amostrada na população. Isso proporciona estimativas 9. Resultados quantitativos por parcela. Nestas saídas
tronco uniforme é reduzido.
não tendenciosas dos parâmetros da população, isto é, não devem faltar as variáveis: idade, espaçamento,
 Maior diâmetro das árvores e localização estratégica
o valor médio das estimativas de todas as amostras altura dominante, área basal, diâmetro médio, número
dos povoamentos reduzem os custos de exploração
possíveis de tamanho n é igual ao verdadeiro valor do de árvores, percentagem de árvores mortas e volumes
e transporte.
parâmetro da população. Tem a vantagem da simpli- quantificados;
 O tipo e a intensidade de desbastes sucessivos
cidade de realização no campo e de computação dos 10. Distribuições diamétricas e hipsométricas por
podem variar em um mesmo povoamento.
dados, embora o custo total da localização e medição parcela, incluindo informações sobre a forma e escala
 O desbaste evita a perda de árvores que eventual-
das parcelas possa ser alto, se comparado à localização das distribuições. Sugere-se incluir as estimativas dos
mente morreriam por competição.
sistemática de parcelas. parâmetros da função Weibull obtidas para cada
Controle de desbastes
b) amostragem sistemática: as u.a. são selecionadas parcela.
Por intensidade de desbaste entende-se a produção
seguindo-se um esquema predefinido de sistematiza- 11. No caso de IFC, uma interpretação (gráfico ou tabe-
removida em cada intervenção. As seguintes alternati-
ção, cobrindo toda a população. Um misto de casuali- la) do crescimento entre medições sucessivas deve ser
vas podem ser usadas para expressar a intensidade:
zação e sistematização ocorre quando a locação das incluída no relatório.
 Com base no número de árvores;
u.a. é casualizada dentro de determinados intervalos (k)
 Com base na área basal;
por toda a população. Para que haja confiabilidade nos Coleta de dados de campo (IFC):
 Com base no volume.
estimadores dessa amostragem, a população deve ser 1. local do inventário: fazendas; projetos;
O primeiro não é recomendado, uma vez que o
isenta de qualquer tendência regular na distribuição dos 2. procedimentos de amostragem: intensidade de amos-
resultado depende do tipo de desbaste, isto é, seletivo
seus elementos componentes. A amostragem sistemáti- tragem: 1:10, 1:5, ...; quais talhões ? Alocação das
ou sistemático. O controle via área basal pode ser feito
ca de uma população homogênea, quanto à distribuição parcelas aleatória ou sistemática; mapas c/ localização
a partir de uma área basal fixa a ser deixada após o
de seus indivíduos, resulta estimadores tão confiáveis das parcelas; rotas de caminhamento;
desbaste, ou em função da área basal existente na
quanto na amostragem casualizada. Portanto, sempre 3. equipe de coleta de dados: número de pessoas por
ocasião do desbaste (deve ser preferida, pois o corte
que for possível, a homogeneização das características equipe (3 pessoas); número de equipes; definição das
ocorrerá de acordo com o potencial do povoamento, ou
deve ser procurada com uma estratificação. A aplicação atribuições;
melhor, de acordo com a estrutura do povoamento em
dessa amostragem em IF ocorre principalmente em 4. materiais e equipamentos: veículos de transporte
cada local ou talhão). O controle via redução do volume
virtude da rapidez da localização das u.a. em grandes para as equipes de campo; materiais para a limpeza da
segue o mesmo princípio da área basal. O sucesso do
áreas, com conseqüente diminuição de custos. área (foice, facão,...); motosserra e equipamentos de
controle de intensidade de corte depende muito de um
c) amostragem estratificada: a população é subdividida manutenção; combustível; EPI’s; tinta p/ marcação das
completo levantamento do estoque a ser manejado.
e, subpopulações ou estratos. Permite informar separa- árvores e pincel; estacas de madeira; garrafa térmica
Tipos de desbaste
damente por estrato, além da população total. Com a com água; kit de primeiros socorros; mapas e croquis
Seletivo: as árvores são removidas, ou não, de acordo
estratificação ocorrerá < erro do que em qualquer outro das áreas; coletor de dados ou pranchetas de anotação;
com a qualidade, envolve quase sempre, a remoção
método de amostragem para um mesmo n. Isso é fichas de campo; trena; fita diamétrica ou suta; giz
inicial de árvores suprimidas e dominadas, causando
conseqüência da diminuição da variação entre u.a. num branco; hipsômetro; materiais para anotação e medição
abertura do dossel, o que favorece o desenvolvimento
mesmo estrato quanto à variação entre u.a. de estratos (lápis, caneta, borracha, régua).
das árvores melhores, uniformizando o povoamento.
diferentes. A distribuição das parcelas nos estratos pode 5. estabelecimento das parcelas: dimensões das parce-
Sistemático: as árvores são removidas de acordo com
ser feita de modo casual ou sistemático. Essa amostra- las; marcação de pontos de referência na estrada;
um sistema predeterminado, não permitindo considera-
gem envolve duas fases principais: a delimitação dos marcação das árvores limites das parcelas; marcação
ções da qualidade. O sistema mais comum consiste na
estratos no mapa ou croquis e a determinação do no de das árvores dominantes;
remoção de uma fileira, em intervalos definidos, segun-
u.a. cabíveis em cada estrato. 6. medição da circunferência (diâmetro) e altura das
do a intensidade. É usualmente mais barato e fácil de
Justificativas para a manutenção de uma mesma locali- árvores: especificação do diâmetro limite de medição;
realizar, porém pode resultar em remoção de árvores
zação da rede de PP sob alto fuste e talhadia são: cuidados de campo para minimizar os erros; distância
tecnicamente adequadas e manutenção de árvores tec-
a) evita erros de não-amostragem, ao comparar dados entre o observador e a árvore; número de árvores cujas
nicamente inadequadas.
de crescimento entre os dois regimes de corte. alturas serão medidas nas parcelas; seqüência de
Misto: exemplo: remoção sistemática de uma a cada
b) garante dados sem tendenciosidade que explicam caminhamento no campo;
sete fileiras e desbaste seletivo nas demais fileiras.
mudanças na produção entre os dois regimes de corte, 7. Classificação das árvores: Avaliação qualitativa para
Vantagens: < custo facilitando a mecanização (sist.) e
uma vez que fatores influentes como mortalidade,... verificar a necessidade de manejar a floresta.
possibilita a retirada de indivíduos inferiores (seletivo).

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