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CERTIFICAÇÃO FLORESTAL

CONCEITOS CERFLOR TIPOS DE CERTIFICAÇÃO

Certificação: é a ferramenta pela qual se garantem ou É um conjunto de normas nacionais voltadas para a Certificação de Cadeia de Custódia: aplicável para as
atestam determinadas características de um produto e, certificação de florestas. As normas apresentam uma unidades de processamento, como serrarias, fábricas e
ou,processo produtivo. série de requisitos referentes ao cumprimento da outros. É avaliado se o produto florestal processado ou
Certificação Florestal: visa atestar que determinada legislação (ambiental,florestal, trabalhista, previdenciária comercializado origina-se de uma unidade de manejo
empresa e, ou, comunidade obtém seus produtos e social); uso racional dos recursos florestais a médio e certificada. É a garantia da rastreabilidade da matéria-
manejando sua área florestal segundo determinados longo prazo; respeito à diversidade biológica nas áreas prima desde a floresta, passando por todas as etapas
princípios e critérios. de manejo; o cuidado na utilização da água, do solo e de transformação do produto até o consumidor final.
Certificado: é a garantia de que determinado produto do ar e o desenvolvimento ambiental, econômico e
vem de uma área manejada de forma ambientalmente social nas regiões onde há o cultivo de florestas. ETAPAS DA CERTIFICAÇÃO
adequada, socialmente justa e economicamente viável . Um certificado emitido para o CERFLOR tem a validade
Critério: é um aspecto considerado importante, através de 5 anos, podendo ser renovado após este período.  Fase preliminar: há contato entre empreendedor e
do qual o manejo florestal pode ser avaliado. O critério é A certificação CERFLOR é reconhecida pelo Sistema certificador para definição do que será avaliado.
acompanhado por um conjunto de indicadores. Brasileiro de Certificação através do INMETRO. A  Fase de avaliação: o desempenho do
Indicador: é um atributo quantitativo, qualitativo ou certificação CERFLOR com acreditação INMETRO empreendimento é avaliado (conferência das
descritivo que, quando mensurado ou monitorado também têm o reconhecimento internacional do PEFC. operações realizadas pelo empreendimento, visitas
periodicamente, indica a direção da mudança. O custo desta certificação dependerá de fatores como a de campo e entrevistas com os empreendedores,
Verificador: pode ser entendido como dados ou dimensão do empreendimento florestal e a quantidade comunidades do entorno, técnicos, trabalhadores)
parâmetros que aumentam a especificidade ou de unidades de manejo que a empresa pretenda através da auditoria. O processo se torna público.
confiabilidade de um indicador. certificar.  Fase de adequação da operação: onde pode haver
Cadeia de Custódia: refere-se ao rastreamento de cada necessidade de cumprimento de pré-condições.
produto da floresta desde a sua origem.  Recebimento do certificado.
 Monitoramento anual.
DEFINIÇÃO Para operações em pequenas propriedades ou de baixa
intensidade de exploração, podem ser utilizados
A certificação florestal é uma ferramenta voluntária pela procedimentos simplificados (SLIMF).
qual se garante ou atesta que determinada empresa ou
comunidade maneja suas florestas de acordo com BENEFÍCIOS DA CERTIFICAÇÃO
padrões de desempenho social, ambiental e econômico.
Desta forma, procura-se garantir a sustentabilidade do 1) Para os consumidores: garantia de que os produtos
manejo no longo prazo, a conservação dos recursos adquiridos têm sua origem de florestas geridas de forma
naturais e o desenvolvimento sócio-econômico. sustentável.
2) Para os produtores e indústrias florestais:
SISTEMAS DE CERTIFICAÇÃO Benefícios diretos:
Técnicos
Internacionalmente, a certificação florestal voluntária - Monitoramento das atividades e seus efeitos
vem se desenvolvendo desde a década de 80, contando - Capacitação da mão de obra
com vários sistemas operando e competindo entre si. - Segurança do trabalho
O credenciador é uma organização formada por
Destes destacam-se: - Pró-atividade
membros da sociedade civil que define os padrões ou
Mercado
 Program for the Endorsement of Forest Certification diretrizes (normas, princípios e critérios), que permitem
- Diferenciar o produto
Schemes - PEFC (antigo Pan European Forest avaliar os produtores. Credencia, avalia e monitora as
- Acesso a novos mercados e manutenção dos atuais
Certification), o conselho foi criado em junho de organizações certificadoras em cada país.
- Melhor preço
1999, também de caráter voluntário, baseado em A certificadora é uma instituição independente
Crédito
critérios próprios sobre Proteção Florestal na Europa. aprovada pelo credenciador para, em seu nome, avaliar
- Financiamentos em Bancos Privados
 FSC (Forest Stewardship Council ou Conselho de os processos de produção e rastreabilidade dos
- Créditos de Carbono
Manejo Florestal) é uma organização internacional produtos utilizando padrões elaborados pelo
Benefícios indiretos:
não governamental e sem fins lucrativos com sede credenciador.
Imagem Institucional
na Alemanha. Foi fundada em 1993 por
- Diferencial para a floresta
representantes de entidades ambientalistas, CUSTOS DA CERTIFICAÇÃO
- Credibilidade junto aos setores social e ambiental
pesquisadores, produtores de madeira, comunidades
- Respeito do consumidor
indígenas, populações florestais e indústrias de 25 Os custos variam de acordo com a complexidade do
- Sensibilização dos trabalhadores
países. Tem por objetivo promover o bom manejo manejo, logística de acesso e certificadora. São eles:
- Abertura para novos certificados (ISO, OHSAS, etc.)
florestal, baseado em Princípios e Critérios Custos diretos: inerentes a auditoria externa
universais que definem o manejo florestal (certificadora/credenciador). Avaliações Preliminar e
Consumidores, trabalhadores, comunidades de entorno
ambientalmente adequado, socialmente benéfico e Completa: envolve os custos de execução da avaliação,
de unidades certificadas e o poder público podem ser
economicamente viável. É importante ressaltar que o incluindo tempo técnico dos auditores e administrativo e
beneficiados direta ou indiretamente.
FSC não emite certificado, mas autoriza os despesas da equipe de auditoria no campo; avaliações
certificadores a emitirem o certificado com a marca de Monitoramento: anualmente, pelo menos uma
do FSC.
TIPOS DE CERTIFICAÇÃO
avaliação de monitoramento deve ser efetuada,
 Diversos sistemas nacionais (Suécia, Finlândia, podendo ser programadas ou não; taxa anual de
Certificação do Manejo Florestal: avaliam-se os
Noruega, Alemanha, Inglaterra, EUA, Canadá, África certificação (encargos administrativos do certificado);
aspectos ambientais, sociais e econômicos do manejo
do Sul, Indonésia, Malásia, Nova Zelândia, Chile, utilização do Logotipo.
de uma determinada unidade de manejo florestal. Pode
Áustria, Gana, Bélgica e outros). Custos indiretos: para adequar as atividades florestais
ser para empreendimentos individuais ou a certificação
 No Brasil, desde 1996 a Sociedade Brasileira de aos padrões da certificação. Consultorias, compra de
de grupo de produtores (com uma organização central
Silvicultura - SBS em parceria com algumas equipamentos e materiais, regularização legal,
que coordene o manejo e seja responsável pela
associações do setor, instituições de ensino e capacitação e treinamentos.
certificação: cooperativa ou até mesmo uma empresa
pesquisa, organizações não -governamentais e com
prestadora de serviços). A certificação em grupo é uma
apoio de alguns órgãos do governo, vem trabalhando Auditoria: é o exame sistemático e independente para
importante alternativa para a redução dos custos diretos
com um programa voluntário denominado Cerflor - determinar se as atividades e resultados cumprem as
da certificação e torná-la mais acessível para pequenos
Programa Brasileiro de Certificação Florestal. disposições planejadas, e se essas disposições estão
produtores e comunidades.
 Outras iniciativas foram e continuam sendo implementadas de forma adequada para atender os
desenvolvidas, em nível nacional e internacional, objetivos. Requer coleta de dados e documentação
governamental e não-governamental, no sentido de suficiente para suportar as evidências relevantes. É
melhor identificar critérios e indicadores de uma ferramenta de gestão, que a partir de avaliações
sustentabilidade do manejo. sistemáticas, periódicas e objetivas, facilita o controle e
avaliação de conformidade.
AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS (AIA)
CONCEITO INSTRUMENTOS LEGAIS DE ETAPAS DE UMA AVALIAÇÃO DE
IMPLEMENTAÇÃO DA AIA IMPACTO AMBIENTAL
Instrumento de política ambiental, formado por um
conjunto de procedimentos capazes de assegurar, Relatório de Impacto Ambiental (RIMA): documento que 1. Definição das partes interessadas
desde o início do processo, que se faça um exame apresenta os resultados dos estudos técnicos e Consiste em organizar uma equipe multidisciplinar, já
sistemático dos impactos ambientais de uma ação científicos de avaliação de impacto ambiental. Constitui que a AIA requer conhecimentos técnicos, ambientais e
proposta (projeto, programa, plano ou política) e de suas um documento do processo de avaliação de impacto sociais diversificados e integrados porque as florestas
alternativas, e cujos resultados sejam apresentados de ambiental e deve esclarecer todos os elementos da nativas apresentam inúmeros valores ambientais e
forma adequada ao público e aos responsáveis pela proposta em estudo, de modo que possam ser socioeconômicos, além de ser um bem público.
tomada da decisão, e por eles considerados. Além divulgados e apreciados pelos grupos sociais
disso, os procedimentos devem garantir adoção das interessados e por todas as instituições envolvidas na 2. Definição do conteúdo do documento
medidas de proteção do meio ambiente, determinada no tomada de decisão. Tem por objetivo: decidir que ações devem ser
caso de decisão da implantação do projeto. Plano de Controle Ambiental (PCA): reúne, em analisadas e quais não precisam serem investigadas;
programas específicos, todas as ações e medidas definir como os dados básicos devem ser coletados;
INSTRUMENTOS LEGAIS DE minimizadoras, compensatórias e potencializadoras aos identificar o método mais apropriado para avaliar ou
IMPLEMENTAÇÃO DA AIA impactos ambientais prognosticados pelo Estudo de predizer os impactos ambientais e socioeconômicos; e
Impacto Ambiental - EIA. A sua efetivação se dá por identificar os métodos adequados para decidir se os
Estudo de Impacto Ambiental (EIA): é um instrumento equipe multidisciplinar composta por profissionais das impactos são relevantes.
constitucional da Política Ambiental um dos elementos diferentes áreas de abrangência, conforme as medidas
do processo de avaliação de impacto ambiental. Trata- a serem implementadas. 3. Coleta e analise de dados técnicos, ambientais e
se da execução, por equipe multidisciplinar, das tarefas Planos de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD): sócio-econômicos
técnicas e científicas destinadas a analisar, instrumentos da gestão ambiental para atividades A coleta de dados do meio físico, biótico e
sistematicamente, as conseqüências da implantação de antrópicas, sobretudo aquelas que envolvem socioeconômico é importante para entender a situação
um projeto no meio ambiente, por métodos de AIA e desmatamentos, terraplenagem, exploração jazidas de pré-existente e monitorar as situações presentes e
técnicas de previsão dos impactos ambientais. O estudo empréstimos e bota-foras. futuras do ambiente. Ênfase deve ser dedicada às
de impacto ambiental desenvolverá no mínimo as operações que causam impactos negativos relevantes.
seguintes atividades técnicas: MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE
IMPACTO AMBIENTAL 4. Identificação e avaliação da significância dos
1- Diagnóstico ambiental da área de influência do impactos ambientais.
projeto: completa descrição e análise dos recursos Método de Sobreposição de Cartas (“Overlay mapping”):
ambientais e suas interações, tal como existem, de utiliza-se de técnicas de Sistemas de Informações
modo a caracterizar a situação ambiental da área, antes Geográficas (SIG) e é assistido por computador. Permite
da implantação do projeto, considerando: a aquisição, o armazenamento, a análise e a CONCEITOS BÁSICOS
O subsolo, águas, ar e o clima, destacando os representação de dados ambientais. Enfim, elabora e
recursos minerais, a topografia, tipos e sobrepõe cartas temáticas (solo, hidrografia, rede viária, Fator ambiental: elemento do meio abiótico (ar, água,
Meio físico aptidões do solo, os corpos de água, o regime declividade, uso atual e legal das terras). Portanto, solo); do meio biótico (vegetação e fauna); e do meio
hidrológico, as correntes marinhas, as permite o prognóstico de diferentes cenários. sócio-econômico (emprego, renda, saúde, educação,
correntes atmosféricas. Método das Matrizes de Interação: utiliza uma matriz infra-estruturas, estrutura fundiária, fixação do homem a
para analisar os impactos de cada atividade com o fator terra, paisagismo, desenvolvimento local e regional).
Os ecossistemas naturais - a fauna e a flora - Impacto ambiental: qualquer modificação do meio
destacando as espécies indicadoras da
ambiental relacionado. Assemelha-se à listagem de
Meio
qualidade ambiental, de valor científico e controle bidimensional. As linhas representam as ambiente, adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou
biológico atividades impactantes e as colunas, os fatores parte, das atividades, produtos ou serviços de uma
econômico, raras e ameaçadas de extinção e
as áreas de preservação permanente. ambientais afetados. organização (ABNT NBR 14789, 2001).
Método das Redes de Interação: permite estabelecer a Importância de um impacto ambiental: é a ponderação
O uso e ocupação do solo, os usos da água e seqüência dos impactos ambientais desencadeados por do grau de significância de um impacto em relação ao
a sócio-economia, destacando os sítios e uma ação ambiental ou atividade de manejo. Ou seja, fator ambiental afetado e a outros impactos.
monumentos arqueológicos, históricos e
Meio sócio- possibilita demonstrar como os efeitos de uma atividade Magnitude de um impacto ambiental: é a grandeza de
culturais da comunidade, as relações de
econômico
dependência entre a sociedade local, os repercutem de um determinado meio para outro. um impacto em termos absolutos, ou seja, é a medida
recursos ambientais e o potencial de Método “Ad hoc”: utiliza a prática de reuniões entre de alteração no valor de um fator ou parâmetro
utilização desses recursos. especialistas de diversas áreas, para se obterem dados ambiental, em termos quantitativos ou qualitativos. No
e informações, em tempo reduzido, para a conclusão da cálculo da magnitude deve ser considerado o grau de
avaliação. È recomendado quando não se dispõe de intensidade, a periodicidade e a amplitude temporal do
2 - Descrição do projeto e suas alternativas impacto avaliado.
tempo suficiente para realização de uma avaliação mais
3 - Etapas de planejamento, construção, operação
adequada.
4-Delimitação e diagnóstico ambiental da área de
Método da Listagem de Controle (“Check-list”): rápido e CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
influência: definir os limites da área geográfica a ser
fácil de aplicar e adequa-se bem ao Método ad hoc. QUALITATIVA
direta ou indiretamente afetada pelos
Utiliza os tipos de listagens: descritiva, comparativa, em
impactos,denominada área de influência do projeto,
questionário e ponderável. Valor (+;-): interpreta-se como impacto positivo ou
considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica
Método dos Modelos de Simulação: utiliza modelos benéfico (+), quando a realização de uma atividade
na qual se localiza.
matemáticos e simula a estrutura e o funcionamento dos repercute positivamente na qualidade do fator ambiental
5 - Identificação, medição e valorização dos impactos:
sistemas ambientais. É, portanto, uma abstração da considerado; e negativo ou adverso (-), quando a
identificar a magnitude e interpretação da importância
realidade. atividade causa um dano à qualidade do fator analisado.
dos prováveis impactos relevantes, discriminando os
IMPACTO AMBIENTAL: qualquer alteração das Ordem: o impacto da atividade no fator ambiental pode
impactos positivos e negativos (benéficos e adversos),
propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ser direto, indireto, primário, secundário.
diretos e indiretos, imediatos e a médios e longos
ambiente causada por qualquer forma de matéria ou Espaço: o impacto da atividade no fator ambiental pode
prazos, temporários e permanentes, seu grau de
energia resultante das atividades humanas que, direta ser local, regional ou estratégico.
reversibilidade, suas propriedades cumulativas e
ou indiretamente, afetam: saúde, segurança e bem-estar Tempo: o impacto da atividade no fator ambiental pode
sinérgicas, distribuição de ônus e benefícios sociais.
da população; atividades sociais e econômicas; biota; ocorrer no curto, médio ou longo prazo.
6-Identificação das medidas mitigadoras: aquelas
condições estéticas e sanitárias do ambiente; e Dinâmica: o impacto da atividade no fator ambiental,
capazes de diminuir o impacto negativo, sendo,
qualidade dos recursos ambientais. pode ser temporário, cíclico ou permanente.
portanto, importante que tenham caráter preventivo e
ocorram na fase de planejamento da atividade. Plástica: o impacto da atividade no fator ambiental pode
7 - Programa de monitoramento dos impactos ser reversível ou irreversível.
8-Preparação do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)
HIDROLOGIA FLORESTAL
CONCEITOS PRECIPITAÇÃO ATMOSFÉRICA PRECIPITAÇÃO ATMOSFÉRICA

Hidrologia: é o estudo da água em todas as suas CLASSIFICAÇÃO DAS CHUVAS Aparelhos utilizados
formas, sobre e sob a superfície da terra, incluindo sua • Chuvas Convectivas ou de Convecção: o ar úmido – Pluviógrafo:
distribuição, circulação e comportamento, suas aquecido na vizinhança do solo sobe, condensa e • Registro contínuo (diagrama); Intensidade da chuva;
propriedades químicas e físicas, suas reações com o precipita. Processamento dos dados; Resumo dos totais diários,
meio; mensais e anuais; Resumo das máximas; Resumo das
Hidrologia Florestal: ramo da hidrologia que relaciona mínimas; Resumo dos totais estacionais.
os efeitos das florestas e da vegetação de áreas
silvestres a elas associadas sobre o ciclo da água,
incluindo os efeitos sobre a erosão, a qualidade da água
e o microclima;
Bacia Hidrográfica: área de captação natural que
drena para um curso d‟água, incluindo a área entre o
divisor topográfico e a saída da bacia;
Balanço Hídrico: balanço das entradas e saídas de
água, no interior de uma região hidrológica bem • Chuvas Orográficas: ventos quentes e úmidos
definida, (uma bacia, um lago e um reservatório) provenientes do oceano encontram barreiras físicas,
levando em conta as variações efetivas de acumulação; sobem, condensam e precipitam sobre áreas
Descarga ou vazão: deflúvio na unidade de tempo. montanhosas.
– Unidade:
Q = volume/tempo
Q = l/s, l/min, l/h, m³/min, m³/h
Altura pluviométrica: P (mm) = 1L/m² = ml/cm²*10
Medição de Precipitação em aberto
1000 l = 1m³
• Instalação do aparelho
PRECIPITAÇÃO ATMOSFÉRICA

• Precipitação: Água líquida ou sólida proveniente do


meio atmosférico que atinge a superfície terrestre; • Chuvas Frontais ou Ciclônicas: ar quente, mais leve
• Características principais: sobe pela penetração do ar frio. Subindo o ar condensa
– total e precipita. Cálculo da precipitação média em uma bacia
– duração hidrográfica:
– distribuições temporal e espacial – Depende da precisão do estudo: Pesquisa; Tomada
• Precipitação x Floresta de decisão; Plano de manejo
– Input da Hidrologia Florestal; – Observações dentro da superfície e vizinhanças;
– Fração da precipitação anual se torna disponível para – Lâmina de água de altura uniforme sobre toda a área
o escoamento dos rios; considerada, associada a um período de tempo;
– Manutenção do microclima
– Recepção de chuvas pelos ecossistemas florestais Cálculo da precipitação média em uma microbacia
Formas de Precipitação – Média Aritmética
GAROA: precipitação uniforme consistindo de gotas Consiste em distribuir os aparelhos na microbacia
com diâmetro inferior a 0,5 mm. Medição de Precipitação
• Grandezas características Vantagem: método simples; precisão depende do
CHUVA: precipitação cujas gotas apresentam diâmetro número e localização de pluviômetros; regiões de
> 0,5 mm. A intensidade pode, geralmente, se – Altura pluviométrica: lâmina d´água que se formaria
sobre o solo como resultado de uma certa chuva, caso topografia plana.
enquadrar em três categorias: leve, até 2,5 mm/h; Desvantagem: Requer um número > de equipamentos.
moderada, 2,6 a 7,5 mm/h; pesada, superior a 7,5 não houvesse escoamento, infiltração ou evaporação da
água precipitada. Pm = ΣPi/ n, onde: Pm = precipitação média na área
mm/h. A gota em queda atinge rapidamente velocidade (mm); Pi = precipitação média no iésimo pluviômetro; n
máxima, referida como velocidade terminal, quando é – Duração (t): período de tempo contado desde o início
até o fim da precipitação. = número total de pluviômetros.
atingido o equilíbrio entre a resistência do ar e o peso da – Polígonos de Thiessen
gota. As gotas podem crescer por coalizão e – Intensidade da precipitação (i): relação entre a altura
pluviométrica e a duração da chuva. Uma chuva de 1 Vantagem: mais preciso; possibilidade de utilizar
condensação durante a queda, até um limite máximo de pluviômetros fora da área da bacia; bons resultados em
aproximadamente 6 mm, acima do qual a deformação mm/min = vazão de 1L/min de uma área de 1 m².
relevos acidentados.
pode ser suficiente para romper a gota em gotículas de Desvantagem: trabalhoso; requer localização adequada
menor diâmetro. Aparelhos utilizados
– Pluviômetro dos pluviômetros.
GRANIZO: precipitação na forma de pedras de gelo.
Ocorre durante tempestades, quando há formação de • Mais utilizado; Leitura direta; Obstruções físicas; Perda
violentas correntes ascendentes e descendentes nas por evaporação; Deformação da abertura cilíndrica; Erro
nuvens. É um fenômeno que ocorre no final da na medição de volume; Respingos.
primavera ou do verão, ao invés de no inverno, pois
uma das condições é que a temperatura próxima ao
solo seja superior a 0ºC.
NEVE: cristais de gelo formados a partir do vapor de
água quando a temperatura do ar é de 0ºC.

Formação de Precipitação
• Ascensão de massa de ar úmida
• Esfriamento do ar à temperatura inferior ao ponto de
saturação 1) Liga os pluviômetros de frente (no ponto central); 2)
– Redução da pressão Traça uma reta perpendicular no centro das retas entre
• Condensação do vapor d´água pluviômetros e 3) Polígono formado pela intercessão
das retas perpendiculares com o limite da bacia.
HIDROLOGIA FLORESTAL
PRECIPITAÇÃO ATMOSFÉRICA ECOSSISTEMAS FLORESTAIS E ESCOAMENTO SUPERFICIAL EM
INFILTRAÇÃO DE ÁGUA NO SOLO BACIAS HIDROGRÁFICAS
Cálculo da precipitação média em uma microbacia
• Polígonos de Thiessen - Segmento do ciclo hidrológico importante pelas perdas
Pluviom. (a) Área (b) (c) (a)*(c) que proporciona, mas também pela formação dos
1 25,2 5,2 0,064 1,6 cursos de água.
2 20,1 13,1 0,162 3,3 - Recursos hídricos - riqueza natural
3 28,4 21,4 0,265 7,5 - CONCEITO: “Trata do conjunto das águas que, por
4 32,0 12,5 0,155 5,0 efeito de gravidade, se desloca na superfície da terra.
5 30,0 10,5 0,131 3,9 Engloba a porção de chuva que caindo sobre o solo
6 19,8 18,0 0,223 4,4 saturado de umidade ou impermeável, escoa pela sua
TOTAL 80,7 1 25,7 superfície, formando sucessivamente as enxurradas ou
Etapas da Infiltração: Entrada de água; Transmissão; torrentes, córregos, ribeirões, rios e lagos ou
(a) = precipitação; (b) = área do polígono; (c) = (b)% do Depleção da capacidade de armazenamento.
total; (a)*(c) = precipitação média. reservatórios de acumulação.”
Fatores que afetam a entrada de água: Volume de REDE DE DRENAGEM DE BACIAS HIDROGRÁFICAS
ECOSSISTEMAS FLORESTAIS E água precipitada; Intensidade da chuva; Qualidade da - Águas livres - película laminar formada no início do
PRECIPITAÇÃO EFETIVA água; Compactação superficial do solo; Uso do solo; escoamento superficial. Água que não tem um caminho
Matéria orgânica e Litter. preferencial de escoamento. Importante para o
conhecimento do princípio da erosão.
Fatores que afetam a transmissão: Características do - Águas sujeitas - canalículos que formam a micro-rede
solo (textura, estrutura, porosidade); Compactação em de drenagem. Caminhos preferenciais formam torrentes.
profundidade e camadas impermeáveis. Torrentes e águas subterrâneas formam cursos d'água.
COMPONENTES DA REDE DRENAGEM DE UMA
Fatores que afetam a depleção da capacidade de BACIA HIDROGRÁFICA
armazenamento: Porosidade do solo; Profundidade do Escoamento superficial
solo; Teor ou conteúdo de água anterior. Escoamento subsuperficial
Escoamento subterrâneo
Solo: desenvolvimento de raiz; textura, estrutura, Precipitação direta sobre a superfície livre
espessura, litter e MO, estabilidade estrutural, AFLUXO DE ÁGUA A UMA SEÇÃO DO RIO
porosidade, permeabilidade, profundidade; umidade. - área e forma da bacia
- conformação topográfica da bacia (declividade,
depressões e represamentos naturais).
- condições de superfície do solo e constituição
• Interceptação: processo pelo qual a água da chuva é geológica do subsolo (vegetação, capacidade de
temporariamente retida pelas copas das árvores. infiltração, natureza e disposição das camadas
– Água que goteja ao solo; geológicas, coeficiente de permeabilidade, situação dos
– Água que escoa pelo tronco; aqüíferos, e outros).
– Água que volta à atmosfera por evaporação direta. - obras de utilização e controle da água a montante:
• Escoamento pelo tronco (Et): água da chuva que, irrigação, drenagem artificial, canalização e retificação
após retida pela copa, escoa pelos troncos em direção à Classificação dos solos quanto à capacidade de dos cursos de água, detenção por represamento etc.
superfície. infiltração: A – 7,6 a 11,4 mm/h; B – 3,8 a 7,6 mm/h; C RELAÇÕES ENTRE O AFLUXO DE ÁGUA E A BACIA
• Precipitação interna (Pi): atravessa o dossel florestal, – 1,3 a 3,8 mm/h; D: 0 a 1,3 mm/h. -a descarga anual aumenta com o aumento da área da
incluindo as gotas que passam diretamente pelas bacia contribuinte
aberturas existentes na copa. Ecossistemas Florestais e infiltração: -as variações de vazão instantâneas são tanto mais
• Precipitação efetiva: quantidade de água de chuva • Alta produção de Litter e MO notáveis quanto menor a área da bacia
que chega ao solo via precipitação e evapotranspiração: • Proteção contra impacto das gotas de água. -as vazões máximas instantâneas dependem tanto mais
Água do solo; Absorção pelas raízes; Transpiração das • Desenvolvimento de Raízes da intensidade da chuva quanto menor for a área da
plantas; Abastecimento dos rios; PE = PI + ET. • Alta eficiência do Litter em absorver, reter e liberar bacia. À medida que se consideram bacias maiores, as
água para o solo. chuvas que causam maiores inundações serão aquelas
Fontes de nutrientes: de intensidade menor, porem de duração e área de
Intemperismo da rocha; fertilização; adição pela água de Medição de Infiltração precipitação maiores.
chuva (nutrientes atmosféricos, metabólitos lábeis da • Simulador de chuva -as vazões máximas instantâneas serão tanto maiores
folha, partículas secas). para a mesma área contribuinte, e dependerão tanto
Processos de retenção de nutrientes em mais das chuvas de grande intensidade quanto maiores
ecossistemas florestais: sedimentação, interceptação forem às declividades do terreno, menores as
horizontal e deposição pelas chuvas. depressões detentoras e retentoras, mais retilíneo o
curso da água a montante, menor a infiltração, menor a
ECOSSISTEMAS FLORESTAIS E área recoberta por vegetação.
INFILTRAÇÃO DE ÁGUA NO SOLO -o coeficiente de deflúvio, definido pela relação entre a
vazão total escoada e o volume precipitado num certo
Infiltração: entrada de água no solo (fenômeno de intervalo de tempo, será tanto maior quanto menor for a
superfície), é influenciada pelo manejo. capacidade de infiltração do solo, os volumes
Velocidade de infiltração (VI): representa a taxa de • Infiltrômetro (anéis cilíndricos) acumulados e as detenções de água a montante.
entrada de água no interior do solo (lâmina/tempo, Um teste de infiltração com infiltrômetro de anéis -o coeficiente de escoamento em um longo intervalo de
volume/unidade de área na unidade de tempo). concêntricos de 200 cm2 de área (anel interno): tempo depende, sobretudo, das perdas por
Capacidade de Infiltração (CI): é a taxa (f) máxima evapotranspiração. Para certas naturezas de terreno e
com que um dado solo, numa dada situação, pode disposição de camadas geológicas, a maior capacidade
absorver água (L/T, mm/h, cm/h). de infiltração poderá ser fator favorável ao aumento do
• Se P ou TA < CI implica que VI = TA → não há citado coeficiente.
escoamento superficial. MEDIÇÃO DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL
• Se P ou TA > CI implica que VI = CI → há escoamento - Nível da água (mm) é a altura atingida pela água na
superficial. seção em relação à certa referência. Pode referir-se a
P = Precipitação; TA = Taxa de Aplicação; Vi = valores instantâneos ou „a média de períodos (dia, mês,
Velocidade de Infiltração. ano, etc.).
HIDROLOGIA FLORESTAL
ESCOAMENTO SUPERFICIAL EM ESCOAMENTO SUPERFICIAL EM MATAS CILIARES
BACIAS HIDROGRÁFICAS BACIAS HIDROGRÁFICAS
Floresta paludosa - floresta de brejo; floresta sobre solo
MEDIÇÃO DO ESCOAMENTO SUPERFICIAL Avaliação do Escoamento superficial de água no solo permanentemente encharcados, com fluxo constante de
- Vazão (m3/s) – é a relação entre o volume escoado e o •Águas livres: parcelas coletoras água superficial dentro de pequenos canais com certa
intervalo de tempo que escoa, é igual ao produto da Es (mm) = L(l)/A(m²) orientação de drenagem, mesmo que pouco definida.
velocidade média pela área da seção. Pode referir-se, L = volume de leitura Zona ripária - área variável de contribuição.
também, a valores instantâneos ou a valores médios de A = área da parcela Escoamento direto - é o volume de água que causa o
certos períodos. • Fórmula racional aumento rápido da vazão de microbacias durante e
- Q = VOLUME/TEMPO – Assume que o pico de vazão por uma dada chuva que imediatamente após a ocorrência de uma chuva.
- Q = ÁREA * VELOCIDADE se mantém com duração igual ou maior do que o tempo
- Deflúvio anual – é o volume total escoado em um ano de concentração da bacia hidrográfica. Principais classes de solos associadas à Zonas
-Velocidade (m/s), é a relação entre o espaço – Área da bacia < 10 Km2 Ripárias: Organossolos, Gleissolos, Neossolo
percorrido pela partícula líquida e o tempo de percurso. Q = (C * i * A)/ 360 quartzarênico hidromórfico, Plintossolos, Neossolos,
Distinguem-se velocidades média, superficial e pontual. Q = pico de vazão em m3/s Cambissolos.
-Vazão específica (l/s/m2) é a relação entre a vazão e a C = coeficiente de runoff
área da bacia contribuinte. i = intensidade da chuva para duração igual ao tempo FUNÇÃO HIDROLÓGICA
-Coeficiente de deflúvio (escoamento superficial). É a de concentração da microbacia (mm/h) → Geração do Escoamento Direto em Microbacias
relação entre a quantidade total de água escoada pela A = área da bacia em hectares Zona Ripária = Área Variável de Influência = Geração de
seção e a quantidade total de água precipitada na bacia. escoamento direto
Pode referir-se a uma precipitação determinada, ou a BALANÇO HÍDRICO DE BACIAS Áreas Variáveis de Influência (AVA)
todas as precipitações ocorridas em um determinado HIDROGRÁFICAS FLORESTAIS – Zonas Saturadas - margeiam os cursos d'água e suas
intervalo de tempo. cabeceiras, as quais podem se expandir durante chuvas
MEDIDA DO NÍVEL DA ÁGUA BALANÇO HÍDRICO: é a quantificação entres as prolongadas (zonas ripárias).
-Facilidade de obtenção relações das diferentes fases do ciclo hidrológico. – Concavidades do terreno – p/ as quais convergem as
-Correlação com vazão Equação do balanço hídrico linhas de fluxo, como as concavidades freqüentemente
-Interesse direto para inundação, navegação, obras. - Lei da conservação das Massas existentes nas cabeceiras (zona ripária)
Equipamentos I – O =?S – Áreas de solos rasos - c/ baixa capacidade de
- Limnímetros I = fluxos positivos (precipitação, drenagem de fora para infiltração
dentro, etc.). → Quantidade de Água: aumento da capacidade de
O = fluxos negativos (evapotranspiração, escoamento armazenamento da água na microbacia ao longo da
superficial). zona ripária contribui para o aumento da vazão na
?S = variação no armazenamento (água no solo e água estação seca do ano.
subterrânea). → Qualidade da Água: filtragem superficial de
- Equação geral do balanço hídrico sedimentos, diminuição da concentração de herbicidas,
P + Evpt + D + ?S = 0 absorção de nutrientes do escoamento subsuperficial
Evpt= P - D pelo sistema radicular superficial.
P = Precipitação
Evpt = evapotranspiração FUNÇÃO ECOLÓGICA
- Limnígrafos (de flutuador, pressão ou bolhas).
D = Deflúvio Corredor de fluxo gênico da fauna e flora adaptada. A
?S = variação da água armazenada no solo teoria do uso de matas ciliares como corredor ecológico,
no entanto deve ser olhada com cuidado, principalmente
Evaporação: é um fenômeno de natureza física no qual por causa da flora e fauna não adaptada a este
as moléculas de água passam do estado líquido para o ecossistema.
estado gasoso. Ocorre nas superfícies de reservatórios, Conservação da Biodiversidade.
lagos e rios, na superfície de solos úmidos, etc. É Ciclagem de nutrientes: efeito de filtragem de
função principalmente da temperatura e umidade, sendo particulados e nutrientes em solução proporcionado pelo
influenciado pela pressão atmosférica, velocidade média sistema radicular significa ciclagem geoquímica de
do vento na região, umidade e natureza do solo. nutrientes.
Transpiração vegetal: essencialmente = à evaporação, Interação direta com ambiente aquático:
- MEDIDA DA VELOCIDADE – Estabilização das margens
- Grande variação entretanto as moléculas de água escapam de estruturas
vegetais denominadas estômatos e não de uma – Fornecimento de material orgânico, fonte nutricional
- Decresce da superfície para o fundo e eixo para para a biota aquática.
margem superfície livre.
Evapotranspiração: engloba tanto a evaporação como – Criação de micro habitat‟s favoráveis para alguns
- Velocidade média organismos aquáticos.
- Pontos múltiplos (20, 40, 60 e 80% da profundidade) a transpiração, variável durante o ano em função da
insolação, temperatura e condições climáticas. – Atenuação da radiação solar
- Ponto único – Regulação do equilíbrio térmico
- Integração Planejamento: escolha do método e das espécies,
DETERMINAÇÃO DA VAZÃO MATAS CILIARES
combate às formigas, espaçamento e alinhamento,
1. Medição direta: balde, cronômetro. coroamento, coveamento, adubação, plantio, replantio,
2. Determinação indireta MATA CILIAR - vegetação arbórea vinculada à beira de
rios. Sinônimos: mata ribeirinha, mata de beira-rio, tratos culturais após plantio.
- Vertedores Água do solo - água retida na camada superior da zona
- Calhas medidoras floresta ripícola.
VEGETAÇÃO CILIAR - vegetação vinculada à beira de de aeração do solo, tão próxima à superfície que pode
- Por processos químicos passar à atmosfera por evapotranspiração e onde se
- Fórmula racional rios.
MATA DE GALERIA - vegetação arbórea ocorrente nos fazem sentir influências diurnas e sazonais, como por
domínios e subespaços caracterizados por formações exemplo, chuva, irrigação, inundações, drenagem e
abertas do tipo dos cerrados e campos do Brasil evapotranspiração.
Central; campos do Rio Branco, em Roraima; eventuais - Recarga de água dos aqüíferos
enclaves de cerrados intra-amazônicos, tais como •Água Higroscópica: vapor d'água absorvido pelas
Puciari-Humaitá, Monte Alegre, Amapá; e pradarias partículas do solo e originariamente contido na
mistas da Campanha Gaúcha. atmosfera.
FLORESTA RIPÁRIA - floresta que pertence à barranca •Água Capilar - água retida por capilaridade no solo,
do rio - ripária = riparius (Latim) = que pertence à acima do lençol freático; água do solo acima da
barranca do rio. umidade higroscópica e abaixo da capacidade de
campo.
•Água Gravitacional - água da zona não saturada que
circula livremente, sob a ação da gravidade.
RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
CONCEITOS TÉCNICAS DE REVEGETAÇÃO TÉCNICAS DE REVEGETAÇÃO

Conjunto de ações, idealizadas e executadas por Tapete verde: ETAPAS:


especialistas das mais diferentes áreas do  Rápido recobrimento e proteção do solo;  Caracterização do substrato;
conhecimento humano, que visam proporcionar o  Uso de espécies agressivas e de rápido crescimento;  Necessidade de obras de engenharia;
restabelecimento de condições de equilíbrio e de  Pouca diversidade de espécies (risco ambiental:  Verificar a necessidade de correções ou adubações
sustentabilidade existente anteriormente em um sistema mais susceptível ao ataque de pragas). no substrato.
natural.  Atendia as exigências da legislação;
 Homogeneidade estética; 1. PLACA DE GRAMA
IBAMA (1990): Remoção da vegetação, fauna e da  Simples de manejar; Etapas: homogeneização da superfície; correção e
camada superficial do solo e alteração da qualidade e  Sustentabilidade. adubação; disposição das placas; aplicação do solo
regime de vazão do sistema hídrico. coberto; adubação nitrogenada em cobertura; irrigação;
Sucessão natural: manutenção.
Qualquer perda referente à características químicas, Baseado na regeneração natural ou sucessão natural Vantagens: fornece bom recobrimento do solo; protege
físicas e biológicas da área em questão. em florestas. As espécies facilitadoras do processo a camada superior contra o impacto das gotas de chuva
sucessional são espécies que: e erosão eólica; revestimento imediato do solo; aspecto
Objetivos do processo de Recuperação:  Adicionam C e N; paisagístico rapidamente observado.
Devem ser estipulados a partir de um amplo  Formam grande volume de serrapilheira; Desvantagens: custo elevado, dificulta entrada de
levantamento, considerando os aspectos relativos:  Baixa exigência nutricional; outras espécies no sistema, sistema radicular é pouco
ambiente; sociedade; legislação; econômicos.  Capacidade de tolerância à radiação solar profundo, requer manutenção periódica.
 Princípios ecológicos aplicados criteriosamente; 2. SACOS DE ANIAGEM
Levantamento pré-degradação: meio físico, meio biótico  Grande diversidade de espécies; Etapas: seleção de espécies, preparo da mistura = solo,
e meio sócio-econômico → EIA / RIMA.  > disponibilidade de sementes de espécies nativas; esterco, capim, fertilizante, sementes; enchimento dos
EQUIPE MULTIDISCIPLINAR.  Complexo manejo; sacos; fixação sobre a superfície do talude.
Levantamento pós-degradação: idem pré-degradação;  Tempo; Vantagens: revestimento rápido; > controle da erosão;
procura caracterizar os diferentes ambientes do sistema  sustentabilidade controle de voçorocas; utilização em taludes íngremes;
degradado, classificando-os em termos de: maior diversidade biológica.
- Grau de degradação; Duas fases = sucessão ecológica + tapete verde Desvantagens: custos elevados; baixo rendimento.
- riscos ambientais; Visava combinar as duas abordagens anteriores, unindo 3. HIDROSSEMEADURA
- estratégias de mitigação de impactos; as potencialidades de cada uma. Mistura Pastosa: fertilizantes, sementes, matéria
- potencialidade de uso  Uso de espécies de rápido crescimento e agressivas; orgânica viva, adesivos, água. Coveamento ou
 Incorporação de C e N; sulcamento em nível; escolha das espécies
Com o conjunto de informações e produtos gerados com  Facilitadoras da sucessão; (sustentabilidade).
a construção dos cenários pré e pós-degradação, é  Menor número de espécies. Aplicação da mistura pastosa: lançada jato de alta
possível estabelecer, de maneira clara e científica os pressão adere à superfície, formando uma camada
objetivos do processo de recuperação. (Re) vegetação de Encostas e Taludes protetora, que: fixa as sementes e demais componentes
- desejo do empreendedor; Origem: naturais - forças internas e externas da terra. e funciona como um escudo contra a ação dos agentes
- proprietário da terra; Antrópicas – obras civis, mineração, etc. erosivos; Replantio em pontos de falha; Adubação de
- sociedade; • Encosta: toda superfície natural inclinada que une manutenção e replantio.
- exigência da legislação – Local, Estadual e Federal; duas outras superfícies caracterizadas por diferentes Vantagens: rápida e econômica; eficaz em locais de
-custos energias potenciais gravitacionais. difícil acesso;
- riscos e necessidades ambientais • Talude Natural: são encostas de maciços terrosos, Desvantagens: Fonte de água nas proximidades;
rochosos ou mistos de solo e rocha, originados por Repasse par recobrimento das falhas; Uso de maior
Restauração: objetivo de reproduzir as condições agentes naturais e de superfície não horizontal, mesmo número de sementes do que no plantio manual; Uso de
originais exatas do local, tais como eram antes de que tenha sofrido algumas ações antrópicas, tais como mão-de-obra especializada.
serem alteradas pela intervenção. Um exemplo de cortes, desmatamentos, introdução de cargas etc. 4. PLANTIO MANUAL
restauração é o plantio misto de espécies nativas para • Talude de corte: talude natural ou de encosta Sementes ou mudas de gramíneas, leguminosas,
regeneração da vegetação original, de acordo com as resultante de algum processo de escavação promovido espécies arbustivas ou arbóreas. Plantio em covas ou
normas do Código Florestal. pelo homem. sulcos. Recomenda-se o consórcio de espécies –
Recuperação: o local alterado deverá ter qualidades • Talude artificial: declives de aterros construídos a partir visando a manipulação da dinâmica sucessional.
próximas às anteriores, devolvendo o equilíbrio dos de vários materiais, tais como argilas, silte, areia, Vantagens: economia em áreas pequenas, < % de
processos ambientais. cascalho e rejeitos industriais ou de mineração. perda, > possibilidade de aparecimento de espontâneas,
Reabilitação: quando a melhor (ou talvez a única utilização de mão de obra não especializada.
viável) solução for o desenvolvimento de uma atividade Erosão: processo de destruição do solo e seu transporte Desvantagens: alto custo para grandes áreas; baixo
alternativa adequada ao uso humano e não aquela de em geral é feito pela água da chuva, pelo vento, e ainda rendimento em áreas íngremes com elevado risco
reconstituir a vegetação original, mas desde que seja pela ação do gelo, quando este atua expandindo o operacional; necessidade de escolha de espécies e
planejada de modo a não causar impactos negativos no material no qual se infiltra a água congelada. acompanhamento técnico.
ambiente. Laminar: o agente erosivo desgasta o solo por igual, a 5. MANTAS
desagregação e o deslocamento do material se Os geossintéticos apresentam diversas funções, tais
Diferentes abordagens para caracterização de Áreas processa superficialmente, removendo uma lâmina do como: controle da erosão; retenção de sedimentos;
Degradadas solo. impermeabilização; reforço do solo; confinamento do
O objetivo primário da recuperação é estabelecer uma Sulcos: conseqüência da concentração de água em material.
cobertura vegetal produtiva e permanente, formada por determinados pontos da superfície do solo, formando Vantagens: rápida aplicação; controle imediato da
espécies adaptadas as características da área. calhas, drenos ou escoadouros. erosão; elevada eficiência; consórcio com as técnicas
Importância da Vegetação Ravinas: diferencia-se dos sulcos pela profundidade da de hidrossemeadura e plantio manual.
• Captação, acúmulo e troca de energia, nutrientes e erosão laminar. Desvantagens: custos elevados; despesa com
água; Voçoroca: estágio mais avançado do processo erosivo, transporte do material; carência de informação por parte
• Melhora a estrutura do solo pela adição de M.O; formando grandes crateras no solo. dos empreendedores.
• abrigo e fonte de alimento; 6. SERRAPILHEIRA: compreende o material de origem
• diminuição da velocidade do escoamento pelo Causas da erosão em Taludes: declividade > 70%; vegetal – folhas, flores, frutos e sementes; e em < % de
aumento da rugosidade da superfície. interceptação do fluxo sub-superficial de água; origem animal (restos de animais e material fecal)
A revegetação será realizada em função: precipitação de alta intensidade; concentração de água depositado no solo de uma floresta. VANTAGENS:
Características do Ambiente: substrato, clima, superficial associada à baixa taxa de infiltração. armazenamento de sementes sob a superfície do solo;
vegetação original; Objetivos: legislação, recuperar ou diminuição da erosão; ciclagem de nutrientes; conservar
reabilitar; disponibilidade de recursos: físicos, O sucesso da revegetação é avaliado: abundância; a umidade do solo; criação de um horizonte orgânico;
financeiros, biológicos; Estética: conforto visual. vigor; composição das espécies nativas na vegetação. formação de habitat‟s para espécies de artrópodes;
protege a superfície do solo contra raios solares.
RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
CONCEITO RAD RAD

Áreas degradadas são aquelas caracterizadas por solos - ↓ perturbação do ambiente


empobrecidos e erodidos, com instabilidade hidrológica, -↑ ciclagem de nutrientes em relação à agricultura
produtividade primária e diversidade biológica convencional
reduzidas.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
- poucos recursos / efeito duradouro
- projetos simplificados (conscientização) + fácil
aceitação
- apoio da comunidade

METODOLOGIA BÁSICA DE R.A.D:


1) observar região (vegetação)
“Recuperação significa que o local degradado será 2) relação flora / fauna: dispersão de sementes,
retornado a uma forma de utilização de acordo com um polinização, banco de sementes.
plano pré-estabelecido para uso do solo. Implica que 3) operações plantio: estruturação, correção, fertilização
uma condição estável será obtida em conformidade com do terreno.
os valores ambientais, econômicos, estéticos e sociais 4) regeneração: antes das nativas – semeadura de
da circunvizinhança. gramíneas/ad. verdes.
RECUPERAÇÃO: processo inverso à degradação 5) nativas: plantio de espécies de diferentes grupos
RESTAURAÇÃO: retorno ao estado original ecológicos.
REABILITAÇÃO: retorno a um estado biológico 6) manejo da regeneração / tratos culturais.
apropriado.

ATIVIDADES DEGRADADORAS
AGRICULTURA como potencial degradador
• Uso do solo fora de sua aptidão natural
• Cobertura inadequada do solo
• Sistema de preparo inadequado
• Monocultura (contaminação)
• Irrigação inadequada
• Superpastejo*
URBANIZAÇÃO: topografia, erosão, contaminação,
resíduos diversos.
MINERAÇÃO: ocorrência pontual.

DEGRADAÇÃO DE PASTAGENS
Insustentabilidade produtiva das pastagens:
• diminuição da produção de fitomassa
• mudança da composição botânica
• menor vigor da rebrota
•redução do solo coberto
• sinais de erosão do solo

ESTRATÉGIAS DE RECUPERAÇÃO E MANEJO DO ROTAÇÃO E CONSORCIAÇÃO DE CULTURAS


SOLO DE PASTAGENS - escalonar diferentes culturas ao longo do tempo
A. MANEJO DA PASTAGEM: restringir pastejo em - melhorar controle de invasoras
períodos estratégicos - variar a absorção de nutrientes
B. CONTROLE DE INVASORAS: aração, gradagem, - manter solo coberto Vantagens econômicas do uso de leguminosas
arranquio, herbicidas. - conservação de nutrientes no solo • redução da necessidade de correção / fertilização solo
C. MELHORAMENTO DA FERTILIDADE DO SOLO: - melhoria das condições físicas (seleção de espécies)
correção da acidez e aplicação de fertilizantes. - proteção contra erosão • conservação dos nutrientes em biomassa
D. DESCOMPACTAÇÃO DO SOLO: mecânica ou •< risco de contaminação do ecossistema
semeadura de leguminosas com vigoroso crescimento CONTRIBUIÇÃO DAS MINHOCAS •baixa relação c / n ⇒rápida decomposição e reciclagem
radicular. - aumento da circulação e capacidade de retenção de ar • características desejáveis de adaptação, crescimento e
e água no solo (melhoria da estrutura solo) melhoria do ambiente.
MEIOS DE RAD - melhoria da fertilidade natural (húmus= Ca, P e K);
Regeneração natural e sucessão ecológica -condiciona aparecimento de organismos benéficos.
- simples e barato
- tempo longo em f (grau de degradação) SISTEMAS AGROFLORESTAIS
- disponibilidade de “sementes” • Combinação de anuais + árvores (agrossilvicultura);
• Pastagem + árvores (silvopastoril);
• Anuais + Pastagem + Árvores (agrossilvipastoril);
- otimização de espaço físico;
- melhora de atributos químicos/físicos/biológicos do
solo;
- produção total freqüentemente > monoculturas;
- animais e vegetais: beneficiam-se da sombra das
árvores.

AGRICULTURA ORGÂNICA
- manutenção da flora e fauna edáficas do ecossistema
em função da ausência de agrotóxicos
- ↑ da matéria orgânica (adubos verdes e rotação)
- ↑ resistência à erosão
- ↓ poluição ambiental: ambiente equilibrado

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