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INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS

- CAMPUS MONTES CLAROS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
GESTÃO DA PRODUÇÃO E DA QUALIDADE

CERTIFICAÇÕES
ISO 22000

Trabalho apresentado como requisito parcial para


obtenção de aprovação na disciplina Gestão da
Produção e da Qualidade do Curso de Engenharia
Química do IFNMG – Campus Montes Claros.

Docente: Prof. Luiz Gomes Junior.

Discentes: Sandro Ribeiro dos Santos Júnior;


Bárbara Oliveira Rodrigues;
Derik Ferraz Costa Sarmento;
Júlia Maria Meira de Souza Carvalho;

Montes Claros - MG

Junho de 2023
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO……………………………………………………………………......2

2. PASSO A PASSO………………………………………………………………………3

3. FISCALIZAÇÃO E VALIDADE………………………………………………...…...4

4. CERTIFICADORAS……………………………………………………………….….6

5. CUSTOS PARA IMPLEMENTAÇÃO……………………………………………….7

6. REFERÊNCIAS…………………………………………………………………….….7
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1. INTRODUÇÃO

Uma norma técnica é um documento estabelecido por consenso e aprovado por um


organismo reconhecido que fornece, para uso comum e repetitivo, regras, diretrizes ou
características para atividades ou para seus resultados, visando à obtenção de um grau ótimo
de ordenação em um dado contexto. Esta é a definição internacional de norma, na qual as
Normas ISO estão inseridas. Deve ser realçado o aspecto de que as normas técnicas são
estabelecidas por consenso entre os interessados e aprovadas por um organismo reconhecido
(MARIANI, 2006).
A ISO, da qual fazem parte mais de 140 países, possui a sua sede em Genebra, na
Suíça. É formada por representantes dos países-membros. No Brasil, a ABNT (Associação
Brasileira de Normas Técnicas) é a entidade responsável por representar o país perante a ISO.
Já o INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) é o
organismo de acreditação para o Brasil, ligado à ABNT. O INMETRO é a entidade
responsável para determinar as diretrizes que os OCCs (Organismos Credenciados de
Certificação) seguem ao emitir certificados ISO para entidades corporativas (MARIANI,
2006).
A crescente busca por alimentos seguros no mercado atual forçou indústrias de
alimentos a obter formas de controles mais apurados para fabricação de produtos livres de
contaminações. Muitas causas de contaminação são provenientes da falta de aplicação de
procedimentos de limpeza e de conscientização das pessoas que manipulam os alimentos
(BERTHIER, 2007).
Direcionada para a Gestão de Segurança dos Alimentos, a ISO 22000, publicada em
1º de setembro de 2005, surgiu para auxiliar as empresas do ramo alimentar na garantia da
segurança dos seus produtos em todas as etapas da produção. Trata-se de uma norma aplicada
a qualquer organização que opere na cadeia de alimentos (FARM TO FORK, ou seja, da
“colheita à mesa”). Sua implementação é, portanto, garantia para o consumidor de que o
alimento fabricado apresenta as melhores condições técnico e higiênicas possíveis e, com
isso, pode ser ingerido com segurança (BERTHIER, 2007).
Atualmente, a ISO 22000 está na sua segunda versão, de 2018, e é uma certificação
que especifica requisitos para o sistema de gestão da segurança dos alimentos, onde uma
organização na cadeia produtiva precisa demonstrar sua habilidade em controlar os perigos,
de modo a garantir que o alimento está seguro no momento do consumo (BERTHIER, 2007).
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Todos os processos inseridos na cadeia de produção de alimentos devem ser


rigorosamente controlados. Um dos agentes dessa cadeia é representado pela indústria de
Aditivos Alimentícios, cuja eficiência de processo deve manter os mesmos níveis de
qualidade da indústria que fabrica o produto final para consumo. Umas das formas de dar
suporte ao controle das etapas de produção são oriundas de Normas Internacionais
reconhecidas como referências de mercado, dentre as quais se cita a Food Safety System
Certification (FSSC 22000) (SILVA,2019).
O objetivo da ISO 22000 é a harmonização dos requisitos para gestão em segurança
de alimentos em um nível global. A norma contribui para assegurar a segurança de alimentos
através de toda a cadeia de alimentos, do ambiente rural à mesa do consumidor.

2. PASSO A PASSO

O gestor empresarial Sanon Matias (2022) afirma que a certificação do ISO 22000
exige alguns passos para que seja bem-sucedida. Dessa maneira, é possível destacar algumas
práticas seguidas por indústrias de alimentos e ou fornecedores de produto:
● O gestor deve antes de tudo definir uma equipe de segurança de alimentos que seja
capacitada para exercer sua função;
● Deve-se estabelecer Programas de Pré-Requisito (PPRs), que buscam trazer uma
política eficiente de higienização, saneamento, lavanderia, controle de pragas e
outros;
● Estabeleça instruções de procedimentos. Assim, é possível permitir uma
comunicação clara e um monitoramento efetivo dos PPRs;
● Se deve verificar a forma de armazenamento e produção de cada produto, além de
conferir os procedimentos de entrada e saída dos mesmos, a fim de que todos sejam
seguros e higienizados;
● Realize o registro das especificações de todos os produtos utilizados para a produção
da sua mercadoria;
● Deve-se realizar uma análise de perigos e pontos críticos e manter registrado todos
os pontos observados;
● Dessa maneira, é necessário definir as medidas de controles para os riscos
identificados;
● Por meio do PPRs é possível estabelecer as medidas de controle;
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● Assim sendo, todos os processos devem ser documentados, a fim de que as medidas
implementadas sejam seguidas de maneira efetiva;
● Tendo implementado as condições de segurança, é importante que sejam seguidas à
risca, trazendo mais organização e segurança (MATIAS,2022)

3. FISCALIZAÇÃO E VALIDADE

A auditoria é um processo em que informações financeiras, operacionais, de qualidade


ou outros aspectos de uma organização são examinados para verificar sua precisão,
confiabilidade e conformidade com as normas e regulamentos estabelecidos, nesse caso se
tratando da ISO 22000. Ela envolve obter e avaliar evidências para determinar se as
informações apresentadas ao público são verdadeiras e correspondem aos critérios
estabelecidos pelas normas, sejam internas ou externas. A auditoria pode ser conduzida por
auditores internos ou externos, que são profissionais especializados e independentes da
organização auditada. O objetivo principal da auditoria é fornecer garantia e segurança aos
usuários das informações, como acionistas, investidores, credores e outras partes interessadas,
ajudando-os a tomar decisões informadas. Além disso, a auditoria também pode identificar
áreas de melhoria e recomendar ações corretivas para fortalecer os controles internos e a
eficiência operacional da organização. (ROCHA, 2009)
Sendo assim, a organização/estabelecimento que deseja obter a certificação deve
procurar um organismo certificador que será o responsável em avaliar o atendimento aos
requisitos da norma e indicar a certificação. (ROCHA, 2009)
Para a certificação inicial, onde a organização deseja obtê-la pela primeira vez, ela
será auditada em dois estágios. Assim, a auditoria do estágio 1 verifica se tudo foi planejado e
desenvolvido em conformidade com os requisitos da norma. Então, a auditoria do estágio 2
confirma a execução do planejamento avaliado no estágio 1 in loco, ou seja, em uma visita
física no local, a fim de confirmar a implementação do sistema de gestão da segurança dos
alimentos. (MOYANO, 2022)
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Figura 1: Fluxograma representativo do processo de certificação.

Fonte: Dias, 2010.

Logo após o sucesso nas duas auditorias iniciais, a empresa é certificada e seu
certificado tem validade de 3 anos, com auditorias de acompanhamento anuais ou semestrais.
(MOYANO, 2022)
Existem diferentes tipos de certificação, cabe à organização entender quais são
necessárias para o seu segmento e então cumprir seus requisitos. Cada um inclui os requisitos
da ISO 22000 e os requisitos da especificação técnica própria do segmento onde a
organização se enquadra, como mostra a lista abaixo:

● ISO/TS 22002-1, para processamento industrial de alimentos;


● ISO/TS 22002-2, para serviços de catering;
● ISO/TS 22002-3, para agricultura;
● ISO/TS 22002-4, para produção de embalagens para alimentos;
● ISO/TS 22002-5, para serviços de transporte e armazenagem de alimentos.
● ISO/TS 22002-6, produção de alimentos para animais;
● BSI PAS 221, para serviços de atacado e varejo;

(MOYANO, 2022)

4. CERTIFICADORAS
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De modo geral existem várias certificadoras que realizam os serviços de auditoria e


certificação ISO 22000. Certificadoras ISO 22000 são organizações independentes que
realizam auditorias e concedem certificações conforme os requisitos da norma ISO 22000.

Rina Brasil

Com uma história que remonta a 1861, o RINA é uma fornecedora global de serviços
de classificação, certificação, testes, inspeção e treinamento para auxiliar os clientes em uma
ampla gama de setores de negócios.

Certi Brasil

A CertiBrasil Ltda, é uma empresa de Certificação de qualidade ISO focada na


pequena e média empresa, fundada no Rio de Janeiro em 2009 por iniciativa dos seus
membros italianos com décadas de experiência no campo da normalização, inspeção e
certificação.

DNV GL Brasil

“Somos a sociedade de classificação líder mundial e um consultor reconhecido para a


indústria marítima. Oferecemos testes de renome mundial, certificação e serviços de
consultoria técnica para a cadeia de valor de energia, incluindo energias renováveis, petróleo
e gás e gestão de energia. Somos um dos principais organismos de certificação do mundo,
ajudando as empresas a garantir o desempenho de suas organizações, produtos, pessoas,
instalações e cadeias de abastecimento.”

Bureau Veritas Certification Brasil

“O Bureau Veritas se posiciona como um parceiro de confiança para nossos clientes,


oferecendo serviços e soluções inovadoras para reduzir o risco, melhorar o desempenho e
promover o desenvolvimento sustentável.”

QIMA/WQS

A QIMA/WQS (originalmente chamada WQS) foi fundada em 1993, oferecendo


soluções para a indústria de alimentos do campo à mesa por meio de certificações
reconhecidas pela GFSI (BRCGS, GLOBALG.AP, SQF, IFS), segurança de alimentos,
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auditorias éticas, selos de qualidade, inspeções, treinamento e gestão da cadeia de


fornecimento. Somos aprovados por entidades governamentais e grandes varejistas de
alimentos.

5. CUSTOS PARA IMPLEMENTAÇÃO

O custo total para a implementação vai depender bastante do custo das adequações
que serão necessárias para obter a certificação, como manutenção de equipamentos, melhor
gerenciamento dos serviços, calibração, troca de fornecedores, entre outros. Além disso, há
organizações que optam pela contratação de empresas de consultoria para ajudar nesse
processo, o que confere também um custo a mais. Por fim, temos o valor que as certificadoras
cobram pelo serviço das auditorias, planos de implementação, além de outros custos. Este por
sua vez depende de dentre alguns fatores, a quantidade de famílias de produtos que vai gerar
uma quantidade de planos APPCC, pois as auditorias são dimensionadas 8 horas que
correspondem a 1 homem/dia, e se calcula 1 ou 0,5 homem/dia com base nos quesitos que a
certificadora leva em consideração, sendo um deles geralmente a quantidade de planos
APPCC no escopo do sistema de gestão; o número de empregados; o número de plantas
industriais; e o deslocamento dos auditores. Portanto, é um custo que tem muitas variáveis
envolvidas.

6. REFERÊNCIAS

MARIANI, Édio João. As Normas ISO. REVISTA CIENTÍFICA ELETÔNICA DE


ADMINISTRAÇÃO, Garça/SP, ano VI, n. 10, 1 jun. 2006.

ABNT ISO/TS 22004:2006 – Sistemas de Gestão da Segurança de Alimentos: Guia de


Aplicação da ABNT ISO 22000:2006. São Paulo, 2006.

BERTHIER, Florence Marie. Ferramentas de gestão da segurança de alimentos: appcc e


iso 22000. 2007. 37 f. Dissertação (Especialização) - Curso de Especialização em Tecnologia
de Alimentos, Universidade de Brasília, Brasília, 2007.

SILVA, L. C.; LIMA, M. C. D. B.; PEREIRA, C. D. S. S.; MADUREIRA, M. T. Sistema de


Gestão ISO 22000: Um Projeto de Intervenção na área de Aditivos Industriais. Brazilian
Journal of Production Engineering, [S. l.], v. 5, n. 2, p. 143–150, 2019.

MATIAS, S. Entenda O Que É a ISO 22000, Como Implementar e Quais os Requisitos


Necessários. 17 de Março de 2022.
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ROCHA, Jacita Manfio da; ROCHA, Rudimar Antunes da; WEISE, Andreas; SCHULTZ,
Charles Albino. ISO 22000: Gestão da Segurança de Alimentos. Revista ADMpg Gestão
Estratégica, Ponta Grossa, v. 2, n. 2, p.59-66, 2009.

MOYANO, Patricia. FSSC ISO 22000: Segurança dos Alimentos. Templum, 2022.
<https://certificacaoiso.com.br/iso-22000/> Acesso em: 3 de Junho de 2023.

DIAS, Susana Isabel Pires. Implementação da Norma ISO 22000: 2005 numa Indústria
de Transformação de Frutos Secos. 2010. Tese (Mestrado em Tecnologia e Segurança
Alimentar) – Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa. Lisboa, p.
18. 2010.

RINA BRASIL. Sobre Nós. [online]. Disponível em: https://www.rinabrasil.com.br/sobre-


nos. Acesso em: 04/06/2023.

CERTIBRASIL. About Us. [online]. Disponível em: https://certibrasil.com/about-us-2/.


Acesso em: 04/06/2023.

DNV BRASIL. About Us. [online]. Disponível em:


https://www.dnv.com.br/about/index.html. Acesso em: 04/06/2023.

BUREAU VERITAS BRASIL. Certificações. [online]. Disponível em:


https://www.bureauveritas.com.br/pt-br/mercados-servicos/certificacoes. Acesso em:
04/06/2023.

QIMA/WQS. About Us. [online]. Disponível em: https://wqs.com.br/who-we-are. Acesso


em: 04/06/2023.

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