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Unidade III
5 NORMAS DA QUALIDADE DE SOFTWARE
5.1 Introdução
Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a normalização é uma atividade que
estabelece, em relação a problemas existentes ou potenciais, prescrições destinadas à utilização comum
e repetitiva, com vistas à obtenção do grau ótimo de ordem em um dado contexto.
• Economia
• Comunicação
• Segurança
• Proteção do consumidor
Numa economia com competitividade acirrada e exigências cada vez mais crescentes, as empresas
dependem de sua capacidade de incorporação de novas tecnologias de produtos, processos e serviços.
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QUALIDADE DE SOFTWARE
A figura a seguir mostra que o desenvolvimento de software é composto de diversas fases em seu
ciclo de vida e que suas atividades produzem uma sequência de produtos relacionados.
Diversos produtos intermediários são gerados, e o produto final que será entregue ao cliente/usuário
deve atender aos requisitos do sistema.
As atividades e os artefatos (produtos) criados em um projeto de software são definidos pelas normas
ou padrões da organização.
Atividades,
Padrões de produtos, métodos,
desenvolvimento ferramentas...
de software
Rastreabilidade
Medidas da Produtividade
qualidade
De acordo com Côrtes e Chiossi (2001), no modelo de qualidade de Card (1990), mostrado na
figura anterior, padrões e procedimentos definem o processo e o conjunto de expectativas para os
produtos. Cada atividade implicitamente inclui um processo e, dependendo da atividade, ela deve
observar características como produtividade e rastreabilidade. Chama-se produtividade a facilidade
de se estabelecer um processo de produção eficiente e eficaz. A rastreabilidade possibilita que sejam
verificados os objetivos funcionais e de desempenho do sistema de software.
Existem diversas normas desenvolvidas para a área de software, no Brasil e no mundo. Esta unidade
abordará as principais e mais importantes para processos e produtos de software.
Serão apresentadas as normas e os padrões: ISO 9000, ISO/IEC 12207 IEEE Std 12207-2008 e
NBR ISO/IEC 9126-1.
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Unidade III
Observação
International Organization for Standardization - ISO é o nome de
um grupo internacional de normalização localizado em Genebra, Suíça.
Fundado em 1947, não possui ligações com órgãos governamentais.
Essa norma, ou padrão internacional, estabelece um framework comum para o processo de ciclo de
vida de software.
5.2.1 Resumo
A ISO/IEC 12207 estabelece um framework para o ciclo de vida do processo de software, com uma
terminologia bem definida que pode ser referenciada pela indústria de software. Ela pode ser aplicada
para aquisição de sistemas, produtos e serviços, suporte, desenvolvimento, operação e manutenção,
tanto para sistemas desenvolvidos internamente como externamente para uma organização.
Essa norma internacional provê um processo que pode ser utilizado para definir e melhorar processos
de ciclo de vida de software. Os processos, atividades e tarefas dessa norma ou padrão também podem
ser aplicados sozinhos ou em conjunto com a norma ISO/IEC 15288 (processos de ciclo de vida de
sistemas) na aquisição de um sistema que contenha software. Ela fornece um modelo de referência de
avaliação de processo de acordo com a norma ISO/IEC 15504-2 (avaliação de processo).
5.2.2 Definições
Na norma, um produto pode ser entendido como uma parte de um sistema, quando aplicável.
Apresenta os seguintes termos e definições:
• Adquirente
• Acordo
• Aquisição
• Atividade
• Auditoria
Processo conduzido por uma pessoa autorizada com o objetivo de prover um julgamento independente
de produtos e processos de software, a fim de avaliar a conformidade com seus requisitos.
• Avaliação
Uma determinação sistemática do grau de atendimento de uma entidade em relação aos critérios
para ela estabelecidos.
• Ciclo de vida
• Cliente
Observação
Um cliente pode ser interno ou externo à organização. Outros termos
comumente usados para o cliente são adquirente ou comprador (adaptado
da norma ISO 9000: 2005).
• Cobertura de teste
• Contrato
Um acordo realizado entre duas partes, respaldado pela lei, ou acordo interno similar restrito a uma
organização para fornecimento de serviços de software ou para o fornecimento, desenvolvimento,
produção, operação ou manutenção de um produto de software.
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Unidade III
• Declaração de trabalho
Documento utilizado pelo adquirente como um meio para descrever e especificar as tarefas a
serem executadas no âmbito do contrato.
• Desenvolvedor
• Elemento de sistema
Observação
Um elemento de sistema é uma parte distinta que pode ser implementada
para cumprir os requisitos especificados. Pode ser hardware, software,
dados, pessoas, processos (por exemplo: os processos de prestação de
serviço para os usuários), procedimentos (por exemplo: as instruções do
operador), instalações, materiais e entidades naturais (organismos, por
exemplo, água, minerais), ou qualquer combinação.
• Estágio
Período dentro do ciclo de vida de uma entidade que mostra o estado de sua descrição ou
realização. Como usado nessa norma internacional, o estágio relata o progresso e os marcos de
progresso da entidade através do ciclo de vida, que podem ser “overlapados”.
• Facilidades
Meios físicos ou equipamento para facilitar a realização de uma ação, por exemplo: procedimentos,
instrumentos, ferramentas, técnicas etc.
• Firmware
• Fornecedor
• Garantia da qualidade
Garantia da qualidade interna: dentro de uma organização, proporciona confiança para a gestão.
Garantia da qualidade externa: em situações contratuais, proporciona confiança aos clientes ou
outros envolvidos.
Algumas ações de controle de qualidade e garantia de qualidade estão interligadas, a menos que a
qualidade não reflita inteiramente as necessidades do usuário e a garantia de qualidade não possa
fornecer proteção adequada e confiança.
• Implementador
• Item de configuração
Uma entidade dentro de uma configuração que satisfaz uma função de uso final e que pode ser
identificada de forma única em um determinado ponto de referência.
• Item de software
Código fonte, código objeto, código de controle, data de controle ou uma coleção desses itens.
Um item de software pode ser visto como um elemento de um sistema da iso/iec 15288:2008.
Hardware ou produto de software cuja entrega não é exigida em contrato, mas pode ser utilizado
no desenvolvimento do produto de software.
• Mantenedor
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Unidade III
• Monitoração
Um exame da situação das atividades de um fornecedor e dos seus resultados, efetuado pelo
adquirente ou uma terceira parte.
• Operador
Uma entidade que opera o sistema. O papel do operador e o papel do usuário podem ser assumidos,
simultaneamente ou sequencialmente, pelo mesmo indivíduo ou organização. No âmbito dessa
definição específica, a entidade designa um indivíduo ou uma organização.
• Organização
Com definição adaptada da iso 9000:2005, organização é pessoa ou grupo de pessoas e instalações
com um conjunto de responsabilidades, autoridades e relacionamentos.
Um grupo de pessoas organizadas para algum objetivo específico, como um clube, sindicato,
corporação ou sociedade, também é uma organização. Uma parte identificada de uma organização
(mesmo tão pequena quanto um único indivíduo) ou um grupo identificado organizado podem
ser considerados uma organização, se têm responsabilidades, autoridades e relacionamentos.
Uma forma de entidade organizacional é frequentemente chamada de uma empresa, por isso os
aspectos organizacionais dessa norma aplicam‑se a uma empresa também.
• Parceria (parceiros)
Organizações que celebram contrato. Nessa norma, as partes do contrato são chamadas de
adquirente e fornecedor.
• Processo
• Produto
• Produto de prateleira
Produto já desenvolvido e disponível para utilização na forma em que se encontra ou com modificação.
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QUALIDADE DE SOFTWARE
• Produto de software
• Projeto
Esforço definido para iniciar e terminar as datas empreendidas para criar um produto ou serviço, de
acordo com recursos e requisitos específicos (iso 9000:2005). Um projeto pode ser visto como um
processo único, composto por atividades coordenadas e controladas, e constituído de atividades
do projeto, de processos e procedimentos técnicos definidos na presente norma.
• Propósito de processo
• Qualificação
• Recurso
• Release
• Requisito de qualificação
• Segurança
Proteção dos dados e informações de pessoa não autorizada ou sistemas que não podem ler ou
modificar.
• Serviço
• Sistema
• Sistema de permissão
Dá suporte a um sistema de interesse durante a sua fase do ciclo de vida, mas não contribui
diretamente para a sua função durante a operação. Por exemplo, quando um sistema de interesse
entra em fase de produção, um sistema de produção de habilitação se torna necessário.
• Solicitação de proposta
Documento utilizado pelo adquirente ou cliente como o meio para anunciar sua intenção de
adquirir um serviço do sistema especificado, o produto ou serviço de software.
• Stakeholder
Indivíduo ou organização que tem um interesse claro no sistema ou na posse de suas características
e que deve atender suas necessidades e expectativas.
• Tarefa
• Testabilidade
Quando um teste objetivo e factível pode ser projetado para determinar se um requisito é atendido.
• Unidade de software
• Usuário
Indivíduo ou grupo de indivíduos que se beneficiam de um sistema durante sua utilização. O papel
do usuário e o papel do operador podem ser assumidos, simultaneamente ou sequencialmente, no
mesmo indivíduo ou organização.
• Validação
Confirmação, com a prestação de provas objetivas, de que os requisitos para uma determinada
utilização ou aplicação foram cumpridos (iso 9000:2005). Num contexto de ciclo de vida, validação
é o conjunto de atividades destinadas a assegurar e garantir a confiança de que um sistema é
capaz de cumprir sua finalidade, metas e objetivos.
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QUALIDADE DE SOFTWARE
• Verificação
• Versão
Essa norma internacional define os grupos de atividades que podem ser realizadas durante o ciclo
de vida do software em sete grupos de processo.
Cada um dos processos do ciclo de vida dentro desses grupos é descrito em termos da sua finalidade,
dos resultados desejados e das atividades e tarefas que precisam ser executadas para atingir esses
resultados.
— processo de aquisição;
— processo de fornecimento.
• Processos organizacionais
• Processos de projetos
— processo de medição.
• Processos técnicos
— processo de implementação;
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QUALIDADE DE SOFTWARE
Os resultados são utilizados para demonstrar a plena consecução da finalidade de um processo. Isso
ajuda o processo de assessoria a determinar a capacidade daquele implementado na organização e a ser
fonte de material para o plano de melhoria de processos organizacionais.
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Unidade III
Lembrete
Com relação aos processos da qualidade de software, a norma tem como objetivo assegurar que os
produtos, serviços e implementações de processos de ciclo de vida de software cumpram os objetivos de
qualidade organizacional e que levem satisfação aos clientes.
• Gestão da qualidade
Observação
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QUALIDADE DE SOFTWARE
— A organização deve realizar revisões periódicas dos planos de qualidade de projeto e assegurar
que os objetivos de qualidade com base nos requisitos das partes interessadas são estabelecidos
para cada projeto.
— A organização deve tomar ações corretivas quando as metas de gestão da qualidade não são
alcançadas.
Ainda em relação à qualidade, a norma propõe diversos processos mais específicos dentro dos grupos de
processos que permeiam as atividades de desenvolvimento de um software, como processo de teste e qualificação
de sistema, processo de teste e qualificação de software, processo de garantia da qualidade de software, processo
de verificação de software, processo de validação de software e processo de revisão de software.
Saiba mais
O prof. Dr. Marcelo Nogueira, da Universidade Paulista, no artigo
Qual a importância da adoção da norma ISO 12207 nas empresas de
desenvolvimento de software?, disponível no endereço a seguir, discute a
crise do software e o uso das normas ISO.
<http://www2.dem.inpe.br/ijar/ISO%2012207%20Artigo.pdf>
Descrevem os elementos da garantia da qualidade em termos genéricos, que podem ser aplicados a
qualquer negócio, independentemente dos produtos e serviços oferecidos.
Para se registrar em um dos modelos de sistemas de garantia da qualidade contidos nas normas ISO
9000, o sistema e as operações de qualidade da empresa são escrutinados por auditores externos para
verificação do atendimento das normas e da efetividade da operação.
A ISO elaborou normas de aplicação geral que no início foram direcionadas para as áreas de manufatura
ou industrial, mas que em seguida foram estendidas a todas as áreas de atividade econômica. Dessa
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Unidade III
forma, essas normas são atualmente aplicadas à indústria e ao setor de serviços de todas as naturezas.
A série ISO 9000 é composta de:
• NBR ISO 9000 – normas de gestão da qualidade e garantia da qualidade. Diretrizes para seleção e
uso. Apoia as empresas na seleção da norma mais apropriada para seu negócio e na sua utilização.
• NBR ISO 9002 – sistemas da qualidade. Modelo para a garantia da qualidade em produção e
instalação. Para empresas que não têm atividades de desenvolvimento.
• NBR ISO 9003 – sistemas da qualidade. Modelo para garantia da qualidade em inspeção e ensaios
em geral. Norma restrita à área de inspeção e testes.
• NBR ISO 9004 – gestão da qualidade e elementos do sistema da qualidade. Diretrizes. Documento
que traz orientações gerais para a implantação de gestão da qualidade.
Para a área de software, a ISO desenvolveu o guia ISO 9000-3 (diretrizes para aplicação da ISO 9001),
para projeto, desenvolvimento, fornecimento, instalação e manutenção de software.
Outra norma para aplicação no desenvolvimento de software é a ISO 12207, que trata dos processos
do ciclo de vida de software e tem muitos pontos de contato comuns com a ISO 9000-3.
Observação
De acordo com a ABNT, com relação a NBR ISO 9000-3, o processo de desenvolvimento e manutenção
de software é diferente dos demais tipos de produto s industriais, tornando-se necessário prover, nesse
campo da tecnologia de desenvolvimento tão rápido, orientações adicionais para o estabelecimento
de sistemas de qualidade em que estejam envolvidos os produtos de software, levando-se em conta o
estágio atual da tecnologia.
A norma NBR ISO 9000-3 define e conceitua os termos utilizados nesta disciplina:
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QUALIDADE DE SOFTWARE
Software
Produto de software
Desenvolvimento
De acordo com a norma, os softwares raramente são submetidos a avaliações formais de qualidade,
existindo poucas ações tomadas nessa área. A qualidade do software fica, normalmente, dependente
das habilidades dos profissionais envolvidos no sistema.
Como consequência da pouca atenção dispensada à qualidade do software, mais de 50% do tempo
e custos empregados no desenvolvimento de um software concentram‑se em atividades de teste e
manutenção (para ser conservador).
Os profissionais da área devem se conscientizar de que é necessária uma busca contínua da melhora
da qualidade do software, principalmente com a abertura do mercado brasileiro e a chegada do software
importado, desenvolvido para usuários com níveis de exigências bem superiores aos dos usuários médios
brasileiros.
Ela se aplica aos casos em que existe um contrato formal entre fornecedor e cliente. As diretrizes da
ISO-9000-3 cobrem questões como:
• atividades de suporte.
A aplicação da norma deve propiciar aos fornecedores de software uma política de qualidade formal
e documentada, divulgada e compreendida por todos os funcionários, que precisam ter como parte do
trabalho a responsabilidade e a autoridade suficientes para implementar essas políticas.
A empresa deve possuir pessoas e recursos para verificar, de forma independente, o emprego correto
de suas políticas de qualidade.
O executor não pode ser seu próprio auditor. A auditoria deve estar a cargo de um setor, de um
grupo interno de qualidade ou de uma empresa independente de auditoria especializada.
São quatro os pontos cobertos pelo capítulo da norma que trata da estrutura do sistema da qualidade:
• Fase 6: manutenção.
Lembrete
O sistema da qualidade deve atuar sobre todo o ciclo de vida do software, e a qualidade deve ser
buscada em cada atividade, e não simplesmente avaliada no final.
Aborda os itens padrões que devem constar nos contratos relativos à compra e venda de software:
abrangência do trabalho, contingências e proteção de informações proprietárias.
Trata das especificações de requisitos funcionais a serem preparados em conjunto pelo comprador
e fornecedor, devem incluir aspectos de: performance, confiabilidade, segurança e privacidade.
Devem também ser contemplados no plano as formas de controle de entrada e saída para cada
fase do ciclo de vida e um método de monitorar e verificar o progresso.
Deve também tratar dos critérios de saída de cada fase e entrada na seguinte, do planejamento
detalhado de atividades de verificação e validação (homologação de produtos das fases) e de
responsabilidades específicas para as atividades da qualidade (matriz de responsabilidades).
O fornecedor deve usar uma metodologia sistemática que envolva o comprador o máximo possível
nessas fases e, dentro do possível, valer-se da experiência passada.
O projeto deve considerar as futuras manutenções e aderir às regras e padrões da empresa quanto
às confecções da interface homem/máquina e ao uso dos ambientes de programação.
• Aceitação (acceptance)
Cobre os termos acordados previamente e as condições impostas pelo comprador para aceitação do produto.
São abordadas questões como testes de aceitação e procedimentos para avaliação. Ambientes e
recursos de software e hardware são definidos nessa categoria.
Trata do registro de considerações relativas ao número de cópias, tipo do meio físico utilizado,
direitos autorais e licenças, critérios de envio e obrigações do fornecedor e do comprador ligadas
à instalação do software desenvolvido.
• Manutenção (maintenance)
Trata a manutenção como uma questão da qualidade, em que esse serviço é incluso no contrato de
compra. Serviços de manutenção normalmente envolvem: mudanças no software, solução de problemas,
correção de defeitos, modificação de interfaces, melhorias de desempenho e expansões funcionais.
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QUALIDADE DE SOFTWARE
As atividades de suporte não se encontram atreladas a uma determinada fase do ciclo de vida do
software, elas permeiam todas as fases. E compreendem nove itens, os quais devem ser desenvolvidos e
implementados pelo fornecedor do software.
Controle de documentos
Estabelece que o fornecedor deve manter procedimentos para controlar toda a documentação
relacionada à qualidade do software. A norma define os documentos mínimos que devem ser
controlados:
Registros da qualidade
Definem que o fornecedor deve manter formas para identificar, coletar, indexar, arquivar, armazenar,
manter e dispor dos registros da qualidade, de forma que sejam rapidamente recuperáveis.
Medição
Este item trata das métricas e das técnicas de medição estabelecidas para realizar as medições nos
produtos e nos processos desde o desenvolvimento até a produção.
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Unidade III
Apesar de a norma reconhecer que não existem indicadores de qualidade de software aceitos
universalmente, adverte que deve ser usado algum tipo de indicador para expressar falhas e/ou defeitos
que façam sentido do ponto de vista do cliente.
• tempo médio entre duas falhas consecutivas (Medium Time Between Failures - MTBF);
Estipulam que cada fornecedor de software deve definir suas regras, práticas e convenções, de
maneira que tornem efetivo o sistema de qualidade estipulado na ISO-9000-3.
Ferramentas e técnicas
Aquisição
Trata dos cuidados relativos à qualidade no uso de partes de softwares do próprio comprador ou de
terceiros, que serão integradas para compor o software contratado e em desenvolvimento.
Treinamento
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QUALIDADE DE SOFTWARE
Saiba mais
<http://pt.scribd.com/doc/112728845/NBR-ISO-9000-3-2003-Gestao-
da-Qualidade-Aplicacao-da-NBR>
De acordo com a norma NBR ISO/IEC 9126-1, os computadores têm sido usados numa variedade de
áreas de aplicação e sua correta operação é frequentemente crítica para o sucesso de negócios e para a
segurança humana.
A norma tem como objetivo permitir que a qualidade do produto de software seja especificada e
avaliada em diferentes perspectivas pelos envolvidos com aquisição, requisitos, desenvolvimento, uso,
avaliação, apoio, manutenção, garantia de qualidade e auditoria de software.
Pode ser utilizada por desenvolvedores, adquirentes, pessoal de garantia de qualidade e avaliadores
independentes e, particularmente, pelos responsáveis por especificar e avaliar qualidade do produto de
software.
De acordo com Guerra e Colombo (2009), essa norma pode ser aplicada na avaliação da qualidade
nos seguintes momentos ou situações:
• definição dos requisitos de qualidade de um produto de software;
• avaliação da especificação de software para verificar se ele irá satisfazer aos requisitos de qualidade
durante o desenvolvimento;
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Unidade III
A norma apresenta seis características de qualidade para um software, conforme Côrtes e Chiossi
(2001).
Funcionalidade
Conjunto de funções especificadas para atender aos requisitos do cliente/usuário. Esse conjunto de
funções caracteriza o que o software deve fazer para satisfazer às necessidades do cliente/usuário.
• adequação: significa a garantia de que o software possui as funções que foram especificadas;
• acurácia: o produto de software gera resultados precisos ou dentro dos limites esperados;
Confiabilidade
• tolerância a falhas: indicação de que o produto de software pode manter determinados níveis de
desempenho mesmo quando se apresentarem problemas na sua execução;
Usabilidade
Medida do esforço necessário para o uso do software por um usuário de perfil determinado de forma
explícita ou implicitamente. A usabilidade de um software está ligada aos conceitos de ergonomia entre
o homem e o computador.
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QUALIDADE DE SOFTWARE
• apreensibilidade: medida da facilidade encontrada pelo usuário para aprender a utilizar o produto;
Eficiência
Determinação da quantidade de recursos utilizada pelo software com relação ao seu desempenho,
sob condições de uso preestabelecidas.
Manutenibilidade
• modificabilidade: medida do esforço necessário para remover falhas ou para adequar o produto a
eventuais mudanças na tecnologia ou no ambiente operacional;
Portabilidade
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Unidade III
• facilidade para substituir: medida do esforço necessário para usar o produto em substituição a
outro, previamente especificado.
Do ponto de vista do usuário, a norma discute o interesse deste com relação ao funcionamento do
produto de software, o seu desempenho e os efeitos do seu uso.
O usuário está voltado para as medidas externas da qualidade do produto de software, como nas
funções que estão disponíveis, na confiabilidade, na facilidade de uso e na portabilidade.
Já quanto à visão do desenvolvedor, a norma preocupa‑se com a qualidade dos requisitos e com a
aceitação do produto pelo cliente/usuário.
Para que o desenvolvedor dê essas garantias, ele verifica a qualidade dos produtos intermediários
por meio de técnicas da qualidade (verificação, revisão e testes) e usa as chamadas medidas internas.
O desenvolvedor deve se preocupar também com as expectativas da qualidade das pessoas que irão
dar manutenção ao produto do software no futuro.
Com relação à visão do gerente de desenvolvimento, a norma propõe que ele se preocupe com uma
medida de qualidade geral para obter uma visão mais próxima dos objetivos do projeto e do produto de
software, em consonância com os objetivos do negócio da empresa. Ele deve balancear as melhorias da
qualidade do produto com a garantia da execução dos cronogramas, previsões de custo e uso adequado
dos recursos necessários.
A norma propõe o uso de métricas para medir as seis características da qualidade de produto de
software, todavia não apresenta essas métricas e sugere que cada organização desenvolva as suas
próprias, bem como seus próprios processos de medição.No entanto, define um processo de avaliação
da qualidade de produto de software a partir das seis características determinadas na própria norma.
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QUALIDADE DE SOFTWARE
O processo de avaliação proposto parte da definição dos requisitos da qualidade, aborda a preparação
da avaliação e encerra com a avaliação propriamente dita.
Saiba mais
O artigo Um modelo de avaliação de produtos de software, de Lúcio André
Mendonça dos Anjos e Hermano Perrelli de Moura, discute a visão da qualidade
de produto fundamentada na série de normas ISO/IEC 9126, 14598 e 12119.
<http://php.cin.ufpe.br/~laps/laps/arquivo/arquivo_13.pdf>
Resumo
Esta unidade teve início com as definições de norma e normatização
encontradas na Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). As normas
têm por objetivo estabelecer prescrições destinadas à utilização comum e
repetitiva de atividades nos processos organizacionais.
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Unidade III
Exercícios
Questão 1. Leia as duas afirmações a seguir:
Porque
Justificativa geral: um processo ou uma metodologia de software moderna propõe atividades que
integram a Engenharia de Software e devem ser seguidas. Como esses processos são unificados ou
padronizados, servem de guia de como usar efetivamente os métodos e as técnicas de desenvolvimento
de softwares. Basicamente, os processos de software possuem regras básicas, como:
• especificar quais artefatos (como documentos, modelos e diagramas) devem ser desenvolvidos e
quando eles devem ser desenvolvidos;
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QUALIDADE DE SOFTWARE
Os processos de software atualmente propõem o uso de pequenos ciclos de projeto (sprints), que
correspondem a uma iteração e resultam em um incremento no software. Iterações referem-se a passos
e a incrementos na evolução do produto final. Como exemplos desses processos de software, pode-se
citar o RUP (Rational Unified Process), o Scrum e o AUP.
Questão 2. A figura a seguir é uma visão clássica, apresentada por Mário Lúcio Côrtes e
Thelma C. dos Santos Chiossi no livro Modelos de qualidade de software (1998). Baseado na
proposta do autor D. N. Card, esse modelo de qualidade apresenta padrões e procedimentos que
definem um processo de desenvolvimento de produtos e o conjunto de expectativas geradas
por ele. Cada atividade implicitamente inclui um processo e, dependendo da atividade, devem-
se observar características como a produtividade e a rastreabilidade. Chama-se produtividade
a facilidade de se estabelecer um processo de produção eficiente e eficaz. A rastreabilidade
possibilita que sejam verificados os objetivos funcionais e o desempenho do sistema de
software .
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Unidade III
Atividades,
Padrões de produtos, métodos,
desenvolvimento ferramentas...
de software
Rastreabilidade
Medidas da Produtividade
qualidade
E) As atividades de revisão, inspeção e testes de software nem sempre melhoram sua qualidade.
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