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07/07/2023

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ


GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA FLORESTAL

PLANEJAMENTO DA
PRODUÇÃO
FLORESTAL
INTRODUÇÃO

Curitiba
2023

TÓPICO 4

CLASSIFICAÇÃO E MAPEAMENTO
DA PRODUTIVIDADE DO SÍTIO

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07/07/2023

SUMÁRIO
 Conceitos de sítio e métodos de classificação;

 Curvas de sítio e métodos de construção;

 Modelagem geoestatística;

 Interpolação geoestatística e mapeamento do


sítio.

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CLASSIFICAÇÃO DE SÍTIO

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INTRODUÇÃO
O QUE É A PRODUTIVIDADE DE UM LOCAL (SÍTIO)?

1. Conceito de produção  capacidade de uma região em produzir


madeira;
2. Conceito ecológico  combinação estável dos fatores biológicos e
ambientais do local
 O sítio é uma área suficientemente homogênea em fatores ambientais
(como clima, fertilidade e umidade do solo), permitindo considerá-lo
como uma unidade de manejo (Kershaw et al. 2017).
 Elementos mais importantes do sítio (Kershaw et al. 2017):

 Edáfico (solo): Profundidade e textura do solo, níveis de nutrientes, pH,


umidade, drenagem.
 Climático: Temperatura do ar, precipitação, umidade, duração da estação de
crescimento, luz disponível, vento.
 Topográfico: Altitude, ângulo de inclinação, posição e comprimento, aspecto.
 Competição: Outras árvores e vegetação.

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MÉTODOS DE CLASSIFICAÇÃO
INDIRETO: capacidade produtiva estimada por atributos do sítio
(geocentric method):
Os métodos geocêntricos permitem a previsão da capacidade produtiva do
local antes de a floresta ser estabelecida.

a) Fatores primários: b) Fatores secundários: c) Plantas indicadoras:


- Macroclima - Solo - Samambaia (muito Al3+)

- Topografia - Microclima - Dente-de-Leão (fértil)

Imagens: Google Imagens

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MÉTODOS DE CLASSIFICAÇÃO
DIRETO: capacidade produtiva estimada por meio do crescimento
da floresta (phytocentric ou dendrocentric method):
 Método baseado na medição do crescimento das próprias árvores;
 O crescimento real das árvores proporciona a medição direta da
capacidade produtiva do local, enquanto o método geocêntrico apenas
prevê a partir das características do local.
 Uma medida fitocêntrica só pode ser utilizada depois de a floresta ter
sido estabelecida no local.

 Variáveis:
a) Volume e área basal: afetadas pela espécie, densidade, tratos,
genética;
b) Altura média: apresenta correlação com idade, porém sofre influência
de tratos silviculturais;
c) Altura dominante (top height): sensível a qualidade do sítio florestal e
não é fortemente influenciada pelos desbastes.

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MÉTODOS DE CLASSIFICAÇÃO
CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE ÁRVORES DOMINANTES

i) Situar no dossel (estrato superior);


ii) Boa sanidade;
iii) Copa e fuste bem definidos;
iv) Ausência de bifurcações.

A) Assmann (1961): média das alturas das 100 árvores de maior


diâmetro em um hectare;
B) Hummel (1953): média das alturas das 100 árvores de maior
diâmetro em um acre;
C) Hart (1928): média das alturas das 100 árvores de maior altura em
um hectare;
D) Naslünd (1935): altura média das árvores de 𝑑̅ ± 3𝜎;
E) Weise (1880): altura média de 20% das árvores de maior diâmetro;
F) Lewis (?): altura média de 30 árvores de maior altura em um hectare.

(Laar e Akça 2007)

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CURVAS DE SÍTIO
Idade de referência
(ou idade-índice)

Limite de
Classe

Valores Índices
observados de sítio
ℎ =𝑓 𝐼 =𝑆
Centro de
Classe

Figura – Exemplo de curva de índice de sítio.

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CURVAS DE SÍTIO
(A) Anamórficas (B) Polimórficas

Figura – Exemplos de curvas


anamórficas (A) e polimórficas (B) de
índice de sítio
(CAMPOS e LEITE, 2013).

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TABELA DE SÍTIO
Tabela – Exemplo de tabela de índice de sítio.
Idade I II
(ano) LS C LI LS C LI
1 4,1 3,7 3,3 3,3 3,0 2,6
2 7,6 6,9 6,2 6,2 5,5 4,8
3 10,7 9,8 8,8 8,8 7,8 6,8
4 13,5 12,3 11,1 11,1 9,8 8,6
5 16,0 14,5 13,1 13,1 11,6 10,2
6 18,2 16,6 14,9 14,9 13,3 11,6
7 20,2 18,4 16,5 16,5 14,7 12,9
8 22,0 20,0 18,0 18,0 16,0 14,0
9 23,6 21,5 19,3 19,3 17,2 15,0
10 25,0 22,8 20,5 20,5 18,2 15,9
11 26,3 23,9 21,5 21,5 19,1 16,7
12 27,5 25,0 22,5 22,5 20,0 17,5

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FONTES DE DADOS
1) Parcelas Permanentes 2) Parcelas Temporárias
1ª ocasião 2ª ocasião 1ª ocasião 2ª ocasião

ni ni ni mi

3) Análise
de Tronco

(Kershaw et al. 2017) labimagem.cnpdia.embrapa.br

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FONTES DE DADOS
4) Nós de crescimento

Forest mensuration (Kershaw et al. 2017)

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MÉTODOS DE CURVAS DE SÍTIO


MÉTODO DA CURVA-GUIA

1) Ajustar modelo e construir a curva-guia:


𝐒𝐜𝐡𝐮𝐦𝐚𝐜𝐡𝐞𝐫 𝟏𝟗𝟑𝟗 : hdom = f (t)
ln ℎ =𝛽 +𝛽

2) Definir a idade de referência Iref


(ou idade-índice);

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MÉTODOS DE CURVAS DE SÍTIO


MÉTODO DA CURVA-GUIA
3) Calcular a amplitude de hdom na Iref;
Iref
𝐴=ℎ 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 − ℎ (𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟)

4) Definir o número de classes de sítio (3 a 7), o intervalo de


classes e os índices de sítio (limites inferior e superior de acordo
com o intervalo de classes);
𝐼𝑛𝑡𝑒𝑟𝑣𝑎𝑙𝑜 = 𝐴/𝑛𝑐𝑙𝑎𝑠𝑠𝑒𝑠

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MÉTODOS DE CURVAS DE SÍTIO


MÉTODO DA CURVA-GUIA
5) Construir as curvas de sítio;
- Rearranjar o modelo, com t = Iref e hdom = S
Ex.: ln(S) = β0 + β1(1/Iref)

- Isolar o β0 no modelo
Ex.: β0 = ln(S) - β1(1/Iref)

- Substituir a expressão de b0 no modelo original


Ex.: ln(hdom) = ln(S) + β1 [(1/t) - (1/Iref)]

- Estimar as curvas de sítio para os limites


inferior e superior de todas as classes
anteriormente definidas (passo 4)

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OBSERVAÇÕES ADICIONAIS

IMPORTÂNCIA

1. Unidades de manejo;
2. Inventários florestais;
3. Práticas silviculturais;
4. Rotações ótimas...

Figura – Mapa temático das classes de


sítio em um plantios de teca
(PELISSARI, 2015).

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CURVAS DE SÍTIO
ATIVIDADE 6
Tema: Classificação de sítio

Base de dados: dados_atividade6.xls

Etapas:

1. Ajustar os modelos de Schumacher para altura dominante;

2. Avaliar a qualidade dos ajustes;

3. Construir as curvas de índice de sítio (com três classes) por meio


do método da curva-guia;

4. Apresentar as curvas de sítio e a tabela de sítio.

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MODELAGEM GEOESTATÍSTICA

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GEOESTATÍSTICA
TEORIA DAS VARIÁVEIS REGIONALIZADAS (MATHERON, 1971)

Solo Clima
Variações espaciais da
estrutura dos povoamentos
florestais
Relev
Tratos
o

Geoestatística

Modelagem Mapeamento

Subsídio para o manejo florestal

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BREVE HISTÓRICO
Mercer e Hall (1911) Montgomery (1913) Lloyd (1915) Waynick (1918) Pendleton (1919)

Preocupação com a variabilidade espacial mesmo quando o solo demonstrou


uniformidade e as condições do experimento foram cuidadosamente planejadas.

Princípios da experimentação:

- Casualização;
- Repetição; Descontinuidade
- Delineamentos; das pesquisas de
- Análise de variância ... variabilidade espacial
Ronald Fisher
Foto: Google.com

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BREVE HISTÓRICO
Década de 1950 Década de 1960/70

Georges Matheron
Daniel G. Krige

Apesar de inúmeros aperfeiçoamentos das técnicas geoestatísticas, os desenvolvimentos


de Matheron continuam a ser a base teórica da prática atual.

Fotos: Google.com

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APLICAÇÕES
 Mineração;
 Engenharia de petróleo;
 Hidrologia;
 Meteorologia;
 Ciência do solo;
 Agricultura de precisão;
 Engenharia florestal;
 Poluição ambiental;
 Ciências sociais;
Fotos: Google.com
 Epidemiologia;
 entre outros...
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PROGRAMAS
INPE

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PROGRAMAS
PACOTES NO R
• geoR: A package for geostatistical data analysis using the R software
http://www.leg.ufpr.br/geoR/

• gstat: Spatial and Spatio-Temporal Geostatistical Modelling, Prediction and Simulation


http://www.leg.ufpr.br/geoR/

• geostatsp: Geostatistical Modelling with Likelihood and Bayes


https://www.rdocumentation.org/packages/geostatsp/versions/1.8.
4
• gear: Geostatistical Analysis in R
https://www.rdocumentation.org/packages/gear/versions/0.3.4

• georob: Robust Geostatistical Analysis of Spatial Data


https://www.rdocumentation.org/packages/georob/versions/0.3-
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• geotoolsR: Tools to Improve the Use of Geostatistic
https://www.rdocumentation.org/packages/geotoolsR/versions/1.1

• atakrig: Area-to-Area Kriging


https://www.rdocumentation.org/packages/geotoolsR/versions/1.1
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MÉTODOS GEOESTATÍSTICOS

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MÉTODOS GEOESTATÍSTICOS
COMPOSIÇÃO DO SEMIVARIOGRAMA

Distância 1 = d1
z1 z2 z3 z4 z5
1 N (h)
z6 z7 z8 z9 z10  (h)   Z xi  h   Z  xi 2
2 N (h) i 1

z11 z12 z13 z14 z15

Semivariância (γ)
z16 z17 z18 z19 z20

z21 z22 z23 z24 z25

d1 d1 d2 d3 d4 d5

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MÉTODOS GEOESTATÍSTICOS
COMPOSIÇÃO DO SEMIVARIOGRAMA

Distância 2 = d2
z1 z2 z3 z4 z5
1 N (h)
 (h)   Z xi  h   Z xi 
2
z6 z7 z8 z9 z10 2 N (h) i 1

z11 z12 z13 z14 z15


Semivariância (γ)

z16 z17 z18 z19 z20

z21 z22 z23 z24 z25

d1 d1 d2 d3 d4 d5

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MÉTODOS GEOESTATÍSTICOS
COMPOSIÇÃO DO SEMIVARIOGRAMA

Distância 3 = d3
z1 z2 z3 z4 z5
1 N (h)
z6 z7 z8 z9 z10  (h)   Z xi  h   Z  xi 2
2 N (h) i 1

z11 z12 z13 z14 z15

Semivariância (γ)
z16 z17 z18 z19 z20

z21 z22 z23 z24 z25

d1 d1 d2 d3 d4 d5

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MÉTODOS GEOESTATÍSTICOS
COMPOSIÇÃO DO SEMIVARIOGRAMA

Distância 4 = d4
z1 z2 z3 z4 z5
1 N (h)
 (h)   Z xi  h   Z xi 
2
z6 z7 z8 z9 z10 2 N (h) i 1

z11 z12 z13 z14 z15


Semivariância (γ)

z16 z17 z18 z19 z20

z21 z22 z23 z24 z25

d1 d1 d2 d3 d4 d5

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MÉTODOS GEOESTATÍSTICOS
COMPOSIÇÃO DO SEMIVARIOGRAMA
0° 45°

Repetição
em 4 direções

90° 135°

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MÉTODOS GEOESTATÍSTICOS
COMPOSIÇÃO DO SEMIVARIOGRAMA

Matriz de dados do semivariograma Estimativa


experimental
Distância Semivariância Pares
Semivariância (γ)

d1 γ(d1) N1
d2 γ(d2) N2
d3 γ(d3) N3
d4 γ(d4) N4
dn γ(dn) Nn
Distância (m)
Em que: di = distância (m) entre pares de pontos
amostrais; e γ(di) = semivariância média para uma
distância di

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MÉTODOS GEOESTATÍSTICOS
MODELOS DE SEMIVARIOGRAMAS TEÓRICOS

Em que: γ(h) = semivariância da variável Z; h = distância; C0 = efeito pepita; C0+C = patamar; e A = alcance.

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MÉTODOS GEOESTATÍSTICOS
COMPONENTES DE UM SEMIVARIOGRAMA

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MÉTODOS GEOESTATÍSTICOS
INTERPOLAÇÃO E MAPEAMENTO
Geração de uma grade amostral (50 x 50 m)
- Modelo ajustado (equação)

- Vizinhança (unidades próximas) :


4
8
12
16
20

Unidade amostral

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MÉTODOS GEOESTATÍSTICOS
INTERPOLAÇÃO E MAPEAMENTO

Geração de uma grade amostral (50 x 50 m)


- Modelo ajustado (equação)

- Vizinhança (unidades próximas) :


4
8
12
16
20

Unidade amostral

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MÉTODOS GEOESTATÍSTICOS
INTERPOLAÇÃO E MAPEAMENTO
Geração de uma grade amostral (50 x 50 m)
- Modelo ajustado (equação)

- Vizinhança (unidades próximas) :


4
8
12
16
20

Unidade amostral

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MAPEAMENTO DO SÍTIO
ATIVIDADE 7
Tema: Modelar a distribuição espacial do sítio
Base de dados: dados_atividade7.xls
Etapas:
1. Efetuar a análise exploratória dos dados;

2. Modelar os semivariogramas;

3. Procede a interpolação espacial;

4. Gerar mapas temáticos do sítio, considerando três classes de


produtividade.

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