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ANÁLISE ESTRUTURAL_GEO241

AULA _ 1,2

Introdução e Projeção Estereográfica

Issamu Endo
Professor
issamu@degeo.ufop.br
DEGEO_EM_UFOP

Ouro Preto, 05_outubro_2007


MATERIAL

Trabalho Itens
Escalímetro
Régua
Jogo de Esquadro
Transferidor
De Gabinete
Compasso
Lápis 0,7mm
Jogo de Lápis col. (6)
Borracha
Caderneta de Campo
Lupa de Bolso
De Campo Bússola
Martelo
Prancheta
Abrangência do Curso, Introdução à Análise Estrutural
1 Qualitativa, Técnicas e Estruturas Geológicas.

OBJETIVOS
Apresentar e exercitar os métodos e técnicas de análise estrutural.
“Introdução. Estruturas geológicas. Cartografia estrutural e interpretação de mapas
geológicos. Técnicas de projeção estereográfica no computador. Análise estrutural de
áreas dobradas. Construção de camadas dobradas. Análise de sistemas de fraturas e
zonas de cisalhamento. Balanceamento estrutural. Análise e interpretação de terrenos
polideformados”.

NÍVEIS DE ANÁLISE ESTRUTURAL


Análise Descritiva ou Geométrica
Análise Cinemática
Análise Dinâmica
CLASSIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS

DEFINIÇÕES
ESTRUTURA: É o arranjo das partes de uma massa rochosa que inclui as relações espaciais
entre as partes, o tamanho relativo, a forma e as feições internas das partes.
Os termos mega, macro, meso e micro podem ser utilizados como prefixos relacionados à
escala da feição estrutural.
TRAMA: Refere-se a orientação relativa das partes de uma massa rochosa. Trama planar,
trama linear, trama randônica
FOLIAÇÃO: Denomina-se foliação qualquer trama planar penetrativa da rocha.
LINEAÇÃO: Denomina-se lineação qualquer trama linear penetrativa da rocha.
TIPOS DE ESTRUTURAS:
Primárias: São formadas concomitantemente á rocha encaixante podendo ser de natureza
sedimentar ou ígnea. Exemplos: estratos cruzados, estratificação gradacional, juntas de
resfriamento, etc........Inclui como estruturas primárias as estruturas atectônicas.
Secundárias: São formadas após a litificação da rocha;
Contato: Formam a superfície de contato entre os corpos de rocha: contatos e discordâncias.

ESPAÇAMENTO
Discretas: Ocorrem em locais restritos: spinifex, pilow lava, fratura ou junta única, etc;
Periódicas: Estruturas discretas que ocorrem regularmente: conjunto de fratura ou junta;
Penetrativas: Ocorrem em todos os locais.
Estes conceitos são dependentes da escala de observação.

As duas primeiras formas de ocorrência são ditas também estruturas não-penetrativas.


Acamamento

Sg

S1 Xistosidade Gnáissica
Bandamento Gnáissico
Sn

Sb

Xistosidade oblíqua ao bandamento composicional

Dorr e Barbosa (1963)


PV

PH

Granito Plaque, Carajás


DIMENSÃO DA ESTRUTURA

Análise de estruturas dúcteis e frágeis em diferentes escalas:


Global: 104 -105 Km
Regional: 103 Km (ex. Qfe, bacias do São Francisco e do Paraná)
Megascópica: 10-102 Km (ou escala de mapa de 7,5’)
Mesoscópica: amostra de mão a escala de afloramento
Microscópica: microscópio ótico
Submicroscópica: MEV

GEOMETRIA

0-D: Estruturas que possuem a geometria de um ponto;


1-D: Uma linha ou curva;
2-D: Um plano ou superfície;
3-D: Um corpo ou um volume;
Fractal: Estruturas que exibem uma dimensão fracional e eles são auto-similares pôr um largo
espectro de escalas: dobras, falhas, boudins, fraturas, etc...[geometria > processos]
PROFUNDIDADE
• Superficiais: Estruturas que afetam apenas a superfície da terra ou próxima a ela. Ex. Solifluxão,
Estrias de geleiras, etc...
• De Cobertura: Estruturas que afetam apenas as camadas sedimentares de uma bacia: Tectônica
thin-skinned ou [cutânea].
• Do Embasamento (ou profundas): Estruturas que afetam o embasamento e a cobertura
sedimentar: Tectônica thick-skinned ou [com embasamento envolvido].
SISTEMAS DE COORDENADAS

• Geometria e algebra
• Entidades físicas
• Formato dos dados:

Planos:
• Americana: N30W/40SW;
• Azimute e quadrante do mergulho: 330/40SW;
• Azimute e regra da mão direita: 150/40
• Trama [azimute do mergulho e mergulho]: 240/40

Linhas:
• Americana: N30W/40 ou S30W/40;
• Trama [azimute do caimento e caimento]: 150/40
• Plano + Obliqüidade: N30W/40SW [30NW ou 25SE]
TÉCNICAS DE ANÁLISE
• Orientação
PLANO: direção e mergulho
LINHA: caimento e sentido
• Mapas e Perfis Geológicos
base dos estudos estruturais e tectônicos
• Indicadores Geoptais
indicadores de topo e base de seqüência estratigráfica
[pesquisa bibliográfica sobre indicadores geoptais. Ilustrado]
• Representação Gráfica
histogramas
diagramas de Rosa
diagramas estereográficos
• Geofísica
sísmica [refração, reflexão]
gravimetria
magnetometria
PROJEÇÃO ESTEREOGRÁFICA

PROJEÇÃO ESTEREOGRÁFICA
• Conceito
• Tipos de Distribuição: Uniforme e Discreta
• Tipos de projeção esférica
projeção de Igual-Ângulo: Rede de Wulff
projeção de Igual-Área: Rede de Schmidt_ Lambert
• Tipos de Diagramas
diagrama pi
diagrama beta

Leitura adicional: Marshak & Mitra (1988) _ Caps. 5 e 6


GRANDES CÍRCULOS

• Plano Inclinado de Mergulho [µ] > Grande Círculo

• Grande Círculo = Projeção Estereográfica do Plano


• Lugar geométrico de todos os pontos da interseção do
plano sobre a esfera no plano equatorial = plano de
projeção.
Grandes Círculos > Meridianos
PEQUENOS CÍRCULOS
Angulos entre dois pontos quaisquer sobre o grande círculo
< angulo entre duas linhas coplanares >

20o
A rede de SCHMIDT

Conjunto de Grandes & Pequenos Círculos


Espaçados de 2˚

Pollard & Fletcher (2005)


A rede de WULFF

Conjunto de Grandes & Pequenos Círculos


Espaçados de 2˚

Marshak & Mitra (1988)


• Métodos de Contorno
método de Schmidt: concentração elevada e/ou medidas >400
método de Kalsbeek: qualquer tipo de concentração
método de Mellis: pequena concentração
método de Kamb: A área pode variar de 0,1 a 50%: 9/(N+9)
r=3/[(N+9)pi]1/2 [proporção]
método de Fisher: Distribuição das orientações em torno do vetor médio e
é simétrico em relação ele.
método de Starkey: A área do contador é variável: 100/N%.
método Gaussiano: Contador Gaussiano_3D Curva do Sino.
•Aplicativo: Stereonet, Dips, GeoOrient, Stereoplot etc...
MÉTODO SCHMIDT

• Quando empregar?
Para conjuntos elevados de dados estruturais, em geral superior a 400;
Para distribuição de pontos altamente concentrada;
• Procedimentos
Lançar as atitudes na transparência utilizando a rede de projeção estereográfica de Schmidt;
Fixar sobre o grid a transparência com os dados estruturais;
Fixar sobre o grid e a transparência de dados uma segunda transparência;
Em cada nó do grid lançar o número de pólos que estão no interior do círculo do contador de
Schmidt de 1% de área;
Transformar o número de pólos em %: (n x 100)/N=%, onde n é o número de pólos no interior
do círculo e N o número total de medidas;
Construir o contorno em intervalos apropriados de acordo com a densidade de pólos.
Determinar o máximo.
MÉTODO SCHMIDT

Contador de
área de 1%

Grid de contagem

Marshak & Mitra (1988)


MÉTODO SCHMIDT

Contador de área de 1%
sobre a transparência com
os pólos

Ramsay & Hubber (1987)


MÉTODO KALSBEECK
Kalsbeek (1963)

• Quando empregar?
Para QUALQUER conjuntos de dados estruturais;
• Procedimentos
Lançar as atitudes na transparência utilizando a rede de projeção estereográfica de Schmidt;
Fixar sobre o grid a transparência com os dados estruturais;
Fixar sobre o grid e a transparência de dados uma segunda transparência;
Em cada nó correspondente ao centro do HEXÁGONO lançar o número de pólos que estão
no interior dos seis triângulos componentes do hexágono de 1% de área;
Transformar o número de pólos em %: (n x 100)/N=%, onde n é o número de pólos no interior do
círculo e N o número total de medidas;
Construir o contorno em intervalos apropriados de acordo com a densidade de pólos;
Determinar o máximo
• Vantagens:
Fácil e rápido principalmente no campo
MÉTODO KALSBEECK
Kalsbeek (1963)

331 Nós
600 Elementos Triangulares Marshak & Mitra (1988)
MÉTODO M E L L I S

• Quando empregar?
Para conjuntos de dados estruturais, em geral INFERIOR a 50;
Para distribuição de pontos NÃO concentrada;
• Procedimentos
Lançar as atitudes na transparência utilizando a rede de projeção estereográfica de Schmidt;
Fixar sobre a transparência com os dados estruturais UMA segunda trasnsparência;
Em cada pólo traçar um círculo de 1% de área com centro no pólo;
Delimitar áreas de superposição de dois círculos (2C), 3C, 4C ........
• Vantagens e desvantagens
Fácil de aplicar, menos subjetivo e reproduzível;
É limitado a pequenas populações de dados;
Difícil delimitar regiões com muitos círculos superpostos.
MÉTODO M E L L I S

Marshak & Mitra (1988)


DESVANTAGENS DOS MÉTODOS

• os métodos enunciados são aplicados para pequenas populações de


dados (Mellis) ou para grandes populações (Schmidt);
• para pequenas quantidades de dados (ex. N=100) o círculo de contorno de
dimensão fixa (1% de área) constitui uma SEVERA LIMITAÇÃO na análise
estatística de dados de orientação;
• em tais circunstâncias, é comum contornos semi-circulares tipo “bulls-eye
contour” resultando em padrão de contorno difuso.
MÉTODO K A M B

• Quando empregar?
Para QUALQUER conjunto de dados estruturais.
Para QUALQUER distribuição de pontos.
Para área de contagem (A) variável de 0 a 1 em função de N. Proposta de Kamb: A=9(N+9)
• Procedimentos
Lançar as atitudes na transparência utilizando a rede de projeção estereográfica de Schmidt;
Fixar sobre o grid a transparência com os dados estruturais;
Fixar sobre o grid e a transparência de dados uma segunda transparência;
Em cada nó do grid lançar o número de pólos que estão no interior do círculo do contador de raio
de fração “r” do raio da rede. O grid possui espaçamento “r”;
Se A=9/(N+9)= πr2 : então r = 3/[(N+9)π]1/2
Desvio padrão: σ=[N x A x (1-A)]1/2
Transformar o número de pólos em %: (n x 100)/N=%, onde n é o número de pólos no interior do
círculo e N o número total de medidas;
MÉTODO FISHER

• Quando empregar?
Para QUALQUER conjunto de dados estruturais.
Para QUALQUER distribuição de pontos.
O método Fisher descreve a distribuição das orientações em torno da orientação do vetor
médio e é simétrico em torno dele.
• Procedimentos

Onde:
θ é a desvio angular em relação ao vetor médio;
K é a constante de Fisher ou fator de dispersão;
N é o número de medidas e
R é a magnitude o vetor resultante (=soma de todos os vetores).

O desvio angular padrão é dado por:


K=1
K = 10
K = 100
K = 0 - Distribuição Esférica
µ = Vetor Médio µ

Efeito do fator Fisher_K sobre um conjunto randônico de 500 medidas


MÉTODO STARKEY

• Quando empregar?
Para QUALQUER conjunto de dados estruturais.
Para QUALQUER distribuição de pontos.
• Procedimentos
O método Starkey descreve a distribuição das orientações considerando a área do contador
variável ajustando-se ao à dimensão N de dados sendo a área igual a 100/N%. Para N<100 a
área do contador é maior que a de Schmidt e para N>100 a área do é menor.

MÉTODO GAUSSIANO

• No método Gaussiano não se atua sobre o tamanho do círculo do contador e sim minimizando
as fronteiras angulares diminuindo a contribuição de cada ponto a ser contornado. Este efeito é
determinado pela distribuição esférica Gaussiana que representa a versão 3D da curva do
Sino. Este procedimento remove os efeitos de cunha das curvas suavizando as linhas de
contorno.
Dados: N=18 Pólos Método 1% Área Método Starkey Contorno Gaussiano
Padrão de Distribuição
uniforme: esférico (a);
concentrado: axial (b);
círculo máximo: guirlanda (d);
círculo mínimo: cone (c);

Marshak & Mitra (1988)


Ragan (1985)
Marshak & Mitra (1988)

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