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Aula 1.

1
TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO - A (2024.FEV)
1.1 - Introdução aos trabalhos topográficos
1.2 - Instrumentos de medição
2.1 - Conceitos fundamentais de topografia I
2.2 - Conceitos fundamentais de topografia II
3.1 - Conceitos e noções de Cartografia
3.2 - Cartografia: interpretação e estudos da base cartográfica
4.1 - Introdução ao Geoprocessamento
4.2 - Sistema de posicionamento global (GPS)
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Conceitos básicos de sensoriamento remoto e geoprocessamento
__ C.2 Sistema de coleta de dados e fontes de obtenção de dados espaciais
__ C.3 Sistemas de informações geográficas, dados de entrada e avaliação dos
resultados
__ C.4 Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos
e demandas ambientais

Introdução aos trabalhos topográficos


_1.1_
Apresentação
A topografia tem como significado etimológico “descrição do lugar”, nada mais é do que uma
ciência que estuda as características da superfície terrestre, como relevo e outros fatores próprios,
que variam em função de determinada região.

Os estudos topográficos são muito importantes para a elaboração de projetos relacionados à


engenharia. Antes de se construir prédios, estradas, ferrovias e etc, um estudo topográfico é
necessário para determinar as condições do solo que vai abrigar estas construções.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer algumas das principais ferramentas para
representar uma porção qualquer da superfície terrestre.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar os passos indispensáveis para representar uma porção da superfície terrestre.


• Reconhecer o significado de azimute.
• Diferenciar a orientação para trabalhos topográficos atuais e antigos.

elm = Avaliação da aula. Ruim. Assinalada opções - Precisei pesquisar mais; - Conteúdo
Livro difícil (qdo assinala <regular, só há opções para assinalar).
_1.1_ Desafio
Os Pontos cardeais (Norte, Sul, Leste e Oeste) são os principais pontos de referencia para
localização sobre a superfície terrestre. Imagine que você esta perdido em uma floresta, sem
nenhum equipamento como smartphones, internet, bússola ou qualquer outro meio de informação.
Sabendo que existe uma comunidade próxima a você e que ela está na direção norte, você seria
capaz de achar essa orientação, levando em conta que você tem em mãos um clipe, um imã de
geladeira, uma folha de uma planta e água empoçada?

elm = daria para improvisar uma agulha magnética (bússola) com o material
mencionado. Além disso, caso houvesse sol, o movimento de leste para oeste
poderia auxiliar na localização do norte (mas, neste caso, a dificuldade é
maior, sol move-se lentamente, e precisão é baixa).

Padrão de resposta esperado

A orientação magnética está próxima da orientação verdadeira (mesmo com a


diferença entre elas, que é definida como declinação magnética). De grosso
modo elas apontam basicamente para a mesma direção sendo assim pode ser
tomada como ponto de referencia para se achar uma direção.
Um clipe pode ser induzido magneticamente quando friccionado em um imã.
Colocando-se este clipe em cima de uma folha que está apoiada em uma poça de
água, o clipe irá apontar para uma direção aproximada em relação ao norte
verdadeiro.
_1.1_ Infográfico
Para você poder representar uma porção qualquer da superfície terrestre é indispensável a adoção
de escala, a identificação da posição e a orientação da representação.
elm = infográfico pouco informativo, substituí por texto abaixo.

PASSOS INDISPENSÁVEIS

1:5000 ?
Adoção de escala
1:1000 ?
Identificação da posição
1:10000 ?
Orientação da representação
UTM ?
Geodésicas ?
_1.1_ Conteúdo do livro
No Capítulo 2, "Planimetria", do livro Fundamentos de topografia, o tópico "Orientação para
trabalhos topográficos" fala sobre a representação de superfícies terrestres. Boa leitura!

LivrPt_Civ_Topografia_Fundamentos_Tuler_2014_319p
a) A adoção de escala (geralmente de redução), associada a um modelo de projeção – no
caso, o campo topográfico.
b) A identificação da posição (coordenadas) de um dos pontos, referenciada ao modelo
adotado (coordenadas arbitradas no plano topográfico, geodésicas ou UTM, p. ex.), para
que se evite a translação da representação.
c) A orientação da representação, geralmente materializando o meridiano e/ou
determinado o ângulo que esse meridiano forma com uma direção perfeitamente
definida no campo (azimute da mira), para que se evite a rotação da representação.

Por muito tempo, essa orientação de trabalhos topográficos foi realizada com a materialização
da meridiana magnética, utilizando principalmente a bússola (e declinatória), definindo-se
assim o azimute magnético do 1º alinhamento. A orientação dos trabalhos geodésicos dava-
-se pela determinação do azimute astronômico da mira, ou da linha de base entre dois marcos
geodésicos, por processos astronômicos. A orientação magnética, em razão do movimento
“relativamente aleatório” dos polos magnéticos, sendo esses definidores da direção norte-sul
magnética, trazia inconvenientes em sua materialização e aviventação futura.

Considerando que o posicionamento torna-se cada vez mais de cunho global, impulsiona-
do, principalmente, pelo rastreio de satélites, a orientação com base na meridiana magnética
tornou-se cada vez mais obsoleta por ser local (varia no tempo e no espaço). Além disso, os
equipamentos modernos (estações totais e receptores por satélites, p. ex.) não são portadores
de bússolas.

A determinação do azimute astronômico, por meio de observações astronômicas, requeriam


equipamentos de precisão, cobertura do céu visível e tempo de medição considerável, sem
obter uma precisão compatível com algumas aplicações topográficas. A prática se tornava
“custosa”, e também acabou caindo em desuso.

Considerando os vários sistemas de referência da Topografia e da Geodésia, em função dos di-


ferentes modelos de projeção, as meridianas têm características específicas. Qualquer ângulo
tomado em relação à meridiana será denominado azimute. Ainda, esses ângulos assumem a
nomenclatura característica da “meridiana de origem”. Por exemplo, se a meridiana de referên-
cia é a verdadeira, tem-se um azimute verdadeiro.

Define-se como meridiano de um ponto A a linha que une os polos e passa por este ponto
A (ver definição de plano meridiano no Capítulo 1). Considerando outro ponto B, o ângulo
formado entre este meridiano, de A→B, será denominado azimute de A para B. A seguir, apre-
Fundamentos de Topografia

sentamos uma descrição sucinta de quatro meridianos adotados em Topografia e Geodésia


(magnético, verdadeiro, geodésico de quadrícula), abordando brevemente a técnica de sua
materialização.

Meridiano magnético
Considerando que a Terra tem propriedades de um grande “magneto”, as extremidades da
agulha de uma bússola são atraídas por duas forças atuando em dois pontos diametralmen-

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te opostos, que são os polos magnéticos da Terra, os quais não coincidem com os polos geo-
gráficos.

A linha que une os polos magnéticos é denominada meridiano magnética. O goniômetro


utilizado para materializar a linha norte-sul magnética é a bússola, e o azimute obtido é deno-
minado azimute magnético.

Meridiano verdadeiro, astronômico


ou geográfico
Este meridiano é definido pelos polos norte-sul verdadeiros, astronômicos ou geográficos e
considera a figura do geoide. Sua determinação pode ser executada com as seguintes técnicas:

• Em função da distância zenital absoluta de um astro (Sol ou estrela) e cálculos da astronomia


de campo.
• Giroscópio: equipamento fundamentado no princípio inercial, permitindo a obtenção do
norte verdadeiro.
• Determinando o azimute magnético e conhecendo a declinação magnética.
• Determinando o azimute de quadrícula e conhecendo a convergência meridiana (simplifica-
ção, adotando azimute verdadeiro igual ao geodésico).
• A partir de dois pontos de coordenadas astronômicas conhecidas.
O azimute obtido é denominado azimute verdadeiro ou azimute astronômico.

Meridiano geodésico ou elipsóidico


O meridiano geodésico é definido pelos polos norte-sul geodésicos ou elipsóidicos, conside-
rando a figura do elipsoide. Sua determinação pode ser executada com as seguintes técnicas:

• Determinando o azimute astronômico e associando esse ao geodésico (simplificação).


• A partir das medições das coordenadas geodésicas de dois pontos; por exemplo, pelo ras-
treio por satélites GPS (cálculo indireto da Geodésia).
• Conhecendo a posição do meridiano de quadrícula e a convergência meridiana.
O azimute obtido é denominado azimute geodésico.

Meridiano de quadrícula ou plano


É definido pelos polos considerando a projeção cartográfica adotada. Considerando a proje-
ção UTM, sua determinação pode ser executada com as seguintes técnicas:

73
_1.1_ Dica do professor
Neste vídeo, você encontrará uma introdução à orientação para trabalhos topográficos.

https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/
cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/5b4ac9f81ea5d5a4ade71d3e66a94707

5 min
_1.1_ Exercícios

1) Quais são os três passos indispensáveis para a representação de uma porção qualquer da
superfície terrestre?

A) Escolha do equipamento, determinação do fuso e adoção de escala.

B) Adoção de escala, identificação da posição e orientação da representação.

C) Identificação da posição, posição solar e levantamento do norte magnético.

D) Coordenadas polares, adoção de escala e escolha de equipamento.

E) Orientação da representação, posição astronômica e determinação do hemisfério.

A err = Escolha do equipamento a utilizar no levantamento estará sempre


dependendo da precisão do levantamento exigida, dependendo essa da escala
topográfica pretendida e erro máximo tolerável.

Gab B = Os três passos indispensáveis para a representação de uma porção


qualquer da superfície terrestre são: adoção de escala, identificação da
posição e orientação da representação.

C err = O levantamento do norte magnético somente será possível após a


identificação da posição.

D err = A escolha de equipamento é importante para a determinação da precisão


do levantamento.

E err = meridiano forma com uma direção perfeitamente definida no campo


(azimute da mira), para que se evite a rotação da representação.
2) Entre as alternativas abaixo, qual contém os meridianos adotados na topografia?

A) Elipsoide, plano e local.

B) Azimutal, verdadeiro e médio.

C) Plano e norte

D) Magnético, verdadeiro, geodésico e quadrícula.

E) Geográfico, azimutal e magnético.

A err = O meridiano elipsóidico é definido pelos polos norte-sul geodésicos


ou elipsóidicos, considerando a figura do elipsoide.

B err = O meridiano verdadeiro é definido pelos polos norte-sul verdadeiros,


astronômico ou geográfico e considera a figura do geoide.

C err = O meridiano plano é definido pelos polos considerando a projeção


cartográfica adotada.

Gab D = Estes são meridianos adotados na topografia.

E err = O meridiano magnético é a linha que une os polos magnéticos.


3) Qual das alternativas abaixo melhor representa a definição de meridiano?

A) é definido por uma linha que aponta para as direções leste e oeste.

B) pode ser definido como um circulo ou semicírculo que contenha os dois polos de um planeta.

C) é definido pelos polos considerando a projeção cartográfica adotada

D) é o mesmo que meridiano magnético, que une os dois polos magnéticos.

E) corresponde ao ângulo formado entre o polo verdadeiro e o polo magnético.

A err = O
meridiano não
aponta para as
direções leste e
oeste e sim para
a direção dos
polos.

Gab B = Os
meridianos dividem
a Terra como se
ela fosse uma
laranja com gomos,
sendo representado
os doispolos de um
planeta.

C err = O meridiano plano é definido pelos polos considerando a projeção


cartográfica adotada.

D err = O meridiano aponta para os polos verdadeiros e não para o magnético.

E err = O ângulo formado entre o polo verdadeiro e o magnético é chamado de


declinação magnética.
4) No que consiste a identificação de posição na representação de uma porção qualquer da
superfície terrestre?

A) Consiste em adotar uma escala representativa da representação.

B) A identificação da posição consiste em identificar um dos pontos, referenciada ao modelo


adotado, para que se evite a translação da representação.

C) Consiste em identificar um ponto para evitar a rotação da representação.

D) Consiste em numerar os pontos da representação.

E) Consiste em representar as projeções de campo.

A ERR = A adoção de escala é associada a um modelo de projeção.

Gab B = Sim, a identificação de posição na representação de uma porção


qualquer da superfície terrestre se dá a partir da identificação de um dos
pontos.

C ERR = Identificar um ponto para evitar a rotação da representação é a


orientação da representação.

D ERR = Para se ter uma organização do levantamento é necessária a


numeração dos pontos na sequência de sua obtenção.

E ERR = A planta topográfica é a representação das projeções levantadas em


campo.
5) Qual das alternativas abaixo completa a lacuna da frase a seguir?
Qualquer ângulo tomado em relação à meridiana será denominado ________.

A) Norte

B) Ângulo de deflexão

C) Ângulo horizontal

D) Azimute

E) Rumo

A ERR = A determinação do norte verdadeiro pode ser obtida através da visada


a um astro, seja ele o sol ou outraestrela. As observações solares são menos
precisas que as observações de estrelas, entretanto as primeirassão mais
acessíveis, não exigindo do topógrafo um conhecimento mais acurado de
astronomia de campo.

B ERR = Ângulo de deflexão é o ângulo formado entre o prolongamento do


alinhamento anterior e o alinhamento em estudo.

C ERR = O ângulo horizontal é definido como o ângulo formado pelo afastamento


de dois planos verti cais, considerando um eixo.

Gab D = Qualquer ângulo tomado em relação à meridiana será denominado


azimute.

E ERR = Rumo é o menor ângulo formado entre a direção norte-sul e um


alinhamento, tendo como origem adireção norte-sul, ou seja, com grandeza
variável entre 0º e 90º.
_1.1_ Na prática

Qualquer mapa que você observa, mesmo aquele mapa do parque aquático, localizando os
brinquedos, apresenta uma proporção com a verdadeira grandeza, uma orientação de referência
(ruas, prédios, o norte) e a identificação da posição dos brinquedos, por exemplo.

Portanto, quando estiver procurando o seu tobogã aquático preferido no mapa


de localização do parque, você estará fazendo exercício de topografia.
_1.1_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Noções Básicas de Cartografia


Material disponibilizado pelo site do IBGE cominformações sobre os elementos de representação.
https://ww2.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/manual_nocoes/
elementos_representacao.html

Geodésia e Topografia
Material desenvolvido por Régis Bueno para o site MundoGeo sobre Geodésia e Topografia.

https://mundogeo.com/2009/01/06/geodesia-e-topografia/

pág internet

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS


Banco de imagens Shutterstock.
TULER, Marcelo; SARAIVA, Sérgio. Fundamentos de topografia. Porto Alegre: Bookman,
2014.
SAGAH, 2015.

EQUIPE SAGAH
Coordenador(a) de Curso
Alexandre Baroni
Professor(a)
Cleber de Freitas Floriano
Gerente
Rodrigo Severo
Analista de Projetos
Fernanda Osório
Aula 1.2
TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO - A (2024.FEV)
1.1 - Introdução aos trabalhos topográficos
1.2 - Instrumentos de medição
2.1 - Conceitos fundamentais de topografia I
2.2 - Conceitos fundamentais de topografia II
3.1 - Conceitos e noções de Cartografia
3.2 - Cartografia: interpretação e estudos da base cartográfica
4.1 - Introdução ao Geoprocessamento
4.2 - Sistema de posicionamento global (GPS)
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Conceitos básicos de sensoriamento remoto e geoprocessamento
__ C.2 Sistema de coleta de dados e fontes de obtenção de dados espaciais
__ C.3 Sistemas de informações geográficas, dados de entrada e avaliação dos
resultados
__ C.4 Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos
e demandas ambientais

Instrumentos de medição
_1.2_
Apresentação
Topografia é a disciplina estudada em Engenharia que trata da determinação de contorno e de
dimensão e da posição relativa de uma porção limitada de superfície da terra, sendo essa porção de
terra observada como plana. Para a realização da topografia, são utilizados equipamentos e
instrumentos específicos, cuja função é auxiliar o usuário na realização dessas determinações
supracitadas. Dentre os equipamentos, conjunto de materiais utilizados em topografia, há o
teodolito e a estação total, importantes para a realização de leituras de ângulos verticais e
horizontais do terreno analisado. Dentre os instrumentos, todo material utilizado em topografia, há
a mira, a estaca, a trena, entre outros, que são importantes para auxiliar a realização do
levantamento topográfico, por meio da leitura de altura, nivelamento e identificações e medições,
respectivamente.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai reconhecer os equipamentos para medição e


levantamento topográfico e aprender a comparar as formas de utilização de cada um deles e seus
procedimentos de calibração e qualidade.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Reconhecer os equipamentos para medição e levantamento topográfico.


• Comparar as formas de utilização de cada equipamento de medição.
• Explicar os procedimentos de calibração e qualidade dos equipamentos topográficos.

elm = Avaliação da aula. Regular. Assinalada opções: - Precisei pesquisar mais; - Conteúdo
Livro difícil (qdo assinala <regular, só há opções para assinalar) Mais: Vídeo conteúdo ruim.
_1.2_ Desafio
A topografia é uma etapa muito importante e deve ser tratada antes de iniciar qualquer obra em um
terreno, pois por meio dela é possível determinar o contorno, a distância e o posicionamento de
uma porção de terra considerando que ela tenha a superfície plana. O levantamento
topográfico identifica a situação do terreno em que haverá a execução de determinado projeto.

Acompanhe a situação descrita a seguir:

elm =
a) GPS topográfico, pois é o
indicado para as dimensões
envolvidas ;
b) levantamento planialtimétrico ;
c) saneamento, estradas, locação de
obras civis etc.

Sendo assim, responda:

a) Qual será o GPS escolhido. Por quê?

b) Após o levantamento topográfico, o que mais é necessário realizar para encontrar os possíveis
acidentes geográficos no terreno analisado?

c) Quais as práticas realizadas para a execução de obras e que dependem dos resultados dos
levantamentos topográficos?

Padrão de resposta esperado


a) O aparelho escolhido seria o GPS geodésico, pois tem alta precisão. O GPS
de navegação tem precisãode até 20 metros e o GPS topográfico tem precisão por
centímetro.
b) Após a verificação de posicionamento, distância e contorno para o
levantamento topográfico, deverão ser realizados cálculos e, com o
acompanhamento de um software específico de topografia, serão encontrados os
possíveis acidentes geográficos existentes no terreno analisado para que seja
definido o que deverá ser feito no terreno ao nivelá-lo e iniciada a
construção.
c) As práticas realizadas e que dependem dos resultados dos levantamentos
topográficos são aterramento, retirada de terra, taludes de corte e taludes de
aterro, que são inclinações feitas no terreno por meio de equipamentos como
escavadeiras com a finalidade de trazer estabilidade ao terreno, isso quando
os taludes não têm origem natural.
_1.2_ Infográfico
O levantamento topográfico dispõe-se a realizar uma análise de um terreno em que,
posteriormente, haverá uma construção, sendo essa análise realizada de forma superficial,
considerando a superfície da terra como plana. O levantamento topográfico tem a função de
estudar uma porção de terra prevendo as ações a serem aplicadas pelo engenheiro ao adequá-
lo, seja por meio de terraplanagem ou retirada de terra, para receber a construção civil.

No Infográfico, veja informações detalhadas sobre os tipos de equipamentos e instrumentos


utilizados no levantamento topográfico.

EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS DOS LEVANTAMENTOS TOPOGRÁFICOS

Para a realização de levantamento topográfico é necessário utilizar


equipamentos e instrumentos que auxiliem na mensuração de ângulos e
distâncias da superfície de um terreno. Instrumentos são objetos e
equipamentos são conjuntos de objetos utilizados no auxílio de levantamento
topográfico.
Veja quais os mais comuns:

NÍVEL AUTOMÁTICO DE LUNETA

Não realiza leituras de ângulos verticais e


horizontais, pois tem ângulo de inclinação igual a
zero. Porém, auxilia no cálculo de distâncias
verticais (DV) e horizontais (DH), por meio das
seguintes equações:

MIRA

Usada para determinar a distância horizontal ao se


trabalhar com a taqueometria.
Serve para quantificar o valor registrado nos fios
estadimétricos superior, médio e inferior. As miras
também são chamadas de réguas graduadas e medem até 7
metros de altura.
São confeccionadas em alumínio e plástico, tendo
medidas timbradas na parte traseira em metros e na
parte frontal em milímetros.
ESTAÇÃO TOTAL

É capaz de realizar medições de ângulos verticais,


horizontais e distâncias lineares. É composta pela
junção de um goniômetro eletrônico e um medidor
eletrônico de distância (MED), sobre um tripé.
Deve ser posicionada em local livre de obstáculos e
mirar o prisma, que é um instrumento localizado sobre
uma bastão metálico situado no ponto a ser medido.
Logo, haverá a emissão de um feixe de laser que
reflete no prisma e volta.
Assim, considera-se o tempo de retorno e o ângulo de
rotação da luneta na estação para os cálculos no
computador interno, mensurando os ângulos e
distâncias do local. Finalmente, serão armazenados os
pontos na memória interna e os arquivos serão salvos
na estação para posterior desenho do terreno em que
haverá construção.

BALIZA TOPOGRÁFICA

É uma haste de metal cilíndrica que deve ser segurada


na posição vertical sobre um piquete posicionando
determinado ponto do terreno, de acordo com o prumo,
para que seja visada por meio de um teodolito com o
intuito de realizar as leituras das medidas.
Tem um mecanismo de rosqueamento, sendo possível ser
desmontada. Quando utilizada em área urbana para
medições, como regra, deve ter as cores preto e
amarelo, e em medições realizadas em campo deve ter
vermelho e branco.

GNSS

É um GPS com bússola e altímetro que realiza


leituras da superfície do terreno sendo possível
por meio de um sistema de navegação por satélite.
Os GNSS pode ser do tipo:
a) Navegação: um receptor, precisão em tempo real
de até 20m, baixa precisão.
b) Topográfico: um receptor, precisão não é em
tempo real, por centímetro.
c) Geodésico: mínimo de dois receptores, precisão
não é em tempo real, alta precisão.
d) RTK: mínimo de dois receptores, precisão em
tempo real, por centímetro.
DRONE

Drone é um termo genérico utilizado para


equipamentos que captam imagens RGB com
finalidade recreativa.

VANT

VANT (veículo aéreo não tripulado) trata-se de


aeronave utilizada para fins não recreativos
sem piloto remoto.
Podendo ser os aviões, dirigíveis controláveis
e aeromodelos. Para ser operado precisa de
autorização dada pela ANAC.

RPA

RPA é um tipo de VANT com piloto remoto, ou


seja, aeronaves não tripuladas controladas
remotamente ao voar, usada para fins
comerciais. Para uso precisam de autorização
dada pela ANAC, são reguladas pela Circular
de Informações da Aeronáutica (CIA).
Podem ser operadas somente em áreas mínimas
de 30 metros horizontais de distância de
pessoas, além disso, o piloto remoto só pode
controlar um RPA por vez.
_1.2_ Conteúdo do livro
O levantamento topográfico é uma representação norteada com base topométrica, dividida em
altimétrica e planialtimétrica. Serve para a verificação da medição e do posicionamento de terrenos,
além de ser possível encontrar acidentes geográficos, também conhecidos como relevos
apresentados em forma de curvas de nível e taludes. Os equipamentos de medição de topografia
comumente utilizados são os teodolitos e a estação total. Por meio deles, é possível realizar a
leitura e encontrar com precisão os ângulos verticais e horizontais de uma superfície de terra
considerada plana.

No Capítulo Instrumentos de medição, da obra Topografia e geoprocessamento, base teórica desta


Unidade de Aprendizagem, você vai, inicialmente, estudar os tipos de equipamentos de medição
topográfica, como identificá-los, utilizá-los em um serviço topográfico e também como calibrá-los.

Boa leitura.
Instrumentos de medição
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Reconhecer os equipamentos para medição e levantamento


topográfico.
 Comparar as formas de utilização de cada equipamento de medição.
 Explicar os procedimentos de calibração e qualidade dos equipa-
mentos topográficos.

Introdução
Diversos equipamentos são utilizados na execução de levantamentos
topográficos, necessários para a identificação do posicionamento e de
acidentes geográficos, como declives e relevos. O levantamento topo-
gráfico indica a necessidade de terraplanagem e movimentação de terra
dentro de um terreno, com a finalidade de proporcionar nivelamento de
qualidade ao que se deseja construir.
Neste capítulo, você estudará os tipos de equipamentos de medição
topográfica e aprenderá a identificá-los. Além disso, aprenderá detalhes
sobre sua aplicação prática e sobre os procedimentos de calibração que
garantem resultados confiáveis.

1 Equipamentos de medição
e levantamento topográfico

Topografia
A topografia é uma parte da engenharia que estuda as condições da superfície
terrestre, sendo também definida como a descrição de uma porção de terra
analisada com o objetivo de identificar o posicionamento, acidentes geográficos
e as medidas de determinado local. A topografia é dividida em três etapas:
topometria, topologia, taqueometria e fotogrametria.
2 Instrumentos de medição

A topometria é a medição dos ângulos e distâncias de forma mais precisa


possível para elaboração do levantamento topográfico. Subdivide-se em duas
etapas: planimetria e altimetria. A planimetria tem os ângulos e distâncias
traçados de forma horizontal, como se fosse vista por cima. Já a altimetria
tem os ângulos e distâncias traçados de forma vertical, como se houvesse
traçado um corte no local. Já o levantamento planialtimétrico é a junção do
levantamento altimétrico com o planimétrico.
A topologia é a parte da topografia que visa esclarecer os dados encontrados
na fase da topometria, facilitando o levantamento topográfico com base nos
relevos naturais existentes no terreno observado.
A taqueometria é a parte da topografia que cuida dos levantamentos de
pontos do terreno para obtenção de curvas de níveis ou relevos com a utilização
de taqueômetros. Refere-se também à mensuração indireta de distância conhe-
cida como estadimetria ou taqueometria, usando-se um teodolito. É através
do retículo ou estadia do teodolito que são feitas as leituras dos ângulos e da
mira, possibilitando o cálculo posterior da distância. O retículo do teodolito,
ilustrado na Figura 1, localiza-se dentro da luneta, possibilitando as leituras
estadimétricas.

Figura 1. Retículo de um teodolito. V = fio esta-


dimétrico vertical; FS = fio estadimétrico superior;
H = fio estadimétrico horizontal; FM = fio estadi-
métrico mediano; FI = fio estadimétrico inferior.
Instrumentos de medição 3

A fotogrametria é a parte da topografia envolvida na medição e obtenção


de imagens (fotografias). Com a utilização de equipamentos topográficos, são
encontradas formas, dimensões e posições de determinado local utilizando-
-se um sistema tridimensional com coordenadas geodésicas ou cartesianas.
A fotogrametria é analógica e com o passar do tempo deixou de ser tão utili-
zada, sendo substituída por procedimentos cada vez mais tecnológicos, como
o sensoriamento remoto, cujas fotografias são obtidas por meio de satélites
em órbita e aeromodelos como os veículos aéreos não tripulado (VANTs),
popularmente chamados de drones.
A diferença entre plantas, cartas e mapas topográficos está na escala em que
o objeto é desenhado. Em plantas, para lotes urbanos pequenos são utilizadas
escalas 1:100 e 1:200; para seus detalhes, escadas de 1:50; para arruamentos
e loteamentos urbanos, 1:500 e 1:1000; para propriedades rurais, 1:1.000,
1:2.000 e 1:5.000; e para cidades e grandes propriedades rurais e industriais,
1:5.000, 1:10.000 e 1:25.000. Em cartas de municípios, são utilizadas escalas de
1:50.000 e 1:100.000, enquanto em mapas são utilizadas escalas de 1:200.000
a 1:10.000.000 para cidades, estados, países, etc.

Taqueometria
Na técnica de fotogrametria, equipamentos tiram fotos do terreno e a partir
dessas imagens é possível recolher os dados do relevo da parte fotografada,
assim como as diferenças de níveis. Outros equipamentos podem utilizar o
escaneamento por laser como técnica, traçando e medindo os pontos por
onde o laser passa.
Outra técnica é o sensoriamento remoto, cuja definição está relacionada com
a obtenção de imagens à distância considerando a superfície terrestre plana.
Nesse caso, podemos citar os satélites que enviam informações sensoradas
para um determinado aparelho com sistema de posicionamento global (GPS).

Aparelhos topográficos
Segundo Tuler e Saraiva (2014), a partir da década de 1980 o teodolito passou
a ter display digital com medição angular vertical e horizontal. Com o passar
do tempo, surgiram diferentes modelos com maior precisão. A partir de 1990,
surgiram as estações totais, colocando em status de inutilidade o teodolito
nos dias de hoje.
4 Instrumentos de medição

Levantamentos topográficos requerem o uso de equipamentos e instru-


mentos específicos, como teodolito, estação total, GPS, VANT, aeronave
remotamente pilotada (remotely-piloted aircraft —RPA) e nível de luneta,
além dos instrumentos topográficos mira, régua, luneta, baliza e trena.
De acordo com Tuler e Saraiva (2014), novos aparelhos foram confeccio-
nados para maximizar a eficiência de levantamentos topográficos, incluindo
a estação total (Figura 2), bem como níveis digitais e a laser, escâner e trenas
a laser, GPS, arquivamento de dados por meio de coletores digitais e sistemas
de posicionamento eletrônico e mecânico, cujos equipamentos são de grande
auxílio em atividades de campo diferenciadas.

Figura 2. Estação total.


Fonte: Wojciech Dziadosz/Shutterstock.com.

Cada equipamento apresenta sua própria precisão, podendo ser de centíme-


tros, milímetros ou até quilômetros de medição. A seguir você verá explicações
sobre alguns equipamentos e instrumentos importantes para a topografia.

Teodolito e estação total


O teodolito é diferente da estação total por ser um equipamento manual, cujos
cálculos precisam ser realizados pelo usuário após cada medição. Já a estação
total é digital, bastando pressionar um botão e focalizar um ponto para arquivar
no equipamento o valor encontrado na medição, juntamente com os cálculos.
Instrumentos de medição 5

A estação total possui medidor eletrônico de distância (MED) composto


pela junção de um goniômetro eletrônico sob um tripé. Os teodolitos são
equipamentos mais antigos e manuais, não sendo muito utilizados atualmente,
tendo sido substituídos pela estação total, que já traça os cálculos e os des-
carrega em software topográfico, facilitando a elaboração do levantamento.
Estações totais de boa qualidade conseguem medir ângulos com valor
inferior a 0,5” e medir distâncias com precisão de 0,1 mm. O alcance das
estações totais depende do número de primas, das condições climáticas no dia
da medição e do tipo de emissão de onda (algumas possuem infravermelho).
As estações totais conseguem alcançar de 2,5 a 7,5 km.

Aeromodelos
Drone é um termo genérico para se referir a aeromodelos utilizados para
aplicações não comerciais, ou seja, recreativas. VANT e RPA referem-se
a aeromodelos utilizados para fins comerciais e institucionais (Figura 3),
incluindo levantamentos topográficos, devido à sua agilidade e por econo-
mizarem mão-de-obra na realização dos levantamentos. Eles coletam dados
por fotogrametria aérea com a utilização de um sensor, podendo utilizar
também o GPS.

Figura 3. VANT.
Fonte: Andrey Suslov/Shutterstock.com.
6 Instrumentos de medição

Para serem utilizados, VANTs e RPAs devem ter registro na Agência Na-
cional de Aviação Civil (Anac). A diferença entre VANTs e RPAs é que VANTs
abrangem modelos não tripulados, enquanto RPAs incluem modelos tripulados.

Trena
Um instrumento importante e muito utilizado para medições é a trena, que
possui até 50 metros de comprimento e pode ser feita de fibra de vidro ou de
aço. Já o cabo agrimensor é um tipo de trena para medições de até 100 metros
de comprimento, podendo ser fabricado também em fibra de vidro, sendo
flexível e possuindo numeração de 1 em 1 cm em um dos lados da fita e de 5
em 5 cm do outro lado da fita.

O vídeo disponível no link a seguir apresenta uma introdução detalhada a topografia,


planimetria, altimetria, planialtimetria, ângulos e distâncias.

https://qrgo.page.link/mEjyh

https://youtu.be/k7JOrLGi5-k 10 min

Em relação ao MED, são diversos os tipos de ondas utilizados por esse tipo de instru-
mento, cada qual com suas características próprias:
 A luz comum apresenta propagação retilínea e penetração atmosférica fraca,
alcançando de 300 a 500 metros quando há um prisma participando do processo
de medição e até 1.000 m quando há três prismas participando do processo de
medição.
 O infravermelho possui propagação retilínea e penetração atmosférica alta, alcan-
çando de 2,5 a 7,5 km quando há um prisma participando do processo de medição.
Este tipo de onda é o mais comum em equipamentos topográficos.
 O laser possui baixa dispersão e, com boas condições atmosféricas, consegue
alcançar de 40 a 60 km.
 As micro-ondas apresentam propagação semirretilínea, com penetração atmosférica
baixa, alcançando até 200 km.
Instrumentos de medição 7

2 Aplicação dos equipamentos de medição


Cada equipamento requer procedimentos específicos para encontrar o posicio-
namento e as medidas de determinado terreno, auxiliando no levantamento to-
pográfico. Muitas vezes, as formas de utilização são especificadas pelo próprio
fabricante do equipamento. A seguir, estudaremos a aplicação do GPS, do teodolito
e da estação total, que são os equipamentos mais comuns no meio topográfico,
além da luneta, que ainda é um instrumento muito utilizado por alguns órgãos.

GPS
Aparelhos portáteis de GPS são capazes de captar coordenadas a partir de
satélites na órbita da Terra, que enviam informações de localizações de qualquer
lugar do mundo para seus receptores. Quando um engenheiro encontra-se
em um terreno qualquer para a realização de um levantamento topográfico
segurando um receptor de GPS, os satélites identificam a localização em que
esse receptor se situa na superfície da Terra e enviam as coordenadas por
meio de sinais de frequência.
Os sistemas de GPS disponíveis atualmente são o americano e o Glonass
russo. O mais utilizado é o sistema americano. Existem outros sistemas em
desenvolvimento, como Galileo na Europa e o Beidou na China.
A determinação de coordenadas para o levantamento topográfico consiste
na realização de um processo de triangulação pelos satélites sobre o local em
que o receptor está situado. Ou seja, para haver o envio dos sinais a leitura,
no mínimo três satélites devem estar envolvidos, conforme ilustra a Figura 4.

Figura 4. Triangulação feitas por satélites.


8 Instrumentos de medição

Durante a triangulação, são enviados os sinais para o receptor, ou seja, o


aparelho portátil de GPS, que contabiliza até quanto tempo tardou a chegar
o sinal de cada satélite até ele. Cada satélite tem um relógio integrado de
precisão em nanosegundos, inclusive com correção temporal para efeitos
da Relatividade. Além disso, caso o engenheiro necessite, é possível medir
também a altura ortométrica, em relação ao nível do mar, com o auxílio de
mais satélites.
A Figura 5 mostra um drone que utiliza GPS para definição de posicio-
namento e contorno do terreno. Além disso, possui um sensor óptico que
também identifica o posicionamento do terreno analisado em caso de falha
do GPS, podendo ser utilizado em locais onde não há sinal de GPS, ou seja,
em ambientes fechados. A imagem mostra que os equipamentos podem ser
utilizados em conjunto, com o intuito de gerar resultados de coordenadas mais
confiáveis para a obtenção do levantamento topográfico. A precisão desse
drone é de 2 centímetros e possui diâmetro de 810 mm, sendo utilizado, nesse
caso, para fins comerciais, o que exige cadastro junto à Anac para circulação,
além de autorização do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea).

Figura 5. VANT com posicionamento dinâmico via GPS e sensor óptico.

Devido às inovações tecnológicas, a gama de equipamentos e instrumentos


de topografia vem se diversificando; por isso, é muito importante que o enge-
nheiro esteja sempre atualizado quanto aos meios de medições e obtenções de
posicionamento para obtenção de levantamento topográfico.
Instrumentos de medição 9

Teodolito e estação total


Segundo Savieto (2017), para utilização do teodolito e da estação total é
preciso realizar procedimentos para a locação do eixo. Inicialmente, deve-se
estacionar o equipamento em uma base de referência de nível (RN), para que
as visadas de ré e vante sejam intervisíveis. Em seguida, com a linha-base
de locação definida, deve-se conhecer o azimute de partida para calcular o
ângulo horizontal dos pontos que serão locados.
A RN diz respeito ao caminho entre dois pontos que estão situados em um
espaço tridimensional, ou seja, um espaço que possui três dimensões, sendo
elas altura, largura e comprimento. O azimute é uma medida em graus que
define a direção ou o caminho horizontal.
Após a obtenção dos ângulos e distâncias dos pontos locados, deve-se posi-
cionar o bastão de prisma para a posição exata (ângulo horizontal e distância)
no ponto a ser locado (eixo, bordo esquerdo e direito, offset) (SAVIETO, 2017).
No ponto exato a ser locado (planialtimétrico e altimétrico), deve ser cravada
uma estaca informando o eixo ou corte, ou aterro (se houver), caso esteja
sendo considerada a altimetria por último. Após o cravamento das estacas, é
possível iniciar a terraplanagem.

Procedimento de operação da estação total

Primeiramente, deverão ser definidos e demarcados os pontos permanentes e


provisórios. Além disso, deverá ser feita a limpeza do local onde será instalado
cada ponto topográfico. Com a utilização do piquete, deverá ser feita a ins-
talação do ponto topográfico, antes de iniciar qualquer procedimento. Como
a estação total não possui órgãos visores como o teodolito, não é necessário
fazer a centragem do prumo óptico.
A seguir, deverá ser instalada a estação total realizando-se os seguintes
passos: ajuste das pernas do tripé e aperto dos parafusos de forma a abrir as
pernas do tripé uniformemente. O tripé deverá ser fixado de forma centralizada
no ponto a ser medido, ficando o prato do tripé de forma horizontal.
Depois, o instrumento deverá ser posto sobre o tripé e fixado, ao apertar o
parafuso para a fixação central. Assim, deverá ser verificada a luneta horizontal
ou o fio a laser, com o intuito de ter a estação total totalmente centrada em
relação ao ponto marcado no terreno. Estando centrado, o equipamento estará
nivelado, caso contrário deverá ser movimentado horizontalmente o equipa-
mento no prato ou as penas do tripé, até que fique devidamente centralizado.
10 Instrumentos de medição

Para a realização desse nivelamento, deverá ser utilizado um nível de bolha


na base e abaixo da luneta do equipamento. É importante regular a altura do
aparelho de acordo com a altura do usuário.
O próximo procedimento é a calagem, mas antes deverá ser feita a regu-
lagem das pernas, deixando o nível circular do aparelho nivelado. Depois de
nivelar o nível circular, inicia-se a calagem. A calagem pode ser aproximada
ou definitiva: a calagem aproximada é feita usando-se as pernas do tripé,
enquanto a calagem definitiva é feita usando-se dos parafusos calantes.
Para a calagem definitiva, trabalha-se então com o nível cilíndrico paralelo,
colocando-o paralelamente aos dois parafusos calantes, apertando-os na mesma
direção até que a bolha do nível se desloque até o centro. Quando deslizar
até o centro, deve-se girar o aparelho em 90° e pressionar o terceiro parafuso
para fazer com que o nível fique na metade, calando-o em toda as direções.
A partir daí, os processos de correção e verificação de calagem deverão ser
realizados, pegando o aparelho e voltando 90° para verificar o nivelamento.
A próxima etapa é a colimação auxiliar e definitiva. Para a colimação
auxiliar, deve-se utilizar o colimador auxiliar, que é a cruzeta que fica em
cima do aparelho topográfico, onde você vai mirar aproximadamente na
direção que deseja focar, para, no segundo passo, passar a observar a luneta.
Na luneta topográfica, você vai observar e fazer a colimação correta, realizando
os procedimentos de pressionar o parafuso de bloqueio e trabalhar com o parafuso
de aproximação, que possibilita colimar uma régua, uma mira, uma baliza, em
que você vai puxar esse centro fazendo aproximação para fazer a leitura.
Nesse procedimento, é possível ler as coordenadas, oferecendo posição
referenciada em qualquer parte do mundo, cujo processo de desenho já sai
praticamente pronto por meio desse equipamento. Assim, as leituras das co-
ordenadas obtidas serão guardadas dentro do equipamento ou em um cartão
de memória, que poderá ser descarregado em um software.

Luneta
As lunetas são instrumentos utilizados como auxílio para medição de distân-
cias verticais entre pontos, mas devem ser utilizadas com o acompanhamento
de uma mira, que é uma régua que mede até 7 metros de altura. Através do
nível de luneta, torna-se impossível visualizar inclinações, não admitindo
a determinação de ângulos verticais e horizontais, sendo um equipamento
que pode resultar em erro, dependendo da distância até o ponto de medição,
ao contrário do teodolito, que não possui limitação na visada de distâncias
lineares e angulares.
Instrumentos de medição 11

A mira é um instrumento utilizado para auxílio a equipamentos que possuem


luneta (nível de luneta e teodolito). A leitura é feita pelos fios estadimétricos
FS, FI e FM, e os resultados deverão ser apontados em caderneta de campo.

O vídeo disponível no link a seguir mostra aparelhos para realização de levantamentos


topográficos e suas funções.

https://qrgo.page.link/RfFvJ

https://www.youtube.com/watch?v=2RNhilnJJzc

3 Procedimentos de calibração e qualidade


dos equipamentos topográficos
A calibração dos equipamentos é importante para mantê-los em boas condições
de uso e garantir a leituras de medidas mais confiáveis e mais próximas da
realidade. A calibração consiste na realização de testes e ações de leituras em
campo para comparação entre os valores identificados tanto em laboratório
quanto em campo, buscando a apresentação de valores mais próximos possíveis.
Para a realização da calibração, os laboratórios autorizados pelo Instituto
Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) devem seguir
normas referentes a calibração visando obter resultados de qualidade. Al-
gumas das normas utilizadas como base são a NBR ISO/IEC 17025, ISSO
17123-3 e ISO 17123-4, as quais estabelecem procedimentos de calibração
para equipamentos topográficos.
A norma brasileira ISO/IEC 17025 estabelece os requisitos gerais para a
competência de Laboratórios de Ensaio e Calibração e serve para ser utilizada
como base de sistema gestão em laboratórios. Essa norma é bem parecida com
a ISO 9001 na parte de “Requisitos da Direção” e “Requisitos Técnicos”, então
também se trata de uma norma de qualidade.
A parte de “Requisitos Técnicos” define as obrigatoriedades-padrão e
de calibração de equipamentos de topografia, além de ter um diferencial se
comparada com outras normas. Então, um laboratório que segue a norma
ISO/IEC 17025 está apto a realizar testes de calibragem em equipamentos
topográficos, além de ser autorizado pelo Inmetro.
12 Instrumentos de medição

Já a ISO 17123-3 e a ISO 17123-4 são normas internacionais também utili-


zadas como base para procedimentos de calibração e tratam especificamente
de equipamentos topográficos. A norma ISO 17123-3 normatiza os equipa-
mentos ópticos e procedimentos para testes em equipamentos topográficos,
especificamente teodolitos, enquanto a norma ISO 17123-4 também normatiza
os equipamentos ópticos e procedimentos para testes em equipamentos topo-
gráficos, especificamente sobre medidores de distâncias eletrônicos e ópticos.
Na calibração de equipamentos, devem ser realizados testes de tempera-
tura, verificação de leitura e precisão e conferência de problemas e avarias
em equipamentos. A falta de calibração e de manutenção em equipamentos
de topografia resulta em equipamentos com baixa precisão, leituras errôneas
e má qualidade em resultados de levantamentos topográficos, o que redunda
em erros nas execuções de obras de aterramento ou retirada de terra. O prazo
para a realização de calibração e manutenção é especificado pelo próprio
fabricante do equipamento e deve ser seguido à risca.

SAVIETO, R. Topografia aplicada. Porto Alegre: SAGAH, 2017.


TULER, M.; SARAIVA, S. Fundamentos de topografia. Porto Alegre: Bookman, 2014.

Leituras recomendadas
CASACA, J. M. Topografia geral. 4. ed. São Paulo: LTC, 2007.
CHRISTOPHERSON, R. W. Geossistemas: uma introdução à geografia física. Porto Alegre:
Bookman, 2012.
DAIBERT, J. D: Topografia: técnicas e práticas de campo. 2. ed. São Paulo: Érica, 2015.
MCCORMAC, J.; SARASUA, W.; DAVIS, W. Topografia. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
ORRES, F. T. P.; MARQUES NETO, R.; MENEZES, S. O. Introdução à geomorfologia. São
Paulo: Cengage Learning, 2012.
TIMÓTEO, M. Topografia: teodolito e estação total. [S. l.: s. n.], 2018. 1 vídeo (1 min).
Publicado pelo canal Marcossousa Sousa. Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=2RNhilnJJzc. Acesso em: 3 fev. 2020.
Instrumentos de medição 13

TOPOGRAFIA: aula 1 — introdução, planimetria, altimetria, planialtimetria, ângulos e


distâncias. [S. l.: s. n.], 2017. 1 vídeo (11 min). Publicado pelo canal Dose de Engenharia.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=k7JOrLGi5-k. Acesso em: 3 fev. 2020.
TULER, M.; SARAIVA, S. Fundamentos de geodésia e cartografia. Porto Alegre: Bookman,
2016.
TULER, M.; SARAIVA, S.; TEIXEIRA A. Manual de práticas de topografia. Porto Alegre:
Bookman, 2017.

Os links para sites da Web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
_1.2_ Dica do professor
Os equipamentos topográficos são instrumentos utilizados no levantamento do posicionamento e
na leitura de ângulos e de distâncias existentes em terrenos, isso por meio da fotogrametria, do
escaneamento e até do sensoriamento remoto. Assim, fornecem dados que auxiliam o usuário do
equipamento a elaborar o levantamento topográfico do local referido.

Nesta Dica do Professor, veja os procedimentos de utilização do teodolito para a realização de


levantamentos topográficos.

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cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/932a86aa471fafe27bde88607c1c7668

4 min

elm = só
narrativa, nada
de filme
mostrando o
uso...
_1.2_ Exercícios

1) Antes de iniciar uma obra em um terreno, devem ser realizados estudos de análise de porção
de terra desse terreno, a fim de determinar o devido posicionamento e poder representar de
forma planimétrica e altimétrica esse local.

Sendo assim, analise as alternativas e marque a que mostra os conceitos básicos de


levantamento topográfico.

A) Referem-se aos cálculos de um projeto qualquer do terreno, tendo o projeto inicial do terreno
as coordenadas encontradas por meio da utilização de equipamentos topográficos.

B) Referem-se aos estudos detalhados realizados para a definição do tipo de estrutura que terá a
obra. Esses estudos são realizados com bases nas coordenadas encontradas pelos
equipamentos topográficos.

C) Referem-se a estudos realizados para a identificação do material que será utilizado para o
aterramento que ocorrerá naquele terreno, por meio da seleção de uma quantidade de terra
analisada pelos equipamentos topográficos.

D) Referem-se a estudos realizados com a utilização de equipamentos específicos para a


identificação de distâncias, contorno e acidentes geográficos de uma porção de terra,
considerada como superfície plana.

E) Referem-se à planta baixa do terreno, mostrando onde estão localizadas as árvores que não
poderão ser cortadas; essas árvores são identificadas pela análise do terreno realizada com os
equipamentos topográficos.

Gab D = Referem-se a estudos realizados com a utilização de equipamentos


específicos para identificação de distâncias, contorno e acidentes
geográficos de uma porção de terra, considerada como superfície plana. Os
projetos que mostram as árvores que não poderão ser cortadas podem ser tanto
o projeto urbanístico quanto o projeto de implantação e o levantamento
topográfico não define o tipo de material que deverá ser posto dentro da
obra.
2) Existem diversos equipamentos que auxiliam a leitura de ângulos e distâncias para
elaboração de levantamentos topográficos. Dentre eles, drones e outros aeromodelos vêm
sendo muito utilizados.

Sendo assim, analise as alternativas e marque a que mostra as reais definições de drones,
VANT e RPA.

A) Drones são equipamentos que voam e que fazem levantamentos utilizando o escaneamento,
enquanto VANT e RPA utilizam a fotogrametria.

B) VANTs são equipamentos diferentes de RPAs e são utilizados com piloto remoto, muito
usados para recreação, e não precisam de autorização da ANAC.

C) RPAs são aeromodelos como o VANT, utilizados com piloto remoto, para fins comerciais, e
devem ser operados com a devida autorização da ANAC.

D) RPA precisa do auxílio de uma mira para realização de leituras de ângulos e distâncias em
razão de ser um aeromodelo incompleto.

E) Drones não são utilizados para realização de levantamentos topográficos, somente


aeromodelos como VANT e RPA são utilizados.

Gab C = RPAs são aeromodelos como o VANT, mas são utilizados com piloto
remoto, muito usados para fins comerciais, porém só podem ser operados com a
devida autorização da ANAC.
Tanto o drone como o VANT e o RPA precisam de autorizações para circulações e
realizações de trabalhos comerciais. Todos eles são veículos aéreos, sendo os
drones e o VANT veículos aéreos não tripulados, enquanto os RPAs são veículos
aéreos tripulados por conter um piloto remoto e todos podem ser utilizados
para a realização de levantamentos topográficos utilizando a fotogrametria.
3) Os teodolitos e as estações totais são equipamentos utilizados para a leitura de ângulos,
distâncias e levantamentos topográficos. Porém, eles têm a composição diferenciada de
outros tipos de equipamentos topográficos;

Sendo assim, marque a alternativa que melhor descreve a composição dos teodolitos e das
estações totais.

A) Os teodolitos são equipamentos digitais, enquanto as estações totais são equipamentos


manuais. Porém, também existem estações totais digitais cujos equipamentos ainda são
pouco utilizados.

B) Os teodolitos têm goniômetros e as estações totais não; os procedimentos de ambos os


equipamentos são realizados de formas totalmente iguais.

C) Os teodolitos têm computadores portáteis e as estações totais também, não havendo


diferença entre esses equipamentos.

D) Os teodolitos são goniômetros manuais sem o computador portátil, já as estações totais são
compostas por goniômetros e distanciômetro digital com computador portátil; ambos são
fixados sobre tripés.

E) Os teodolitos são compostos por distanciômetro digital fixado sob tripés e as estações totais
também têm esse distanciômetro digital, devendo ser fixadas sob bancadas.

ex 3 Gab D = Os teodolitos são goniômetros manuais, não tendo computador


portátil, e as estações totais são compostas por goniômetros e
distanciômetro digital, tendo um computador portátil.
Ambos os equipamentos são fixados sobre tripés.
Teodolitos têm órgão visor denominado luneta, que tem em suas lentes um
retículo no qual são timbrados os fios estadimétricos.
Os teodolitos, assim como as estações totais, precisam ser fixados aos
órgãos de fixação denominado tripé, por meio do parafuso de fixação antes do
procedimento de centragem.
4) Em razão do avanço tecnológico, surgiram equipamentos mais rápidos ao fazerem
levantamentos topográficos, realizando leitura de ângulos e distância entre pontos de
porções de terra de forma eficaz. Porém, cada equipamento apresenta também desafios.

Sendo assim, marque a alternativa que mostra as dificuldades entre os levantamentos feitos
por drone, VANT e RPA.

A) O acesso ao espaço aéreo pode ser feito conforme preferir o usuário do equipamento,
independentemente de autorização para usar o espaço aéreo brasileiro.

B) O VANT pode ter falhas relacionadas ao cobrimento das imagens e faixas pela instabilidade
de sua plataforma.

C) Os pilotos de VANT e RPA precisam ser devidamente qualificados, além disso, esses
aeromodelos não passam por aterrisagem e decolagem.

D) O VANT pode resultar em inexatidão de parâmetros de posicionamento e orientação de fotos


em razão do uso de sistemas apropriados e de alto custo.

E) A altitude atingida por drone, VANT e RPA ao realizarem o levantamento não interfere nos
resultados das captações de suas imagens.

ex 4 Gab B = O VANT pode ter falhas relacionadas ao cobrimento das imagens e


faixas pela instabilidade de sua plataforma durante o voo fotogramétrico,
trazendo inexatidão de parâmetros das imagens em razão do uso de sistemas
inapropriados compactos e de baixo custo.
O acesso ao espaço aéreo deve ser feito de forma regulamentada pelo usuário
do equipamento para não invadir espaços aéreos onde estejam circulando outros
tipos de aeronaves, evitando, assim, acidentes, além de que a autorização
deve ser devidamente expressa para utilizar o espaço aéreo brasileiro.
Além disso, a altitude atingida por drone, VANT e RPA, caso seja baixa, pode
sim interferir nos resultados dos levantamentos.
Os pilotos de VANT e RPA precisam ser devidamente qualificados, pois esses
aeromodelos realizam aterrisagem e decolagem.
5) Todo equipamento precisa de manutenção. Em equipamentos topográficos, as calibrações
devem ser realizadas periodicamente, ou assim que o usuário constatar necessidade por
identificar erros de leituras entre a medida real e a medida feita.

Sendo assim, marque a alternativa que mostra os conceitos básicos de calibração.

A) Calibração é um conjunto de procedimentos realizados ao encher os equipamentos com ar,


por meio disso, os equipamentos ficam devidamente calibrados e prontos para utilização.

B) Calibração é um conjunto de procedimentos realizados nos equipamentos topográficos


independentes de normas, por isso cada laboratório autorizado pelo Inmetro tem um tipo de
procedimento.

C) Calibração é um conjunto de procedimentos realizados nos equipamentos topográficos para


revisar problemas relacionados às avarias causadas nos equipamentos em razão das
utilizações feitas de forma equivocada.

D) Calibração é um conjunto de procedimentos de limpeza periódica do equipamento decorrente


do acúmulo de poeiras que ocorre em razão de o equipamento ser fixado em solos para
utilização.

E) Calibração é um conjunto de procedimentos realizados em laboratórios liberados pelo


Inmetro utilizando normas específicas em testes de temperatura e medições comparativas em
campo e em laboratório.

ex 5 Gab E = Calibração é um conjunto de procedimentos realizados em


laboratórios liberados pelo Inmetro e que seguem normas específicas para a
realização de testes de temperatura, testes de medição comparativas tanto em
campo quanto em laboratório.
A revisão do equipamento quanto às avarias é importante, entretanto, trata-
se de manutenção periódica de limpeza.
_1.2_ Na prática
O levantamento topográfico é feito para conseguir o posicionamento e a leitura de ângulos e
distâncias com resultados da forma mais precisa possível, por isso, é importante que a limpeza e a
manutenção dos equipamentos topográficos estejam sempre em dia, para que os resultados sejam
confiáveis, além de ser importante conhecer cada equipamento detalhadamente.

Veja uma situação que demonstra como utilizar uma luneta topográfica com o auxílio de uma mira.
_1.2_ Saiba +

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Topografia
Este artigo mostra uma explicação generalizada sobre topografia, equipamentos para
levantamentos topográficos e definições comuns utilizadas em levantamentos topográficos.

http://www.gpeas.ufc.br/disc/topo/apost01.pdf ´pdf 59p

Levantamento topográfico
Este vídeo mostra a explicação passo a passo da utilização de um teodolito para realização de
levantamento topográfico.
https://youtu.be/RlYTNsmZefY 7 min

Como calibrar o prumo do seu bastão de topografia no seu


próprio escritório
Este vídeo mostra a explicação sobre nivelamento, aferimento e calibração de prumo topográfico
para realização de levantamentos topográficos.

https://youtu.be/eBiikPLyeHk 3 min

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS


AECWEB. Calibração de equipamentos topográficos gera eficiência em campo. Disponível em:
https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/calibracao-de-equipamentos-topograficos-geraeficiencia-
em-campo_15891_10_22. Acesso em: 25 dez. 2019.
CONSIDERAÇÕES sobre a instrumentação topográfica. Disponível em: http://
www.cartografica.ufpr.br/docs/Pedro/Apostila%20de%20Instrumenta%C3%A7%C3%A3o%2
0Topogr%C3%A1fica_2011_Aluno.pdf. Acesso em: 8 jan. 2020.
CONSTRUDEIA.COM. Mira. Disponível em: https://www.construdeia.com/mira/. Acesso em: 25
dez. 2019.
FAGGION, P. Considerações sobre a instrumentação topográfica. Disponível em: http://
www.cartografica.ufpr.br/docs/Pedro/Apostila%20de%20Instrumenta%C3%A7%C3%A3o%2
0Topogr%C3%A1fica_2011_Aluno.pdf. Acesso em: 8 jan. 2020.
SANTIAGO; CINTRA. O que é um levantamento topográfico e por que ele é importante? Disponível
em: https://www.santiagoecintra.com.br/blog/geo-tecnologias/o-que-e-umlevantamento-
topografico-e-por-que-ele-e-importantey. Acesso em: 23 dez. 2019.
VEIGA et al. 1 fotografía. Disponível em: http://publica.sagah.com.br/publicador/
comentarios/431952-1578936672.png. Acesso em: 13 jan.2020.
Aula 2.1
TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO - A (2024.FEV)
1.1 - Introdução aos trabalhos topográficos
1.2 - Instrumentos de medição
2.1 - Conceitos fundamentais de topografia I
2.2 - Conceitos fundamentais de topografia II
3.1 - Conceitos e noções de Cartografia
3.2 - Cartografia: interpretação e estudos da base cartográfica
4.1 - Introdução ao Geoprocessamento
4.2 - Sistema de posicionamento global (GPS)
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Conceitos básicos de sensoriamento remoto e geoprocessamento
__ C.2 Sistema de coleta de dados e fontes de obtenção de dados espaciais
__ C.3 Sistemas de informações geográficas, dados de entrada e avaliação dos
resultados
__ C.4 Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos
e demandas ambientais

Conceitos fundamentais de topografia I


_2.1_
Apresentação
Como definição, topografia vem da derivação de duas palavras gregas, "Topos", que significa lugar e
"graphen", que significa descrever. Ou seja, topografia, nada mais é que a descrição de um lugar.
Por definição é um conjunto de princípios e métodos, com a utilização de aparelhos e convenções
para determinar contornos, dimensões e posição de uma faixa da superfície terrestre. Tem como
finalidade, então, determinar as dimensões e contornos da superfície da Terra, não considerando a
sua curvatura - medindo então, distâncias, direções e altitudes.

Nesta Unidade de Aprendizagem você verá uma introdução à topografia, com os conceitos
essenciais, considerando sempre seu principal objetivos: obtenção da planta topográfica através de
levantamentos topográficos.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Explicar os conceitos fundamentais da topografia.


• Relacionar os objetivos da topografia com os objetivos das subdivisões desta ciência.
• Reconhecer as aplicações da topografia em diferentes áreas.

elm = Avaliação da aula. Regular. Assinalada opções: - Precisei pesquisar mais; - Conteúdo
Livro difícil (qdo assinala <regular, só há opções para assinalar) Mais: Vídeo conteúdo
ruim.
_2.1_ Desafio
Você está em um grande deserto durante o dia, como, por exemplo, o Deserto do Saara. Você
dispõe apenas de um mapa bem abrangente onde marca a sua posição, aparece a localização da
base de resgate e a direção norte. Se você ficar parado esperando o resgate, não sobreviverá até o
anoitecer. Como você fará para seguir na direção correta da base de resgate com apenas este
mapa?

elm = Observando a direção do movimento do sol (via minha sombra ou de um objeto fincado no
solo), constatar a direção leste - oeste e, na direção perpendicular, o norte. Posicionar o
mapa de modo que o norte do mapa coincida com o norte constadado pelo sol, e seguir na
direção da base.
Obs.: dado bizarro neste desafio - minha posição marcada no mapa (se eu consegui fazer isso,
provavelmente já saberia a direção norte).

Padrão de resposta esperado


Primeiro você deve ficar parado por alguns minutos observando sua sombra e
buscando identificar asdireções leste-oeste (podendo marcar no solo as
referências). Após, direcione o braço direito para o leste eo esquerdo para
oeste, e o norte estará à sua frente. Marque a direção do norte em relação à
posição da base de resgate e tome o rumo.
Neste caso, o sol é um grande amigo no deserto!
OBS.: Marque algum referencial fixo e a cada referencial alcançado faça
novamente o procedimento.
_2.1_ Infográfico
As definições para a ciência topográfica na literatura estão direcionadas para explicar seu principal
objetivo, que é a obtenção da planta topográfica. Além disso, são de grande importância as
aplicações da topografia para a locação, execução e controle de projetos e estruturas de
engenharia.

Neste infográfico, você verá a diferença entre topologia, topometria, com a definição gráfica de
planimetria, atimetria e planialtimetria.

TOPOGRAFIA:
> TOPOLOGIA
> TOPOMETRIA
> PLANIMETRIA
> ALTIMETRIA
> PLANIALTIMETRIA
_2.1_ Conteúdo do livro
No capítulo Conceitos Fundamentais de Topografia I base teorica desta Unidade de Aprendizagem,
você poderá se aprofundar neste tema.

Boa leitura.
elm = parece cópia integral do Tuler 2014, p. 16 a 23
(uma vergonha).

UNIDADE 1
Conceitos fundamentais
de topografia I
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Explicar os conceitos fundamentais da topografia.


 Relacionar os objetivos da topografia com os objetivos das subdivisões
desta ciência.
 Reconhecer as aplicações da topografia em diferentes áreas.

Introdução
Neste texto, você vai aprender os conceitos essenciais da topografia, bem
como estudar a obtenção da planta topográfica por meio de levanta-
mentos topográficos, além de conhecer as subdivisões da topografia.

Conceitos fundamentais de topografia


As definições para a ciência topográfica na literatura estão direcionadas para
explicar seu principal objetivo, que é a obtenção da planta topográfica. Para
obter a planta topográfica, executam-se os levantamentos topográficos.
De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (1996, p. 3), o
levantamento topográfico é definido como:

Conjunto de métodos e processos que, por meio de medições de ângulos


horizontais e verticais, de distâncias horizontais, verticais e inclinadas, com
instrumental adequado à exatidão pretendida, primordialmente, implanta
e materializa pontos de apoio no terreno, determinando suas coordenadas
topográficas. A estes pontos se relacionam os pontos de detalhe visando
16 Conceitos fundamentais de topografia I

a sua exata representação planimétrica numa escala pré-determinada e


à sua representação altimétrica por intermédio de curvas de nível, com
equidistância também predeterminada e/ou pontos cotados.

Você deve estar atento às aplicações topográficas para a locação, a execução e o


controle de projetos e estruturas de engenharia.

Divisão da topografia
O estudo da topografia se divide em topometria e topologia.
A topometria (do grego, topos – lugar – e metron – medida) trata dos
métodos e instrumentos para avaliação de grandezas (lineares e/ou angulares)
que definem os pontos topográficos, considerando os planos horizontais e
verticais. Um ponto topográfico é o ponto do terreno que serve de apoio
para a execução das medidas lineares e angulares, além de contribuir para a
representação desse espaço e dos acidentes a serem cadastrados. A topometria
se subdivide em:
Planimetria: estuda os procedimentos, métodos e instrumentos de medida
de ângulos e distâncias, considerando um plano horizontal.
Altimetria: estuda os procedimentos, métodos e instrumentos de distâncias
verticais ou diferenças de níveis e ângulos verticais. Para isso executa-se o
nivelamento.
Planialtimetria: aplica técnicas da planimetria e altimetria para construção
da planta com curvas de nível.
A topometria pode ser executada com dois tipos de equipamentos:

a) Equipamentos sobre a superfície terrestre

Pode-se executar, por exemplo, operações planimétricas e altimétricas


separadamente, ou em conjunto, pelo processo denominado taqueometria.
Mais recentemente, começou-se a utilizar aparelhos eletrônicos. Também
Conceitos fundamentais de topografia I 17

participam dessa classe os trabalhos de imageamento terrestre (scanner laser


e fotogrametria terrestre).

Do grego takhys (rápido) e metrum (medida), a taqueometria refere-se a levantamentos


topográficos planialtimétricos (LOCH; CORDINI, 1995).

b) Equipamentos acima da superfície terrestre

As técnicas que participam desta categoria são aquelas que modernizaram


alguns processos da topografia. Pode-se subdividi-las em:

 técnicas de sensoriamento remoto (SR), como, por exemplo, a fotogra-


metria aérea, utilizando fotografias aéreas, e o SR orbital, utilizando
imagens digitais; e
 técnicas de posicionamento por satélites artificiais, como, por exem-
plo, o rastreio de satélites dos sistemas GPS e GLONASS.

Sensoriamento remoto é a aquisição de informações sobre um objeto sem que haja


qualquer contato físico (SIMONETT, 1983).

A topologia (do grego, topos – lugar – e logos – tratado) cuida do estudo


das formas do relevo. É dirigida para a representação e a interpretação de
uma planta do relevo do terreno, por meio dos pontos cotados, das curvas
de nível ou de modelos em perspectiva. Atualmente, com a obtenção digital
da altimetria, aplica-se interpoladores com software de MDTs (Modeladores
Digitais de Terreno), possibilitando análises geomorfológicas mais apuradas
junto à área de interesse. Por exemplo, a geomorfologia pode condicionar a
ocorrência de escorregamentos em função dos parâmetros morfométricos,
18 Conceitos fundamentais de topografia I

com destaque para a forma e a orientação das encostas, a declividade e a


altimetria do terreno.

Importância e aplicações
Se a ciência é um conjunto de conhecimentos e princípios objetivos e siste-
máticos de um fenômeno qualquer, a topografia é uma ciência, pois se guia
por um conjunto de princípios e métodos científicos para permitir que as
pessoas realizem seu trabalho de forma mais eficiente. Se arte é a capacidade
de realização para obter um resultado desejado, aplicando conhecimento e
habilidades, a topografia também é uma arte, pois, em muitos casos, a criati-
vidade e a execução apropriada dos princípios e conhecimentos contribuem
para obter as metas desejadas. A topografia é, ainda, uma técnica, pois é um
conjunto de procedimentos e métodos.
É indiscutível a importância da topografia para a engenharia. Para concep-
ção de qualquer obra de engenharia, bem como para sua futura implantação, é
fundamental o conhecimento dos elementos naturais e artificiais que a cercam.
Logo, a planta topográfica é a primeira e insubstituível “ferramenta” para a
implantação de projetos de engenharia.
A seguir, você vai conhecer as várias áreas da engenharia que utilizam a
topografia (Figuras 1 a 5).
Construção civil: edificações de modo geral (locações prediais, rodovias,
ferrovias, pontes, viadutos, túneis, barragens).

Figura 1. Aplicações da topografia: locação de estradas.


Fonte: Tuler e Saraiva (2014).
Conceitos fundamentais de topografia I 19

Urbanismo: levantamentos para planejamento de cidades (zoneamentos),


loteamentos, cadastros imobiliários urbanos, inventários, parcelamento de
glebas rurais, etc.
Saúde, saneamento e meio ambiente: levantamentos para planejamento e
construções de adutoras e estações de tratamento d’água e de esgoto, plantas
topográficas para estudos da hidrologia, redes de abastecimento de água e
esgotos, construção e controle de aterros sanitários, mapeamento e identificação
de zoonoses, inventários em geral, etc.
Vias de comunicação: levantamentos para o planejamento viário e locação
de sistemas viários (rodovias, ferrovias, hidrovias, dutovias, aerovias), locação
de interseções viárias, levantamentos cadastrais de vias urbanas para análi-
ses na área de transporte e tráfego, estudos hidrográficos para o transporte
marítimo, balizamento marítimo, locação da posição de aeroportos para a
navegação aérea, implantação de linhas de redes elétricas e de telecomunicação,
levantamento e cadastro para projetos de dutovias (minerioduto, gasoduto), etc.

Figura 2. Aplicações da topografia: mineração.


Fonte: Tuler e Saraiva (2014).

Geologia, geotecnia e mineração: definição de aspectos geológicos (em


campo ou por meio da planta topográfica), definição e demarcação de jazidas,
levantamento de azimute e ângulo de inclinação de estruturas rochosas, cálculos
de volumes de rochas à detonação, demarcação de áreas de risco, inventário de
sítios arqueológicos, locação de fundações e poços piziométricos, locação de
frentes de lavra, determinação de volumes em geral, controle do assoreamento
de barragens, locação de banquetas de lavra, etc.
Ciências florestais e agrárias: levantamentos para o gerenciamento
e controle de reflorestamento, cadastros florestais, projetos de irrigação e
drenagem, inventários para o controle de safras, divisão de glebas rurais,
georreferenciamento de imóveis rurais, agricultura de precisão, etc.
20 Conceitos fundamentais de topografia I

Área industrial: apoio nas avaliações geométricas de alinhamentos e


nivelamentos de estruturas, máquinas e equipamentos mecânicos, definição
de eixos de peças mecânicas, locação de estruturas industriais, apoio em
operações corretivas em estruturas, máquinas e equipamentos, controles de
recalques de estruturas, etc.

Figura 3. Aplicações da topografia: terraplenagem.


Fonte: Tuler e Saraiva (2014).

Figura 4. Aplicações da topografia: georreferenciamento de imóveis rurais.


Fonte: Tuler e Saraiva (2014).
Conceitos fundamentais de topografia I 21

Figura 5. Aplicações da topografia: industrial.


Fonte: Tuler e Saraiva (2014).

Defesa nacional: reconhecimento e exploração de áreas, estratégias e


simulações, levantamentos e demarcações de divisas, controle de zoonoses,
proteção de fauna e flora, georreferenciamento na detecção de incêndios, etc.

Profissionais que atuam com topografia


Antes você foi apresentado a várias atividades em que a topografia auxilia
obras de engenharia. Entre os profissionais formados que já tiveram a disciplina
de topografia em suas grades curriculares, tanto em nível técnico quanto de
graduação, pode-se citar:

 Técnicos: agrimensura, geomática, geoprocessamento, estradas, trans-


portes e trânsito, edificações, mecânica, meio ambiente, etc.
 Graduação: engenharia de agrimensura, engenharia cartográfica,
engenharia civil, arquitetura e urbanismo, geologia, engenharia de
minas, geografia, engenharia ambiental, agronomia, etc.

É um conteúdo básico com importância curricular mais abrangente nos


currículos de técnicos e engenheiros de agrimensura e cartografia e correlatos.
Em cargas horárias específicas da disciplina de Topografia, por exemplo,
citam-se dois cursos técnicos e dois de graduação (Quadro 1). Dessa análise,
excluem-se conteúdos correlatos como geodésia, cartografia, geoprocessa-
22 Conceitos fundamentais de topografia I

mento, astronomia, ajustamento de observações, projeto de estradas, entre


outros.
Nas atividades de agrimensura e topografia, os profissionais buscam co-
nhecer e representar um espaço a ser ocupado por uma obra de engenharia.
Para isso, lançam-se à construção de um mapeamento dessa localidade. Nesse
processo, estão envolvidas técnicas de medição (topografia), processamento,
armazenamento, representação e análise de dados. Você também poderá ana-
lisar fenômenos e fatos pertinentes a diversos campos científicos associados
a esse mapeamento.
Caracterizando a medição (o levantamento topográfico), caberá a esse
profissional a decisão dos métodos (poligonação, nivelamento trigonométrico,
stop and go, etc.) e dos instrumentos de campo e de escritório – hardware e
software (uso de estação total, GPS, software específicos de processamento
dos dados de campo, etc.), em busca de atendimento à precisão definida para
o trabalho.
Entre as várias atividades do profissional que atua com topografia, você
pode encontrar: cadastro técnico multifinalitário, loteamentos, projetos fun-
diários, divisão e demarcação de terras, projetos e locações de rodovias e
ferrovias, projetos de abastecimento de água, irrigação e drenagem, e metro-
logia dimensional, dentre outras aplicações já listadas na seção “Importância
e Aplicações”.
Conceitos fundamentais de topografia I 23

Quadro 1. Conteúdos de Topografia em alguns cursos técnicos e de graduação.

Carga
horária
Curso Instituição Nome das disciplinas (horas)

Técnico de IFET-ES Topografia I – Teórica 36


geoprocessamento
Topografia I – Prática 60
Topografia II – Teórica 48
Topografia II – Prática 48
Topografia III – Automação 48
Topografia IV 36
Total 276
Técnico de estradas CEFET-MG Topografia I – Teórica 36
Topografia Teórica 80
Topografia Prática 120
Desenho Topográfico 80
Total 280
Engenharia de UFV Topografia I 60
agrimensura e
Topografia II 60
cartográfica
Topografia Digital 30
Topografia III 60
Desenho Topográfico 30
Digital
Avaliação Técnica de 45
Instrumentos Topográficos
Total 285
Engenharia UERJ Topografia Básica 120
cartográfica
Levantamentos 120
Topográficos
Total 240

Fonte: Adaptada de Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (c2013), Instituto Federal
do Espírito Santo (c2009), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (c2007) e Universidade Federal
de Viçosa (2013).
Conceitos fundamentais de topografia I 24

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 13133:1994 Versão


Corrigida: 1996. Execução de levantamento topográfico. Rio de Janeiro: ABNT, 1996.
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS. Curso técnico
em estradas. Belo Horizonte: CEFET-MG, c2013. Disponível em: <http://www.cefetmg.
br/site/edu_profissional/aux/cursos/estradas.html>. Acesso em: 19 jun. 2013
LOCH, C.; CORDINI, J. Topografia contemporânea: planimetria. Florianópolis: UFSC, 1995.
SIMONETT, D. S. The development and principles of remote sensing. In: SIMONETT,
D. S. Manual of remote sensing. Falls Church: American Society of Photogrammetry,
1983. v. 1
TULER, M.; SARAIVA, S. Fundamentos de topografia. Porto Alegre: Bookman, 2014.
_2.1_ Dica do professor
Saber os conceitos fundamentais da topografia é importante para saber quais as divisões e
objetivos dessa ciência. A topografia tem como principal finalidade a representação da cartografia
do terreno através de curvas de nível. É a base para qualquer projeto e para qualquer obra realizada
na engenharia de construção. O profissional da construção utiliza a topografia para levantar
informações de terrenos, fundamentais para garantir a execução de bons projetos.

Nesta Dica do Professor você verá um resumo dos conceitos fundamentais da topografia.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/
cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/62e66e391dc888bfa98400625bad74f6

3min
_2.1_ Exercícios
1) __________ é definido como o conjunto de métodos e processos que, através de medições de
ângulos horizontais e verticais, de distâncias horizontais, verticais e inclinadas, com
instrumental adequado à exatidão pretendida, primordialmente, implanta e materializa
pontos de apoio no terreno, determinando suas coordenadas topográficas. Entre as
alternativas a baixo, qual completa o parágrafo?

A) Fotogrametria

B) Hidrografia

C) Levantamento topográfico

D) Cartografia

E) Topografia

A err = Fotogrametria consiste na medição das distâncias e dimensões reais


de objetos pelo uso da fotografia. Por meio de fotografias pode-se fazer o
levantamento da topografia local e da altimetria.

B err = Hidrografia: denominação à descrição de oceanos e rios, levantamento


do relevo submerso, definição de rotas, inventário e cadastro de costas e
ilhas, etc.

Gab C = O LEVANTAMENTO TOPOGRÁFICO é definido como o conjunto de métodos e


processos que, através de medições de ângulos horizontais e verticais, de
distâncias horizontais, verticais e inclinadas, com instrumental adequado à
exatidão pretendida, primordialmente, implanta e materializa pontos de apoio
no terreno, determinando suas coordenadas topográficas.

D err = A cartografia trata da representação cartográfica, em um plano


horizontal, de uma extensa área terrestre.

E err = Topografia é a ciência baseada na geometria e na trigonometria


plana, que utiliza medidas horizontais e verticais para obter a
representação em projeção ortogonal sobre um plano de referência, dos pontos
capazes de definir a forma, a dimensão e os acidentes naturais e artificiais
de uma porção limitada do terreno.
2) Sabe-se que a topografia está dentro do contexto de uma ciência mais ampla, chamada de
Geomática que, por sua vez, consiste em atividades que integram todos os meios que são
utilizados para o gerenciamento dos dados que são essenciais à operações, principalmente
científicas.

A partir do pressuposto, a topografia pode ser dividida em:

A) Topometria e topologia.

B) Planimetria e altimetria

C) Topologia e altimetria

D) Planialtimetria, altimetria e topometria

E) Topologia, topometria e taqueografia.

Gab A = A topometria (do grego, topos – lugar – e metron – medida) trata dos
métodos e instrumentos para avaliação de grandezas (lineares e/ou angulares)
que definem os pontos topográficos, considerando os planos horizontal e
vertical.
A topologia cuida do estudo das formas do relevo. É dirigida para a
representação e interpretação de uma planta do relevo do terreno, por meio
dos pontos cotados, das curvas de nível ou dos modelos em perspectiva.

B err = Planimetria e altimetria são divisões da topometria.

C err = Topologia é sim uma divisão da topografia, mas altimetria é uma


divisão da topometria.

D err = Planialmetria e altimetria são divisões da topometria.

E err = Topometria e topologia são divisões da topografia, mas taqueografia


não. Taqueografia refere-se a levantamentos topográficos planialtimétricos.
3) Sabe-se que, a topografia pode ser dividida em Topometria e Topologia. A primeira é a parte
dos métodos de medição planimétricas e altimétricas. A segunda, tem como objetivo a
representação do terreno em curvas de nível. Uma outra divisão que é utilizada na
topografia é a Planimetria e Altimetria. A partir disso, o que a Altimetria estuda?

A) A altimetria estuda os procedimentos, métodos e instrumentos de medida de ângulos e


distâncias, considerando um plano horizontal.

B) A altimetria estuda e representação local com base na geometria e na trigonometria plana.

C) A altimetria estuda o formato da Terra.

D) A altimetria estuda e representação cartográfica, em um plano horizontal.

E) Altimetria estuda os procedimentos, métodos e instrumentos de distâncias verticais ou


diferenças de níveis e ângulos verticais. Para isso, executa-se o nivelamento

A err = A planimetria estuda os procedimentos, métodos e instrumentos de


medida de ângulos e distâncias, considerando um plano horizontal.

B err = A topografia busca representar um local com base na geometria e na


trigonometria plana.

C err = A geodésia que estuda o formato da terra.

D err = A cartografia trata da representação cartográfica, em um plano


horizontal, de uma extensa área terrestre.

Gab E = A topometria divide-se em planimetria, altimetria e planialtimetria.


4) Entre as alternativas abaixo, qual contém apenas equipamentos para executar a topometria
acima da superfície da Terra.

A) Fotogrametria aérea e sistemas de GPS e GLONASS.

B) Scanner Laser e GPS.

C) Estação Total e teodolito.

D) Nível eletrônico e fotogrametria aérea.

E) Estação Total e GPS.

Gab A = Fotogrametria aérea e sistemas de GPS e GLONASS são equipamentos


utilizados para executar a topometria acima da superfície da Terra.

B err = Scanner laser é um equipamento para executar a topologia na


superfície da Terra.

C err = Esses equipamentos são utilizados para executar a topometria na


superfície da Terra.

D err = Nível eletrônico é um equipamento utilizado para executar a


topometria na superfície da Terra.

E err = Estação total é um equipamento para executar a topometria na


superfície da Terra.
5) Sabe-se que, a topografia pode ser dividida em Topometria e Topologia. A primeira é a parte
dos métodos de medição planimétricas e altimétricas. A segunda, tem como objetivo a
representação do terreno em curvas de nível. Uma outra divisão que é utilizada na
topografia é a Planimetria e Altimetria. A partir das definições, como podemos dividir a
topometria?

A) Planimetria e taqueometria.

B) Planialtimetria, altimetria e planimetria.

C) Aéreo fotogrametria e altimetria.

D) Topografia e geodésia.

E) Taqueometria e topografia.

A err = Taqueometria é o processo para os levantamentos planialtimétricos.

Gab B = A topometria divide-se em planialtimetria, altimetria e planimetria.

C err = Aéreo fotogrametria é um processo para levantamentos topográficos


acima da superfície da Terra.

D err = A geodésia é a ciência que estuda o formato da terra.


Topografia é a ciência baseada na geometria e na trigonometria plana que
utiliza medidas horizontais e verticais para obter a representação em
projeção ortogonal sobre um plano de referência, dos pontos capazes de
definir a forma, a dimensão e os acidentes naturais e artificiais de uma
porção limitada do terreno.

E err = Taqueometria é o processo para os levantamentos planialtimétricos.


Topografia é a ciência baseada na geometria e na trigonometria plana que
utiliza medidas horizontais e verticais para obter a representação em
projeção ortogonal sobre um plano de referência, dos pontos capazes de
definir a forma, a dimensão e os acidentes naturais e artificiais de uma
porção limitada do terreno.
_2.1_ Na prática
Você já conhece a utilização da topografia para uso civil, como na construção por exemplo, mas,
você sabia que a topografia tem vital importância nos combates durante um conflito, seja em
terreno amigo ou inimigo?

Neste Na Prática você verá a importância da topografia para o avanço de tropas em guerras e a
posterior aplicação das cartas topográficas utilizadas no conflito.
_2.1_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Topografia Aplicada
Veja neste livro um pouco mais sobre as aplicações da topografia na construção civil e na
navegação em geral;

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!


elm = livro Sagah, capa e ficha
catalográfca vazias... Uma vergonha!

Carta imagem: Cassilândia.


Veja um exemplo de uma carta imagem, obtida a partir de imagens aéreas, que ajudam a
topografia no seu trabalho, na projeção universal transversa de Mercator

https://geoftp.ibge.gov.br/imagens_do_territorio/imagens_corrigidas/cartas_imagem/bc100//
Cassilandia_2481CIedt.pdf

Construção de cartas-imagem: uma proposta didática.


Neste artigo você verá mais um pouco sobre as técnicas e formas de construção de cartas imagens.
http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/geografia/article/viewFile/6657/6005

pdf 11p

Exemplo de construção de carta topográfica.


Neste site, você verá diversos exemplos de construção de cartas topográficas a título didático

http://geodescobertas.blogspot.com/2012_02_01_archive.html
Aula 2.2
TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO - A (2024.FEV)
1.1 - Introdução aos trabalhos topográficos
1.2 - Instrumentos de medição
2.1 - Conceitos fundamentais de topografia I
2.2 - Conceitos fundamentais de topografia II
3.1 - Conceitos e noções de Cartografia
3.2 - Cartografia: interpretação e estudos da base cartográfica
4.1 - Introdução ao Geoprocessamento
4.2 - Sistema de posicionamento global (GPS)
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Conceitos básicos de sensoriamento remoto e geoprocessamento
__ C.2 Sistema de coleta de dados e fontes de obtenção de dados espaciais
__ C.3 Sistemas de informações geográficas, dados de entrada e avaliação dos
resultados
__ C.4 Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos
e demandas ambientais

Conceitos fundamentais de topografia II


_2.2_
Apresentação
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai saber exatamente quais as possibilidades de aplicação
da topografia e dos profissionais da área, considerando a diferença da formação técnica e da
graduação.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar as principais aplicações e os profissionais atuantes da topografia.


• Reconhecer as principais disciplinas que estão presentes no estudo da topografia e em quais
tipos de cursos.
• Justificar a importância do estudo topográfico para a engenharia.

elm = Avaliação da aula. Ruim. Assinalada opções: - Unidade não agregou conhecimento. (qdo
assinala <regular, só há opções para assinalar) Mais: Vídeo conteúdo ruim.
_2.2_ Desafio
O lixo que sai de sua casa deveria (ou seria mais adequado) ir para um aterro de lixo controlado,
embora nem sempre é assim. Suponha que em sua cidade exista um aterro sanitário. A prefeitura
local está fiscalizando e precisa saber o quanto de lixo compactado no aterro está chegando
semanalmente.

- Como você fará a medição semanalmente do volume de lixo que está chegando da cidade para o
aterro?

- Quais equipamentos poderão ser utilizados? Qual o tipo de levantamento topográfico poderá ser
feito?

- Para verificar a capacidade total do aterro sanitário, que volumes seriam necessários para o
cálculo?

Você pode iniciar pesquisando sobre os equipamentos de medição em superfície.

elm = a) pode estimar com o número de caminhões que chegam ou, após descarregar, medir o
volume acumulado no fim do dia (acréscimo do volume do material que chegou) ;
b) Pode ser teodolito ou estação total, talvez com trena seja possível também. O
levantamento topográfico deve ser do aumento de lixo que chegou durante o dia ;
c) Volume total para o qual o aterro foi projetado e o volume acumulado desde o início da
operação do aterro. Quando o volume acumulado atinge o projetado, capaciadade esgota-se.

Padrão de resposta esperado


A medição semanal será obtida através de levantamentos topográficos.
Poderá ser utilizado equipamentos taqueométricos, ou seja, de superfície,
como estação total, níveis e teodolitos; ou de sensoriamento remoto, desde
que atendam a margem de erro e a velocidade necessária para a conclusão do
serviço suficiente para o monitoramento adequado.
O levantamento mais adequado será o planialtimétrico utilizando sempre a
mesma base de referência.
Quanto a capacidade total, deverá-se obter o levantamento topográfico
inicial do aterro, ou seja, o volumezero (V0) e o volume de projeto, ou
seja, o volume final (Vf). Assim, o volume total do terreno (Vt) é calculado
subtraindo o volume de projeto do volume inicial (Vt=Vf-V0).
_2.2_ Infográfico
Veja no esquema a seguir que tipo de profissional a topografia requer e observe um exemplo de
aplicação da topografia em uma obra (parâmetros gerais).

elm = só algumas infos, nada de gráfico; descartei e copiei as poucasi infos...

TOPOGRAFIA : importância e exemplo de aplicação

O que é? - Ciência ; - Arte ; - Técnica


Portanto, necessita de profissional especializado.

Topografia aplicada ao campo de trabalho da engenharia civil (exemplo)


> Levantamento topográfico do local da obra
> Implantação / Materialização do Projeto de engenharia
> Locação topográfica (serve para orientar a execução da obra)
_2.2_ Conteúdo do livro

Leia mais no capítulo Conceitos Fundamentais de Topografia II que faz parte do livro Topografia e
geoprocessamento e é a base teórica desta Unidade de Aprendizagem.

Boa leitura.
Conceitos fundamentais
de topografia II
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Identificar as principais aplicações e os profissionais atuantes da


topografia.
 Reconhecer as principais disciplinas que estão presentes no estudo
da topografia e em quais tipos de cursos.
 Justificar a importância do estudo topográfico para a engenharia.

Introdução
Neste capítulo, você vai saber exatamente quais as possibilidades de apli-
cação da topografia e dos profissionais da área, considerando a diferença
da formação técnica e da graduação.

Principais aplicações da topografia


A topografia esta presente há milhares de anos no desenvolvimento da civili-
zação. Ela é a ciência que determina as dimensões e o contorno da superfície
da terra, através da medição de distâncias, direções e altitudes. Devido a isso,
a topografia é considerada a base de qualquer projeto e obra de engenharia e
arquitetura, e é utilizada para a construção de edifícios, obras viárias, sistema
de água e saneamento, demarcar os limites de uma reserva florestal, quantificar
o terreno de uma fábrica, verificar os limites de um talude, projetar: estradas,
aeroportos, ferrovias, hidrovias, pontes, reservatórios, entre outras funções.
Quando se estuda a Topografia adquire-se conhecimentos necessários para
entender os métodos, e também a forma correta de utilização dos instrumentos,
que irão assegurar a correta implantação de uma obra.
Para realizar levantamentos topográficos utilizam-se princípios matemá-
ticos. A topografia é uma ciência que envolve uma gama de conhecimentos
28 Conceitos fundamentais de topografia II

trigonométricos, que permitem obter a representação gráfica da superfície


terrestre, podendo ser projetada sobre um plano horizontal (Figura 1), com
precisão e detalhes necessários para a aplicação no qual se destina.

Figura 1. Exemplo de uma planta topográfica.


Fonte: Juli Hansen/Shutterstock.com

É através dos levantamentos topográficos, que se podem relacionar entre si


as medidas de ângulos e distâncias, e a partir disso se constrói a representação
da planimetria e da altimetria.
Planimetria é um conjunto de medidas de um plano horizontal, onde se
representam as distâncias e os ângulos. Geralmente, as medidas são plotadas
como se fossem vistas de cima. Essa representação também é conhecida como
planta. Em relação às medidas altimétricas, pode-se dizer que são a represen-
tação das distâncias e dos ângulos verticais. As medidas altimétricas podem
ser representadas por curvas de nível ou superfície de nível, e serão explicadas
nos próximos capítulos. Sua representação também pode ser apresentada em
cortes, elevações ou perfis.
Conceitos fundamentais de topografia II 29

Quando se inicia o levantamento topográfico devem-se encontrar as me-


didas dos pontos e dos vértices, que devem ser relacionadas a algum ponto.
Observando a Figura 2, vê-se uma série de coordenadas de acordo com um
eixo cartesiano pré-estabelecido. Nele, observa-se que os pontos têm cotas
(dimensões) em relação a um referencial, que podem ser, tanto nos eixos X
e Y considerando-se planimetria quanto no eixo Z, que se considera cotas
altimétricas. A ideia central é relacionar os pontos P1 e P2 em relação ao
centro de coordenadas O, por exemplo: quando se observa em planta, (vista
superior), estas coordenadas são discretizadas pelos P’1 e P’2.

Figura 2. Exemplo de coordenadas em um plano


Fonte: Gonçalves et al. (2012, p. 2).

Estes pontos e distâncias podem ser obtidos a partir de diferentes métodos


de levantamentos de pontos, como o método do caminhamento e o método
da irradiação. Assim, pode-se obter uma série de linhas e ângulos que são
chamados de poligonais, que podem ser abertas ou fechadas.

Não confunda Topografia com Geodésia. Como mencionado, a topografia limita-se


a descrição de área restrita da superfície terrestre, e a geodésia preocupa-se com a
forma e dimensões da Terra.
30 Conceitos fundamentais de topografia II

Áreas que estudam a Topografia


A topografia é utilizada para diferentes atividades nas Engenharias, em algumas
atividades específicas o levantamento topográfico é muito importante, por
exemplo: Engenharia Civil, Engenharia Cartográfica, Engenharia Ambiental,
Engenharia Florestal, Engenharia de Minas, Engenharia Agrícola, Agronomia,
Arquitetura e Urbanismo. A topografia também é um estudo presente em
diferentes cursos do nível técnico, tais como: Estradas, Edificações, Mecânica,
Geoprocessamento e Hidrologia.
O conhecimento topográfico é adquirido através de disciplinas como
Topografia I e II, Computação aplicada a Topografia, Topografia aplicada à
Engenharia Civil, entre outras. Uma das finalidades desse estudo é resolver
problemas, tais como: realizar um levantamento topográfico, determinar áreas e
a obtenção de plantas planialtimétricas. Através de plantas com curvas de nível,
pode-se representar o relevo do solo com todas suas depressões e elevações.

Planialtimétrica – representação das informações planimétricas e altimétricas em


uma planta.

Importância do estudo topográfico para a


Engenharia
O planejamento da execução de alguma obra de engenharia inicia com um
levantamento planialtimétrico do terreno. Este serviço demonstra a situação do
terreno, seus declives, imperfeições, e auxilia na identificação de necessidades
de aterro ou corte, dependendo do projeto a ser executado. Com o levanta-
mento topográfico, o engenheiro pode realizar o orçamento de forma mais
precisa para averiguar se o investimento financeiro do empreendimento trará
retorno ao beneficiário, por exemplo, a construção de uma casa. O engenheiro
deve preocupar-se em planejar e adequar o projeto, a topografia do terreno
visando reduzir o custo da obra. Com as informações obtidas no levantamento
topográfico: medidas do terreno, nível em relação à rua e outras construções,
Conceitos fundamentais de topografia II 31

alinhamento dos muros e meio fios, o engenheiro conseguirá elaborar um


projeto de forma econômica e pertinente ao terreno analisado.
Esse estudo preliminar da topografia evita que ocorra o retrabalho e erros na
execução do projeto, pois o esquadro da obra, locação dos furos de sondagem,
pilares e estacas, depende de um levantamento topográfico bem executado.
Para realizar o serviço topográfico, o engenheiro utiliza-se de instrumentos
eletrônicos que medem e registram as distâncias automaticamente como um
GPS (Sistema de posicionamento global), ou Hodômetro, MED (Medidores
eletrônicos de distância). Para leituras manuais existem equipamentos como
teodolitos e estações totais.
Teodolitos são instrumentos que servem para mensuração de distâncias
e ângulos verticais com grande precisão (Figura 3A). A estação total é evo-
lução do teodolito (Figura 3B). Esse tipo de equipamento possui um sistema
eletrônico que permite a realização de cálculos no seu visor, e sua precisão
é bem maior que a do teodolito, podendo medir distâncias com precisão de
aproximadamente de 0,1 mm.

A) B)

Figura 3. A) Teodolito. B) Estação total.

Para mais exemplos de Planimetria, acesse o link:

https://goo.gl/mgUv5d

https://www.ufrgs.br/igeo/departamentos/geodesia/trabalhosdidaticos/
Topografia_IProfa_%20Andrea_Jelinek/Teoria/Planimetria.pdf
32 Conceitos fundamentais de topografia II

Um exemplo prático de quanto é importante um estudo topográfico, é o caso das


marcações das fundações de um prédio, se as cotas forem mal alocadas, as fundações,
que podem ser sapatas ou estacas profundas estarão fora do esquadro, ocasionando
desta forma a necessidade de alterações substanciais no prédio inteiro, causando um
impacto no orçamento final, pois o projeto estrutural deverá ser recalculado para as
novas condições de fundações e descarregamento das cargas no solo, Além de que,
podem ocorrer transtornos na alocação de vagas no estacionamento, pois geralmente
as vagas são distribuídas de acordo com o espaço físico. Sabe-se que um apartamento
com uma vaga para carro pode ter seu valor aumentado, em determinado casos, em
mais de 25% de seu valor final.

1. Qual desses destes atributos b) Engenharia Civil.


a topografia não pode ser c) Cartografia.
inserida? d) Ciências Agrárias.
a) Topografia é uma arte. e) Direito.
b) A topografia é uma técnica. 3. Em qual desses projetos de
c) Topografia é uma ciência, pois engenharia, não seria necessário um
é um conjunto de princípios levantamento topográfico?
objetivos e métodos científicos a) Projeto de uma nova rodovia.
permitindo que as pessoas b) Projeto da duplicação
realizem seus trabalhos de de uma rodovia.
forma mais eficiente. c) Projeto de aterro sanitário.
d) É um ramo do conhecimento d) Projeto de gestão de pessoas.
da engenharia que e) Projeto de plataforma de
preconiza diversos conceitos petróleo em alto mar.
matemáticos e físicos. 4. Em qual dos cursos de graduação, a
e) É um ramo da astrologia disciplina de topografia não faz parte
que contribui muito nos do currículo obrigatório?
projetos de engenharia. a) Bacharelado em Geografia.
2. Em qual dessas profissões, a b) Engenharia Cartográfica.
topografia apresenta pouca c) Agronomia.
ou nenhuma aplicação? d) Licenciatura em Matemática.
a) Psicologia. e) Geologia.
Conceitos fundamentais de topografia II 33

5. Atualmente, para realizar totais e GPS e uso da


um serviço topográfico (em informática aplicada.
coordenadas topográficas), o b) Trigonometria e
profissional deve fundamentar geometria analítica.
seus conhecimentos em diversos c) Cálculo de áreas através
campos de conhecimento. Qual de coordenadas.
das alternativas não indica campo d) Manipulação de softwares de
de conhecimento da topografia? desenho em CAD.
a) Manipulação de equipamentos e) Conhecimentos aprofundados
de medição, como estações de eletrônica dos
equipamentos de medição.

Referência

GONÇALVES, J. A.; MADEIRA, S.; SOUSA, J. J. Topografia: conceitos e aplicações. Lisboa:


Lidel Edições Técnicas, 2008.

Leituras recomendadas
BORGES, A. de C. Topografia. São Paulo: Edgard Blucher, 2013.
CUERVO, S. L. Topografia. Madrid: Ediciones Mundi-Prensa, 1996.
MCCORMAC, J. C. Topografia. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007.
NONATO et al. Levantamento taqueométrico por irradiação e por caminhamento. Nota
de aula da disciplina de Topografia Básica, da Universidade Federal do Ceará. [200-
?]. Disponível em: <http://www.gpeas.ufc.br/disc/topo/aula07.pdf>. Acesso em: 06
set. 2017.
_2.2_ Dica do professor
No vídeo a seguir, você vai assistir a um resumo das aplicações da topografia e dos profissionais da
área.

https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/
cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/0ab5611c73356dd3cb20bdf8a0897a23

5 min

elm = Repeteco... Enrolação !!


_2.2_ Exercícios
1) Qual destes atributos a topografia não pode ser inserida?

A) Topografia é uma arte.

B) A topografia é uma técnica.

C) Topografia é uma ciência, pois é um conjuntos de princípios objetivos e métodos científicos


permitindo que as pessoas realizem seus trabalhos de forma mais eficiente.

D) É um ramo do conhecimento da engenharia que preconiza diversos conceitos matemáticos e


físicos.

E) É um ramo da astrologia que contribui muito nos projetos de engenharia.

A err = Sim, a topografia é uma arte pois é a capacidade de realizações para


obter um resultado desejado, aplicando conhecimentos e habilidades.

B err = Sim, a topografia é um técnica pois trata-se de um conjunto de


procedimentos e métodos.

C err = Sim, a topografia é uma ciência, o que quer dizer que é baseada em
métodos científicos de trabalho.

D err = Sim, a topografia tem suas aplicações em diferentes campos da


engenharia, utilizando tanto conceitos matemático quanto conceitos físicos.

Gab E = Não, não há vínculo da topografia com a astrologia, e sim com a


astronomia. No entanto, a topografia é fundamental nos projetos de
engenharia.
2) Em qual dessas profissões, a topografia apresenta pouca ou nenhuma aplicação?

A) Psicologia

B) Engenharia Civil

C) Cartografia

D) Ciências Agrárias

E) Direito

Gab A = Há pouca ou nenhuma aplicação dos conceitos topográficos na


psicologia.

B err = A engenharia depende da topografia para iniciar qualquer projeto e


realizar locações.

C err = A cartografia é um ramo de estudo baseado fundamentalmente na


topografia.

D err = Essa área utiliza constantemente a topografia com medições de áreas


rurais, nivelamentos de terreno de plantio, monitoramento de cultivos etc.

E err = O direito também utiliza constantemente a topografia como ferramenta


de provas e contra provas. Embora o profissional do direito não atua como um
artista, cientista ou técnico topográfico.
3) Em qual desses projetos de engenharia, não seria necessário um levantamento topográfico?

A) Projeto de uma nova rodovia

B) Projeto da duplicação de uma rodovia

C) Projeto de aterro sanitário

D) Projeto de gestão de pessoas

E) Projeto de plataforma de petróleo em alto mar

A err = Toda rodovia que será aberta tem como base levantamentos
topográficos.

B err = Qualquer ampliação, alargamento ou mesmo cadastramento rodoviário


necessita prioritariamente de levantamento topográfico.

C err = Um aterro sanitário necessita de serviços topográficos desde a


implantação, passando pelo monitoramento da disposição de resíduos.

Gab D = São projetos que normalmente não exigem a projeção de espaço físico
ou a implantação física através de locação topográfica.

E err = Uma plataforma petrolífera exige levantamentos topográfico já na


fase de projeto, com a batimetria (topografia do fundo do mar), por exemplo.
As instalações industriais na plataforma também são monitoradas e locadas
através da topografia.
4) Em qual dos cursos de graduação abaixo, a disciplina de topografia não faz parte do currículo
obrigatório?

A) Bacharelado em Geografia

B) Engenharia Cartográfica

C) Agronomia

D) Licenciatura em Matemática

E) Geologia

A err = A topografia pertence ao curriculo do geógrafo.

B err = A topografia pertence ao currículo do engenheiro cartográfico.

C err = O curso de Agronomia tem o estudo da topografia em seu currículo.

D err = A topografia não pertence ao currículo do professor de matemática,


apesar de que este profissional durante sua faculdade adquire os principais
conceitos matemáticos aplicados a topografia, como: trigonometria,
geometria, entre outros.

E err = A topografia pertence ao currículo do geólogo.


5) Atualmente para realizar um serviço topográfico (em coordenadas topográficas), o
profissional deve fundamentar seus conhecimentos em diversos campos de conhecimento.
Qual das alternativas a seguir não indica campo de conhecimento da topográfia?

A) Manipulação de equipamentos de medição, como estação totais, GPS e uso da informática


aplicada.

B) Trigonometria e geometria analítica.

C) Cálculo de áreas através de coordenadas.

D) Manipulação de softwares de desenho em CAD.

E) Conhecimentos aprofundados de eletrônica dos equipamentos de medição.

A err = A destreza em manipular equipamentos com a transferência correta


dos dados através do uso da informática é de extrema importância.

B err = A trigonometria e a geometria analítica são áreas da matemática em


que a topografia está apoiada para a resolução de praticamente todos os
problemas.

C err = É de fundamental importância o conhecimento de cálculos de áreas com


base em pontos de coordenadas topográficas.

D err = É bastante importante atualmente que o profissional tenha


conhecimento de softwares de desenho para possibilitar a transcrição dos
dados de campo com clareza.

Gab E = O profissional da topografia não precisa ter conhecimento


aprofundado sobre o sistema eletrônico dos equipamentos, no entanto, é
fundamental que o profissional saiba como o equipamento funciona, qual as
suas limitações e se ele encontra-se preciso e acurado para a sua atividade.
_2.2_ Na prática
Veja, na prática, um exemplo de como o levantamento topográfico é indispensável na Engenharia
Civil.
_2.2_ Saiba +

Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Topografia Convencional x Topografia com Drones


https://youtu.be/bhfRsBX8dO4 6 min

Vida de Topógrafo Feb 6, 2020 Nesse vídeo Iderlan fala mais sobre a diferença de
Topografia convencional e Topografia com Drones. Entenda as duas metodologias e quais as
maiores vantagens de cada uma delas.

O PAPEL DA TOPOGRAFIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL


https://gepsolucoesambientais.com.br/o-papel-da-topografia-na-construcao-civil/

página internet

A IMPORTÂNCIA DA TOPOGRAFIA NA RECUPERAÇÃO


DE ÁREAS DEGRADADAS
http://www.periodicos.unc.br/index.php/agora/article/view/25

... O presente trabalho teve por objetivo caracterizar a importância da Topografia no ramo
da Engenharia, principalmente na área florestal, apresentando informações primordiais para a
realização do Licenciamento Ambiental na Recuperação de Áreas Degradadas. Realizou-se um
Levantamento Topográfico Planialtimétrico e a caracterização do Uso e Ocupação do Solo em
uma propriedade rural com área de 73.601,00m2, na localidade de Alto Fruteira, em
Laurentino, SC, no período de 28 de abril a 19 de maio de 2007, procurando atender a
legislação vigente e as normas administrativas reguladoras. Através dos resultados obtidos
no referido levantamento, comprovaram-se irregularidades na propriedade diante do que
preconiza a Legislação Florestal vigente....

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS


Banco de imagens Shutterstock.
TULER, Marcelo; SARAIVA, Sérgio. Fundamentos de topografia. Porto Alegre: Bookman,2014.
SAGAH, 2015.

EQUIPE SAGAH
Coordenador(a) de Curso
Alexandre Baroni
Professor(a)
Cleber de Freitas Floriano
Gerente
Rodrigo Severo
Aula 3.1
TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO - A (2024.FEV)
1.1 - Introdução aos trabalhos topográficos
1.2 - Instrumentos de medição
2.1 - Conceitos fundamentais de topografia I
2.2 - Conceitos fundamentais de topografia II
3.1 - Conceitos e noções de Cartografia
3.2 - Cartografia: interpretação e estudos da base cartográfica
4.1 - Introdução ao Geoprocessamento
4.2 - Sistema de posicionamento global (GPS)
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Conceitos básicos de sensoriamento remoto e geoprocessamento
__ C.2 Sistema de coleta de dados e fontes de obtenção de dados espaciais
__ C.3 Sistemas de informações geográficas, dados de entrada e avaliação dos
resultados
__ C.4 Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos
e demandas ambientais

Conceitos e noções de Cartografia


_3.1_
Apresentação
De maneira geral, a Associação Cartográfica Internacional definiu, em 1966, a cartografia como o
conjunto de estudos e de observações científicas, artísticas e técnicas que orienta a elaboração de
plantas, cartas e mapas geográficos. A cartografia pode ser dividida em duas áreas. A primeira delas
é a cartografia matemática. Essa área consiste na cartografia que trata dos aspectos matemáticos
ligados à concepção e construção dos mapas, ou seja, das projeções cartográficas. A segunda é a
cartometria, definição dada ao ramo da cartografia que trata das medições efetuadas sobre mapas,
designadamente a medição de ângulos e direções, distâncias, áreas, volumes e contagem de
número de objetos.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você estudará as projeções cartográficas, os principais conceitos


de escala e de sistemas de coordenadas, os principais modelos de projeções cartográficas e suas
classificações, compreendendo que um dos maiores desafios da cartografia, é a representação de
uma superfície curva em um plano.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Reconhecer os conceitos gerais da cartografia e a importância dos sistemas de coordenadas e


de escalas.
• Explicar o que são projeções cartográficas e como se classificam.
• Identificar as projeções cartográficas mais usuais e suas características.

elm = Avaliação da aula. Ruim. Assinalada opções: - Precisei pesquisar mais; - Conteúdo
Livro difícil (qdo assinala <regular, só há opções para assinalar) Mais: Vídeo conteúdo
ruim.
_3.1_ Desafio
Mapa é considerado uma representação gráfica, sendo normalmente sobre uma superfície plana, da
organização espacial de qualquer parte do universo físico, em qualquer escala. Entre as principais
características, pode-se citar: representação plana; apresenta escala pequena (grandes áreas); pode
apresentar delimitações de acidentes naturais (bacias, chapadas, planaltos, entre outros); pode
apresentar fins temáticos, culturais ou ilustrativos; apresenta uma análise qualitativa ou
quantitativa genérica.

Imagine que você é um engenheiro cartográfico e foi chamado para montar dois mapas para uma
determinada prefeitura. A Secretaria Municipal de Turismo necessita de um mapa com escala de
1:50 e outro mapa com escala de 1:1.000.

O primeiro mapa deve ser específico, pois será utilizado como guia turístico aos visitantes,
mostrando detalhadamente o parque de eventos municipais.

Já o segundo, visa representar de modo geral o centro da cidade, mostrando a localização de


bancos, praças, restaurantes, rodoviária e a localização exata da Prefeitura Municipal.

1. Qual escala deve ser usada para representar o parque de eventos e qual escala deve ser usada
para representar a cidade em um todo? Justifique sua resposta.

2. Caso estes mapas sejam transferidos para um outdoor, estando disponível a toda população,
iriam ocorrer alterações na escala destes? Justifique.
elm = 1) 1:50 para o parque 1:1000 para o centro, devido às distânciss envolvidas ;
2) Sim, a escala aumentaria proporcionalmente à relação das dimensões originais do
mapa no papel e as dimensões aumentadas no outdoor.

Padrão de resposta esperado


1. Dividindo 1:50 obtemos o valor de 0,02 e dividindo 1:1000, obtemos 0,001.
Ou seja, quanto maior a escala, menor a área representada e maior é o nível
de detalhamento. Embora no primeiro mapa, seja necessário apenas representar
o parque de eventos, sendo a área pequena (em comparação ao centro da
cidade), exige-se um grande detalhamento desta área. Dessa forma, a escala
1:50 deve ser utilizada para o primeiro mapa. Isto porque é necessário um
maior detalhamento da localização exata e a distância correta entre os
diferentes pontos turísticos para os visitantes. Já a escala de 1:1000, deve
ser utilizada para representar o centro da cidade.
2. Esta resposta irá depender do tipo de escala que o engenheiro
cartográfico utilizou. Se o profissional optou por uma escala gráfica, a
mesma NÃO irá ser alterada ao passar um mapa de um papel menor para uma área
maior. Porém, caso tenha sido utilizado uma escala numérica, então, SIM,
neste caso irá ocorrer alterações na escala.
_3.1_ Infográfico
A cartografia foi descoberta antes mesmo que o homem descobrisse a leitura e a escrita.
Obviamente que estes "mapas" não passavam de meros desenhos, os quais hoje são conhecidos
como croquis. Porém, com o passar dos anos, o homem foi aprimorando a cartografia e,
atualmente, ela é amplamente utilizada, nos mais diversos setores.

Como exemplo disso, podemos citar a planta de uma residência. Quando queremos construir uma
casa nova, o esboço dela é colocado em papel (planta), para visualizar os mais diversos detalhes.
Porém, esta planta necessita de uma escala, para representar e descrever as medidas e metragens
exatas dessa casa. O mesmo ocorre na elaboração de mapas e cartas.

Mas qual é, exatamente, a diferença entre mapa, planta e carta?

Acompanhe no Infográfico a seguir.

Observe as diferenças entre as principais representações cartográficas.

Escala é a relação matemática


entre as dimensões do objeto real
e sua representação cartográfica
em um plano. Podem ser de dois
tipos: numérica (1:1.000) ou
gráfica.

PRINCIPAIS REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS

MAPA
Apresenta representação plana, escalas
pequenas (grandes áreas); pode
apresentar delimitações de acidentes
naturais (bacias, chapadas, planaltos,
entre outros); pode apresentar fins
temáticos, culturais ou ilustrativos;
apresenta uma análise qualitativa ou
quantitativa genérica.
CARTA
Apresenta escalas médias ou grandes;
desdobramento em folhas articuladas
de maneira sistemática; possui uma
avaliação precisa de direções,
distâncias, localização de pontos,
áreas e detalhes; considera a
curvatura terrestre. Usada para
representar, por exemplo, um bairro.

PLANTA
Apresenta escalas grandes, para
representar uma área muito limitada,
portanto, com maior quantidade de
detalhes. É utilizada normalmente
para representar elementos
artificiais como, por exemplo, uma
casa ou um prédio.

E PROJEÇÃO CARTOGRÁFICA? • VOCÊ SABE QUE É?

É o traçado sistemático de linhas numa superfície plana, destinado à


representação de paralelos (latitude) e meridianos (longitude) da Terra ou de
parte dela, sendo a base para a construção dos mapas. A representação da
superfície terrestre nunca será isenta de distorções. Nesse sentido, as
projeções cartográficas são desenvolvidas para minimizar as imperfeições dos
mapas e proporcionar maior rigor científico à cartografia.
_3.1_ Conteúdo do livro
A ciência cartográfica compreende o estudo teórico de princípios e leis que regem a linguagem
gráfica, assim como o estudo e a análise dos dados componentes da informação, sendo que estes
são obtidos a partir de diferentes fontes, e os estuda de formas eficientes para a percepção e
representação destes dados.

Para saber mais, acompanhe a leitura do capítulo Conceitos e noções de cartografia da obra
Topografia e Geoprocessamento, que serve como base teórica desta Unidade de Aprendizagem.

elm = livro abaixo contém o capítulo da Aula 3.1 -


uma bagunça, como já esperado.
Conceitos e noções
de cartografia
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Reconhecer os conceitos gerais da cartografia e a importância dos


sistemas de coordenadas e de escalas.
 Explicar o que são projeções cartográficas e como se classificam.
 Identificar as projeções cartográficas mais usuais e suas características.

Introdução
A Associação Cartográfica Internacional definiu, em 1966, a cartografia
como o conjunto de estudos e de observações científicas, artísticas e
técnicas que orienta a elaboração de plantas, cartas e mapas geográficos.
A cartografia pode ser dividida em duas áreas. A primeira é a carto-
grafia matemática, que consiste na cartografia que trata dos aspectos
matemáticos ligados à concepção e construção dos mapas, ou seja,
das projeções cartográficas. A segunda é a cartometria, definição dada
ao ramo da cartografia que trata das medições efetuadas sobre mapas,
designadamente a medição de ângulos e direções, distâncias, áreas,
volumes e contagem de número de objetos.
Neste capítulo, você vai estudar as projeções cartográficas, os prin-
cipais conceitos de escala e de sistemas de coordenadas, os principais
modelos de projeções cartográficas e sua classificação, compreendendo
que um dos maiores desafios da cartografia é a representação de uma
superfície curva em um plano.
334 Conceitos e noções de cartografia

Cartografia: conceitos gerais


Você sabe qual a diferença entre carta, mapa e planta?
A carta é vista como meio de transcrição gráfica dos fenômenos geográfi-
cos, a qual constitui o principal objetivo da cartografia. Entre as características
principais, citam-se: apresenta escalas médias ou grandes; apresenta desdobra-
mento em folhas articuladas de maneira sistemática; possui avaliação precisa
de direções, distâncias, localização de pontos, áreas e detalhes; considera a
curvatura terrestre.
O mapa é considerado uma representação gráfica, sendo normalmente sobre
uma superfície plana, da organização espacial de qualquer parte do universo
físico em qualquer escala. Entre as principais características, pode-se citar:
representação plana; apresenta escala pequena (grandes áreas); pode apresentar
delimitações de acidentes naturais (bacias, chapadas, planaltos, entre outros);
pode apresentar fins temáticos, culturais ou ilustrativos; apresenta uma análise
qualitativa ou quantitativa genérica.
A planta é a representação em escala grande de uma área muito limitada,
portanto, com maior quantidade de detalhes.
A Figura 1 apresenta a diferenciação de mapa, carta e planta.

(A) (B) (C)


Figura 1. Mapa (a), carta (b) e planta (c).
Fonte: boreala; Tetiana Ch; MEgo-studio/Shutterstock.com

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,


1998), a confecção de uma carta exige, antes de tudo, o estabelecimento de
um método, segundo o qual, a cada ponto da superfície da Terra corresponda
um ponto da carta e vice-versa. Diversos métodos podem ser empregados para
se obter essa correspondência de pontos, constituindo os chamados “sistemas
de projeções”.
Conceitos e noções de cartografia 335

Porém, as projeções cartográficas enfrentam um problema, o qual consiste


na representação de uma superfície curva em um plano. Desta forma, pode-
-se dizer que todas as representações de superfícies curvas em um plano
envolvem: “extensões” ou “contrações”, resultando em distorções ou “rasgos”
(conforme Figura 2). Existem diferentes técnicas de representação, porém, é
fundamental entender primeiramente, os sistemas de coordenadas visando à
representação cartográfica.

Figura 2. Projeções cartográficas.


Fonte: pzAxe; lady-luck/Shutterstock.com

Sistemas de coordenadas
Os sistemas de coordenadas consistem em linhas imaginárias que cortam o
planeta Terra nos sentidos horizontal e vertical, servindo para a localização
de qualquer ponto na superfície terrestre. A distância das coordenadas geo-
gráficas é medida em graus, minutos e segundos, onde um grau corresponde
a 60 minutos, e um minuto corresponde a 60 segundos.
Pena (2017), comenta que estas linhas imaginárias são chamadas de pa-
ralelos e meridianos, e suas medidas em graus são, respectivamente, latitu-
des e longitudes. Em relação aos paralelos, estes cortam a Terra no sentido
horizontal (sentido leste-oeste), diferentemente dos meridianos, os quais
cortam a Terra no sentido vertical. Quando estas linhas se encontram, tem-se
a existência das coordenadas geográficas.
336 Conceitos e noções de cartografia

O principal paralelo é a Linha do Equador, representando a faixa da Terra que se


encontra em igual distância dos polos norte e sul.
O principal meridiano é o de Greenwich, que divide o globo terrestre em oci-
dente e oriente, permitindo medir a longitude. Este atravessa dois continentes e sete
países (Reino Unido, França, Espanha, Argélia, Mali, Burkina Faso e Gana).
Essas duas linhas representam o marco inicial da contagem das latitudes e das
longitudes.

Tudo o que se encontra sobre a Linha do Equador possui a latitude 0º, sendo
que ela aumenta à medida que se desloca para o norte, e diminui à medida
que se desloca para o sul. As latitudes são a distância em graus de qualquer
ponto da Terra em relação à Linha do Equador. É importante ressaltar que
suas medidas vão de -90º até 90º. Da mesma forma ocorre com o Meridiano
de Greenwich em relação às longitudes. Tudo que estiver sobre essa linha
possui 0º de longitude, aumentando à medida que nos deslocamos para leste
e diminuindo à medida que nos deslocamos para oeste. Por isso, as longitudes
são a distância em graus de qualquer ponto da Terra em relação ao Meridiano
de Greenwich. Suas medidas vão de -180º até 180º (PENA, 2017).

As latitudes negativas estão sempre se referindo a lugares localizados no Hemisfério Sul


(também conhecidos como Austral ou Meridional), e as latitudes positivas referem-se
a lugares posicionados no Hemisfério Norte (também conhecidos como Boreal ou
Setentrional). Já as longitudes negativas fazem referência a pontos posicionados no
Hemisfério Oeste (ou Ocidental), e as longitudes positivas são encontradas em pontos
localizados no Hemisfério Leste (ou Oriental).

Escalas cartográficas
A escala estabelece a relação entre o tamanho real do fenômeno na superfície
terrestre e sua representação no mapa. Essa representação necessita de uma
Conceitos e noções de cartografia 337

redução devido ao tamanho natural dos fatos geográficos. Desta forma, a escala
é definida como sendo a relação entre o tamanho representado no mapa e o
tamanho real na superfície terrestre. Existem dois tipos de escalas, sendo estas:

 Escala numérica: expressa por uma fração na qual o numerador repre-


senta a distância do mapa e o denominador a distância na superfície real.
Por exemplo, em uma escala 1:50.000 (lê-se escala um por cinquenta
mil), significa que a superfície representada foi reduzida 50 mil vezes.
Ou seja, neste caso, 1 cm no mapa equivale a 50.000 cm, (ou 500 metros
ou 0,5 km) na realidade.
 Escala gráfica: é uma linha reta graduada, na qual se indica a relação
com as distâncias representadas no mapa. Por exemplo: 1 cm = 100 km

Quanto maior é a escala, menor a área representada e com muito mais detalhes. As
escalas grandes (por exemplo, 1:5.000) geralmente são usadas para representar as
plantas de cidades, propriedades rurais ou até mesmo de um prédio.
Já as escalas pequenas, por exemplo, 1:5.000.000, são usadas para representar o
mapa-múndi, mapas murais e os mapas de um atlas. As escalas médias (1:100.000)
representam regiões, estados ou países.

A escala (E) de um mapa é a relação entre a distância no mapa (d) e a


distância real (D). Supondo que é necessário saber a escala utilizada em um
mapa, onde a distância entre duas cidades é de 10 km e está representada em um
mapa por 20 cm. Primeiramente, é preciso transformar todas as unidades em
centímetros, ou seja, 10 km equivalem a 1.000.000 centímetros. Desta forma:

E = 20 / 1.000.000 = 1:50.000 (ou 1 para cinquenta mil)


338 Conceitos e noções de cartografia

Classificação das projeções cartográficas


A projeção cartográfica é definida como um traçado sistemático de linhas
numa superfície plana, destinado à representação de paralelos de latitude e
meridianos de longitude da Terra ou de parte dela, sendo a base para a cons-
trução dos mapas (FRANCISCO, 2017). A Figura 3 apresenta as principais
classificações utilizadas nas projeções cartográficas.

Figura 3. Principais classificações das projeções cartográficas.


Fonte: adaptada de Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (1998).

O método de construção de uma projeção cartográfica pode ser geométrico,


analítico ou convencional. De acordo com Silva e Segantine (2015), as projeções
geométricas podem ser classificadas em três grandes grupos: projeções planas,
cônicas ou cilíndricas, as quais são apresentadas na Figura 4.

De acordo com Tuler e Saraiva (2016):


Analítico: baseia-se em formulações matemáticas obtidas com o objetivo de atender
condições previamente estabelecidas.
Convencional: baseia-se em princípios arbitrários, não seguindo a geometria ou
a formulação matemática.
Conceitos e noções de cartografia 339

Figura 4. Superfície de projeção.


Fonte: Tuler e Saraiva (2016).

Nas projeções planas (ou perspectivas): o plano cartográfico à superfície é


tangente à superfície-objeto no ponto central. São considerados três aspectos
ou casos:

 o aspecto polar ou normal, quando o ponto central se situa num dos polos;
 o aspecto equatorial, ou transversal, quando o ponto central se situa
no equador;
 o aspecto oblíquo (horizontal), quando o ponto central se situa em
qualquer outro local da superfície de referência.

Nas projeções geométricas cônicas, embora esta não seja uma superfície
plana, já que a superfície de projeção é o cone, ela pode ser desenvolvida em
um plano sem que haja distorções, funcionando como superfície auxiliar
340 Conceitos e noções de cartografia

na obtenção de uma representação. Sua posição em relação à superfície de


referência pode ser: normal, transversal e oblíqua (ou horizontal), conforme
Figura 4.
Nas projeções geométricas cilíndricas tangentes são considerados três
aspectos:

 o aspecto normal (equatorial), em que o cilindro cartográfico é tangente


à superfície-objeto no equador;
 o aspecto transverso, onde o cilindro é tangente à superfície-objeto no
mediano central da projeção;
 o aspecto oblíquo (ou horizontal), onde o cilindro é tangente a uma das
secções normais que passa no ponto central.

As projeções geométricas polissuperficiais caracterizam-se pelo emprego de mais


do que uma superfície de projeção (do mesmo tipo) para aumentar o contato com
a superfície de referência e, portanto, diminuir as deformações (plano-poliédrica;
cone-policônica; cilindropolicilíndrica).

Algumas projeções cartográficas correspondem a projeções geométricas,


num plano ou numa superfície planificável (cone ou cilindro), a partir de um
ponto de vista situado, por exemplo, no centro da superfície-objeto (esfera
ou elipsoide). A maioria das projeções cartográficas, porém, são constituídas
por projeções analíticas (ou também conhecidas de convencionais), as quais
se baseiam em formulação matemática obtidas com o objetivo de se atender
condições (características) previamente estabelecidas.
Quanto às propriedades das projeções, estas podem ser equidistantes,
equivalentes, conformes ou afiláticas. As propriedades das cartas permitem di-
minuir ou eliminar parte das deformações de acordo com a aplicação desejada,
pois, existe a impossibilidade de desenvolver, sem deformações, uma superfície
esférica ou elipsoidal sobre um plano. No caso das projeções equidistantes,
estas não apresentam deformações lineares; nas equivalentes, não se alteram as
áreas; nos conformes, os ângulos são mantidos em torno de quaisquer pontos
e não deformam pequenas regiões; e nas afiláticas, não possuem nenhuma das
propriedades citadas anteriormente (TULER; SARAIVA, 2016).
Conceitos e noções de cartografia 341

Em relação ao tipo de contato entre as superfícies de projeção, estas podem


ser tangentes ou secantes em relação ao globo terrestre.

 Tangentes: a superfície de projeção é tangente à de referência (plano:


um ponto; cone e cilindro: uma linha).
 Secantes: a superfície de projeção secciona a superfície de referência
(plano: uma linha; cone: duas linhas desiguais; cilindro: duas linhas
iguais).

Um dos critérios mais importantes utilizados na classificação das projeções cartográficas


está baseado no tipo das deformações que produzem. Desta forma, as projeções
pertencem a um dos três grupos:
1. Projeções conformes: respeitam a semelhança das formas das figuras elementares.
São usadas em cartografia topográfica, em escalas grandes.
2. Projeções equivalentes: respeitam a área das figuras finitas.
3. Projeções alifáticas: não pertencem aos grupos anteriores.
Tanto as projeções equivalentes como alifáticas são usadas em cartas e mapas
geográficos em escalas médias e pequenas.

Projeções cartográficas mais usuais


As projeções cartográficas utilizadas nos mapas geográficos, em escalas
pequenas, são projeções esféricas, ou seja, são aplicações de uma esfera de
referência no plano cartográfico. As cartas e as plantas topográficas, em escalas
maiores, baseiam-se em projetos elipsoidais, isto é, aplicações de um elipsoide
de referência no plano cartográfico (CASACA; MATOS; BAIO, 2017).
De acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (1998), entre
as projeções cartográficas mais usuais, cita-se: projeção de Robinson; pro-
jeção policônica; projeção cônica conforme de Lambert; projeção cilíndrica
conforme de Mercator; projeção transversa de Mercator e Projeção de Peters.
A seguir, cada uma destas projeções está explicada de forma mais detalhada.
342 Conceitos e noções de cartografia

Pena (2017) ressalta que a projeção de Robinson é classificada como


cilíndrica, pois sua elaboração ocorre como se envolvesse o globo terrestre
em torno de um cilindro. Trata-se de uma das projeções cartográficas mais
conhecidas em todo o mundo. Nela, os meridianos são representados em linhas
curvas ou elipse, enquanto os paralelos permanecem em linhas retas. A grande
vantagem da Projeção de Robinson é de ela se encontrar em um meio termo
entre esses dois tipos. Ela não preserva nem a forma e nem a correta área dos
continentes. No entanto, ela consegue minimizar as distorções que ocorrem
nesses dois aspectos. Por esse motivo, ela é ideal para mapas que procuram
representar a área da Terra como um todo e, assim, é a projeção mais utilizada
em mapas e atlas, sendo muito conhecida também como o mapa-múndi da
Terra (Figura 5).

Figura 5. Mapa-múndi na projeção de Robinson.


Fonte: Artalis/Shutterstock.com

Em relação à projeção policônica, sua superfície de representação envolve


diversos cones. O Meridiano Central e o Equador são as únicas retas da pro-
jeção. Onde o Meridiano Central é dividido em partes iguais pelos paralelos e
não apresenta deformações. Os paralelos são círculos não concêntricos (cada
cone tem seu próprio ápice) e não apresentam deformações. Os meridianos são
curvas que cortam os paralelos em partes iguais (INSTITUTO BRASILEIRO
DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 1998).
Em relação à aplicabilidade, são populares devido à simplicidade de seu
cálculo, pois existem tabelas completas para sua construção. Em território
nacional, são utilizados em mapas regionais, estaduais e temáticos.
Conceitos e noções de cartografia 343

Já a projeção cônica de Lambert adquiriu grande popularidade não apenas


nos mapas geográficos, na versão esférica, mas também na cartografia topo-
gráfica na sua versão elipsoidal. A projeção cônica conforme a de Lambert,
é muito semelhante às projeções cônicas geométricas, sendo que os paralelos
são representados por arcos de circunferência concêntricos e os meridianos
por retas radiais centradas na imagem do polo. Isto faz com que esta projeção
seja bastante útil para regiões que se estendam na direção leste-oeste, porém
pode ser utilizada em quaisquer latitudes (CASACA; MATOS; BAIO, 2017).
A projeção cilíndrica de Mercator, uma projeção (analítica) cilíndrica,
consiste na representação por linhas retas das linhas laxodrômicas, que são
as linhas com azimute constante na esfera. Este tipo de projeção permite
selecionar dois paralelos isotérmicos, isométricos relativamente ao equador,
conforme Figura 5.
A projeção (analítica) transversa de Mercator é uma projeção conforme.
A projeção, adequada principalmente para a elaboração de mapas de regiões
com um desenvolvimento predominante na direção norte-sul, não é utilizada
na elaboração do mapa-múndi, devido sua deformação linear à medida que
se afasta do meridiano central (versão tangente).
Na projeção de Peters, ocorre o sacrificar das formas em benefício da
conservação da proporção das áreas. É, portanto, um tipo de projeção equi-
valente. Os meridianos e os paralelos também são linhas retas.

Qual o melhor tipo de projeção cartográfica?


Algumas projeções são mais famosas e mais difundidas pelo mundo em comparação
a outras, porém, não existe projeção que possa ser considerada “melhor”. Isto porque
a escolha de uma ou de outra varia conforme a necessidade de cada um. Desta forma,
percebe-se que cada projeção tem seu valor, cabendo ao pesquisador (profissional)
escolher qual delas é a mais adequada para seus estudos.
344 Conceitos e noções de cartografia

1. É fundamental conhecer as c) Quanto maior for a escala, maior


classificações de projeções a área representada e maior
cartográficas e saber identificar o nível de detalhamento.
e compreender as informações d) As escalas são utilizadas
presentes em um mapa. Marque a unicamente na confecção
alternativa correta. de mapas.
a) As projeções cartográficas e) Indica a proporção entre uma
permitem que, na construção área da superfície e a sua
dos mapas temáticos, os representação em um mapa.
meridianos e os paralelos 3. “Este tipo de projeção cartográfica
terrestres sejam transformados é obtido a partir de um plano
de uma realidade tridimensional tangente a um ponto qualquer
para uma bidimensional. da superfície terrestre, o qual
b) A projeção cônica só pode ocupa o centro da projeção.
ser utilizada para representar Esta visa a representar regiões
grandes regiões, porque as polares, pois apresenta menos
distorções são pequenas distorções nas regiões próximas
entre os trópicos, não do ponto central.” A definição
representando, portanto, a se refere a qual alternativa?
realidade das áreas mapeadas. a) Projeção cônica.
c) A projeção de Peters é a b) Projeção cilíndrica.
única que não pretende c) Projeção azimutal.
privilegiar nenhum continente, d) Projeção polissuperficial.
porque ela reproduz e) Projeção geométrica.
rigorosamente a realidade. 4. Marque a alternativa correta
d) As distorções da representação, em relação à diferença entre
nas projeções cilíndricas, carta, planta e mapa.
são maiores no Equador a) As plantas apresentam
e menores nos polos. uma escala muito pequena,
e) A projeção azimutal fornece uma portanto, apresentam grande
visão eurocêntrica do mundo e, quantidade de detalhes.
por isso, ela não é mais utilizada. b) O mapa é a representação
2. Em relação à escala cartográfica, de uma superfície qualquer
aponte a alternativa correta. do espaço geográfico.
a) Sempre será representada c) O mapa apresenta uma
em centímetros. escala muito grande.
b) A escala ampliada costuma ser d) A carta é a representação
usada em mapas de territórios no plano, normalmente em
ou plantas de habitações. escala pequena, dos aspectos
geográficos, naturais, culturais
Conceitos e noções de cartografia 345

e artificiais de uma área tomada a avaliação de pormenores,


na superfície de uma figura com grau de precisão
planetária, delimitada por compatível com a escala.
elementos físicos, político- 5. “Consiste em uma linha imaginária
administrativos, destinada aos que demarca a divisão das
mais variados usos – temáticos, longitudes do globo terrestre, tendo
culturais e ilustrativos. ele o valor de 0º de longitude e,
e) Os mapas consistem na tecnicamente, não posicionado
representação no plano, em nem a leste nem a oeste. Portanto,
escala média ou grande, dos constitui o marco divisor entre os
aspectos artificiais e naturais hemisférios ocidental e oriental.” A
de uma área tomada de uma que se refere essa definição?
superfície planetária, subdividida a) Meridiano de Greenwich.
em folhas delimitadas b) Linha do Equador.
por linhas convencionais, c) Trópico de Capricórnio.
paralelos e meridianos, com d) Linha Internacional de Data.
a finalidade de possibilitar e) Trópico de Câncer.

CASACA, J.; MATOS, J.; BAIO, M. Topografia geral. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017.
FRANCISCO, W. de C. e. Projeções cartográficas. 2017. Disponível em: <http://brasiles-
cola.uol.com.br/geografia/projecoes-cartograficas.htm>. Acesso em: 15 set. 2017.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Noções básicas de cartografia.
Rio de Janeiro: IBGE, 1998. Disponível em: <http://www.cartografica.ufpr.br/home/
wp-content/uploads/2013/09/Nocoes-Basicas-Cartografia.pdf>. Acesso: 19 set. 2017.
PENA, R. F. A. Coordenadas geográficas. 2017. Disponível em: <http://brasilescola.uol.
com.br/geografia/coordenadas-geograficas.htm>. Acesso em 16 set. 2017.
TULER, M; SARAIVA, S. Fundamentos de geodésia e cartografia. Porto Alegre: Bookman,
2016. (Série Techne).

Leituras recomendadas
MCCORMAC, J. C. Topografia. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2007.
VEIGA, L. A. K.; ZANETTI, M. A. Z.; FAGGION, P. L. Fundamentos de topografia. 2012. Dis-
ponível em: <http://www.cartografica.ufpr.br/docs/topo2/apos_topo.pdf>. Acesso:
23 set. 2017.
_3.1_ Dica do professor
A cartografia consiste em representar uma determinada área em uma forma gráfica, que pode ser
um mapa, uma planta ou uma carta. Desta forma, é fundamental essa representação gráfica estar
constituída de uma escala. Isso porque essa reprodução não ocorre de forma aleatória, tendo o
cuidado em resguardar as medidas originais em sua representação. Para isso, adota-se uma
expressão numérica, denominada de escala cartográfica.

É fundamental aos profissionais que irão trabalhar com cartografia, saber realizar a leitura correta
de uma escala.

Você sabe quais são os tipos e formas de escala cartográfica?

Acompanhe no vídeo a seguir.


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cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/5cac7884fffc66f3c43719048153387f

3 min
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/projecoes-cartograficas.htm

Projeções cartográficas
Projeções cartográficas são representações bidimensionais da área tridimensional da
Terra. Essas projeções privilegiam determinadas características e apresentam
deformações.

Existem diversos tipos de projeções cartográficas, que são representações bidimensionais de


áreas tridimensionais.

Projeções cartográficas são sistemas de coordenadas geográficas, constituídos por


meridianos (semicírculo imaginário traçado de um polo da Terra a outro) paralelos
(linhas imaginárias paralelas à Linha do Equador), sobre os quais pode ser
representada a superfície esférica da Terra.

Isso quer dizer que a superfície esférica do planeta é, portanto, planificada por meio
de desenho, dando origem a um mapa. A construção desse sistema é feita mediante
relações matemáticas e geométricas. As projeções cartográficas mais conhecidas são:

Projeção cilíndrica

Projeção azimutal

Projeção cônica
Tópicos deste artigo
1 - Principais projeções cartográficas
2 - Tipos de projeções cartográficas
→ Superfície de contato
→ Propriedade
→ Posição da superfície de projeção
→ Método de elaboração do traçado

3 - Exemplos de projeções cartográficas


→ Projeção de Mercator
→ Projeção de Peters
→ Projeção de Robinson

4 - Por que as projeções cartográficas apresentam distorções?


5 - Curiosidades sobre as projeções cartográficas
6 - Exercícios resolvidos

Principais projeções cartográficas


Segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, as mais conhecidas
classificações de projeção cartográfica são aquelas que utilizam as superfícies de um
cone, plano ou cilindro, a fim de planificar a área esférica da Terra.

→ Projeção cilíndrica

Projeção cilíndrica é feita sobre um cilindro tangente ao globo.

A projeção cilíndrica refere-se à representação da superfície esférica da Terra em um


plano utilizando como base um cilindro que envolve todo o globo. Nessa projeção
as coordenadas geográficas (paralelos e meridianos) são representadas por linhas
retas que se encontram em ângulos retos.
Há nela conservação da forma, direções e ângulos, mas a proporção da
superfície é distorcida. É comum escolher esse tipo de projeção para mapas-
múndi. À medida que se aproxima dos polos, as deformações aumentam, sendo
assim, as regiões polares são normalmente exageradas em sua apresentação.

→ Projeção cônica

Projeção cônica é projetada sobre um cone tangente ao globo.

A projeção cônica refere-se à representação da superfície esférica da Terra projetada sobre


um cone. As coordenadas geográficas originam-se de um único ponto. Os meridianos
convergem para as regiões polares, e os paralelos formam arcos concêntricos. As áreas
que se encontram mais afastadas do paralelo em contato com cone apresentam maiores
deformações. Normalmente esse tipo de projeção é utilizado para representar regiões de
latitudes intermediárias.

→ Projeção azimutal

Projeção azimutal é feita sobre um plano tangente a um ponto do globo.


A projeção azimutal, também chamada de projeção plana, refere-se
à representação da superfície esférica da Terra sobre uma superfície plana
tocante ao globo. As coordenadas geográficas nesse tipo de projeção formam
círculos concêntricos. É utilizada para representar qualquer ponto da Terra, sendo
mais comum a representação das regiões polares, ou seja, áreas menores do globo.
É classificada em três tipos: polar, equatorial e oblíqua.

Tipos de projeções cartográficas


Existem diversas representações aproximadas da superfície esférica da Terra em um
plano. Elas podem ser classificadas quando à superfície de projeção (que são as
mais comuns e já foram mencionadas anteriormente); quanto ao tipo de contato
com a superfície; quanto às propriedades; quanto ao método de elaboração do
traçado; ou quanto à situação do ponto de vista.|1| As mais conhecidas são:

→ Superfície de contato
1. Tangente: superfície de projeção encontra-se tangente à superfície de
referência.

2. Secante: superfície de projeção divide em partes (secciona) a superfície de


referência.

→ Propriedade
1. Equidistante: projeção cartográfica que não apresenta deformação linear, e sim
a conservação da escala real em uma determinada direção. Há nela deformação
da área e dos ângulos, conservando as distâncias.

2. Conforme: projeção cartográfica em que há conservação dos ângulos e


deformação das áreas, especialmente de pequenas regiões. Há nela o
cruzamento entre as coordenadas geográficas em ângulo reto.

3. Equivalente: projeção cartográfica que não apresenta deformação das áreas,


ou seja, a proporção com a área real é conservada. Contudo, há distorção dos
ângulos, provocando deformidades ao redor de um ponto, devido à variação da
escala.

4. Afilática: projeção cartográfica que não conserva ângulo, área ou comprimento,


portanto, não há conservação das propriedades. Contudo, há o mínimo de
deformação possível em conjunto.

→ Posição da superfície de projeção


1. Policônica: projeção cuja superfície de representação é um cone apresentando
deformações ao centro que aumentam à medida que a área afasta-se da região
central. Utilizada especialmente em representações de áreas extensas de norte a
sul.
2. Transversa: projeção em que as coordenadas geográficas não se apresentam
em linha reta (exceto a Linha do Equador), utilizada principalmente para
representar áreas extensas de norte a sul.

3. Normal: projeção em que os paralelos apresentam-se como círculos e os


meridianos como linhas retas, apresentando baixo nível de deformação. Utilizada
especialmente em representações de áreas extensas de oeste a leste.

→ Método de elaboração do traçado


1. Geométrica: projeção representada segundo princípios geométricos, sendo
dividida em: gnomônica (ponto de vista no centro da Terra), estereográfica
(ponto de vista no plano contrário à tangência do plano da projeção) ou
ortográfica (ponto de vista no infinito).

2. Analítica: projeções representadas segundo formulações matemáticas


(cálculos, tabelas, ábacos).

3. Convencional: projeções representadas por meio de cálculos e tabelas.

Saiba também: Mapa do Brasil: estados, capitais e regiões

Exemplos de projeções cartográficas


Há diversos tipos de projeções segundo os critérios já citados, mas algumas delas
são bastante conhecidas quando o assunto é representação do mapa-múndi.
Conheça três delas:

→ Projeção de Mercator

A projeção de Mercator, elaborada em 1569 pelo cartógrafo Gerhard Mercator, é do


tipo cilíndrica e uma das mais conhecidas no mundo todo. As coordenadas
geográficas são traçadas em linhas retas que se cruzam formando ângulos retos.
Nesse tipo de projeção, há conservação dos ângulos e deformação das áreas. As
regiões nas altas latitudes apresentam-se de forma exagerada.
A projeção de Mercator possui uma visão eurocêntrica de mundo.

→ Projeção de Peters

A projeção de Peters privilegia os países subdesenvolvidos e em desenvolvimento.


A projeção de Peters, elaborada em 1973 pelo historiador alemão Arno Peters, é do
tipo cilíndrica equivalente. Os paralelos são apresentados em intervalos que
decrescem a partir da Linha do Equador. Ao contrário da projeção de Mercator, a
projeção de Peters apresenta com maior exagero a região dos países
subdesenvolvidos e em desenvolvimento. Na direção leste-oeste, há
achatamento, enquanto na direção norte-sul, há alongamento. A principal
característica desse modelo é a conservação das áreas e a deformação dos ângulos
e das formas.

→ Projeção de Robinson

Projeção de Robinson é considerada a melhor projeção para representar os continentes.

A projeção de Robinson, elaborada em 1961 pelo geógrafo Arthur H. Robinson, é do


tipo afilática e pseudocilíndrica. Nesse tipo de projeção, os paralelos são
representados em linha reta e os meridianos em forma de arcos concêntricos. O
mapa elaborado apresenta deformação mínima das áreas e das formas, conservando
os ângulos. É considerada a melhor projeção cartográfica para representar as
massas continentais.

Por que as projeções cartográficas apresentam


distorções?
Devido à grande dificuldade de representar algo esférico em uma superfície plana,
as projeções cartográficas costumam apresentar distorções, sejam elas na área, na
forma ou no ângulo. Assim, cada projeção, entre as centenas existentes, prioriza
algum aspecto em sua representação e nunca estará livre de distorções, portanto,
não representará fielmente a superfície.
Pode-se dizer então que não há uma projeção cartográfica ideal. A escolha de
cada uma estará relacionada com o propósito daquilo que se quer representar. A
representação que apresenta menos problemas quanto às alterações, e mais se
aproxima da realidade, é o globo.

Curiosidades sobre as projeções cartográficas

O emblema da ONU é uma projeção azimutal.

Segundo o IBGE, a representação do Brasil é feita por meio de projeção


cilíndrica equatorial de Mercator e policônica. O mapeamento oficial do território
brasileiro é elaborado na projeção policônica, que visa diminuir a deformação
dos meridianos à medida que eles convergem.

O emblema da Organização das Nações Unidas é um exemplo de projeção


azimutal ou plana. Essa projeção é centrada no Polo Norte, estendendo-se a 60°
de latitude sul.
Exercícios resolvidos
1) (UESC) Os conhecimentos sobre projeções cartográficas e uso de mapas
possibilitam afirmar:

a) A projeção azimutal fornece uma visão eurocêntrica do mundo e, por isso, não é
mais utilizada.

b) As distorções da representação, nas projeções cilíndricas, são maiores no Equador


e menores nos polos.

c) A projeção de Peters é a única que não pretende privilegiar nenhum continente,


porque ela reproduz rigorosamente a realidade.

d) A projeção cônica só pode ser utilizada para representar grandes regiões, porque
as distorções são pequenas entre os trópicos, não representando, portanto, a
realidade das áreas mapeadas.

e) As projeções cartográficas permitem que, na construção dos mapas temáticos, os


meridianos e os paralelos terrestres sejam transformados de uma realidade
tridimensional para uma realidade bidimensional.

Letra E

O principal objetivo das projeções cartográficas é representar uma área


tridimensional de forma bidimensional. A escolha do tipo de projeção dependerá do
propósito do mapa.
2) (FGV/2017) Considerando a cartografia enquanto um conjunto de técnicas, temos
nas projeções cartográficas o desafio de representar em um plano o formato geoide
do planeta Terra. Quanto ao tipo de superfície de projeção, aquela cujas distorções
aumentam conforme nos afastamos da linha do Equador denomina-se projeção

a) polissuperficial.

b) cônica.

c) cilíndrica.

d)) azimuta

e)) p iédrica.

Letra C

Na projeção cilíndrica, à medida que se afasta do Equador e aproxima-se dos polos,


a deformação da área aumenta, e por isso os polos são apresentados com exagero.
3) (UEL-PR/2015) Com o objetivo de representar, o mais próximo possível do real, o
espaço geográfico, os cientistas usaram as projeções cartográficas. As mais
utilizadas são as de Mercator e Peters. Com base nos conhecimentos sobre
projeções cartográficas, assinale a alternativa correta.

a) Na projeção de Peters, o plano da superfície de projeção é tangente à esfera


terrestre (projeção azimutal); já na projeção de Mercator, o plano da superfície de
projeção é um cone (projeção cônica) envolvendo a esfera terrestre.

b) Na projeção de Mercator, o espaçamento entre os paralelos diminui da Linha do


Equador para os polos, enquanto o espaçamento entre os meridianos aumenta a
partir do meridiano central.

c) Na elaboração de uma projeção cartográfica, o planisfério de Peters mantém as


distâncias proporcionais entre os elementos do mapa, aumentando o comprimento
do meridiano central.

d) A projeção de Mercator é desenvolvida em um cilindro, sendo mantida a


propriedade da forma. Essa projeção mostra uma visão de mundo eurocêntrica.

e) Na projeção de Peters, o espaçamento entre os paralelos aumenta da Linha do


Equador para os polos, enquanto o espaçamento entre os meridianos diminui a
partir do meridiano central.

Letra D

As projeções de Peters e Mercator são cilíndricas. Enquanto Peters apresenta


exagero nas regiões subdesenvolvidas, Mercator apresenta uma visão eurocêntrica
aumentando a área dos países nas maiores latitudes.

Fontes

IBGE. Projeções cartográficas. Disponível em: https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o-que-e-


cartografia/as-projec-o-es-cartogra-ficas.html.

USP. Introdução à cartografia. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2612791/


mod_resource/content/2/5%20Projecoes_cartograficas.pdf.

Notas

|1| Projeções cartográficas. http://csr.ufmg.br/carto1/carto1_parte3.pdf

Por Rafaela Souza


Professora de Geografia
_3.1_ Exercícios
1) É fundamental conhecer as classificações de projeções cartográficas, bem como saber
identificar e compreender as informações presentes em um mapa. Entre as alternativas a
seguir, qual é a correta?

A) As projeções cartográficas permitem que, na construção dos mapas temáticos, os meridianos


e os paralelos terrestres sejam transformados de uma realidade tridimensional para uma
realidade bidimensional.

B) A projeção cônica só pode ser utilizada para representar grandes regiões porque as distorções
são pequenas entre os trópicos, não representando, portanto, a realidade das áreas
mapeadas.

C) A projeção de Peters é a única que não pretende privilegiar nenhum continente, porque ela
reproduz rigorosamente a realidade.

D) As distorções da representação, nas projeções cilíndricas, são maiores no Equador e menores


nos polos.

E) A projeção azimutal fornece uma visão eurocêntrica do mundo e, por isso, ela não é mais
utilizada.

Gab A = As projeções consistem justamente na transposição de algo


tridimensional em algo bidimensional.

B err = As áreas representadas na projeção cônica costumam ser menos


distorcidas nos paralelos centrais e mais distorcidas nas zonas periféricas
do mapa. Sendo assim, seu uso é aconselhável em pequenas regiões ou, no
máximo, em algumas áreas continentais.

C err = Toda projeção cartográfica apresenta distorções. As distorções na


Projeção de Peters estão, principalmente, nas formas dos continentes, que
aparentam estar mais “esticados”.

D err = Nas projeções cilíndricas, a exemplo da Projeção de Mercator, as


distorções são maiores nos polos do que no Equador.

E err = A projeção azimutal não pode ser considerada do tipo eurocêntrica,


porque uma de suas características é a de apresentar menores distorções no
centro selecionado na representação, que pode ser qualquer ponto da Terra.
2) Em relação a escala cartográfica, qual a alternativa correta?

A) Sempre será representada em centímetros.

B) A escala ampliada costuma ser usada em mapas de territórios ou plantas de habitações.

C) Quanto maior for a escala, maior a área representada e maior é o nível de detalhamento.

D) As escalas são utilizadas unicamente na confecção de mapas.

E) Indica a proporção entre uma área da superfície e a sua representação em um mapa.

A err = Quando não for indicada a medida na escala (cm, m, km) em sua
notação, significa, por convenção, que ela está em centímetros

B err = É a escala reduzida que costuma ser usada em mapas de territórios ou


plantas de habitações

C err = Quanto maior for a escala, menor a área representada e maior é o


nível de detalhamento

D err = As escalas, tanto numéricas quanto gráficas, podem ser utilizadas em


mapas, plantas e cartas.

Gab E = Uma escala cartográfica é a medição que indica a proporção


equivalente entre uma área real e a sua representação cartográfica. É o
quanto uma determinada localidade da superfície foi “reduzida” para caber em
um mapa.

elm = acho que para E estar certa deveria ser "...proporção entre uma distância ou
comprimento e sua...", não área.
3) "Este tipo de projeção cartográfica, é obtida a partir de um plano tangente a um ponto
qualquer da superfície terrestre o qual ocupa o centro da projeção. Esta visa representar
regiões polares, pois apresenta menos distorções nas regiões próximas do ponto central".
Esta definição refere-se a qual alternativa?

A) Projeção Cônica.

B) Projeção Cilíndrica.

C) Projeção Azimutal.

D) Projeção Polissuperficial.

E) Projeção Geométrica.

A err = Neste tipo de projeção cartográfica em que a superfície da Terra é


representada sobre um cone imaginário, que está em contato com a esfera em
determinado paralelo, ou em que o cone intercepta a esfera em dois
paralelos.

B err = A superfície terrestre é representada em um cilindro envolvendo o


globo terrestre. Os paralelos e os meridianos são linhas retas que convergem
entre si. As deformações ocorrem conforme se aumentam as latitudes, tendo a
chegar ao infinito.

Gab C = Neste tipo de projeção, as deformações são pequenas nas proximidades


do polo, mas aumentam à medida que nos distanciamos do centro e o mesmo
efeito se aplicaria quando a projeção é feita num determinado paralelo de
latitude, nesse caso, os cardeais indicariam os rumos e as coordenadas, a
partir do ponto de contato, sofreriam distorções.

D err = Quando apresenta mais de um tipo de projeção para aumentar o contato


da superfície de referência e, portanto, diminuir as deformações.

E err - Baseia-se em princípios da Geometria. Pode ser obtida pela


intersecção, sobre a superfície de projeção, do feixe de retas que passa por
pontos da superfície de referência partindo sempre de um ponto (centro
perspectivo).
4) Em relação a diferença entre carta, planta e mapa, qual a alternativa correta?

A) As plantas apresentam uma escala muito pequena, e desta forma, apresentam grande
quantidade de detalhes.

B) O mapa é a representação de uma superfície qualquer do espaço geográfico.

C) O mapa apresenta uma escala muito grande.

D) A carta é a representação no plano, normalmente em escala pequena, dos aspectos


geográficos, naturais, culturais e artificiais de uma área tomada na superfície de uma figura
planetária, delimitada por elementos físicos, político-administrativos, destinada aos mais
variados usos, temáticos, culturais e ilustrativos.

E) Os mapas consistem na representação no plano, em escala média ou grande, dos aspectos


artificiais e naturais de uma área tomada de uma superfície planetária, subdividida em folhas
delimitadas por linhas convencionais, paralelos e meridianos, com a finalidade de possibilitar a
avaliação de pormenores, com grau de precisão compatível com a escala.

A err = A planta é a representação em escala grande de uma área muito


limitada, portanto, com maior quantidade de detalhes.

Gab B = O homem sempre teve a necessidade de se localizar e localizar os


recursos naturais para sua sobrevivência. Ao longo da história da
humanidade, a representação do Espaço Geográfico por meio de mapas, se
tornou de grande importância, tanto para o homem quanto para o governo,
para o planejamento geoestratégico no campo internacional e militar.

C err = Os mapas possuem escalas pequenas, pois representam grandes áreas,


sendo a quantidade de detalhes muito baixa.

D err = Esta definição refere-se aos mapas.

E err = Esta definição refere-se à carta.


5) "Este consiste em uma linha imaginária que demarca a divisão das longitudes do globo
terrestre, tendo ele o valor de 0o de longitude e, tecnicamente, não posicionado nem a Leste
nem a Oeste. Portando, este constitui o marco divisor entre os hemisférios Ocidental e
Oriental". Esta definição refere-se a qual alternativa?

A) Meridiano de Greenwich.

B) Linha do Equador.

C) Trópico de Capricórnio.

D) Linha Internacional de Data.

E) Trópico de Câncer.

Gab A = O Meridiano de Greenwich (ou Meridiano Principal) é considerado o


“marco zero” da Terra, sendo estabelecido na Convenção de Washington, em
1884.

B err = A linha do Equador é uma linha imaginária, responsável pela divisão


do globo terrestre em dois hemisférios: Hemisfério Sul, também denominado
meridional ou austral. Hemisfério Norte, também conhecido como setentrional
ou boreal.

C err = O Trópico de Capricórnio é o paralelo situado ao sul do equador


terrestre. É um dos cinco principais círculos de latitude que marcam mapas
da Terra. Delimita a zona tropical sul, que corresponde a um limite do
solstício, que é a declinação mais meridional da elíptica do Sol sobre o
equador celeste.

D err = Esta consiste em um traçado imaginário no Oceano Pacífico, mais


precisamente na região que separa o continente americano da Oceania e da
Ásia. Costuma ser conhecida por ser o antimeridiano de Greenwich.

E err = É um paralelo situado ao norte da linha do equador que delimita as


zonas equatorial e subequatorial norte. Corresponde à declinação mais
setentrional da elíptica solar para o equador celeste.
_3.1_ Na prática
Diversas atividades humanas necessitam determinar uma localização precisa no espaço. Qualquer
ponto da superfície terrestre pode ser localizado com exatidão com o auxílio das coordenadas. Para
isso, traça-se um conjunto de linhas imaginárias sobre mapas e globos que representam a Terra.
Essas linhas, chamadas de paralelos e meridianos, se cruzam formando um sistema de coordenadas
geográficas. Ou seja, determinando o ponto onde se cruzam o paralelo e o meridiano, é possível
determinar uma localização com exatidão.

Mas de que forma isso acontece na prática?

Veja na imagem a seguir.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!


_3.1_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Desenvolvimento e Integração de Mapas Dinâmicos


Georreferenciados para o Gerenciamento e Vigilância em
Saúde
Leia o artigo a seguir, e saiba mais sobre como a cartografia auxilia o georreferenciamento de uma
determinada área, auxiliando na visualização, compreensão e análise de dados numéricos.

https://www.researchgate.net/
publication/281651580_Desenvolvimento_e_Integracao_de_Mapas_Dinamicos_Georreferenciados_par
a_o_Gerenciamento_e_Vigilancia_em_Saude

A Grande História dos Mapas


https://youtu.be/MTrKLLygNk0 52 min

Ambitare Sep 21, 2016 Documentário produzido em 2006 pela BFC Productions / France 5
sobre a história da Cartografia (versão dobrada em Português do Brasil).
Os mapas são um convite ao sonho e à viagem, são no entanto também instrumentos de poder.
A Cartografia é tanto científica e técnica como uma aventura feita de desafios humanos.
Quase 3.000 anos da história dos mapas são abordados neste documentário, que mostra como e
quanto a Cartografia do mundo tem dependido do progresso científico .

Modo de ler mapas e suas políticas espaciais


Aprofunde seus conhecimentos por meio da leitura do artigo Modo de ler mapas e suas
políticas espaciais, que fornece informações e dicas sobre como deve ser a leitura correta
dos mapas, demonstrando também, dessa forma, como um mapa deve ser feito para que seja
facilmente compreendido.

https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/espacoecultura/article/view/19960

pdf 26p

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS


CASACA, J.; MATOS, J.; BAIO, M. Topografia geral. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017.
IBGE. Noções básicas de cartografia. Rio de Janeiro, 1998. Disponível em: http://
www.cartografica.ufpr.br/home/wp-content/uploads/2013/09/Nocoes-BasicasCartografia.pdf.
Acesso em: 19 de setembro de 2017.
Banco de imagens Shutterstock.
SAGAH, 2017.

EQUIPE SAGAH
Coordenador(a) de Curso Shanna
Lucchesi Professor(a)
Ronei Stein
Gerente de Produção Daiana
Garibaldi da Rocha Gerente Unidade
de Negócios Rodrigo Severo
Aula 3.2
TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO - A (2024.FEV)
1.1 - Introdução aos trabalhos topográficos
1.2 - Instrumentos de medição
2.1 - Conceitos fundamentais de topografia I
2.2 - Conceitos fundamentais de topografia II
3.1 - Conceitos e noções de Cartografia
3.2 - Cartografia: interpretação e estudos da base cartográfica
4.1 - Introdução ao Geoprocessamento
4.2 - Sistema de posicionamento global (GPS)
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Conceitos básicos de sensoriamento remoto e geoprocessamento
__ C.2 Sistema de coleta de dados e fontes de obtenção de dados espaciais
__ C.3 Sistemas de informações geográficas, dados de entrada e avaliação dos
resultados
__ C.4 Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos
e demandas ambientais

Cartografia: interpretação e estudos da base cartográfica


_3.2_
Apresentação
Os mapas são representações de aspectos naturais e artificiais do espaço geográfico e devem
conter elementos básicos para sua correta leitura e interpretação. Esses elementos devem estar
presentes em todos os mapas para que seu entendimento ocorra de forma prática e para que os
objetivos propostos em cada ilustração sejam alcançados.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você saberá detalhadamente quais são os elementos de um


mapa, conhecerá os sistemas de coordenadas geodésicas e cartesianas, bem como se familiarizará
com a conversão de coordenadas.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar os elementos de um mapa.


• Distinguir os sistemas de coordenadas geodésicas e cartesianas.
• Explicar a conversão de coordenadas.

elm = Avaliação da aula. Regular. Assinalada opções: - Precisei pesquisar mais; - Conteúdo
Livro difícil (qdo assinala <regular, só há opções para assinalar) Mais: Vídeo conteúdo
ruim.
_3.2_ Desafio
Para que seja possível representar, por meio de mapas, a superfície terrestre, seus elementos,
fenômenos ou informações diversas, existem itens essenciais que devem estar presentes nessa
representação. Esses itens são denominados convenções cartográficas.

Imagine a seguinte situação: você trabalha em uma instituição estadual e é responsável pela
elaboração de um mapa para uma pesquisa que deve conter informações sobre as populações
indígenas do estado em que você trabalha.

Frente a este desafio, sendo você o profissional responsável pela elaboração desse mapa, responda:

a) Quais convenções cartográficas você deveria utilizar para a representação desse tema? Indique
com detalhes como seria cada um desses itens.

b) Traga um mapa de exemplo que contenha essas convenções e mostre onde elas estão
apresentadas no mapa.

elm = a) e b) respondidos nas páginas 2 e 3 do Conteúdo do Livro desta Aula


3.2

Padrão de resposta esperado


a) Para a construção de um mapa, existem itens considerados básicos para que
o mapa seja consideradocompleto. Esses itens são:
> Corpo do mapa: é o seu corpo principal, ou em mapas comparativos, dois ou
mais.
> Mapa de inserção/visão geral (se necessário): pode ser usado para mostrar
uma área do corpo principalcom mais detalhes.
> Título: revela o assunto do mapa, podendo conter também o local e a data da
representação.
> Projeção cartográfica: revela o método utilizado na transformação da
superfície esférica terrestre em superfície plana.
> Base de origem: consiste no mapa-base, dados que fornecem o contexto
geográfico, como limites administrativos, rios, lagos, ruas e estradas.
> Orientação: mostra, de forma gráfica, a situação da área representada no
mapa com a utilização da rosa dos ventos, ou com o uso de indicação do Norte.
> Legenda: contribui para o entendimento do mapa, pois auxilia na leitura e
na interpretação das informações contidas nele por meio das cores, das
formas, dos símbolos, entre outros.
> Escala: demonstra a razão entre o tamanho real do espaço geográfico e o
tamanho do espaço representado cartograficamente, informando a redução
realizada para representar o espaço no mapa.
> Fonte: mostra de onde os dados foram obtidos, determinando a data das
informações apresentadas no mapa.
> Sistema de coordenadas: gratículas e/ou quadrículas. As gratículas são
um conjunto de linhas que se cruzam perpendicularmente, em quaisquer
ângulos, formando trapézios esféricos; já as quadrículas são pares de
linhas paralelas que se cruzam perpendicularmente, estabelecendo
ângulos retos, formando, então, quadrados ou retângulos.

Observe o mapa a seguir:


b) Conforme o mapa, o título indica que é a divisão política do Brasil. São
utilizadas coordenadas geográficas; a legenda indica as capitais, os limites
e as vias de transporte, etc.; a fonte dos dados é o IBGE; a escala é 1:120 e
a projeção utilizada é a policônica.

Dessa forma, existem escolhas que devem ser feitas para que a representação
dessas informações seja amais correta possível. Tudo deve ser bem pensado e
elaborado para que a interpretação das informaçõespossibilite o entendimento
de forma simples e correta.
_3.2_ Infográfico
Existem, na atualidade, algumas alternativas para a realização de conversão de coordenadas, as
quais possibilitam que essas operações de transformação possam ser realizadas por meio de
softwares comerciais e livres, como o ProGriD, adotado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística).

Neste Infográfico, você verá com detalhes algumas informações sobre o ProGriD e onde é possível
acessá-lo gratuitamente.

PROGRAMA DE TRANSFORMAÇÃO DE COORDENADAS GEODÉSICAS - PROGRID

O ProGriD é um aplicativo desenvolvido para realizar a conversão de


coordenadas geodésicas, lançado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).

O ProGriD é um grande avanço tecnológico para a transformação de


coordenadas.
O programa permite os valores mínimos e máximos das coordenadas geográficas
(latitude, longitude e altura geométrica), das coordenadas UTM (E, N) e das
coordenadas cartesianas (X, Y, Z), além da identificação do sistema de
referência.

O ProGrid surgiu a partir de uma parceria entre o IBGE, a Universidade New


Brunswick (Canadá), o Instituto Militar de Engenharia (IME) e a Universidade
Estadual Paulista (Unesp).
O software foi desenvolvido pela empresa canadense Optex.

Para ter acesso a esse aplicativo, de forma gratuita, basta acessar o site do
IBGE.
_3.2_ Conteúdo do livro
Os mapas são essenciais para a representação da superfície terrestre e alguns itens são essenciais
para o seu conhecimento, pois permitem a interpretação dos dados presentes nas representações
cartográficas.

No capítulo Cartografia: interpretação e estudos da base cartográfica, da obra Geoprocessamento,


você vai estudar os elementos de um mapa, os sistemas de coordenadas geodésicas e cartesianas e
a conversão de coordenadas.
SUMÁRIO

!Unidade 1

Cartografia: estudo sobre a elaboração da base cartográfica .......... 15


Carlos Alberto Lobler
Base cartográfica.................................................................................................................................................... 16
Escalas numéricas, gráficas ou nominais .............................................................................................. 19
Cartas, mapas e plantas ....................................................................................................................................22

Cartografia: estudo sobre o sistema de referência .............................. 29


Carlos Alberto Lobler
Direção norte e ângulos notórios ...............................................................................................................30
O Sistema Geodésico Brasileiro ....................................................................................................................34
Sistemas de referência ......................................................................................................................................36

1 Cartografia: estudos sobre o sistema de projeção ............................... 45


Cristina Marin Ribeiro Gonçalves
As projeções cartográficas ..............................................................................................................................45
Classificação das p rojeções ca rtográficas ..............................................................................................48
Projeção Universal Transverse Mercator .................................................................................................54

Cartografia: interpretação e estudos da base cartog ráfica ............... 59


Cristina Marin Ribeiro Gonçalves
Os elementos de um mapa ...........................................................................................................................59

L os sistemas de coordenadas geodésicas e cartesianas................................................................63


Conversão de coordenadas ............................................................................................................................66

1Unidade2

Sensoriamento remoto e fotogrametria: estudos sobre


as câmaras e os sensores ............................................................................... 73
Carlos Alberto Lobler
Sensoriamento remoto...................................................................................................................................... 74
Fotogrametria e aerofotogrametria ......................................................................................................... 79
Etapas das operações em aerofotogrametria .....................................................................................82

Fotogrametria: o entendimento sobre a estereoscopia .................... 89


Carlos Alberto Lobler
O que é estereoscopia?......................................................................................................................................90
Métodos utilizados para obter p rofundidade..................................................................................... 92
O uso da estereoscopia na arquitetura....................................................................................................96

1 Fotogrametria: a restituição fotog ramétrica ........................................ 1õll


Carlos Alberto Lobler
Restituição fotogramétrica ........................................................................................................................... 102
Orientação de imagens e georeferência ............................................................................................. 105
Restituição fotogramétrica aplicada à arquitetura ....................................................................... 106

Fotogrametria: etapas para a e laboração de uma carta ................... 115


Márcio Fernandes Leão
Equipamentos envolvidos na elaboração de cartas ..................................................................... 115
Como produzir uma carta?............................................................................................................................ 119
Aplicações da cartografia .............................................................................................................................. 126
Unidade 3
Fotointerpretação e interpret ação baseada na REM:
parâmetros da fotointerpretação ............................................................. 139
Márcio Fernandes Leão
O que é fotointerpretação? .......................................................................................................................... 140
Uso da radiação eletromagnética ............................................................................................................ 145
Aplicações da fotointepretação em projetos ................................................................................... 150

Fotointerpretação: prática de fot ointerpretação ................................ 161


Márcio Fernandes Leão
Parãmetros utilizados na fotointerpretação ....................................................................................... 161
Como se faz uma fotointerpretação? .................................................................................................... 165
Aplicações da fotointerpretação .............................................................................................................. 169

Wnidade4
SIG: separação dos níveis temáticos, gráficos e descritivos ............ 177
Ananda M uller Postay de Lima
Sistemas d e informações g eográficas ................................................................................................... 177
Dados armazenados em sistema de informações geográficas ............................................ 180
Estruturas veto rial e matricial ...................................................................................................................... 183

SIG: aquisição dos dados ............................................................................. 193


Ananda M uller Postay de Lima
Níveis d e aquisição de dados...................................................................................................................... 193
Sistemas imageadores..................................................................................................................................... 198
L Características das imagens d ig itais.......................................................................................................2 02 1

1 SIG: pré-processamento e análises dos dados 1


gráficos e descritivos ..................................................................................... 209
Natália de Souza Pelinson
Sist emas de informação geográfi ca: p rocessamento de imagens ..................................... 210
Técn icas de p rocessamento de imagens ............................................................................................ 211
Sistema d e informações g eográficas para t écnicas de pré-p rocessamento
e p rocessamento de imagens...............................................................................................................225

SIG: apl icação prática .................................................................................... 233


Natália de Souza Pelinson
Amostras d e t reinamento: uma importante ferramenta da classificação
de imagens ............................................................................................................................. ...........................234
Classificação de imagens e a utilização de sistemas de informações
geográficas (SIG) ............................................................................................................................................236
Sist ema de informações geog ráficas para classificação de imagens ............................... 2~

1 Aplicações prátiicas das ferramentas de geoprocessamento 1


para projetos e demandas ambienta is................................................... 2 61
Cristina M arin Ribeiro Gonçalves
A importância do sistema de informações geográficas para projetos ambientais ......262
Descrição de um projeto ambiental ......................................................................................................267
Sistema d e inform ações g eográficas como ferramenta d e resolução
de problemas em um projeto ambient al....................................................................................... 270
Cartografia: interpretação
e estudos da base
cartográfica
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Identificar os elementos de um mapa.


 Distinguir os sistemas de coordenadas geodésicas de cartesianas.
 Explicar a conversão de coordenadas.

Introdução
Os mapas são formas de representação da superfície terrestre e de temas
específicos aos quais queremos referir-nos e que precisamos representar.
Para tanto, existem elementos que são considerados básicos e que são
imprescindíveis nessa representação.
Neste capítulo, você vai estudar os elementos de um mapa, como
título, convenções utilizadas, base de origem (mapa-base, dados), refe-
rências (autoria, data, fontes), indicação da direção norte, escala, sistema
de projeção utilizado e sistemas de coordenadas utilizados (gratículas
ou quadrículas), bem como vai distinguir o sistema de coordenadas
geodésicas e cartesianas e suas formas de conversão.

Os elementos de um mapa
Conforme Longley et al. (2013), os mapas cumprem duas funções muito
úteis, agindo tanto como mecanismos de armazenamento quanto como de
comunicação da informação geográfica. Então, quando observamos um mapa,
2 Cartografia: interpretação e estudos da base cartográfica

sabemos que por trás de suas representações existem dados, que podem ser
qualitativos ou quantitativos e que correspondem a determinada área repre-
sentada. Essas informações são representadas por símbolos, que representam
o espaço geográfico e nos trazem informações de acordo com a necessidade
e proposta de sua construção.
Essa leitura dos mapas, denominada leitura cartográfica, não é algo simples
de se realizar. Para tanto, é necessário uma elaboração dos mapas de maneira
adequada, pois o cartógrafo precisa conhecer os elementos que constituem
um mapa, também denominados convenções cartográficas.
Esses elementos que constituem um mapa, conforme Figura 1, são os que
você confere a seguir.

 Corpo do mapa: é o seu corpo principal, ou em mapas comparativos,


dois ou mais.
 Mapa de inserção/visão geral: podem usados para mostrar uma área
do corpo principal com mais detalhes, quando necessário.
 Título: revela o assunto do mapa e pode, ainda, informar o local e a
data da representação.
 Projeção cartográfica: revela o método utilizado na transformação
da superfície esférica terrestre em uma superfície plana.
 Base de origem: consiste no mapa-base, dados que fornecem o contexto
geográfico, como limites administrativos, rios, lagos, ruas e estradas.
 Orientação: mostra de forma gráfica a situação da área representada
no mapa com a utilização da rosa dos ventos ou com o uso de indicação
do norte.
 Legenda: contribui para o entendimento do mapa, pois auxilia na
leitura e na interpretação das informações contidas no mapa por meio
das cores, das formas, dos símbolos, entre outros.
 Escala: demonstra a razão entre o tamanho real do espaço geográfico
e o tamanho do espaço representado cartograficamente, informando a
redução realizada para representar o espaço no mapa.
 Fonte: mostra de onde os dados foram obtidos, determinando a data
das informações apresentadas no mapa.
 Sistema de coordenadas: gratículas e/ou quadrículas. As gratículas são
um conjunto de linhas que se cruzam perpendicularmente, em quaisquer
ângulos, formando trapézios esféricos; já as quadrículas são pares de
linhas paralelas que se cruzam perpendicularmente, estabelecendo
ângulos retos, formando, então, quadrados ou retângulos.
Cartografia: interpretação e estudos da base cartográfica 3
https://sagah.grupoa.com.br/gabaritos/GEOPROCESSAMENTO_FIGURAS

Leitores do material impresso, para visualizar as figuras


deste capítulo em cores, acessem o link ou o código QR
a seguir.

https://qrgo.page.link/8ujyK

Figura 1. Os principais componentes de uma composição de mapa.


Fonte: Longley et al. (2013, p. 307).

Para Estêvez (2015), nos itens que compõem o mapa, é imprescindível que
as informações estejam corretas e sejam colocadas com cuidado. A fonte, a
escala e a orientação quanto ao executor, o ano de elaboração do mapa e o ano
da fonte dos dados, além do título, que deve ser representativo, e da legenda
adequada à leitura devem ser bem pensados e elaborados.
Os mapas são construídos partindo-se do objetivo que se quer chegar e
das características e dos dados que se quer representar de determinado local
da superfície terrestre. De maneira geral, os mapas servem para:
4 Cartografia: interpretação e estudos da base cartográfica

 indicar limites geográficos;


 demonstrar acidentes do relevo da superfície;
 abordar assuntos temáticos, como mostra a Figura 2, que traz a densidade
demográfica do estado do Rio Grande do Sul, ou outros, que podem ser os
mais diversos, sobre urbanização, clima, economia, educação, dentre outros.

Figura 2. Rio Grande do Sul: densidade populacional.


Fonte: Fitz (2008, p. 60).

Mapeamento é o processo de construção de um documento cartográfico que tem


seu início na organização sistêmica dos dados e das informações provenientes de
diversos levantamentos.
Cartografia: interpretação e estudos da base cartográfica 5

Os sistemas de coordenadas
geodésicas e cartesianas
A Terra possui uma formação irregular, tornando difícil a materialização do
geoide e sua utilização como superfície de referência para os cálculos geodésicos.
O sistema de referência global baseia-se em um sistema elipsóidico, con-
forme Figura 3, global e relacionado ao elipsoide de referência que mais se
aproxima da descrição do comportamento físico de nosso planeta como um
todo. Partindo desse sistema global, é possível construir um sistema cartesiano,
no qual os eixos XYZ são construídos.

Figura 3. Definição do elipsoide, formado pela rotação de uma elipse em


torno do seu eixo menor.
Fonte: Longley et al. (2013, p. 133).

O sistema de coordenadas cartesianas é estabelecido sobre o elipsoide de


revolução e formado por eixos X, Y e Z, perpendiculares, sendo coordenadas
retangulares que podem ser vinculadas a um sistema geodésico (Figura 4).
6 Cartografia: interpretação e estudos da base cartográfica

Figura 4. Coordenadas cartesianas.


Fonte: Adaptada de Menezes (2013).

A procedência desse sistema é a intersecção dos eixos da elipse; o eixo X,


condizente com o plano positivo equatorial na direção da longitude 0°, e o eixo
Y, também situado no plano equatorial e positivo na direção da longitude 90°.
O eixo Z é paralelo ao eixo de rotação da Terra e na direção do norte é positivo.
Se a origem do sistema está localizada no centro de massas da Terra, suas
coordenadas são denominadas geocêntricas e, em caso contrário, topocêntricas.
Os sistemas de coordenadas geodésicas ou elipsoidais têm como referência
uma figura do elipsoide (Figura 5). As suas coordenadas geodésicas são latitude
geodésica, que é representada pela letra grega ⱷ (phi), e longitude geodésica,
que é representada pela letra grega λ (lambda).
Veja, a seguir, a definição das coordenadas geodésicas.

 Latitude geodésica (ⱷ): ângulo que uma normal ao elipsoide forma com
sua projeção equatorial.
 Longitude geodésica (λ): ângulo formado pelo meridiano geodésico de
Greenwich e pelo meridiano geodésico do ponto em questão.
 Altura geométrica (h): distância entre o elipsoide e a superfície física
do terreno.
Cartografia: interpretação e estudos da base cartográfica 7

Figura 5. Coordenadas geodésicas e cartesianas.


Fonte: Tuler e Saraiva (2016, p. 35).

Fazendo uma análise da Figura 5, observamos os seguintes aspectos: o


Eixo Z passa pelo CIO (Conventional International Origin 1900-1905); o eixo
X passa pelo meridiano médio de Greenwich; o eixo Y, ortogonal aos eixos
X e Z; o plano XZ coincide com o plano que contém o meridiano médio de
Greenwich; o plano XY é o plano equatorial convencional da Terra; a origem
está no centro convencional da Terra.
De acordo com Fitz (2008), o sistema Universal Transversa de Mercator
(UTM) adota uma projeção do tipo cilíndrica, transversal e secante ao globo
terrestre. Ele possui 60 fusos, cada um com seis graus de amplitude, anotados
a partir do antimeridiano de Greenwich, no sentido oeste-leste. Os limites do
mapeamento são paralelos 80° S e 84° N, a partir dos quais se utiliza uma
projeção estereográfica polar.
Esse sistema adota o que denominamos de coordenadas métricas planas
ou plano-retangulares, que possuem características específicas que aparecem
nas margens das cartas, acompanhando uma rede de quadrículas planas.
O cruzamento do equador com um meridiano padrão específico, que é
denominado meridiano central (MC), é o início deste sistema de coordenadas.
Esses valores das coordenadas obedecem uma sistemática de numeração, a qual
estabelece um valor de 10.000.000 m sobre o equador e de 500.000 m sobre o
8 Cartografia: interpretação e estudos da base cartográfica

MC. As coordenadas lidas a partir do eixo N (norte-sul) de referência, locali-


zado sobre o equador terrestre, vão se reduzindo no sentido sul do equador. Já
as coordenadas do eixo E (leste-oeste), contadas a partir do MC de referência,
têm valores crescentes no sentido leste e decrescentes no sentido oeste.

Figura 6. Coordenadas UTM 6.682.mN, na linha horizontal, e


476.000mE, na linha vertical.
Fonte: Fitz (2008, p. 70).

A Figura 6 traz um exemplo de mapa com coordenadas UTM, uma re-


produção do canto inferior esquerdo da carta SH.22-V-D-VI-4, com escala
1:50.000, que apresenta coordenadas planas, do sistema UTM, 6.682.mN, na
linha horizontal, e 476.000mE, na linha vertical.

Conversão de coordenadas
As coordenadas são determinadas por procedimentos de levantamentos geodé-
sicos ou obtidas por transformações a partir de outros sistemas de referência.
As transformações de coordenadas são importantes quando se deseja
transportar essas coordenadas de acordo com a necessidade existente.
Cartografia: interpretação e estudos da base cartográfica 9

Conforme Longley et al. (2013), existem fórmulas que possibilitam re-


lacionar as coordenadas geodésicas com as coordenadas cartesianas, assim
como as coordenadas geodésicas com as UTM, conforme demonstrado nas
Figuras 7 e 8, respectivamente.

Figura 7. Conversão de coordenadas cartesianas e geodésicas.


Fonte: Adaptada de Tuler e Saraiva (2016).

A partir das fórmulas indicadas na Figura 7, Tuler e Saraiva (2016) indicam que:

 X, Y, Z = são as coordenadas cartesianas do ponto;


 ⱷ, λ e h = são as coordenadas geodésicas do ponto, respectivamente,
latitude, longitude e altitude geométrica;
 N = grande normal;
 N' = pequena normal;
 e = primeira excentricidade;
 e' = segunda excentricidade.
10 Cartografia: interpretação e estudos da base cartográfica

É importante ressaltar que, para o cálculo N, é necessário o valor conhecido


da latitude do ponto (ⱷ), e deve-se considerar o sinal negativo para latitudes
sul e longitudes oeste.
É importante ressaltar que os valores A' e B', conforme estão na Figura 8,
são extremamente baixos, sendo desprezíveis em alguns casos.

Figura 8. Conversão de coordenadas geodésicas em UTM.


Fonte: Adaptada de Tuler e Saraiva (2016).

Como exemplos de transformação de coordenadas, com os cálculos


já finalizados, trazemos então a Figura 9, que já traz as informações do
sistema de coordenadas e a transformação de coordenadas geodésicas,
cartesianas e UTM.
As operações de transformação de coordenadas também podem ser reali-
zadas por diversos softwares comerciais e livres, como Auto CAD Civil 3D,
DataGeosis, GeoOffice, entre outros — o IBGE adota o ProGriD. Esse sistema
do IBGE é uma aplicação desktop que roda no ambiente Microsoft Windows
e foi desenvolvido de modo a permitir a transformação de coordenadas entre
os sistemas de referencias oficiais em uso no Brasil: Córrego Alegre, SAD-69
e SIRGAS-2000.
Figura 9. Informações do sistema de coordenadas.
Fonte: Tuler e Saraiva (2016, p. 37).
Cartografia: interpretação e estudos da base cartográfica
11
12 Cartografia: interpretação e estudos da base cartográfica

O ProGriD é uma aplicação que roda em Windows, desenvolvida para realizar a trans-
formação de coordenadas entre os sistemas de referência oficiais em uso no Brasil.

https://qrgo.page.link/bGwjr

https://www.ibge.gov.br/geociencias/informacoes-sobre-posicionamento-geodesico/
servicos-para-posicionamento-geodesico/16312-progrid.html

Sendo assim, na atualidade, dispomos de diferentes métodos para obtenção


da transformação de coordenadas geodésicas, cartesianas e UTM, tanto por
meio de cálculos, com as fórmulas específicas de conversão, quanto a partir
de softwares livres e comerciais.

ESTÊVEZ, L. F. Introdução à cartografia: fundamentos e aplicações. Curitiba: InterSa-


beres, 2015.
FITZ, P. R. Cartografia básica. São Paulo: Oficina de Textos, 2008.
LONGLEY, P. A. et al. Sistemas e ciência da informação geográfica. 3. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2013.
MENEZES, P. M. L. Roteiro de Cartografia. São Paulo: Oficina de Textos, 2013.
TULER, M.; SARAIVA, S. Fundamentos de geodésia e cartografia. Porto Alegre: Bookman,
2016.

Leitura recomendada
MACHADO, V. S.; SACCOL, J. Introdução à gestão ambiental. Porto Alegre: SAGAH, 2016.
_3.2_ Dica do professor
A Projeção de Mercator é datada de 1959 e, originalmente, foi criada para auxiliar a navegação
marítima no período de expansão das navegações europeias, mas acabou se tornando um modelo
para muitos mapas-múndi.

Nesta Dica do Professor, você vai conferir um pouco mais da história de Mercator e de sua famosa
projeção cartográfica: a Projeção de Mercator.

https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/
cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/31022d667c499d9d3b00aa91d0c4357e

4 min
_3.2_ Exercícios

1) Conforme Longley et al. (2013), os mapas cumprem duas funções muito úteis, agindo tanto
como mecanismos de armazenamento quanto de comunicação da informação geográfica.

Para tanto, é necessária uma adequada elaboração de mapas, pois o cartógrafo precisa
conhecer os elementos que constituem um mapa, também denominados (as):

A) convenções cartográficas.

B) projeções cartográficas.

C) escalas cartográficas.

D) fontes cartográficas.

E) sistema de coordenadas.

Gab A = A leitura de mapas, denominada leitura cartográfica, não é algo


simples de se realizar. Para tanto, é necessária uma elaboração adequada de
mapas, pois o cartógrafo precisa conhecer os elementos que constituem um
mapa, também denominados de convenções cartográficas.

(B err) As projeções cartográficas permitem transformar a superfície


tridimensional da Terra em uma representação plana, ou seja, bidimensional.

(C err) Já a escala demonstra a razão entre o tamanho real do espaço


geográfico e o tamanho do espaço representado cartograficamente, informando
a redução realizada para representar o espaço no mapa.

(D err) A fonte mostra de onde os dados foram obtidos, determinando a data


das informações apresentadas no mapa e

(E err) o sistema de coordenadas gratículas e/ou quadrículas. As


gratículas são um conjunto de linhas que se cruzam perpendicularmente, em
quaisquer ângulos, formando trapézios esféricos. As quadrículas são pares de
linhas paralelas que se cruzam perpendicularmente, estabelecendo ângulos
retos, formando quadrados ou retângulos.
2) Um mapa é composto por diversos elementos essenciais para sua representação e
interpretação de forma clara e correta.

Um desses elementos contribui e auxilia na leitura e na interpretação das informações


contidas no mapa, por meio das cores, das formas, dos símbolos, etc. Assinale a alternativa
que indica esse elemento:

A) Orientação.

B) Legenda.

C) Título.

D) Fonte.

E) Escala.

Gab B = Um mapa é composto por diversos elementos essenciais para sua


representação e interpretação de forma clara e correta. Um desses elementos
contribui e auxilia na leitura e na interpretação das informações contidas
no mapa, por meio das cores, das formas, dos símbolos, entre outros,
denominado Legenda.

(C err) Título: revela o assunto do mapa, podendo ainda informar o local e a


data da representação.

(A err) Orientação: mostra de forma gráfica a situação da área representada


no mapa com a utilização da rosa dos ventos, ou com o uso de indicação do
Norte.

(E err) Escala: demostra a razão entre o tamanho real do espaço geográfico e


o tamanho do espaço representado cartograficamente, informando a redução
realizada para representar o espaço no mapa.

(D err) Fonte: mostra de onde os dados foram obtidos, determinando a data


das informações apresentadas no mapa.
3) Os mapas são construídos a partir do objetivo a ser alcançado, das características e dos
dados de determinado local da superfície terrestre que se pretende representar. De maneira
geral, os mapas têm inúmeras utilidades, como as listadas a seguir. Assinale V (verdadeiro)
ou F (falso):
• ( ) Indicar limites geográficos.
• ( ) Mostrar acidentes do relevo da superfície.
• ( ) Abordar assuntos temáticos restritos a aspectos físicos do planeta.

• Marque a alternativa que contém a sequência correta.

A) F, F, F.

B) V, V, V.

C) V, V, F.

D) F, F, V.

E) V, F, V.

Gab C = Os mapas são construídos a partir do objetivo a ser alcançado, das


características e dos dados de determinado local da superfície terrestre que
se pretende representar.
De maneira geral, os mapas servem para: indicar limites geográficos; mostrar
acidentes do relevo da superfície; abordar assuntos temáticos que podem
trazer a densidade demográfica, urbanização, clima, economia, educação,
entre outros.
4) A Terra tem formação irregular, tornando difícil a materialização do geoide e sua utilização
como superfície de referência para os cálculos geodésicos. Assim, para a representação da
superfície terrestre, existem diferentes tipos de coordenadas que são adotadas.

Em cada uma das afirmações a seguir, assinale V (verdadeiro) ou F (falso):

( ) O sistema de coordenadas cartesianas é estabelecido sobre o elipsoide de revolução e é


formado por eixos X, Y e Z, perpendiculares, sendo as coordenadas retangulares que podem
ser vinculadas a um sistema geodésico.

( ) O sistema de coordenadas geodésicas ou elipsoidais tem como referência uma figura do


elipsoide. As suas coordenadas geodésicas são latitude geodésica, representada pela letra
grega ⱷ (phi), e a longitude geodésica, representada pela letra grega λ (lambda).

( ) O Sistema Universal Transversal de Mercator (UTM) adota o que se denomina de


coordenadas métricas planas ou plano-retangulares, cujas características específicas
aparecem nas margens das cartas, acompanhando uma rede de quadrículas planas.

Assinale a alternativa que contém a sequência correta:

A) F, F, F.

B) V, F, F.

C) V, F, V.

D) V, V, V.

E) F, F, V.

Gab D = Para a representação da superfície terrestre, existem diferentes


tipos de coordenadas que são adotadas, sendo que o sistema de coordenadas
cartesianas é estabelecido sobre o elipsoide de revolução e formado por eixos
X, Y e Z, perpendiculares, sendo coordenadas retangulares que podem ser
vinculadas a um sistema geodésico.
Os sistemas de coordenadas geodésicas ou elipsoidais têm como referência uma
figura do elipsoide; as suas coordenadas geodésicas são latitude geodésica,
representada pela letra grega ⱷ (phi), e a longitude geodésica, representada
pela letra grega λ (lambda).
E, ainda, o Sistema Universal Transversal de Mercator (UTM) adota o que se
denomina de coordenadas métricas planas ou plano-retangulares, cujas
características específicas aparecem nas margens das cartas, acompanhando uma
rede de quadrículas planas.
5) Na construção de um mapa, é necessário empregar um tipo de coordenadas para que se
tenha conhecimento da localização da superfície representada.

Em cada uma das afirmações a seguir, assinale V (verdadeiro) ou F (falso):

( ) As coordenadas são determinadas por procedimentos de levantamentos geodésicos ou


obtidas por transformações a partir de outros sistemas de referência.

( ) Existem apenas fórmulas, não softwares, que possibilitam relacionar as coordenadas


geodésicas com as coordenadas cartesianas, assim como as coordenadas geodésicas com as
UTM.

( ) As transformações de coordenadas são importantes quando se deseja transportar essas


coordenadas de acordo com a necessidade existente.

Marque a alternativa que contém a sequência correta:

A) V, V, V.

B) V, V, F.

C) F, F, F.

D) F, V, F.

E) V, F, V.

Gab E = As coordenadas são determinadas por procedimentos de levantamentos


geodésicos ou obtidas por transformações a partir de outros sistemas de
referência.
As transformações dessas coordenadas são importantes quando se deseja
transportar essas coordenadas de acordo com a necessidade existente.
Conforme Longley et al. (2013), existem fórmulas que possibilitam relacionar
as coordenadas geodésicas com as coordenadas cartesianas, assim como as
coordenadas geodésicas com as UTM.
_3.2_ Na prática
Os mapas podem representar diversas regiões e temas, dependendo do objetivo que se quer atingir
com essa produção. A palavra quilombo tem origem no idioma africano quimbunco, que significa
sociedade formada por jovens guerreiros que pertenciam a grupos étnicos desenraizados de suas
comunidades.

Acompanhe Na Prática como uma pesquisadora utiliza um mapa para mostrar dados sobre as
comunidades quilombolas em seu projeto.

QUILOMBOLAS
Os grupos étnicos denominados quilombolas também são muito conhecidos por
outros nomes, como comunidades remanescentes de quilombos e comunidades
negras rurais.

Essas comunidades são formadas pelos descendentes dos escravos negros que, por
meio de um movimento de resistência à escravidão, deram origem a esses grupos
sociais que ocupam um território comum e compartilham características
culturais até os dias de hoje.

Olívia é pesquisadora e, para desenvolver um projeto na universidade em que


trabalha, está elaborando um mapa sobre territórios quilombolas, no qual deve
indicar a localização e os dados sobre esse tema por meio das denominadas
convenções cartográficas.

Para a criação do mapa é necessário:


> Coletar os dados: número de comunidades, localização e datas das
informações.
> Analisar os dados; reunir as informações e pensar a melhor forma de
representação para ser de fácil interpretação.
> Representar as informações no mapa.

Após a elaboração do mapa,


a pesquisadora obteve os
seguintes resultados, que
foram registrados do mapa:

De acordo com a
Coordenação Nacional de
Articulação das
Comunidades Negras Rurais
Quilombolas (Conaq), em
2016, existiam entre 5 e 6
mil comunidades
quilombolas no Brasil, mas
apenas 168 foram tituladas
até agora, e outras 1.675
aguardam o processo de
certificação.
A partir dessa pesquisa e
representação, é possível diversas
ações acerca do assunto, dependendo
do objetivo a ser atingido com a
produção.
_3.2_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Padrão espacial de espécies madeireiras da Amazônia pelo


método de coordenadas cartesianas e espaciais
Leia este artigo e saiba mais sobre o método de coordenadas utilizado em padrão espacial.

https://pfb.cnpf.embrapa.br/pfb/index.php/pfb/article/view/1111

pdf 12p

Uso de geotecnologias para delimitação de Áreas de


Preservação Permanente e análise das áreas de conflito de uso e
ocupação do solo na zona urbana do município de Mãe do
Rio/PA
Neste link, você pode conferir um artigo sobre uso de geotecnologia para delimitação de uma Área
de Preservação Permanente.
http://anpur.org.br/app-urbana-2014/anais/ARQUIVOS/GT3-72-33-20140518141544.pdf

pdf 14p

Levantamento de limites de imóvel rural com uso de VANT,


Eldorado do Sul/RS
Leia o artigo a seguir para saber mais sobre limites de imóveis rurais com o uso de VANT.

https://lume.ufrgs.br/handle/10183/114676 pdf TCC 2014 161p

Atualmente, com a popularização dos VANTs (Veículos Aéreos Não Tripulados), a


aerofotogrametria para mapeamento de pequenas áreas tem se tornado uma alternativa cada vez
mais viável, proporcionando resolução espacial adequada ao seu fim. Essas aeronaves têm
sido usadas para outras finalidades, como gestão ambiental, agricultura de precisão,
monitoramento de áreas de risco, segurança, jornalismo, dentre outras. Neste trabalho, o
georreferenciamento de imóveis rurais, baseado no recobrimento aerofotogramétrico com VANT,
foi desenvolvido como uma proposta de levantamento indireto de divisas naturais em regiões
de difícil acesso e como alternativa ao levantamento geodésico com receptores GNSS, de
forma a atender requisitos de precisão posicional estabelecidos no Manual Técnico de
Posicionamento do INCRA.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS
BLOG DO ENEM. Projeções Cartográficas Cilíndricas: Os Mapas do Globo Terrestre. Disponível
em: https://blogdoenem.com.br/projecoes-cartograficas-cilindricas-geografia-enem/. Acesso
em: 29 out. 2019.
BRASIL. IBGE. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/geociencias/informacoes-sobre-
posicionamento-geodesico/servicospara-posicionamento-geodesico/16312-progrid.html?
=&t=acesso-ao-produto. Acesso em: 29 out.2019.
BRASIL. IBGE. Transformação de Coordenadas entre Sistemas de Referência Oficiais – ProGriD.
Disponível em: https://www.ibge.gov.br/geociencias/informacoes-sobreposicionamento-
geodesico/servicos-para-posicionamento-geodesico/16312-progrid.html?=&t=oque-e. Acesso
em:29 out. 2019.
BRASIL. Fundação Cultural Palmares. Disponível em: http://www.palmares.gov.br/?
page_id=52126. Acesso em: 29 out. 2019.
CONAQ. Terras Quilombolas. Disponível em: http://conaq.org.br/noticias/terras-quilombolas-
confira-o-balanco-de-maio/. Acesso em: 29 out.2019.
GOOGLE ACADÊMICO. Disponível em: https://scholar.google.com.br/scholar?hl=ptBR&as_sdt=0%
2C5&q=cartografia&btnG. Acesso em: 29 out. 2019.
REVISTA RASILEIRA DE CARTOGRAFIA. Cartografia temática: uma breve história repleta
de inovações. Disponível em: http://www.seer.ufu.br/index.php/revistabrasileiracartografia/
article/download/49128/26220/. Acesso em: 29 out. 2019.
TODA MATÉRIA. René Descartes. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/descartes/.
Acesso em: 29 out. 2019.
VESTIBULAR1. Disponível em: https://vestibular1.com.br/acessorios/mapa-do-brasil-politico/.
Acesso em: 29 out. 2019.
Disponível em: https://marcosbau.files.wordpress.com/2011/01/projecao-cilindrica.jpg.
Acesso em: 29 out. 2019.
Banco de imagens Shutterstock.
SAGAH, 2019.
Aula 4.1
TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO - A (2024.FEV)
1.1 - Introdução aos trabalhos topográficos
1.2 - Instrumentos de medição
2.1 - Conceitos fundamentais de topografia I
2.2 - Conceitos fundamentais de topografia II
3.1 - Conceitos e noções de Cartografia
3.2 - Cartografia: interpretação e estudos da base cartográfica
4.1 - Introdução ao Geoprocessamento
4.2 - Sistema de posicionamento global (GPS)
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Conceitos básicos de sensoriamento remoto e geoprocessamento
__ C.2 Sistema de coleta de dados e fontes de obtenção de dados espaciais
__ C.3 Sistemas de informações geográficas, dados de entrada e avaliação dos
resultados
__ C.4 Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos
e demandas ambientais

Introdução ao Geoprocessamento
_4.1_
Apresentação
Para compreender e utilizar o geoprocessamento, é necessário conhecer suas técnicas e
ferramentas. Um exemplo é o Sistema de Informações Geográficas (SIG) que, por meio da
integração de dados de diversas fontes, permite realizar análises complexas e elaborar produtos
cartográficos.

Os produtos cartográficos do geoprocessamento consistem em mapas, cartas e plantas, que podem


ser utilizados pelas mais diversas áreas do conhecimento, como geografia, arquitetura e engenharia,
e têm como objetivo especializar as informações e os fenômenos da superfície terrestre.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer o conjunto de geotecnologias e técnicas


importantes para a análise da superfície terrestre. Essas ferramentas fornecem suporte para
diversas possibilidades de mapeamentos, muitas vezes por meio de softwares de baixo custo que
apresentam alta eficiência e precisão.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Descrever os conceitos básicos do geoprocessamento.


• Reconhecer os Sistemas de Informações Geográficas (SIG).
• Explicar como ocorre a criação dos mapas temáticos.

elm = Avaliação da aula. Regular. Assinalada opções: - Precisei pesquisar mais; link do
Saiba + não abre.
_4.1_ Desafio
Na área ambiental, o geoprocessamento é uma importante ferramenta para que se tenha
conhecimento sobre os fenômenos geográficos e a caracterização do meio físico de uma região. No
Brasil, devido à carência de dados, o geoprocessamento apresenta um grande potencial para
identificar possibilidades de soluções desses problemas, principalmente quando aplicado com
tecnologias de baixo custo.

As geotecnologias, como Sistemas de Informações Geográficas (SIG), sensoriamento remoto,


tecnologia do Sistema Global de Navegação por Satélite (GNSS), entre outras, têm sido
intensivamente utilizadas para identificar problemas ambientais. Por exemplo, são usadas no
monitoramento da cobertura vegetal, do uso de terras e da poluição da água, bem como na
identificação das áreas favoráveis a deslizamentos e da disposição irregular de resíduos. Assim, por
meio de um software, é possível elaborar produtos cartográficos que descrevam esses processos e
facilitem a análise e a tomada de decisão. Os mapas são os principais produtos do
geoprocessamento e são muito utilizados por analistas e órgãos ambientais.

Na qualidade de gestor de seu município, imagine o seguinte cenário:

Trabalhando com a Secretariado Meio Ambiente no enfrentamento de questões


ambientais, você identificou um grave problema em vários pontos do seu
município: a disposição irregular de resíduos, um problema ambiental que
traz reflexos negativos à saúde e ao bem-estar da população.

Diante do problema identificado, responda:

a) Qual mapa temático você elaboraria para especializar as informações e facilitar a análise da
disposição irregular de resíduos?

b) Que tipo de estrutura de dados você utilizaria para a elaboração do mapa (raster, vetor,
alfanumérico)? Justifique.

c) A partir do mapa escolhido, quais ações podem ser tomadas para contribuir com a gestão do
meio ambiente da região?

elm = a) Mapa com os vários pontos de disposição de resíduos irregular ; b) Vetor (polígonos
para identificar os locais de descarte irregular ; c) Indentificar, punir os responsáveis,
reparar as situações iregulares.
Padrão de resposta esperado

a) Um mapa temático pode ser elaborado com a identificação dos pontos com
disposição irregular de resíduos.

b) No caso do mapa com a identificação da disposição irregular de resíduos,


serão necessários dados dos pontos de disposição irregular, que podem ser
coletados com auxílio de GPS (Sistema de Posicionamento Global). Esses dados
são do formato vetorial, pois se tratam de “pontos”. Outro dado relevante é o
limite do município, com as delimitações dos bairros e vias. Por se tratarem de
polígonos e linhas, esses dados também têm formato vetorial. Os dados
alfanuméricos também seriam importantes para, por exemplo, associar a
quantidade de resíduos aos pontos.

c) É possível utilizar a identificação dos pontos com a disposição irregular de


resíduos para promover políticas públicas, com o intuito de conscientizar as
comunidades localizadas nos locais identificados, além de promover a coleta
ininterrupta de todos os resíduos descartados irregularmente.
_4.1_ Infográfico
O Sistema de Informações Geográficas (SIG) é composto por cinco elementos que permitem obter,
gerenciar, analisar e exibir todas as formas de informações geograficamente referenciadas. O SIG
possibilita que os usuários visualizem e interpretem seus dados de várias maneiras, por meio de
produtos que podem ser, por exemplo, mapas, gráficos, relatórios, etc.

No Infográfico, aproveite para conhecer os componentes que integram o SIG e sua relação na
elaboração do produto cartográfico desejado.

COMPONENTES DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS

O Sistema de Informações Geográficas, também conhecido com SIG, é um sistema


projetado para capturar, armazenar, manipular, analisar, gerenciar e
apresentar todos os tipos de dados geográficos.

Tal sistema consiste na integração de cinco componentes básicos:

> Pessoas.
Os usuários do SIG vão desde especialistas técnicos, que projetam e mantêm o
sistema, até administradores, gestores, etc.

> Métodos.
Um SIG opera de acordo com um plano de regras bem projetadas, com
orientações, especificações e procedimentos que estão relacionados ao
produto que se deseja obter.

> Hardware.
Está relacionado aos equipamentos necessários para o SIG operar, desde
computadores, com as mais variadas configurações, até impressoras.

> Softwares.
Os softwares fornecem as funções e as ferramentas por meio de uma interface
gráfica com o usuário. Entre elas, destacam-se as ferramentas para entrada e
manipulação de informações geográficas e as ferramentas que permitem
consulta, análise e visualização geográfica.

> Dados.
Possivelmente o componente mais importante de um SIG. Divide-se em dados
tubulares (dados não espaciais) e dados geográficos (vetor e matriz).
_4.1_ Conteúdo do livro
O geoprocessamento tem como característica principal o tratamento da informação geográfica a
partir das geotecnologias disponíveis, como o SIG, que busca elaborar produtos cartográficos e
contribuir com o auxílio à tomada de decisão para as mais diversas áreas do conhecimento.

No capítulo Introdução ao geoprocessamento, da obra Geoprocessamento, base teórica desta


Unidade de Aprendizagem, você vai entender como ocorre o processamento dos dados
geoespaciais a partir de instrumentos e técnicas de geoprocessamento, por meio dos quais o
usuário obtém uma perspectiva detalhada sobre a superfície terrestre.
[SUMÁRl_g
Geotecnologias na história .................................................................... 13
Franciane Mendonça dos Santos
Influência dos povos da Antiguidade no geoprocessamento...................................... 13
Histórico de evolução dos inst rumentos de geoprocessamento ............................... 22
Descrição dos primeiros instrumentos utilizados .................................................................29

Introdução ao geoprocessamento ..................................................... 39


Franciane Mendonça dos Santos
Conceitos básicos do geoprocessamento .................................................................................40
Sistema de informação geográfica (SIG)......................................................................................47
Criação de mapas temáticos ............................................................................................................... 57

Características dos SIGs........................................................................... 65


Francieli Santana Marcatto
Aplicações dos sistemas de informação geográfica ............................................................66
Tipos e formas de obtenção dos sistemas de informação geográfica ....................72
Análise espacial de dados geog ráficos.........................................................................................77

1 Cartografia na aquisição de dados ..................................................... 85 1

Francieli Santana Marcatto


Princípios fundamentais da cartografia .......................................................................................86
Cartografia e geoprocessamento: interdiscip linaridade e aplicações .....................95
As formas de obtenção dos dados geog ráficos ................................................................... 101

Geoprocessamento e planejamento urbano ................................ 11 1


Natália de Souza Pelinson
Conceitos do planejamento urbano ............................................................................................ 112
Geoprocessamento: uma tecnologia interdisciplinar essencial
ao p lanejamento urbano............................................................................................................... 122
Aquisição de dados para o planejamento urbano.............................................................. 126

Sistema de posicionamento global (GPS) ...................................... 135


Franciane Mendonça dos Santos
Historicidade do mapeamento ....................................................................................................... 135
Componentes e meios para o mapeamento ......................................................................... 139
Erros na captação de dados.............................................................................................................. 148

Bases digitais e atlas ................................................................................15 5


Letícia Roberto Amaro Trombeta
Geração e desenvolvimento de bases cartográficas no Brasil .................................... 15 5
Importância de bases e atlas de qualidade ............................................................................. 159
Instituições responsáveis pela construção das bases cartográficas ....................... 162

Estruturas de dados: modelos vetorial e matricial ..................... 169


Letícia Roberto Amaro Trombeta
Utilização prática dos modelos vetoria l e matricial........................................................... 169
Modelos vetorial e matricial e sua utilização .......................................................................... 17 4
Modelos vetorial e matricial no p lanejamento urbano ................................................... 179
Geoprocessamento na logística do País ......................................... 1871
Luiz Otávio Moras Filho
Como o geoprocessamento pode ser oportuno para
o setor de transportes? ................................................................................................................... 18 8
Como podemos realizar um planejamento logístico
com o auxílio do geoprocessamento? ................................................................................. 195
Quais são as novas possibilidades para o setor de transportes
proporcionadas pelas ferramentas de geoprocessamento? .................................. 199

Geoprocessamento em saúde co letiva .......................................... 207


Luiz Otávio Moras Filho
Conceitos básicos de análise espacial em saúde ................................................................ 208
Contribuições da geografia e da epidemiologia para a saúde...................................214
O geoprocessamento aplicado à saúde coletiva:
da coleta à análise de dados ........................................................................................................219

Geoprocessamento e gestão pública ............................................. 227


Ronei Tiago Stein
Uso do geoprocessamento na gestão....................................................................................... 228
Aplicações práticas dos mapeamentos na economia de
um município, estado ou país.................................................................................................... 231
Principais erros e deficiências em mapeamentos .............................................................. 235

Geocodificação e coordenadas ......................................................... 243


Ronei Tiago Stein
Geocodificação: definição e aplicações.................................................................................... 243
Geocodificação na logística ..............................................................................................................247
L Aplicações práticas da geocodificação ..................................................................................... 2~

Zoneamento ecológico-econômico................................................ 257


Ronei Tiago Stein
Zoneamento no Brasil .......................................................................................................................... 257
Mapeamento da biodiversidade ....................................................................................................261
Estratégias brasileiras para promover o zoneamento
ecológico· econômico ..................................................................................................................... 26 4

Aplicações do geoprocessamento em sala de aula ................... 271


Ronei Tiago Stein
Geoprocessamento em sala de aula ........................................................................................... 272
Im portância do geoprocessamento em sala de aula .......................................................274
Exemplos práticos do geoprocessamento em sala de aula......................................... 277

Modelagem numérica de terreno .................................................... 283


Franciel Eduardo Rex
A impo rtância da modelagem numérica de terreno .......................................................283
Como é obtida a modelagem ......................................................................................................... 287
Situações positivas e negativas do modelo numérico de terreno .......................... 2 91

Sistemas aplicativos e sistemas gratuitos ....................................... 299


Franciel Eduardo Rex
Opções de sistemas para geração de dados ......................................................................... 300
Principais aplicativos para mapeamento ................................................................................. 307
l__!nstituições responsáveis pelo geoprocessamento no Brasil ...................................... 3~
Introdução ao
geoprocessamento
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Descrever os conceitos básicos do geoprocessamento.


„„ Reconhecer os sistemas de informações geográficas (SIG).
„„ Explicar como ocorre a criação dos mapas temáticos.

Introdução
O geoprocessamento consiste em um conjunto de ferramentas e técnicas
utilizadas para edição, manipulação, armazenamento e visualização de
dados espaciais. Trata-se de uma base para processar dados espaciais e
obter informações significantes, que podem ser visualizadas e interpre-
tadas, possibilitando o entendimento de mudanças e a identificação de
padrões. Por meio do geoprocessamento, é possível buscar ou explorar
maneiras de lidar com os dados espaciais, utilizando, por exemplo, siste-
mas de informações geográficas (SIGs). Os SIGs permitem obter produtos
cartográficos sofisticados, como cartas e mapas, a partir da utilização
e agregação de dados de diversas fontes, aprimorando as análises e
contribuindo com a tomada de decisão.
Neste capítulo, você vai estudar os conceitos básicos do geoproces-
samento. Você também vai compreender o que são e como funcionam
os SIGs e verificar como são criados os mapas temáticos.
2 Introdução ao geoprocessamento

1 Conceitos básicos do geoprocessamento


A palavra geoprocessamento pode ser desmembrada, para melhor com-
preensão de seu conceito, verificando-se que “geo” está relacionado com
espaço e “processamento” diz respeito ao tratamento de informações. Assim,
o geoprocessamento consiste na disciplina do conhecimento que utiliza técnicas
matemáticas e computacionais para o tratamento da informação geográfica,
permitindo a coleta, o armazenamento, o processamento, o tratamento e a
análise de dados (CÂMARA et al., 1996).
A coleta de dados é a etapa de aquisição de informações que serão utili-
zadas para a elaboração do produto cartográfico. Os dados podem ser obtidos
a partir de diversas fontes, a depender da finalidade do estudo. Pode-se obter
dados de geoprocessamento por meio do sensoriamento remoto (imagens de
satélite, fotografias aéreas, etc.), de levantamentos topográficos, do sistema
de posicionamento global (GPS, do inglês global positioning system) e do
SIG, descritos a seguir.

„„ Sensoriamento remoto: a obtenção de informações relativas à superfície


terrestre ocorre sem contato direto com ela, permitindo o registro das
imagens para posterior interpretação e utilização, fornecendo informa-
ções relevantes sobre o ambiente (REES, 1990).
„„ Levantamentos topográficos: são realizados a partir de técnicas de
medição, cálculos e desenhos, que permitem definir métricas e represen-
tar gráfica e digitalmente a superfície terrestre, de maneira conveniente
para diversas finalidades.
„„ GPS: por meio de levantamentos utilizando GPS, pode-se obter dados
referentes ao posicionamento de pontos da superfície terrestre (latitude,
longitude e altitude).
„„ SIG: podemos referir a obtenção de dados também ao SIG, uma vez
que o usuário tem a autonomia de buscar essas informações em órgãos
governamentais, por exemplo, ou mesmo de elaborar levantamentos
de dados que possam ser utilizados para a produção de cartas, mapas
ou plantas.
Introdução ao geoprocessamento 3

O sistema global de navegação por satélite (GNSS) consiste em uma constelação


de satélites que fornecem sinais do espaço e transmitem dados de posicionamento
e cronometragem aos receptores GNSS. Os receptores, então, usam esses dados
para determinar o posicionamento geoespacial com a cobertura global. Já o GPS
é um componente do GNSS que, especificamente, refere-se ao GPS NAVSTAR, uma
constelação de satélites desenvolvidos pelo Departamento de Defesa dos Estados
Unidos (SILVA; SEGANTINE, 2015). O GPS é atualmente o GNSS mais utilizado no mundo
e fornece informações contínuas de posicionamento e cronometragem globalmente,
sob quaisquer condições climáticas.

O armazenamento dos dados pode ser feito por meio de um banco de


dados geográfico. O banco de dados geográfico tem como característica
suportar dados espaciais em suas tabelas, além dos dados ditos tradicionais
(alfanuméricos). Esse tipo de base de dados, com dados espaciais, oferece a
possibilidade de realizar operações de armazenamento, consulta e análise,
essenciais para os SIGs, que precisam armazenar grandes quantidades de
dados (CÂMARA; MEDEIROS, 2005).

Leia o artigo “Conceitos básicos em ciência da geoinformação”, que apresenta uma


discussão sobre a informação geográfica para computador e os tipos de dados em
geoprocessamento.

O processamento e o tratamento dos dados podem ser executados em


um software de geoprocessamento. A escolha do software é realizada pelo
usuário e está relacionada com a viabilidade de aquisição (existem software
pagos e software livres) e com as funcionalidades necessárias para trabalhar
com os dados disponíveis (existem software exclusivos para trabalhar com
determinados tipos de dados, como imagens, modelo digital de elevação, etc.).
4 Introdução ao geoprocessamento

O geoprocessamento vem influenciando de maneira crescente diversas


áreas, como a cartografia, a análise de recursos naturais, o planejamento
urbano, etc. Para Câmara, Davis e Monteiro (2001, p. 1), “Se onde é importante
para seu negócio, então geoprocessamento é sua ferramenta de trabalho”.
Ou seja, sempre que as questões e os problemas identificados puderem ser
resolvidos por técnicas relacionadas com o tratamento da informação espacial,
haverá uma oportunidade para considerar o geoprocessamento em sua solução.
O Brasil é um país que enfrenta dificuldades quanto à obtenção de in-
formações adequadas para a tomada de decisões, principalmente devido
à carência de dados. Desse modo, muitos problemas relacionados a áreas
como meio ambiente, transporte, saúde, etc. não são devidamente estudados
em muitas regiões do país. Nesse sentido, o geoprocessamento apresenta
um enorme potencial, principalmente se baseado em tecnologias de custo
relativamente baixo, que permitem estudar os eventos e contribuir para
a identificação de problemas e suas consequentes soluções (CÂMARA;
DAVIS; MONTEIRO, 2001).
Para se trabalhar com geoprocessamento em determinada área, são necessá-
rios três fatores. Primeiro, o conhecimento do tema — ou seja, é imprescindível
que o usuário tenha afinidade com o tema a ser estudado para se definir a
forma com que os dados poderão interagir para gerar o produto. Segundo,
a cartografia — ou seja, deve-se possibilitar a representação em forma de
mapas, por meio da manipulação dos dados da temática pretendida ou de
parte dela. O terceiro fator é a informática, que será responsável por aplicar
as técnicas de processamento das informações espaciais necessárias para
relacionar os dados obtidos com a representação digital.
As técnicas de processamento das informações espaciais também são
conhecidas como geotecnologias. O geoprocessamento tem, portanto, uma
definição abrangente, em que estão incluídas as diversas geotecnologias de
aquisição, integração, armazenamento, análise e visualização dos dados e
inclui o sensoriamento remoto, a topografia e o SIG, onde geralmente as
atividades de geoprocessamento são realizadas. A Figura 1 ilustra a relação
entre o geoprocessamento e as geotecnologias.
Introdução ao geoprocessamento 5

Figura 1. Geoprocessamento e geotecnologias.

Tipos de dados
A aplicação do geoprocessamento está presente nas mais diversas áreas do
conhecimento, como na análise de recursos naturais, transportes, comunica-
ções, energia, planejamento urbano e regional, etc. Os dados que podem ser
utilizados para elaboração dos produtos cartográficos podem ser divididos
em dados temáticos, dados cadastrais, dados de redes e modelo digital de
elevação (DEM, do inglês digital elevation model) (CÂMARA; DAVIS;
MONTEIRO, 2001).

Dados temáticos

Os dados temáticos normalmente estão relacionados com o conhecimento da


superfície terrestre e dos fenômenos geográficos, como hidrografia, vegetação,
solos, geomorfologias, uso e ocupação do solo, etc. A determinação da escala
que será utilizada para a elaboração desses mapas está relacionada com o nível
de detalhamento que se deseja obter.
6 Introdução ao geoprocessamento

Dados cadastrais

Os dados para a elaboração de mapas cadastrais são considerados objetos


geoespaciais e podem ser associados a distintas formas gráficas (CÂMARA;
DAVIS; MONTEIRO, 2001). Por exemplo, as cidades possuem atributos como
população rural e urbana, número de homens, mulheres, crianças e idosos, etc.
Essas informações podem ser representadas de maneiras e escalas diversas,
dependendo do que se deseja analisar.
Outras informações que podem ser espacializadas em mapas cadastrais
são o crescimento econômico e o desenvolvimento social, como número de
indústrias, crescimento do comércio, etc.
A Figura 2 apresenta um exemplo de mapa elaborado com dados cadastrais
da população do Brasil. O mapa apresenta a taxa de crescimento populacional
em 2010.

Figura 2. Taxa de crescimento da população no Brasil — Censo 2010.


Fonte: Oliveira e Oliveira (2011, p. 42).
Introdução ao geoprocessamento 7

Redes

Os dados para os mapas de redes são normalmente relacionados a serviços


de utilidade pública, como redes de abastecimento de água e esgoto, linhas
de transmissão de energia, linhas telefônicas, etc., ou rodovias, estradas, etc.
A Figura 3 apresenta dados de rodovias de Manaus que poderiam ser utilizados
para a elaboração de um mapa de redes — mais precisamente, um mapa de
vias terrestres.

Figura 3. Mapa de rodovias de Manaus.


Fonte: ShustrikS/Shutterstock.com.

Modelo digital de elevação

O DEM provê os dados utilizados principalmente para representar uma gran-


deza que varia espacialmente de maneira contínua. É o caso da altimetria,
que apresenta o relevo por meio da espacialização das distâncias verticais dos
pontos na superfície terrestre (CÂMARA; DAVIS; MONTEIRO, 2001). Dessa
forma, de acordo com Chang (2006), um DEM é uma fonte de dados primária
para mapeamento e análise do relevo e consiste em uma matriz de dados de
elevação espaçados uniformemente. A Figura 4 representa um modelo digital
de alta resolução de uma barragem hidroelétrica, com a cor azul representando
baixa altitude e a cor vermelha representando alta altitude.
8 Introdução ao geoprocessamento

Figura 4. Modelo digital de alta resolução.


Fonte: Ammit Jack/Shutterstock.com.

Os dados da Shuttle Radar Topographic Mission (SRTM) foram disponibilizados para


a América do Sul, em meados de 2003. Desde então houve grande expectativa com
relação à ampliação de conhecimentos sobre nosso território, justificada pela carência
geral de dados topográficos em escalas adequadas e para áreas desprovidas de mape-
amento topográfico. O projeto TOPODATA disponibiliza variáveis geomorfométricas,
como o DEM, obtidas a partir dos dados SRTM produzidos originalmente na resolução
espacial de 3 arco-segundos (~ 90 m) e transformados por meio de krigagem para
1 arco-segundo (~ 30 m). Apesar da baixa resolução espacial, essas imagens podem
representar com clareza o relevo das regiões, com coerência nas propriedades repre-
sentadas. Os dados estão disponíveis gratuitamente para download no site do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Introdução ao geoprocessamento 9

2 Sistema de informação geográfica (SIG)


Um SIG pode ser entendido como sendo parte da ciência do geoprocessamento.
Segundo Câmara et al. (1996), trata-se de ferramentas computacionais com
capacidade de realizar análises complexas, integrando dados de diversas fontes
e criando bancos de dados georreferenciados, além de permitirem a produção
de documentos cartográficos. De acordo com essa definição, um usuário de
SIG espera que o sistema seja capaz de receber dados georreferenciados, de
analisá-los de várias maneiras e de produzir apresentações (mapas e outros)
a partir dos dados (HUISMAN; BY, 2009).

A aquisição de dados envolve a compilação de dados novos e existentes. Para ser


usado em um SIG, um mapa recém-digitalizado ou elaborado a partir de imagens de
satélite requer transformação geométrica (isto é, georreferenciamento). Ou seja, os
dados são georreferenciados quando as coordenadas de um espaço geográfico são
associadas a eles. A georreferência (referência espacial) nos diz onde está o objeto
representado pelos dados.

Estão relacionadas a esse processo funcionalidades como: transformação e


suporte para vários sistemas de coordenadas, análise e tratamento de imagens,
interação de dados georreferenciados, possibilidades para escolher como os
produtos cartográficos (cartas, mapas, etc.) serão apresentados (cores, conjunto
de símbolos, etc.), dentre outras. Desde a década de 1970, o SIG tem sido
importante para profissionais que atuam com gestão de recursos naturais,
análise do uso da terra, riscos naturais, transporte, assistência médica, serviços
públicos, análise de áreas comerciais e planejamento urbano (CHANG, 2006).
10 Introdução ao geoprocessamento

A aplicação do SIG pode ser feita nas seguintes áreas: recursos naturais, riscos naturais,
hidrologia de águas superficiais e subterrâneas, meteorologia, análise e monitoramento
ambiental, risco de inundações, solos, gestão de ecossistemas, habitat de vida selvagem,
agricultura, análise e gestão da paisagem, gerenciamento do uso e ocupação da terra,
espécies invasoras, gestão estuarina, arqueologia, planejamento urbano, transporte,
assistência médica, planejamento de negócios e serviços, imóveis, turismo, planeja-
mento comunitário, planejamento de resposta a emergências, avaliação da poluição,
serviços públicos e operações militares. De acordo com Chang (2006), muitas dessas
áreas, como recursos naturais e agricultura, são bastante gerais e podem ter muitos
subdomínios. Nesse sentido, essa lista, além de demonstrar apenas uma parcela de
possibilidades, continuará a se expandir no futuro.

Componentes do sistema de informação geográfica


Um SIG pode ser utilizado para a produção de mapas para diferentes pro-
pósitos, para a análise espacial de fenômenos e como um banco de dados
geográficos, com funções de armazenamento e recuperação de informação
espacial. Semelhante a outras tecnologias da informação, um SIG requer os
seguintes componentes: metodologia, recursos humanos, dados, hardware e
software. A Figura 5 apresenta os componentes do SIG.

Figura 5. Componentes do sistema de informação geográfica.


Fonte: Adaptada de Longley et al. (2005).
Introdução ao geoprocessamento 11

O primeiro componente do SIG é a metodologia, que deve ser definida e


empregada para a elaboração do produto cartográfico; trata-se da definição
do software, dos dados necessários, da fonte de dados, etc. A metodologia está
diretamente relacionada com o conhecimento e a experiência do profissional.
Dessa forma, a qualidade dos resultados de um SIG não está ligada somente
à sua sofisticação e à sua capacidade de processamento, mas é proporcional
à experiência do usuário. De acordo com Longley et al., (2005), uma organi-
zação deve estabelecer procedimentos, relatórios, pontos de controle e outros
mecanismos para garantir que suas atividades de SIG permaneçam dentro
dos orçamentos, mantenham alta qualidade e garantam o atendimento das
necessidades da organização.
O segundo componente são os recursos humanos, que são responsáveis
por definir a finalidade e os objetivos do uso do SIG, interpretar e apresentar
os resultados. Ou seja, o SIG por si só não garante a eficiência nem a eficácia
de sua aplicação. Sendo assim, não basta apenas investimento em hardware e
software, mas o treinamento e a qualificação de pessoal, usuários e dirigentes,
para maximizar o potencial de uso de uma nova tecnologia. O SIG é, portanto,
totalmente dependente das pessoas que projetam, programam e mantêm o sis-
tema, fornecem dados e interpretam seus resultados (LONGLEY et al., 2005).
O terceiro componente são os dados, que são os materiais que alimentam
o sistema, permitindo gerar informação. A informação nada mais é do que o
significado que é atribuído aos dados, do ponto de vista de um determinado
usuário. O banco de dados consiste em uma representação digital de aspectos
selecionados de alguma área específica da superfície da Terra, construída para
servir a algum propósito científico ou de solução de problemas (LONGLEY
et al., 2005). Um banco de dados pode ser construído para um projeto impor-
tante, como a visualização do crescimento das áreas de queimadas na região
da Amazônia ao longo dos anos, ou pode ser alimentado diariamente, no caso
de serviços públicos como instalação de novos tubos subterrâneos, instalação
de novos postos de monitoramento de qualidade da água, etc. (LONGLEY
et al., 2005). O tamanho desse banco de dados vai depender da quantidade de
dados que se deseja armazenar.
12 Introdução ao geoprocessamento

O quarto componente é o hardware, que consiste no conjunto de equi-


pamentos necessários para que o software possa desempenhar as funções
descritas e que permite a interface entre o software e o utilizador. Dentre os
equipamentos de hardware, destacam-se (CHANG, 2006):

„„ os computadores, para processamento de dados, armazenamento de


dados e entrada/saída de informações;
„„ as impressoras e plotadoras, responsáveis por imprimir relatórios e
mapas;
„„ os digitalizadores e scanners, para digitalização de dados espaciais; e
„„ o GPS e os dispositivos móveis, para trabalhos de campo.

O software, último componente do SIG, deve ser escolhido com base na


metodologia adotada pelo utilizador e será responsável por processar as in-
formações, integrar os dados (se necessário), armazenar essas informações e
disponibilizá-las para o utilizador. O software pode ser comercial ou de código
aberto e inclui programas e aplicativos a serem executados por um computador
para gerenciamento de dados, análise de dados, exibição de dados e outras
tarefas (CHANG, 2006). Diversos software podem ser utilizados em SIG.
A escolha do software ideal é diretamente relacionada com o produto que se
deseja obter. Dentre os programas mais utilizados na área de geoprocessamento
estão o ArcGIs, o QGIS e o Spring.

ArcGis

O ArcGis é muito utilizado pelos mais diversos profissionais, desde a área


acadêmica até organizações governamentais, e foi desenvolvido pelo Environ-
mental Systems Research Institute (ESRI), uma empresa americana que traba-
lha com a área de informações geográficas. Esse software possui um grande
conjunto de funcionalidades, podendo realizar análises espaciais e tratamento
de imagens de sensoriamento remoto e contendo ferramentas que oferecem
desde a elaboração de leiaute e visualização até funções mais avançadas, como
tratamento 3D. Uma desvantagem desse software é a necessidade de aquisição
de licença, o que limita, de certa forma, a sua utilização. Essa desvantagem é
superada por software como o QGIS e o Spring (ARCGIS, [200--]).
Introdução ao geoprocessamento 13

QGIS

O QGIS (anteriormente conhecido como Quantum GIS) possui, como o ar-


cGis, milhares de ferramentas e funcionalidades que podem ser usadas para
a produção de mapas e análises de dados (formatos raster e vetorial), desde
ferramentas mais básicas até aquelas para operações mais complexas. Conta
com alto nível de desempenho e qualidade dos produtos gerados nele. Esse
software é gratuito, e é possível fazer seu download e sua instalação no site do
desenvolvedor, que apresenta versões estáveis e versões com atualizações mais
recentes. Existem versões do QGIS disponíveis para os sistemas operacionais
mais utilizados no mundo (Windows, Mac e Linux).
O QGIS possui código aberto, o que possibilita a modificação e a criação
de ferramentas para os usuários interessados, o que se apresenta como uma
possibilidade de ampliar suas utilizações. Ao contrário do ArcGis, o QGIS
não possui nenhum formato de arquivo desenvolvido exclusivamente, mas
suporta dados vetoriais de diferentes formatos (shapefiles, GRASS, PostGIS,
MapINFO, etc.) e formatos matriciais (QGIS, 2020).

Spring

O SPRING é um software brasileiro desenvolvido pelo INPE, em parceria com


outras instituições, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Tem
funções de processamento de imagens, análise espacial, modelagem numérica
de terreno e consulta a bancos de dados espaciais, possibilitando a utilização de
dados vetoriais e matriciais. Dentre seus objetivos, encontra-se o de fornecer
um ambiente unificado de geoprocessamento e sensoriamento remoto para
aplicações urbanas e ambientais, tornando-se amplamente acessível para a
comunidade brasileira. Provê um ambiente de trabalho amigável, por meio
da combinação de menus e janelas, com uma linguagem espacial facilmente
programável pelo usuário (linguagem espaço-geográfica baseada em álgebra),
fornecendo ao usuário um ambiente interativo para visualizar, manipular e
editar imagens e dados geográficos (CÂMARA et al., 1996).
14 Introdução ao geoprocessamento

Estrutura de dados
Os dados são elementos essenciais para se elaborar os produtos de geopro-
cessamento. Em SIG, pode-se trabalhar com dois tipos de estrutura de dados:
dados espaciais e dados não espaciais. Os dados espaciais podem ser clas-
sificados em dados com estrutura matricial e dados com estrutura vetorial.
A utilização dessas estruturas está relacionada com a problemática a ser
estudada e com a disponibilidade de software e equipamentos, a viabilidade
e os recursos humanos. De acordo com Hamada e Gonçalves (2007), essas
questões determinarão as vantagens e desvantagens de se utilizar cada uma
dessas estruturas.
O espaço geográfico a ser modelado em geoprocessamento pode ser clas-
sificado em duas classes de representação: campos e objetos. Os campos
são mais adequados para a representação de fenômenos que ocorrem com
variação contínua na natureza, como relevo e formação geológica, podendo
ser inseridos em um SIG com o uso de aproximações. Estas são obtidas a
partir de um DEM ou por meio de sensoriamento remoto, empregando-se,
nesse caso, estruturas matriciais (CÂMARA; MEDEIROS, 2005). A re-
presentação de objetos geográficos é mais suportada por vetores — afinal,
os objetos são identificados pelos parâmetros de localização, forma, tamanho
e orientação, e muitos desses parâmetros podem ser expressos em termos de
vetores (HUISMAN; BY, 2009).
Alguns elementos individualizáveis que podem ser representados por ob-
jetos são edificações, rios, estradas, postes, ruas, lotes, ou mesmo o cadastro
de imóveis ou de pessoas, empregando-se, nesse caso, estruturas vetoriais.
No entanto, segundo Câmara e Medeiros (2005), em determinadas situações,
essas estruturas podem ser utilizadas para representar tanto campos como
objetos. Por exemplo, para representar o fenômeno de precipitação, podem ser
utilizados pontos que identificariam os locais em que houve o monitoramento
das chuvas, ou poderia ser feita a representação por linhas de igual precipitação,
por meio das isoietas, que apresentam a espacialização das chuvas em uma
determinada região.
Introdução ao geoprocessamento 15

Dados em estrutura vetorial


Nas representações vetoriais, é feita uma tentativa de associar georreferências,
ou seja, um par de coordenadas de algum espaço geográfico, aos fenômenos
geográficos que se deseja representar (HUISMAN; BY, 2009). A Figura 6a
apresenta os dados em estrutura vetorial, que utiliza o par de coordenadas x
e y, e a Figura 6b apresenta os dados em estrutura matricial.

Figura 6. (a) Os dados em estrutura vetorial usam coordenadas x, y para representar recursos de pontos. (b) Os dados
em estrutura matricial usam células em uma grade para representar recursos de pontos.
Fonte: Adaptada de Chang (2006).

A estrutura vetorial pode ser composta por três diferentes formatos


gráficos: pontos, linhas ou polígonos. De acordo com Câmara e Medeiros
(2005), os pontos são apenas representados por um par de coordenadas (x, y),
ao passo que linhas e polígonos são representados por um conjunto de pares
de coordenadas (Figura 7). Os pontos são responsáveis por representar in-
formações como a localização de terminado objeto ou local. Por exemplo, na
área ambiental, pode-se utilizar esse tipo de estrutura para determinar pontos
de monitoramento de qualidade de água, pontos com lançamento irregular
de resíduos, pontos com risco de deslizamentos, etc. As linhas são indicadas
para representar informações como estradas, rios, curvas de nível, etc. Já os
polígonos são utilizados para determinar a delimitação de feições ou objetos.
Na área ambiental, pode-se utilizar essa estrutura para delimitação de bacias
hidrográficas, classes de uso e ocupação do solo, lagos, áreas desmatadas, etc.
16 Introdução ao geoprocessamento

Figura 7. Representação de dados em estrutura vetorial — ponto, linha e polígono.


Fonte: Adaptada de Chang (2006).

Nessa estrutura de dados, o vínculo com atributos alfanuméricos se torna


facilitado, já que se dá por meio do ponto, da linha ou do polígono registrado
— por exemplo, curvas de nível, pontos cotados, delimitação de bacias, rios,
etc. (FITZ, 2018). Como vantagens de se utilizar essa estrutura de dados nos
software de geoprocessamento, pode-se citar que:

„„ são estruturas flexíveis, que permitem alterar dimensões e localizações;


„„ são arquivos relativamente pequenos para se trabalhar (dependendo da
quantidade de vértices);
„„ são favoráveis para se trabalhar com análises que envolvam cálculos
de áreas, comprimentos, etc.;
„„ grande parte dos bancos de dados disponíveis gratuitamente são en-
contrados nesse formato.

Como desvantagens, pode-se citar que os algoritmos de processamento


são relativamente lentos e que são arquivos inadequados para se trabalhar
com imagens de satélites.

Dados em estrutura matricial


A estrutura matricial é representada por uma matriz com n linhas e m colu-
nas, M(n,m), na qual cada célula, denominada de pixel (contração de picture
element), apresenta um valor z, que pode indicar, por exemplo, uma cor ou um
tom de cinza a ele atribuído. Em uma imagem digital georreferenciada, cada
pixel apresenta um par de coordenadas planas e/ou geográficas e um valor z
Introdução ao geoprocessamento 17

associado. Nessa estrutura de dados, o vínculo com atributos alfanuméricos


é dificultado, uma vez que é realizado pixel a pixel — por exemplo, produtos
de sensoriamento remoto, fotografias aéreas, dados digitalizados.
A Figura 8 apresenta um exemplo de mapa de elevação, representado com
uma estrutura de dados matriciais. O Quadro 1 apresenta as principais carac-
terísticas da representação dos dados em estrutura vetorial e raster. Algumas
vantagens de se trabalhar com essa estrutura de dados incluem:

„„ representação eficiente de áreas com alta variação espacial, favorável


para análise quantitativa;
„„ é adequado apara se trabalhar com dados de sensoriamento remoto.

Como desvantagens, destacam-se:

„„ a resolução espacial dos dados, que será dependente do tamanho das


células;
„„ a representação dificultada das feições lineares; e
„„ a impossibilidade de se trabalhar com análise de polígonos.

Figura 8. Mapa de elevação representado com uma estrutura de dados matriciais.


Fonte: Adaptada de Chang (2006).
18 Introdução ao geoprocessamento

Quadro 1. Características da representação dos dados em estrutura vetorial e raster

Característica Raster Vetor

Volume dos dados Depende do tamanho Depende da densidade


da célula dos vértices

Fonte dos dados Sensoriamento remoto Dados ambientais,


(imagens de satélite e sociais, administrativos,
imagens aéreas), DEM, etc. econômicos, etc.

Resolução Fixa Variável

Fonte: Adaptado de Longley et al. (2005).

Dados não espaciais


O SIG usa a abordagem de raster e vetor para representar fenômenos geo-
gráficos, mas também deve registrar informações descritivas (não espaciais)
sobre esses fenômenos. Isso geralmente ocorre em um subsistema de banco
de dados de atributos (HUISMAN; BY, 2009). Os dados não espaciais ou
alfanuméricos são dados constituídos por caracteres (letras, números ou sinais
gráficos) que podem ser armazenados em tabelas, as quais podem formar um
banco de dados.
Em um SIG, os dados dispostos nas tabelas devem possuir atributos que
possam vinculá-los à estrutura espacial do sistema, identificados pelas suas
coordenadas, e atributos específicos, com sua descrição qualitativa ou quan-
titativa. Tais tipos de dados podem estar vinculados a ambas as estruturas
espaciais descritas anteriormente. Em geral, é preferível o uso de estrutura
vetorial para a conexão desses dados — por exemplo, dados de área, população,
indicadores socioeconômicos, etc.
A Figura 9 mostra um exemplo de como os dados não espaciais são dis-
postos. Por exemplo, para cada país apresentado no mapa, existe uma tabela
associada com os dados relativos a cada um deles — nesse caso, o produto
interno bruto (PIB) e a população.
Introdução ao geoprocessamento 19

Figura 9. Dados não espaciais dispostos em tabela.


Fonte: Introdução... ([2020?], documento on-line).

Os dados podem ser adquiridos de diversas fontes. No Brasil, existem


diversos órgãos que fornecem bancos de dados de forma gratuita, como:

„„ o INPE, que disponibiliza imagens de satélite gratuitamente;


„„ o Instituto de Geociências, que disponibiliza cartas topográficas;
„„ o mapBiomas, que disponibiliza mapas de cobertura do uso e da ocu-
pação do solo do Brasil;
„„ o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, que possui dados
censitários e cartas topográficas; e
„„ a Agência Nacional de Águas, que monitora e disponibiliza dados de
qualidade das águas superficiais e subterrâneas do país.

3 Criação de mapas temáticos


Uma vez que a metodologia de trabalho e o software foram escolhidos,
o principal produto proveniente do geoprocessamento são os mapas. O mapa
é um meio de comunicação que contém objetos definidos por pontos, linhas
e polígonos, permeados por uma linguagem composta de sinais, símbolos e
significados. A sua estrutura é formada por uma base cartográfica, relacionada
diretamente a objetos e fenômenos observados ou percebidos no espaço geo-
gráfico (FITZ, 2008). Diversos profissionais elaboram mapas para suas ativi-
20 Introdução ao geoprocessamento

dades e vêm se capacitando para manusear ferramentas de geoprocessamento,


de imagens de sensores remotos, etc.
Os mapas temáticos são a representação da distribuição, da qualidade ou
da quantidade de um determinado fenômeno (ou mesmo de vários fenômenos),
apresentada em uma base topográfica. Huisman e By (2009) apontam dois
temas principais para os mapas temáticos: os mapas socioeconômicos e os
mapas com caracterização do meio físico. O mapa representado na Figura 10,
que mostra os casos confirmados de COVID-19 para o Brasil, é um exemplo de
mapa de saúde pública. Já o mapa da Figura 11, que exibe as áreas desmatadas
até o ano de 2016, é um exemplo de mapa de caracterização do meio físico.

Figura 10. Mapa dos casos confirmados de covid-19 no Brasil.


Fonte: Almeida e Oliveira (2020, documento on-line).
Introdução ao geoprocessamento 21

Figura 11. Mapa de áreas desmatadas até o ano de 2016.


Fonte: Monitoramento... ([2020?], documento on-line).

Para a elaboração dos mapas temáticos, os vários dados espaciais podem


ser combinados em um único sistema, para representar a informação desejada.
Em SIGs, esse processo consiste em uma álgebra de mapas ou uma sobreposição
de informações; cada um dos tipos de dados que serão combinados é chamado
de camada de dados espaciais ou plano de informação, e as camadas podem
representar um campo ou um objeto.
Os objetos são organizados pelo usuário por tipo. Por exemplo, para se
representar os tipos de solo de uma bacia hidrográfica, será necessária uma
camada com o limite da bacia hidrográfica, uma camada com a drenagem
dos rios e uma camada com os tipos de solos. Nesse caso, cada camada de
dados espaciais vai conter tanto os dados espaciais (ponto, linha ou polígono)
quanto os atributos não espaciais, normalmente organizados em tabelas (tipo
de solo, textura, etc.). O mesmo ocorre ao se representar um campo — ou seja,
os dados matriciais também podem ser sobrepostos ou combinados para gerar
uma nova camada de informação espacial (HUISMAN; BY, 2009).
22 Introdução ao geoprocessamento

A Figura 12 apresenta dois exemplos de duas camadas de dados sendo


sobrepostas, representando dados de campo e dados de objeto.

Figura 12. Combinação de dados: (a) de campo, com dados em formato matricial, e (b) de objeto, com dados em
formato vetorial.
Fonte: Adaptada de Huisman e By (2009).

Complemente seus estudos acessando o artigo científico intitulado “Estimativa da


aptidão agrícola de terras por álgebra de mapas”, de Padilha, Gobatto e Batistella (2017).
Esse artigo apresenta uma discussão consistente sobre a aplicação do software SPRING
para elaborar um mapa de aptidão agrícola. Nesse estudo, por meio do cruzamento
entre as camadas de solos e declividade, foi possível conhecer e indicar as áreas mais
apropriadas para o desenvolvimento da agricultura.
Introdução ao geoprocessamento 23

Para apresentar o mapa temático, existem alguns componentes essenciais,


que são chamados de elementos gerais dos mapas. Esses elementos contri-
buem para a leitura e a interpretação dos fenômenos que se deseja representar.
Os principais elementos são descritos a seguir.

„„ Título do mapa: é a primeira apresentação do conteúdo do que se quer


mostrar, ou seja, o menor resumo do que trata um documento — nesse
caso, a representação cartográfica. No caso dos mapas temáticos, o título
deve identificar o fenômeno ou os fenômenos representados por ele.
„„ Legenda: a legenda busca apresentar o que cada cor e simbologia no
mapa significa. Para tanto, existe uma linguagem artificial, padroni-
zada, associativa e universal, com o objetivo de promover uma melhor
compreensão das informações do mapa.
„„ Orientação: é representada pelo Norte no mapa e é fundamental para
indicar a orientação do mapa. É a referência para se saber onde o fe-
nômeno está localizado na superfície da Terra.
„„ Escala cartográfica: nos mapas, não é possível representar as áreas
em suas dimensões reais; dessa forma, a escala cartográfica indica a
proporção em que o mapa foi reduzido em relação ao tamanho real.
A escala cartográfica é definida, assim, como uma relação matemá-
tica que existe entre as dimensões reais e aquelas da representação da
realidade contidas em um mapa ou globo.
„„ Sistema de referência cartográfica: o sistema de referência carto-
gráfica é composto pelo datum e pelo sistema de coordenadas. Essas
informações são essenciais para a espacialização dos dados da superfície
terrestre.
O datum é o modelo matemático da representação da superfície da Terra
utilizado em um mapa, que disponibiliza o ponto de referência a partir
da representação gráfica dos paralelos e meridianos. A diferença de um
datum para outro está baseada em modelos matemáticos distintos da
forma, das dimensões da Terra e da projeção representada. Mundial-
mente falando, existem vários data (plural de datum), mas, no Brasil,
e no caso brasileiro, está em vigor o referencial terrestre conhecido pela
sigla SIRGAS 2000 (FITZ, 2008).
Os sistemas de coordenadas são aqueles responsáveis por dar os valores
quantitativos numéricos em relação à origem para o ponto em questão e
podem ser divididos em sistemas de coordenadas cartesianas, cilíndri-
cas, polares, elípticas e geográficas. As coordenadas geográficas têm
um aspecto curvilíneo e, por isso, são passadas em grau, minuto ou
24 Introdução ao geoprocessamento

segundo, sendo conhecidas como latitude e longitude. As coordenadas


planas são projetadas do meio curvo, conhecido como elipsoide, para o
plano, como um cilindro envolvendo o elipsoide (CÂMARA et al., 1996).
„„ Outros elementos: por exemplo, o mapa de localização, que indica onde
o mapa está localizado em um contexto de área maior, e uma tabela de
dados, que pode, em alguns casos, auxiliar na interpretação dos mapas.

O geoprocessamento é uma importante área do conhecimento que aplica


suas técnicas e seus métodos para o processamento da informação geográfica
georreferenciada. Entre suas principais ferramentas, está o SIG, que permite,
por meio de seus componentes (dados, recursos humanos, software, hardware
e métodos), que a informação espacial seja adquirida, tratada e disponibili-
zada para os usuários finais. Diversas áreas do conhecimento utilizam hoje o
geoprocessamento, como a geografia, a arquitetura, a agrimensura e outras
áreas. Isso acarreta constante transformação e desenvolvimento de suas fer-
ramentas, para que os produtos sejam elaborados cada vez com maior nível de
detalhes, em menor tempo e com menor custo associado. Dentre os produtos
do geoprocessamento, destacam-se os mapas temáticos, que possibilitam aos
usuários a visualização das informações em escala e dimensão adequadas e
a análise de acordo com o objetivo pretendido.

ALMEIDA, L. Q.; OLIVEIRA, F. L. S. Casos confirmados de Covid-19 no Brasil em 20 de


março de 2020. In: GEORISCO. Natal, 2020. Disponível em: https://wp.info.ufrn.br/admin/
portal-ufrn/wp-content/uploads/sites/3/2020/03/WhatsApp-Image-2020-03-23-at-
08.58.12-724x1024.jpeg. Acesso em: 8 jul. 2020.
ArcGIS: the mapping and analytics platform. In: ESRI. São José dos Campos: [20--].
Disponível em: https://www.esri.com/en-us/arcgis/about-arcgis/overview. Acesso
em: 8 jul. 2020.
CÂMARA, G. et al. Anatomia de sistemas de informações geográficas. São José dos Campos:
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), 1996.
CÂMARA, G.; DAVIS, C.; MONTEIRO, A. M. V. (Orgs.). Introdução à ciência da geoinformação.
São José dos Campos: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), 2001.
CÂMARA, G.; MEDEIROS, J. S. Modelagem de dados em geoprocessamento. In: ASSAD,
E. D.; SANO, E. E. (Orgs.). Sistemas de informação geográfica: aplicações na agricultura.
Brasília: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), 2005. p. 47-66.
Introdução ao geoprocessamento 25

CHANG, K. T. Introduction to geographic information systems. Boston: McGraw-Hill Higher


Education, 2006.
FITZ, P. R. Geoprocessamento sem complicação. São Paulo: Oficina de textos, 2018.
HAMADA, E.; GONÇALVES, R. R. V. Introdução ao geoprocessamento: princípios básicos
e aplicação. Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente, 2007.
HUISMAN, O.; BY, R. A. (Eds.). Principles of geographic information systems. Enschede: The
International Institute for Geo-Information Science and Earth Observation (ITC), 2009.
(ITC Educational Textbook Series, v. 1.)
INTRODUÇÃO AO SPRING. In: DIVISÃO de Processamento de Imagens (DPI), INPE.
Brasília, [2020?]. Disponível em: http://www.dpi.inpe.br/spring/teoria/introdu1/teoria1.
htm. Acesso em: 8 jul. 2020.
LONGLEY, P. A. et al. Geographic information systems and science. 2. ed. New Jersey:
Wiley, 2005.
MONITORAMENTO do desmatamento por satélite. In: Instituto de Pesquisa Ambiental
da Amazônia (IPAM). Belém, [2020?]. Disponível em: https://ipam.org.br/cartilhas-ipam/
desmatamento-em-foco/. Acesso em: 8 jul. 2020.
OLIVEIRA, L. A. P.; OLIVEIRA, A. T. R. (Orgs.). Reflexões sobre os deslocamentos populacionais
no Brasil. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2011. E-book.
PADILHA, A. F.; GOBATTO, D. R.; BATISTELLA, D. Estimativa da aptidão agrícola de terras
por álgebra de mapas. In: PEREZ FILHO, A.; AMORIM, R. R. (Orgs.). Os desafios da geografia
física na fronteira do conhecimento. Campinas: Instituto de Geociências da Unicamp,
2017. p. 5661-5668.
QGIS. Um sistema de informação geográfica livre e aberto. [S. l.]: QGIS, 2020. Disponível
em: https://www.qgis.org/pt_BR/site/. Acesso em: 8 jul. 2020.
REES, W. G. Physical principles of remote sensing. Cambridge: Cambridge University
Press, 1990.
SILVA, I.; SEGANTINE, P. Topografia para engenharia: teoria e prática de geomática. São
Paulo: GEN LTC, 2015.

Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
_4.1_ Dica do professor
Os dados são elementos essenciais para a elaboração de produtos cartográficos. Os softwares de
geoprocessamento podem trabalhar com dois tipos de estrutura de dados: dados espaciais (vetorial
e matricial) e dados não espaciais. Muitos softwares de geoprocessamento privados, como é o caso
do ArcGIS, criam os próprios formatos de arquivos, assim como a ESRI (Environmental Systems
Research Institute) é criadora do formato shapefile (para dados vetoriais).

Assista à Dica do Professor e entenda como é feita a obtenção de dados vetoriais no


formato shapefile.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/
cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/47f6af933e5b4dfbe2a764b573b06cad

3 min
_4.1_ Exercícios
1) O uso das geotecnologias para estudos voltados à área ambiental vem ganhando espaço
desde os anos 1990. O monitoramento ambiental, por meio do geoprocessamento, envolve
áreas como a cartografia, com a utilização de mapas digitais, e o sensoriamento remoto, com
imagens de satélite e aparelhos receptores de sinais de posicionamento por satélite,
popularmente conhecidos como GPS, além dos SIG.

A respeito do geoprocessamento, analise as seguintes afirmativas:

I. O geoprocessamento pode ser muito útil para serviços de espionagem, uma vez que as
imagens de satélite permitem visualizar qualquer ponto da superfície terrestre.

II. O armazenamento dos dados de geoprocessamento pode ser feito por meio de um banco
de dados geográficos.

III. O geoprocessamento pode ser definido, de uma maneira ampla, como uma forma de
obter informações de um objeto ou alvo remotamente.

Está correto o que se afirma em:

A) I apenas.

B) II apenas.

C) I e II apenas.

D) I e III apenas.

E) II e III apenas.

Gab C = O geoprocessamento é a disciplina do conhecimento que utiliza


técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento da informação
geográfica, permitindo a coleta, o armazenamento, o processamento, o
tratamento e a análise de dados.
É utilizado para diversos fins, inclusive militares.
O armazenamento dos dados pode ser feito por meio de um banco de dados
geográficos, que tem como característica suportar dados espaciais em suas
tabelas, além dos dados ditos tradicionais (alfanuméricos).
O sensoriamento remoto é uma das geotecnologias relacionadas ao
geoprocessamento e pode ser definido, de uma maneira ampla, como a forma de
se obter informações de um objeto ou alvo sem que haja contato físico com
este.
2) A realização de operações complexas com integração e sobreposição de dados de diversas
fontes e escalas diferentes, como, por exemplo, imagens de satélite, cartas topográficas e
informações pontuais, pode ser facilitada com o uso de um sistema.

Que sistema é esse?

A) Sistema de Informações Geográficas (SIG).

B) Sensoriamento remoto.

C) Sistema de Posicionamento Global (GPS).

D) Sistema CAD (computer aided design, ou desenho assistido por computador).

E) Fotogrametria.

Gab A = Os Sistemas de Informações Geográficas (SIG) facilitam a realização


de operações complexas, permitindo a integração e a sobreposição de dados de
diversas fontes e escalas diferentes, como, por exemplo, os produtos de
sensoriamento remoto (imagens de satélite), as informações obtidas por GPS,
as imagens aéreas obtidas por fotogrametria, etc.
O sistema CAD é direcionado para projetistas e engenheiros e contribui para
a delimitação de projetos de construção civil, por exemplo. Apesar de
suportar dados em formato vetorial, esse sistema não permite a realização de
análises complexas como os SIG.
3) O geoprocessamento pode ser aplicado a diversas áreas do conhecimento. Sendo assim, os
dados para elaboração de seus produtos finais podem ser classificados em dados temáticos,
dados cadastrais, dados de redes e modelo digital de elevação (DEM).

A respeito desses dados, analise as afirmativas a seguir e classifique-as em verdadeiras (V)


ou falsas (F):

( ) Os dados temáticos normalmente estão relacionados ao conhecimento da superfície


terrestre e de fenômenos geográficos, tais como o uso e a ocupação do solo.

( ) Os dados para a elaboração de mapas cadastrais podem ser associados a distintas formas
gráficas, como, por exemplo, à quantidade de habitantes de uma cidade.

( ) Os dados para os mapas de redes são normalmente relacionados a serviços de utilidade


pública, como redes de abastecimento de esgoto.

( ) O DEM é utilizado principalmente para representar uma grandeza que varia


espacialmente de maneira contínua. É o caso da vegetação.

Marque a alternativa que preenche corretamente as lacunas, de cima para baixo:

A) V – V – F – F.

B) F – F – V – V.

C) V – F – V – F.

D) V – F – V – V.

E) V – V – V – F.

Gab E = Os dados temáticos normalmente estão relacionados com o conhecimento


da superfície terrestre e de fenômenos geográficos, como a hidrografia,
vegetação, solos, geomorfologias, uso e ocupação do solo, etc.

Os dados para a elaboração de mapas cadastrais podem ser associados a


distintas formas gráficas, como, por exemplo, à quantidade de habitantes de
uma cidade.

Os dados para os mapas de redes são normalmente relacionados a serviços de


utilidade pública, como redes de abastecimento de água e esgoto.

O modelo digital de elevação (DEM) é um tipo de dado utilizado


principalmente para representar uma grandeza que varia espacialmente de
maneira contínua. É o caso da altimetria.
4) Leia o seguinte trecho:

Os ____________________ são organizados em linhas e colunas (ou em uma grade), em que


cada célula contém um valor que representa informações, como altitudes, por exemplo.
Alguns dados desse tipo são fotografias aéreas digitais, imagens de satélites, imagens
digitais ou até mapas digitalizados.

Marque a alternativa que preenche corretamente a lacuna:

A) dados em estrutura matricial

B) dados em estrutura vetorial

C) dados não espaciais

D) dados tradicionais

E) dados alfanuméricos

Gab A = Os dados em estrutura matricial são representados por uma matriz com
n linhas e m colunas, M(n,m), na qual cada célula, denominada pixel,
apresenta um valor z que pode indicar, por exemplo, uma cor ou tom de cinza
a ele atribuído (como altitudes).

Os dados em estrutura vetorial utilizam o par de coordenadas x e y e podem


ser compostos por três diferentes formatos gráficos: pontos, linhas ou
polígonos.

Os dados não espaciais, ou alfanuméricos (tradicionais), são dados


constituídos por caracteres (letras, números ou sinais gráficos) que podem
ser armazenados em tabelas, as quais podem formar bancos de dados.
5) O software é um dos componentes do SIG e permite produzir mapas e outras exibições
gráficas de informações geográficas para apresentação e análise. Com esses recursos, o
software é uma ferramenta valiosa para visualizar dados espaciais ou criar sistemas de
suporte a decisões em diversas áreas do conhecimento.

Exemplos de softwares de geoprocessamento são:

A) SRTM, Topodata e QGIS.

B) Topodata, QGIS e Spring.

C) ArcGIS, Spring e SRTM.

D) ArcGIS, QGIS e Topodata.

E) QGIS, ArcGIS e Spring.

Gab E = O ArcGIS é um software de geoprocessamento que necessita de licença


para sua manipulação, ao contrário dos softwares QGIS e Spring, que são
softwares de geoprocessamento livres e de código aberto.

Já o Topodata não é um software de geoprocessamento, é um projeto que


oferece o modelo digital de elevação (DEM) obtido dos dados SRTM (Shuttle
Radar Topography Mission) em cobertura nacional.
_4.1_ Na prática
A utilização do geoprocessamento é fundamental para que sejam obtidas informações sobre o
manejo dos recursos naturais, de forma a minimizar os impactos sem acarretar prejuízos ambientais,
econômicos e/ou sociais. A partir do trabalho com geotecnologias, podem ser identificados
diversos processos de degradação do meio físico, como ausência de áreas de preservação
permanente nos cursos d’água, áreas com desmatamento, processos erosivos em áreas urbanas e
rurais, disposição irregular de resíduos urbanos e industriais, entre outros.

Na Prática, a partir de um estudo de caso, veja como as geotecnologias podem ser utilizadas na
identificação de impactos ambientais.

USO DE GEOTECNOLOGIAS NA IDENTIFICAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

Alberto é pesquisador do Núcleo de Geoprocessamento do Ministério Público


Estadual e costuma trabalhar com geotecnologias para identificar os mais
diversos processos de degradação do meio físico.

Dessa forma, contribui com o poder público para autuar possíveis infrações
que possam impactar negativamente o meio ambiente, a saúde e a segurança da
população.

Problema:
Representantes de uma comunidade rural procuraram Alberto para relatar
a ocorrência de desmatamento realizado por queimadas em um conjunto de
fazendas. A comunidade está preocupada com os impactos que esse
desmatamento está ocasionando na área e algumas reclamações incluem o
aumento de processos erosivos e a diminuição da qualidade da água e do
ar na região.

Investigação:

Prontamente, Alberto iniciou a sua investigação. Com auxílio de um


GPS (Global Position System), ele fez um trabalho de campo para
identificar os pontos (relatados pelos líderes da comunidade) em que
possivelmente estaria ocorrendo um processo de desmatamento.

Munido dessas informações, o pesquisador foi para seu laboratório


descarregar, no computador, os dados que obteve para realizar o
processamento em um software de geoprocessamento gratuito - QGis.
Em seguida, Alberto fez o download (gratuito) de imagens de satélite
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e conseguiu verificar
os locais identificados em campo (com GPS) que estavam em processo
de desmatamento avançado.

Solução:

Alberto conseguiu, por meio das geotecnologias (utilização de GPS e


monitoramento com imagens de satélite) identificar as áreas desmatadas.
Sabendo que o desmatamento é um dos grandes problemas ambientais da
humanidade que vem aumentando ao longo dos anos e ocasionando diversos
impactos, o pesquisador entregou um relatório com as informações de sua
investigação para a Polícia Militar Ambiental que, por sua vez, autuou os
proprietários das propriedades.
_4.1_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Software de geoprocessamento gratuito


No site do software de geoprocessamento livre QGIS, faça gratuitamente o download do programa e
inicie sua produção mapas.
https://www.qgis.org/pt_BR/site/forusers/index.html

Geoprocessamento integrado à cartografia social para construção de


guia digital cultural

Leia esta interessante abordagem que discute a articulação de tecnologias de


geoprocessamento e cartografia social como estratégia para o desenvolvimento
socioeconômico.
https://mascvuex.unex.es/revistas/index.php/campoabierto/article/view/3517/2358

pdf 14p

Análise espaço-temporal do desastre ambiental em Mariana (MG) a


partir das geotecnologias
Leia o artigo a seguir sobre a utilização de ferramentas de geoprocessamento
na avaliação da extensão do desastre ocorrido no município de Mariana (MG).
Os autores utilizaram principalmente o sensoriamento e conseguiram detectar
com boa precisão e especializar as informações por meio de mapas temáticos.

http://www.revistacontinentes.com.br/continentes/index.php/continentes/article/view/198/158
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS
ARCHELA, R. S.; THÉRY, H. Orientação metodológica para construção e leitura de mapas
temáticos. Confins [Online], v. 3, p. 22, 2008. https://doi.org/10.4000/confins.3483
CÂMARA, G.; CASANOVA, M. A.; HEMERLY, A. S.; MAGALHÃES, G. C.; MEDEIROS, C. M. B. Anatomia
de sistemas de informações geográficas. INPE, IBM Brasil, Unicamp, 1996.
CÂMARA, G.; DAVIS, C.; MONTEIRO, A. M. V. Introdução à ciência da geoinformação. São José
dos Campos: INPE, 2001.
CÂMARA, G.; MEDEIROS, J. S. Modelagem de dados em geoprocessamento. In: ASSAD, E. D.; SANO,
E. E. (Eds). Sistemas de informações geográficas: aplicações na agricultura. Brasília:
EMBRAPA, 2005, p. 47-66.
CHANG, K. T. Introduction to geographic information systems. Boston: McGraw-Hill Higher
Education, 2006.
ESRI. ArcGIS - The mapping and analytics platform. Disponível em: <https://www.esri.com/
enus/arcgis/about-arcgis/overview>. Acesso em 25 jun. 2020.
FITZ, P. R. Geoprocessamento sem complicação. São Paulo: Oficina de textos, 2018.
HAMADA, E.; VALLE, R. R. G. Introdução ao Geoprocessamento: princípios básicos e aplicação.
Jaguariúna, SP: Embrapa meio ambiente, 2007. Disponível em: <https://
ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPMA/7489/1/documentos_67.pdf>. Acesso em 25
jun.2020.
HUISMAN, O.; BY, R. A. Principles of geographic information systems. ITC Educational
Textbook Series, v. 1, p. 17, 2009.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Disponível em: <https://
www.ibge.gov.br/>. Acesso em 3 jul. 2020.
LONGLEY, P. A.; GOODCHILD, M. F.; MAGUIRE, D. J.; RHIND, D. W. Geographic information
systems and science. John Wiley & Sons, 2005.
PADILHA, A. F.; GOBATTO, D. B.; BATISTELLA, D. Estimativa da aptidão agrícola de terras por
álgebra de mapas. Os desafios da geografia física na fronteira do conhecimento, v. 1, 2017.
https://doi.org/10.20396/sbgfa.v1i2017.2253
QGIS. QGIS geographic information system. Open Source Geospatial Foundation Project, 2016.
Disponível em: <https://www.qgis.org/pt_BR/site/>. Acesso em 25 jun. 2020.
REES, W. G. Physical principles of remote sensing. Cambridge, UK: Cambridge University
Press, 1990.
SEGANTINE, P.; SILVA, I. Topografia para engenharia: teoria e prática de geomática. Rio de
Janeiro: Elsevier Brasil, 2015.
SILVA, G. F.; CARVALHO, M. V. A.; CRUZ, C. B. M. Análise espaço-temporal do desastre
ambiental em Mariana - MG a partir das geotecnologias. Revista Continentes, n. 13,
p.49-67,2019.
SPRING: Manual do Usuário - Versão 2.0. 4 volumes. São José dos Campos: NetGis, 1997.
Banco de imagens Shutterstock.
SAGAH, 2020.
Aula 4.2
TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO - A (2024.FEV)
1.1 - Introdução aos trabalhos topográficos
1.2 - Instrumentos de medição
2.1 - Conceitos fundamentais de topografia I
2.2 - Conceitos fundamentais de topografia II
3.1 - Conceitos e noções de Cartografia
3.2 - Cartografia: interpretação e estudos da base cartográfica
4.1 - Introdução ao Geoprocessamento
4.2 - Sistema de posicionamento global (GPS)
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Conceitos básicos de sensoriamento remoto e geoprocessamento
__ C.2 Sistema de coleta de dados e fontes de obtenção de dados espaciais
__ C.3 Sistemas de informações geográficas, dados de entrada e avaliação dos
resultados
__ C.4 Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos
e demandas ambientais

Sistema de posicionamento global (GPS)


_4.2_
Apresentação
O Sistema de Posicionamento Global (GPS), desde sua concepção, tem sido intensivamente
empregado em diversos receptores, como automóveis, navios e estações terrestres, devido à
possibilidade de fornecer informações relevantes, como posicionamento, velocidade, distâncias,
etc. As informações provenientes do Sistema de Posicionamento Global (GPS), como o
posicionamento de alvos, permitem a elaboração de mapas temáticos muito importantes para
diversas análises (p. ex., de fenômenos naturais ou práticas antrópicas que ocorrem na superfície
terrestre).

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer o processo histórico de desenvolvimento do


Sistema de Posicionamento Global (GPS), descrever os componentes e meios para o mapeamento e
reconhecer as causas e consequências de erros na captação de dados por GPS.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Reconhecer a historicidade do mapeamento em sua estruturação.


• Descrever os componentes e meios para o mapeamento.
• Apontar as causas e consequências de erros na captação de dados.

elm = Avaliação da aula. Regular. Assinalada opções: - Precisei pesquisar mais.


_4.2_ Desafio
O Sistema de Posicionamento Global (GPS) é uma importante ferramenta que tem sido amplamente
utilizada por iniciativas públicas e privadas para monitorar e identificar diversos problemas
ambientais, contribuindo para o monitoramento de: qualidade da água em bacias hidrográficas,
derramamento de óleo nos mares, desmatamentos e queimadas, dentre outros desastres
ambientais.

Há muitos softwares disponíveis gratuitamente, como o QGIS e o MAPINFO, que permitem que as
informações coletadas pelos receptores GPS possam ser analisadas juntamente com outras (p. ex.,
limite de Municípios, cursos d’água, vias, tipos de solo, etc.), possibilitando uma compreensão ampla
do problema ambiental.

Dessa forma, esse conjunto de dados pode ser utilizado no desenvolvimento de produtos
cartográficos (como mapas e cartas) que auxiliem na análise dessas questões ambientais e
contribuam para a tomada de decisão em relação a processos de recuperação, preservação, etc.

Imagine que você foi contratado por uma Organização Não Governamental (ONG)
para monitorar processos físicos de degradação do solo, como processos
erosivos, com ênfase na formação de voçorocas em áreas rurais e urbanas de um
determinado município.

Você deve pesquisar sobre o problema relacionado com os processos erosivos


do solo e a formação de voçorocas, que podem comprometer a qualidade dos
solos para a agricultura e até mesmo a qualidade da água para consumo
humano.

A partir do exposto, responda:

a) Como o Sistema de Posicionamento Global (GPS) poderia contribuir para analisar esse problema
ambiental?

b) Quais mapas temáticos poderiam ser elaborados a partir dos dados coletados com o receptor
GPS?

c) Pensando que esse monitoramento deverá ser feito regularmente, quais cuidados devem ser
tomados para evitar que erros ocorram durante a coleta de dados?

elm = a) GPS para localização dos pontos em que há processos erosivos, voçorocas ; b) mapas
temáticos: evolução no tempo das voçorocas, agricultura afetada (produtividade, por
exemplo), e qualidade da água ; c) Coleta em campo aberto e evitar erros na captação de
dados com receptor GPS: erro de efemérides (ou erro na órbita dos satélites), o erro
relacionado com os desvios dos sinais na atmosfera, o erro do relógio do receptor, o erro da
trajetória múltipla e o erro devido à geometria dos satélites.
Padrão de resposta esperado

a) O Sistema de Posicionamento Global (GPS) pode contribuir com a captação


de dados de localização de pontos com ocorrência de processos erosivos e
também com a determinação das profundidades desses processos, tendo em
vista que essa informação é muito relevante para a recuperação dessas
áreas.
Processos erosivos avançados (com grande profundidade), como é o caso das
voçorocas, tendem a atingir o lençol freático e, quando isso ocorre, é
muito difícil a recuperação dessas áreas.

b) A partir desses dados, poderiam ser elaborados mapas de localização com


a identificação dos processos erosivos do solo. Essas informações poderiam
ser utilizadas em conjunto com mapas de uso e ocupação do solo e também com
mapas de solo para verificar a influência dessas informações na formação de
processos erosivos e, consequentemente, em medidas que poderão ser tomadas
no enfrentamento desses problemas.

c) Os processos erosivos podem aumentar tanto em relação à quantidade


espacializada no Município, quanto em relação à profundidade dos processos
já existentes.
Dessa forma, o monitoramento é muito importante para garantir que esses
processos sejam recuperados e para que não ocorra a formação de novos
processos.
Uma vez que os processos estão concentrados em áreas urbanas e rurais, os
erros principais que podem ocorrer são: erro da trajetória múltipla e erro
devido a geometria dos satélites.
Para que o erro da trajetória múltipla não ocorra, é importante garantir
que não existam barreiras que possam prejudicar a chegada do sinal ao
receptor. Em áreas urbanas, essas barreiras podem ser prédios ou edifícios
e, em áreas rurais, grandes árvores e vegetações. Caso não seja possível
adquirir uma antena de alta tecnologia para estudo, podem-se procurar
locais abertos, sempre que possível, permitindo que o sinal não tenha
obstáculos.
Para que não ocorra o erro devido a geometria dos satélites, deve-se
verificar se estes estão bem espacializados, por meio da análise no
receptor do GPS, garantindo a adequada precisão dos dados coletados.
_4.2_ Infográfico
O Sistema de Posicionamento Global (GPS) fornece serviços de posicionamento, navegação e
tempo de forma gratuita para todos os usuários em escala contínua e global. Esses dados podem
ser captados e utilizados pelas mais diversas áreas do conhecimento, como topografia, geografia,
navegação, meio ambiente, lazer, etc.

Veja, no Infográfico, os componentes que integram o Sistema de Posicionamento Global (GPS),


nomeadamente os segmentos espacial, de controle operacional e do usuário, e aprenda sobre as
configurações e funcionamento de cada um deles.
_4.2_ Conteúdo do livro
Ao longo dos séculos, a humanidade buscou encontrar meios que possibilitassem localizar sua
posição na superfície terrestre com precisão, como, por exemplo, durante as grandes navegações,
quando eram utilizados métodos e instrumentos como bússolas e sextantes para traçar rotas e
identificar direções.

Com o advento da tecnologia e os avanços científicos, esses instrumentos foram melhorados, até
que, em meados de 1960, o Sistema de Posicionamento Global (GPS) já permitia fornecer
informações da superfície terrestre, mesmo que apenas para usos limitados. Hoje, no entanto, o
GPS é indispensável, seja em terra, mar ou ar.

No capítulo Sistema de posicionamento global (GPS), da obra Geoprocessamento, base teórica desta
Unidade de Aprendizagem, você vai reconhecer a historicidade do mapeamento em sua
estruturação, aprender a descrever os componentes e meios para o mapeamento e determinar as
causas e consequências de erros na captação de dados.
isuMÃRloi
Geotecnologias na história .................................................................... 13
Franciane Mendonça dos Santos
Influência dos povos da Antiguidade no geoprocessamento...................................... 13
Histórico de evolução dos instrumentos de geoprocessamento ............................... 22
Descrição dos primeiros instrumentos utilizados ................................................................. 29

Introdução ao geoprocessamento ..................................................... 39


Franciane Mendonça dos Santos
Conceitos básicos do geoprocessamento ................................................................................. 40
Sistema de informação geográfica (SIG)...................................................................................... 47
Criação de mapas temáticos ............................................................................................................... 57

Características dos SIGs........................................................................... 65


Francieli Santana M arcatto
Aplicações dos sistemas de informação geográfica ............................................................ 66
Tipos e formas de obtenção dos sistemas de informação geográfica .................... 72
Análise espacial de dados geog ráficos......................................................................................... 77

1 Cartografia na aquisição de dados .....................................................85 1

Francie/i Santana Marcatto


Princípios fundamentais da cartografia .......................................................................................86
Cartografia e geoprocessamento: interdiscip linaridade e aplicações .....................95
As formas de obtenção dos dados geog ráficos ................................................................... 101

Geoprocessamento e planejamento urbano ................................ 111


Natália de Souza Pelinson
Conceitos do planejamento urbano ............................................................................................ 112
Geoprocessamento: uma tecnologia interdisciplinar essencial
ao p lanejamento urbano................................................................................................................ 122
Aquisição de dados para o planejamento urbano .............................................................. 126

Sistema de posicionamento global (GPS) ...................................... 135


Franciane Mendonça dos Santos
Historicidade do mapeamento ....................................................................................................... 135
Componentes e meios para o mapeamento ......................................................................... 139
Erros na captação de dados.............................................................................................................. 148

Bases digitais e atlas ...............................................................................155


Letícia Roberto Amaro Trombeta
Geração e desenvolvimento de bases cartográficas no Brasil .................................... 15 5
Importância de bases e atlas de qualidade ............................................................................. 159
Instituições responsáveis pela construção das bases cartográficas ....................... 162

Estruturas de dados: modelos vetoria l e matricial ..................... 169


Letícia Roberto Amaro Trombeta
Utilização prática dos modelos vetorial e matricial........................................................... 169
Modelos vetorial e matricial e sua utilização .......................................................................... 174
Modelos vetorial e matricial no p lanejamento urbano ................................................... 179
1 Geoprocessamento na logística do País ......................................... 1871
Luiz Otávio Moras Filho
Como o geoprocessamento pode ser oportuno para
o setor de transportes? ................................................................................................................... 188
Como podemos realizar um planejamento logístico
com o auxílio do geoprocessamento? ................................................................................. 195
Quais são as novas possibilidades para o setor de transportes
proporcionadas pelas ferramentas de geoprocessamento? .................................. 199

Geoprocessamento em saúde coletiva .......................................... 207


Luiz Otávio Moras Filho
Conceitos básicos de análise espacial em saúde ................................................................ 208
Contribuições da geografia e da epidemiologia para a saúde...................................214
O geoprocessamento aplicado à saúde coletiva:
da coleta à análise de dados ........................................................................................................219

Geoprocessamento e gest ão pública ............................................. 227


Ronei Tiago Stein
Uso do geoprocessamento na gestão....................................................................................... 228
Aplicações práticas dos mapeamentos na economia de
um município, estado ou país.................................................................................................... 231
Principais erros e deficiências em mapeamentos .............................................................. 235

Geocodificação e coordenadas ......................................................... 243


Ronei Tiago Stein
Geocodificação: definição e aplicações.................................................................................... 243
Geocodificação na logística ..............................................................................................................247
L Aplicações práticas da geocodificação ..................................................................................... 2~

Zoneamento ecológico-econô mico................................................ 257


Ronei Tiago Stein
Zoneamento no Brasil .......................................................................................................................... 257
Mapeamento da biodiversidade ....................................................................................................261
Estratégias brasileiras para promover o zoneamento
ecológico· econômico ..................................................................................................................... 26 4

Aplicações do geoprocessamento em sala de aula ................... 271


Ronei Tiago Stein
Geoprocessamento em sala de aula ........................................................................................... 272
Importância do geoprocessamento em sala de aula .......................................................274
Exemplos práticos do geoprocessamento em sala de aula ......................................... 277

Modelagem numérica de terreno .................................................... 283


Franciel Eduardo Rex
A importância da modelagem numérica de terreno .......................................................283
Como é obtida a modelagem ......................................................................................................... 287
Situações positivas e negativas do modelo numérico de terreno .......................... 2 91

Sistemas aplicativos e sistemas g ratuitos ...................................... 299


Franciel Eduardo Rex
Opções de sistemas para geração de dados ......................................................................... 300
Principais aplicativos para mapeamento ................................................................................. 307
Instituições responsáveis pelo geoprocessamento no Brasil ......................................311
Sistema de posicionamento
global (GPS)
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Reconhecer a historicidade do mapeamento em sua estruturação.


„„ Descrever os componentes e meios para o mapeamento.
„„ Apontar as causas e consequências de erros na captação de dados.

Introdução
Com a evolução da tecnologia, os instrumentos e as técnicas utilizadas
para a elaboração de produtos cartográficos se tornaram cada vez mais
eficientes, principalmente no que diz respeito à precisão das informações
mapeadas e aos detalhes que são possíveis de observar. Nesse sentido,
o sistema de posicionamento global (GPS, do inglês global positioning
system) tem um papel muito importante para a ciência cartográfica,
no que tange à produção de mapas da superfície terrestre. Sua aplicação
está relacionada a diversas áreas do conhecimento, como engenharia,
topografia, arquitetura, meio ambiente, etc.
Neste capítulo, você vai estudar a história do GPS, vai verificar quais são
as suas principais características e vai compreender como ocorre o seu
funcionamento. Você também vai verificar quais são as possíveis causas
e consequências de erros que ocorrem durante o processo de captação
de dados por meio desse sistema.

1 Historicidade do mapeamento
O homem sempre buscou representar a sua realidade de forma gráfica, o que
é comprovado pelas diversas gravuras rupestres encontradas em cavernas,
datadas da Pré-História. Percebe-se que as motivações dessas ilustrações
eram basicamente a busca por alimentação e moradia, bem como a demons-
2 Sistema de posicionamento global (GPS)

tração de aspectos como religião e cultura. O mapa mais antigo do mundo foi
elaborado pelos babilônios, entre 3.800 e 2.500 a.C., e é denominado mapa de
Ga-Sur. Esse mapa representava o vale de um rio localizado entre montanhas
na Mesopotâmia (REYES, 1991).
Os egípcios contribuíram para o desenvolvimento de técnicas e instrumentos
que possibilitavam a caracterização do meio em que viviam, por exemplo, com
o desenvolvimento de ferramentas utilizadas para a medição de terras, em
meados de 1300 a.C. (THROWER, 2008). Dentre os instrumentos desenvol-
vidos pelos egípcios, pode-se destacar o nível em A, que era utilizado para o
nivelamento dos terrenos (RANA; SHARMA, 2006).
Posteriormente, em meados de 500 a.C., os gregos realizaram grandes
avanços a serviço do conhecimento geográfico, amparados pelas descobertas
dos babilônios e egípcios. Um exemplo é o desenvolvimento do astrolábio,
criado por Hiparco, entre 220 e 150 a.C.; trata-se de um instrumento capaz
de determinar a localização de pontos da Terra, por meio da observação de
fenômenos celestes (HARLEY; WOODWARD, 1987). Com o objetivo de
contribuir para as navegações, os chineses desenvolveram a bússola, em
meados de 200 a.C., o que permitiu que os navegantes se orientassem no mar
sem dependerem dos astros (RANA; SHARMA, 2006).
Os romanos, a partir de 500 a.C., adaptaram o conhecimento dos gregos
e fizeram suas próprias contribuições, especialmente para o mapeamento
rodoviário e cadastral. Eles contribuíram com o desenvolvimento de algumas
ferramentas de levantamento, apesar da negação da esfericidade da Terra e
de considerá-la uma superfície plana, contrariando o que foi descoberto pelos
gregos (THROWER, 2008). Na Idade Média (de 476 a 1453), houve a negação
da ciência e das descobertas dos gregos, em decorrência de preceitos religiosos
(OLIVEIRA et al., 2019).
Já no Renascimento, período que perdurou de 1400 a meados de 1700,
houve importantes descobrimentos. No que tange aos avanços cartográficos,
pode-se destacar as grandes navegações, a partir de 1500, e a criação das cartas
portulanas. Nesse período, os instrumentos, como os astrolábios, foram mo-
dificados e melhorados para se tornarem estáveis e adaptáveis às navegações,
resultando no sextante, que foi muito utilizado nesse período para medir o
ângulo formado entre o horizonte e um alvo determinado (RANA; SHARMA,
2006). Dessa forma, com o passar dos anos e o advento da tecnologia, foram
sendo desenvolvidos diversos instrumentos e técnicas, que possibilitaram
aprimorar as representações cartográficas.
Sistema de posicionamento global (GPS) 3

Hoje, uma das ferramentas mais empregadas é o GPS, que fornece dados
precisos para a elaboração de mapeamentos da superfície terrestre, reduzindo a
quantidade de equipamentos e aumentando a tecnologia associada. De acordo
com Kavanagh e Mastin (2013), embora o GPS seja o mais conhecido, existem
outros sistemas de navegação por satélite (satnav, do inglês satellite navigation),
e todos eles compõem o sistema global de navegação por satélite (GNSS,
do inglês global navigation satellite system).
O GNSS é definido como a coleção de todos os satnavs, incluindo o GPS.
Há vários satnavs operando, sendo que alguns prestam serviços globais e
outros apenas regionais, como:

„„ o Galileu, que foi desenvolvido pela União Europeia;


„„ o China’s Compass Navigation Satellite System, conhecido como Com-
pass ou Beidou, desenvolvido pela China; e
„„ o Global'naya Navigatsionnaya Sputnikovaya Sistema, conhecido como
GLONASS, que foi desenvolvido pela Rússia.

A Figura 1 apresenta a constelação de alguns dos principais sistemas de


navegação por satélite.

Figura 1. Sistemas de navegação por satélite.


Fonte: Adaptada de Reid, Walter e Enge (2013).
4 Sistema de posicionamento global (GPS)

História do sistema de posicionamento global


A definição de um sistema de posicionamento, que teria como objetivo deter-
minar pontos da superfície terrestre, foi primeiramente elucidada, segundo
Schofield e Breach (2007), com o lançamento do satélite Sputnik, em outubro
de 1957, pela antiga União Soviética. Posteriormente, em meados de 1960, os
Estados Unidos desenvolveram, em conjunto com a Marinha americana, um
sistema de navegação por satélite chamado Transit 1B, também conhecido
como Navy Navigation Satellite System, que era baseado no efeito Doppler.
Esse sistema era basicamente utilizado pela Marinha, fornecendo infor-
mações relevantes sobre o posicionamento de frotas submarinas e navios
nos oceanos, até que, em 1967, foi disponibilizado para uso civil (LEICK;
RAPOPORT; TATARNIKOV, 2015). Porém, de acordo com Lima (2013),
esse sistema apresentava algumas limitações, por se tratar de um sistema
bidimensional e sofrer grande influência de satélites.
De acordo com Schofield e Breach (2007), em 1973, o Departamento de
Defesa dos Estados Unidos iniciou o desenvolvimento de um GPS do tipo
NAVSTAR (sigla para sistema de navegação com tempo e variação de tempo).
O NAVSTAR tinha por finalidade a aplicação na área militar, como para a de-
terminação da localização de tropas, o conhecimento do território inimigo etc.
Os primeiros satélites desse sistema foram lançados em 1978, funda-
mentalmente para aplicações militares, utilizando receptores operados pelo
homem em navios e outros veículos. Uma das primeiras aplicações do GPS
para fins militares ocorreu durante a Guerra do Golfo (1991), quando foi uti-
lizado nomeadamente para facilitar a determinação da localização das tropas
militares no deserto e para contribuir com o lançamento dos mísseis, que,
a partir dessa tecnologia, podiam ser lançados com maior precisão (KAPLAN;
HEGARTY, 2017).
Com o lançamento de novos satélites, esse sistema foi ampliando sua co-
bertura, e assim foram surgindo novas possibilidades de aplicações, tornando
o GPS não apenas uma ferramenta útil para fins bélicos, mas também para o
uso civil, que foi iniciado em meados de 1980 (MARKOSKI, 2018). O termo
GNSS passou a ser utilizado em 1991, quando englobava apenas as tecnologias
GPS e GLONASS, segundo Albuquerque e Santos (2003). Posteriormente, foi
complementado pelo desenvolvimento do sistema Galileu.
Sistema de posicionamento global (GPS) 5

Acesse o site GPS: The Global Positioning System para saber mais sobre o GPS e a sua
amplitude.

2 Componentes e meios para o mapeamento


A Terra possui formato esférico, e a sua superfície é caracterizada por nume-
rosas proeminências, montanhas, depressões e colinas. Dessa forma, para que
sua representação no mapa seja condizente com a realidade, é necessária a
substituição dessa superfície irregular por uma área matemática aproximada,
na qual as medições possam ser processadas matematicamente (MARKOSKI,
2018). Segundo Kavanagh e Mastin (2013), a área de um elipsoide é considerada
a forma geométrica que mais se aproxima da área da superfície física da Terra.
Existem certas diferenças entre um geoide e o elipsoide da Terra; no entanto,
o elipsoide melhor ajustado ao geoide é conhecido como elipsoide de referên-
cia. A Figura 2 apresenta a representação do geoide e do elipsoide de referência.

Figura 2. Diferenças entre o geoide e o elipsoide.


Fonte: Adaptada de Kavanagh e Mastin (2013).
6 Sistema de posicionamento global (GPS)

O geoide não é utilizado como superfície de referência pelo sistema GPS,


devido à complexidade de cálculos inerentes ao processo de determinação
dos pontos na superfície terrestre (ALBUQUERQUE; SANTOS, 2003). Dessa
forma, é utilizado como superfície de referência o elipsoide, para a determina-
ção do posicionamento e das coordenadas geográficas dos pontos na superfície.
O elipsoide permite descrever as coordenadas geográficas posicionais de um
ponto em graus de longitude e latitude.
As latitudes são linhas conhecidas como paralelos, traçadas horizontal-
mente, que especificam a posição norte-sul de qualquer ponto na superfície
terrestre e têm como referência a linha do equador. Já as longitudes, conhecidas
como meridianos, percorrem a Terra verticalmente e se encontram nos polos
norte e sul, tendo como referência o meridiano de Greenwich (NADOLINETS;
LEVIN; AKHMEDOV, 2017).

O elipsoide de referência do GPS é o WGS-84 (World Geodetic System 1984) — ou seja,


os dados obtidos por esse sistema terão como base esse modelo. No entanto, para
o Brasil, é utilizado o Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas do ano de
2000 (SIRGAS2000) como referência para os processos de mapeamento. Nesse sentido,
é importante saber que os dispositivos GPS têm seu próprio software para converter
dados do sistema WGS-84 para qualquer outro sistema, como é o caso do SIRGAS2000.
Outra possibilidade é a apresentação de dados (tabelas, gráficos ou situacionais) em
vários dispositivos de impressão. Isso significa que os dispositivos GPS fornecem a
criação completa de bancos de dados e a sua distribuição em formato digital para
uma variedade de usos (MARKOSKI, 2018).

O GPS opera a partir de um sistema de radionavegação e foi projetado


para que, em qualquer lugar e a qualquer momento, existam satélites or-
bitando acima do horizonte do observador, permitindo a determinação da
localização de qualquer ponto da superfície terrestre (latitude, longitude e
altitude) (SEGANTINE, 2005). O funcionamento do sistema GPS é baseado
fundamentalmente na determinação da distância entre um ponto onde está
localizado o receptor e os pontos de referência, que são os satélites.
Sistema de posicionamento global (GPS) 7

Assim, a partir do conhecimento da distância que separa o receptor de no


mínimo três satélites, é possível determinar a posição relativa do receptor,
com base na intersecção de três circunferências, cujos raios são as distâncias
medidas entre o receptor e o satélite (ALBUQUERQUE; SANTOS, 2003).
A Figura 3 mostra com ocorre na prática esse processo, que também é conhecido
como método geométrico da triangulação.
Segundo Segantine (2005), esse cálculo é realizado em função do tempo
que o sinal leva para chegar até o receptor, sabendo-se que o sinal viaja a
aproximadamente a velocidade da luz. Como essa velocidade é muito alta,
o GPS utiliza relógios de alta precisão (relógios atômicos) para garantir a preci-
são nas medições. Os relógios atômicos combinam um oscilador de cristal de
quartzo com um conjunto de átomos (por exemplo, o césio), que permitem que
a hora seja constantemente atualizada (ALBUQUERQUE; SANTOS, 2003).

Figura 3. Método de triangulação para obtenção do posicionamento dos pontos na superfície terrestre.
Fonte: Adaptada de Nadolinets, Levin e Akhmedov (2017).
8 Sistema de posicionamento global (GPS)

Dessa forma, segundo McNamara (2008), os satélites estão posicionados


onde um receptor GPS pode receber sinais de pelo menos seis satélites a
qualquer momento, em qualquer local da Terra (se nada obstruir os sinais).
Cada satélite possui três peças principais, descritas a seguir.

„„ Computador: posicionado a bordo do satélite, esse equipamento permite


controlar o voo do satélite e verificar outras funções do satélite.
„„ Relógio atômico: utilizado com o objetivo de manter a hora do satélite
exata em três nanossegundos (cerca de três bilionésimos de segundo).
„„ Transmissor de rádio: equipamento utilizado para enviar os sinais
para a Terra.

O sistema GPS é dividido em três segmentos fundamentais, que são descri-


tos por Nadolinets, Levin e Akhmedov (2017) conforme apresentado a seguir.

„„ Segmento espacial: composto por todos os satélites operacionais que


formam a constelação.
„„ Segmento de controle: composto por todas as estações terrestres en-
volvidas no monitoramento do sistema (estações mestre de controle,
estações monitor e estações de controle terrestre).
„„ Segmento de usuários: composto por todos os usuários, bem como
os aparelhos receptores.

Na Figura 4 estão representados esses segmentos, bem como a interligação


entre eles.
Sistema de posicionamento global (GPS) 9

Figura 4. Representação dos segmentos do sistema de posicionamento global.


Fonte: Adaptada de Nadolinets, Levin e Akhmedov (2017).

Para saber mais sobre o histórico e o funcionamento do GPS e como ocorre o processo
de aquisição de dados, leia o trabalho de Bernardi e Landim (2002) intitulado “Aplicação
do sistema de posicionamento global (GPS) na coleta de dados”.
10 Sistema de posicionamento global (GPS)

Segmento espacial
O segmento espacial é composto pelos satélites que estão em órbita ao redor
da Terra. O GPS possui uma constelação de 30 satélites (24 operacionais e seis
em reserva) que orbitam a uma altura de 20.200 km acima da Terra (Figura 5)
(MARKOSKI, 2018). Os satélites levam cerca de 12 horas para completar
uma volta na Terra. O sistema GPS, de acordo com Schofield e Breach (2007),
foi projetado para que pelo menos quatro satélites estejam sempre à vista
pelo menos 15º acima do horizonte. Dessa forma, os seis planos orbitais são
igualmente espaçados e inclinados a 55º em relação ao equador.

Figura 5. Satélites do sistema de posicionamento global orbitando


ao redor da Terra.
Fonte: Adaptada de Kavanagh e Mastin (2013).
Sistema de posicionamento global (GPS) 11

Segmento de controle
O segmento de controle, segundo Kavanagh e Mastin (2013), é composto por
uma estação de controle principal, chamada de estação de controle mestra,
localizada no estado do Colorado (Estados Unidos), estações de monitoramento
e antenas de comando localizadas e distribuídas em todo o território mundial,
como apresentado na Figura 6. Segundo Markoski (2018), essas estações de
controle utilizam relógios atômicos precisos para calcular a pseudodistância
de todos os satélites visíveis e enviá-la para a estação de controle principal.
Nadolinets, Levin e Akhmedov (2017) acrescentam que as funções mais
importantes do segmento de controle são:

„„ observar o movimento dos satélites e computar os dados orbitais


(efemérides);
„„ monitorar os relógios dos satélites e prever seus comportamentos;
„„ sincronizar a hora dos satélites a bordo;
„„ retransmitir dados orbitais precisos recebidos de satélites para a estação
de controle principal;
„„ retransmitir os dados orbitais aproximados de todos os satélites para a
estação de controle principal;
„„ retransmitir informações adicionais, incluindo condição do satélite e
erros de relógio para a estação de controle principal.

Figura 6. Localização das estações de controle.


Fonte: Control... (2017, documento on-line).
12 Sistema de posicionamento global (GPS)

Dessa forma, as estações de controle consistem em uma rede global de


instalações terrestres que coletam os dados dos satélites e os processam au-
tomaticamente, a partir do rastreamento dos satélites GPS, retransmitindo
essas informações atualizadas para controlar adequadamente os sistemas
dos satélites (SCHOFIELD; BREACH, 2007). Essas informações, que são
atualizadas nas constelações dos satélites, são transmitidas para os usuários
por meio dos receptores, que captam o sinal enviado pelos satélites.

Segmento do usuário
O segmento dos usuários está relacionado com as possíveis aplicações que o
sistema permite, ou seja, está diretamente associado aos diversos receptores
GPS, que podem variar em termos de tamanho, modelo, fabricante e, prin-
cipalmente, qualidade de recepção. Esses receptores são responsáveis por
converter os sinais dos satélites em estimativas de posições, velocidade e
tempo (ALBUQUERQUE; SANTOS, 2003).
Os receptores GPS recebem os sinais transmitidos pelos satélites GPS
incluídos nos componentes espaciais e que estão em adequado funcionamento,
o que é garantido pelo segmento de controle. De acordo com Markoski (2018),
os receptores GPS podem ser classificados basicamente como: receptor GPS
portátil, receptor GPS embutido no veículo, receptor acoplado em relógios e
receptores acoplados em smartphones. Segundo Schofield e Breach (2007),
o tipo de receptor usado dependerá, em grande parte, dos requisitos do usuário.
Os receptores GPS portáteis são utilizados em processos de orientação e
movimentação terrestre, como em atividades profissionais de levantamentos
topográficos e geodésicos, na agricultura de precisão e em atividades esportivas
e recreativas. Por se tratar de equipamentos utilizados ao ar livre, são feitos de
materiais resistentes e de boa qualidade, possuem baterias de longa duração,
são resistentes à água e são altamente sensíveis, proporcionando navegação
mesmo nas condições mais difíceis, como florestas densas, desfiladeiros e
assim por diante (MARKOSKI, 2018).
Os receptores GPS acoplados em veículos buscam facilitar os transportes
por rotas desconhecidas, sendo que a maioria deles possui aplicativos integra-
dos, mapas digitais e bancos de dados com informações de ruas, locais etc.
(MARKOSKI, 2018). Os receptores GPS acoplados nos smartphones são os
receptores mais utilizados atualmente, devido à sua praticidade, por estarem
embutidos em celulares (PETROVSKI, 2014). Segundo Markoski (2018),
Sistema de posicionamento global (GPS) 13

com o aumento de utilizadores de smartphones, vários aplicativos GPS são


disponibilizados gratuitamente e comercialmente, facilitando o deslocamento
dos usuários na superfície terrestre.
Os sinais de rádio transmitidos pelos satélites GPS levam aproximadamente
67 milissegundos para alcançar um receptor na Terra. Esses sinais viajam a
uma velocidade constante (velocidade da luz), e o tempo de viagem (do satélite
ao receptor) determina a distância exata entre os satélites e o usuário (NADO-
LINETS; LEVIN; AKHMEDOV, 2017). Ao utilizar os receptores GPS, para
garantir a precisão do sistema, é necessário pelo menos que quatro satélites
estejam visíveis. Também é importante perceber que, como os sinais viajam
através do ar, prédios e objetos naturais podem representar um obstáculo para
sinalizar a recepção, devendo isso ser levado em consideração durante o seu
uso nessas condições (MARKOSKI, 2018).
Os quatro sinais diferentes são gerados no receptor, com a mesma estrutura
dos sinais recebidos dos quatro satélites. Ao sincronizar os sinais gerados no
receptor com os dos satélites, o tempo do sinal dos quatro satélites é medido
como um desvio de tempo, usado para determinar o tempo exato de deslo-
camento do sinal e empregado na determinação do posicionamento exato do
receptor (NADOLINETS; LEVIN; AKHMEDOV, 2017), conforme ilustra
a Figura 7.

Figura 7. Medição do tempo de viagem do sinal.


Fonte: Adaptada de Nadolinets, Levin e Akhmedov (2017).
14 Sistema de posicionamento global (GPS)

3 Erros na captação de dados


Várias condições podem reduzir a precisão de um receptor GPS, e estas devem ser
estudadas, a fim de minimizar os erros desse sistema. Essa redução nem sempre
é simples e demanda investimentos e pesquisas de novas tecnologias (LIMA,
2013). Dentre as possíveis fontes de erros na captação de dados do GPS, podemos
destacar o erro de efemérides (ou erro na órbita dos satélites), o erro relacionado
com os desvios dos sinais na atmosfera, o erro do relógio do receptor, o erro da
trajetória múltipla e o erro devido à geometria dos satélites, descritos a seguir.
O erro de efemérides, ou erro na órbita dos satélites, ocorre quando o
satélite não transmite corretamente sua posição exata em órbita (MCNA-
MARA, 2008). Segundo Lima (2013), esses erros são ocasionados pela atração
gravitacional ou pela pressão que a radiação solar exerce sobre o satélite.
A localização dos satélites é baseada nos dados de órbita predefinidos que
estão sendo enviados ao receptor, e, devido a esses erros, a órbita predicada
pode não refletir a órbita real (KAVANAGH; MASTIN, 2013). Quando isso
ocorre, as estações de controle (segmento de controle) são responsáveis por
enviar a informação ao satélite de que é necessário corrigir a órbita.
O erro relacionado com os desvios dos sinais na atmosfera pode ser distin-
guido em relação às duas camadas da atmosfera: troposfera e ionosfera (Figura 8).

Figura 8. Troposfera e ionosfera.


Fonte: Adaptada de Petrovski (2014).
Sistema de posicionamento global (GPS) 15

Conforme mostra a Figura 8, a troposfera é a região mais baixa da atmos-


fera da Terra e vai do nível do solo até cerca de 18 km de altura. Nessa faixa,
variações de temperatura, pressão e umidade podem causar variações na
velocidade com que as ondas de rádio viajam, resultando em erros de precisão
relativamente pequenos (MCNAMARA, 2008). A ionosfera começa a cerca de
50 a 1.000 km acima da Terra, e os sinais de satélite que viajam pela ionosfera
são mais lentos, devido ao plasma (um gás de baixa densidade). Embora os
receptores de GPS tentem explicar esse atraso, a atividade inesperada do
plasma pode causar erros de cálculo (MCNAMARA, 2008). Segundo Petrovski
(2014), as especificidades da propagação de sinais de radiofrequências através
da atmosfera são importantes, devido aos efeitos ocasionados na precisão do
posicionamento e que interferem em todos os equipamentos que utilizam esse
sinal (navegação, topografia, etc.).
O erro de tempo está relacionado com a sincronização dos relógios dos
satélites. Cada satélite é composto por relógios atômicos, que devem ser sin-
cronizados com os relógios dos receptores, e estes, por serem menos precisos,
acabam acarretando pequenas imprecisões de posição dos pontos (MCNA-
MARA, 2008). Como a velocidade da luz é de aproximadamente 300.000 km/s,
um erro de 0,01 s dos relógios pode resultar em um erro de posicionamento
de cerca de 3.000 km (SCHOFIELD; BREACH, 2007). Esse erro pode ser
reduzido quando, na determinação do posicionamento do ponto, utiliza-se um
quarto satélite, utilizado para garantir a sincronização dos relógios.
O erro da trajetória múltipla ocorre quando o sinal do satélite GPS
se encontra com uma barreira artificial ou natural (como árvores, prédios,
edificações, etc.) antes de chegar ao receptor (MCNAMARA, 2008). Essa
situação ocasiona um atraso no tempo de viagem do sinal e acarreta um
erro no cálculo da distância entre o satélite e o receptor (Figura 9). Segundo
McNamara (2008), ruas cercadas por prédios altos, copas densas de árvores,
desfiladeiros e áreas montanhosas são locais onde esses erros podem ocorrer.
Dessa forma, é indicado realizar a modificação do local para tentar melhorar
o sinal. De acordo com Nadolinets, Levin e Akhmedov (2017), o efeito da
trajetória múltipla pode ser parcialmente compensado por meio da seleção do
local de medição (livre de reflexos) e de uma antena de alta tecnologia para
recepcionar o tempo de viagem do sinal.
16 Sistema de posicionamento global (GPS)

Figura 9. Erro da trajetória múltipla.


Fonte: Adaptada de Schofield e Breach (2007).

O erro devido à geometria dos satélites ocorre devido a interseções de


sinal de quatro satélites mal localizados, ou seja, muito próximos uns dos
outros, como representado na Figura 10 (MCNAMARA, 2008). Para quan-
tificar esse erro, segundo Schofield e Breach (2007), deve ser considerada
a chamada diluição de precisão (DOP, do inglês dilution of precision), que
pode ser otimizada se muitos satélites (além do mínimo de quatro) forem
rastreados pelo receptor.
Existem vários tipos de medidas de diluição de precisão: horizontal (HDOP),
vertical, de tempo, relativa, geométrica e de posição (PDOP). Segundo Ka-
vanagh e Mastin (2013), quanto melhor a geometria dos satélites, menor será
o valor de DOP, proporcionando uma maior credibilidade das informações
captadas pelo satélite. Um topógrafo, por exemplo, tem mais interesse na
posição tridimensional dos pontos na superfície terrestre, e, por isso, a PDOP
dos satélites é mais importante para as suas aplicações. Já para navegan-
tes, a HDOP é mais importante, devido ao fato de as navegações ocorrerem
em um plano horizontal, ao nível do mar (SCHOFIELD; BREACH, 2007).
Sistema de posicionamento global (GPS) 17

Nos visores dos receptores GPS, principalmente os utilizados para topografia


e navegação, por exemplo, será indicada a precisão associada aos satélites
disponíveis para determinar o posicionamento do ponto. Esse valor é definido
com base em equações.

Figura 10. Configuração dos satélites.


Fonte: Adaptada de Schofield e Breach (2007).

O GPS trouxe grandes avanços para a ciência, em especial, para a ciência


cartográfica, por meio da determinação de informações de qualquer alvo
que esteja na terra, no mar ou no ar, possibilitando a espacialização dessas
informações em mapas digitais. Hoje, essa tecnologia é essencial para di-
versas áreas de estudo e pode ser utilizada em receptores. Estes vão desde
receptores manuais, que podem ser utilizados, por exemplo, em levantamentos
topográficos, até receptores acoplados em smartphones, que garantem a iden-
tificação de informações espaciais dos usuários, facilitando seu deslocamento
na superfície terrestre.
18 Sistema de posicionamento global (GPS)

ALBUQUERQUE, P. C. G., SANTOS, C. C. GPS para iniciantes: mini curso. In: SIMPÓSIO
BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO, 11., 2003, Belo Horizonte. Anais [...] São José dos
Campos: Ministério da Ciência e Tecnologia/INPE, 2003. p. 1-46.
BERNARDI, J. V. E.; LANDIM, P. M. B. Aplicação do sistema de posicionamento global (GPS)
na coleta de dados. Rio Claro: DGA; IGCE; UNESP, 2002. Texto didático.
CONTROL segment. In: GPS.GOV. [S. l.], may 2017. Disponível em: https://www.gps.
gov/multimedia/images/GPS-control-segment-map.pdf. Acesso em: 17 ago. 2020.
HARLEY, J. B.; WOODWARD, D. (Eds.) Cartography in prehistoric, ancient, and medieval
Europe and the Mediterranean. Chicago: University of Chicago Press, 1987. v. 1.
KAPLAN, E. D.; HEGARTY, C. J. (Eds.) Understanding GPS/GNSS: principles and applications.
3. ed. Norwood, MA: Artech House, 2017.
KAVANAGH, B. F.; MASTIN, T. Surveying: principles and applications. 9th. ed. New York:
Pearson, 2013.
LEICK, A.; RAPOPORT, L.; TATARNIKOV, D. GPS satellite surveying. 4. ed. Hoboken: John
Wiley & Sons, 2015.
LIMA, D. D. Desvendando a matemática do GPS. 2013. 50 f. Dissertação (Mestrado Profis-
sional em Matemática) – Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2013.
MARKOSKI, B. Basic principles of topography. Cham: Springer, 2018.
MCNAMARA, J. GPS for dummies. Hoboken: John Wiley & Sons, 2008.
NADOLINETS, L.; LEVIN, E.; AKHMEDOV, D. Surveying instruments and technology. Boca
Raton: Taylor & Francis; CRC Press, 2017.
OLIVEIRA, E. D. et al. O papel e importância da ciência geográfica enquanto ferramenta
de emancipação social: o contexto escolar. Cadernos da Pedagogia, São Carlos, v. 13,
n. 26, p. 171-183, 2019.
PETROVSKI, I. G. GPS, GLONASS, Galileo, and BeiDou for mobile devices: from instant to
precise positioning. Cambridge: Cambridge University Press, 2014.
RANA, S.; SHARMA, J. Frontiers of geographic information technology. In: RANA, S.;
SHARMA, J. (Eds.) Frontiers of geographic information technology. Heidelberg: Springer,
Berlin, Heidelberg, 2006. p. 279-287.
REID, T.; WALTER, T.; ENGE, P. Qualifying an L5 SBAS MOPS ephemeris message to sup-
port multiple orbit classes. In: INTERNATIONAL TECHNICAL MEETING OF THE SATELLITE
DIVISION OF THE INSTITUTE OF NAVIGATION (ION GNSS), 26., 2013, Nashville. Anais [...]
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Sistema de posicionamento global (GPS) 19

REYES, J. L. A. Fundamentos de cartografía. Caracas: Universidad Central de Venezuela,


1991.
SCHOFIELD, W.; BREACH, M. Engineering surveying. 6. ed. Boca Raton: CRC Press, 2007.
SEGANTINE, P. C. L. GPS: sistema de posicionamento global. São Carlos: EESC/USP, 2005.
THROWER, N. J. W. Maps and civilization: cartography in culture and society. Chicago:
University of Chicago Press, 2008.

Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
_4.2_ Dica do professor
O Sistema de Posicionamento Global (GPS) pode ser utilizado para determinar diversas informações
acerca de qualquer ponto da superfície terrestre, como velocidade, posicionamento, altitude,
distâncias, etc.

Desde sua criação, esse sistema tem sido ampla e mundialmente utilizado pelas mais diversas áreas,
como marinha, agricultura, agrimensura, topografia, serviços de telecomunicação, e até mesmo para
fins pessoais, como uso em automóveis ou atividades de turismo.

Nesta Dica do Professor, aprenda um pouco sobre o processo de Trilateração, pelo qual é possível,
a partir do Sistema de Posicionamento Global (GPS), determinar o posicionamento do receptor,
informação indispensável nos dias atuais.
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4 min
_4.2_ Exercícios
1) Desde os tempos antigos, o homem buscou desenvolver técnicas e instrumentos que
facilitassem seu deslocamento na superfície terrestre. Uma das técnicas atuais,
mundialmente utilizada, é o Sistema de Posicionamento Global (GPS).

Leia as afirmativas a seguir:

I. O Sistema de Posicionamento Global é composto de três partes fundamentais: satélites,


estações terrestres e receptores.

II. O Sistema de Posicionamento Global permite obter somente informações de latitude e


longitude de qualquer ponto da superfície terrestre.

III. O Sistema de Posicionamento Global tem grandes contribuições para a navegação,


topografia e Geodésia.

Assinale quais alternativas contêm assertivas corretas.

A) Apenas I.

B) Apenas II.

C) I e II.

D) I e III.

E) I, II e III.

Gab D = I. CORRETA. As três partes fundamentais do GPS são: os satélites,


que emitem os sinais que são recebidos pelos receptores, e as estações
terrestres, responsáveis por garantir a funcionalidade do sistema.

II. ERRADA. O sistema GPS foi projetado de forma que, em qualquer lugar do
globo e a qualquer momento, existam, pelo menos, quatro satélites acima do
plano do observador que forneçam informações de latitude, longitude e
altitude de qualquer ponto na superfície terrestre.

III. CORRETA. O sistema GPS tem possibilidade de ser utilizado em diversas


áreas do conhecimento, como, por exemplo, para auxiliar no deslocamento de
navegações e contribuir para levantamentos topográficos e geodésicos.
2) Alguns erros podem ser ocasionados ao se determinar a localização de uma feição na
superfície terrestre com a utilização do Sistema de Posicionamento Global (GPS). Um desses
erros é ocasionado pela reflexão do sinal nas superfícies próximas ao receptor, tanto
naturais quanto artificiais, e é muito comum sua ocorrência em ambientes urbanos e sob
copas espessas de árvores.

Assinale a alternativa que apresenta corretamente o erro descrito.

A) Erro de efemérides.

B) Erros de relógio.

C) Erro devido a caminhos múltiplos.

D) Erro devido a geometria dos satélites.

E) Erro relacionado a desvios na atmosfera.

Gab C = O erro devido a caminhos múltiplos está relacionado com as


obstruções que o sinal encontra antes de chegar ao receptor. Esse erro pode
ocasionar uma defasagem na chegada do sinal ao receptor e,
consequentemente, um erro da medida da distância do satélite ao receptor.

Por outro lado, o erro de efemérides pode ser ocasionado por fatores como
efeitos gravitacionais da Terra e da Lua, pressão da radiação solar, dentre
outros, que desestabilizam as órbitas dos satélites GPS.

O erro de relógio está relacionado com a sincronização de tempo de saída e


chegada do sinal ao receptor.

O erro devido a geometria dos satélites está relacionado com a localização


dos satélites, que, quando mal espacializados, podem ocasionar erros no
posicionamento do receptor.

O erro relacionado a desvios na atmosfera está relacionado com a composição


das camadas da atmosfera (troposfera e ionosfera).
3) O Sistema de Posicionamento Global (GPS) é mundialmente utilizado e foi desenvolvido
pelas forças armadas dos Estados Unidos. Ele está totalmente operacional desde 1995 e
conta com muitos receptores modernos, responsáveis por receber o sinal dos satélites e
determinar sua localização na superfície terrestre.

Analise as afirmativas a seguir, que tratam sobre o funcionamento do GPS, e classifique-as


em verdadeiras (V) ou falsas (V):

( ) O sistema GPS foi projetado para que, em qualquer lugar do globo e a qualquer momento,
existam, pelo menos, quatro satélites acima do plano do observador.

( ) Um GPS requer, pelo menos, dois satélites para calcular a posição 2D (latitude e longitude)
do receptor.

( ) São necessários, pelo menos, três satélites para encontrar a posição 3D (latitude,
longitude e altitude) do receptor.

( ) Cada um dos satélites GPS está equipado com, pelo menos, um relógio atômico para
manter a hora atualizada e precisa.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA.

A) V – V – F – F.

B) F – F – V – V.

C) V – F – V – F.

D) V – F – V – V.

E) V – F – F – V.

Gab E = I. Verdadeira, pois, em qualquer ponto da superfície terrestre, é


possível localizar quatro ou mais satélites GPS e, a partir deles,
identificar a localização do operador.

II. Falsa, pois o sistema GPS requer, ao menos, três satélites para calcular
o posicionamento do receptor na superfície terrestre, ou seja, sua latitude
e longitude.

III. Falsa, pois são necessários, pelo menos, quatro satélites para
encontrar a latitude, longitude e altitude do receptor na superfície
terrestre.

IV. Verdadeira, pois os relógios atômicos são acoplados aos satélites para a
medição precisa do tempo de viagem do sinal do satélite.
4) O Sistema de Posicionamento Global (GPS) consiste basicamente em segmentos que
garantem que opere adequadamente e determine o posicionamento de qualquer ponto da

superfície terrestre. Um desses segmentos consiste em estações de monitoramento, que,


dentre outras funções, mantêm os satélites em sua órbita adequada, por meio de possíveis
manobras, e permitem que os relógios destes estejam sempre ajustados.

Leia as alternativas e assinale a que apresenta adequadamente o segmento descrito.

A) Segmento espacial.

B) Segmento de controle.

C) Segmento computacional.

D) Segmento operacional.

E) Segmento desconhecido.

Gab B = O Sistema GPS é formado por apenas três segmentos.

O segmento de controle é composto pelas estações terrestres, que, dentre


outras funções, monitoram os satélites, fornecem informações das posições
(órbitas) destes e garantem a sincronização entre seus relógios.

O segmento espacial consiste em uma constelação de satélites que transmitem


sinais de rádio aos usuários.

O segmento do usuário consiste no equipamento receptor GPS, que recebe os


sinais dos satélites GPS.

Já o segmento computacional e o segmento operacional estão vinculados com o


segmento de controle, mas não compõem segmentos específicos do Sistema GPS.
5) O Sistema de Posicionamento Global (GPS) é um sistema de navegação baseado em satélite
que fornece informações baseadas em tempo e localização a um receptor GPS em qualquer
ponto da superfície terrestre.

A partir dessa contextualização, observe as alternativas a seguir e assinale a que demarca os


componentes de um Sistema GPS.

A) Segmento espacial, segmento de controle e segmento operacional.

B) Segmento espacial, segmento de controle e segmento do usuário.

C) Segmento computacional, segmento de controle e segmento do usuário.

D) Segmento interfacial, segmento de controle e segmento do usuário.

E) Segmento espacial, segmento de controle e segmento desconhecido.

Gab B = O Sistema GPS é composto por três segmentos.

O segmento espacial consiste em satélites, cada um em sua própria órbita,


localizados a cerca de 20.200 km de altitude.

O segmento do usuário consiste em receptores GPS, que podem variar em


tamanho, modelo, fabricante e, principalmente, qualidade de recepção.

O segmento de controle consiste em estações terrestres, que garantem que os


satélites funcionem corretamente.

O segmento computacional e o segmento operacional podem ser vistos como


partes integrantes do sistema de controle e, por esse motivo, não são
considerados segmentos do sistema GPS.

O segmento interfacial e o segmento desconhecido não fazem parte do


sistema GPS.
_4.2_ Na prática
O receptor GPS pode ser utilizado por diversas áreas do conhecimento e suas funcionalidades
vão desde operações básicas para traçar rotas em atividades pessoais de turismo até auxiliar em
levantamentos de terrenos para projetos de construção civil, arquitetura, agrimensura, etc.

Veja, Na Prática, um dos processos de levantamentos feitos por Renata para determinar as
características de uma propriedade rural. Fique atento aos possíveis erros que poderiam ser
ocasionados durante o levantamento e, ao final do estudo, tente descrevê-los e especificar como
puderam ser reduzidos ou eliminados do trabalho.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
_4.2_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Proposta de metodologia para melhora do posicionamento


obtido através de receptores GPS de baixo custo
Confira, no link a seguir, a Tese de Doutorado de Erly Caldas Lima, que apresenta uma proposta
interessante de melhoria do sistema de posicionamento obtido por meio de receptores GPS de
baixo custo.

https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3138/tde-28082018-090652/publico/
ErlyCaldasdeLimaCorr18.pdf

pdf tese 200p

Análise da precisão de diferentes receptores GNSS para coleta


de dados
Confira uma discussão sobre a precisão de diferentes receptores GNSS na aquisição de dados em
área urbana. O artigo traz também a indicação das limitações encontradas, bem como de quais são
as melhores alternativas.

http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2017/anais/arquivos/0678_0789_01.pdf

pdf 6p

Análise comparativa de um levantamento topográfico realizado


com GPS e aerofotogrametria
O link a seguir apresenta um interessante trabalho que teve como objetivo comparar um
levantamento topográfico realizado com auxílio de GPS e aerofotogrametria.

http://repositorio.unis.edu.br/bitstream/prefix/1251/1/Geraldo%20Nazareno%20Rocha.pdf

pdf 14p
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS
ACI – Asociación Cartográfica Internacional. Cartografía básica para estudiantes y técnicos.
Volumen 1. Versión castellana. Ed. Asociación Cartográfica Internacional, 1989. 205 p.
CÂMARA, G.; CASANOVA, M. A.; HEMERLY, A. S.; MAGALHÃES, G. C.; MEDEIROS, C. M. B. Anatomia de
sistemas de informações geográficas. INPE, IBM Brasil, Unicamp, 1996.
CRAFFERT, P. F. Maps & civilization: Cartography in culture and society. The University of
Chicago Press: Chicago and London, 1997.
DILKE, O. A. W. Cartography in the Byzantine empire. University of Chicago Press, 1987.
Disponível em: https://press.uchicago.edu/books/HOC/HOC_V1/HOC_VOLUME1_chapter15.pdf. Acesso
em: 18 jun. 2020.
FREIRE, N. C. F.; ALMEIDA, A. C. A. Mapas como expressão de poder e legitimação sobre o
território: uma breve evolução histórica da Cartografia como objeto de interesse de distintos
grupos sociais. Portal de Cartografia das Geociências, v. 3, n. 1, p. 83-103, 2010.
Disponível em: http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/portalcartografia/article/view/7536.
Acesso em: 18 jun. 2020.
GALDINO, Luiz. A astronomia indígena. São Paulo: Editora Nova Alexandria, 2011.
GURGEL, A. C. Breve história da Cartografia: dos primórdios a Gerardus Mercator. Campo
Largo: SG Leitura Digital, 2017.
HARLEY, J. B.; WOODWARD, D. Cartography in prehistoric, ancient, and medieval Europe and the
Mediterranean. Chicago: University of Chicago Press, 1987.
OLIVEIRA, E. D.; SOUZA, T. E.; ALMEIDA, M. F.; TAVARES, H. R. R. O papel e importância da
ciência geográfica enquanto ferramenta de emancipação social: o contexto escolar. Cadernos da
Pedagogia, v. 13, n. 26, 2019. Disponível em: http://www.cadernosdapedagogia.ufscar.br/
index.php/cp/article/view/1234/484. Acesso em: 18.jun. 2020.
PEÑA, J. S.; MÉNDEZ, T. S. Manual de prácticas de topografía y cartografía. Rioja: Servicio,

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RANA, S.; JAYANT, S. Frontiers of geographic information technology. Frontiers of Geographic
Information Technology. Springer, Berlin, Heidelberg, 2006. 279-287.
REES, W. G. Physical principles of remote sensing. Cambridge: Cambridge University
Press,1990. 247 p.
REYES, J. L. A. Fundamentos de Cartografía. Universidad Central de Venezuela. Ediciones de
la Biblioteca, 1991.
SEGANTINE, P.; SILVA, I. Topografia para engenharia: teoria e prática de geomática. Elsevier
Brasil, 2015.
THROWER, N. J. Maps and civilization: cartography in culture and society. University of
Chicago Press, 2008.
Banco de imagens Shutterstock.
SAGAH, 2020.
Aula C.1
TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO - A (2024.FEV)
1.1 - Introdução aos trabalhos topográficos
1.2 - Instrumentos de medição
2.1 - Conceitos fundamentais de topografia I
2.2 - Conceitos fundamentais de topografia II
3.1 - Conceitos e noções de Cartografia
3.2 - Cartografia: interpretação e estudos da base cartográfica
4.1 - Introdução ao Geoprocessamento
4.2 - Sistema de posicionamento global (GPS)
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Conceitos básicos de sensoriamento remoto e geoprocessamento
__ C.2 Sistema de coleta de dados e fontes de obtenção de dados espaciais
__ C.3 Sistemas de informações geográficas, dados de entrada e avaliação dos
resultados
__ C.4 Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos
e demandas ambientais

Conceitos básicos de sensoriamento remoto


_C.1_ e geoprocessamento

Apresentação
A radiação eletromagnética (REM) oriunda do Sol interage diretamente com qualquer ser vivo ou
objeto que esteja na superfície do planeta Terra. Com o auxílio de sensores acoplados a satélites,
em órbita do planeta, podem-se obter informações da reflexão da REM incidente, as quais auxiliam
na quantificação dos processos de uso e ocupação do solo, nos levantamentos topográficos, na
identificação de focos de incêndios e nas análises da estrutura vertical das florestas e do estado
fitossanitário das culturas e da vegetação em geral, entre outros temas.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender sobre a interação da radiação eletromagnética
com a Terra e sobre os sensores mais adequados para cada mapeamento, além de entender a
relação entre os sistemas de informação geográfica (SIGs) e geoprocessamento.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Explicar o processo de interação do espectro eletromagnético na Terra e a aquisição de


dados de sensoriamento remoto com base nos sensores ativos e passivos.

• Reconhecer os sensores mais adequados para cada tipo de mapeamento, considerando as


características técnicas das imagens e os custos associados.

• Identificar o relacionamento dos SIGs e do geoprocessamento na integração de dados de


diversas fontes para a obtenção de resultados.

elm = Avaliação da aula. Regular. Assinalada opções: - Precisei pesquisar mais.


_C.1_ Desafio
No cultivo do eucalipto, uma das estratégias para minimizar possíveis danos ocasionados por pragas
e doenças é a utilização de diferentes clones ou espécies em determinada área. Isso minimiza os
prejuízos caso determinado clone ou espécie seja mais suscetível a pragas e doenças ainda não
detectadas na área.

O cultivo geralmente é realizado em áreas extensas, fazendo com que toda a área seja visitada,
muitas vezes, em semanas ou até mesmo meses. Para essa cultura, pragas exóticas são as principais
causadoras de danos, ocasionando a perda de produtividade e, consequentemente, prejuízos.

Entre essas pragas, está o percevejo-bronzeado (Thaumastocoris peregrinius),


que suga a seiva da folha do eucalipto, provocando o prateamento das folhas,
que evolui para bronzeamento, ressecamento e desfolha. Esses sintomas alteram
nitidamente a coloração da copa das árvores, possibilitando sua identificação
à distância.

Veja a diferença
de coloração
conforme a
intensidade do
ataque do
percevejo-
bronzeado:

espécie espécie pouco espécie muito


resistente suscetível suscetível

Imagine que você atue como consultor na área de sensoriamento remoto e que uma empresa
solicita que você utilize seus conhecimentos para identificar ataques do percevejo-bronzeado em
áreas cultivadas com eucalipto.

a) Como você iniciaria esse processo?

b) Como você poderia utilizar as técnicas de sensoriamento remoto e o geoprocessamento para


identificar os ataques?

c) Como sua abordagem auxiliaria a empresa na tomada de decisão relacionada ao combate dessa
praga?

elm = Acho que podemos seguir o Na Prática desta aula: a) Adquirir imagem multiespectral da
áres de estudo ; b) Por cálculos de banda, obter o NVDI ; c) Os valores de NVDI indicariam as
áreas resistentes, pouco suscetíveis e muito suscetíveis ao percevejo.
Padrão de resposta esperado

a) Por meio de técnicas do sensoriamento remoto, poderiam ser obtidas


imagens multiespectrais dos satélites Landsat-8 e Sentinel-2, por exemplo.
Após realizadas as etapas de ajustes e correções das imagens
multiespectrais, poderia ser aplicado o Índice de Vegetação por Diferença
Normalizada (NDVI), muito útil para destacar condições fisiológicas de forma
geral da vegetação.

b) Dessa forma, a vegetação sadia apresentaria valores de NDVI mais altos; a


vegetação sob ataque com grau intermediário apresentaria valores
intermediários; e a vegetação com alto grau de infestação, sem folhas,
apresentaria menores valores de NDVI.

c) Obtido o NDVI, pode ser realizada uma classificação que sinalize os


locais com as maiores incidências da praga, o que indicaria para a empresa
onde as frentes de combate à praga deveriam se concentrar.

EXTRA = https://digifarmz.com/2023/12/12/o-que-e-ndvi/
O que é NDVI?
NDVI é a sigla para Índice de Vegetação da Diferença Normalizada (Normalized Difference
Vegetation Index – do inglês).
É um índice usado para medir a saúde e a densidade da vegetação através de imagens de satélite,
auxiliando no monitoramento das lavouras, e nas tomadas de decisão relacionadas ao manejo da
cultura.
Sua principal função é medir a quantidade de reflectância das folhas, indicando parâmetros de
nutrição, déficits hídricos, sanidade das plantas e outras informações.
Além disso, o NDVI é uma tecnologia útil para determinar o acúmulo de biomassa das culturas,
realizar estimativas de produção e definir de zonas de manejo.
A partir dessa ferramenta você consegue analisar a condição da cultura em circunstâncias reais,
podendo ser observados detalhes desde a sanidade e a nutrição das plantas e, até mesmo, do
estado hídrico da cultura e do solo.

Como se obtém este índice?


O NDVI por ser obtido de três maneiras:
Pela utilização de radiômetros de campo;
Em nível orbital, a partir de satélites;
Aplicada a nível terrestre/aéreo.
O valor apresentado é obtido por meio de uma equação, que considera duas bandas do espectro
eletromagnético das plantas, captadas por sensores. Dessa forma, utiliza-se o espectro do
infravermelho próximo (NIR), que está relacionado com a estrutura celular das plantas, e o
infravermelho visível (RED), região do espectro de grande absorção pela clorofila.
Este índice apresenta variação numérica de -1 a +1, sendo os valores positivos referentes ao
vigor vegetativo da cultura, enquanto que os valores negativos indicam presença de água ou
ausência de vegetação.

Qual a importância do NDVI na agricultura?


Quando há alguma alteração no desenvolvimento da cultura, seja pela ocorrência de pragas,
doenças, deficiências nutricionais ou de água, a planta altera sua absorção e reflectância das
luzes incidentes sendo detectadas pelo NDVI, devido a sua sensibilidade.

Dessa forma, o NDVI é uma ferramenta importante para auxiliar na tomada de decisões já que
permite detectar:
Deficiências nutricionais;
Estresse hídrico;
Identificação da incidência de pragas e doenças;
Detecção de falhas de plantio.

Além disso, o NDVI ainda pode ser utilizado para:


Estimativa da produtividade;
Aplicação personalizada de insumos;
Monitoramento da lavoura;
Otimização do uso de água.
_C.1_ Infográfico
Em ordem crescente de comprimento de onda, o espectro eletromagnético engloba os raios
cósmicos, os raios gama, os raios X, os raios ultravioleta, a luz visível, o infravermelho, as micro-
ondas e as ondas de rádio, que apresentam comprimentos de ondas na ordem de quilômetros.
Apesar dessa divisão do espectro eletromagnético, não há diferenças abruptas entre as formas do
fenômeno físico. Esses nomes indicam comprimentos de ondas separados apenas por questões
didáticas e práticas.

No Infográfico, veja com mais detalhes os intervalos espectrais mais utilizados no sensoriamento
remoto.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!


_C.1_ Conteúdo do livro
Neste exato momento, existem diversos satélites em órbita do planeta Terra, cada um realizando as
funções para as quais foram desenvolvidos. Em alguns deles, estão acoplados sensores que
capturam imagens por meio do sensoriamento remoto. Estes fornecem uma incrível possibilidade
de visualizar partes do planeta Terra de diferentes formas, sem sair de casa, do outro lado da tela
do computador.

No capítulo Conceitos básicos de sensoriamento remoto e geoprocessamento, da


obra Geoprocessamento, veja mais sobre essas imagens, seu processamento e como as informações
obtidas auxiliam no entendimento do ambiente e em diversas tomadas de decisão.
[5UMÁRIOJ
Conceitos de cartografia e geodésia .......................................................... 11
Nata/ia de Souza Pelinson
Histórico da evolução da cartografia ........................................................................................................ 12
Conceitos e aplicações da cartografia e da geodésia .................................................................... 18
Formas de representação cartográfica.................................................................................................... 27

Sistema de posicionamento global (GPS) ................................................37


Nata/ia de Souza Pelinson
Fundamentos da navegação por satélite .............................................................................................. 37
Sistemas de navegação global por satélite ..........................................................................................45
Determinação do posicionamento por GNSS .................................................................. ................54

Sistema de referência geodésico, sistema de coordenadas


UTM e coordenadas topográficas ...............................................................67
Franciane Mendonça dos Santos
Sistemas de coordenadas e métodos de projeção .........................................................................68
Vantagens e desvantagens da utilização de diferentes sistemas de coordenadas .........82
Formas de posicionamento e realiLação de medições de objetos
nos diferen tes sistemas de coordenadas ..........................................................................................85

Conceitos básicos de sensoriamento remoto e geoprocessamento ....91


Luiz Felipe Ramalho de Oliveira
Interações entre radiação eletromagné tica e Terra ......................................................................... 92
Satélites e resoluções ..........................................................................................................................................96
L Geoprocessamento e sistema de informações geográficas .................................................. 103

1 Sistema de coleta de dados e fontes de obtenção 1


de dados espaciais ......................................................................................... 107
Luiz Felipe Ramalh o de Oliveira
Geração de dados primários e consumo de dados secundários ........................................ 108
Fontes de base de dados para geoprocessamento ...................................................................... 111
Metadados ............................................................................................................................................................... 116

Processamento digital de imagens .......................................................... 123


Luiz Felipe Ramalho de Oliveira
Possíveis correções das imagens de satélites ................................................................................... 124
Tratamento de imagens digitais ................................................................................................................ 131
L SPRING e as principais técnicas de realce e classificação.......................................................... 138

Fotogrametria e fotointerpretação .......................................................... 147


Letícia Rober to Amaro Trombeta
Fotogrametria e observação de terreno ............................................................................................. 147
Escalas e cálculo da área de recobrimento em fotografias aéreas ..................................... 155
Elementos para interpretação de imagens ...................................................................................... 158

Modelo digital do terreno ........................................................................... 165


Letfcia Roberto Amaro Trombeta
Conceitos fundamentais ................................................................................................................................ 165
Obtenção de um modelo digital do terreno .................................................................................... 171
~rincipais aplicações dos modelos digitais do terreno............................................................... 176 1

Sistemas de informações geográficas, dados de entrada


e avaliação dos resultados .......................................................................... 181
Letícia Roberto Amaro Trombeta
Os dados geoespaciais.................................................................................................................................... 182
Funcionalidades em ambiente SIG ......................................................................................................... 191
LA era dos mapas digitais ................................................................................................................................ 197
Conceitos básicos de
sensoriamento remoto
e geoprocessamento
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Explicar o processo de interação do espectro eletromagnético na


Terra e a aquisição de dados de sensoriamento remoto com base nos
sensores ativos e passivos.
 Reconhecer os sensores mais adequados para cada tipo de mape-
amento, considerando as características técnicas das imagens e os
custos associados.
 Identificar o relacionamento dos sistemas de informações geográficas
e geoprocessamento na integração de dados de diversas fontes para
obtenção de resultados.

Introdução
Sensoriamento remoto é uma forma de coleta indireta de informação
que se baseia na interação da radiação eletromagnética e da superfície da
Terra, como água, os solos, as rochas, vegetação e áreas construídas. Por
meio dessas informações, juntamente a técnicas de geoprocessamento,
é possível realizar diversas análises que podem auxiliar na tomada de
decisão de diversas situações.
Neste capítulo, você vai compreender o que é o espectro eletro-
magnético e como é a interação que se dá entre a radiação eletro-
magnética e o planeta Terra, além de entender o que são sensores
ativos e passivos e quais são os sensores mais adequados para cada
tipo de mapeamento.
2 Conceitos básicos de sensoriamento remoto e geoprocessamento

Interações entre radiação eletromagnética e Terra

Radiação eletromagnética (REM)


Entende-se como radiação eletromagnética (REM) a transmissão de energia
em forma de ondas que possuem um componente elétrico e outro magnético.
Essas ondas são produzidas pela movimentação de uma carga em um campo
magnético (THOMAS, 1996).
Em ordem crescente de comprimento de onda, o espectro eletromagnético
engloba os raios cósmicos, os raios gama, os raios x, o ultravioleta, a luz
visível, o infravermelho, as micro-ondas e as ondas de rádio que possuem
comprimentos de ondas na ordem de quilômetros (Figura 1).

Espectro eletromagnético

Controle remoto Lâmpada Sol Máquina de raio x Elementos radioativos

Ondas de rádio Infravermelho Ultravioleta Raio X Raios gama

Tamanho de um edifício
Espec tro visível Tamanho de
um átomo

Figura 1. Regiões do espectro eletromagnético com destaque para região do visível.


Fonte: Adaptada de Vectormine/Shutterstock.com.

Apesar dessa divisão do espectro eletromagnético, não há diferenças abrup-


tas entre as formas do fenômeno físico — esses nomes indicam comprimentos
de ondas separados apenas por questões didáticas e práticas. Portanto, o
espectro eletromagnético é contínuo e todas essas ondas irradiam-se pelo
espaço com a mesma velocidade (2,998 × 108 m s-1), diferindo-se apenas por
frequências (TERFIL; HAZEN, 2006).
Por estudos de cientistas como Planck, Bohr e Einstein, sabe-se que
quanto menor a frequência de uma onda eletromagnética, maior é a energia
transportada. Isso ocasiona diferentes efeitos quando um determinado tipo
Conceitos básicos de sensoriamento remoto e geoprocessamento 3

de radiação eletromagnética entra em contato com um objeto. Exemplos


são o poder de penetração dos raios x e o aquecimento provocado pelo
infravermelho.
De acordo com o modelo corpuscular, a energia dos fótons de determinada
onda interage com o alvo por meio de trocas de energia entre a energia inci-
dente e contidas nos átomos e moléculas do alvo (MENESES; ALMEIDA,
2012). Essa interação acontece de forma quantizada, ou seja, para haver uma
troca ou interação da energia da radiação da onda com a energia da matéria,
é preciso que a REM incidente seja de uma energia em parte absorvida pelos
elétrons ou moléculas e que promova uma mudança do elétron de um orbital
para outro de maior energia ou que aumente a intensidade vibracional das
moléculas (Figura 2).

Figura 2. Absorção da radiação eletromagnética pelos materiais


desloca o elétron para um orbital de maior energia.
Fonte: Adaptada de Sophielaliberte/Shutterstock.com.

A parte da energia da REM que não é absorvida pode ser transmitida ou é


refletida para o sensor. Nesse processo, as imagens medem a radiação refle-
tida e podemos avaliar a energia absorvida pelos materiais. Dessa forma, por
meio da energia refletida pelos alvos e captada pelos sensores nas imagens de
satélite, é possível obter informações sobre a composição dos alvos terrestres.
4 Conceitos básicos de sensoriamento remoto e geoprocessamento

No sistema solar, a fonte principal da REM é o Sol. Na verdade, todo objeto


acima de -273,15°C emite REM, e essa radiação está diretamente relacionada
com sua temperatura. O Sol, com temperatura próxima a 6000°C, apresenta
uma curva de emitância radiante específica, com pico na região do visível.
Fontes de radiação como o Sol emitem luz dentro de um amplo espectro.
No entanto, alguns fenômenos físicos podem bloquear parte dos comprimen-
tos de onda do espectro eletromagnético. Comprimentos de onda de maior
frequência, mais nocivos a processos biológicos, encontram dificuldade de
se propagar no espaço e não chegam com grande intensidade à superfície
terrestre — por exemplo, os raios cósmicos, raios gama, raios x e uma parte
dos raios ultravioletas que são refletidos pela camada de ozônio ou interagem
com gases atmosféricos (TERFIL; HAZEN, 2006; KENYON, 2008).
Veja, na Figura 3, a radiação solar no topo da atmosfera e após interagir
com os gases presentes.

Figura 3. Irradiância solar no topo da atmosfera e ao nível do mar, mostrando


a absorção pelos diferentes gases atmosféricos.
Fonte: Meneses e Almeida (2012, p. 15).

Radiância e reflectância
Sensores acoplados aos satélites interpretam a REM praticamente da mesma
forma, a energia eletromagnética proveniente do Sol incide no alvo (irradiância)
Conceitos básicos de sensoriamento remoto e geoprocessamento 5

e é refletida, chegando ao sensor para ser medida e, assim, transformada em


imagem. Tecnicamente, a REM que chega ao sensor é medida por sua densidade
de fluxo em uma direção definida por um cone elementar de um ângulo sólido
em sua direção. A essa medição, dá-se o nome de radiância.
Basicamente, a reflectância é a razão entre a quantidade de energia que
incide sobre uma superfície (irradiância) e a quantidade de energia que é
refletida por essa superfície (radiância). Sensores imageadores não medem a
irradiância solar, assim, a imagem é uma representação digital da radiância.
Para a maioria das aplicações de sensoriamento remoto, aceita-se os valores
de radiância bem próximos dos valores de reflectância, e análises da reflec-
tância espectral dos alvos podem ser realizadas por imagens multiespectrais
no formato digital (MENESES; ALMEIDA, 2012).

Interferências atmosféricas
Além desses fenômenos de interrupção de regiões do espectro eletromagnético,
existem outros que podem resultar em seu espalhamento. O espalhamento é
a mudança aleatória da direção da REM incidente ocasionada pela interação
dos gases atmosféricos. Os gases atmosféricos podem espalhar a REM solar
ou mesmo refletida pelos alvos terrestres; além disso, dependendo da interação
entre REM em determinados comprimentos de onda e tamanho das partículas
dos gases atmosféricos, o espalhamento pode ser classificado como espalha-
mento Rayleigh, Mie ou não seletivo.
O espalhamento Rayleigh ocorre quando o diâmetro das partículas dos gases
atmosféricos é menor do que o comprimento de onda. O espalhamento Rayleigh
é responsável pela coloração azul do céu, visto que menores comprimentos de
onda na região do visível são mais afetados. Por causa desse espalhamento,
imagens multiespectrais que utilizam comprimentos de onda da região visível
do espectro eletromagnético devem passar por correção atmosférica.
O espalhamento Mie ocorre quando o tamanho das partículas dos gases
atmosféricos é maior que o comprimento de onda; esse espalhamento pode
manifestar-se como uma perda de contraste na imagem de satélite. Tanto
o espalhamento Rayleigh quanto o Mie podem aumentar a reflectância da
superfície terrestre e diminuir o contraste dos alvos, afetando a diferenciação
de superfícies distintas.
O espalhamento não seletivo ocorre quando o tamanho das partículas é
muito maior do que os comprimentos de onda entre o visível e termal (400 a
1400 nm). Ocorre em atmosferas muito densas, com neblinas, nuvens e poeiras
e resulta na redução da radiação refletida pelos alvos.
6 Conceitos básicos de sensoriamento remoto e geoprocessamento

Além dos efeitos da atmosfera na REM obtida pelos sensores, as imagens de satélite
podem conter erros aleatórios dos valores digitais dos pixels ou erros de linhas de pixels
com valores saturados ou sem sinal. Esses erros são chamados de ruídos e devem ser
eliminados das análises por técnicas de geoprocessamento.

Satélites e resoluções

Sensores: passivos e ativos


Sensores passivos são sensores que não possuem fonte própria de REM e
utilizam como fonte a REM proveniente do Sol, enquanto sensores ativos
utilizam uma fonte artificial de REM. Essa fonte artificial de REM pode ser
em qualquer comprimento de onda do espectro eletromagnético.
O principal sensor ativo, o Radar (Radio Detection and Ranging), uti-
liza comprimentos de onda da região do micro-ondas (2,4 a 100 cm) e sua
principal vantagem em relação aos sensores ópticos e termais é em relação
à penetração das micro-ondas na atmosfera sem que haja absorção ou espa-
lhamento pelas partículas ou gases da atmosfera. Isso permite a obtenção de
imagens mesmo quando a cobertura de nuvens é total ou em qualquer hora
do dia e da noite.

Satélites
Os principais satélites que utilizam sensores passivos são Landsat, CBERS,
TERRA, AQUA e Sentinel. Esses satélites utilizam sensores que depen-
dem da REM solar para coletar a imagem e dependem das variações nas
condições de iluminação solar (ângulos de elevação e azimute) e condições
atmosféricas.
Oito satélites compõem os da missão Landsat e possuem sensores que operam
principalmente na região do visível e infravermelho próximo. O Landsat 8, único
ainda ativo sem restrição, possui os sensores OLI (Operation Land Imager) e
TIRS (Thermal Infrared Sensor), que trabalham na região do visível (bandas
1–4), infravermelho próximo (bandaS 5–9), infravermelho de ondas curtas
(bandas 6–7), pancromática (banda 8) e termal (bandas 10–11). As imagens
desse satélite são utilizadas para diversos fins, como:
Conceitos básicos de sensoriamento remoto e geoprocessamento 7

 mapas de uso e cobertura das terras, atualização de mapas e dados


cartográficos, mapas de aptidão agrícola das terras, identificação de
áreas irrigadas, mudanças climáticas;
 mapeamentos temáticos diversos na área de recursos naturais, agri-
cultura, silvicultura, pedologia, queimadas, proteção e conservação
da natureza, monitoramento ambiental, poluição;
 hidrologia, mapeamentos de áreas alagadas, eutrofização;
 prospecção geológica, atualização de mapas e cartas, classificação de
tipos de rochas, recursos minerais, mapas geomorfológicos;
 planejamento urbano e regional, infraestrutura, indicadores sociais,
entre outros.

Cinco são os satélites lançados da missão CBERS (Satélite Sino-Brasileiro


de Recurso Terrestre). O CBERS 4, único em operação, possui quatro sensores,
Câmera Pancromática e Multiespectral (PAN), Câmera Multiespectral Regular
(MUX), Imageador Multiespectral e Termal (IRS), Câmera de Campo Largo
(WFI). Basicamente, esses sensores atuam na região do visível, infravermelho
próximo, infravermelho de ondas curtas e termal. As imagens de satélites da
missão CBERS podem ser utilizadas para:

 gerenciamento de recursos terrestres;


 geração de mosaicos regionais e nacionais;
 monitoramento de desmatamentos e queimadas na Amazônia Legal;
 geração de índices de vegetação;
 atualização de cartas temáticas;
 mapeamentos e dinâmica de uso e cobertura das terras;
 identificação e quantificação da expansão urbana;
 mapeamentos geológicos.

Os satélites TERRA e AQUA possuem como sensor principal o MODIS


(Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer) e, juntos, conseguem
obter imagens da Terra de 1 a 2 dias. As imagens do MODIS oferecem uma
base de dados para estudos sobre interações entre atmosfera, terra e oceano
e podem servir para:

 obtenção de medidas de fluxo de energia radiante;


 aquisição de dados de umidade atmosférica;
 medidas de temperatura da superfície marítima e terrestre;
 avaliação de propriedades físicas das nuvens;
8 Conceitos básicos de sensoriamento remoto e geoprocessamento

 detecção de velocidade dos ventos;


 monitoramento de dados sobre mudanças climáticas globais;
 dinâmica de uso e cobertura do solo.

O conjunto de satélites Sentinel possui diversos tipos de sensores (ativos e


passivos) que fornecem informações precisas sobre atmosfera terrestre, solos,
vegetação, oceanos, geleiras, relevo, entre outros. Esse conjunto de satélites
pode ser utilizado para:

 monitoramento terrestre, marinho, atmosférico;


 em situações de catástrofes naturais e causadas por humanos;
 questões relacionadas à segurança das nações;
 estudo das mudanças climáticas;
 diversas aplicações na agricultura e no monitoramento florestal.

Existem diversos outros tipos de satélites com sensores ópticos com diferentes resolu-
ções, como, por exemplo, os satélites Ikonos, RapidEye e Hyperion. Neste texto, foram
abordados os principais satélites com fontes de imagens gratuitas.

Resoluções das imagens


Diversos são os tipos de imagens de satélites que podem ser utilizadas em
sensoriamento remoto. Cada sensor possui pelo menos quatro fatores que
devem ser observados para que o sensoriamento alcance a expectativa do
usuário: o campo de visada do sensor, os comprimentos de onda das bandas
detectadas pelo sensor, os valores numéricos de medida da radiância do alvo
e a data em que a imagem foi obtida.
Esses quatro fatores são, na verdade, características inerentes a resoluções
das imagens de satélites, denominadas resolução espacial, espectral, radiomé-
trica e temporal. Esses conceitos são válidos para qualquer sensor imageador,
com exceção do Radar.
A resolução espacial está diretamente relacionada à capacidade do sensor
de identificar os objetos na superfície terrestre e determina o tamanho do
menor objeto que pode ser identificado na imagem. Quanto menor o valor,
menor também é o pixel e maior é a resolução espacial.
Conceitos básicos de sensoriamento remoto e geoprocessamento 9

Nas áreas urbanas, são necessários sensores que possuam resolução espacial de poucos
metros, enquanto áreas com pouco variabilidade de alvo podem utilizar sensores com
menores resolução espacial (Figura 4).

Figura 4. Da esquerda para a direita, imagens dos satélites (Landsat com resolução espacial
de 30 m, Spot com 10 m e Ikonos com 1 m) de uma porção do lago Paranoá de Brasília.
Fonte: Adaptada de Meneses e Almeida (2012).

Como visualizado na figura anterior, há uma clara relação entre resolução


espacial e escala de visualização dos objetos (Quadro 1).

Quadro 1. Escalas aproximadas de visualização de imagens multiespectrais em função


da resolução espacial

Escala Resolução espacial (m) Sensor

1:<10.000 1 Ikonos pancromático


1:10.000 2,5 Spot pancromático
1:20.000 5 Ikonos XS
1:40.000 10 Spot HRG
1:75.000 20 CBERS
1:100.000 30 Landsat (faixa óptica)
1:200.000 60 Landsat TIR (termal)
1:350.000 90 Aster TIR (termal)

Fonte: Adaptado de Meneses e Almeida (2012).


10 Conceitos básicos de sensoriamento remoto e geoprocessamento

A resolução espectral envolve o número de bandas do sensor, a largura


em comprimento de onda das bandas e as posições em que as bandas estão
situadas no espectro eletromagnético. Comparativamente, um sensor tem
maior resolução espectral se possui mais bandas situadas em diferentes regiões
espectrais e com larguras estreitas de comprimentos de onda. Isso porque cada
objeto na superfície da Terra apresenta uma assinatura espectral e, com maior
disponibilidade de informações em diferentes comprimentos de onda, mais
facilmente também será a identificação de objetos distintos. Por exemplo, se
um satélite possui oito bandas desde o visível até o infravermelho, enquanto
outro satélite possui seis bandas na mesma região do espectro eletromagnético,
o primeiro possui maior resolução espectral.
Tomaremos como exemplo as aplicações das bandas do satélite Landsat 8,
apresentadas no Quadro 2.

Quadro 2. Bandas do satélite Landsat 8

Número da banda Comprimento de onda (nm) Resolução espacial (m)

1 433–453 30

2 450–515 30

3 525–600 30

4 630–680 30

5 845–885 30

6 1560–1660 30

7 2100–2300 30

8 500–680 15

9 1360–1390 30

10 10600–11200 100

11 11500–12500 100

Fonte: Adaptado de Loyd (2019).


Conceitos básicos de sensoriamento remoto e geoprocessamento 11

 Banda 1 (violeta e azul): região do espectro eletromagnético difícil de ser


coletada principalmente pelo espalhamento ocasionado por partículas de
poeira e vapor d’água na atmosfera. Contudo, o Landsat-8 possui essa banda
com alta resolução espectral, tornando-a importante no monitoramento
de águas rasas e partículas na atmosfera como poeira e fumaça. Não por
acaso essa banda pode ser chamada de banda para faixa costeira/aerossol.
 Bandas 2, 3 e 4 (regiões do visível — azul, verde e vermelho): podem
ser utilizadas para diversos usos, principalmente no monitoramento do
uso e da ocupação do solo.
 Banda 5 (região do infravermelho próximo): região muito importante
para monitoramento da vegetação, principalmente porque plantas saudá-
veis refletem mais a energia nessa região do espectro eletromagnético.
Em contraste com a banda do vermelho, pode ser obtido o Índice de
Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI), que varia de 1 a -1.
Quanto maior seu valor, mais saudável a vegetação.
 Bandas 6 e 7: regiões do infravermelho de ondas curtas (SWIR). Muito
úteis para monitoramento da umidade do solo e geologia. Solos muito
semelhantes na composição de outras bandas aparecem de forma distante
na utilização dessas bandas.
 Banda 8 (pancromática): funciona como um filme em preto, utilizando
regiões do visível em um só canal. Como utiliza mais luz ao mesmo
tempo, sua nitidez é maior.
 Banda 9: esta banda utiliza uma região do espectro eletromagnético
que facilita o monitoramento de nuvens.
 Banda 10 e 11: estas bandas atuam no infravermelho termal (TIR).
Essa região demonstra o calor emanado do solo, ao invés da medida da
temperatura do ar, que é realizada por estações climatológicas.

 Resolução radiométrica: é a medida da intensidade de radiância de cada


pixel da imagem. Quanto maior for a capacidade de medir diferenças
de intensidades do nível de radiância, maior é a resolução radiométrica.
Mediante a intensidade da radiação de entrada no sensor, a resposta de
saída dos detectores é convertida em números quantizados digitalmente,
em que quanto maior os números de dígitos binários (bits), maior a
qualidade da imagem e maior também a resolução radiométrica. Quanto
maior o número de bits, maior também são os níveis de cinza da imagem
e detalhes visuais são mais facilmente percebidos (Figura 5).
12 Conceitos básicos de sensoriamento remoto e geoprocessamento

Figura 5. Exemplos de imagens com diferentes níveis de quantização ou de resolução


radiométrica. (a) 8 bits; (b) 6 bits; (c) 4 bits; (d) 2 bits.
Fonte: Adaptada de Meneses e Almeida (2012).

Sensores multiespectrais com resolução espacial de 10 a 30 m geralmente


possuem resoluções radiométricas de 8 bits, o que quer dizer que esse sensor
discrimina até 256 valores de radiância por banda espectral. Já sensores com
alta resolução espacial possuem resoluções radiométricas de 10 ou 11 bits
(1024 ou 2048 valores digitais), ou seja: 210 = 1024 e 211 = 2048.
A resolução temporal é o tempo de revisita do sensor a um local es-
pecífico durante sua atividade. Quanto maior a resolução temporal, mais
frequente é a passagem do satélite àquele ponto específico. A resolução
temporal é imprescindível para acompanhar a evolução de algum fenômeno
na Terra, sejam os processos de uso e ocupação do solo, desenvolvimento de
cidades, desmatamento, estádios fisiológicos de espécies vegetais, desastres
Conceitos básicos de sensoriamento remoto e geoprocessamento 13

ambientais, entre outros. Evidentemente, quanto mais rápido são os efeitos


dos processos que queremos avaliar, menor deve ser a resolução temporal do
satélite. Da mesma forma, quanto mais demorado é o fenômeno de observação,
menor resolução temporal podem ter os sensores.

Geoprocessamento e sistema de informações


geográficas
Geoprocessamento pode ser definido como a utilização de técnicas matemáticas
e computacionais para o tratamento da informação espaciais, desenvolvimento
de novos sistemas e aplicações. O termo geoprocessamento engloba a utilização
da cartografia digital, o processamento digital de imagens, a utilização de
banco de dados e o sistema de informação geográfica (SIG).
A cartografia digital é a tecnologia destinada a captação, organização
e desenho de mapas. O processamento digital de imagens é o conjunto de
procedimentos e técnicas destinadas à manipulação numérica de imagens
digitais, como imagens de satélite, por exemplo, com o intuito de realizar
diversas correções para poder aumentar a sua qualidade.
O SIG, apesar de não possuir uma definição conceitual clara e unânime,
tem como funções adquirir, armazenar, manipular, analisar, simular, modelar
estatisticamente e apresentar os dados espacialmente da superfície terrestre,
integrando diversas tecnologias e funcionalidades para que haja uma tomada
de decisão. Dessa forma, o SIG é uma ferramenta útil para todas as áreas
do conhecimento que trabalham com mapeamento, integram em uma única
base de dados informações representando vários aspectos do estudo de uma
região; permitem a entrada de dados de diversas formas; combinam dados
de diferentes fontes, geram novos tipos de informações; geram relatórios,
documentos gráficos de diversos tipos e auxiliam em tomadas de decisão.
As principais aplicações dos SIGs são, entre outras:

 determinação de áreas agricultáveis;


 determinação de áreas de risco à erosão;
 geração de mapas de acidentes de trânsito ocorridos em determinados
períodos e em determinada região;
 delimitação de áreas de proteção permanente e reserva legal;
 previsão de safras agrícolas;
 estudo de capacidade de uso das terras;
 planejamento do escoamento da produção;
14 Conceitos básicos de sensoriamento remoto e geoprocessamento

 cadastros de espécies vegetais e animais;


 escolha da melhor área para implantação de escolas, hospitais, creches,
comércios, indústrias, represas, etc.;
 zoneamentos ambientais, econômicos, sociais, etc.;
 monitoramento ambiental;
 modelagens de expansão de atividades ou ocupações.

Um SIG é formado por hardware para processamento, memória, armaze-


namento, entre outros, banco de dados espaciais, metodologias para procedi-
mentos estatísticas, recursos humanos para desenvolver, operar, administrar e
operar o sistema e, é claro, um software para manipular as ferramentas. Esse
sistema é capaz de gerenciar e relacionar dados espaciais, armazenando-os
como vetores ou matrizes (raster), e de atributos, compostos por códigos
alfanuméricos dispostos na forma de tabela.
Dados vetoriais são maneiras de definir o limite do objeto ou feição, uma
tentativa de reproduzir um elemento o mais exatamente possível. Um elemento
vetorial tem sua forma por meio da geometria, que, quando consiste em apenas
um vértice de coordenada x e y, é referida como um ponto, e, quando consiste
em dois ou mais vértices e o primeiro e último vértice dessa sequência não são
iguais, é formada uma linha. Quando três ou mais vértices estão presentes e
o último vértice coincide com o primeiro, forma-se um polígono. Os métodos
vetoriais assumem que as coordenadas dos pontos são matematicamente exatas
e usam relações implícitas que permitem a redução do tamanho de dados
complexos. Contudo, em decorrência disso, alguns cálculos podem consumir
maior tempo de processamento para resolução.
Enquanto isso, dados raster possuem uma estrutura matricial em que cada
célula (pixel) corresponde a um elemento de processamento integrado ao sis-
tema por suas coordenadas. Esses dados apresentam estrutura bidimensional,
em que os dados apresentam uma estrutura discreta. Dessa forma, o formato
raster assume que o espaço é uma superfície cartesiana plana e cada célula
(pixel) representa uma porção do terreno.
Basicamente, o SIG integra grandes quantidades de informação sobre o
ambiente e utiliza ferramentas analíticas para explorar os dados. Pode apre-
sentar o potencial de construção de um sistema formado por diversas camadas
de mapas com informações de diversos atributos, como redes de transporte,
hidrografia, características de população, atividade econômica, jurisdições
políticas e outras características dos ambientes naturais e sociais. A capaci-
dade de armazenar informação em camadas e, então, combiná-las com outras
Conceitos básicos de sensoriamento remoto e geoprocessamento 15

camadas de informação torna o SIG uma ferramenta poderosa de pesquisa e


apoio à tomada de decisão.
Assim, após o processamento dessas informações geoespaciais e a utilização
do SIG como ferramenta de processamento, constrói-se, com a modelagem
de dados, um banco de dados geográficos. Bancos de dados geográficos são
formados por dados relacionados entre si, podem ser formados por dados
gráficos, como pontos, linhas, polígonos, símbolos e notas; dados não gráficos
como áreas e propriedades; e também dados espaciais, como, por exemplo,
coordenadas geográficas.
As vantagens de se utilizar ou desenvolver um banco de dados geográficos
se dá pelas inúmeras análises e possibilidades de informações que se pode
extrair de uma área de interesse, além da possibilidade de compartilhamento
dessas informações. Além disso, o banco de dados geográficos possibilita o
armazenamento de um grande número de informações que podem ser geren-
ciadas de forma rápida e eficiente pelo SIG.

KENYON, I. P. The light fantastic. New York: Oxford University, 2008.


LOYD, C. Landsat 8 bands. In: LANDSAT SCIENCE. Mississipi: Landsat, 2019. Disponível
em: https://landsat.gsfc.nasa.gov/landsat-8/landsat-8-bands/. Acesso em: 23 out. 2019.
MENESES, P. R.; ALMEIDA, T. Introdução ao processamento de imagens de sensoriamento
remoto. Brasília: Universidade de Brasília, 2012.
TERFIL, J.; HAZEN, R. M. Física viva: uma introdução à física conceitual. Rio de Janeiro:
LTC, 2006. v. 2.
THOMAS, M. J. K. Ultraviolet and visible spectroscopy. Chichester: John Wiley & Sons, 1996.
_C.1_ Dica do professor
No sensoriamento remoto, uma das etapas primordiais para o sucesso de um estudo/trabalho é a
correta escolha da imagem de satélite para processamento. Diante das opções, existem diversos
tipos de ferramentas e sensores que podem ser aplicados.

Nesta Dica do Professor, conheça mais sobre as ferramentas e as aplicações dos satélites Sentinel.

https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/
cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/929008d098581fcfc3f975e41048e8bd

4 min
_C.1_ Exercícios

1) Há sensores que detectam áreas unitárias inferiores a 1 metro e que apresentam meios para
visualização estereoscópica 3D, muito úteis para levantamentos cadastrais multifinalitários e
urbanos e cartografia digital. Os interessados em monitoramento para o acompanhamento
da
evolução e de mudanças da paisagem podem recorrer aos sensores com alta taxa de revisita
à área. Já os que se interessam em determinar a composição ou a constituição de minerais
ou rochas podem recorrer aos sensores com um grande número de bandas espectrais. Em
relação à imagem de satélite, como é definida a resolução atribuída ao tamanho do seu pixel?

A) Resolução espectral.

B) Resolução radiométrica.

C) Resolução temporal.

D) Resolução espacial.

E) Resolução pixelar.

Gab D = A resolução espacial é inversamente proporcional ao tamanho do pixel


da imagem de satélite. Ou seja, quanto menor o pixel, maior a resolução
espacial e maior também o nível de detalhamento dessa imagem.

Resolução espectral refere-se ao número de bandas do sensor, à largura em


comprimento de onda das bandas e às posições das bandas no espectro
eletromagnético.

Resolução radiométrica é a medida da intensidade de radiância de cada pixel


da imagem.

Resolução temporal é o tempo de revisita de um sensor a determinado ponto.

Resolução pixelar é uma expressão tecnicamente inexistente.


2) O Sol, fonte de radiação eletromagnética (REM) em todo o Sistema Solar, apresenta
irradiância espectral de acordo com o espectro de corpo negro a 5.250°C. Por que essa
radiação solar apresenta diferente intensidade no topo da atmosfera e ao nível do mar?

A) Interações atmosféricas.

B) Reflexão pelo mar.

C) Reflexão pelo solo.

D) Reflexão pela vegetação.

E) Reflexão pelas rochas.

Gab A = Durante sua passagem pela atmosfera, a REM vinda do Sol ou emitida
pela Terra interage com as moléculas dos constituintes gasosos e com o
material particulado suspenso naatmosfera. Nessa passagem, a atmosfera
interfere na intensidade do fluxo radiante, na distribuição espectral e na
direção dos raios incidentes, tanto na sua trajetória descendente entre o
Sol e a Terra, como na trajetória ascendente da radiação refletida e emitida
da superfície terrestre para o sensor.

A reflexão da REM pelo mar, solo, vegetação e rochas pode ser entendida como
a assinatura espectral desse objeto, mas não tem relação direta com as
diferenças entre a intensidade da radiação no topo da atmosfera e ao nível
do mar.
3) Sensores ativos e passivos podem ser utilizados em sensoriamento remoto para a obtenção
de imagens de satélite. Assinale a opção que melhor descreve a diferença entre esses
sensores:

A) Sensores ativos são aqueles que apresentam maior resolução espectral, enquanto sensores
passivos apresentam menor resolução espectral.

B) Sensores ativos são aqueles que utilizam fontes artificiais para geração da radiação
eletromagnética; sensores passivos utilizam a radiação eletromagnética proveniente do Sol.

C) Sensores ativos são sensores que ainda se encontram em atividade, enquanto sensores
passivos são aqueles que já foram desativados.

D) Sensores ativos são sensores que se ativam (entram em funcionamento) quando iluminados
pelo Sol, enquanto sensores passivos não precisam da radiação eletromagnética solar para
estarem em funcionamento.

E) Sensores ativos apresentam maior resolução temporal, ficando ativamente mais tempo sobre
determinada posição. Sensores passivos apresentam baixa resolução temporal, e o tempo de
revisita ao mesmo local é maior.

Gab B = Os sensores passivos dependem da iluminação da superfície da Terra


pelo Sol.
Os sensores ativos, por sua vez, têm sua própria fonte de radiação
eletromagnética. O sensor emite radiação, que é direcionada para o alvo que
se deseja investigar. A radiação refletida do alvo é detectada e medida pelo
sensor.

Resolução espectral refere-se ao número de bandas do sensor, à largura em


comprimento de onda das bandas e às posições das bandas no espectro
eletromagnético.

Sensores em atividades ou já desativados podem ser classificados como ativos


ou passivos, dependendo da fonte de REM que utilizam.

Satélites podem utilizar a REM do Sol para manterem sua atividade, mas isso
nada tem a ver com essa classificação.

Resolução temporal é o tempo de revisita do sensor a um local específico


durante sua atividade.
4) Os gases atmosféricos podem espalhar a REM solar ou mesmo refletida pelos alvos
terrestres. Entre esses fenômenos, está o espalhamento Rayleigh. Como esse fenômeno
ocorre?

A) Ocorre quando o tamanho das partículas dos gases atmosféricos é maior do que o
comprimento de onda.

B) Ocorre quando o tamanho das partículas é muito maior do que os comprimentos de onda
entre o visível e termal.

C) Ocorre quando o diâmetro das partículas dos gases atmosféricos é menor do que o
comprimento de onda.

D) Ocorre por causa do campo magnético da Terra que interage com a radiação eletromagnética.

E) Ocorre na primavera, devido à posição relativa da Terra e do Sol e ao movimento de rotação


da Terra.

Gab C = O espalhamento Rayleigh ocorre quando o diâmetro das partículas dos


gases atmosféricos é menor do que o comprimento de onda. O espalhamento
Rayleigh é responsável pela coloração azul do céu, visto que menores
comprimentos de onda na região do visível são mais afetados. Por causa
desse espalhamento, imagens multiespectrais que utilizam comprimentos de
onda da região visível do espectro eletromagnético devem passar por
correção atmosférica.

Os outros tipos de espalhamento da REM, Mie e não seletivo, ocorrem quando


o tamanho das partículas dos gases atmosféricos é maior do que o
comprimento de onda ou quando o tamanho das partículas é muito maior do que
os comprimentos de onda entre o visível e termal (400 a 1.400nm)
5) O processamento de imagens de satélite envolve técnicas que podem proporcionar maior
qualidade ao produto final que se deseja gerar. Contudo, antes de se iniciar o processamento
propriamente dito, existem técnicas de pré-processamento que aumentam a qualidade das
imagens e removem possíveis erros (ruídos, correção atmosférica, distorções geométricas).
Quanto aos ruídos, assinale a alternativa que melhor define esse erro na imagem de satélite:

A) Ruídos são erros sistemáticos presentes em todos os tipos de imagens de sensoriamento


remoto.

B) Ruídos são desajustes da grade de pixels das imagens de satélite.

C) Ruídos são degradações que alteram radiometricamente a imagem por completo.

D) Ruídos são barulhos ocasionados pela captura da imagem de satélite.

E) Ruídos são erros aleatórios do valor digital dos pixels ou erros coerentes de linhas de pixels.

5 Gab E = As imagens podem conter erros aleatórios de pixels ou erros


coerentes de linhas de pixels que, normalmente, se mostram como pixels ou
linhas com valores saturados (claros) ou sem sinal (escuros). São
reconhecidos como erro do valor digital do pixel. São denominados ruídos,
e, tipicamente, esses ruídos espúrios e imprevisíveis são decorrentes de
erros instrumentais.

Erros sistemáticos são erros intrínsecos ao processo de aquisição das


imagens de satélite.

Desajustes na grade de pixels podem estar relacionados a problemas de


calibração do sensor.

Apesar de apresentar nome semelhante ao que utilizamos para caracterizar


distorções sonoras, nesse caso o termo ruído não se refere a efeitos
sonoros.
_C.1_ Na prática
A reflectância foliar na região do visível (400-750nm) é influenciada pela absorção da radiação solar
decorrente dos pigmentos fotossintetizantes. Já a alta reflectância na região do infravermelho
próximo decorre do espalhamento da radiação no interior das folhas, principalmente pela estrutura
celular. Com base nisso, diversos índices de vegetação têm sido desenvolvidos com o objetivo de
explorar as propriedades espectrais da vegetação, sobretudo nas regiões do espectro
eletromagnético.

Neste Na Prática, veja um estudo de caso em que foi utilizado o mais antigo índice: o Índice de
Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI), aplicado para estimar teor e parâmetros biofísicos da
vegetação, como índice de biomassa, produtividade e índice de área foliar.

Seu João cultiva arroz no interior do Mato Grosso do Sul. Ele possui duas
áreas de 200 hectares de arroz.

Ele é grande adepto a novas tecnologias. Então, resolveu procurar uma


empresa especializada em mapeamento e estimativa de produtividade por
sensoriamento remoto.

Seu João explicou à empresa que nas duas áreas cultiva a mesma variedade de
arroz e gostaria de saber se é possível estimar em qual delas a
produtividade seria maior. Assim, poderia alocar mais recursos durante a
colheita.

A empresa especializada, então, adquiriu uma imagem de satélite


multiespectral e, pelos cálculos de banda, obteve o NVDI. O cálculo foi
feito da seguinte forma:

Dessa forma, maiores valores de NVDI indicam maior produtividade de arroz na


fazenda, visulamente definida pela coloração verde, ao passo que menores
valores de NVDI indicam menor produtividade, visualmente colorida em
vermelho.
_C.1_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Sensoriamento remoto: princípios e aplicações


Neste vídeo, você acompanhará a fala do pesquisador Miguel Monteiro, do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE), sobre a aplicação e as características do sensoriamento remoto orbital.

https://youtu.be/hPuWMFt66oA 13 min

Aplicação de um sistema de informação geográfica (SIG)


Neste artigo, você encontrará uma aplicação do SIG no levantamento de solos e aptidão agrícola
das terras como subsídios para o planejamento ambiental do município de Itaara, RS.

https://www.scielo.br/j/rarv/a/XSs9HR4ttfDBys434MBc3rN/?format=pdf&lang=pt

pdf 9p

Geoprocessamento na delimitação de áreas de preservação


permanente (APPs)
Neste artigo, você verá a utilização do geoprocessamento para mapear as APPs de encostas no
município de Diamantina, MG, por meio de ferramentas do Sistema de Informações Geográficas.

https://www.revistaespinhaco.com/index.php/journal/article/view/223/162
Aula C.2
TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO - A (2024.FEV)
1.1 - Introdução aos trabalhos topográficos
1.2 - Instrumentos de medição
2.1 - Conceitos fundamentais de topografia I
2.2 - Conceitos fundamentais de topografia II
3.1 - Conceitos e noções de Cartografia
3.2 - Cartografia: interpretação e estudos da base cartográfica
4.1 - Introdução ao Geoprocessamento
4.2 - Sistema de posicionamento global (GPS)
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Conceitos básicos de sensoriamento remoto e geoprocessamento
__ C.2 Sistema de coleta de dados e fontes de obtenção de dados espaciais
__ C.3 Sistemas de informações geográficas, dados de entrada e avaliação dos
resultados
__ C.4 Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos
e demandas ambientais

Sistema de coleta de dados e fontes de


_C.2_ obtenção de dados espaciais

Apresentação
A realização de trabalhos de geoprocessamento requer o levantamento de dados, quer sejam
aqueles coletados pelos autores do trabalho ou aqueles que estão disponíveis para usos em
instituições públicas e privadas. Para que esses dados sejam organizados em estruturas que
permitam maior identificação dos processos metodológicos, são necessárias informações que os
descrevam e, dessa forma, facilitem sua identificação, compartilhamento e aplicação.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você aprenderá o que são os dados primários e secundários, o
que você pode obter com eles e quais as principais fontes de dados geoespaciais para trabalhos em
geoprocessamento. Além disso, você aprenderá o que são metadados geoespaciais e quais os seus
principais elementos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Avaliar a necessidade de geração de dados primários e/ou consumo de dados secundários.


• Determinar fontes para base de dados na realização de trabalhos em geoprocessamento.
• Reconhecer os principais elementos dos metadados geoespaciais.

elm = Avaliação da aula. Regular. Assinalada opções: - Precisei pesquisar mais. - Vídeo
muito curto.
_C.2_ Desafio
No cultivo do café, diversas são as pragas e doenças que podem reduzir sua produtividade.
Dependendo do padrão espacial em que ocorre determinado sintoma, torna-se possível a
identificação do agente causador do problema.

Você foi contratado por uma grande empresa que planta café e exporta para vários países. Dentre
as suas atribuições, está a identificação de pragas e doenças que acometem o cultivo da planta.

Você sabe que existem três tipos de praga do café:

Praga A
Espalha-se facilmente pelo plantio, mas os
sintomas aparecem em pontos do cafezal
(reboleira), com danos leves à produtividade.

Praga B
Disseminação lenta no cafezal, atua
pontualmente no local de introdução na
cultura, com danos severos à produtividade do
café.

Praga C
Disseminação rápida em todo o cafezal, não
apresentando um padrão espacial específico na
redução da produtividade do café.

Considerando essas informações, seu chefe o questionou sobre alguns temas relacionados à
identificação dos sintomas ocasionados pelas pragas A, B e C. Sendo assim, responda:

a) Quais fontes de dados poderiam ser utilizadas para identificação dessa praga?

b) Quais seriam as variáveis mínimas necessárias para que a coleta de dados reflita na identificação
do tipo de praga?

c) Qual tipo de amostragem poderia ser aplicada no cafezal?

elm = a) Como identificação da praga é local e específica do cafezal, dados primários


(coleta de dados em campo) ; b) o enunciado não deixa claro se os sintomas das pragas
caussm mudança visível nas plantas, se causar a variável poderia ser o aspecto, imagem do
cafezal (inspeção por drone, por exemplo); caso contrário, a variável teria de ser a
produtividade do cafezal (por exemplo, kg de café / hectare) ; c) para averiguar as três
pragas: amostragem sistemática em lotes do cafezal e em datas distintas ao longo do
desenvolvimento das plantas.
Padrão de resposta esperado

a) Como é um caso específico a ser solucionado, torna-se necessário o


levantamento de dados primários.

b) As variáveis mínimas a serem coletadas nesse levantamento são: o grau de


perda de produtividade (alto, médio, baixo) e as coordenadas geográficas do
local de ocorrência do dano. De acordo com a distribuição geográfica e a
intensidade desses danos, torna-se possível a identificação da praga.

c) Nesse caso, a amostragem sistemática apresentaria maior potencial de


aplicação, visto que poderia detectar a forma de distribuição das três
pragas por meio de coletas de pontos retirados a distâncias predeterminadas.
_C.2_ Infográfico
Os dados geográficos constituem um dos elementos do geoprocessamento. Quando se realiza o
levantamento de dados em campo ou laboratório, diz-se que esses dados são primários. Esse
processo pode ser feito por meio de observações, entrevistas, questionários, ferramentas de
medidas, exames físicos e/ou laboratoriais, coleta de pontos de localização por GPS, amostragens
em geral, imagens de satélite, etc.

No Infográfico, você vai conhecer as etapas do levantamento de dados primários.

LEVANTAMENTO DE DADOS PRIMÁRIOS

Seja qual for o modelo de levantamento de dados primários adotado, há


algumas etapas que devem ser respeitadas. Saiba quais são elas.

Planejamento e definição da coleta de dados

Nessa etapa, é necessária a definição do objetivo do levantamento


de dados primários, dos instrumentos a serem utilizados e da
metodologia a ser aplicada.

Coleta de dados geográficos

Imagens de satélites, informações georreferenciadas em amostragens


aleatórias, sistemáticas ou estratificadas, realizadas em campo ou
em laboratório.

Tabulação

Nessa etapa, ocorre a tabulação dos dados e a utilização de


geotecnologias em sistema de informação geográfica (SIG) para
processamento dos dados.

Interpretação

Na etapa final, é realizada a interpretação dos dados, seguida de


elaboração de relatório e de tomada de decisão.
_C.2_ Conteúdo do livro

Os dados geográficos, juntamente com os métodos, recursos humanos, equipamentos e programas,


constituem os elementos do geoprocessamento. Nesse campo, necessitam-se de dados para a
geração de informação sobre o espaço geográfico que atendam a diversas áreas de conhecimento.
Saber quais os dados necessários para um trabalho ou pesquisa depende da identificação dos
objetivos, da metodologia e do material associado. Supondo que um SIG seja determinante para a
solução de um problema qualquer, serão necessárias a aquisição de dados e a implementação do
banco de dados. Para facilitar a aquisição, compartilhamento e aplicabilidade desses dados, existem
os metadados geográficos, que podem ser a data da coleta, o responsável, o sistema de
coordenadas, a escala, etc.

No capítulo Sistema de coleta de dados e fontes de obtenção de dados espaciais, da obra


Geoprocessamento, que é base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai saber mais sobre o
assunto.
[sUMÁRlo l
Conceitos de cartografia e geodésia .......................................................... 11
Nata/ia de Souza Pelinson
Histórico da evolução da cartografia ........................................................................................................ 12
Conceitos e aplicações da cartografia e da geodésia.................................................................... 18
Formas de representação cartográfica.................................................................................................... 27

Sistema de posicionamento global (GPS) ................................................37


Nata/ia de Souza Pelinson
Fundamentos da navegação por satélite .............................................................................................. 37
Sistemas de navegação global por satélite ..........................................................................................45
Determinação do posicionamento por GNSS ................................................................................ ..54

1 Sistema de referência geodésico, sistema de coordenadas


UTM e coordenadas topográficas ...............................................................67
Franciane Mendonça dos Santos
Sistemas de coordenadas e métodos de projeção .........................................................................68
Vantagens e desvantagens da utilização de diferentes sistemas de coordenadas .........82
Formas de posicionamento e realiLação de medições de objetos
nos diferentes sistemas de coordenadas ..........................................................................................85

Conceitos básicos de sensoriamento remoto e geoprocessamento ....91


Luiz Felipe Ramalho de Oliveira
Interações entre radiação eletromagnética e Terra.........................................................................92
Satélites e resoluções ..........................................................................................................................................96
Geoprocessamento e sistema de informações geográficas .................................................. 103

Sistema de coleta de dados e fontes de obtenção


de dados espaciais ......................................................................................... 107
Luiz Felipe Ramalho de Oliveira
Geração de dados primários e consumo de dados secundários ........................................ 108
Fontes de base de dados para geoprocessamento ...................................................................... 111
Metadados ............................................................................................................................................................... 116

Processamento digital de imagens .......................................................... 123


Luiz Felipe Ramalho de Oliveira
Possíveis correções das imagens de satélites ................................................................................... 124
Tratamento de imagens digitais ................................................................................................................ 131
L SPRING e as principais técnicas de realce e classificação.......................................................... 138

1Fotogrametria e fotointerpretação .......................................................... 147 1


Letícia Roberto Amaro Trombeta
Fotogrametria e observação de terreno ............................................................................................. 147
Escalas e cá lculo da área de recobrimento em fotografias aéreas ..................................... 155
Elementos para interpretação de imagens ...................................................................................... 158

Modelo digital do terreno ........................................................................... 165


Letícia Roberto Amaro Trombeta
Conceitos fundamentais ................................................................................................................................ 165
Obtenção de um modelo digital do terreno .................................................................................... 171
Principais aplicações dos modelos digitais do terreno...............................................................~

1 Sistemas de informações geográficas, dados de entrada


e avaliação dos resultados .......................................................................... 181
Letícia Roberto Amaro Trombeta
Os dados geoespaciais.................................................................................................................................... 182
Funcionalidades em ambiente SIG ......................................................................................................... 191
A era dos mapas digitais ................................................................................................................................ 197
Sistema de coleta de dados
e fontes de obtenção
de dados espaciais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Avaliar a necessidade de geração de dados primários e/ou consumo


de dados secundários.
 Determinar fontes para base de dados na realização de trabalhos em
geoprocessamento.
 Reconhecer os principais elementos dos metadados geoespaciais.

Introdução
Os dados geográficos, juntamente à metodologia aplicada para o pro-
cessamento desses dados, recursos humanos, equipamentos e sistemas
de informação geográfica (SIGs), constituem os elementos do geoproces-
samento (SILVA, 2006). Dessa forma, a obtenção de informações sobre o
espaço geográfico pode ser aplicada para auxiliar a tomada de decisão
em diversas áreas do conhecimento.
A escolha correta da obtenção desses dados depende do objetivo
a ser atendido, da metodologia a ser aplicada e de toda parte ins-
trumental relacionada às etapas do geoprocessamento — tudo isso
levando em consideração que esses dados funcionam como base para
a construção de modelos em que serão extraídas informações para a
tomada de decisão.
2 Sistema de coleta de dados e fontes de obtenção de dados espaciais

Diante do grande número de instituições que estão envolvidas na


produção de dados geoespaciais, tornam-se necessárias informações
que vão além dos dados propriamente ditos, utilizados em geoproces-
samento. Informações sobre características do levantamento, produção,
qualidade e estrutura de armazenamento, aplicações e limitações dos
dados, apresentados de forma estruturada, são essenciais para a organi-
zação e aplicabilidade dos dados geográficos. Esses “dados sobre dados”
são conhecidos como metadados.
Neste capítulo, você vai aprender sobre os tipos de dados que você
pode utilizar em projetos de geoprocessamento, como avaliá-los, onde
encontrá-los, quais são as principais fontes e como criar dados.

Geração de dados primários e consumo


de dados secundários

O que são dados primários e secundários?


Defi nido o objetivo para qual será realizado o geoprocessamento, a etapa
seguinte é a correta escolha dos dados que serão utilizados no desenvol-
vimento do trabalho no sistema de informação geográfica (SIG). Existem
basicamente duas formas de obtenção de dados geográficos (Figura 1) (FER-
REIRA, 2006). A primeira é oriunda da coleta e da produção direta do dado,
feita pela pessoa que está realizando o trabalho. Esse tipo de dado é consi-
derado primário e pode ser obtido por levantamentos, coletas de campo e
sensoriamento remoto.
A segunda forma é quando o autor do trabalho utiliza dados já coletados
por outras fontes (centros de pesquisa, órgãos públicos e privados, entre ou-
tras) mediante objetivo distinto ao do autor do trabalho. Esse tipo de dado é
conhecido como secundário e pode ser obtido em mapas e tabelas já existes
ou em outras fontes de dados.
Sistema de coleta de dados e fontes de obtenção de dados espaciais 3

Figura 1. Coleta de dados primários e secundários.


Fonte: Stokkete/Shutterstock.com.

Dados primários: vantagens e desvantagens


Os dados primários podem ser obtidos juntamente ou posteriormente ao
levantamento dos dados secundários. Para que isso ocorra, deve-se atentar ao
objetivo do estudo e, depois do levantamento de fontes de dados secundários,
constatar a real necessidade do levantamento de dados primários.
Como os dados primários são obtidos mediante coletas e observações
pelo autor do trabalho, os dados primários podem apresentar desvantagens
principalmente porque se trata de um processo trabalhoso, muitas vezes com
custos de aquisição de dados e muito tempo despendido para sua coleta,
4 Sistema de coleta de dados e fontes de obtenção de dados espaciais

que requer planejamento em seu desenvolvimento. No entanto, ao se utilizar


dados primários, o autor do trabalho tem o controle de toda a metodologia
desenvolvida para a obtenção dos dados, podendo padronizá-la de acordo com
seus interesses, mantendo a organização e evitando possíveis vieses.

Dados secundários: vantagens e desvantagens


A utilização de dados secundários é interessante porque os dados já estão
disponíveis para análise. Dessa forma, sua utilização agiliza o trabalho, eco-
nomiza dinheiro, tempo e material de coleta e análise. Isso facilita o estudo
de, por exemplo, grandes áreas e populações. Apesar de serem convenientes
em várias situações, dados secundários podem ser limitados principalmente
pela questão temporal.
Dados secundários já foram coletados, podem estar desatualizados e, muitas
vezes, não atender o objetivo em questão. Além disso, esses dados podem não
estar padronizados e o pesquisador não tem controle sobre sua metodologia,
tendo em vista que toda metodologia de coleta e processamento já foi realizada.

Organização, precisão técnica e ética


Independentemente da utilização de dados primários e/ou dados secundários,
o processo de aquisição dos dados envolve organização, precisão técnica e
ética para que não haja problemas nas etapas de geoprocessamento (LEAL
NETO, 2018). A organização envolve a correta seleção dos dados que serão
utilizados no trabalho, evitando, assim, que se utilize diferentes dados com a
mesma informação e não haja uma análise redundante de dados incorporados
erroneamente no banco de dados final, por exemplo.
A precisão técnica no levantamento de dados primários envolve o de-
senvolvimento da metodologia a ser aplicada na obtenção dos dados, com
o correto manuseio dos equipamentos de coleta, até a correta aplicação
dos métodos. Nesse sentido, a precisão técnica no levantamento de dados
primários deve ser um processo criterioso, principalmente porque os dados
serão produzidos pela primeira vez e devem condizer com a realidade que
se deseja representar.
Levando em consideração fontes de dados secundários, a precisão técnica
envolve o levantamento de quaisquer fontes que garantam a correta obtenção
de dados espaciais. Dessa forma, podemos obter das fontes dados secundários
exatamente ou muito próximos dos objetivos que temos, de acordo com sua
estrutura, escala, projeção e tipo de dado, por exemplo.
Sistema de coleta de dados e fontes de obtenção de dados espaciais 5

A ética se refere ao atendimento das restrições de uso de dados secundários, ao


correto referenciamento das fontes originais do levantamento do dado e à aplicação
correta da precisão técnica, sem manipulação, no levantamento de dados primários.

Fontes de base de dados para


geoprocessamento

Fontes de dados primários


Dados geográficos primários podem ser adquiridos por levantamentos em campo
ou laboratórios por meio de observações, entrevistas, questionários, ferramentas
de medidas, exames físicos e/ou laboratoriais, coleta de pontos de localização
por GPS, amostragens em geral, imagens de satélite, entre outros métodos.
Imagens de satélite podem ser obtidas em catálogos gratuitos por meio de
diversas fontes nacionais e internacionais e também por solicitações junto a
órgãos públicos ou empresas de sensoriamento remoto que comercializam
imagens. As imagens de catálogo geralmente possuem baixa resolução es-
pacial e temporal e, além disso, podem ter sido obtidas há muito tempo, não
atendendo o objetivo do estudo.
Em determinadas situações específicas, imagens de catálogo do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ou do Instituto Nacional de Pes-
quisas Espaciais (INPE) podem atender os objetivos definidos. Além desses
institutos nacionais, outras agências internacionais, como a Agência Espacial
Europeia (ESA) e o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), podem
fornecer imagens de satélites gratuitamente como fonte de dados primários.
No entanto, dependendo da especificidade do objetivo, torna-se necessária a
solicitação de imagens de satélites programada, cobrindo determinada área
em uma determinada época com uma resolução espacial específica. Nessa
situação, deve-se procurar instituições que comercializam essas imagens de
satélite e estejam aptas a arcar com os custos envolvidos na sua obtenção.

Amostragem para coleta de dados primários


Muitas vezes, não é possível obter a distribuição espacial de uma variável
em toda a área de estudo, como ocorre na utilização de imagens de satélites.
Quando isso ocorre, a obtenção de dados primários pode ser realizada me-
diante amostragem, em que um subconjunto de informações seja coletado e
represente a variação espacial da população total (Figura 2).
6 Sistema de coleta de dados e fontes de obtenção de dados espaciais

Figura 2. Amostragem de uma população.


Fonte: Adaptada de Iamnee/Shutterstock.com.

Os princípios da amostragem preconizam que sua densidade é que deter-


minará a resolução dos dados. Por exemplo, se você realizar uma amostragem
em intervalos de distância de 5 km, sua amostragem não refletirá variações
menores do que esse valor.
Basicamente, a amostragem pode ser realizada por três princípios: aleatório,
sistemático ou estratificado. A amostragem realizada de forma aleatória preco-
niza que cada ponto de obtenção da informação tenha a mesma probabilidade
de ser escolhido. Os demais princípios de amostragem são modificações desse
e desenvolvidos com a finalidade de serem mais econômicos ou precisos.
A amostragem sistemática determina que cada ponto de amostragem seja
espaçado em intervalos regulares de distância — por exemplo, dados coletados
a cada 5 km. Consiste em selecionar unidades de amostra a partir de um es-
quema preestabelecido, com propósito de obter um modelo simples e uniforme.
O princípio de amostragem estratificada é baseado na divisão do sub-
conjunto em subpopulações distintas, definidas de acordo com um critério
específico que objetiva minimizar a variabilidade dentro dessas subpopulações.
Essas subpopulações são denominadas estratos, nos quais, dentro de cada um,
realiza-se a distribuição das unidades amostrais de forma aleatória.
A utilização adequada do sistema de amostragem na coleta de dados geo-
espaciais é importante para que o padrão de distribuição real da população
Sistema de coleta de dados e fontes de obtenção de dados espaciais 7

seja amostrado e, dessa forma, os dados obtidos reflitam a realidade. Caso


a amostragem na coleta dos dados primários não seja adequada, a confiabi-
lidade desses dados é reduzida e, muitas vezes, a informação extraída des-
ses dados ocasiona tomadas de decisões erradas em trabalhos envolvendo
geoprocessamento.
A escolha do tipo de amostragem a ser utilizada depende das características
das variáveis que se objetiva mapear e das características da população e dos
instrumentos disponíveis para coleta.

Fontes de dados secundários


As principais fontes de dados secundários são instituições públicas e privadas,
como institutos de pesquisa e bancos privados, por exemplo, que produzem
dados para fins técnico-científicos, de controle territorial, administrativos,
saúde populacional, financeiros, entre outros. A correta identificação de ins-
tituições que sirvam como fontes de dados secundários torna-se necessária
para que não haja utilização inadequada de dados desnecessários ao geopro-
cessamento, economizando tempo de pré-processamento e de processamento
propriamente dito.
Dentre as principais fontes de dados geográficos básicos está o IBGE,
que disponibiliza bases de dados digitais, gratuitas e comercias nos formatos
vetorial, matricial, alfanumérico e tabular. Esse instituto possui levantamentos
temáticos e topográficos, predominantemente em escalas pequenas e médias,
em diferentes níveis de unidades administrativas e de planejamento, como
estados, regiões, etc.

Veja os dados secundários no formato vetorial e matricial disponibilizados pelo IBGE


no link a seguir.

ftp://geoftp.ibge.gov.br/

não funcionou...

O IBGE possui levantamentos demográficos censitários, informações


vetoriais dos polígonos dos setores e variáveis do censo demográfico em
tabelas. Essas tabelas constituem o banco de dados do Censo 2010, com
8 Sistema de coleta de dados e fontes de obtenção de dados espaciais

mais de 500 variáveis dispostas em colunas com informações sobre a


renda dos responsáveis pela família, infraestrutura dos domicílios, renda
familiar, etc.
Além dos dados em modelo vetorial e raster, possíveis de serem obtidos no
site do IBGE, há também a possibilidade de extração de dados estatísticos. O
IBGE, assim como a maioria de instituições que disponibilizam dados espa-
ciais, oferece os dados vetoriais nos formatos de extensão DWG/DFX e SHP,
que praticamente todos os programas CAD e SIG reconhecem. Os dados no
formato matricial são disponibilizados geralmente como mapas nos formatos
BMP, JPEG, e PDF. As imagens de satélite podem ser obtidas nos formatos
de arquivo TIF, TIFF ou GeoTIFF.
Os dados estatísticos, também conhecidos como alfanuméricos, podem ser
utilizados conjuntamente aos dados espaciais em modelo vetorial na forma
de atributos. Dessa forma, é possível gerar planos de informação que podem
ser convertidos em raster, em que o valor do atributo fica associado ao pixel.
Essa transformação em um modelo matricial torna-se mais adequada e eficaz
em ambiente SIG.

Acesse o link a seguir e faça o download dos dados estatísticos do IBGE.

ftp://geoftp.ibge.gov.br/

nao funcionou...

Além do IBGE, existem diversas instituições com responsabilidades di-


ferentes, em níveis supranacional, federal, estadual e municipal, que também
servem como fontes de dados secundários. Por exemplo, a Organização das
Nações Unidas (ONU) disponibiliza alguns dados que podem ser úteis em
uma análise global de diversas situações, assim como a Organização Mundial
da Saúde (OMS) também pode servir como fonte de dados secundários para
estudos relacionados à área da saúde, ou a base de dados da previdência social
brasileira, que pode ser útil para a obtenção de de informações relacionadas a
características socioeconômicas e de saúde da população nacional e mundial.
Além disso, existem outras fontes de dados mais específicas, e algumas
estão descritas no Quadro 1, a seguir.
Sistema de coleta de dados e fontes de obtenção de dados espaciais 9

Quadro 1. Fontes de dados

Instituição Link Breve descrição

Serviço Geológico do Brasil cprm.gov.br/ Dados geológicos e


(CPRM) de relevo

Agência Nacional das Águas ana.gov.br/ Dados sobre quan-


(ANA) tidade e quantidade
da água fluviais

Departamento Nacional de dnit.gov.br/ Dados sobre a malha


Infraestrutura e Transportes viária
(DNIT)

Agência Nacional de Energia aneel.gov.br Dados sobre usinas


Elétrica (ANEEL) elétricas

Instituto Nacional de Mete- inmet.gov.br/portal/ Dados sobre o clima


rologia (INMET) e previsões do tempo

Instituto Brasileiro do Meio ibama.gov.br/ Dados relacionados


Ambiente e dos Recursos ao meio ambiente de
Naturais Renováveis (IBAMA) forma geral

Instituto Chico Mendes de icmbio.gov.br/portal/ Dados relacionados a


Conservação da Biodiversi- unidades de conser-
dade (ICMBio) vação da natureza

Existem também sistemas on-line que compilam dados secundários de


diversas fontes que facilitam e podem ser utilizados em processos de geopro-
cessamento, como, por exemplo, o Sistema Ambiental Paulista (DataGEO) e
o Sistema Estadual de Meio Ambiente (IDE-Sisema: WebGis).

O IDE-Sisema:WebGis é um sistema on-line de dados referentes ao estado de Minas Gerais


que pode servir como fonte de dados secundários sobre relevo, hidrografia, vegetação,
sistemas de transporte, energia e telecomunicações, localidades, pontos de referência,
limites, uso e cobertura do solo, entre outras informações. Acesse-o no link a seguir.

https://qrgo.page.link/zntHx

https://idesisema.meioambiente.mg.gov.br/webgis
10 Sistema de coleta de dados e fontes de obtenção de dados espaciais

Metadados

Definição e aplicação
Os metadados são conhecidos popularmente como dados sobre dados ou, em
uma definição mais técnica, metadados são informações descritivas sobre os
dados geográficos. Os metadados têm por objetivo descrever as características,
possibilidades e limitações dos dados geoespaciais utilizando informações
estruturadas e documentadas, facilitando a criação de repositórios de dados. Os
metadados podem ser encontrados pelos usuários por meio de mecanismos de
buscas geográficos ligados a diversos serviços e homepages com este objetivo.

Metadados não são a mesma coisa que arquivos digitais, como os de extensão SHP
ou TIFF, mencionados anteriormente. Metadados podem ser as informações desses
arquivos digitais, como, por exemplo, autor, data de edição ou sistema de referência
cartográfico.

Diante das informações presentes nos metadados, podemos organizar


melhor os nossos projetos e encontrar possíveis erros de incompatibilidade,
como erros de escala, fonte, extensão geográfica, entre outros. Em virtude da
grande quantidade de instituições, no mundo inteiro, envolvidas na produção
e na distribuição de dados geoespaciais, tornam-se necessárias normas para
garantir a comunicação adequada entre sistemas diversos e facilitar a comu-
nicação e o compartilhamento de dados entre diferentes instituições.
Além disso, as informações presentes nos metadados são importantes para
evitar duplicidade da coleta de dados e, assim, evitar desperdícios, facilitar o
compartilhamento e a transferência das informações, viabilizar a integração
de informações, possibilitar o controle de qualidade e garantir os requisitos
mínimos de disponibilização dos dados (BRASIL, 2011).

Principais elementos dos metadados geoespaciais


Entre os padrões mais populares para metadados geoespaciais, destaca-se a
norma ISO 19115:2003 (Geographic information — Metadata), que possui
Sistema de coleta de dados e fontes de obtenção de dados espaciais 11

mais de 300 elementos que permitem definição de perfis e de extensões para


campos específicos de aplicação, dos quais oito são obrigatórios em qualquer
perfil desse padrão.
A norma ISSO 19115:2003 vem sendo adotada por diversos países e
combina aspectos de outros padrões de metadados que a tornam um padrão
universal para armazenamento e distribuição dos metadados geoespaciais.
A partir dessa norma, podem ser formados perfis nacionais de metadados,
como Metadados Geoespaciais do Brasil (MGB), que possuem um conjunto
básico de elementos que retrate as características geoespaciais de uma deter-
minada comunidade e que garanta a sua identificação, avaliação e utilização
consistente (BRASIL, 2011).
Além disso, a utilização de uma norma permite a automatização da geração
de metadados realizadas por softwares que possam realizar comparações entre
metadados e que os metadados gerados em outro lugar do mundo possam
contribuir com metadados produzidos no Brasil, por exemplo.
O perfil MGB, elaborado pelo Comitê de Estruturação de Metadados
Geoespaciais (CEMG), contém elementos obrigatórios a serem preenchidos
durante a catalogação dos metadados, opcionais ou condicionais (PEREIRA,
2017). O perfil MGB sumarizado pode ser observado no Quadro 2.

Quadro 2. Perfil MGB sumarizado

Entidades e elementos do Núcleo de Metadados


do Perfil MGB sumarizado

Entidade/ Entidade/
elemento Obrigatoriedade elemento Obrigatoriedade

1. Título Obrigatório 6. Código de Condicional


caracteres do CDG

2. Data Obrigatório 7. Categoria Obrigatório


temática

3. Responsável Obrigatório 8. Resolução Opcional


espacial

4. Extensão Condicional 9. Resumo Obrigatório


geográfica

5. Idioma Obrigatório 10. Formato de Obrigatório


distribuição

(Continua)
12 Sistema de coleta de dados e fontes de obtenção de dados espaciais

(Continuação)

Quadro 2. Perfil MGB sumarizado

Entidades e elementos do Núcleo de Metadados


do Perfil MGB sumarizado

Entidade/ Entidade/
elemento Obrigatoriedade elemento Obrigatoriedade

11. Extensão tem- Opcional 17. Nome padrão Opcional


poral e altimétrica de metadados

12. Tipo de repre- Opcional 18. Versão Opcional


sentação espacial da norma de
metadados

13. Sistema de Obrigatório 19. Idioma dos Condicional


referência metadados

14. Linhagem Opcional 20. Código de Condicional


caracteres dos
metadados

15. Acesso on-line Opcional 21. Responsável Obrigatório


pelos metadados

16. Identificador Opcional 22. Data dos Obrigatório


metadados metadados

23. Status Obrigatório

Fonte: Adaptado de Brasil (2011).

São 11 elementos obrigatórios (título, data, responsável, idioma, ca-


tegoria temática, resumo, formato de distribuição, sistema de referência,
responsável pelos metadados, data dos metadados, status), suficientes para
fornecer informações básicas sobre os dados e buscá-los dentro do catálogo
de metadados.
Para que as normas sejam atendidas e para que todos os dados geoes-
paciais produzidos e existentes nas instituições brasileiras sejam catalo-
gados, integrados e harmonizados, a Infraestrutura Nacional de Dados
Espaciais (INDE) cataloga-os por meio dos metadados publicados por
essas instituições.
Dessa forma, para que os metadados escritos segundo o perfil MGB pos-
sam alcançar os propósitos para os quais foram criados, o software livre e de
Sistema de coleta de dados e fontes de obtenção de dados espaciais 13

código aberto GeoNetwork pode ser utilizado. Esse software é um catálogo


de metadados livre, inicialmente distribuído pela FAO/ONU, que foi adaptado
para atender as necessidades brasileiras.
O GeoNetwork é a ferramenta recomendada para carga e gestão de me-
tadados geoespaciais para implantação da INDE. Segundo o site da INDE,
entre as principais características do catálogo, estão:

 a utilização de protocolos e ferramentas que permitem a implantação


de uma rede distribuída de metadados entre diferentes nós participantes
de uma rede;
 a implementação de níveis de segurança permitindo a definição de grupos e
papéis e seus privilégios para edição, consulta e disseminação de metadados;
 uma interface globalizada, que permite o acesso aos metadados nos
idiomas português brasilero, inglês e espanhol;
 a recuperação dos metadados através de mecanismos de busca avançada,
que permitem a busca por elementos como as categorias de informação
(por exemplo, solos, altimetria, vegetação, etc.), retângulo envolvente
do produto documentado, palavra-chave, etc.;
 a carga e exibição de metadados nos principais padrões internacionais:
ISO-19115/ 19139, FGDC e Dublin-Core;
 a adesão a padrões de serviços OGC (Open Geospatial Consortium).

Para conhecer o catálogo de metadados do INDE, acesse o link a seguir.


pág. de
login..,
https://qrgo.page.link/VB6xi

https://metadados.inde.gov.br/geonetwork/srv/por/catalog.signin?node=srv&failure=true

Open Geospacial Consortium


O OGC é um consórcio internacional com mais de 530 empresas, agências
governamentais, organizações de pesquisa e universidades com o intuito de
tornar informações e serviços geoespaciais acessíveis, reutilizáveis, locali-
záveis e interoperáveis.
O OGC define padrões para que serviços e produtos possam ser utilizadas
independentemente da plataforma, descrevendo modelos básicos para caracte-
14 Sistema de coleta de dados e fontes de obtenção de dados espaciais

rísticas geográficas em mais de 30 padrões, dentre eles, o Web Map Services


(WMS) e o Web Feature Service (WFS).
O padrão WMS foi desenvolvido pelo OGC em 1999 para imagens de mapas
georreferenciadas na internet que são apenas representação visual dos dados
espaciais, e não os dados propriamente ditos. Essas imagens geralmente estão
nos formatos PNG, GIF, JPEG, entre outros, ou ainda em formato vetorial,
como SVG e WebCGM.
O padrão WFS fornece uma interface que permite solicitações de recursos
geográficos na Web usando chamadas independentes da plataforma, como,
por exemplo, o código-fonte de um mapa. Enquanto a interface WMS retorna
apenas uma imagem, o padrão WFS pode fornecer arquivos em formatos com
transporte de recursos geográficos, como shapefiles.

Acesse o site do OGC no link a seguir.

https://qrgo.page.link/EvyA8

https://www.ogc.org/

BRASIL. Ministério do Planejamento e Gestão. Comissão Nacional de Cartografia. Perfil


de metadados geoespaciais do Brasil - perfil MGB. 2. ed. Rio de Janeiro: CEMG-CONCAR,
2011. Disponível em: https://www.concar.gov.br/pdf/111@Perfil_MGB_homologado_
nov2009_v1.pdf. Acesso em: 1 nov. 2019.
FERREIRA, N. C. Apostila de sistema de informações geográficas. Goiânia: Centro Federal
de Educação Tecnológica do Estado de Goiás, 2006. Apostila Elaborada para a Dis-
ciplina Sistema de Informações Geográficas da Coordenação da Área de Geomática.
Disponível em: http://www.faed.udesc.br/arquivos/id_submenu/1414/apostila_sig.
pdf. Acesso em: 6 nov. 2019.
LEAL NETO, O. B. Transformações digitais georreferenciadas. Prodemge, v. 15, n. 19, p.
56-57, 2018. Disponível em: https://www.prodemge.gov.br/images/com_arismartbook/
download/25/revista_19.pdf. Acesso em: 6 nov. 2019.
Sistema de coleta de dados e fontes de obtenção de dados espaciais 15

PEREIRA, E. G. S. Considerações sobre os metadados geoespaciais na geografia. 2017.


Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Geografia) - Curso de Geografia,
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017. Disponível em: http://www.tcc.sc.usp.br/
tce/disponiveis/8/8021104/tce-20122018-121929/?&lang=br. Acesso em: 1 nov. 2019.
SILVA, M. S. Sistemas de informações geográficas: elementos para o desenvolvimento de
bibliotecas digitais geográficas distribuídas. 2006. Dissertação (Mestrado em Ciência
da Informação) - Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista,
Marília, 2006. Disponível em: https://www.marilia.unesp.br/Home/Pos-Graduacao/
CienciadaInformacao/Dissertacoes/santos_ms_me_mar.pdf. Acesso em: 6 nov. 2019.

Os links para sites da Web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu
funcionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto,
a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre
qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
_C.2_ Dica do professor
Informações geoespaciais são todas aquelas referenciadas no espaço que estão presentes na vida
cotidiana. Como, por exemplo, as imagens da Terra obtidas por satélite, os dados cartográficos e
topográficos que representam o território, as redes de estradas e ferrovias, a distribuição da
população e suas variáveis socioeconômicas. Toda essa informação sobre o território brasileiro
está reunida em um único local.

Na Dica do Professor, você vai conhecer a Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE).

https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/
c91aa3dd88379a19fe0377f4960638c1

4 min

[VIDEO TRANSCRIPT] C.2 INFRAESTRUTURA


NACIONAL DE DADOS ESPACIAIS (INDE)

A infraestrutura Nacional de dados espaciais, INDE, foi concebida com um


propósito de catalogar, integrar e harmonizar dados geoespaciais produzidos,
mantidos e geridos nas instituições do governo brasileiro, de modo que
possam ser facilmente localizados e explorados em suas características e
acessados para os mais variados fins por qualquer usuário com acesso à
internet.

A catalogação dos dados geoespaciais na INDE é feita mediante seus


respectivos metadados, pelos próprios produtores e / ou gestores dos dados.

A INDE foi instituída pelo decreto nº 6.666 de 27 de novembro de 2008 com os


principais objetivos:
> Promover o adequado ordenamento na geração, armazenamento, acesso,
compartilhamento, disseminação e uso dos dados geoespaciais.
> Promover a utilização na produção dos dados geoespaciais pelos órgãos
públicos das esferas federal, estadual, distrital e municipal dos padrões e
normas homologados pela Comissão Nacional da Cartografia, a CONCAR.
> Evitar a duplicidade de ações e o desperdício de recursos na obtenção de
dados geoespaciais por meio de divulgação da documentação dos dados, dos
metadados disponíveis nas entidades e nos órgãos públicos das esferas
federal, estadual, distrital e municipal.

Para o planejamento das ações da INDE, foi elaborado o instrumento norteador


do projeto da implantação: o plano de ação da INDE: sob a coordenação de um
comitê especializado da CONCAR, o Comitê de Planejamento da Infraestrutura
Nacional de Dados Espaciais (CINDE), que reuniu 110 membros representantes de
26 organizações brasileiras, sendo 22 ligadas ao governo federal, três
secretarias estaduais e uma universidade. O plano resultante foi homologado
pela CONCAR e publicado em janeiro de 2010.
A INDE é gerida pelo Ministério da Economia e Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística, o IBGE, que, além de sua gestão, também atua para:
> Construir, disponibilizar e operar o Portal Brasileiro de Dados
Geoespaciais;
> Gerir o Diretório Brasileiro de Dados Geoespaciais (DBDG);
> Divulgar os procedimentos para acesso eletrônico aos repositórios
distribuídos de dados e metadados; e
> Apresentar as propostas dos recursos necessários para implantação e
manutenção da INDE.

Em seu site, www.inde.gov.br, a INDE possui:


> Área para visualizador de mapas;
> Catálogos de metadados e geoserviços; e
> Área de download de dados geoespaciais.

Lá, você vai encontrar dados e metadados geoespaciais de diversas


instituições brasileiras como:
> do IBGE
> dos Ministérios brasileiros
> da Agência Nacional das águas entre outros.
_C.2_ Exercícios
1) Sabe-se que existem diversas formas de levantamento de dados geográficos, uma dessas
formas é considerada como fonte de dados primários.

Sobre esse tipo de dado, escolha a alternativa que melhor o defina:

A) Dados primários são dados já coletados por outras fontes, como centros de pesquisa, órgãos
públicos e privados, entre outras, mediante objetivo distinto ao do autor do trabalho.

B) Dados primários são oriundos da coleta e da produção direta do dado, desempenhadas pela
pessoa que está realizando o trabalho.

C) Dados primários são os primeiros dados coletados em um trabalho de geoprocessamento.

D) Dados primários são informações sobre dados geográficos, como, por exemplo, local e data
da coleta, escala, entre outras.

E) Dados primários são dados coletados por meio de organizações não governamentais (ONGs).

Gab B = Os dados primários são aqueles coletados durante a pesquisa/trabalho


pelo próprio autor ou sua equipe, no intuito de satisfazer seus objetivos.

Os dados secundários são dados já existentes, organizados e coletados por


qualquer outro motivo diferente do atual.

Os metadados são informações sobre os dados, como, por exemplo, escala,


sistema de coordenadas geográficas, entre outras.
2) Muitas vezes, diante da realização de trabalhos em grandes extensões territoriais, torna-se
necessária a coleta de dados por meio de amostras. Basicamente, essas amostras podem ser
coletadas mediante os princípios aleatório, sistemático ou estratificado.

Assinale a alternativa a seguir que apresenta a definição correta de um desses sistemas de


amostragem.

A) Amostragem aleatória consiste na coleta de informação em pontos específicos,


predeterminados anteriormente no início da coleta.

B) Amostragem sistemática consiste na coleta de informações em pontos tomados ao acaso da


área de interesse.

C) Amostragem aleatória consiste na composição da área em áreas menores, homogêneas, em


que as amostras são tomadas de forma aleatória.

D) Amostragem estratificada consiste na determinação de áreas menores, chamadas de estratos,


em que as amostras são coletadas de forma aleatória.

E) Amostragem estratificada consiste na coleta de informação em pontos aleatórios da área de


interesse, todos os pontos de coleta têm a mesma probabilidade de serem escolhidos ao
acaso.

GAb D = O princípio da amostragem estratificada é baseado na divisão do


subconjunto em subpopulações distintas, definidas de acordo com um critério
específico que objetiva minimizar a variabilidade dentro dessas
subpopulações. Essas subpopulações são denominadas estratos, nos quais,
dentro de cada um, realiza-se a distribuição das unidades amostrais de
forma aleatória.

A amostragem realizada de forma aleatória preconiza que cada ponto de


obtenção da informação tenha a mesma probabilidade de ser escolhido.

A amostragem sistemática determina que cada ponto de amostragem seja


espaçado em intervalos regulares de distância, por exemplo, dados coletados
a cada 5 km. Consiste em selecionar unidades de amostra a partir de um
esquema preestabelecido, com propósito de obter um modelo simples e
uniforme.
3) Os metadados geográficos são caracterizados por apresentar informações sobre os dados a
serem utilizados.

A seguir, assinale a alternativa que apresenta um metadado geográfico.

A) Latitude.

B) Longitude.

C) Altitude.

D) Radiância.

E) Responsável.

Gab E = Responsável é uma informação sobre os dados que auxilia na


organização, identificação e distribuição dos dados, portanto, é considerado
um metadado geográfico.

Latitude, longitude, altitude e radiância são medidas físicas.


4) O perfil de Metadados Geoespaciais do Brasil (MGB) conta com um conjunto básico de
elementos que garante a identificação, avaliação e utilização consistente dos dados
geográficos. Esse perfil estabelece 12 entidades/elementos obrigatórios de metadados para
sua composição.

Assinale a alternativa que apresenta um metadado obrigatório segundo o perfil MGB


sumarizado.

A) Resolução espacial.

B) Data. elm = Cuidado, conf. Quadro 2, "Idioma" é


obrigatório, mas "Idioma dos Metadados" é
condicional... (Mas, qual seria a diferença
C) Idioma dos metadados.
entre os dois?)

D) Linhagem.

E) Tipo de representação espacial.

Gab B = A data é considerada um metadado obrigatório segundo o perfil MGB


sumarizado.

As entidades/elementos de resolução espacial, linhagem e tipo de


representação espacial são opcionais.

O idioma dos metadados é condicional.


5) Independentemente da utilização de dados primários e/ou dados secundários, o processo de
aquisição dos dados envolve organização, precisão técnica e ética para que não haja
problemas nas etapas de geoprocessamento.

Assinale a alternativa a seguir que apresente a correta definição de um desses três


elementos.

A) A precisão técnica envolve apenas o desenvolvimento metodológico para obtenção dos


dados.

B) A organização envolve a seleção dos dados que serão utilizados no trabalho, evitando utilizar
dados redundantes e dados escolhidos erroneamente.

C) A precisão técnica envolve o levantamento de quaisquer fontes que garantam a obtenção de


dados espaciais, manipulando os dados quando possível.

D) A ética trata-se do uso irrestrito de dados secundários, sem o referenciamento das fontes
originais do levantamento do dado e sem a aplicação da precisão técnica no levantamento de
dados primários.

E) A organização diz respeito à utilização de dados obtidos por meio dos metadados geográficos.

Gab B = A organização envolve a correta seleção dos dados que serão


utilizados no trabalho, evitando, assim, que se utilizem diferentes dados
com a mesma informação e haja uma análise redundante de dados incorporados
erroneamente no banco de dados final, por exemplo.

A precisão técnica envolve o desenvolvimento da metodologia a ser aplicada


na obtenção dos dados primários, com o correto manuseio dos equipamentos de
coleta até a correta aplicação dos métodos. Levando em consideração fontes
de dados secundários, a precisão técnica envolve o levantamento de quaisquer
fontes que garantam a correta obtenção de dados espaciais exatamente ou
muito próximos dos objetivos que se têm de acordo com sua estrutura, escala,
projeção e tipo de dado, por exemplo.

A ética trata-se do atendimento das restrições de uso de dados secundários,


correto referenciamento das fontes originais do levantamento do dado e
aplicação correta da precisão técnica, sem manipulação no levantamento de
dados primários.
_C.2_ Na prática
Os dados geográficos nada mais são do que informações georreferenciadas de um determinado
local. Esses dados ajudarão no entendimento de um processo que ocasionará uma tomada de
decisão. Mas sempre que se realizar um trabalho prático na área de geoprocessamento se
devem levantar dados primários? É possível utilizar dados secundários na realização do trabalho?
Ou, ainda, será possível combinar as duas fontes de dados?

Confira um estudo de caso em que dados secundários e primários foram utilizados para uma
tomada de decisão.

UTILIZAÇÃO DE DADOS PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS

Júlia é uma consultora ambiental que trabalha no monitoramento da água de


pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).

Por meio dos dados da Agência Nacional das Águas (ANA), Júlia monitora três
PCHs em um mesmo rio, a montante e a jusante de cada uma delas.

Júlia percebeu que o parâmetro que determina a quantidade de oxigênio


dissolvido na água está com valores fora do padrão na montante de duas PCHs.

Com o intuito de fazer uma modelagem


geoestatística do rio, ela pediu à equipe de campo
que fizesse mais seis coletas ao longo do rio e
analisasse as amostras.

A coleta foi feita nos seguintes pontos:

Depois de combinar os dados secundários, provenientes da ANA, com os dados


primários, coletados pela equipe de campo, Júlia foi capaz de modelar a
quantidade de oxigênio dissolvido ao longo do rio.
Assim, verificou que havia um derramamento ilegal de esgoto doméstico em um
ponto específico (em vermelho):

Dessa forma, a partir do levantamento e do cruzamento de dados primários e


secundários, Júlia tomou providências legais para a solução do problema.
_C.2_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Dados primários e secundários


Neste vídeo, você vai saber a diferença entre as origens dos dados (primários e secundários) e suas
principais características.
breve e bom relato -
foca área da Saúde.
https://youtu.be/ZXW-aF2tuw0 3 min

Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE)


Neste link, você vai saber mais sobre o planejamento da INDE e os principais conceitos de uma
infraestrutura de dados espaciais.

https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/1034/904

pdf 2018 14p

Perfil MGB
Neste manual, você encontrará desde o histórico até o conteúdo do perfil de
metadados geográficos do Brasil: o perfil MGB.
https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=2101802

livro IBGE 2021 110p

"Apresentação
O presente documento apresenta a nova versão do Perfil de Metadados Geoespaciais do Brasil -
Perfil MGB 2.0, resultante de um esforço conjunto entre o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística - IBGE e a Diretoria de Serviço Geográfico do Exército Brasileiro - DSG,
realizado no período de 2019 a 2021.
A atualização do Perfil MGB teve como principal objetivo sua compatibilização com a norma
internacional de referência mais recente, ISO 19115-1:2014, decorrente da atualização da
norma ISO 19115:2003 na qual se baseou a versão anterior, o Perfil MGB 2009. O propósito é
que os produtores de geoinformação do Brasil possam dispor de um
documento de referência condizente com o atual estado da arte na padronização de metadados
geoespaciais.
O trabalho de atualização do Perfil MGB observou os seguintes princípios norteadores: ..."

"Introdução
Os metadados associados à geoinformação sempre fizeram parte da entrega de produtos
elaborados a partir de dados geoespaciais. Um exemplo clássico é a carta topográfica do
mapeamento sistemático, com seu tradicional rodapé ou guarda-mão, apresentando dados sobre os
dados representados na carta. São exemplos desses
dados: quem foi o produtor da carta, quando foi o voo fotogramétrico, qual a abrangência
espacial da carta, entre outros.
Mais recentemente, com a crescente digitalização da Cartografia a partir dos anos 1980, e a
criação do termo geoinformação, foi que esses dados acessórios passaram a ser denominados
metadados. Segundo Casanova e outros (2005), os metadados são dados sobre dados necessários
ao gerenciamento da própria informação descrita por esses metadados.
O surgimento e popularização das Infraestruturas de Dados Espaciais - IDEs despertou a
necessidade de se padronizar a ..."
"... Em 2019, o Comitê Técnico da Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais - Cinde
identificou a necessidade de modernizar o arcabouço normativo brasileiro a fim de contemplar
as atualizações ocorridas nos últimos anos. Nesse contexto, surgiu o Projeto de Atualização
do Perfil MGB, com o objetivo de entregar dois produtos à comunidade de geoinformação do
Brasil: o Perfil MGB 2.0, apresentado neste documento; e os esquemas XML do Perfil MGB 2.0,
para uso em sistemas de gerenciamento de metadados adotados no Diretório Brasileiro de Dados
Geoespaciais - DBDG.
Recomenda-se que os metadados já publicados sejam gradualmente convertidos para o novo
Perfil, de forma a alinhar o vocabulário da comunidade brasileira de geoinformação. Ademais,
recomenda-se a atualização das demais normas e procedimentos que apontam para a versão
anterior.
Apresenta-se, a seguir, o Perfil MGB 2.0, ..."

"... O objetivo principal do Perfil MGB 2.0 é o estabelecimento de uma estrutura comum para
descrever a geoinformação produzida no Brasil, de acordo com o estado da arte de
documentação de metadados geoespaciais. Essa estrutura comum é composta de um vocabulário
padronizado inicialmente apresentado nas normas internacionais,
mas adaptado para a realidade nacional a partir das experiências alcançadas em mais de 10
anos da INDE. ..."

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS


CONCAR. Perfil de metadados geoespaciais do Brasil (Perfil MGB). 2009.
INDE. Apresentação. Disponível em: <https://inde.gov.br/Inde/Apresentacao>. Acesso em: 30
outubro 2019.
PASSEI DIRETO. Geografia Aula 11. Disponível em: <https://www.passeidireto.com/
arquivo/57199312/geografia-aula-11>. Acesso em: 30 outubro 2019.
PEREIRA, E. G. S. Considerações sobre os metadados geoespaciais na geografia. 2017. Trabalho
de conclusão de curso (Bacharelado em Geografia) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017.
Banco de imagens Shutterstock.
SAGAH, 2019
Aula C.3
TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO - A (2024.FEV)
1.1 - Introdução aos trabalhos topográficos
1.2 - Instrumentos de medição
2.1 - Conceitos fundamentais de topografia I
2.2 - Conceitos fundamentais de topografia II
3.1 - Conceitos e noções de Cartografia
3.2 - Cartografia: interpretação e estudos da base cartográfica
4.1 - Introdução ao Geoprocessamento
4.2 - Sistema de posicionamento global (GPS)
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Conceitos básicos de sensoriamento remoto e geoprocessamento
__ C.2 Sistema de coleta de dados e fontes de obtenção de dados espaciais
__ C.3 Sistemas de informações geográficas, dados de entrada e avaliação dos
resultados
__ C.4 Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos
e demandas ambientais

_C.3_ Sistemas de informações geográficas, dados de


entrada e avaliação dos resultados
Apresentação
O Sistema de Informações Geográficas (SIG) revolucionou a forma de analisar o espaço geográfico,
potencializando as análises, o tempo e os resultados obtidos. Os dados geoespaciais são utilizados
sob diferentes formas, estruturas e temáticas, os quais são inseridos e manipulados em ambiente
SIG para diversos segmentos e aplicações, como planejamento, meio ambiente, gestão pública,
transporte, mobilidade, logística, geomarketing, entre outras. Os SIGs são ferramentas que, com
muita eficência, proporcionam o entendimento das dinâmicas e processos de diferentes fenômenos
que ocorrem na superfície terrestre.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender sobre os dados geoespacias, suas diversas
utilizações, inserção e manipulação em ambiente SIG, além de adquirir conhecimentos para
elaboração de mapas temáticos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Listar vantagens, desvantagens e casos de utilização de dados matriciais e vetoriais.


• Desenvolver a inserção e manipulação de dados espaciais e seus atributos tabulares em
ambiente SIG.
• Aplicar os conhecimentos para a elaboração de mapas digitais em ambiente SIG.

Avaliação da aula. Regular. Assinalada opções: - Precisei pesquisar mais. - Vídeo


muito curto. - Links do Saiba + não abrem.
_C.3_ Desafio
A sobreposição de diversos mapas temáticos para geração de mapas de síntese foi facilitada pelo
Sistema de Informações Geográficas (SIG), proporcionando rapidez e consistência nos resultados.
Esse método possibilita avaliar conflitos e cenáros possíveis para os objetos ou fenômenos
analisados.

Você trabalha como analista de geoprocessamento na Secretaria de Meio


Ambiente Estadual, no setor de fiscalização.

Hoje pela manhã, recebeu a seguinte demanda:

Analisar se a expansão da cidade, nesse caso de ocupações irregulares, está


adentrando uma Unidade de Conservação (UC) de Proteção Integral vizinha a
essa ocorrência.

Sabe-se que, para analisar esse fato, será necessário sobrepor algumas camadas de dados e
informações para avaliar a existência ou não desse conflito de uso do solo e, assim, orientar a
equipe que irá a campo. Com a finalidade de analisar a existência ou não desse tipo de conflito de
uso do solo em determinada localidade, responda as questões a seguir:

a) Quais camadas de dados espaciais devem ser sobrepostas para identificar se a ocupação urbana
está adentrando a UC de Proteção Integral?

b) Como sua análise subsidiará a tomada de decisão do poder público?

elm = a) Camada de uso e ocupação do solo da cidade, camada da ocupação irregular, camada da
Unidade de Conservação UC de Proteção Integral vizinha ; b) A avaliação espacial poderá
evidenciar se a ocupação está adentrando a UC.

Padrão de resposta esperado

a) As camadas de dados espaciais que devem ser sobrepostas são o limite da UC


de Proteção Integral e o mapeamento das ocupações urbanas (que pode ser
obtido por interpretação de imagens recentes e verificação em campo). O
analista deve interpretar se há ou não ocupações urbanas dentro do limite da
UC e identificar qual o seu tipo. Neste caso, é possível analisar visualmente
num primeiro momento e, posteriormente, utilizar uma ferramenta de
intersecção do Sistema de Informação Geográfica para delimitar a
correspondência de área dentro da UC ou validar a inexistência desse avanço.

b) Caso a análise evidencie o avanço das ocupações para dentro da UC de


Proteção Integral, após verificação do caso em campo e tomadas as devidas
providências de assistência social, o poder público precisa providenciar a
sua remoção integral, pois essa categoria de UC não permite esse tipo de uso.
Caso não sejam identificadas ocupações irregulares dentro da unidade, o poder
público deve fazer o acompanhamento e a fiscalização dessa área para conter
seu avanço.
_C.3_ Infográfico
O Sistema de Informações Geográficas (SIG) oferece uma diversidade de aplicações, mas, para isso,
deve ter integrado diversos componentes que estejam diretamente relacionados com a sua
utilização e o alcance dos resultados desejados.

No Infográfico a seguir, você vai observar quais são as características do SIG e como ele está
estruturado para gerar benefícios nas análises espaciais.

SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS (SIG)

O Sistema de Informações Geográficas depende de


alguns componentes para ser executado,
possibilitando a análise dos dados e geração de
informações, fornecendo, assim, subsídios [...?]

Dados Geoespaciais
Os dados, sejam da estrutura vetorial, matricial
ou alfanuméricos, quando dispersos, oferecem
pouco conhecimento sobre os fenômenos e dinâmicas
da superfície terrestre.

Sistema de Informações Geográficas


coleta, armazena, analisa, manipula os dados geoespaciais e gera novos dados
e informações.

Informação (*)
A partir da análise dos dados geoespaciais,
são geradas novas informações que podem ser
representadas em um mapa final, apresentando
os resultados da análise.

(*) Diferença entre dado e informação:


> Dado é conhecimento bruto que necessita ser tratado e analisado.
> Informação é gerada a partir da interpretação dos dados, que apresenta um
resultado.
Exemplo:
Dado: data de nascimento (03/08/1989);
Informação: idade (XX anos).
Subsídio para Tomada de Decisão
Um dos grandes objetivos do SIG é oferecer análises e considerações sobre
os dados que favoreçam a tomada de decisões pelos gestores e empresários,
entre outros.

BENEFÍCIOS DAS ANÁLISES:

> Agilidade dos processos


> Análise da situação do espaço geográfico
> Estabelecimento de cenários baseados na tendência dos dados geoespaciais
_C.3_ Conteúdo do livro
Os Sistemas de Informações Geográficas são fundamentais para a coleta, a manipulação, a análise e
o armazenamos dos dados e informações sobre a superfície terrestre. No entanto, para isso, é
necessário ter o domínio desse poderoso instrumento, associado aos conhecimentos de cartografia
e geoprocessamento para aplicação e utilização correta das ferramentas de análise e produção dos
mapeamentos.

No capítulo Sistemas de informações geográficas, dados de entrada e avaliação dos resultados, da


obra Geoprocessamento, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você irá conhecer as
estruturas de dados utilizadas no SIG, suas vantagens e desvantagens e suas aplicações. O capítulo
também apresenta uma abordagem prática da forma de inserção e manipulação dos dados espaciais
no SIG, por meio da utilização do Qgis, exemplificando algumas ferramentas de análise espacial.
Além disso, você prenderá a aplicar os principais conhecimentos adquiridos para elaboração de
mapas digitais e no consumo de produtos cartográfcos pela Internet.
[iuMÃR1o l
Conceitos de cartografia e geodésia .......................................................... 11
Nata/ia de Souza Pelinson
Histórico da evolução da cartografia ........................................................................................................ 12
Conceitos e aplicações da cartografia e da geodésia .................................................................... 18
Formas de represen tação cartográfica.................................................................................................... 27

Siste ma de posicionamento global (GPS) ............................................... .37


Nata/ia de Souza Pelinson
Fundamentos da navegação por satélite .............................................................................................. 37
Sistemas de navegação g lobal por satélite ..........................................................................................45
Determinação do posicionamento por GNSS ................................................................................ ..54

Sistema de referência geodésico, sistema de coordenadas


UTM e coordenadas topográficas ...............................................................67
Franciane Mendonça dos Santos
Sistemas de coordenadas e métodos de projeção .........................................................................68
Vantagens e desvantagens da utilização de diferentes sistemas de coordenadas .........82
Formas de posicionamento e realização de medições de objetos
nos diferentes sistemas de coordenadas ..........................................................................................85

Conceitos básicos de sensoriamento remoto e geoprocessamento ....91


Luiz Felipe Ramalho de Oliveira
Interações entre radiação eletromagnética e Terra.........................................................................92
Satélites e resoluções ..........................................................................................................................................96
Geoprocessamento e sistema de informações geográficas .................................................. 103

1 Sistema de coleta de dados e fontes de obtenção 1


de dados espaciais ......................................................................................... 107
Luiz Felipe Ramalho de Oliveira
Geração de dados p rimários e consumo de dados secundários ........................................ 108
Fontes de base de dados para geoprocessamento ...................................................................... 111
Metadados ............................................................................................................................................................... 116

Processamento dig ital de imagens .......................................................... 123


Luiz Fe/ipe Ramalho de Oliveira
Possíveis correções das imagens de satélites................................................................................... 124

L Tratamento de imagens digitais ................................................................................................................ 131


SPRING e as principais técnicas de realce e classificação.......................................................... 138

Fotogrametria e fotointerpretação .......................................................... 147


Letícia Robert a Amaro Trombeta
Fotogrametria e o bservação de terreno ............................................................................................. 147
Escalas e cá lculo da área de recobrimento em fotografias aéreas ..................................... 155
Elementos para interpretação de imagens ...................................................................................... 158

Modelo digital do terreno ........................................................................... 165


Letícia Roberto Amaro Trombeta
Conceitos fundamentais................................................................................................................................ 165
O btenção de um mo delo digita l do terreno .................................................................................... 171
Principais aplicações dos modelos digitais do terreno............................................................... 176

Sistemas de informações geográficas, dados de entrada


e avaliação dos resultados .......................................................................... 181
Letícia Roberto Amaro Trombeta
Os dados geoespaciais.................................................................................................................................... 182
Funcionalidades em ambiente SIG ......................................................................................................... 191
A era dos mapas d igitais ................................................................................................................................ 191 I
Sistemas de informações
geográficas, dados de
entrada e avaliação
dos resultados
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Listar vantagens, desvantagens e casos de utilização de dados ma-


triciais e vetoriais.
 Desenvolver a inserção e manipulação de dados espaciais e seus
atributos tabulares em ambiente SIG.
 Aplicar os conhecimentos para a elaboração de mapas digitais em
ambiente SIG.

Introdução
O sistema de informação geográfica (SIG) é um instrumento que permite
múltiplas análises espaciais para o entendimento das dinâmicas e dos
processos de fenômenos e elementos da superfície terrestre, facilitando
e agilizando a produção de mapas que apresentam os resultados alcan-
çados. Essas novas tecnologias empregadas, sobretudo o SIG, mudaram
paradigmaticamente a forma de produzir e gerenciar os dados espaciais
e, consequentemente, a cartografia.
Neste capítulo, você vai entender sobre as diferenças entre os dados
geoespaciais e as suas estruturas, relacionando-os com sua utilização
nos SIGs, bem como vai identificar as vantagens e desvantagens entre os
dados vetoriais e matriciais. Assim, você vai conhecer os diferentes tipos
de dados espaciais e suas representações, vai ver a aplicação de algumas
ferramentas básicas e rotineiras de análise espacial no SIG e, por último,
vai aprender sobre algumas aplicações para elaborar mapas digitais.
2 Sistemas de informações geográficas, dados de entrada e avaliação dos resultados

Os dados geoespaciais
Com o advento da revolução tecnológica, a cartografia analógica evoluiu e alcan-
çou novos patamares, agora elaborada por várias funcionalidades digitais, desde
a concepção dos dados geoespaciais até sua análise e elaboração de mapas finais.
Essa evolução permitiu o desenvolvimento dos sistemas de informações geo-
gráficas (SIGs), do inglês geographic information system (GIS), que têm propor-
cionado novos processos e formas de análise dos dados geoespaciais, aumentando
a produtividade e a eficiência em diversos trabalhos de diferentes segmentos.
O SIG, portanto, permite a integração entre cinco componentes básicos:
o hardware, o software, os dados geoespaciais, as análises e as pessoas, os
quais são dependentes uns dos outros.
Fitz (2008, p. 23) define o SIG como:

[...] um sistema constituído por um conjunto de programas computacionais,


o qual integra dados, equipamentos e pessoas com o objetivo de coletar,
armazenar, recuperar, manipular, visualizar e analisar dados espacialmente
referenciados a um sistema de coordenadas conhecido.

De acordo com Câmara e Queiroz (2004), há pelo menos três maneiras de


utilizar um SIG, as quais são convergentes e não divergentes:

 como ferramenta para produção de mapas;


 como suporte para análise espacial de fenômenos;
 como um banco de dados geográfico, com funções de armazenamento
e recuperação de informação espacial.

A vinculação do SIG com um banco de dados variado e atualizado é essen-


cial para explorar toda a capacidade do sistema e obter resultados satisfatórios.
É importante destacar que o SIG é uma técnica e um instrumento dentro do
geprocessamento, que é mais abrangente e pode ser empregado com ou sem o
uso de tecnologias (hardware e software). Segundo Fitz (2008, p. 24), “[...] o
Geoprocessamento é uma tecnologia, ou mesmo um conjunto de tecnologias,
que possibilita a manipulação, a análise, a simulação de modelagens, etc”.
Com isso, o SIG é uma das grandes potencialidades das geotecnologias,
com seus produtos vinculados ao espaço físico, podendo trabalhar fenômenos
climáticos, humanos, sociais, econômicos, entre outros, com aplicações no
planejamento, na gestão, no monitoramento, manejo, na caracterização de
espaços urbanos e rurais, etc. (FITZ, 2008).
Sistemas de informações geográficas, dados de entrada e avaliação dos resultados 3

Outra aplicação que foi facilitada por esses sistemas é a sobreposição dos
dados geoespaciais, de diversas temáticas, para comparações, correlações e
geração de mapas de síntese. A sobreposição em ambiente SIG é realizada de
forma mais rápida e permite a análise de um montante de dados bastante grandes.
Salienta-se que o SIG opera com dados geoespaciais, que são aqueles que têm
referência espacial, ou seja, estão associados a um sistema de coordenadas geo-
gráficas conhecidas ou georrefenciadas. Caso o dado não tenha suas coordenadas
atribuídas, deverá passar pelo processo de georreferenciamento no próprio SIG.
Embora o SIG tenha trazido muitas vantagens, nenhum software é capaz de
substituir a inteligência do analista, o qual tem a responsabilidade de estabelecer
os parâmetros para processar os dados geoespaciais. Para isso, é necessário
que o analista tenha pleno conhecimento das ferramentas e dos processos de
análise espacial, bem como dos seus conceitos e definições.
Um desses conhecimentos refere-se à estruturação dos dados para serem
utilizados no SIG, com o estabelecimento de estruturas ideais para cada
variável ou fenômeno da superfície terrestre que esteja sendo representado.
Confira, a seguir, os dados utilizados e manipulados pelas tecnologias de
geoprocessamento de acordo com o IBGE (2019).

 Dados de referência e cadastrais: dados digitais com a referência


espacial armazenada em formato de coordenadas, podendo ser vetorial
ou matricial. Seus atributos não gráficos são armazenados em um
banco de dados.
 Dados temáticos: são representados por estrutura vetorial ou matricial,
relacionados aos temas que serão analisados no SIG.
 Rede: são parte dos dados de referência e temáticos que são armaze-
nados em forma de coordenadas vetoriais, com tipologia arco-nó. Seus
atributos não gráficos guardados em um banco de dados.
 Imagens de sensoriamento remoto: são armazenados em representação
matricial, utilizados para mapeamentos de referência e mapeamentos
temáticos e obtidos por sensores remotos, como as imagens de satélites
e fotografias aéreas e terrestres.
 Dados tabulares: são dados associados ou não aos dados gráficos ou
espaciais, na estrutura vetorial, que podem contemplar informações
quantitativas e/ou qualitativas.

Esses dados geoespaciais, representados de forma digital e operados em


SIG, podem ser constituídos de duas estruturas: vetorial ou matricial (Figura 1).
4 Sistemas de informações geográficas, dados de entrada e avaliação dos resultados

Figura 1. Estruturas de dados vetorial e matricial.


Fonte: Fitz (2008, p. 55).

A estrutura vetorial é aquela dada por geometrias (ou, simplificadamente,


“desenhos”), para a representação dos fenômenos, objetos ou elementos da
superfície terrestre que se queira mapear. Pode ser mapeada a partir de três
primitivas gráficas: o ponto, a linha ou o polígono (ou áreas). Nenhuma outra
representação é aceita no modelo vetorial.
O ponto é a estrutura menos complexa, sendo localizado a partir de um par
de coordenadas conhecidas. A linha é formada por, no mínimo, dois pontos e um
seguimento de reta e dois ou mais pares de coordenadas conhecidas. O polígono
é formado por um conjunto de pontos e seguimentos de reta que devem estar
conectados no início e no final da geometria — caso não esteja, será uma linha
(Figura 2). Atentar para esses detalhes é importante para evitar erros topológicos.
Sistemas de informações geográficas, dados de entrada e avaliação dos resultados 5

Figura 2. Primitivas gráficas da estrutura vetorial.


Fonte: [Dados geográficos] (2010, documento on-line).

A topologia dos dados vetoriais se baseia nos relacionamentos espaciais


entre as primitivas gráficas (ponto, linha e polígono), tais como: conectivi-
dade dos elementos, se estão ligados ou não; contiguidade, que diz respeito
à identificação do contato de elementos; e proximidade, que está relacionada
com a distância entre dois elementos. Alguns erros topológicos comuns são:
geometrias sobrepostas, espaços entre os elementos (formando buracos), linhas
desconectadas, etc., conforme apresenta a Figura 3.
6 Sistemas de informações geográficas, dados de entrada e avaliação dos resultados

Figura 3. Representação de alguns erros topológicos comuns.


Fonte: Adaptada de Troy (2007).

O SIGs possuem ferramentas para identificação e correção dos erros topoló-


gicos, dando maior consistência (qualidade e precisão) aos dados espaciais. No
entanto, vale ressaltar que o papel do analista é fundamental para a interpretação
dos erros, pois podem existir condições em que a ferramenta utilizada no SIG
pode apontar um erro que pode não ser realmente um erro. Por exemplo, se o
interesse é mapear apenas o espelho d’água de um reservatório, caso existam
ilhas, a feição final deverá ter buracos, que não devem ser considerados erros.
A escala é um fator determinante na representação dos dados geoespaciais
na estrutura vetorial, pois definirá a qualidade dos dados, podendo ser diversa
entre os dados espaciais e suas representações.
É comum que, em um mapa do Brasil, as cidades principais sejam representadas
com um ponto, pois é inviável representá-las como polígonos, uma vez que sua
escala de representação teria de ser muito grande para propiciar um mapa legível.
No entanto, em um mapa estadual, as cidades são representadas como polígonos
(áreas), pois a escala de representação permite a sua visualização, e não faria tanto
sentido ter um mapa estadual com as cidades localizadas como pontos.
Portanto, a primitiva gráfica escolhida para representar os dados espaciais
dependerá do objetivo do trabalho, com o qual a escala deverá ser compatível.
Sistemas de informações geográficas, dados de entrada e avaliação dos resultados 7

A estrutura matricial, mais conhecida como raster (Figura 4), é organizada


por uma matriz em linhas e colunas na qual cada célula forma um pixel. O
tamanho do pixel é o fator determinante da escala, fazendo referência à sua
resolução espacial. Quanto menor for o tamanho do pixel, maior será sua
resolução espacial ou escala.
Os dados alfanuméricos também são parte integrante dos dados espaciais
e podem ser associados a uma geometria, a qual representa um objeto ou
fenômeno da superfície terrestre, sendo facilmente relacionados a partir de
um banco de dados ou por ferramentas dentro do SIG.

Figura 4. Estrutura matricial.


Fonte: Adaptada de [RASTER] ([200-?])

Há vantagens e desvantagens na utilização de uma estrutura de dados em


detrimento de outra, tudo dependerá das análises que se pretende realizar e
dos resultados e produtos esperados, que terão ligação direta com a escolha,
como apresenta o Quadro 1.
8 Sistemas de informações geográficas, dados de entrada e avaliação dos resultados

Quadro 1. Vantagens e desvantagens das estruturas matricial e vetorial

Matricial Vetorial

Traduz imagens digitais matriciais Traz imagens vetorizadas, compos-


geradas por sensoriamento remoto tas de pontos, linhas e polígonos.
e processos e escanerização.

A execução de operações entre cama- A execução de operações en-


das ou layers de mesma área e atributos tre camadas ou layers de mesma
distintos é extremamente rápida e fácil, área e atributos distintos é bas-
também conhecida pela expressão tante complexa e demorada.
raster is faster! (raster é mais rápido!).

O vínculo com atributos alfanumé- O vínculo com atributos alfanu-


ricos é dificultado (pixel a pixel). méricos torna-se facilitado, já que
se dá através do ponto, da linha
ou do polígono registrado.

A resolução digital está vinculada dire- A resolução digital do mapa é limi-


tamente à quantidade de pixels da ima- tada pela quantidade de vetores
gem, podendo requerer processadores dispostos e de sua impressão, pro-
de grande capacidade e velocidade. porcionando grande detalhamento.

As fronteiras das imagens são des- As fronteiras das imagens são


contínuas (efeito serrilhado). contínuas (feições regulares).

Os cálculos de distâncias, áreas, etc. vin- Os cálculos de distâncias, áreas, etc.


culam-se ao desempenho do hardware. são, em geral, simplificados, tornando
o processamento mais rápido.

Fonte: Adaptado de Fitz (2008).

Tanto a estrutura vetorial quanto a matricial possuem diferentes extensões de


arquivos que podem ser utilizadas no SIG, sendo escolhidas a partir dos objetivos
que se tenha e os tipos de análises a serem realizadas com os dados espaciais.
As extensões de dados espaciais mais utilizadas são:

 DXF (drawing exchange format): é nativa dos sistemas CAD, que faz
referência aos softwares de desenho assistido por computador;
 DWG (drawing): é nativa do AutoCAD®, proprietária da Autodesk;
 DWF (desing web format): também é uma extensão proprietária da
Autodesk, a qual propicia transmissão via Web e redes;
Sistemas de informações geográficas, dados de entrada e avaliação dos resultados 9

 KML e KMZ (keyhole markup language files): são nativas do Google


Earth e bastante populares entre os usuários de dados espaciais;
 GPX (GPS exchange file): armazena os dados e informações obtidas
com aparelho GPS, em pontos rotas e trilhas;
 SHP (shapefile): é proprietária da Esri® e a extensão de dados vetoriais
mais utilizada no mundo.

Todas essas extensões de arquivos vetoriais podem ser adicionadas e per-


mitem a visualização dos seus conteúdos em ambiente SIG. No entanto, com
exceção da extensão shapefile, a grande maioria das ferramentas de análise
espacial disponíveis nos SIGs não processa esses tipos de arquivos, sendo
necessário convertê-los para o formato shapefile.
O shapefile possui características diferenciadas, sendo formado por um
conjunto de arquivos de diferentes extensões, das quais três são obrigatórias,
para que possa ser aberto e utilizado no SIG:

 SHP: arquivo responsável por armazenar as geometrias (ponto, linha


ou polígono);
 DBF: arquivo responsável por armazenar a tabela de atributos da
geometria;
 SHX: arquivo responsável por criar um vínculo entre a geometria (SHP)
e a tabela de atributos (DBF).

As demais extensões são facultativas:

 PRJ: arquivo responsável por armazenar as informações do sistema de


coordenadas e datum.
 CPG: arquivo responsável por armazenar os códigos de página;
 SBN e SBX: arquivos responsáveis por armazenarem o índice espacial;
 SHP.XML: arquivo responsável por armazenar os metadados geoes-
paciais no formato XML.

É importante não esquecer que, quando for transferir ou compartilhar o


shapefile, todos os seus arquivos formadores precisam ter o mesmo nome e
estar na mesma pasta (Figura 5), por isso, via de regra, eles são compactados
em formato ZIP.
10 Sistemas de informações geográficas, dados de entrada e avaliação dos resultados

Figura 5. Diretório com arquivos shapefile e suas extensões.

Os dados de estrutura matricial também são encontrados em diversas


extensões, tais como:

 BMP (Bitmap): formato nativo do sistema operacional Windows, da


Microsoft; o arquivo é pesado, pois não utiliza compressor de imagem;
 JPEG (Joint Photographic Expert Group): formato que faz uso do
compressor de imagem, mas ocorre perda na sua qualidade;
 PNG (Portable Network Graphics): formato que tem uma forma de
compactação bastante eficiente, reduzindo o arquivo e mantendo a sua
qualidade;
 GIF (Graphics Interchange Format): formato que utiliza uma forma
de compactação que não altera a qualidade, mas com uma paleta de
apenas 256 cores, tornando-o limitado;
 TIFF (Tagged Image File Format): formato que garante a resolução da
imagem e comprime sem perder a qualidade, por isso, é muito utili-
zado no geoprocessamento. A extensão GEOTIFF é o raster TIFF, mas
georreferenciado.
Sistemas de informações geográficas, dados de entrada e avaliação dos resultados 11

Funcionalidades em ambiente SIG


Existem diversos SIGs para aquisição, tanto de forma gratuita (opensource) quanto
por software proprietários (licença paga), comercializados por vários preços.
Os gratuitos são vários, como QGIS, Spring, TerraView, Grass GIS, Saga
GIS, gvSIG, entre muitos outros. Além disso, o mercado também oferece
muitos software comerciais, com preços variados dos seus pacotes e licenças,
como ArcGis, Erdas, MapInfo, GeoMedia, Trimble, ENVI, etc.
A escolha do SIG a ser utilizado dependerá de algumas questões, tais
como a existência de recursos financeiros a serem investidos na aquisição
de licenças para sistemas comerciais, disponibilidade de sistemas onde for
trabalhar, estruturas de dados geoespaciais que serão utilizadas, entre outras.
Neste item, para fins de demonstração, será utilizado o SIG QGIS, versão
3.4.7, por ser livre, gratuito e de fácil acesso, podendo ser baixado pela internet
e instalado no computador.
O QGIS é uma boa opção para iniciar os estudos em ambiente SIG, pois
tem sido muito usado em órgãos públicos municipais, estaduais e federais,
além de em empresas de pequeno e médio porte, que não dispõem de capital
para ser investido na compra de licenças, já que suas necessidades podem ser
supridas com software gratuitos.

No link a seguir, você pode baixar o instalador do QGIS. Sempre ficam disponíveis
no site duas versões para baixar: a mais recente é a versão de testes, sobre a qual os
usuários ainda estão reportando os erros e bugs encontrados, e a versão estável, que
já foi atualizada e corrigida com base no feedback dos usuários. Com isso, aconselha-se
o uso da versão estável, especialmente para iniciantes.

https://qrgo.page.link/H4khA

https://www.qgis.org/pt_BR/site/forusers/download.html
12 Sistemas de informações geográficas, dados de entrada e avaliação dos resultados

Neste SIG, é possível trabalhar tanto com a estrutura de dados vetorial


quanto com a matricial, no entanto, se forem necessárias muitas análises espe-
cíficas com rasters, aconselha-se utilizar SIGs específicos de processamento
de imagens e sensoriamento remoto.
A interface do QGIS é bastante intuitiva, mas lembre-se que o mais impor-
tante é saber os conceitos e métodos empregados nos processos e ferramentas
de análises espaciais — com o conhecimento sólido, será possível operar
qualquer software de SIGs.
Para desenvolver a demonstração da inserção e manipulação de dados espa-
ciais, foi usada a base de dados baixada no site do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), o qual é uma importante fonte de dados oficiais do Brasil.
Para a estrutura vetorial, utilizou-se os shapefiles do ano de 2017, das bases
cartográficas contínuas na escala de 1:250.000, conforme apresenta a Figura 6.

Figura 6. Dados espaciais baixados no site do IBGE.


Fonte: IBGE (2017, documento on-line).
Sistemas de informações geográficas, dados de entrada e avaliação dos resultados 13

Para a manipulação de um SIG, é necessário ter o conhecimento básico de


informática para a criação de pastas, movimentação e exclusão de arquivos,
entre outras. A maior parte dos dados geoespaciais é baixada em arquivos
compactados, principalmente o de extensão shapefile. Por isso, a primeira
etapa é realizar a sua descompactação para poder abrir no sistema.
Outra questão importante é a organização dos dados — caso não estejam
organizados em um banco de dados geográfico. Isso facilita e agiliza as análises
e o armazenamento, que pode ser organizado por tipo de dado, projeto, tema, etc.
De posse da base de dados de interesse, é possível abrir os dados espaciais
no QGIS para fazer o tratamento e as análises de interesse e elaborar os mapas
finais. Aqui serão demonstradas a aplicação de algumas ferramentas básicas
e que são muito utilizadas na manipulação de qualquer SIG.
Inicialmente, deve-se criar um projeto no QGIS, que irá conter os dados
espaciais de interesse, as análises espaciais, guardar as simbologias escolhidas
entre outras configurações. O projeto pode ser salvo a cada modificação, o que é
essencial para manter o fluxo de trabalho e não precisar repetir tarefas (Figura 7).

Figura 7. Criando e salvando projeto no QGIS.

Após a criação do projeto, pode ser iniciada a importação dos dados espaciais
de interesse no SIG para fazer as análises e elaborar os mapas temáticos. O QGIS,
dentre outras, tem duas ferramentas para abrir os dados geoespaciais, uma para
dado vetorial e outra para dado matricial (raster), indicadas na Figura 8.
14 Sistemas de informações geográficas, dados de entrada e avaliação dos resultados

Figura 8. Ferramenta vetorial e raster no QGIS.

Para abrir arquivos vetoriais, utiliza-se a ferramenta “vetorial” e, depois,


faz-se a busca pelo diretório onde eles se encontram e clica-se em adicionar — o
dado será carregado na janela de visualização do QGIS (View). No exemplo, foi
aberto o shapefile dos limites municipais do Brasil, conforme mostra a Figura 9.

Figura 9. Abrindo uma camada vetorial.


Sistemas de informações geográficas, dados de entrada e avaliação dos resultados 15

Antes de qualquer operação ou análise no sistema, é necessário verificar as


informações do sistema de referência (sistemas de coordenadas e datum) para cada
uma das camadas adicionadas no SIG. Isso deve ser feito porque todos os dados
geoespaciais de um mesmo projeto têm de estar no mesmo sistema de coordenadas
e no mesmo datum; caso não esteja compatível, algumas análises podem apresentar
erros de deslocamento por inconsistências no sistema de referência.
Para ter acesso ao sistema de coordenadas e ao datum do dado espacial de
origem, deve-se consultar o seu metadado ou, caso tenha sido repassado por
terceiros, essas informações devem ser repassadas.
É muito comum que uma das primeiras análises a serem realizadas seja uma
consulta espacial ou uma consulta por atributos. Imagine que a área de interesse
seja apenas um município: será necessário criar um arquivo com apenas o limite
desejado. Para isso, pode ser realizada uma consulta espacial, quando o operador
sabe a localização espacial do elemento, apenas com a utilização de uma ferramenta
de seleção, ou realizar uma consulta por atributo, que irá buscar, a partir da tabela
de atributos, o elemento de interesse. No exemplo, foi realizada a consulta por
atributos, na coluna “nome” da tabela de atributos, para seleção do município de
Campinas, localizado no estado de São Paulo, conforme a Figura 10.

Figura 10. Seleção por atributo.

A partir da seleção, é possível criar um shapefile do município de Campi-


nas, basta clicar com o botão direito sobre a camada que contém a seleção (no
painel Camadas), escolher as opções Exportar e Salvar feições como e abrir
16 Sistemas de informações geográficas, dados de entrada e avaliação dos resultados

uma janela para colocar os critérios; posteriormente, será gerada uma nova
camada que contém apenas o município de Campinas (Figura 11).
Um aspecto importante sobre as camadas é que elas devem ficar de maneira
ordenada no Painel de Camadas, ou seja, é necessário ter uma organização
dos elementos gráficos, seguindo a hierarquia das primitivas gráficas ponto >
linha > polígono. Caso um ponto esteja abaixo de um polígono, ele não poderá
ser visualizado, pois tem uma geometria por cima escondendo-o.

Figura 11. Salvando um arquivo a partir de uma seleção.

Além dessa, outra análise muito utilizada é o recorte de uma camada por
outra camada de interesse. Imagine que seja necessário fazer o mapa de hidro-
grafia do município de Campinas/SP, mas só se tenha disponível dado espacial
que extrapola os seus limites, sendo necessário realizar um recorte espacial.
Muitas ferramentas de análise espacial de dados vetoriais no QGIS po-
dem ser encontradas na aba Vetor na parte superior. Nessa opção, dentro
de Geoprocessamento, encontra-se a ferramenta Recortar. Após a execução
dessa análise, será gerada uma camada da hidrografia para o município de
Campinas/SP, como apresenta a Figura 12.
É importante destacar que o recorte dos dados espaciais tem de considerar
as escalas necessárias para a análise do fenômeno para a compreensão da sua
dinâmica em determinado espaço, sendo um fator fundamental a ser considerado.
Sistemas de informações geográficas, dados de entrada e avaliação dos resultados 17

Figura 12. Ferramenta Recortar.

Esses são exemplos básicos dos quais a maioria dos projetos irá necessitar
e que estão relacionados com as análises espaciais focadas para o objeto de
estudo e para o fenômeno a ser compreendido. É interessante que se tenha
algum objetivo, como, por exemplo, elaborar um mapa de densidade demo-
gráfica para o estado do Amazonas e executar todos os passos no ambiente
SIG até a elaboração do mapa final.

No link a seguir, você pode acessar um tutorial do QGIS, gratuitamente, para aprofundar
a utilização das ferramentas e análises disponíveis neste SIG.

https://qrgo.page.link/kshAE

https://docs.qgis.org/3.28/en/docs/training_manual/index.html

A era dos mapas digitais


São várias as possibilidades de elaboração de mapas nos sistemas de infor-
mações geográficas. É possível organizar e/ou consolidar os resultados das
análises espaciais em um mapa temático, que poderá ser exportado como
18 Sistemas de informações geográficas, dados de entrada e avaliação dos resultados

imagem, para utilizar como material cartográfico em relatórios, estudos,


trabalhos acadêmicos, entre outras.
No entanto, com as facilidades no compartilhamento de arquivos pela
internet, têm-se cada vez menos mapas impressos, inclusive por ser necessário
um grande espaço físico para o armazenamento desses papéis, dificultando
o acesso aos usuários.
Atualmente, os mapas têm sido disponibilizados por visualizadores de in-
fraestruturas de dados espaciais e WebSIGs, alguns oferecem até ferramentas
básicas de análise espacial, além de permitir a geração e a exportação de imagens
de mapas finais, a partir da escolha do fenômeno ou elemento a ser representado.
Outra condição que se tem associado à disponibilidade dos mapas e dados
geoespaciais são as conexões com servidores via Web. Isso ocorre quando o
compartilhamento dos dados e informações se dá por meio da internet, trazendo
mais rapidez e eficiência na coleta, no gerenciamento e armazenamento dos
dados espaciais.
Uma dessas conexões é o web map service (WMS), disponibilizado por
meio de um link da internet que conecta o servidor onde está o dado espacial
desejado ao SIG a partir de uma ferramenta de simples operação. É uma
nova concepção de consumo dos dados geoespaciais, racionalizando a sua
produção e seu gerenciamento, além de ter uma perspectiva colaborativa e
ser uma facilidade para usuários de diferentes níveis.
O dado espacial disponível em um servidor pode estar organizado em uma
infraestrutura de dados, que, por meio de um link disponibilizado em seu metadado,
pode ser conectado com o SIG. Imagine que se queira vetorizar a hidrografia de
uma bacia hidrográfica do município de São Paulo na escala de 1:10.000 para um
determinado estudo de ordenamento territorial. Não é necessário mais ir até o
órgão público que disponibiliza a carta topográfica, a qual dispõe dessa informa-
ção, pois elas já foram digitalizadas, georrefenciadas e disponibilizadas em um
visualizador e podem ser consumidas em um link WMS. O QGIS, assim como
outros sistemas, oferece essa ferramenta de conexão, basta ter acesso à internet.
Também é possível acessar as imagens de satélite disponíveis pelo Google a
partir da instalação de um complemento do QGIS, chamado QuickMapService,
ou, ainda, fazer uma conexão direta com o seu servidor. Assim, não há mais
a necessidade de produzir os dados no Google Earth e gerar arquivos kml ou
kmz e ter que convertê-los para shapefile; pode-se fazer a vetorização direta
no QGIS sobre as imagens.
Sistemas de informações geográficas, dados de entrada e avaliação dos resultados 19

Após realizar as análises desejadas para representar e interpretar os ele-


mentos e/ou fenômenos de interesse, pode-se elaborar um mapa que mostre os
resultados. No QGIS, o mapa é gerado a partir do Novo layout de impressão,
o qual abre uma nova janela do programa para fazer o layout dos mapas.
Para que determinada representação se torne um mapa, é necessário que
alguns itens obrigatórios sejam adicionados, tais como: orientação, escala
gráfica (e numérica, se desejar), grade de coordenadas e legenda. Além disso,
outros elementos podem ser colocados no mapa final, como título, fonte,
informações cartográficas, etc. Todos esses itens ficam disponíveis na aba
Adicionar Item do compositor de Impressão, como mostra a Figura 13.

Figura 13. Itens disponíveis para serem adicionados no mapa.

Ao finalizar a edição do mapa, tem-se que transformá-lo em uma imagem


digital, com os dados espaciais e os itens obrigatórios de um mapa em diversos
formatos (JPEG, PNG, TIFF, PDF, etc.), como apresenta a Figura 14.
Nessa figura exportada em imagem ou pdf, deverão constar os itens obriga-
tórios, de modo que não seja classificada como uma imagem qualquer, e, sim,
um mapa, que poderá ser utilizado para diversos fins, sem necessariamente,
ser impresso, como apresenta a Figura 15.
20 Sistemas de informações geográficas, dados de entrada e avaliação dos resultados

Figura 14. Exportando a imagem do mapa final.

Figura 15. Mapa final — hidrográfica do município de Campinas/SP.


Sistemas de informações geográficas, dados de entrada e avaliação dos resultados 21

[DADOS GEOGRÁFICOS]. In: INFOESCOLA. [S. l.: s. n.], 2010. Disponível em: https://www.
infoescola.com/wp-content/uploads/2010/03/dados-geograficos-2.jpg. Acesso em:
10 nov. 2019.
DAVIS, C.; CÂMARA, G. Arquitetura de Sistemas de Informação Geográfica. In: CÂMARA,
G.; DAVOS, C.; MONTEIRO, A. M. (ed). Introdução à Ciência da Geoinformação. São José
dos Campos: INPE, 2001.
FITZ, P. R. Geoprocessamento sem complicação. São Paulo: Oficina de Textos, 2008.
IBGE. Diretoria de Geociências. Acesso e uso de dados geoespaciais. Rio de Janeiro: IBGE,
2019. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101675.pdf.
Acesso em: 10 nov. 2019.
IBGE. Geociências: shapefile. Rio de Janeiro: IBGE, 2017. Disponível em: https://www.ibge.
gov.br/geociencias/downloads-geociencias.html. Acesso em: 10 nov. 2019.
[RASTER]. [S. l.: s. n., 200-?]. Disponível em: https://docs.qgis.org/2.14/pt_BR/_images/
raster_dataset.png. Acesso em: 10 nov. 2019.
TROY, A. Quality control and topology. [S. l.: s. n.], 2007. Disponível em: https://slideplayer.
com/slide/5006349/16/images/22/Quality+control+and+topology.jpg. Acesso em:
10 nov. 2019.

Leituras recomendadas
QGIS. [S. l.: s. n.], 2019. Disponível em: https://www.qgis.org/pt_BR/site/forusers/down-
load.html. Acesso em: 10 nov. 2019.
QGIS. Training manual. [S. l.: s. n.], 2019. Disponível em: https://www.qgis.org/pt_BR/
site/forusers/download.html. Acesso em: 10 nov. 2019.

Os links para sites da Web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
_C.3_ Dica do professor
A Infraestrutura de Dados Espaciais (IDE) é uma ferramenta que otimiza os trabalhos com dados
geoespaciais já produzidos, em algum momento, por órgãos públicos federais, estaduais e
municipais. Com a IDE, é possível diminuir os custos com coleta e gerenciamento dos dados, evitar
trabalhos repetidos, compartilhar os dados com vários usuários e dar publicidade aos dados
geoespaciais.

Para isso, você deve saber o que é uma IDE e como ela pode ser utilizada no dia a dia de trabalho,
com integração, inclusive, pelo Sistema de Informações Geográficas. Confira, na Dica do Professor,
a seguir, algumas características das Infraestruturas de Dados Espaciais disponíveis.

https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/
cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/2fab3ee09fdff1ae3f73e821982c9b80

4 min

[VIDEO TRANSCRIPT] C.3 INFRAESTRUTURA DE DADOS ESPACIAIS (IDE)

Nesta dica do professor, você irá saber mais sobre Infraestrutura de Dados
Espaciais (IDE) nos âmbitos nacional e estadual.

No Brasil, a infraestrutura de dados espaciais foi instituída pelo decreto


6.666 de 27 de novembro de 2008 com o propósito de catalogar, integrar e
harmonizar os dados geoespaciais produzidos e mantidos pelos órgãos públicos.
Isso é feito através de um portal de acesso para a base de dados geoespaciais
desses órgãos públicos, como IBGE, IBAMA, Agência Nacional de águas - ANA,
BNDES, Exército, Marinha do Brasil e vários outros.

Os Estados também estão implantando suas Infraestruturas de Dados Espaciais.


O Estado de São Paulo já tem sua infraestrutura pronta instituída pelo
decreto nº 61.486 de 11 de setembro de 2015 e está na fase de sensibilizar os
órgãos estaduais para a inserção dos seus dados espaciais no seu portal de
acesso. Procure saber se o seu Estado e Município dispõe de uma
infraestrutura de dados espaciais disponível para acesso, pois isso pode
contribuir muito com o desenvolvimento dos seus trabalhos.

A infraestrutura de dados espaciais serve para reunir os dados espaciais


públicos do governo e disponibilizá-los através de um serviço web, para quem
quiser acessá-los. Dessa forma, é possível:
Diminuir os custos para coleta e gerenciamento;
Evitar trabalhos repetidos, pois muitos órgãos acabam produzindo os mesmos
dados espaciais caracterizando desperdício de recursos públicos;
Disponibilizar e compartilhar os dados espaciais para a sociedade,
aproximando o usuário, inclusive o comum, dos serviços e dados geoespaciais;
Dar publicidade aos dados espaciais obtidos com recursos públicos.
Um item obrigatório dentro de uma infraestrutura de dados é o metadado para
cada dado espacial disponível. É nele que estão contidas todas as
informações e características do dado, pois:
Evitam duplicação
Compartilham informação
Divulgam o trabalho
Reduzem o tempo de aquisição
Facilitam o entendimento
Focalizam os elementos chave
Apresentam a fonte dos dados, sua escala de produção entre outros.
Permite que o usuário, não apenas visualize os dados, mas possa consumi-los
em suas análises e trabalhos

Os metadados trazem confiabilidade aos dados espaciais.

Com esse serviço Web de dados espaciais, é possível dentre outras


aplicações:
Realizar o download dos dados desejados
Exportar imagens do visualizador para obter mapas finais e
Consumir os serviços e dados geoespaciais via web.

É o exemplo das conexões WMS (Web Map Services) traduzida como Serviço de
Mapa pela Web, a qual possibilita que através de um link disponível na
internet os dados sejam visualizados nos sistemas de informações
geográficas.

Aqui você pode conferir um exemplo de uma conexão WMS, realizada no QGIS,
através da infraestrutura de dados espaciais ambientais do Estado de São
Paulo, o DATAGEO. Para visualização das imagens IKONOS de 2002 da região
metropolitana de São Paulo com aproximação para o Aeroporto Campo de Marte,
localizado na zona norte da cidade de São Paulo.

Isso é interessante, pois, às vezes, o objetivo é apenas fazer uma consulta


ao dado ou realizar a vetorização de uma área, com isso, não é necessário
tê-la em sua máquina ocupando espaço de armazenamento em seu HD, basta
conectar o servidor onde os dados desejados estão utilizando uma conexão
WMS.
_C.3_ Exercícios
1) Os dados e informações geográficas operam no ambiente dos Sistemas de Informações
Geográficas (SIG) em duas estruturas.

Assinale a opção que contempla essas estruturas:

A) vetorial e digital.

B) raster e matricial.

C) vetorial e geometria gráfica.

D) digital e raster.

E) vetorial e matricial.

Gab E = As duas estruturas de dados geoespaciais utilizadas em ambiente SIG


são vetorial e matricial.
Essas estruturas podem ou não ser digitais, mas não é o que as define.
A estrutura vetorial apresenta, na sua composição, as geometrias gráficas ou
primitivas gráficas (ponto, linha e polígono).
E a estrutura matricial é representada por um raster, ou seja, uma imagem
formada por grade regular.
2) Existem atualmente diversos programas computacionais de Sistemas de Informações
Geográficas (SIG), comerciais ou de domínio público.

Entre as opções abaixo, assinale a que apresenta, dentre outros existentes, apenas SIGs de
domínio público:

A) Spring e ArcGis.

B) Erdas e Qgis.

C) Spring e Qgis.

D) Erdas e Spring.

E) Erdas e TerraView.

Gab C = Os SIGs de domínio público ou gratuitos (opensources), dentre outros


existentes, são o Spring, TerraView e o Qgis.

E alguns dos SIGs proprietários são o ArcGis e o Erdas.


3) Os Sistemas de Informações Geográficas (SIGs) são ferramentas que realizam análises
espaciais com operações que dependem de software, hardware, dados e pessoas.

Com relação ao SIG, assinale a alternativa que contempla a afirmação correta:

A) As bases de dados dos SIGs podem ser uma coleção estruturada de dados espaciais e podem
incluir componentes gráficos (ponto, linha e polígono), rasters e/ou não gráficos (dados
tabulares).

B) Em ambientes corporativos, são ferramentas que dificultam a tomada de decisão pelo


analista, pois utilizam uma grande quantidade de dados e informações para a análise.

C) São sistemas que não dependem do operador, sendo autônomos nas suas análises, a partir da
utilização de inteligência artificial, o que torna o processo mais rápido.

D) A integridade e confiabilidade dos dados utilizados não são levados em consideração, uma
vez que esses sistemas são programados para corrigirem qualquer irregularidade nos dados.

E) Tem suas operações e aplicações relacionadas com um banco de dados disponibilizado na


nuvem do governo, para que se utilizem sempre informações oficiais.

Gab A = Os SIGs podem desempenhar as análises em arquivos de estrutura


vetorial (componentes gráficos de ponto, linha e polígono) e matricial
(raster) e não gráficos (dados tabulares).

Embora sejam sistemas que facilitaram e trouxeram mais agilidade às análises


espaciais, não substituem o operador, pois é ele quem estabelece os critérios
de processamento e escolhe as ferrramentas, oferencendo as melhores opções
para os tomadores de decisão.

Os dados geoespaciais utilizados devem sempre ser confiáveis e de base de


dados oficiais, para evitar equívocos.

E podem estar fisicamente na máquina em diversos diretórios, em bancos de


dados estruturados ou ser conectados por meio de um servidor pela Web.
4) As Infraestruturas de Dados Espaciais têm por objetivo padronizar os dados e simplificar o
acesso, a integração das ações entre órgãos e entidades de diferentes níveis federativos,
permitindo à administração pública e aos usuários evitar a sobreposição de ações e os gastos
desnecessários de recursos na obtenção e gerenciamento dos dados geoespaciais.

Um dos serviços que possibilitam o consumo de dados e informações de forma


compartilhada a partir de uma conexão com um servidor é o:

A) Web Map Service (WMS).

B) Qgis.

C) Google Maps.

D) Keyhole Markeup Language (KML).

E) Shapefile.

Gab A = O Web Map Service (WMS) é um serviço via Web que possibilita o
consumo dos dados geoespaciais a partir de uma conexão entre o Sistema de
Informações Geográficas e o servidor onde estão os dados para sua
visualização.
5) A escala de representação de um elemento ou fenômeno da superfície terrestre está
diretamente relacionado com a escolha do dado geoespacial para utilização no Sistema de
Informações Geográficas (SIG).

Assinale a alternativa correta:

A) As cidades são representadas nos mapas por pontos para melhorar sua localização.

B) No Cadastro Ambiental Rural, a hidrografia pode ser representada como polígono ou linha.

C) O censo demográfico identifica as famílias que vivem com menos de um salário mínimo com
linhas de espessura mais grossa.

D) Uma representação poligonal estabelece um padrão de densidade ao fenômeno observado.

E) A escala de produção pode variar no mesmo objeto, pois trata-se de uma aproximação da tela
do sistema (zoom).

Gab B = Os dados geoespaciais devem ser mapeados de acordo com sua escala
de representação, para atingir os objetivos dos trabalhos específicos.
No caso do Cadastro Ambiental Rural, a hidrografia pode ser mapeada como
polígono ou linha (com a indicação da largura), pois a delimitação da Área
de Preservação Permanente deve considerar a largura do curso d'água, como
estabelece o Código Florestal.
_C.3_ Na prática
Uma das áreas que requer o conhecimento em análise espacial em Sistemas de Informações
Geográficas é o licenciamento ambiental, tendo uma intensa demanda por profissionais com tais
habilidades. Em muitos casos, a análise espacial é realizada na área do empreendimento por
viabilizar ou não as concessões das licenças, especialmente, a licença prévia.

Nesta Na Prática, você vai conhecer sobre o uso do SIG na análise locacional de um
empreendimento, que visa implantar uma planta industrial em um município e os conflitos
apontados pela análise espacial realizada no Qgis. Você verá uma aplicação prática do uso dos
Sistemas de Informações Geográficas para Licenciamento Ambiental.

USO DO SIG NO LICENCIAMENTO AMBIENTAL

Ana ocupa o cargo de analista ambiental em um órgão estadual responsável


pelo processo de licenciamento ambiental de empreendimentos e/ou atividades,
e recebeu a demanda de realizar a análise locacional para a licença prévia
de uma planta industrial no município de Mogi das Cruzes/SP.

A construtora solicitou o pedido de licença prévia para construção da planta


industrial no município de Mogi das Cruzes/SP, e, para tanto, enviou junto
aos documentos exigidos pelo órgão ambiental a localização geográfica do
empreeendimento, que deve ser anexada ao processo de licenciamento.

O órgão ambiental tem um banco de dados geográficos estruturado com diversos


temas e camadas, bem como diferentes dados geoespaciais de naturezas
diferentes (tipos, escalas, resolução, etc.) de diversas fontes.

Na função de analista ambiental, Ana teve de investigar a área do


empreendimento e fazer a sua análise locacional, verificando a sua posição
geográfica em função das características locais e de vizinhança, em especial:

> dos ecossistemas


> das Unidades de Conservação (UC)
> das Áreas de Preservação Permanentes (APP)
> dos recursos hídricos
> da cobertura vegetal
> da ocupação humana.

Para isso, utilizou o Sistema de Informações Geográficas QGIS para analisar


os dados espaciais e fazer correlações e sobreposições que a área do
empreendimento poderia ou não apresentar com essas caracterísiticas do
ambiente, apontando situações que possam favorecer ou dificultar a instalação
do empreendimento.

Ana utilizou algumas ferramentas de análise espacial do SIG, como a União e


Intersecção entre os diversos elementos a serem analisados e a área do
empreendimento.

A partir dessas ferramentas, constatou existirem alguma sobreposições com


APPs e uma UC de uso sustentável e algumas moradias em raios de 350m, 1.000m
e 1.500m, após os limites do empreendimento.

Ana apresentou um relatório com a descrição detalhada das análises


realizadas:

> apontamento do bioma


> bacia hidrográfica
> fragmentos de vegetação
> cursos d'água
> ecossistemas
> proximidade e distância de ocupações humanas
> local
> municípios abrangidos e
> demais informações pertinentes sobre a área do empreendimento.

A profissional também produziu um mapa final, mostrando os resultados obtidos


com sua análise espacial no QGIS, representadas a localização e a situação da
área do empreendimento em relação a esses elementos.

Tal relatório deve subsidiar a tomada de decisão para concessão ou não da


licença ambiental prévia ao empreendimento pelo órgão ambiental, uma vez que
não é Ana quem decide isso, ela apenas oferece as informações confiáveis e
bem elaboradas com aplicações no Sistema de Informações Geográficas.
_C.3_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Da Cartografia Analógica à Neocartografia: nossos mapas


nunca mais serão os mesmos?
Este artigo da Revista do Departamento de Geografia da USP apresenta a evolução da cartografia
ao longo do tempo, abordando suas principais características e mudanças.
https://www.revistas.usp.br/rdg/article/view/85547/88336

artigo pdf 2014 17p

Seis métodos de análise espacial que resolvem 95% dos


problemas em geoprocessamento
Confira os métodos de análise espacial e suas aplicações em diversas variáveis, de forma prática e
objetiva.

https://youtu.be/4wgB8yclqYQ 4min

Grazi Carvalho - Cidades Inteligentes Sep 1, 2019


Conheça 6 métodos de análise espacial que resolvem 95% dos problemas em geoprocessamento
Este conteúdo será abordado no treinamento GEO40 Mentoring

O mapa fantasma: como a luta de dois homens contra o cólera


mudou o destino de nossas metrópoles?
Resenha do livro "O mapa fantasma: como a luta de dois homens contra o cólera mudou o destino
de nossas metrópoles", que aborda a primeira análise espacial realizada para entender a epidemia
de cólera em Londres, em 1854.

https://www.scielo.br/j/asoc/a/KGkgdDDFtTSQw6jzQ4cb6bn/?format=pdf&lang=pt

resenha pdf 3p

Avaliação da Qualidade de Dados Geoespaciais


Publicação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que apresenta os critérios e
parâmetros a serem analisados para avaliar a qualidade dos dados espaciais.

https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101669.pdf

livro pdf 117p

Avaliação da qualidade de dados geoespaciais / IBGE, Coordenação de Cartografia. - 2. ed. -


Rio de Janeiro : IBGE, 2019. 112p. : il. - (Manuais técnicos em geociências, ISSN
0103-9598 ; n.13).
Aula C.4
TOPOGRAFIA E GEOPROCESSAMENTO - A (2024.FEV)
1.1 - Introdução aos trabalhos topográficos
1.2 - Instrumentos de medição
2.1 - Conceitos fundamentais de topografia I
2.2 - Conceitos fundamentais de topografia II
3.1 - Conceitos e noções de Cartografia
3.2 - Cartografia: interpretação e estudos da base cartográfica
4.1 - Introdução ao Geoprocessamento
4.2 - Sistema de posicionamento global (GPS)
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência)
__ C.1 Conceitos básicos de sensoriamento remoto e geoprocessamento
__ C.2 Sistema de coleta de dados e fontes de obtenção de dados espaciais
__ C.3 Sistemas de informações geográficas, dados de entrada e avaliação dos
resultados
__ C.4 Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos
e demandas ambientais

Aplicações práticas das ferramentas de


_C.4_ geoprocessamento para projetos e demandas ambientais

Apresentação
O aumento das áreas urbanas, a industrialização e a expansão da agropecuária estão atrelados ao
desenvolvimento; porém, traz, como consequência, a redução da cobertura vegetal natural, já que o
desmatamento é uma manifestação muito importante no uso da terra, sendo uma grande ameaça
ao habitat de muitas espécies.

O Sistema de Informação Geográfica (SIG) está sendo vastamente utilizado em pesquisas


interdisciplinares sobre demandas ambientais, com o objetivo de analisar diferentes cenários, como
as condições locais que ocasionam o desmatamento e a utilização do solo, assim como suas
consequências.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá saber qual a importância do SIG para projetos ambientais
e sua utilização para resolver problemas apresentados nesses projetos. Você, ainda, irá saber como
descrever um projeto ambiental.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar a importância do SIG para projetos ambientais.


• Descrever um projeto ambiental.
• Utilizar o SIG para resolver problemas apresentados em um projeto ambiental.

elm = Avaliação da aula. Regular. Assinalada opções: - Precisei pesquisar mais. - Vídeo muito
curto.
_C.4_ Desafio
Por meio dos SIG, é possível analisar diversos elementos, tanto humanos, quanto físicos e
biológicos. Dessa forma, é possível prever a provável dimensão do uso da terra, o que ajuda na
resolução de problemas apresentados em um projeto ambiental.

Imagine a seguinte situação: você trabalha em uma Organização Não Governamental (ONG),
voltada ao meio ambiente de seu Município, sendo responsável por um projeto que visa revitalizar
uma área. Essa área sofreu uma degradação muito significativa, de mata nativa, que corresponde a
uma área de Mata Atlântica. O local foi desmatado para produção agropecuária e isso prejudicou
tanto a fauna como a flora dessa região tão importante para o Município em questão.

Frente a esse desafio, sendo você o profissional responsável pelo projeto, responda a seguinte
questão.

Com base em seus conhecimentos em projetos ambientais e desenvolvimento de Sistemas de


Informação Geográfica, disserte sobre como você irá começar esse projeto de revitalização.

Explique quais informações você precisa ter antes de poder, de fato, tomar decisões com vistas a
revitalizar a área? E como irá obter essas informações?

elm = No conteúdo do livro p.7, responde ao desafio: "Para o desenvolvimento de um projeto


ambiental, é necessário um planejamento, que pode ser dividido nas etapas que você vê a
seguir.
> Problematização: identificar e caracterizar o meio ambiente em seus aspectos físicos,
bióticos e reconhecer cada porção do território em análise para uma tomada de decisão
apropriada.
> Objetivos: armazenar os dados sobre os aspectos físicos, sociais e ambientais;
disponibilizar os dados para consulta; gerar uma análise como auxílio à tomada de possíveis
decisões.
> Metodologia: buscar ferramentas que auxiliem essas análises, imagens obtidas através do
SIG, vistoria de campo, cruzamento de informações em bancos de dados geográficos.

Por se tratar de recuperação de Mata Atlântica, encontrei em


< https://www.wribrasil.org.br/noticias/8-estrategias-para-que-areas-em-regeneracao-natural-
nao-sejam-desmatadas-na-mata-atlanticae >
oito estratégias a serem seguidas:

1 Desenvolver um plano espacial de restauração: esse plano seria abrangente para toda a Mata
Atlântica. Ele identificaria as áreas em regeneração e priorizaria quais devem receber
atenção, recursos e políticas públicas para garantir a sua permanência. Trabalhos como a
Metodologia ROAM, do WRI Brasil e da IUCN, e trabalhos de priorização espacial como os do
IIS, são fundamentais para municiar esse plano.

2 Melhorar o conhecimento científico da restauração: revisão do conhecimento científico para


identificar as melhores técnicas de restauração e regeneração natural assistida, além também
de avançar no conhecimento econômico, ou seja, quais espécies tem valor comercial e poderiam
contribuir na renda de produtores, funcionando como incentivo para que não desmatem.

3 Capacitação: levar treinamento e conhecimento para quem está no campo é crucial para que a
restauração aconteça. Isso seria feito a partir da estrutura de unidades regionais do Pacto.

4 Engajar com produtores rurais: trabalho junto com os produtores é importante para garantir
suporte na validação do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e cumprimento do Código Florestal.
Além disso, oferecer assistência técnica na implementação de Sistemas Agroflorestais,
intensificação de atividades e na comercialização de produtos da restauração ajudam a
viabilizar a restauração de áreas.
5 Ajustar legislação: além do produtor, o engajamento com tomadores de decisão é extremamente
importante. Muitos estados ainda precisam implementar o Código Florestal. Garantir que essa
regulamentação elimine gargalos na restauração é fator chave para o sucesso da regeneração
natural.

6 Monitorar e reportar: o Pacto já conta com um banco de dados e pesquisa para monitorar
áreas em restauração. Levantar dados no campo para regeneração pode ajudar, assim como o
trabalho em conjunto com ferramentas já existentes, como o Observatório da Restauração e
Reflorestamento.

7 Desenvolver instrumentos financeiros: é preciso mobilizar doadores, financiadores e criar


instrumentos financeiros para garantir que os recursos cheguem na ponta, aos produtores que
fazem a restauração acontecer.

8 Comunicar: por fim, há a linha de trabalho de comunicar a restauração que já está


acontecendo. É importante apresentar informações sobre o que é restauração florestal, os
benefícios dessas atividades, e também dar visibilidade para quem está restaurando hoje.

Padrão de resposta esperado

Primeiramente, é necessária a identificação do meio ambiente, em seus


aspectos físicos, bióticos e antrópicos, por meio de instrumentos como
fotografias aéreas, entrevistas, dados em órgãos públicos e privados,
pesquisas acadêmicas, legislação ambiental, entre outras. Para tanto, já que
se tem a informação que se trata de uma área de Mata Atlântica, que tem suas
características peculiares, tanto de fauna como de flora, clima, relevo e
hidrografia, essa identificação deve ser realizada utilizando-se de dados
anteriores ao processo de desmatamento e ser comparado com a situação atual.

Em seguida, é preciso realizar um diagnóstico que apresenta as


características da área, utilizando-se de uma imagem. Essa imagem pode trazer
os dados comparativos de como era a área e de como a ação antrópica a
transformou.

Para alcançar os objetivos solicitados, é preciso ter uma tomada de decisão,


propor ações de revitalização da área pretendida, de forma interdisciplinar e
condizente com a realidade analisada.
_C.4_ Infográfico
A crescente expansão das atividades humanas sobre o meio ambiente gera um aumento de
demanda por tecnologias de manejo ambiental. Surge, então, a necessidade de monitoramento
e mapeamento dos recursos naturais e da intervenção antrópica, que são realizados por intermédio
dos Sistemas de Informações Geográficas. Dessa forma, uma das novas tecnologias,
denominada Sistema de Posicionamento Global (GPS), tornou-se um grande aliado do SIG e do
monitoramento ambiental.

Neste Infográfico, você vai conhecer algumas características e utilidades do GPS, vinculado às
demandas ambientais.

GPS E MEIO AMBIENTE

Os Sistemas de Informações Geográficas (SIGs) são formados por um conjunto de


procedimentos, em que são utilizados diversos equipamentos e programas
computacionais que tem o objetivo de analisar o espaço geográfico.

Uma das ferramentas mais utilizadas para obtenção de dados é o GPS, Global
Positioning System, em inglês ou Sistema de Posicionamento Global. O GPS é um
sistema eletrônico de navegação que emite coordenadas em tempo real e é
alimentado por informações de um sistema de 24 satélites, chamado NAVSTAR, e
controlado pelo Department of Defence (DOD), o departamento de defesa dos
EUA.

Essa tecnologia foi desenvolvida no início da década de 90, inicialmente para


fins bélicos, durante a Guerra do Golfo.
Atualmente, o GPS é considerado a mais moderna e precisa forma de
determinação da posição de um ponto na superfície terrestre.
Além disso, também dá informação horária a qualquer momento e em qualquer
lugar da Terra.

Antes da sua popularização, essas informações eram calculadas e identificadas


apenas com base na topografia e na aerofotogrametria.
Hoje, em minutos, o GPS detecta a exata localização de um garimpo clandestino
por exemplo.

O uso do GPS no fornecimento de informações ao SIG

As informações captadas pelo GPS são utilizadas pelo SIG para o estudo, a
análise e o conhecimento do espaço terrestre. Como isso é feito? Em seu
resultado final, essas informações são transformadas em diversos tipos de
representação, como mapas, cartas, tabelas etc.

Informações que podem ser obtidas por meio do uso de um GPS:


> Quantificar o desmatamento e o reflorestamento
> Identificar diversos tipos de poluição
> Identificar queimadas
> Monitorar parques nacionais, áreas de conservação.
_C.4_ Conteúdo do livro
O SIG se utiliza de diversas ferramentas de geoprocessamento que possibilitam a representação e o
estudo da superfície terrestre. Essas informações e representações são essenciais para as
demandas ambientais, pois, por intermédio delas, é possível criar projetos e analisar diferentes
cenários.

No capítulo Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos e demandas


ambientais, da obra Geoprocessamento, você vai estudar a importância dos SIGs em projetos
ambientais, por meio de descrição e resolução de demandas.
~UMÁRIQ]
Unidade 1

Cartografia: estudo sob re a elaboração da base ca rtog ráfica .......... 15


Carlos Alberto Lóbler
Base cartográ fica .................................................................................................................................................... 16
Escalas numéricas, gráficas ou nominais .............................................................................................. 19
Cartas, mapas e plantas ....................................................................................................................................22

Cartografia: estudo sobre o sistema de referência .............................. 29


Carlos Alberto Lóbler
Direção norte e ângulos notórios ............................................................................................................... 30
O Sistema Geodésico Brasileiro ....................................................................................................................34
Sistemas de referência ......................................................................................................................................36

Cartografia: estudos sobre o sistema de projeção ............................... 45


Cristina Morin Ribeiro Gonçalves
As projeções cartográficas .............................................................................................................................. 45
Classificação das projeções cartográficas ..............................................................................................48
Projeção Universal Transverse Mercator .................................................................................................54

Cartografia: interpretação e estudos da base ca rtográfica ...............59


Cristina Morin Ribeiro Gonçalves
Os elementos de um mapa ........................................................................................................................... 59
Os sistemas de coordenadas geodésicas e cartesianas................................................................63
Conversão de coordenadas ............................................................................................................................66

Unidade 2

Sensoriamento remoto e fotogrametria: estudos sobre


as câ maras e os sensores ............................................................................... 73
Carlos Alberto Lóbler
Sensoriamento remoto ...................................................................................................................................... 74
rotogrametria e aerofotogrametria ......................................................................................................... 79
Etapas das operações em aerofotogrametria .....................................................................................82

Fotogrametria: o entendimento so bre a estereoscopia .................... 89


Carlos Alberto Lóbler
O que é estereoscopia? ......................................................................................................................................90
Métodos utilizados para obter profundidade..................................................................................... 92
O uso da estereoscopia na arquitetura....................................................................................................96

Fotogrametria: a restituição fotogramétrica ........................................ 101


Carlos Alberto Lóbler
Restituição fotogramétrica ........................................................................................................................... 102
Orientação de imagens e georeferência ............................................................................................. 105
Restituição fotogramétrica aplicada à arquitetura ....................................................................... 106

Fotogrametria: etapas para a elaboração de uma carta ................... 115


Mórcio Fernandes Leão
Equipamentos envolvidos na elaboração de cartas ..................................................................... 115
Como produzir uma carta?............................................................................................................................ 119
Aplicações da cartogra fia .............................................................................................................................. 126
Unidade 3

Fotointerpretação e interpretação baseada na REM:


parâmetros da fotointerpretação ............................................................. 139
Márcio Fernandes Leão
O q ue é fotointerp retação? .......................................................................................................................... 140
Uso da radiação eletromagnética............................................................................................................ 145
Aplicações da fotointepretação em p rojetos ................................................................................... 150

Fotointerpretação: prática de fotointerpretação ................................ 161


Márcio Fernandes Leão
Parâmetros utilizados na foto interpretação .......................................................................................161
Como se faz uma fotointerpretação? .................................................................................................... 165
Aplicações da fotointerpretação .............................................................................................................. 169

Unidade4

SIG: separação dos níveis temáticos, g ráficos e descritivos ............ 177


Ananda Muller Postay de Lima
Sistemas de informações geográ ficas ................................................................................................... 177
Dad os armazenado s em sistema de informações geog ráficas ............................................ 180
Estruturas vetorial e matricial ...................................................................................................................... 183

SIG: aquisição dos dados ............................................................................. 193


Ananda Muller Postay de Lima
Níveis d e aquisição de dados...................................................................................................................... 193
Sistemas imageadores..................................................................................................................................... 198
Características d as imagens d ig it ais .......................................................................................................2 02

ISTG: pré-processamento e aná lises dos dados 1


gráficos e descritivos ..................................................................................... 209
Natália de Souza Pelinson
Sistemas de informação geográfica: p rocessamento de imagens..................................... 210
Técnicas de p rocessamento de imagens ............................................................................................. 211
Sistema de informações geográficas para técnicas de pré-processamento
e processam ento d e imagens ...............................................................................................................225

SIG: aplicação prática .................................................................................... 233


Natália de Souza Pelinson
Amostras d e treinamento: uma im po rtante ferramenta da cla ssificação
de imagens........................................................................................................................................................234
Classificação de imagens e a utilização de sistemas d e info rmações
geográficas (SIG) ............................................................................................................................................ 236
L Sistema de informações geog ráficas para classificação d e imagens ............................... 2~

1 Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento 1


para projetos e demandas ambie nta is ................................................... 2 61
Cristina Morin Ribeiro Gonçalves
A im portância do sistema de informações geográficas para projetos ambientais ......262

~;:;~~ã~edi~:::;~::ogae:~~~~:~~-~-~-~~-f~;;~~~~~~- -~-~-~-~~~;~~-~~·· ··· · ····· .......... 267


l de problemas em um projeto ambiental. ...................................................................................... 270 1
Aplicações práticas
das ferramentas de
geoprocessamento para
projetos e demandas
ambientais
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Identificar a importância do SIG para projetos ambientais.


 Descrever um projeto ambiental.
 Utilizar o SIG para resolver problemas apresentados em um projeto
ambiental.

Introdução
O nosso planeta está em constante modificação e passando por alterações
que são denominadas antrópicas, quando realizadas pelo ser humano,
e naturais, se ocorrem sem interferência humana direta. As demandas
desenfreadas são ocasionadas por crescimento da população, produção,
uso do solo e recursos minerais, assim como pelo desenvolvimento
industrial desordenado, gerando grandes impactos ambientais. Por esse
motivo, a preocupação ambiental foi impulsionada nas últimas décadas
do século XX e ampliada no século XXI. Sendo assim, ter informação
sobre toda atividade humana e natural em nosso planeta é essencial
para o gerenciamento e planejamento de nossos recursos e atividades, o
que pode ser feito a partir dos sistemas de informação geográfica (SIGs).
Neste capítulo, você vai identificar a importância do SIG para projetos
ambientais, analisando um caso e refletindo sobre as formas de resolução
de problemas relativos ao projeto ambiental proposto.
2 Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos e demandas ambientais

A importância do SIG para projetos ambientais

Breve histórico sobre a questão ambiental


Conforme Machado e Saccol (2016), no ano de 1947, foi fundada, na Suíça, a
União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), cujo objetivo era
influenciar ideias de conservacionismo ambiental. Somente a partir da década de
1960, a preocupação ambiental foi iniciada de forma mais contundente, ficando
conhecida pelo conflito entre os desenvolvimentistas e os preservacionistas.
Esse debate iniciou em 1962, a partir da publicação do livro de Rachel
Carson, Primavera Silenciosa, que alertava sobre os malefícios da utilização de
pesticidas nos produtos agrícolas. Essa publicação gerou uma preocupação que
até então não existia, contemplando ao impacto das atividades antrópicas sobre
o meio ambiente. Frente a isso, nos Estados Unidos, foi proibida a utilização
do diclorodifeniltricloroetano (DDT) e outros pesticidas e a criada da Agência
Americana de Proteção Ambiental (EPA — Environmental Protection Agency).

O diclorodifeniltricloroetano (DDT) é considerado uma das substâncias sintéticas


mais utilizadas e estudadas no século XX. As propriedades inseticidas do DDT foram
descobertas em 1939 pelo entomologista suíço Paul Müller, o que lhe valeu poste-
riormente o Prêmio Nobel de medicina devido ao uso do DDT no combate à malária.
Depois, passou a ser usado na agropecuária, no Brasil e no mundo todo. A Suécia foi
o primeiro país a banir o DDT e, pouco depois, foi seguida por outros, excetuando-se
o uso em programas de controle de doenças. Em 1985, proibiu-se em todo o territó-
rio nacional a comercialização destinada à agropecuária. No entanto, os inseticidas
organoclorados continuaram sendo permitidos em campanhas de saúde pública
no combate a vetores de agentes etiológicos de moléstias (malária e leishmaniose),
bem como em uso emergencial na agricultura, a critério do Ministério da Agricultura
(D’AMATO; TORRES; MALM, 2002).

O Clube de Roma surgiu em 1968, formado por profissionais de diversas


áreas, como empresários, cientistas, educadores, economistas e funcionários
governamentais de 10 países, e tinha o objetivo de discutir o uso desordenado
dos recursos naturais em termos mundiais.
Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos e demandas ambientais 3

A enorme preocupação ambiental na década de 1970 era uma realidade,


principalmente na Europa e, para tanto, foi criada a I Conferência Mundial
sobre o Meio Ambiente, organizada pela Organização das Nações Unidas
(ONU), no ano de 1972, em Estocolmo, na Suécia. Essa Conferência tratou de
temas como o impacto da exploração dos recursos naturais e a degradação do
meio ambiente, culminando com o despertar da consciência ecológica mundial.
Nessa mesma década, houve uma grande vitória no que tange à poluição, pois,
nesse período, também iniciaram as regulamentações ambientais, a partir do
que, em diversos países, a poluição começou a ser considerada crime.
Já no início da década de 1980, foram retomadas as discussões sobre as
questões ambientais, protagonizadas pela ONU, levando à criação da Comis-
são Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, que buscava uma
reavaliação das questões mais críticas sobre o meio ambiente e a reformulação
de propostas de mudanças para garantir um desenvolvimento sustentável.
Para tanto, foi criado o Relatório Brundtland, publicado com o título “Nosso
Futuro Comum”, que buscava a percepção do desenvolvimento com limites
da utilização de recursos naturais para o bem-estar da sociedade.
Nessa mesma década, surgiu uma preocupação que ainda não existia de
maneira global, a redução da camada de ozônio. Então, no ano de 1989, o
Protocolo de Montreal entrou em vigor, tratando sobre a preocupação com
os impactos gerados pela redução de uma camada tão importante para nosso
planeta, a camada de ozônio.
Na década de 1990, o Brasil se demonstrou mais preocupado com questões
ambientais e, para tanto, sediou, na cidade do Rio de Janeiro, em 1992, onde
estavam presentes líderes mundiais de 108 países, a conferência Cúpula da
Terra ou Rio-92, que se fundamentou em cinco documentos: Declaração
do Rio, Agenda 21, Convenção da Diversidade Biológica, Princípios sobre
Florestas e a Convenção sobre as Mudanças Climáticas.

Fique por dentro dos detalhes sobre o Rio-92, segundo o Instituto de Pesquisa Eco-
nômica Aplicada, acessando o link a seguir.

https://qrgo.page.link/TE4Ha

https://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?
option=com_content&view=article&id=2303:catid%3D28&Itemid=23

pág. internet
4 Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos e demandas ambientais

Também na década de 1990 aconteceu a Conferência das Nações Unidas


sobre Mudanças Climáticas, em que foi anunciado o Protocolo de Quioto,
em 1997, que tratava de metas para a redução das emissões de gases de efeito
estufa em nosso planeta.
Outro marco importante na década de 1990 foram as normas britânicas que
entraram em vigor e que serviram de base para a consolidação de sistemas de
normas ambientais mundiais, as séries ISSO 14000 e ISSO 9000, de gestão de
qualidade, que simbolizaram um enorme avanço em relação ao meio ambiente.
Em 2002, foi realizada pela ONU, na África do Sul, na cidade de Johanes-
burgo, a Cúpula sobre o Desenvolvimento Sustentável, também denominada
Rio+10, em que foram tratados, além de aspectos ambientais, aspectos sociais,
sobre disponibilidade de água, saneamento básico, energia, saúde, pobreza,
agricultura, dentre outros. Nessa conferência, ficou acordado que os países
participantes se comprometiam a reduzir em 50% o número de pessoas que
não tinham acesso ao saneamento básico e à água potável.
A Rio+20, Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sus-
tentável, ocorreu em 2012, na cidade do Rio de Janeiro, trazendo como te-
mas primordiais a erradicação da pobreza e a economia verde no contexto
do desenvolvimento sustentável. Durante quase 20 anos, o setor empresarial
praticamente não havia se manifestado — desde a Rio-92 —, mas conduziu a
realização de compromissos voluntários, em que foi reconhecido e valorizado
o capital natural, com o comprometimento de uma utilização mais controlada
dos recursos naturais.
No Peru, em 2014, aconteceu a 20ª Conferência das Partes da Convenção
– Quadro da ONU sobre Mudanças do Clima (COP 20), que tinha o objetivo
de propor inúmeras ações para diminuir o aumento da temperatura em nosso
planeta, abrandando os impactos da mudança do clima global.
Já em 2015, o COP 21, em Paris, na França, buscou ações relativas a
redução dos efeitos climáticos, objetivando, também, o controle do aumento
da temperatura do planeta. Essa conferência teve como consequência um
documento, denominado Acordo de Paris, em que os países participantes
renovaram o pacto que busca manter o aquecimento global abaixo de 2°C,
mas tendo como objetivo principal limitar o aumento em 1,5°C.

O SIG e os projetos ambientais


De acordo com Longley et al. (2013), os sistemas de informação geográfica
(SIG) são uma classe especial de sistemas de informação que controlam não
apenas eventos, atividades e coisas. Esse sistema nos possibilita o controle
Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos e demandas ambientais 5

da superfície terrestre, através de imagens, sendo essencial, também, para o


controle de projetos ambientais. Observe a Figura 1, que ilustra o monitora-
mento para a manutenção de trilhas em um parque nacional.

Leitores do material impresso, para visualizar as figuras


deste capítulo em cores, acessem o link ou o código QR
a seguir.

https://qrgo.page.link/8ujyK

https://sagah.grupoa.com.br/gabaritos/GEOPROCESSAMENTO_FIGURAS

Figura 1. Manutenção de trilhas em parques nacionais.


Fonte: Longley et al. (2013, p. 4).
6 Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos e demandas ambientais

O meio ambiente é um dos principais elementos que motivaram o de-


senvolvimento e aplicações dos SIG em meados dos anos 1960. No Canadá,
nesse mesmo período, o desenvolvimento desse sistema foi alavancado pela
necessidade de políticas sobre o uso da terra.
Na atualidade, existem modos muito eficientes de monitoramento das
alterações do uso da terra, como o sensoriamento remoto orbital, sendo possível
a atualização frequente, por exemplo, da perda de floresta em áreas críticas,
como a Bacia Amazônica.
A Figura 2, de satélite, mostra um exemplo desse problema ambiental,
desmatamento com cores reais no estado de Rondônia/Brasil, junto à BR-364,
considerada a principal via de acesso da região.

Figura 2. Imagem de satélite de Rondônia, 2000, junto à rodovia BR-364.


Fonte: Christopherson e Birkeland (2017, p. 605).

Para mais informações sobre o monitoramento da Amazônia pelo Instituto Nacional


de Pesquisas Espaciais (INPE), acesse o link a seguir.

https://qrgo.page.link/6EPeB

https://www.gov.br/mma/pt-br
Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos e demandas ambientais 7

De maneira geral, problemas que envolvem um aspecto de localização, seja na


informação usada para resolvê-lo ou na solução propriamente dita, são denomina-
dos problemas geográficos, que, com o auxílio dos SIGs, podem ser planejados e
executados. Veja, a seguir, alguns exemplos de problemas geográficos:

 decisão de localização de hospitais e postos de saúde por gestores


de saúde;
 rota de entrega de produtos por empresas de entregas;
 manutenção de trilhas em parques nacionais para utilização de seus
visitantes;
 área desmatada para utilização do solo para agricultura;
 projeto de recuperação ambiental.

Os SIGs proporcionam uma forma para integrar conhecimento sobre os


processos sociais e naturais com o objetivo de um planejamento ambiental
integrado, permitindo, também, comparar as condições ambientais predomi-
nantes em diversas partes do planeta.

Descrição de um projeto ambiental


Para o desenvolvimento de um projeto ambiental, é necessário um planeja-
mento, que pode ser dividido nas etapas que você vê a seguir.

 Problematização: identificar e caracterizar o meio ambiente em seus


aspectos físicos, bióticos e reconhecer cada porção do território em
análise para uma tomada de decisão apropriada.
 Objetivos: armazenar os dados sobre os aspectos físicos, sociais e
ambientais; disponibilizar os dados para consulta; gerar uma análise
como auxílio à tomada de possíveis decisões.
 Metodologia: buscar ferramentas que auxiliem essas análises, imagens
obtidas através do SIG, vistoria de campo, cruzamento de informações
em bancos de dados geográficos.

Veremos, então, um exemplo de projeto ambiental que descrito por Longley


et al. (2013) e realizado por Verburg e Veldkamp, trabalhando pela Universi-
dade e Wageningen, na Holanda, sobre o caso da Ilha Sibuyan, nas Filipinas
(Figura 3). Nesta ilha, o desmatamento é a principal ameaça à biodiversidade.
8 Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos e demandas ambientais

Figura 3. Localização da Ilha Sibuyan nas Filipinas, mostrando a localização do Parque Nacional e a zona de amortecimento.
Fonte: Longley et al. (2013, p. 67).

 Características da ilha: trata-se de uma ilha pequena, de apro-


ximadamente 456 km 2 , com encostas montanhosas cobertas por
florestas e área costeira com terras de relevo ondulado, sendo usada
predominantemente para assentamentos humanos, mineração e
agricultura. Com relação à biodiversidade, a ilha apresenta uma
estimativa de 700 espécies de plantas, e aproximadamente 54 são
exclusivas da região.
 Objetivo do estudo: identificar uma variante de diferentes cenários
de desenvolvimento que permite prever o uso da terra e mudanças de
hábitat e, assim, antecipar mudanças na biodiversidade.
 Método: o ponto inicial foi uma investigação qualitativa que abarcava
entrevistas com habitantes diversos no local para identificar uma gama
de fatores que possivelmente afetam os padrões de utilização do solo. O
Quadro 1, a seguir, traz os indicadores relacionados diretos e indiretos
de pressão sobre as alterações na utilização do solo.
Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos e demandas ambientais 9

Quadro 1. Fontes de dados usados na análise ecológica

Uso da terra

Manguezais

Cultivo comercial de coco

Cultivo de arroz irrigado

Campo

Floresta secundária

Agricultura de subsistência

Floresta primária (pluvial e paludosa)

Fatores locacionais

Acessibilidade de rodovias, rios e povoados

Altitude

Declividade

Orientação de encostas

Geologia

Geomorfologia

Densidade populacional

Pressão populacional

Posse da terra

Políticas espaciais

Fonte: Adaptado de Longley et al. (2013).

A partir da obtenção das características da Ilha Sibuyan, da formulação


do objetivo e do método, é possível, com os SIGs, desenvolver uma proposta
de resolução dos problemas ambientais a partir de projetos ambientais, o que
você confere a seguir.
10 Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos e demandas ambientais

SIG como ferramenta de resolução


de problemas em um projeto ambiental
Para a resolução do problema apresentado na Ilha Sibuyan, foram utilizadas
as informações das pesquisas qualitativas em uma análise quantitativa,
aliadas com base em SIG, para calcular as probabilidades de transição de
usos da terra em três cenários diferentes. Esse cenário fi nal acontece ao
fi m de um período de 20 anos, terminando em 2019, conforme mostra a
Figura 4, em que:

 cenário 1: não existe nenhuma proteção efetiva das florestas da ilha;


 cenário 2: há apenas a proteção da área designada para um parque
natural;
 cenário 3: há proteção não apenas do parque natural, mas também de
uma faixa de amortecimento definida em um SIG.

Figura 4. Área com floresta em 1999 e ao final das simulações no uso da terra em 2019, para três cenários diferentes.
Fonte: Longley et al. (2013, p. 68).
Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos e demandas ambientais 11

Ambos os cenários resultaram em diferentes extensões de área com floresta


em 2019, mas com padrões espaciais diferentes de floresta remanescente,
como, por exemplo, o cenário 1, que apresenta lacunas na área florestal que
foram ocasionadas pela agricultura itinerante e pelo desmatamento ilegal.
O que levou os pesquisadores a esses resultados foram os conhecimentos
já existentes de um conjunto de processos ecológicos, resultando na visão de
como a biodiversidade seria comprometida.
Sendo assim, os pesquisadores utilizaram como referência de análise o padrão
atual do uso da terra e sua compreensão dos processos biológicos, físicos e hu-
manos para prever mudanças no uso da terra. Para tanto, as diferentes previsões
permitiram afirmar que existem possibilidades diferentes para diferentes cenários,
nos quais a ecologia da ilha poderia mudar no futuro de forma bastante positiva.
Para Longley et al. (2013), a arte e a ciência da modelagem ecológica exigem
que tomemos uma solução adequada não somente para identificar a gama
de fatores determinantes relevantes, mas também sobre sua importância no
estudo de caso específico, com a devida consideração à amplitude da escala
em que cada um é relevante.
Os SIGs possibilitam abarcar diversos elementos, tanto humanos quanto
físicos e biológicos, para prever a provável dimensão do uso da terra. Como no
caso do exemplo da Ilha Sibuyan, seu objetivo é predizer os possíveis efeitos do
padrão geral sobre a biodiversidade, e não o uso da terra em locais específicos.
Para o resultado final deste projeto, podemos elencar como fundamental
assumir que o resultado das consequências ecológicas do desmatamento
previsto possam sofrer interferências de forma confiável a partir de um mapa
previsto de usos da terra, pois a alteração do uso da terra é uma resposta
mensurável sobre diversos fatores espacialmente mutáveis.

1. As conferências e os encontros e encontros internacionais sobre


internacionais sobre o meio o meio ambiente e assinale
ambiente são essenciais para V (verdadeiro) ou F (falso).
a discussão da atual situação ( ) O Clube de Roma surgiu em 1968,
ambiental de nosso planeta, bem formado por profissionais de
como para a preocupação com diversas áreas, como empresários,
o futuro. Observe as seguintes cientistas, educadores,
afirmativas referentes a conferências economistas e funcionários
12 Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos e demandas ambientais

governamentais de 10 países, núcleos urbanos menos


e tinha o objetivo de discutir o povoados e urbanizados.
uso desordenado dos recursos c) o diagnóstico superficial de
naturais em termos mundiais. situações de risco de desastres
( ) Em 2002, foi realizada pela ONU, ambientais, sem parâmetros
na África do Sul, na cidade de realmente eficientes.
Johanesburgo, a Cúpula sobre d) a suposição de situações
o Desenvolvimento Sustentável, referentes a projetos
também denominada Rio+10, exclusivamente urbanos,
em que foram tratados, além de principalmente em metrópoles.
aspectos ambientais, aspectos e) o controle, a partir de imagens
sociais, sobre disponibilidade da superfície terrestre, essencial,
de água, saneamento básico, também, para controle de
energia, saúde, pobreza, projetos ambientais.
agricultura, dentre outros. 3. Os SIGs proporcionam uma forma
( ) No Peru, em 2014, aconteceu de integrar conhecimento sobre
a 20ª Conferência das Partes os processos sociais e naturais com
da Convenção — Quadro da o objetivo de um planejamento
ONU sobre Mudanças do Clima ambiental integrado, permitindo,
(COP 20), que tinha o objetivo também, comparar as condições
de propor inúmeras ações ambientais predominantes
para diminuir o aumento da em diversas partes do planeta.
temperatura em nosso planeta, Problemas que envolvem um
abrandando os impactos da aspecto de localização, seja na
mudança do clima global. informação usada para resolvê-lo
a) F, V e F. ou na solução propriamente dita,
b) F, F e V. são denominados problemas
c) V, V e F. geográficos. Observe as seguintes
d) V, V e V. afirmativas e, em cada uma,
e) F, F e F. assinale V (verdadeiro) ou F (falso)
2. De acordo com Longley et al. em relação a serem referentes aos
(2013), os sistemas de informação diversos problemas geográficos.
geográfica (SIGs) são uma classe ( ) Área de uma floresta que
especial de sistemas de informação foi desmatada para a
que controlam não apenas eventos, promoção da agricultura.
atividades e coisas que acontecem ( ) Manutenção de trilhas em
ou existem, possibilitando: parques nacionais de preservação
a) a inclusão de cidades em com o intuito de impedir
seu banco de dados apenas a educação ambiental.
para fins militares e de ( ) Projeto de recuperação
proteção de fronteiras. ambiental de uma área que
b) o monitoramento de cidades sofreu queimada para pecuária.
e populações restritas aos a) V, F e F.
b) V, F e V.
Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos e demandas ambientais 13

c) V, V e V. 5. Para Longley et al. (2013), a arte


d) F, F e F. e a ciência da modelagem
e) F, F e V. ecológica exigem que tomemos
4. Para a realização de um projeto uma solução adequada não
ambiental, é necessário um somente para identificar a
planejamento com algumas etapas. gama de fatores determinantes
Observe as alternativas a seguir e relevantes, mas também sobre:
relacione as colunas correspondentes. a) sua importância no estudo
(A) Problematização de caso específico, com
(B) Metodologia a devida consideração à
(C) Objetivos amplitude da escala em
( ) Ferramentas que auxiliem na que cada um é relevante.
obtenção e análise de dados, b) a irrelevância em resultados e
como, por exemplo, SIGs. pesquisas, por não obter dados
( ) Área com constantes focos suficientes para uma prospecção.
de incêndio, onde predomina c) as alternativas sem bases
floresta equatorial e contínuo quantitativas, pois as pesquisas
uso do solo para agricultura. são apenas qualitativas para
( ) Disponibilizar dados para a obtenção do resultado.
pesquisa e criação de projetos d) a falta de novas tecnologias
ambientais, com geração para aplicação das
de dados para análise. metodologias necessárias para
a) B, A e C. a obtenção de imagens.
b) B, C e A. e) as poucas alternativas
c) C, A e B. de SIGs que possuimos
d) C, B e A. atualmente no que tange
e) A, B e C. às demandas ambientais.

CHRISTOPHERSON, R. W.; BIRKELAND, G. H. Geossistemas: uma introdução à geografia


física. 9. ed. Porto Alegre: Bookman, 2017.
D’AMATO, C.; TORRES, J. P. M.; MALM, O. DDT (dicloro difenil tricloroetano): toxicidade
e contaminação ambiental ¾ uma revisão. Química Nova, v. 25, n. 6, 2002. Disponível
em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422002000600017&script=sci_
arttext&tlng=en. Acesso em: 24 set. 2019.
LONGLEY, P. A. et al. Sistemas e ciência da informação geográfica. 3. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2013.
MACHADO, V. S.; SACCOL, J. Introdução à gestão ambiental. Porto Alegre: Sagah, 2016.
14 Aplicações práticas das ferramentas de geoprocessamento para projetos e demandas ambientais

Leituras recomendadas
BRASIL. Ministério da Saúde. Inpe monitora Amazônia. Brasília, DF, 2019. Disponível
em: https://www.mma.gov.br/florestas/controle-e-preven%C3%A7%C3%A3o-do-
-desmatamento/inpe-monitora-amaz%C3%B4nia.html. Acesso em: 24 set. 2019.
CARSON, R. Primavera silenciosa. São Paulo: Gaia, 2010.
IPEA. Rio-92: mundo desperta para o meio ambiente. História - Rio-92, v. 7, n. 56, 2009.
Disponível em: http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&v
iew=article&id=2303:catid%3D28&Itemid=23. Acesso em: 24 set. 2019.
_C.4_ Dica do professor
O drone é um aliado do SIG, pois permite o acesso a informações de regiões mais inóspitas aos
seres humanos, sendo, então, possível o monitoramento, o mapeamento e/ou a realização de
estudos de vários tipos. Os drones são aeromodelos ou aeronaves não tripuladas remotamente
pilotadas (RPA); inicialmente, foram utilizados para fins militares e de guerra. Atualmente, eles são
aliados das questões ambientais de preservação e manutenção do meio ambiente.

Nesta Dica do Professor, você vai conferir como os drones auxiliam em demandas ambientais.

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3 min
_C.4_ Exercícios

1) As Conferências e Encontros internacionais sobre o meio ambiente são essenciais para


discussão da atual situação ambiental de nosso planeta, bem como da preocupação com o
futuro. Sobre isso, observe as seguintes afirmativas.
Em cada uma, assinale V (verdadeiro) ou F (falso).

I - ( ) O Clube de Roma surgiu em 1968, formado por profissionais de diversas áreas, como
empresários, cientistas, educadores, economistas e funcionários governamentais de dez
países, que tinham o objetivo de discutir o uso desordenado dos recursos naturais em
termos mundiais.

II - ( ) Em 2002, foi realizada pela ONU, na África do Sul, na cidade de Johanesburgo, a


Cúpula sobre o desenvolvimento sustentável, também denominada Rio+10; onde foram
tratados, além de aspectos ambientais, aspectos sociais, sobre disponibilidade de água,
saneamento básico, energia, saúde, pobreza, agricultura, entre outros.

III - ( ) No Peru, em 2014, aconteceu a 20.a Conferência das Partes da Convenção – Quadro
da ONU sobre Mudanças do Clima (COP 20), que tinha o objetivo de propor inúmeras ações
para diminuir o aumento da temperatura em nosso planeta, abrandando os impactos da
mudança do clima global.

A) F, V e F.

B) F, F e V.

C) V, V e F.

D) V, V e V.

E) F, F e F.

Gab D = Todas as Conferências e Encontros descritos são verdadeiros e fazem


parte de uma trajetória muito importante da problemática ambiental em nosso
planeta, integrando os processos de análise e propostas atuais de
sustentabilidade.
2) De acordo com LONGLEY et al. (2013), os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) são uma
classe especial de sistemas que controlam, não apenas eventos, mas também atividades e
coisas que acontecem ou existem, possibilitando o(a)

A) inclusão de cidades em seu banco de dados, apenas para fins militares e de proteção de
fronteiras.

B) monitoramento de cidades e populações restritas aos núcleos urbanos menos povoados e


urbanizados.

C) diagnóstico superficial de situações de risco de desastres ambientais, sem parâmetros


realmente eficientes.

D) suposição de situações referentes a projetos exclusivamente urbanos, principalmente, em


metrópoles.

E) controle, por meio de imagens da superfície terrestre, essencial, também, para controle de
projetos ambientais.

Gab E = De acordo com LONGLEY et al. (2013), os sistemas de informação


geográfica (SIG) são uma classe especial de sistemas de informação que
controlam, não apenas eventos, mas, também, atividades e coisas que
acontecem ou existem. Esse sistema possibilita o controle, por meio de
imagens da superfície terrestre; essencial, também, para controle de
projetos ambientais.
3) Os SIGs proporcionam uma forma de integrar conhecimento sobre os processos sociais e
naturais com o objetivo de um planejamento ambiental integrado, permitindo, também,
comparar as condições ambientais predominantes em diversas partes do planeta. Problemas
que envolvem um aspecto de localização, seja na informação usada para resolvê-lo ou na
solução propriamente dita, são denominados problemas geográficos.
Observe as seguintes afirmativas e, em cada uma, assinale V (verdadeiro) ou F (falso) se
estão relacionadas aos diversos problemas geográficos.

I - ( ) Área de uma floresta que foi desmatada para promoção da agricultura.

II - ( ) Manutenção de trilhas em parques nacionais de preservação, com intuito de impedir a


educação ambiental.

III - ( ) Projeto de recuperação ambiental de uma área que sofreu queimada para uso da
pecuária.

A) V, F e F.

B) V, F e V.

C) V, V e V.

D) F, F e F.

E) F, F e V.

Gab B = Região desmatada, projeto de recuperação ambiental e monitoramento


de trilhas são considerados problemas geográficos; porém, todos visam,
também, uma educação ambiental.
4) Para a realização de um projeto ambiental, é necessário um planejamento, com algumas
etapas. Observe as alternativas abaixo e relacione as colunas correspondentes.

( A ) Problematização

( B ) Metodologia

( C ) Objetivos

( ) Ferramentas que auxiliem na obtenção e análise de dados, como, por exemplo, os SIGs.

( ) Área com constantes focos de incêndio, onde predomina floresta equatorial e é contínuo
o uso do solo para agricultura

( ) Disponibilizar dados para pesquisa e criação de projetos ambientais, com geração de


dados para análise.

A) B, A e C.

B) B, C e A.

C) C, A e B.

D) C, B e A.

E) A, B e C.

Gab A = Problematização engloba a identificação do meio ambiente, em seus


aspectos físicos, bióticos e antrópicos, e o reconhecimento de cada porção
do território em análise, para uma tomada de decisão apropriada.

Os objetivos são muito variados, no caso de um projeto ambiental, pode


abarcar armazenamento dos dados sobre os aspectos físicos, sociais e
ambientais, disponibilização dos dados para a consulta e geração de uma
análise como auxílio na tomada de possíveis decisões.

Já a metodologia, traz formas e ferramentas que auxiliam nessas análises:


imagens obtidas por intermédio do SIG, vistoria de campo e cruzamento de
informações em bancos de dados geográficos.
5) Para LONGLEY et al. (2013), a arte e a ciência da modelagem ecológica exigem que seja
tomada uma solução adequada, não somente para identificar a gama de fatores
determinantes relevantes, mas é, também, sobre

A) sua importância no estudo de caso específico, com a devida consideração à amplitude da


escala, em que cada um é relevante.

B) a irrelevância em resultados e pesquisas, por não obter dados suficientes para uma
prospecção.

C) as alternativas sem bases quantitativas, pois as pesquisas são apenas qualitativas para
obtenção do resultado.

D) a falta de novas tecnologias para aplicação das metodologias necessárias à obtenção de


imagens.

E) as poucas alternativas de SIGs, que temos atualmente, no que tange às demandas ambientais.

Gab A = Para LONGLEY et al. (2013), a arte e a ciência da modelagem


ecológica exigem que seja tomada uma solução adequada, não somente para
identificar a gama de fatores determinantes relevantes, mas é, também, sobre
sua importância no estudo de caso específico, com a devida consideração à
amplitude da escala, em que cada um é relevante.

Os SIGs possibilitam abarcar diversos elementos, tanto humanos, quanto


físicos e biológicos, para prever a provável dimensão do uso da terra.
_C.4_ Na prática
Os incêndios são uma das principais causas de degradação de fragmentos florestais e os Sistemas
de Informações Geográficas são ferramentas essenciais para mapeamento de risco desse tipo de
fenômeno.

Acompanhe, Na Prática, como um pesquisador ambiental desenvolveu um projeto, com o objetivo


de utilizar os SIGs na identificação de áreas de risco de incêndios em florestas.

SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS UTILIZADOS NA IDENTIFICAÇÃO DE RISCO DE


INCÊNDIOS EM FLORESTAS

Antônio é um pesquisador da área ambiental e está realizando um projeto para


o seu município sobre a identificação de áreas de risco de incêndios
florestais.

Os incêndios têm sido um dos principais agentes de destruição das florestas


de sua região e a utilização de alternativas de prevenção são primordiais
para redução desses focos. Para tanto, Antônio pretende utilizar os Sistemas
de Informações Geográficas (SIGs) para mapear as áreas de risco de incêndios.

A pesquisa de Antônio gerou os seguintes resultados:

1. Principais causas de incêndios florestais


> Atos criminosos
> Cigarros
> Pequenas fogueiras
> Cultos religiosos
> Queimada para "limpeza" da área

2. Agravantes para o controle do incêndio


> Grandiosidade do incêndio
> Falta de recursos para combate
> Demora para detecção

3. Forma de prevenção de incêndios


> Técnicas de prevenção
> Planejamento estratégico de combate de incêndio

Com os resultados dessa pesquisa, Antônio chegou à conclusão de como os SIGs


podem ser utilizados como aliados ao combate de incêndios em florestas:

> Gerando mapas estratégicos


> Localizando estradas para acesso
> Indicando a localização de corpos d'água
> Localizando núcleos urbanos
> Gerando mapas de riscos de incêndio com maiores e menores probabilidades,
nos quais devem ser consideradas características meteorológicas, de relevo e
características das florestas.
_C.4_ Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Mapeamento do risco de incêndios florestais utilizando


técnicas de geoprocessamento
Neste link, você pode conferir um artigo sobre a influência de fatores preditores nas ocorrências de
incêndios florestais.
https://www.scielo.br/j/floram/a/PTZgzwgsGYRPZf4S4pSCZqn/?format=pdf&lang=pt

pdf 10p

Degradação ambiental no município de Parari - PB: uma análise


por meio de sensoriamento remoto
Neste artigo, você pode conferir um estudo sobre a degradação da cobertura vegetal no município
de Parari-PB.

https://revistas.ufpr.br/geografar/article/view/37285

pdf 25p

Ponta Grossa - Drones vão ajudar a monitorar parques


Neste vídeo, disponível no canal do YouTube Rede Mercosul - Record News Paraná, veja como os
drones podem auxiliar no monitoramento dos parques.

https://www.youtube.com/embed/JikPrG97gWA

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS


ANAC, Agência Nacional de Aviação Civil. O que são drones? Disponível em:
<http://www.anac.gov.br/perguntas-frequentes/drones/aeronaves/o-que-sao-drones>. Acesso em: 03 set.
2019.
BARBOSA, Vanessa. Drones podem revolucionar a proteção do meio ambiente. Revista Exame. 23mar. 2016.
Disponível em: <https://exame.abril.com.br/ciencia/drones-podem-revolucionar-aprotecao-do-meioambiente/
>. Acesso em: 03 set. 2019.
CHRISTOPHERSON, Robert W.; Ginger H. Birkeland. Geossistemas: uma introdução à geografia física – 9.ª
ed. Porto Alegre: Bookman, 2017.
D’AMATO, Cláudio et al. DDT (Dicloro Difenil Tricloroetano): toxicidade e contaminação ambiental - uma
revisão. In: Quím. Nova, vol. 25 n.º 6 São Paulo Nov./Dec. 2002. Disponível em: <http://ref.scielo.org/
dhqqs8> . Acesso em: 31 ago. 2019.
GEOEDUC, Instituto. Drones para meio ambiente e conservação de espécies ameaçadas. Disponível em:
<http://geoeduc.com/blog/drones-conservacao-especies/>. Acesso em: 03 set.2019.
LONGLEY, Paul A. et al. Sistemas e ciência da informação geográfica. 3.ª ed. Porto Alegre: Bookman,
2013.
MACHADO, Vanessa de Souza; SACCOL, Juliana. Introdução à gestão ambiental. Porto Alegre: Sagah, 2016.
VETTORAZZI, Carlos A. et al. Uso de sistemas de informações geográficas aplicados à intervenção e
combate a incêndios em fragmentos florestais. In: Série técnica IPEF v. 12, n.º 32, p.111-115, dez.
1998. Disponível em: <https://www.ipef.br/publicacoes/stecnica/nr32/cap11.pdf>. Acesso em: 03 set.
2019.
Banco de imagens Shutterstock.
SAGAH, 2019.

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