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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação à Distancia

IMPORTÂNCIA DAS VIRTUDES PROFISSIONAL E DA SUA ORIGEM

Discente: Bruno das Neves Evaristo Código: 708183899

Curso: Licenciatura em Administração Publica


Disciplina: Ética Profissional
Ano de Frequência: 4o Ano
Docente P. Jaime Moisés Suade

Quelimane Julho de 2021


Critérios de avaliação (disciplinas teóricas)

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuaçã Subtot
do
o máxima al
tutor
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura organizacion  Discussão 0.5
ais  Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução
 Descrição dos objectivos 1.0

 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional
2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.5
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Referência Normas APA
 Rigor e coerência das
s 6ª edição em
citações/referências 2.0
Bibliográfi citações e
bibliográficas
cas bibliografia

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice
Introdução ................................................................................................................................... 5
1.1.Objectivos ............................................................................................................................. 5
1.2.Objectivo Geral..................................................................................................................... 5
1.3.Objectivos Específicos: ........................................................................................................ 5
1.4.Metodologia .......................................................................................................................... 5
2. IMPORTÂNCIA DAS VIRTUDES PROFISSIONAL E DA SUA ORIGEM ..................... 6
2.1. A Ética e a Ética Profissional .............................................................................................. 6
2.2. Abordagem Conceitual de Ética .......................................................................................... 8
2.3 Ética e Moral ...................................................................................................................... 10
2.4. A Importância da Ética na Formação Profissional ............................................................ 13
2.5.Virtudes Profissionais ......................................................................................................... 13
2.5.1. Virtudes Básicas Profissionais ....................................................................................... 14
2.6.Origem ................................................................................................................................ 18
Conclusão ................................................................................................................................. 20
Bibliografia ............................................................................................................................. 21

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Introdução

O presente trabalho tem como tema: IMPORTÂNCIA DAS VIRTUDES PROFISSIONAL E DA


SUA ORIGEM. Dizer a ética está inteiramente ligado a acções e relações entre o ser e a
sociedade, porém são essas acções que manifestadas pelo individuo terão uma repercussão
para com mesma. Por fim podemos denominar essas acções como conduta ética ou conduta
humana. Para que haja conduta ética ou conduta humana é necessário que cada sujeito
membro de uma sociedade distinga entre o certo e o errado, o bem e o mal, o permitido e o
proibido entre outros.

1.1.Objectivos

1.2.Objectivo Geral
 Conhecer a importância das virtudes profissional e da sua origem.

1.3.Objectivos Específicos:
 Falar da Ética e a Ética Profissional;
 Abordar sobre a Importância da Ética na Formação Profissional;
 Descrever as Virtudes Básicas Profissionais.

1.4.Metodologia
Quanto a metodologia dizer para concretização do presente trabalho recorreu-se a consulta de
livros, artigos que continham a informação do tema, pesquisa na internet, técnica de resumo e
digitação, assim como as pesquisas e bibliotecas com o intuito de trazer o essencial e
melhorar o desenvolvimento científico do trabalho

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2. IMPORTÂNCIA DAS VIRTUDES PROFISSIONAL E DA SUA ORIGEM

Quando se fala de valores Morais na vida de um profissional não é possível abordar com
maior precisão sem antes falar da ética. Mas o que é ética? Sendo assim aborda-se de forma
geral a ética nesse trabalho.

2.1. A Ética e a Ética Profissional

Diante dos desafios enfrentados pela sociedade, no início desse século XXI, a ética tem se
tornado um assunto presente no dia-a-dia das pessoas, sendo, pois, um valor de suma
importância para qualquer pessoa, que tem como propósito, viver bem em sociedade.
Historicamente, sempre foi orientada pela religião e pela razão, se considerando, então, uma
razão crítica em todas as sociedades. Ao se estudar a ética, se verifica a presença ou
interferência de grandes pensadores, como: Sócrates, Platão, Aristóteles, Santo Agostinho,
Tomás de Aquino, Hobbes, Hume, Hegel, Kant, Bérgson, Espinosa, dentre outros, cada um a
seu modo, buscando a definição de ética, bem como, o estabelecimento de códigos de ética
válidos universalmente.

Assim, mesmo sendo um conjunto de normas morais antiga, a ética continua indispensável
para todo e qualquer ser humano, seja como indivíduo ou como profissional. Então, quando se
fala de ética profissional, está se falando da realização do homem, da felicidade de cada ser,
enquanto participante da construção do bem de todos da sociedade, por meio do desempenho
de sua profissão. “Ela é um valor de primeira grandeza para o profissional.” (Vieira, 2006,
p.11).

Muitos autores definem a ética profissional como sendo um conjunto de normas de conduta
que deverão ser postas em prática no exercício de qualquer profissão. Sendo assim, a acção
reguladora da ética que age no desempenho das profissões, faz com que o profissional respeite
seu semelhante, quando do exercício de sua profissão.

A ética profissional é uma aplicação da ética geral no campo das actividades profissionais; a
pessoa tem que estar imbuída de certos princípios ou valores próprios do ser humano para
vivê-los nas suas actividades de trabalho. Portanto, a ética profissional é intrínseca à natureza
humana e se explicita pelo fato de a pessoa fazer parte de um grupo de pessoas que
desenvolvem determinado agir na produção de bens ou serviços. (Camargo 2001 cit in
Monteiro e Chacon, 2005).

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A ética profissional estudaria e regularia o relacionamento do profissional com seus clientes e
colegas de classe, visando à dignidade humana na construção do bem-estar no contexto
sociocultural, onde atua profissionalmente. Diante desse contexto é cabível a seguinte
afirmação: “A ética profissional tem, como premissa maior, o relacionamento do profissional
com seus clientes e com os outros profissionais, levando em conta valores, como: a dignidade
humana, autor realização e sociabilidade.” (Abordagens, 2003).

O ser humano possui uma tendência natural em atender, antes de qualquer coisa, seus
interesses próprios, subjugando, em segunda instância, a concepção de colectividade e
convívio social. Quando visa crescimento próprio, seja aumento de rendimentos ou subir na
hierarquia de sua profissão, pode se utilizar de práticas viciosas que o conduza ao status
almejado.

Nesse sentido, o profissional pode chegar a cometer infracções que venham a prejudicar, não
só, o seu cliente, mas, também, os colegas de classe, as organizações e a sociedade como um
todo. A ética está, pois, relacionada à opção, ao desejo de realização da vida do homem
enquanto profissional, mantendo, este com os outros, relações justas e aceitáveis.

De acordo com Jacomino (2000 cit in Vieira, 2006): Hoje, mais do que nunca, a atitude dos
profissionais em relação as questões éticas pode ser a diferença entre o seu sucesso e o seu
fracasso. Basta um deslize, uma escorregadela, e pronto. A imagem da profissional ganha, no
mercado, a mancha vermelha da desconfiança.

A busca por uma conduta ética é muito importante à vida humana, sendo bastante evidenciada
na vida profissional, porque cada profissional tem responsabilidades individuais, bem como,
responsabilidades sociais, envolvendo pessoas que delas se beneficiam. Dessa forma, a ética é
indispensável ao profissional, porque, na acção humana, o “fazer” e o “agir” estão
interligados. O fazer diz respeito à competência, à eficiência que todo profissional deve
possuir para exercer bem a sua profissão. O agir se refere à conduta do profissional, ao
conjunto de atitudes que deve assumir no desempenho de sua profissão.

Diante desse contexto, Motta (1984, cit in Vieira, 2006, p. 13) explana:

A ética baseia-se em uma filosofia de valores compatíveis com a natureza e o fim de todo ser
humano, por isso “o agir” da pessoa humana está condicionados a duas premissas

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consideradas básicas pela ética: “o que é” o homem e “para que vive”, logo, toda capacitação
científica ou técnica precisa estar em conexão com os princípios essenciais da ética.

Assim, vale lembrar que o respeito à ética deve ser evidente no exercício de qualquer
profissão, uma vez que, sendo ético, o profissional estará preparado técnica e moralmente
para exercer sua função dentro da sociedade; sabendo ponderar o que é bom para si, para a
organização e para a sociedade como um todo, tendo iniciativa pessoal, não se limitando,
assim, ao que lhe é requisitado.

2.2. Abordagem Conceitual de Ética

Etimologicamente, a palavra ética vem do grego éthos, chegando à língua portuguesa através
do latim ethicu e significa, analogicamente, modo de ser ou carácter, como forma de vida
também adquirida ou conquistada pelo homem. É um termo que tem as mais variadas
definições, sendo de larga abrangência do ponto de vista conceitual. Conforme o mini
Aurélio, ética é o estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana, do ponto de
vista do bem e do mal. Conjunto de normas e princípios que norteiam a boa conduta do ser
humano.

Não se pode, pois, obrigar alguém a ser ético, mas, se pode fazer esclarecimento do que seja
certo ou errado, bom ou mau, servindo de guia para aquele que, em algum momento, se achar
perdido. O dicionário Aurélio, conceitua a ética de forma mais abrangente, completa: Ética é
o estudo dos juízos de apreciação que se refere à conduta humana susceptível de qualificação
do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo
absoluto. Assim, na visão ética, não existe uma definição absoluta do bem e do mal; esses
termos podem apresentar conceitos diferentes quando analisa a cultura, crenças, ideologias e
tradições de uma sociedade, comunidade ou grupo de pessoas. Há autores que definem a ética
como: “Ramo da filosofia que trata das questões e dos preceitos relacionados aos valores
morais e a conduta humana. Conjunto de princípios e normas para o bom comportamento
moral.” (Aulete, 2004 cit in Silva et al., 2007).

Seguindo esse entendimento da ética como ramo da filosofia que rege o comportamento moral
dos indivíduos, Lisboa (1997) esclarece: “De forma simplificada, se pode definir o termo ética
como sendo um ramo da filosofia que lida com o que é moralmente bom ou mau, certo ou
errado.”

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Mediante esta visão, o dicionário Houaiss da língua portuguesa (Monteiro e Chacon, 2005)
define a ética como: Parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que
motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano, reflectindo. a
respeito da essência das normas, valores, prescrições e exortações presentes em qualquer
realidade social conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um individuo,
de um grupo social ou de uma sociedade (ética profissional) (ética psicanalítica) (há ética na
universidade).

Seguindo ainda o entendimento da ética voltada à racionalidade humana, alguns autores a


definem como ciência, por possuir objecto de estudo e leis próprias, sendo, o objecto de
estudo, a moral. “A ética é a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade.”
(Nalini, 2001 cit in Abordagens, 2003).

Assim, a ética se configura como sendo a ciência do comportamento humano em sociedade.


Vieira (2006) explana:

A ética é a ciência vinculada a julgamento de apreciação moral sobre juízos de valores


amarrados à distinção entre o bem e o mal. É a ciência que estuda a conduta dos seres
humanos, analisando os meios que devem ser empregados para que a referida conduta se
reverta sempre em favor do homem.

Nesse contexto, o homem deve se questionar e descobrir quais são seus limites quanto aos
direitos e deveres, a sua essência, aos seus valores e crenças e sua capacidade de viver,
harmonicamente, em grupo com outros seres.

De acordo com Vasquez (1999, cit in Abordagens, 2003): Ética “é a teoria ou ciência do
comportamento moral dos homens em sociedade, ou seja, é a ciência de uma forma específica
do comportamento humano.”

Então, “Em seu sentido de maior amplitude, a ética tem sido entendido como a ciência da
conduta humana perante o ser e seus semelhantes.” (Sá, 2009).

Nos conceitos anteriormente citados, a definição de ética está voltada para a conduta e o
comportamento moral do homem diante de situações, onde o indivíduo seja capaz de
distinguir o que é certo e o que não é na concepção da sociedade em geral ou do grupo ao qual
esteja inserido.

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De forma mais ampla, dentre as anteriormente abordadas, a ética são definidas por Vidari
(1922 cit in Sá, 2009, p. 45), como:

A ética é a ciência que, tendo por objecto essencial o estudo dos sentimentos e juízos de
aprovação e desaprovação absoluta realizados pelo homem a cerca da conduta e da vontade,
propõe-se, a determinar: a. qual é o critério segundo a conduta e a vontade em tal modo
aprovada se distinguem, ou ainda, qual é a norma, segundo a qual se opera e deve operar a
vontade em tal conduta, e qual o fim que na mesma e para essa se cumpre e se deve cumprir;
b. em que relações de valor estão com observância daquela norma e a obtenção daquele fim as
diversas formas de conduta, individual ou colectiva, tais como se apresentam na sociedade e
na época à qual pertencemos.

A definição de ética, nesse contexto, se baseia na distinção das normas e valores individuais
ou colectivos que norteiam os juízos de aprovação ou desaprovação, sendo, pois, resumida
como uma forma de conduta humana.

2.3 Ética e Moral

A origem da palavra ética tem a mesma base etimológica que a palavra moral, ambas
originadas da palavra grega éthos, e da palavra latina mores, significando hábitos e costumes.
Assim, normalmente, seus conceitos se assemelham, quando se referem a tais significados, ou
diferem, quando a ética é vista como ciência e a moral é considerada regra de conduta.

A moral, como sinônimo de ética, pode ser conceituada como o conjunto das normas que, em
determinado meio, granjeiam a aprovação para o comportamento dos homens. A ética, como
expressão única do pensamento correto, conduz à ideia da universalidade moral, ou ainda, à
forma ideal universal do comportamento humano, expressa em princípios válidos para todo
pensamento normal e sadio. (Lisboa, 1997).

Quando se questiona o que é correto e se quer definir o que é bom, sendo esta interrogação de
forma ampla e geral, o problema é teórico, ou seja, simplesmente, ético. Quando, porém, se
passa para a acção, se tem a figura da moral; a ética é a norma, e esta não cria a moral, sendo,
antes, uma abordagem científica dela.

Assim, sendo a moral o que é vivido, ou seja, aquilo que realmente acontece e, a ética, o que
deve ser ou, pelo menos, o que deveria ser, se tem como moral o conjunto de costumes,
normas e regras de conduta, estabelecidas em uma sociedade e, cuja obediência, é imposta a

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seus membros, variando de cultura para cultura, se modificando com o tempo, no âmbito de
uma mesma sociedade.

Diante desse contexto, Ghiraldelli (2003 cit in ALVES, 2005, p. 18) conceitua,
etimologicamente, os termos Ética e Moral como:

Moral vem de mores, que é uma palavra latina, enquanto ética vem de ethos, que é uma
palavra grega. Ambos os termos remetem aos costumes, mas no caso grego há uma
curiosidade: a palavra ethos pode ser escrita, em grego, com a letra ‘e’ sendo substituída pela
letra grega Ë (eta) ou pela letra grega  (êpsilon). De modo que, quando grafada com êpsilon,
a palavra ethos, em grego, tem a ver não só com costumes, mas com temperamento ou
carácter individual. Assim, dependendo da grafia, os gregos usam ethos para designar algo
colectivo dos costumes ou algo mais individual, mais ligado às disposições físicas e
psicológicas de alguém.

Dessa maneira, a Ética e a Moral serão tratadas como sinónimos quando se referem a
costumes. Porém, além de se referirem a costumes, o termo Ética também corresponde ao
temperamento e ao carácter do individuo, se observado no sentido em que é utilizado em
grego.

Ainda seguindo a visão da Ética e da Moral como sinónimo Chauí (1994 cit in ALVES, 2005,
p.18) diz que, as considera como tal, por se referirem a um “Conjunto de costumes
tradicionais de uma sociedade e que, como tais, são considerados valores e obrigações para a
conduta de seus membros.” Desse modo, tanto a ética quanto a moral, se relacionam com os
valores e as decisões que levam a acções com consequência para todos. A Ética estuda,
aconselha e, até, ordena; a Moral é expressão da coexistência.

Conforme Goldim e Glock (2003) é extremamente importante saber a diferença entre Ética e
Moral: A moral estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como uma forma de garantir
o seu bem-viver. A moral independe das fronteiras geográficas e garante uma identidade entre
pessoas que sequer se conhecem, mas utilizam este mesmo referencial moral comum. A Ética
é o estudo geral do que é bom ou mau, correto ou incorrecto, justo ou injusto, adequado ou
inadequado. Um dos objectivos da Ética é a busca de justificativas para as regras propostas
pela Moral e pelo Direito.

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Nesse contexto, a Moral se baseia em regras que tem por objectivo estabelecer certa previsão
para as acções humanas, enquanto a Ética está voltada para a busca do que é bom ou mau,
certo ou errado; esta não estabelece regras.

Para Aranha e Martins (1998 cit in Alves, 2005), Ética e Moral têm significados
diferenciados. A Ética pode ser considerada:

parte da filosofia que se ocupa com a reflexão sobre as noções e princípios que fundamentam a
vida moral, enquanto a moral corresponde a um conjunto de regras de conduta assumidas
pelos indivíduos de um grupo social com a finalidade de organizar as relações interpessoais
segundo os valores do bem e do mal.

Assim, enquanto a Ética se dedica ao estudo dos princípios morais que orientam os grupos
humanos, em diferentes contextos, a Moral corresponde a um conjunto de regras assumidas
pelos membros de um determinado grupo social.

Seguindo essa distinção, Imaguire (2000, cit in Silva; Figueiredo, 2007) diz:

Enquanto a Moral é descritiva, descreve como os seres humanos de uma determinada cultura
de fato agem; a Ética é normativa, determina como eles deveriam agir. Ou seja, Ética diz
respeito a preceitos, normas de conduta intimamente ligadas ao comportamento humano,
influenciando e sobrepondo-se a padrões de comportamento e valores morais que variam em
função de cada cultura. Enquanto a Moral diz respeito ao que é bom ou mau como valores
absolutos.

Cabe lembrar que, o desrespeito a algumas das regras morais pode provocar reacções
adversas. Apesar de cada indivíduo possuir sua própria reacção instintiva, contra regras e
sujeição a qualquer autoridade, nenhum grupo ou comunidade pôde existir, até hoje, sem
normas que regulem a moral.

A existência da consciência da diferença das reacções que irão afectar o indivíduo, ou a


sociedade na qual está inserido, é condição básica da conduta ética. E a consciência moral não
só reconhece essas diferenças, como julga o valor das acções e das condutas à luz de seus
valores, assumindo as responsabilidades deles. Na primeira, se sobressai a consciência; na
segunda, a responsabilidade.

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2.4. A Importância da Ética na Formação Profissional

Em sentido amplo, profissão significa trabalho que se pratica com frequência a serviço de
terceiros, ou seja, é a prática constante de um ofício. De acordo com Cuvillier (1947 cit in
Abordagens, 2003): “É pela profissão que o indivíduo se destaca e se realiza plenamente,
provando sua capacidade, habilidade, sabedoria e inteligência, comprovando sua
personalidade para vencer obstáculos.”

Diante do exposto, é cabível afirmar que: é pela profissão que o ser humano se torna útil à sua
comunidade, se elevando e se destacando nela, na prática dessa solidariedade orgânica.
Assim, sendo considerada uma das profissões mais antigas do homem e tendo evoluído junto
com a sociedade, actualmente, entre as mais requeridas do mercado; tem o objectivo de
prover seus diversos usuários de informações claras e transparentes sobre o património das
empresas.

2.5.Virtudes Profissionais

Em sua expressão conceitual genérica, a virtude é uma capacidade que está vinculada a
origens transcendentais, ligada a qualidade do ser em viver a vida de acordo com a natureza
da alma, ou seja, em sua prática de actos morais, essenciais, fundados no respeito a si e a seus
semelhantes. Neste sentido, Lopes de Sá, assim se pronuncia: a virtude é uma capacidade
atada a origens transcendentais, em sua expressão conceptual genérica; ligada às propriedades
do espírito, é essencial e se manifesta envolvida pelo amor, pela sabedoria, pela acção
competente em exercer o respeito ao ser e a prática do bem, pela reflexão que mantém a
energia humana em convívio com outras esferas mais abrangentes. (Sá, 2009).

Então, se pode dizer que, virtude é a capacidade potencializada de natureza moral, que não se
forma ao nível do corpo físico, mas, da percepção cerebral ou ao nível da alma. Essa é a
virtude por excelência, pois depende de um longo treinamento do espírito.

Desta forma, vale salientar que, o termo virtude representa à disposição geral e constante do
espírito para a prática do bem, ou seja, um homem de virtudes tem o hábito de ser cumpridor
das leis e obediente aos costumes da sociedade em que vive; é um homem socialmente
correto. Assim, sendo a capacidade que o ser possui para desenvolver suas qualidades, as
virtudes consistem, basicamente, em lhes retribuir com compensações morais e, nem sempre,
materiais, ou seja, pela prática da virtude pode não haver benefícios materiais, mas, existirá,

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sempre, o benefício de ordem íntima, espiritual, de consciência, e esta será a grande
remuneração.
Desse modo, por representarem um tipo de valor, as virtudes são características de carácter
que é bom às pessoas possuírem, ou seja, são qualidades necessárias para uma vida humana
bem-sucedida. Todas as virtudes, pois, têm seu mérito, porque todas são indícios de progresso
no caminho do bem. (Sá, 2009).

Além das virtudes, que são as qualidades, o ser humano adquire, ao longo do tempo, uma
série de hábitos negativos presos a estas. São os vícios que representam acções opostas às
virtudes. Alguns deles são visíveis, como: o fumo e o álcool; outros, nem tanto. Dentre eles,
estão: a gula, a ira, a preguiça, etc., os quais irão influenciar e explicar o carácter do homem.
Como afirma Camargo (1999 cit in Vieira, 2006) às virtudes existem os vícios, que
representam acções ou sentimentos contrários à mesma; implica a combinação de diversos
sentimentos como o orgulho, a avareza, a gula, a luxúria, a inveja, a preguiça e a ira, que
influenciarão e explicitarão o carácter do homem.

Sendo assim, a ética possui um centro de atenção: o ser humano, moldado por virtudes e
vícios, o qual é capaz de agir de acordo com suas necessidades individuais e coletivas.

2.5.1. Virtudes Básicas Profissionais

Além dos deveres de um profissional, os quais devem ser obrigatórios, devem ser
consideradas, também, as qualidades pessoais que promovem o enriquecimento de sua
actuação profissional, facilitando o exercício da profissão. Assim, muitas são as virtudes que
um profissional precisa ter para que desenvolva, com eficiência e eficácia, suas actividades.
Algumas dessas virtudes estão, intimamente, ligadas ao carácter do profissional; outras podem
ser adquiridas com esforço e boa vontade, aumentando, desta forma, o mérito do profissional
que consegue aliar tais qualidades a sua personalidade e profissionalismo.

Em verdade, são muitas as exigências que existem para caracterizar um profissional ético e
competente, se destacando algumas básicas, sem, as quais, é impossível a consecução do êxito
moral. Assim, as virtudes básicas que formam a consciência ética instrumental, que levam o
profissional contábil a alcançar êxito em seu desempenho, em seu ambiente de trabalho, são
comuns a quase todas as profissões, se destacando, principalmente, naquelas de natureza
liberal. “Virtudes básicas profissionais são aquelas indispensáveis, sem, as quais, não se

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consegue a realização de um exercício ético competente, seja qual for à natureza do serviço
prestado.” (Sá, 2009).

Então, por a consciência profissional necessitar de uma formação específica, se torna


imprescindível que tudo se exerça sob a actuação de todo um complexo conjunto de virtudes,
nos quais, o zelo é uma das mais louvadas; este princípio parte de uma responsabilidade
individual, baseada na relação do profissional e seu objecto de trabalho.

Neste sentido, o profissional deve se utilizar de todos os meios e recursos disponíveis para
atender ao seu objecto. Assim, se pode entender que, uma vez aceito, o profissional tem o
dever de ir até o final, ou seja, nenhum profissional é obrigado a aceitar uma tarefa, mas, se
obriga ao aceitá-la, caracterizando então um pacto mediado a partir de um contrato
estabelecido entre ambas as partes e tendo como objecto, exclusivamente, o cumprimento do
trabalho assumido pelo profissional, daí a função do zelo profissional.

A esse respeito, Sá (2009) diz que: “O executar a contento, com a aplicação do máximo
interesse, realizando tudo o que se faz necessário, tempestivamente, para que um serviço seja
integralmente cumprido, esta é a função do zelo profissional.”

É importante lembrar que, cada tipo de tarefa exige seu próprio zelo e sua própria forma de
caracterizá-la. Portanto, o profissional contábil não deve, jamais, distinguir qualidade de
tarefa ou qualidade de cliente, mas, sim, apenas o objectivo de cumprir o trabalho de forma
eficaz; uma vez que, a qualidade do serviço e a formalização do contrato, podem variar, mas,
a obrigatoriedade do cuidado para com a tarefa, não variará. “A obrigatoriedade de zelar pela
tarefa aceita não varia, mesmo que variem a qualidade do serviço e a formalização do
contrato.” (Abordagens, 2003).

Sendo assim, é cabível relatar que, mediante esta virtude, o profissional contábil assume um
dever para consigo mesmo, realizando sua tarefa com a maior perfeição possível, pois, é pela
qualidade do serviço prestado que se mede a qualidade do profissional.

 O zelo é, pois, um princípio que, como os demais, depende muito do interesse do


próprio ser. Segundo Aurélio (cit in SÁ, 2009, p. 198): “O homem comum é exigente
com os outros; o homem superior é exigente consigo mesmo.”

Desta forma, se um profissional não é capaz de perceber, dentro de si mesmo, o que é preciso
fazer para que a tarefa seja desenvolvida com eficiência e eficácia, é porque ainda não está
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apto para ser um profissional. “Quem não conhece como fazer, logicamente não terá aptidão
para compreender a extensão do objecto ou matéria de trabalho e, nesse caso, se aceita,
pratica não só um ato de negligência, mas, principalmente, um de desonestidade.” (Sá, 2009,
p. 199-200).

Nesse sentido, emitir opinião precipitada, sem levar em consideração as possíveis


consequências, pode caracterizar uma negligência no âmbito de uma relação, significando
falta de ética e zelo profissional, bem como, deixar de cumprir uma tarefa, cuja
responsabilidade se assumiu, também é falta de zelo, sem falar que se constitui numa
transgressão ética. Além do zelo, existem outras virtudes básicas consideradas indispensáveis
na realização de um exercício ético competente, dentre as quais pode-se citar: a honestidade, o
sigilo e a competência (SÁ, 2009).

 A honestidade é tida como a virtude magna no campo profissional da Contabilidade.


Apresenta-se como um elemento decisivo na relação profissional, por se tratar de uma
responsabilidade perante o bem e a felicidade de terceiros, apresentando como
essência à satisfação da necessidade de alguém. Este princípio se situa como uma
compatível prática do bem, uma vez que traduz a confiança depositada por terceiros a
alguém, ou seja, está relacionada com a confiança que é depositada, com a
responsabilidade perante o bem de terceiros e manutenção de seus direitos.

É necessário, pois, ao contabilista, ser honesto para que exista a prática do respeito ao direito
de seu semelhante. A honestidade não se trata, apenas, de um costume, de um
comportamento, mas de uma conduta que impõe respeito e lealdade para com o bem de
terceiros. Para Vieira (2006, p. 24): “Ser honesto é a conduta que obriga ao respeito e à
lealdade para com o bem de terceiros. Um profissional comprometido com a ética, não se
deixa corromper em nenhum ambiente, ainda que seja obrigado a viver e conviver com ele.”

De acordo com Sá (2009, p. 211): “O profissional tem dever ético de ser honesto,
integralmente. Não existe meia-confiança, como não existe meia- honestidade; o ser é honesto
ou é desonesto.”

 O sigilo é uma virtude que eticamente assume o papel de algo que é confiado e, cuja
preservação de silêncio, é obrigatória, pois, o ideal neste princípio, é a completa
reserva de tudo que o contabilista tomou conhecimento no exercício da profissão, seja

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revelado pelo cliente ou descoberto por meio da execução do trabalho. (Marcondes,
2020).

Segundo Sá (2009, p. 214): “Nem tudo é objecto de sigilo, mas, preferível será, sempre que o
profissional se reserve quanto a tudo o que sabe e que lhe é revelado pelo cliente ou que ele
veio, a saber, por força da execução do trabalho.”

Assim, embora nem sempre o segredo seja pedido, por parecer óbvio a quem o confidenciou,
poderá, ao ser divulgado, enfraquecer o valor do profissional e ser entendido como violação
pelo prejudicado. Ou seja, se um trabalho é de confiança, em confiança devem ser mantidas as
relações do mesmo, e tudo isto exige sigilo, pois, uma vez rompida à confiança, se rompe,
também, a relação entre contabilista e cliente.

 Por último vem à competência, que conforme Sá (2009) pode ser vista sob dois
aspectos, ou seja, tanto é tida como o conhecimento adquirido por um indivíduo,
suficiente para o perfeito desempenho de uma tarefa, como também, o exercício do
conhecimento, de forma adequada e conveniente, a um trabalho. Mas, como nem
sempre é possível adquirir o conhecimento necessário para realizar determinada tarefa,
é preciso, entretanto, que o profissional tenha a postura de recusar o serviço quando
não tem a devida capacidade para executá-lo.
 A esse respeito, a obra (Abordagens, 2003) aborda: Aceitar uma tarefa sem ter
capacidade para exercê-la é uma tarefa condenável, em razão dos danos que pode
causar. Nem sempre é possível acumular todo o conhecimento que uma tarefa requer,
mas é preciso que se tenha a postura ética de recusar o serviço ao perceber que os
conhecimentos adquiridos não são suficientes para que se realize tal tarefa com
perfeição.

Desse modo, é de extrema importância a busca da competência pelo profissional contábil, em


qualquer área que actue, através do aprimoramento contínuo de suas habilidades e
conhecimentos. É muito importante, também, a estes profissionais, terem pleno conhecimento
dos dispositivos legais que regulam a profissão, bem como, usar uma linguagem clara e
objectiva na elaboração dos demonstrativos contábeis.

Manter um nível adequado de competência profissional, aperfeiçoando-se através de


treinamento constante; adequar-se aos dispositivos legais pertinentes (leis, regulamentos,

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instruções, medidas provisórias, código de ética da profissão); preparar relatórios claros e
completos, com recomendações apropriadas após cada análise. (Lisboa, 1997).

Entende-se que a competência, no âmbito profissional, está ligada, directamente, ao


conhecimento que o indivíduo guarda em sua mente, na habilidade, deste, em agir mediante
determinada situação.

As competências básicas - na forma de conhecimentos, habilidades, atitudes, interesses,


traços, valor ou outra característica pessoal – são aquelas características pessoais essenciais
para o desenvolvimento da actividade e que diferenciam o desempenho das pessoas.
(Chiavenato, 2000, cit in Vieira, 2006).

Assim, a ideia desse princípio tem evoluído no sentido de que vai além dos limites do
ambiente de trabalho, ou seja, não se limita, apenas, à execução de determinada tarefa, mas,
sim, ao conhecimento da ciência, da tecnologia, das técnicas e práticas profissionais, sendo,
este, o pré-requisito para a prestação de serviços de boa qualidade. Portanto, do ponto de vista
ético, é de fundamental importância que o profissional contábil se mantenha actualizado, para
que possa se sobressair num mercado de trabalho tão competitivo.

Desta forma, cabe ressaltar que, o contador que exerce a competência empregando a cultura,
mantendo a observação estimulada, se fazendo presente onde estiver o progresso do
conhecimento, tende a uma constante evolução no caminho do êxito (Sá, 2009).

2.6.Origem

A ética e a moral são valores adquiridos por evolução, com origem em relações de
mutualismo ou de simbiose dos nossos antepassados que, quando aplicados ao macrocosmos
da sociedade de indivíduos da mesma espécie resultavam em situações de interajuda ou que
simplesmente favoreciam a vida em grupo e, em última instância, potenciavam a proliferação
da espécie.

Este tipo de situações básicas, por comportamento repetitivo e por verificação dos resultados
positivos que daí adviriam, por puro bom senso, deram origem a um conjunto de regras que
podemos classificar de "regras de conduta". Coisas como "aquilo que é bom para todos e
acaba por ser bom para mim, deve ser repetido e incentivado" ou "se eu fizer isto, existe uma
repercussão que é negativa para mim ou para os outros (e em última instância, para mim, por
ser mau para os outros), portanto devo evitar fazê-lo", etc.
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Portanto, qualquer pessoa "normal" - e neste caso, "normal" significa que será considerado o
comportamento mais aceite pela maioria de indivíduos que constituem uma sociedade e que
condiz com um comportamento que leva a que haja mais condições positivas para a maioria e
menos condições negativas - consegue facilmente identificar e compreender o que será
considerado pela maioria como algo bom ou algo mau. (Batista, 2018)

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Conclusão

A importância desses profissionais actuar, sempre tendo por base, os valores éticos e os
princípios virtuosos. Conforme Sá (2009), além das virtudes básicas, várias outras se fazem
necessárias para se alcançar uma posição integral no campo da convivência profissional da
contabilidade: são as virtudes complementares. O valor ético destas está voltado para os
clientes, colegas de trabalho, instituições e objectivos da classe contábil, ou seja, para com o
ambiente em que o contabilista exerce a sua profissão.

Estas virtudes, também, são indispensáveis no exercício da profissão contábil, sendo


chamadas de complementares por terem-se formado na dilatação das virtudes básicas,
principalmente, do zelo e da honestidade.

“Portanto, são complementares as virtudes que completam o valor da acção do profissional e


ampliam as virtudes básicas, sendo, a transgressão delas, infracção e perda da qualidade
ética.” (Sá, 2009).

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Sá, António Lopes de. (2009) Ética Profissional. 9. ed. São Paulo: Atlas,
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Marcondes, José Sérgio (2020). Segredo e Sigilo Profissional: O que é? Diferença, Quebra
Sigilo.. Disponível em Blog Gestão de Segurança Privada: 06 de Novembro de

Cupis, Adriano de. (1961) Os Direitos da personalidade. Lisboa: Livraria Morais Editora

Chauí, Marilena. (2002) Convite à filosofia. 12 ed - São Paulo: Ática

Sá, Antonio Lopes, (1998) Ética Profissional. 2 ed – São Paulo:Atlas S.A. –

Drumond, José Geraldo de Freitas (2006) Os valores morais de uma profissão FAPEMIG,
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Batista, Rui (2018) Qual a origem dos valores morais e éticos?

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