Você está na página 1de 17

Introdução ao direito privado 22/09/2021 – 13/10

Direito Privado VS. Direito


Público
 Regula as relações recíprocas entre os particulares - Princípio da
igualdade

 As normas do direito privado


são inseridas nos valores: - da igualdade
- Da autonomia privada

 Tutela a vida quotidiana do homem comum de uma perspetiva de autonomia


 3 princípios fundamentais do Direito Privado: - 1) autonomia privada (se eu tenho um
determinado poder, eu sou livre de exercer ou não esse poder ou direito)
- 2) princípio da igualdade (igualdade
perante a lei, paridade em situações jurídicas)
- 3) proteção dos mais fracos (igualdade
meramente formal, fracos (pessoas com menos poder social e menos materiais))

Distinção entre Direito Privado e Direito Civil:

Direito Privado VS. Direito


Civil
⁃ Direito comercial - parte do direito privado (um dos seus
ramos)
⁃ Direito do trabalho
⁃ (DIREITO CIVIL)
⁃ Direito de família
⁃ Etc.
Direito Privado / Direito Civil
Ramo do direito privado
Igualdade
Autonomia = Heteronomia
Direito Comercial
Direito do Trabalho
- Direito subjetivo
- Negócio jurídico
Código
Personificação Jurídica do Homem:

Pessoa em Sentido Jurídico Pessoas Singulares

Personalidades jurídicas (sujetibilidade para sermos titulares de direitos e estarmos adestritos a


deveres e obrigações)

(Conjuntos de direitos e obrigações


que somos titulares a partir de
Esfera Jurídica. um certo ponto da nossa vida)

Direitos de Personalidade-
Artigo 70º e seguintes do código civil

Esfera Jurídica Sujeito A Sujeito B


=
Direitos + Obrigações. Direito Obrigação

 Direito absoluto- direitos oponíveis a todas as outras pessoas


 Direito relativo- só pode ser oponível a certas pessoas
Ex de pessoas coletivas no
direito privado: fundações,
Pessoa em Sentido Jurídico Pessoas Coletivas associações,etc..

Inclui não só as pessoas Personalidade Coletiva


singulares como as
pessoas coletivas

Personalidade Jurídica -Coletividades de pessoas (associações e sociedades)


ou complexos patrimoniais(fundações) organizados em
- Atribuir uma personalidade jurídica a uma vista de um fim comum ou coletivo a que o
pessoa coletiva é um mecanismo  Art.66º, nº1 jurídico atribui a qualidade de sujeitos de
ordenamento
 direito)
Art 67º
 Art 130º
 Art 1600º
 Art 1671º
técnico-jurídico que se

-Artigos 157º e seguintes do Código Civil:

Princípio da Igualdade Jurídica

Igualdade
Formal

 Trabalhador perante a sua


entidade patronal;
 Lesado em face do usuário (cf.
Proteção dos “mais fracos Artigo 282ºdo CC)
 Consumidor em face da
empresa fornecedora

Para “correção” da Igualdade formal


subjacente ao princípio da igualdade
jurídica

Para assegurar um mínimo de desigualdade


material ou pelo menos a inexistência de uma
“excessiva” desigualdade material.

Normas Imperativas

Princípio da Dentro do quadro legal que o direito


privado estabelece, as pessoas agem
Autonomia de acordo com a sua autonomia
Privada privada, o que significa que cada
pessoa possui, dentro dos limites
estabelecidos pela lei, a faculdade
de estabelecer livremente as suas
relações jurídicas de acordo com a
sua livre vontade.
Exercício de Celebração de
Direitos subjetivos Negócios Jurídicos

- Livre - o negócio
exercício dos jurídico permite
direitos do seu aos particulares
titular o autogoverno
da sua esfera
jurídica Capacidade de cada
indivíduo
autorregulamentar os
Liberdade Negocial seus interesses

Princípio da Autonomia Privada. A Liberdade


Contratual

Autonomia Liberdade Negocial


Privada Liberdade Contratual

Negócios
jurídicos Negócios Jurídicos Liberdade de Liberdade de
celebração de Liberdade de
unilaterais Plurilaterais/bilaterais extinção ou
contratos fixação do
modificação
conteúdo
Artigo 405.º Artigo 406.º
do CC- “as Artigo 405.º
do CC (“pacta
partes têm a do CC
sunt sevanda”)
faculdade”

Marina é viúva e tem 2 netos- Bernardo e António – filhos da sua única filha que já faleceu.
Apesar de Bernardo se ter oposto, Marina decide vender ao seu neto António um automóvel
da marca Cadillac, que pertencia ao seu falecido marido. O negócio é valido?

- Artigo 877 do CC
- Não é valido-Os pais e avós não podem vender a filhos ou netos, se os outros filhos ou netos não
I. Limites á liberdade de celebração de contatos
 Indisponibilidades relativas
- Artigo 2192º. A 2198º.
- Proibições de contratar
- Negócios que exigem o consentimento ou autorização de uma outra pessoa

Doador Donatário
Artigo 2192º.- http://bdjur.almedina.net/citem.php?field=item_id&value=973050

Invalidade do negócio jurídico

Artigo 2192º- 2198º..-


https://dre.pt/web/guest/legislacao-consolidada/-/lc/106487514/201703311358/73409738/
diploma/indice
6/10

A é divorciado e morreu em Janeiro de 2020, deixando dois filhos B e C uma herança


de 900,000$. A, em testamento, deixou a favor de D, sua sobrinha, um terreno no valor
de 300,000$.

- Artigo 2159º da Constituição portuguesa

Artigo 280.º
(Requisitos do objeto negocial)

1. É nulo o negócio jurídico cujo objeto seja física ou legalmente impossível,


contrário à lei ou indeterminável. 
2. É nulo o negócio contrário à ordem pública, ou ofensivo dos bons costumes.

Artigo 940.º
(Noção)

1. Doação é o contrato pelo qual uma pessoa, por espírito de liberalidade e à custa
do seu património, dispõe gratuitamente de uma coisa ou de um direito, ou assume
uma obrigação, em benefício do outro contraente. 
2. Não há doação na renúncia a direitos e no repúdio de herança ou legado, nem
tão-pouco nos donativos conformes aos usos sociais.

Autonomia Privada

Liberdade
Contratual
Hipóteses Práticas 

- António é fascinado por veículos automóveis, topo de gama. Infelizmente, o magro


orçamento de que a família dispõe, a par do elevado número de membros que compõem o
agregado familiar, não lhe consente satisfazer os seus sonhos. Certo dia vê surgir o que
julga ser uma excelente oportunidade de negócio e decide vender a carrinha partilhada pela
mulher para o transporte da prole de e para a escola, a um conhecido, Carlos, que se dispõe
realmente a pagar um bom preço. António não comunica a realização da venda a sua
mulher Berta, porque julga ser capaz de persuadi-la a contraírem um empréstimo para a
aquisição de um novo automóvel. Furiosa, Berta pretende desfazer o negócio celebrado
entre António e Carlos. Será possível?

Esquema:

B A C
carrinha

Solução:

- Artigo 1682

 Artigo 1682.º-A
(Alienação ou oneração de imóveis e de estabelecimento comercial)

1. Carece do consentimento de ambos os cônjuges, salvo se entre eles vigorar o


regime de separação de bens: 
a) A alienação, oneração, arrendamento ou constituição de outros direitos
pessoais de gozo sobre imóveis próprios ou comuns; 
b) A alienação, oneração ou locação de estabelecimento comercial, próprio ou
comum. 
2. A alienação, oneração, arrendamento ou constituição de outros direitos
pessoais de gozo sobre a casa de morada da família carece sempre do
consentimento de ambos os cônjuges.

-O ---------------------- é o princípio da autonomia privada (principio segundo qual os


particulares possuem, dentro dos limites estabelecidos pela lei, a faculdade de estabelecer
livremente as suas relações jurídicas de acordo com a sua livre vontade)
), e este princípio encontra a sua
- Liberdade contratual inclui nomeadamente a liberdade da celebração de contratos de
compra e venda.

Artigo 874.º

(Noção)

Compra e venda é o contrato pelo qual se transmite a propriedade de uma coisa, ou outro
direito, mediante um preço.

Artigo 287.º 

(Anulabilidade)

1. Só têm legitimidade para arguir a anulabilidade as pessoas em cujo interesse a lei a


estabelece, e só dentro do ano subsequente à cessação do vício que lhe serve de
fundamento. 
2. Enquanto, porém, o negócio não estiver cumprido, pode a anulabilidade ser arguida, sem
dependência de prazo, tanto por via de ação como por via de exceção.

5. Joaquim, tetraplégico, milionário, quer doar um automóvel de luxo ao seu enfermeiro


particular pelo qual veio a desenvolver elevada estima e apreço pelos excelentes serviços
prestados. Os filhos de Joaquim opõem-se á celebração do negócio. Com razão?

- Artigo 9532

Artigos 2192 a 2198


A Consagração da Responsabilidade Civil

1. Noção, características gerais:

Princípio da Auto- regulamentação Prejuízos


autonomia
Privada

Responsabilidade moral = Responsabilidade Jurídica


Porém, existem situações em que o princípio da culpa pode conduzir a um resultado que não é justo, nem é adequado

A evolução da sociedade fez com que houvesse a necessidade de reconhecer a existência de situações em que existem
responsabilidades independentemente da culpa- responsabilidade objetiva
Assim, segundo uma perspetiva clássica, a condição essencial da responsabilidade
civil incide na culpa- responsabilidade subjetiva

Direito

Para que possa existir


Responsabilidade civil (direito civil) e responsabilidade civil têm
Liberdade que haver necessidades de
e Autonomia criminal (direito penal)

A responsabilidade civil
atua através de uma
indeminização (significa
através do latim “Indemne”
sem dano)

Obrigação de Indeminização
Responsabilidade Civil
 Função reparadora como função primária da responsabilidade civil
 Terá a responsabilidade civil uma função sancionatória?

Artigo 562.º

(Princípio geral)

Quem estiver obrigado a reparar um dano deve reconstituir a situação que


existiria, se não se tivesse verificado o evento que obriga à reparação.

 Artigo 494.º
(Limitação da indemnização no caso de mera culpa)

Quando a responsabilidade se fundar na mera culpa, poderá a indemnização ser


fixada, equitativamente, em montante inferior ao que corresponderia aos danos
causados, desde que o grau de culpabilidade do agente, a situação económica
deste e do lesado e as demais circunstâncias do caso o justifiquem. – Permite
sancionar menos o agente se ele for menos culpado.

1. Responsabilidade Contratual
 Vínculo prévio entre as partes (que normalmente é um
contrato), havendo a violação de um direito relativo;
 Surge, por isso, tratada nos Não comprimentos das
obrigações (Art 798 ((Responsabilidade do devedor) - O devedor
que falta culposamente ao cumprimento da obrigação torna-se
responsável pelo prejuízo que causa ao credor) e 323º);
Modalidades da
responsabilidade civil 2. Responsabilidade Extracontratual
 Não existe um vínculo prévio e entre as partes, mas sim a
violação de um direito absoluto (um direito oponível a todas
as pessoas);
 Surge, por isso, tratada nos Fontes de Obrigações;

(Culpa)
- Modo de calcular a instrumentação.
1. Artigos
562º do CC
- Critério de apreciação da culpa- artigo 467 2. “A culpa é apreciada, na falta
nº2, Art 799 nº2 do CC de outro critério legal pela diligência
de um bom pai de família, em face
das circunstâncias de cada caso.”

(Presunção de culpa e apreciação desta)


2. “A culpa é apreciada nos termos
aplicáveis à responsabilidade civil.”
1. Responsabilidade por factos ilícitos- Art
 Responsabilidade subjetiva (baseia- se no princípio da culpa)
2. Responsabilidade pelo risco ou objetiva – Arts. 499.º a 510.º CC
Modalidade da  Responsabilidade objetiva (existe responsabilidade, ainda que sem
culpa)
responsabilidade civil  Art. 483, nº2 CC – princípio da tipicidade
extracontratual 3. Responsabilidade por factos lícitos – não se encontra sistematizada
no CC
 Tem subjacente uma ideia de justiça corretiva

*
13/10

 Artigo 483.º

(Princípio geral)

1. Aquele que, com dolo ou mera culpa, violar ilìcitamente o direito de outrem ou
qualquer disposição legal destinada a proteger interesses alheios fica obrigado a
indemnizar o lesado pelos danos resultantes da violação. 
2. Só existe obrigação de indemnizar independentemente de culpa nos casos
especificados na lei.

2. Os pressupostos da responsabilidade civil extracontratual

C. Culpa

- (I) Imputabilidade

 No momento em que agiu, o agente tinha de ser capaz de avaliar a ilicitude do seu
ato e determinar o seu comportamento segundo essa avaliação que faz
 A Imputabilidade é uma condição da culpa
 Art.488ºCC
o Regra nº1 Art 491.ºCC Art 489º nº1 e nº2
CC
o Presunção (ilidível) – nº2

Artigo 489.º - (Indemnização por pessoa não imputável)

       1. Se o ato causador dos danos tiver sido praticado por pessoa não imputável, pode
esta, por motivo de equidade, ser condenada a repará-los, total ou parcialmente, desde
que não seja possível obter a devida reparação das pessoas a quem incumbe a sua
vigilância.
       2. A indemnização será, todavia, calculada por forma a não privar a pessoa não
imputável dos alimentos necessários, conforme o seu estado e condição, nem dos meios
indispensáveis para cumprir os seus deveres legais de alimentos.

Artigo 491.º
(Responsabilidade das pessoas obrigadas à vigilância de outrem)

As pessoas que, por lei ou negócio jurídico, forem obrigadas a vigiar outras, por virtude da
incapacidade natural destas, são responsáveis pelos danos que elas causem a terceiro,
salvo se mostrarem que cumpriram o seu dever de vigilância ou que os danos se teriam
produzido ainda que o tivessem cumprido.

- (II) Culpa responsabilidade subjetiva

 Juízo de censura – atuar em termos de a conduta do agente merecer a reprovação


ou censura do direito.
 Consiste no facto de o agente se ter posto em contradição com a ordem jurídica.
 A culpa pode revestir duas formas:
o Dolo
o Negligência/ Mera Culp
 Padrão de conduta do lesante? – “bom pai de família” (art.487.º CC)

 Artigo 494.º
(Limitação da indemnização no caso de mera culpa)

Quando a responsabilidade se fundar na mera culpa, poderá a indemnização ser fixada,


equitativamente, em montante inferior ao que corresponderia aos danos causados, desde
que o grau de culpabilidade do agente, a situação económica deste e do lesado e as demais
circunstâncias do caso o justifiquem.

 Artigo 487.º
(Culpa)

1. É ao lesado que incumbe provar a culpa do autor da lesão, salvo havendo


presunção legal de culpa.
2. A culpa é apreciada, na falta de outro critério legal, pela diligência de um bom pai
de família, em face das circunstâncias de cada caso.
 No contexto da responsabilidade extracontratual cabe ao lesado provar a culpa do
lesante (Art. 487º, nº1 + Art.342º, nº1 CC)

 Presunções de culpa:
o Arts. 491º a 493º CC
o Art. 503º, nº3 CC

 Artigo 342.º
(Ónus da prova)

1. Àquele que invocar um direito cabe fazer a prova dos factos constitutivos do direito
alegado.
2. A prova dos factos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito invocado
compete àquele contra quem a invocação é feita.
3. Em caso de dúvida, os factos devem ser considerados como constitutivos do direito.

 Artigo 503.º
(Acidentes causados por veículos)

3. Aquele que conduzir o veículo por conta de outrem responde pelos danos que
causar, salvo se provar que não houve culpa da sua parte; se, porém, o conduzir
fora do exercício das suas funções de comissário, responde nos termos do n.º 1.

 Artigo 492.º
(Danos causados por edifícios ou outras obras)

1. O proprietário ou possuidor de edifício ou outra obra que ruir, no todo ou em parte, por
vício de construção ou defeito de conservação, responde pelos danos causados, salvo se
provar que não houve culpa da sua parte ou que, mesmo com a diligência devida, se não
teriam evitado os danos.

2. A pessoa obrigada, por lei ou negócio jurídico, a conservar o edifício ou obra responde,
em lugar do proprietário ou possuidor, quando os danos forem devidos exclusivamente a
defeito de conservação.
 Artigo 493.º
(Danos causados por coisas, animais ou atividades)

1. Quem tiver em seu poder coisa móvel ou imóvel, com o dever de a vigiar, e bem assim
quem tiver assumido o encargo da vigilância de quaisquer animais, responde pelos danos
que a coisa ou os animais causarem, salvo se provar que nenhuma culpa houve da sua
parte ou que os danos se teriam igualmente produzido ainda que não houvesse culpa sua.

2. Quem causar danos a outrem no exercício de uma atividade, perigosa por sua própria
natureza ou pela natureza dos meios utilizados, é obrigado a repará-los, exceto se mostrar
que empregou todas as providências exigidas pelas circunstâncias com o fim de os
prevenir.

D. Danos(s)

Dano juridicamente relevante = lesão de bens ou interesses patrimoniais ou não


patrimoniais, que são juridicamente tutelados.

 Art. 562.º CC;


o I. Danos Patrimoniais (art.564.º CC)
a. Dano emergente
b. Lucro cessante
o II. Danos não patrimoniais

Artigo 562.º

(Princípio geral)

Quem estiver obrigado a reparar um dano deve reconstituir a situação que existiria, se não
se tivesse verificado o evento que obriga à reparação.

 Artigo 499.º
(Disposições aplicáveis)
São extensivas aos casos de responsabilidade pelo risco, na parte aplicável e na
falta de preceitos legais em contrário, as disposições que regulam a
responsabilidade por factos ilícitos.

3. Os casos de responsabilidade pelo risco

A. Responsabilidade do comitente pelos danos causados pelos comissários – Art. 500.º


CC

Comitente (= aquele que encarrega outrem de comissão) ---  Comissário ( = encarregado


da comissão)

Responsabilidade
Responde pelo risco solidária (Artigos 487.º e
507.º CC)

 Artigo 500.º
(Responsabilidade do comitente)

1. Aquele que encarrega outrem de qualquer comissão responde, independentemente de


culpa, pelos danos que o comissário causar, desde que sobre este recaia também a obrigação
de indemnizar.
2. A responsabilidade do comitente só existe se o facto danoso for praticado pelo comissário,
ainda que intencionalmente ou contra as instruções daquele, no exercício da função que lhe
foi confiada.
3. O comitente que satisfizer a indemnização tem o direito de exigir do comissário o
reembolso de tudo quanto haja pago, exceto se houver também culpa da sua parte; neste caso
será aplicável o disposto no n.º 2 do artigo 497.º

= comitente responde
 Pressupostos pelo risco
1. Relação de comissão (nº1)
2. Danos provocados no exercício da função (nº2) (independentemente
3. Sobre o próprio comissário tem de recair a obrigação de indemnizar (nº3)
de culpa)
Caso:

António comercializa peças de porcelana. Uma vez que precisava de realizar o transporte
de algumas dessas peças de um armazém para a sua loja acordou com Bento a prestação
de tal serviço. Bento incumbiu Carlos, seu empregado, de realizar o referido transporte de
peças. Quando transportava a mercadoria, Carlos teve um acidente, em virtude do qual
um transeunte, Daniel, foi atropelado.
Sabendo que Carlos circulava em excesso de velocidade diga quem e com que
fundamento é responsável pelos danos causados a Daniel.

 “Quem tiver em seu poder coisa móvel ou imóvel, com o dever de a vigiar, e bem assim quem tiver
assumido o encargo da vigilância de quaisquer animais, responde pelos danos que a coisa ou os
animais causarem, salvo se provar que nenhuma culpa houve da sua parte ou que os danos se teriam
igualmente produzido ainda que não houvesse culpa sua. “– Artigo 493 nº1

 “Aquele que conduzir o veículo por conta de outrem responde pelos danos que causar, salvo se
provar que não houve culpa da sua parte; se, porém, o conduzir fora do exercício das suas funções de
comissário, responde nos termos do n.º 1.”- Artigo 503
 A responsabilidade do comitente só existe se o facto danoso for praticado pelo comissário, ainda
que intencionalmente ou contra as instruções daquele, no exercício da função que lhe foi confiada. –
Artigo 500´

Carlos – lesante

Daniel – lesado

Resposta: Artigo 483.º

Artigo 483.º
(Princípio geral)

1. Aquele que, com dolo ou mera culpa, violar ilicitamente o direito de outrem ou
qualquer disposição legal destinada a proteger interesses alheios fica obrigado a
indemnizar o lesado pelos danos resultantes da violação. 
2. Só existe obrigação de indemnizar independentemente de culpa nos casos
especificados na lei.

Você também pode gostar