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Teoria Geral do

Direito
Módulo - A
1.1 - Objetivo da Teoria Geral do Direito

• A Teoria Geral do Direito busca, através do amparo científico, que se


pressupõe de caráter metodológico, conhecer e equacionar os elementos
essenciais determinantes da existência do Direito.

• Contribui ao desenvolvimento do raciocínio jurídico.

• O objeto da TGD é o próprio Direito.

• Como tem por meta o desenvolvimento de um pensar metodologicamente


organizado acerca dele, acaba construindo seu conteúdo a partir dos pontos
essenciais da manifestação jurídica
NECESSIDADE DE UMA TEORIA
GERAL DO DIREITO

• Necessidade conceptual: é a solidez dos conceitos o que


define os rumos de nossa formação.

• Necessidade prática: a praxis do Direito, essência dele


inseparável, determina recorramos a todo instante à
formação teórica, se a desejamos ocorra de modo
responsável.
1.2 - O Desafio da Definição de Direito

• O propósito definidor não deve ser concebido de forma


rígida e final, mas sim de acordo com a perspectiva de
estabelecer parâmetros essenciais em relação ao objeto
da definição.

• O Direito não se define a partir da lei.

• Da mesma forma, não deve ser definido em termos


puramente ideais (Ex.: Direito como sinônimo de Justiça).
O DIREITO
O Direito regula as relações humanas: onde existe sociedade, existe o
Direito!

• O Direito domina e absorve a vida humana.

• Direito: fator social – homem como um ser gregário.

• Ubi societas, ibi ius.


O QUE É DIREITO?
• O Direito (ius), no dizer do brocardo romano tradicional, a
arte do bom e do equitativo (ars boni et aequi).

• Observamos o Direito como arte e como ciência.

• A palavra direito é palavra com vários significados ainda que


ligados e que se entrelaçam.
DIREITO COMO ARTE OU TÉCNICA
Procura melhorar as condições sociais ao sugerir e
estabelecer regras justas e equitativas de conduta. Pois
é justamente como arte que o Direito na busca do que
pretende, se vale de outras ciências como Filosofia,
História, Sociologia, Política, etc.
DIREITO COMO CIÊNCIA
• Enfeixa o estudo e a compreensão das normas postas pelo Estado ou
pela natureza do Homem. O Direito não se limita a apresentar e
classificar regras, mas tem como objetivo analisar e estabelecer
princípios para os fenômenos sociais tais como os negócios jurídicos; a
propriedade; o casamento, etc.

• Dualidade: o direito posto pelo Estado, ou seja, o ordenamento jurídico


ou direito positivo (positivismo) e por outro lado a norma que se
sobreleva e obriga independentemente de qualquer lei imposta, o
idealismo, cuja maior manifestação é o chamado direito natural ou
jusnaturalismo. O sentido do que é justo independe da lei.
DEFINIÇÕES SUBSTANCIAIS
A substancialidade do Direito é decorrente de sua construção
diuturna através do pensamento jurídico.
• Idealismo;
• Positivismo;
• Positivismo sociológico;
• Positivismo jurídico;
Não é possível separar o pensamento
jurídico, responsável pela materialidade do
Direito, dos fins buscados a partir dele.

• Justiça;
• Ideologia;
• Garantias individuais;
• A formalização do Direito ocorre a partir
das regras.
• Noção de prescrição jurídica.
• Diversidade das prescrições.
• O problema da generalização e da
abstração.
MORAL e DIREITO
Moral: O termo moral é derivado do latim mores, que significa relativo as normas
(costumes). A moralidade pode ser definida como a aquisição do modo de ser pela
apropriação dos hábitos que se encontram no caráter, nos sentimentos e nos
costumes.

O juízo moral pressupõe ponto de vista voltado para o interior. A moral impõe ao
indivíduo uma escolha de foro íntimo.

Na esfera do direito, o comportamento do sujeito é sempre levado em


consideração. Existe a coercibilidade, que significa a possibilidade de constranger
alguém ao cumprimento de regras, que são formuladas por leis e códigos.
FINALIDADE DO DIREITO
“O Direito está em função da vida social. A sua
finalidade é a de favorecer o amplo relacionamento
entre as pessoas e os grupos sociais, que é uma das
bases do progresso da sociedade”
(Paulo Nader)
Finalidade básica -> COEXISTÊNCIA PACÍFICA

Máxima em Direito: “NINGUÉM PODE ALEGAR


DESCONHECIMENTO DA LEI” (art.3°, da Lei de
Introdução as Normas do Direito Brasileiro)

“O fim atribuído ao Direito não é o de criar uma


ordem ideal, mas uma ordem real de convivência”.
Thomas Hobbes (1588-1679)
DIREITO NATURAL
O Direito Natural revela ao legislador os princípios fundamentais de proteção
ao homem que forçosamente deverão ser consagrados pela legislação a fim
de que se obtenha um ordenamento jurídico justo.

O Direito Natural não é escrito, não é criado pela sociedade e nem é


formulado pelo Estado. É um Direito espontâneo que se origina na natureza
social do homem e que é revelado pela experiência e razão. Princípios de
caráter universal e imutáveis.

Ex: o direito à vida, direito à liberdade.


DIREITO POSITIVO
É o Direito institucionalizado pelo Estado.
É a ordem jurídica obrigatória em determinado tempo
e lugar.

Ex: Código Civil, Código Penal.


DIREITO POSITIVO X DIREITO NATURAL
• DIREITO POSITIVO • DIREITO NATURAL

Manifestação de poder, no “Expressão de exigências


processo de criação da éticas e racionais, superiores
norma. às do Direito positivo”
(Miguel Reale).
DIREITO OBJETIVO
E constituído por um conjunto de regras destinadas a reger
um grupo social, cujo respeito é garantido pelo Estado (norma
agendi). O Direito é norma de organização social.

Ex: Código Civil, Código Penal.


DIREITO SUBJETIVO
O Direito subjetivo identifica-se com as prerrogativas ou faculdades
implícitas aos seres humanos, às pessoas, para fazer valer “ seus
direitos”, no nível judicial ou extrajudicial.

Corresponde às possibilidades ou poderes de agir que a ordem jurídica


garante a alguém. Assim, quando afirmamos por exemplo que é
proibido.

Ex: Beltrano tem direito à indenização por danos morais.


1.3 - Ramos do Direito

Toda ciência, para ser bem estudada, precisa ser


dividida, ter as suas partes claramente discriminadas. A primeira
divisão que encontramos na história da Ciência do Direito é a feita
pelos romanos, entre Direito Público e Privado, segundo o critério da
utilidade pública ou particular da relação: o primeiro diria respeito às
coisas do Estado, enquanto que o segundo seria pertinente ao interesse
de cada um.
DIREITO PÚBLICO
O Direito público divide-se em interno e externo:

• Direito Público Interno: encontra-se a União, os Estados, os


municípios, as empresas públicas, as autarquias, as sociedades de
economia mista.

• Direito externo: governos estrangeiros, as organizações estrangeiras


de qualquer natureza que tenham constituído, dirijam ou tenham
investido em funções públicas.
DIREITO PÚBLICO INTERNO
• Direito Constitucional;
• Direito Administrativo;
• Direito Tributário;
• Direito Financeiro;
• Direito Processual;
• Direito Penal;
• Direito Eleitoral;
• Direito Militar;
DIREITO PÚBLICO EXTERNO
Direito Internacional Público: consiste em um conjunto de
normas que regem as relações dos direitos e deveres quanto
aos tratados, acordos e convenções entre as nações
DIREITO PRIVADO
• Direito Civil;
• Direito Empresarial;
• Direito do Trabalho;
• Direito Internacional Privado
DIREITO PÚBLICO X DIREITO PRIVADO
• DIREITO PÚBLICO • DIREITO PRIVADO
Regula as relações em que o
Estado é parte: Regula as relações entre
• Direito Constitucional particulares:
• Direito Administrativo • Direito Civil
• Direito Internacional Público • Direito Empresarial
• Direito Tributário • Direito do Trabalho
• Direito Econômico • Direito do Consumidor
• Direito Processual
• Direito Bancário
• Direito Penal
RAMOS DO DIREITO Direito de Família;
Direito das Obrigações;
Direito das Coisas;
Direito dos Contratos;
DIREITO CIVIL Direito das Sucessões;
Direito do Consumidor;
Responsabilidade Civil;

Direito Individual;
Direito Coletivo;
DIREITO DO TRABALHO Direito Previdenciário;
Direito Sindical;

Direito Societário;
Direito Contratual;
DIREITO EMPRESARIAL Direito Bancário;
Direito Cambiário.

Direito Penal Militar;


DIREITO PENAL Direito Processual Penal;
Direito Tributário;
DIREITO ECONÔMICO Direito Financeiro;
Direito Fiscal;

Direito Internacional Penal;


DIREITO INTERNACIONAL Direito Internacional Privado;
Direito Internacional Público;
Momento Peer to Peer

Módulo A

Item 1.4
Módulo - B
Momento TBL

Módulo B

Item 2.1
2.1 - Histórico e conceito de fonte

Desde a Grécia Antiga (Cicero) a palavra fonte significava nascedouro,


nascente, origem, causa, motivação para várias manifestações do
Direito.

Fonte é origem de algo - nascedouro.

Possuindo o Direito dois parâmetros definidores, o substancial e o


formal, então podemos admitir a existência de FONTES FORMAIS e
FONTES MATERIAIS.
FONTES DO DIREITO
Fontes do Direito são os meios pelos quais as regras jurídicas se
tornam obrigatórias.

• Filosóficas
Sociais • Históricos

• Doutrina
Materiais • Jurisprudência

• Primárias: Lei
• Secundárias
Formais (Analogia,
costumes e
princípios)
2.2 - Fontes do Direito Formal e Material

São os meios pelos quais o Direito se manifesta em um


ordenamento jurídico, ou seja, os modos, meios,
instrumentos ou formas pelos quais o direito se manifesta
perante a sociedade.

Tradicionalmente, são fontes formais a Lei, os costumes, a


doutrina e a jurisprudência.
FONTES DO DIREITO FORMAL
CARACTERÍSTICAS:
• Dão forma ao direito;
• Formulam normas válidas;
• Podem ser ESCRITAS ou ORAIS (atualmente as fontes são
quase sempre escritas e acessíveis a todos, porque são
públicas).

CLASSIFICAÇÃO:
• Próprias e Impróprias;
• Estatais e Não-Estatais;
• Principais e Acessórias
FONTES DO DIREITO FORMAL
Fontes primárias:
• Lei: entendida como o conjunto de textos editados pela autoridade superior (poder
legislativos, poder executivo, administração pública e o povo), formulados por escrito e
segundo procedimentos específicos. Costuma-se incluir os regulamentos administrativos.
Fontes secundárias:
• Analogia: é o meio de comparação da norma;
• Princípios gerais do direito: são princípios de justiça, que contém exigências positivas,
decorrentes da dignidade e da natureza social da pessoa humana.
• Costume: regra não escrita que se forma pela repetição reiterada de determinados
comportamentos acompanhada pela convicção de que é obrigatória.
• FONTES ESTATAIS: como o próprio nome já orienta, são
emanadas por determinação e poder do Estado, como as leis em
geral, a jurisprudência e os princípios gerais de direito.

• FONTES NÃO-ESTATAIS: têm sua origem do particular ou da


sociedade em geral (costumes e a doutrina).

• FONTES PRINCIPAIS: caracterizam-se como lei em sentido geral


e amplo, não deixando espaço para o juiz julgar com base em
qualquer outra fonte. A lei é a expressão máxima do direito.

• FONTES ACESSÓRIAS: somente em caso de expressa omissão


legal é que o juiz poderá decidir com base nas fontes acessórias,
quais seja, os costumes, a doutrina, a jurisprudência e os
princípios gerais de direito.
FONTES DO DIREITO
MATERIAL

São as instituições ou grupos sociais que


possuem capacidade de editar normas, como o
Congresso Nacional, as Assembleias
Legislativas, e o Poder Executivo em
determinadas hipóteses.
FONTES DO DIREITO MATERIAL
Doutrina: a opinião dos juristas e estudiosos do direito sobre uma determinada
matéria;

Jurisprudência: conjunto de interpretações das normas do direito proferidas pelo


Poder Judiciário reiteradas vezes.
• Jurisprudência específica: decisões retiradas de um Tribunal sobre o mesmo assunto – não
tem força vinculante;
• Súmulas: são resumos de decisões dos tribunais de maneira clara e direta, sem caráter
vinculante.
• Súmula vinculante: são resumos reiterados sobre um mesmo assunto expedidos apenas pelo
Supremo Tribunal Federal e tem efeito vinculante (obrigam todos os demais tribunais a
seguir)
FONTES DIRETAS E INDIRETAS
FONTES DIRETAS (próprias, puras ou imediatas) são aquelas cuja
natureza jurídica é exclusiva de fonte/nascedouro (lei, costumes e
princípios gerais de direito). Essa espécie de fonte tem como como
única finalidade servir como modo de produção do direito para a
concretização do justo.

FONTES INDIRETAS (Impróprias ou impuras) são as que assumem a


função de fontes de direito por excepcionalidade, como a doutrina, a
jurisprudência e os costumes. Saliente-se que tal característica não
exclui sua finalidade de servir como método de interpretação legal.
O PROBLEMA DO
ESTABELECIMENTO DAS FONTES
• Espontaneamente: critério sociológico;

• A partir das regras: critério técnico;

• Essa diversidade não elimina dificuldades. Além do aspecto


filosófico, está em questão considerarmos cientificamente o
Direito como decorrente do Estado e/ou da sociedade.
AMPLITUDE DAS FONTES

• A doutrina é fonte do Direito?

• E a jurisprudência?

• A prática pode ser considerada fonte do Direito?


2.3 - Os Princípios Gerais do Direito

Os Princípios gerais do direito são regras objetivas de Direito


decorrentes das relações estruturais dos elementos componentes do
próprio Direito.

A função de todo e qualquer princípio, e assim também quanto aos


Princípios gerais do direito, é arquitetar o campo de atuação no qual
eles incidem.
PROBLEMAS
• PGD’s podem ter valor maior que o das normas jurídicas?
• Qual é a fonte dos PGD’s?
• Quais são os PGD’s?
• Que importância têm os PGD’s?
• Qual é a função dos PGD’s?
FONTES DO DIREITO
LEI

COSTUMES

DOUTRINA

JURISPRUDÊNCIA

ANALOGIA, EQUIDADE E PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO


A LEI
SISTEMA DO COMMOW LAW E SISTEMA ROMANO-GERMÂNICO

No sistema romanista, a lei prepondera como o centro gravitador do Direito. Tal


tradição preponderou definitivamente após a Revolução Francesa, quando a lei
passou a ser a única expressão do direito nacional. Neste sistema, a codificação tem
um papel fundamental.

O Commow Law, dominante principalmente em países de língua ou influência


Inglesa (Inglaterra, Austrália, etc.) A lei é vista como apenas uma dentre as várias
fontes. Seu papel não se sobrepõe às demais modalidades. Deve-se observar que
esse sistema inglês seja costumeiro, na acepção estrita da palavra, mas
jurisprudencial.
CLASSIFICAÇÃO DAS LEIS
Classificação das leis (segundo Venosa):

I. Quanto à origem: federais, estaduais e municipais;


II. Quanto à duração: temporárias e permanents;
III. Quanto à amplitude (alcance): gerais, especiais, excepcionais e singulars;
IV. Quanto sua força obrigatória: cogentes e dispositivas;
V. Quanto à hierarquia: Constitucionais; Leis complementares; Leis ordinárias
(incluindo as leis delegadas, as medidas provisórias, os decretos legislativos e
as resoluções);
HIERARQUIA DA LEI
CONSTITUIÇÃO FEDERAL

LEIS COMPLEMENTARES

LEI ORDINÁRIA

LEI DELEGADA

DECRETO LEGISLATIVO

DECRETO PRESIDENCIAL

PORTARIA

INSTRUÇÃO NORMATIVA, RESOLUÇÃO,


ATO NORMATIVO, ATO
ADMINISTRATIVO, PORTARIA, AVISO
COSTUME
Nas sociedades primitivas, antes que se conhecesse a escrita, as normas se
traduziam pela repetição de práticas que se entranhavam no espírito social e
passavam a ser entendidas como obrigatórias ou normativas.

O uso transforma-se em costume quando a pratica reiterada torna-se


obrigatória na consciência social. O costume brota de uma consciência
coletiva, de um grupo social mais ou menos amplo.

Para que se converta em fonte do Direito, dois requisitos são imprescindíveis:


um de ordem objetiva ou material, qual seja, o uso continuado e outra de
ordem subjetiva, qual seja, a consciência de obrigatoriedade da prática
A JURISPRUDÊNCIA
A palavra Jurisprudência é derivada do latim jus (direito) e prudentia
(sabedoria), ou seja aplicação do direito com sabedoria, devendo ser
entendida como a forma de revelação do direito através do exercício da
jurisdição, mediante uma sucessão de decisões harmônicas (em um
mesmo sentido) dos tribunais, aplicadas a casos concretos que
apresentem similitude.

O Direito, em sua aplicação jurisprudencial, não se forma através de


uma ou três sentenças, exige uma série de julgados que guardem, entre
si, uma linha de continuidade e coerência.
DOUTRINA
Também proveniente do latim, docere (ensinar, instruir, mostrar), em
sentido jurídico a doutrina é entendida como o conjunto de princípios
explanados nos livros de Direito, onde se materializam teorias e analisam
interpretações quanto às ciências jurídicas. Savigny denominava doutrina
como "Direito científico" ou "Direito dos juristas".

Alguns autores não consideram a doutrina como fonte do Direito sob a


alegação de que, por mais sabedoria que possua um mestre
(doutrinador/escritor) jamais seus ensinamentos terão força para revelar
a norma jurídica a ser cumprida pelos juízes (julgadores) e
jurisdicionados.
No entanto, boa parte dos autores considera a Doutrina como fonte
do Direito, em razão de sua relevância no desenrolar da experiência
jurídica e da aplicação do Direito. Tércio Sampáio Ferraz Júnior
esclarece esse desiderato ao informar que:

“Em sentido estrito, a communis opinio doctorum, isto é, posições


doutrinárias dominantes (doutrina dominante) não chega, no
sistema romanísitico, a ser fonte do direito. Sua autoridade, porém,
como base de orientação para a interpretação do direito é
irrecusável. Há, porém, casos de verdadeira construção doutrinária
do direito que, embora não possam ser generalizados, apontam
para exemplos em que a doutrina chega a funcionar como
verdadeira fonte. Mesmo assim, são fontes mediatas, pois nenhum
tribunal sente-se formalmente obrigado a acatá-las”.
SÚMULA

É um enunciado que resume uma tendência de julgamento


sobre determinada matéria, decidida contínua e
reiteradamente pelo tribunal. Essas súmulas, mormente as
dos tribunais federais superiores, convertem-se em
verdadeiras fontes formais de Direito.
SÚMULA VINCULANTE
É o enunciado da decisão reiterada do Supremo Tribunal
Federal , que possui efeito de vincular todos os órgãos do
Poder Judiciário e da Administração Publica direta e indireta
federal, estadual e municipal. A súmula vinculante está
prevista no artigo 103-A da Constituição Federal deve ser
aprovada por 2/3 dos membros do STF.
Momento Peer to Peer

Módulo B

Item 2.4
Módulo - C
Momento TBL

Módulo C

Item 3.1
3.1 - O Direito e o Tempo. O Direito é dado ou construído?

• Nada se perpetua no tempo; nem mesmo o Direito, que não


deve ter essa pretensão.

• O fenômeno temporal traz para o Direito a perspectiva da


historicidade e da evolução.

O Direito é dado ou construído?


A estabilidade almejada pelo Direito ao longo
do desafio evolutivo que o tempo lhe oferece,
traz em consequência a perspectiva da
SEGURANÇA JURÍDICA. Esta tem sido
extremamente onerosa ao próprio Direito.
O DIREITO NO TEMPO
• A verdadeira inteligência do Direito se constrói em razão do tempo.

• Para tanto, incide necessariamente o papel reservado aos fatos históricos.

• Uma dificuldade oferecida pelo tempo ao Direito refere-se ao problema de sua


aplicabilidade diante dessa grandeza.
• Ab-rogação
• Revogação
• Derrogação
• Postulado da irretroatividade
O DIREITO NO ESPAÇO
• O Direito tem, a partir de sua sistematização, um alcance
espacial que corrobora (ou não) sua projeção.

• Qualquer projeto jurídico definido a partir de um dado


Direito, confrontar-se-á necessariamente com outros.

• Surge assim o choque entre autonomia e diversidade.


3.2 O Direito e os Fatos Sociais

 As regras de direito são


deduzidas mediante abstração das
relações da vida (Jhering):
Fatores religiosos
Fatores econômicos
Fatores políticos
• Passou a ocorrer ao longo do século XX, por meio
da tecnologia, um profundo redimensionamento
de o que seja social.

• Logo, encontramo-nos diante do momento de


reexame do Direito Clássico.

• A gênese do Direito não se dá mais por meio


daquilo que deva ser considerado essencial.
• Como alcançar a partir de um fato uma regra de
direito?

• O Direito acaba considerando os fatos; não são


estes que gozam de algum privilégio na
determinação do Direito.

• Daí a sobrecarga das divergências em termos de


provas jurídicas.
3.3 - Teoria Tridimensional do Direito

A Teoria Tridimensional do Direito é uma concepção de direito


internacionalmente conhecida, elaborada pelo jusfilósofo brasileiro Miguel Reale,
no ano de 1968, e posteriormente, abordada em diversas obras ela representa
uma contribuição importante para a compreensão da ciência do Direito, visto que
inaugura uma nova ontologia jurídica.

Miguel Reale buscou, através desta teoria, unificar três concepções unilaterais do
direito:
• O Sociologismo jurídico, associado aos fatos e à eficácia do Direito;
• O Moralismo jurídico, associado aos valores sociais e aos fundamentos do Direito;
• O Normativismo abstrato, associado às normas e à mera vigência do Direito.
Conforme Miguel Reale, o Direito é considerado um
fenômeno que reúne três aspectos:

• FATO: existe como realidade histórico social e cultural;

• VALOR: é sempre o reflexo dos valores adotados pela


sociedade;

• NORMA: é um conjunto de regras, uma ordenação.


TEORIA TRIDIMENSIONAL DO
DIREITO

FATO

VALOR NORMA

Exemplo: o pagamento de um cheque na data do vencimento, sob pena de


protesto – A norma (lei dos cheques) representa uma disposição
fundamentada em um fato da ordem econômica, que visa assegurar o valor
social, que determina o cumprimento das obrigações assumidas.
Momento Peer to Peer

Módulo C

Item 3.4
Módulo - D
Momento TBL

Módulo D

Item 4.1
4.1 - Noção da base conceitual e operacional
O Direito, para fins de inserção
prática, requer:
• Estabelecimento de uma base
conceitual operacional;
• Linguagem própria;
• Raciocínio específico.
INSTITUIÇÕES JURÍDICAS
• Trata-se da operacionalização de uma vontade jurídica, mediante um
processo de consolidação por meio do poder de vinculação
estabelecido através do Direito.

• Isoladamente, constituem partes do processo político;


conjuntamente, articulam-se e formam a ordem jurídica.

• Referem-se a relações jurídicas que vinculam polos, mediante a prévia


institucionalização de um dever, cuja origem se dá à luz das fontes do
Direito.
INSTITUIÇÃO JURÍDICAS
• Concebe-se de maneira corrente que as instituições jurídicas
provêm do Direito Positivo. Logo, seriam impostas.

• Apesar de poderem gerar entre si uma ambiguidade, não


devemos esquecer que as instituições jurídicas enfrentam a
pluralidade da realidade social.
INSTITUIÇÕES JURÍDICAS
• Especialidade de uma classificação:
• Instituições-organismos
• Instituições-mecanismos

• Características:
• Durabilidade
• Sistematicidade
4.2 Conceitos substancial e formal

O Direito não deve ser concebido como mero conjunto de


regras justapostas.

Assim, os Conceitos representam mentalmente objetos, por


necessidade.
Aspecto substancial
Aspecto formal
CATEGORIAS DE CONCEITOS
• Conceitos podem ser categorizados.

• O procedimento de categorização consiste num método


comparativo entre conceitos, a partir do fenômeno ao qual
cada um deles se refere.

• A categorização fortalece o ideal de estabelecimento de


ordem por meio do Direito.
LINGUAGEM JURÍDICA
• A especificidade da linguagem jurídica decorre dos propósitos
não menos específicos do Direito.

• Além disso, o desafio da linguagem jurídica é o de buscar


precisão, em nome do ideal de ordem jurídica.

• A terminologia jurídica exige da linguagem jurídica uma


função semântica ímpar, chegando ao ponto de, muitas vezes,
constituir até mesmo um thesaurus.
LINGUAGEM JURÍDICA
Ainda dois outros desafios, ao menos, tornam-se próprios à linguagem
jurídica:
Atribuir qualidade às regras de direito;
Comunicar o que é direito de modo harmônico e claro.

A expressividade da linguagem jurídica é decorrente da diversidade do


mundo.
Mas é agravada por impregnações morais daquele que tem o poder de
definir o Direito.
Desse modo, a linguagem jurídica não estará imune às contingências.
4.3 - O Raciocínio Juridico

Trata-se da estabilização dinâmica do Direito.

Depende de um ideal racional humano, por meio do qual a


inferência de uma proposição relaciona-se com outra.

A natureza do raciocínio jurídico é argumentativa. Além disso,


possui dimensão política. Na possibilidade de conciliação de
ambos, reside o desafio do Direito.
O RACIOCÍNIO JURÍDICO
Sua tipologia condiciona-se a:
• Análise
• Síntese
• Indução (raciocínio em que de fatos particulares, se chega a uma
conclusão geral)
• Dedução (raciocínio que parte do geral para o particular)
• Dialética (princípios teóricos x fenômenos empíricos)
A NORMA JURÍDICA
Norma: “é a expressão formal do Direito, disciplinadora
das condutas e enquadrada no Direito.” (Venosa).

A lei jurídica (legere “aquilo que se lê”). É uma norma ou


conjunto de normas jurídicas escritas, criadas para reger o
comportamento social humano.

Função da norma: regular relações jurídicas e se


caracteriza pela bilateralidade, pois envolve direito de um
e dever do outro.

Critério: valoração dos fatos sociais, do qual nascem as


normas.
CARACTERÍSTICAS DA NORMA
JURÍDICA

• Geral: dirige-se a todos;


• Imperatividade: impõe dever;
• Atributividade: confere direitos;
• Coerção: poder de obrigar a cumprir as normas;
• Sanção: é a pena pelo descumprimento das normas;
ELEMENTOS DA RELAÇÃO JURÍDICA
• Sujeito ativo;
• Sujeito passivo;
• Dever jurídico: obrigação em si de prestar ou executar o conteúdo da
norma jurídica;
• Objeto da relação: o porque existe a relação entre os sujeitos;
• Fato jurídico: é o acontecimento jurídico que acontece na vida;
• Ex.: Natural (nascimento, morte, chuva, vento, etc)
• Ex.: Humano (casamento, adoção, compra e venda, doação, etc)
• Interesse e a subordinação: é o acontecimento jurídico que ocorre na
vida;
Momento Peer to Peer

Módulo D

Item 4.4
Módulo - E
Momento TBL

Módulo E

Item 5.1
DICAS DE ESTRUTURA PARA
ESTUDO
• Estrutura da LINDB;
• Vigência normativa;
• Princípio da obrigatoriedade da norma;
• Integração normativa;
• Formas de integração da norma: a analogia; os costumes; classificação dos
costumes; Princípios gerais do direito; equidade;
• Interpretação normativa;
• Aplicação eficácia da lei no tempo;
• Aplicação da norma jurídica no espaço.;
• Antinomias jurídicas.
LEITURA PRÉVIA
• Capítulo I, número 1 e 2, letras A, B e C, do livro de Maria Helena Diniz.

• Capítulo VI do livro de Miguel Reale.

• Capítulos 1 e 2 do livro de Sílvio de Salvo Venosa.

• Capítulo 1 do livro de TARTUCE, Flavio. Manual de Direito Civil. Vol. Único. 2017.

• Capítulo 1 do livro de GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo curso de direito civil: parte
geral. – Capítulo 3.
5.1 - Noções Gerais - Lei de Introdução às Normas do
Direito Brasileiro

Decreto-Lei n. 4.657/1942.
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (redação dada pela Lei
nº 12.376 de 2010).

• É uma lei de introdução às leis.


• “Conjunto de normas sobre normas” (Maria Helena Diniz).
• É norma jurídica autônoma, aplicável sobre todo o ordenamento jurídico.
• Lex Legum (norma de sobre direito)
VIGÊNCIA NORMATIVA
• Vigência = obrigatoriedade da lei.

• Norma válida = é compatível com o ordenamento jurídico nacional.

• Norma inválida = inconstitucional ou ilegal.


Processo legislativo para criação da norma
1. Iniciativa;
2. Discussão;
3. Votação;
4. Sanção ou veto;
5. Promulgação; e
6. Publicação.
Promulgação x Publicação
Promulgação: é o ato capaz de configurar a existência e validade às
normas, consistindo em sua autenticação pelo ordenamento jurídico
nacional;

Publicação: ato que se segue à promulgação no devido processo


legislativo – que se torna factível à norma adquirir obrigatoriedade ou
coercibilidade.
Início da vigência normativa
A Vacatio legis objetiva gerar o conhecimento da norma, a qual irá obrigar a
todos (art. 1º, parágrafo, 1º, da LINDB).

O prazo de 45 dias é a regra geral, pois é possível que a norma autodeclare


prazo diverso, como o fez o Código Civil, o qual teve a vacatio 1 ano.

O artigo 8º, §1º, da Lei Complementar 95/98 estabelece regra diferenciada para
sua forma de contagem, com a inclusão da data da publicação e do último dia
do prazo, entrando em vigor no dia subsequente à sua consumação integral.
Cessação da vigência da lei
LINDB. Artigo 2º. Não se destinando a lei à vigência temporária,
a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.

Critérios para a revogação:


1. Cronológico: lex posterior derogat legi priori;
2. Hierárquico: lex superior derogat legi inferiori.

Revogação:
3. Quanto à forma:
a) Expressa: deve ser a regra, pois ocasiona segurança jurídica (art. 9º, LC 95/98)
b) Tácita: decorre da incompatibilidade ou quando uma nova norma regula todo o tema da lei anterior, com colisões;
4. Quanto à abrangência ou extensão:
a) Ab-rogação: revogação total;
b) Derrogação: revogação parcial;
Dispositivos sobre cessação de vigência da lei

Art. 2º, parágrafo 1º. A lei posterior revoga a anterior quando


expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando
regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.

Art. 2º, parágrafo 2º. A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou
especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica lei anterior.
Modificação da lei
Regras:

1. A modificação de lei já em vigor somente poderá ocorrer por meio de lei nova,
conforme § 4º, do artigo 1º, da LINDB, havendo novo prazo de vacatio;

2. A modificação de lei que esteja em vacatio legis deve acontecer através nova
publicação de seu texto, sendo conferido novo prazo de vacatio.
Efeito repristinatório
Art. 2º, parágrafo 3º. Salvo disposição em contrário, a
lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora
perdido a vigência.

A expressão repristinar significa restaurar (renascimento).

No Brasil, é excepcional, demandando disposição normativa expressa.


PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DA
NORMA
LINDB, Artigo 3º. Ninguém se escusa de cumprir a lei,
alegando que não a conhece.

Correntes doutrinárias que procuram justificar o conteúdo da norma:


a) Teoria da ficção legal: a obrigatoriedade da lei foi instituída pelo ordenamento para a
segurança jurídica.
b) Teoria da presunção absoluta: dedução iure et de iure de que todos conhecem a lei;
c) Teoria da necessidade especial: segundo Maria Helena Diniz, as normas devem ser conhecidas
para que melhor sejam observadas.
INTEGRAÇÃO NORMATIVA

Integrar é preencher lacunas, consistindo em uma atividade de


colmatação. Decorre de duas premissas:

a) O legislador não tem como abarcar todos os tipos de conflitos possíveis em


uma sociedade, havendo lacunas aparentes.

b) É vedado ao magistrado deixar de julgar a lide alegando lacuna ou qualquer


outra justificativa (vedação ao non liquet – art. 140 do CPC).
Dispositivos sobre integração normativa

LINDB, Artigo 4º. Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de
acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito.

CPC, Artigo 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de


lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico.
Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em
lei.
Classificação das lacunas da lei
Classificação segundo Maria Helena Diniz:

• Lacuna normativa: ausência total de norma prevista para um determinado caso


concreto;
• Lacuna ontológica: presença de norma para o caso concreto, mas que não tenha
eficácia social;
• Lacuna axiológica: presença de norma para o caso concreto, mas cuja aplicação
seja insatisfatória ou injusta;
• Lacuna de conflito ou antinomia: choque de duas ou mais normas válidas,
pendente de solução no caso concreto.
5.2 - Formas de integração da Norma

• Fonte Primária:
a) a Lei;

• Fontes secundárias:
a) Analogia;
b) Costumes;
c) Princípios gerais do Direito;
d) Equidade.
A Analogia
Os fatos de igual natureza devem ser julgados de igual maneira – ubi
eadem est legis ratio, ibi eadem legis dispositio ou legis dispositio.

Hipóteses de analogia:
I. Legis – quando o juiz compara com uma situação prevista em lei específica;
II. Iures – quando compara com uma situação trabalhada dentro do sistema como todo (situação
genérica admitida pelo sistema), utilizando, por exemplo, princípios gerais do direito.
Os costumes
Entende-se por costumes uma prática repetitiva e uniforme, a qual se
imagina obrigatória. Possui, portanto, requisitos:
a) objetivo, externo ou material: prática reiterada de um determinado local;
b) subjetivo, interno ou psicológico: entende-se obrigatório (opinio necessitatis).

Os costumes, como método integrativo, nunca podem ser contra legem (contra a lei), ao passo que
é proibida a revogação da norma (consuetudo ab-rogatório ou dessuetudo consuetudinaria) em
decorrência dos usos e costumes.
Classificação dos costumes
Os costumes podem ser assim classificados:

a) Costumes segundo a lei (secudum legem): são hipóteses em que o próprio


legislador resolve não disciplinar a matéria, remetendo aos costumes. Neste
caso não há lacuna, mas sim opção legislativa.

b) Costumes na falta da lei (praeter legem): incidem no silêncio da norma,


quando a lei for omissa, sendo denominado costume integrativo. Ex.:
reconhecimento de validade de cheque pós-datado ou pré-datado.
Princípios gerais do direito
Miguel Reale: “Os princípios são ‘verdades fundantes’ de um sistema de
conhecimento, como tais admitidas, por serem evidentes ou por terem sido
comprovadas, mas também por motivos de ordem prática de caráter operacional,
isto é, como pressupostos exigidos pelas necessidades da pesquisa e da práxis”.

O Código Civil de 2002 consagra três princípios fundamentais, conforme se extrai


de sua exposição de motivos:
a) Princípio da Eticidade;
b) Princípio da Socialidade;
c) Princípio da Operabilidade;
A Equidade
No sistema contemporâneo privado, segundo Flávio Tartuce, a
equidade deve ser considerada fonte informal ou indireta do direito.

Conceito: o uso do bom-senso, a justiça do caso particular, mediante a


adaptação razoável da lei ao caso concreto.

Na concepção aristotélica é definida como a justiça do caso concreto.


Classificação da equidade
Classificação de acordo com a doutrina:

a) Equidade legal: aquela cuja aplicação está prevista no próprio texto


legal;

b) Equidade judicial: presente quando a lei determina que o


magistrado deve decidir por equidade o caso concreto. Isso pode
ser observado no art. 127 do CPC/1973, mas a norma não foi
repetida no art. 140, parágrafo único, do CPC/2015.
INTERPRETAÇÃO NORMATIVA
LINDB, Artigo 5º. Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se
dirige e às exigências do bem comum.

Interpretar é descobrir o sentido e o alcance da norma. Apesar das várias regras, a


interpretação deve ser una.

Regras da Hermenêutica (teoria científica da arte de interpretar normas):


a) Gramatical;
b) Lógica;
c) Sistemática;
d) Histórica;
e) Teleológica.
APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO

LINDB, Artigo 6º. A Lei em vigor terá efeito imediato e


geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito
adquirido e a coisa julgada.

A Lei de Introdução regula o direito intertemporal com o escopo de traçar


conceitos amortecedores advindos pela sucessão de normas no tempo.

A regra é que não pode alcançar a nova lei fatos pretéritos à sua vigência.
É prevista a exceção à regra, desde que haja expressa disposição de retroatividade normativa e
que não viole o ato jurídico perfeito, a coisa julgada, e o direito adquirido.
Conceito das categorias de aplicação da
lei no tempo

Ato jurídico perfeito: “o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se


efetuou” (parágrafo 1º.).

Direito adquirido: “os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer,
como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição
preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem” (parágrafo 2º.).

Coisa julgada: “decisão judicial de que já não caiba mais recurso.” (parágrafo 3º.).
Ultratividade normativa
Ademais, permanece possível a ultratividade normativa, ou seja:
quando uma norma já revogada (sem vigência) ainda possui vigor.
Aplica-se a:

a) Normas circunstanciais: aquelas relativas a regrar um determinado fato,


durante a sua vigência, a exemplo de uma guerra.
b) Normas temporárias: aquelas criadas para regular uma determinada
circunstância, vigendo durante a existência desta, a exemplo de portarias que
alteraram o trânsito no Rio de Janeiro durante o evento do Pan Americano.
5.3 Aplicação da Norma Jurídica no Espaço

A Lei de Introdução traz também regras de Direito Internacional Público


e Privado, nos artigos 7º e 19º, matéria que mais interessa a esses
ramos jurídicos.

Tendo em vista a soberania nacional o Direito Brasileiro está submetido


ao Princípio da Territorialidade Moderada/Mitigada; No território
brasileiro aplica-se, em regra, a lei brasileira. Excepcionalmente, porém,
é aplicável a norma estrangeira no território brasileiro, desde que haja
disposição legal expressa neste sentido.
ANTINOMIAS JURÍDICAS
“A antinomia é a presença de duas normas conflitantes, válidas e
emanadas de autoridade competente, sem que se possa dizer qual
delas merecerá aplicação em determinado caso concreto (lacunas de
colisão)”. (Flávio Tartuce).

Critérios para solução:


a) Hierárquico (lex superior derogat legi inferiori);
b) Cronológico (lex posterior derogat legi priori);
c) Especialidade (lex specialis derogat legi generali).
Classificação das antinomias
• Antinomia de 1º grau: conflito de normas que envolve apenas um dos
critérios de solução;
• Antinomia de 2º grau: choque de normas válidas que envolve dois
dos critérios analisados.
• Antinomia aparente: situação que pode ser resolvida de acordo com
os critérios;
• Antinomia real: situação que não pode ser resolvida de acordo com
os metacritérios.
Momento Peer to Peer

Módulo E

Item 5.4

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