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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

CIÊNCIAS ECONÔMICAS

Noções de Direito

Prof. André Fernandes Lima

Sistema Jurídico

Valoração dos fatos


Mundo Fático a) eventos
b) condutas
Fatos relevantes
Adaptação social
Mundo Jurídico
Atribui efeitos

Planos:
• Existência Norma
• Validade Jurídica
• Eficácia

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TRIPARTIÇÃO DOS PODERES

 Montesquieu
 1748 – Livro: Do Espírito das Leis;
 “As três funções estão intimamente conectadas
a três órgãos distintos, autônomos e
independentes entre si”.
 Não deve existir subordinação de um órgão ao
outro, deve permitir um controle recíproco e
automático de cada qual pelos demais.

TRIPARTIÇÃO DOS PODERES

Obs: O Poder do Estado é UNO;


 Poder – Uno e indivisível, atributo do
Estado que emana do povo;
 Função – modo particular e
caracterizado do Estado manifestar a sua
vontade;
 Órgão – são os instrumentos utilizados
pelo Estado para exercitar suas funções
descritas na Constituição.

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FUNÇÕES DOS PODERES

Órgão Função Típica Função Atípica


Legislativo Elaborar leis; Executiva – administração

Exercer o controle político, própria;


fiscalização orçamentária, financeira Jurisdicional – julgar seus pares,

e patrimonial do executivo ( com (ex. Senado julga presidente)


colaboração dos tribunais de
contas).
Executivo Chefia de Estado e de governo, atos Legislativa - medida provisória,
administrativos. atos normativos;
Jurisdicional – processos
administrativos.
Judiciário  Julgar, dirimir os conflitos  Legislativa - segmento interno;
 Executiva- administração própria.

MORAL E DIREITO

A relação e as diferenças
existentes entre o Direito e a
Moral.

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GÊNESE E ESTRUTURAÇÃO
 Na gênese o Direito confundia-se com a
Moral, chegando ao ponto desta ser utilizada
como única fonte de produção das normas
jurídicas.
 Com a modernidade, o Direito passou a se
distanciar da Moral, acompanhando as
mudanças de valores e passando a proteger
somente o que fosse essencial à paz, à
segurança e ao convívio social.

PRESSUPOSTOS
O legislador, ao aprovar as leis, utiliza-se da
Moral, podendo a lei aprovada, sem prejuízo
de sua efetivação, ser moralmente aceita ou
não-aceita por todos ou por parte da
sociedade, sendo que, na maioria das vezes,
prevalece o padrão moral médio daqueles a
quem a lei é dirigida.

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PRESSUPOSTOS
O Direito e a Moral se relacionam, ora em
sintonia um com o outro, ora em total
dissonância, chegando ao ponto de se poder
ter uma norma legal absolutamente imoral.

BREVES CONCEITOS
 Moral “é a aplicação da ética às relações
humanas. Parte da filosofia que trata do
bem, dos bons costumes e dos deveres do
homem social, e entra como elemento
principal na formação do Direito.
 Conjunto de normas de conduta em
harmonia com a virtude. Conformidade com
o que é lícito e honesto”

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BREVES CONCEITOS
O Direito é tido como “Ciência normativa,
que estabelece e sistematiza as regras
necessárias para assegurar o equilíbrio das
funções do organismo social, à obediência
de cujos membros são coercitivamente
impostas pelo poder público”

LOGO...
 Deacordo com esse entendimento, o Direito
regula as ações externas,
 enquantoa Moral regula as ações que têm
como destinatário o próprio emitente.
 Dessa forma, a exterioridade da ação é que
determinaria a distinção entre o Direito e a
Moral.

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LOGO...
 Paraele, as normas das duas ordens
determinam as espécies de conduta e como
exemplo diz que a virtude moral da coragem
não consiste apenas num estado de alma
onde predomina a ausência de medo, mas
também numa conduta exterior
condicionada por aquele estado

LOGO...
 Quando uma ordem jurídica proíbe o
homicídio, proíbe não apenas a morte de um
homem causada pela conduta exterior de
outro homem, mas também uma conduta
interna, ou seja, a intenção de produzir tal
resultado.

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LOGO...
A coação sobrevém quando falha o
cumprimento espontâneo; o recurso à força
é uma segunda instância, um elemento
extrínseco ou exterior à norma Jurídica, e não
um de seus ingredientes essenciais. Assim, a
coação é um elemento virtual do Direito,
podendo existir ou não.

INTERESSANTE
 É bom alertar que o Direito não consegue se
abstrair totalmente da Moral, e que os dois
permanecem sempre em contato. No Direito
Penal temos referências explícitas a termos
estritamente morais como: dolo, culpa, vida
pregressa etc. No Direito Civil também
encontramos referências à Moral, veja como
exemplo a previsão de anulação dos
contratos jurídicos maculados por erros de
vontade.

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INTERESSANTE
O fenômeno jurídico depende das relações
sociais para o seu surgimento. Com o intuito
de demonstrar a certeza dessa afirmação, a
doutrina se vale da ilustração literária alusiva
à história de Robson Crusoé, quando
enfatiza que o náufrago não experimenta a
base fenômeno jurídico enquanto se
encontra sozinho naquela ilha desabitada.

DIREITO E JUSTIÇA
A ideia de Justiça, então, poderá ser definida
como a reunião de valores éticos e morais,
que atribui, de forma igualitária, a cada um, o
que lhe pertence.
 Há,na doutrina, uma discussão acerca do
caráter absoluto ou relativo da palavra
Justiça.

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EQUIDADE
 A norma jurídica, como já visto anteriormente,
é a descrição de uma conduta geral e
abstrata, e, por isso, pode não se vincular
diretamente a determinado caso concreto,
haja vista que os acontecimentos sociais são
muito mais complexos.
 Dessa forma, pode-se dizer que, em alguns
casos, a norma deverá ser adaptada ao caso
concreto, para vislumbrar as particularidades
trazidas em cada caso. À essa adaptação dá-
se o nome de equidade.

EQUIDADE
 Assim, a equidade é a possibilidade do
aplicador do Direito de moldar a norma no
intuito de que essa seja sensível às
peculiaridades de cada situação trazida
pela realidade, e dessa forma, possa ser mais
justa.

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EQUIDADE
 Pode-se dizer que leis injustas são contrárias à
Justiça, ou seja, contrárias ao objetivo maior do
Direito que, conforme já dito, é dar a cada um o
que lhe pertence.
Por alguma distorção, a norma se torna inútil na
função a que se destina, ocorrendo uma injustiça.

 Pode ser que essa distorção se dê de três maneiras:


por destinação, quando a intenção do legislador é
exatamente a de se criar uma norma injusta;
causais, que se dão em virtude de incompetência
política, que produz leis que desviam de sua
finalidade; e eventuais, quando, diante do caso
concreto, a norma poderá se tornar injusta.

DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO


 Direito positivo: A norma jurídica do país, é a ordem
social obrigatória. É a regra vigente positiva para
reger as relações humanas, imposta coercitiva-
mente à obediência de todos, a fim de disciplinar
a atividade dos homens, instituindo e mantendo a
ordem social.

 Direitosubjetivo: é a faculdade de as pessoas


exigirem seu direito quando este for violado, a
prerrogativa de invocar a norma jurídica na defesa
de seus interesses.

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DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO
 Direito público: é o conjunto de normas
interligadas entre si, que regula as atividades do
Poder Público, ou seja, a atividade da União, dos
estados, do Distrito Federal, dos territórios, dos
municípios, das autarquias e das demais entidades
de caráter público criadas por lei.

 Direito privado: é o conjunto de normas interligadas


entre si, que rege as atividades dos particulares.

DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO

. Direito internacional
público
Direito externo . Direito internacional
privado

Direito Público
. Direito constitucional
. Direito tributário
Direito interno . Direito processual
. Direito penal
. Direito administrativo
Direito Positivo

Direito comum . Direito civil

Direito Privado
. Direito do trabalho
Direito especial . Direito de defesa do
consumidor

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NORMAS JURÍDICAS
 As normas jurídicas são estruturas fundamentais
do Direito e nas quais são gravados preceitos e
valores que vão compor a Ordem Jurídica.

A norma jurídica é responsável por regular a


conduta do indivíduo, e fixar enunciados sobre a
organização da sociedade e do Estado,
impondo aos que a ela infringem, as penalidades
previstas, e isso se dá em prol da busca do bem
maior do Direito, que é a Justiça.

Características da norma jurídica


• Generalidade, característica relacionada
ao fato da norma valer para qualquer um,
sem distinção de qualquer natureza, para os
indivíduos, também iguais entre si, que se
encontram na mesma situação. A norma
não foi criada para um ou outro, mas para
todos. Essa característica consagra um dos
princípios basilares do Direito: igualdade de
todos perante a lei.

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Características da norma jurídica
A abstratividade diz respeito ao fato de a
norma não ter sido criada para regular uma
situação concreta ocorrida, mas para
regular, de forma abstrata, abrangendo o
maior número possível de casos semelhantes,
que ocorrem, normalmente, da mesma
forma.

Características da norma jurídica


A imperatividade é uma característica
essencial, pois a norma, para ser cumprida e
observada por todos, deverá ser imperativa,
ou seja, impor aos destinatários a obrigação
de obedecer. Não depende da vontade
dos indivíduos, pois a norma não é conselho,
mas ordem a ser seguida.

Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro


Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a
conhece.

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Características da norma jurídica
 A coercibilidade, por fim, pode ser explicada como a
possibilidade do uso da força para combater aqueles
que não observam as normas. Essa força pode se dar
mediante coação, que atua na esfera psicológica,
desestimulando o indivíduo de descumprir a norma, ou
por sanção (penalidade), que é o resultado do efetivo
descumprimento.
LEI ESTADUAL Nº 13.541, DE 07 DE MAIO DE 2009
Artigo 2º - Fica proibido no território do Estado de São Paulo, em ambientes de uso coletivo,
públicos ou privados, o consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos ou de qualquer outro produto
fumígeno, derivado ou não do tabaco.
Artigo 3º - O responsável pelos recintos de que trata esta lei deverá advertir os eventuais
infratores sobre a proibição nela contida, bem como sobre a obrigatoriedade, caso persista na
conduta coibida, de imediata retirada do local, se necessário mediante o auxílio de força
policial.

Características da norma jurídica


 Em relação à fonte: leva em conta a origem das
normas, e assim elas podem ser:
 Legislativas: quando escritas e organizadas;
 Consuetudinárias: quando as normas advém dos
costumes;
 Jurisprudenciais: quando são retiradas de decisões
dos tribunais;

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Características da norma jurídica
 No tempo: se classificam pela vigência:
 Por prazo determinado: quando a própria
lei determina o período que irá atuar;
 Porprazo indeterminado: quando a lei não
prevê esse período de duração de sua
atuação.

Características da norma jurídica


 No âmbito material: se classificam pelo
conteúdo:
 Direito Público: quando o Estado seria uma
das partes da relação, e impõe seu poder,
verificando, dessa forma, uma relação de
subordinação;
 Direito
Privado: quando as partes são tidas
como iguais, numa relação de coordenação.

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Características da norma jurídica
 Em relação à hierarquia: Podem ser:
 Constitucionais:
decorrem da Constituição Federal,
ou de suas emendas. É a norma mais importante do
país, não podendo ser contrariada em nenhuma
hipótese. Complementares: complementam algumas
omissões da Constituição Federal. Possuem hierarquia
logo abaixo das normas constitucionais.
 Leis
ordinárias: estão localizadas num plano inferior.
São as leis, medidas provisórias e leis delegadas.
 Normas regulamentares: advindas dos decretos e as
individualizadas, decorrentes de testamentos e
sentenças.

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