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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

CIÊNCIAS ECONÔMICAS

Noções de Direito

Prof. André Fernandes Lima

Sistema Jurídico 2

Valoração dos fatos


Mundo Fático a) eventos
b) condutas
Fatos relevantes
Adaptação social
Mundo Jurídico
Atribui efeitos

Planos:
• Existência Norma
• Validade Jurídica
• Eficácia

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Tripartição dos poderes

 Montesquieu
 1748 – Livro: Do Espírito das Leis;
 “As três funções estão intimamente conectadas
a três órgãos distintos, autônomos e
independentes entre si”.
 Não deve existir subordinação de um órgão ao
outro, deve permitir um controle recíproco e
automático de cada qual pelos demais.

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Tripartição dos poderes

Obs: O Poder do Estado é UNO;


 Poder – Uno e indivisível, atributo do
Estado que emana do povo;
 Função – modo particular e
caracterizado do Estado manifestar a sua
vontade;
 Órgão – são os instrumentos utilizados
pelo Estado para exercitar suas funções
descritas na Constituição.

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Funções dos poderes
Órgão Função Típica Função Atípica
Legislativo Elaborar leis; Executiva – administração
Exercer o controle político, própria;
fiscalização orçamentária, financeira Jurisdicional – julgar seus pares,

e patrimonial do executivo ( com (ex. Senado julga presidente)


colaboração dos tribunais de
contas).
Executivo Chefia de Estado e de governo, atos Legislativa - medida provisória,
administrativos. atos normativos;
Jurisdicional – processos
administrativos.
Judiciário  Julgar, dirimir os conflitos  Legislativa - segmento interno;
 Executiva- administração própria.

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Moral e Direito

A relação e as diferenças
existentes entre o Direito e a
Moral.

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GÊNESE E ESTRUTURAÇÃO
 Na gênese o Direito confundia-se com a
Moral, chegando ao ponto desta ser utilizada
como única fonte de produção das normas
jurídicas.
 Com a modernidade, o Direito passou a se
distanciar da Moral, acompanhando as
mudanças de valores e passando a proteger
somente o que fosse essencial à paz, à
segurança e ao convívio social.

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PRESSUPOSTOS
O legislador, ao aprovar as leis, utiliza-se da
Moral, podendo a lei aprovada, sem prejuízo
de sua efetivação, ser moralmente aceita ou
não-aceita por todos ou por parte da
sociedade, sendo que, na maioria das vezes,
prevalece o padrão moral médio daqueles a
quem a lei é dirigida.

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PRESSUPOSTOS
O Direito e a Moral se relacionam, ora em
sintonia um com o outro, ora em total
dissonância, chegando ao ponto de se poder
ter uma norma legal absolutamente imoral.

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BREVES CONCEITOS
 Moral “é a aplicação da ética às relações
humanas. Parte da filosofia que trata do
bem, dos bons costumes e dos deveres do
homem social, e entra como elemento
principal na formação do Direito.
 Conjunto de normas de conduta em
harmonia com a virtude. Conformidade com
o que é lícito e honesto”

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BREVES CONCEITOS
O Direito é tido como “Ciência normativa,
que estabelece e sistematiza as regras
necessárias para assegurar o equilíbrio das
funções do organismo social, à obediência
de cujos membros são coercitivamente
impostas pelo poder público”

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LOGO...
 Deacordo com esse entendimento, o Direito
regula as ações externas,
 enquantoa Moral regula as ações que têm
como destinatário o próprio emitente.
 Dessa forma, a exterioridade da ação é que
determinaria a distinção entre o Direito e a
Moral.

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LOGO...
 Paraele, as normas das duas ordens
determinam as espécies de conduta e como
exemplo diz que a virtude moral da coragem
não consiste apenas num estado de alma
onde predomina a ausência de medo, mas
também numa conduta exterior
condicionada por aquele estado

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LOGO...
 Quando uma ordem jurídica proíbe o
homicídio, proíbe não apenas a morte de um
homem causada pela conduta exterior de
outro homem, mas também uma conduta
interna, ou seja, a intenção de produzir tal
resultado.

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LOGO...
A coação sobrevém quando falha o
cumprimento espontâneo; o recurso à força
é uma segunda instância, um elemento
extrínseco ou exterior à norma Jurídica, e não
um de seus ingredientes essenciais. Assim, a
coação é um elemento virtual do Direito,
podendo existir ou não.

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INTERESSANTE
 É bom alertar que o Direito não consegue se
abstrair totalmente da Moral, e que os dois
permanecem sempre em contato. No Direito
Penal temos referências explícitas a termos
estritamente morais como: dolo, culpa, vida
pregressa etc. No Direito Civil também
encontramos referências à Moral, veja como
exemplo a previsão de anulação dos
contratos jurídicos maculados por erros de
vontade.

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INTERESSANTE
O fenômeno jurídico depende das relações
sociais para o seu surgimento. Com o intuito
de demonstrar a certeza dessa afirmação, a
doutrina se vale da ilustração literária alusiva
à história de Robson Crusoé, quando
enfatiza que o náufrago não experimenta a
base fenômeno jurídico enquanto se
encontra sozinho naquela ilha desabitada.

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DIREITO E JUSTIÇA
A ideia de Justiça, então, poderá ser definida
como a reunião de valores éticos e morais,
que atribui, de forma igualitária, a cada um, o
que lhe pertence.
 Há,na doutrina, uma discussão acerca do
caráter absoluto ou relativo da palavra
Justiça.

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EQUIDADE
 A norma jurídica, como já visto anteriormente, é a
descrição de uma conduta geral e abstrata, e, por isso,
pode não se vincular diretamente a determinado caso
concreto, haja vista que os acontecimentos sociais são
muito mais complexos.
 Dessa forma, pode-se dizer que, em alguns casos, a
norma deverá ser adaptada ao caso concreto, para
vislumbrar as particularidades trazidas em cada caso. À
essa adaptação dá-se o nome de equidade.

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EQUIDADE
 Assim, a equidade é a possibilidade do
aplicador do Direito de moldar a norma no
intuito de que essa seja sensível às
peculiaridades de cada situação trazida
pela realidade, e dessa forma, possa ser mais
justa.

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EQUIDADE
 Pode-se dizer que leis injustas são contrárias à Justiça, ou seja,
contrárias ao objetivo maior do Direito que, conforme já dito, é
dar a cada um o que lhe pertence.

Por alguma distorção, a norma se torna inútil na função a que se


destina, ocorrendo uma injustiça.

 Pode ser que essa distorção se dê de três maneiras: por


destinação, quando a intenção do legislador é exatamente a de
se criar uma norma injusta; causais, que se dão em virtude de
incompetência política, que produz leis que desviam de sua
finalidade; e eventuais, quando, diante do caso concreto, a
norma poderá se tornar injusta.

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Direito objetivo e subjetivo
 Direito positivo: A norma jurídica do país, é a ordem
social obrigatória. É a regra vigente positiva para
reger as relações humanas, imposta
coercitivamente à obediência de todos, a fim de
disciplinar a atividade dos homens, instituindo e
mantendo a ordem social.

 Direito subjetivo: é a faculdade de as pessoas


exigirem seu direito quando este for violado, a
prerrogativa de invocar a norma jurídica na defesa
de seus interesses.

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Direito público e direito privado
 Direito público: é o conjunto de normas
interligadas entre si, que regula as atividades do
Poder Público, ou seja, a atividade da União, dos
estados, do Distrito Federal, dos territórios, dos
municípios, das autarquias e das demais entidades
de caráter público criadas por lei.

 Direito privado: é o conjunto de normas interligadas


entre si, que rege as atividades dos particulares.

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Direito público e direito privado

. Direito internacional
público
Direito externo . Direito internacional
privado

Direito Público
. Direito constitucional
. Direito tributário
Direito interno . Direito processual
. Direito penal
. Direito administrativo
Direito Positivo

Direito comum . Direito civil

Direito Privado
. Direito do trabalho
Direito especial . Direito de defesa do
consumidor

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Normas jurídicas
 As normas jurídicas são estruturas fundamentais
do Direito e nas quais são gravados preceitos e
valores que vão compor a Ordem Jurídica.

A norma jurídica é responsável por regular a


conduta do indivíduo, e fixar enunciados sobre a
organização da sociedade e do Estado,
impondo aos que a ela infringem, as penalidades
previstas, e isso se dá em prol da busca do bem
maior do Direito, que é a Justiça.

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Características da norma jurídica
• Generalidade, característica relacionada
ao fato da norma valer para qualquer um,
sem distinção de qualquer natureza, para os
indivíduos, também iguais entre si, que se
encontram na mesma situação. A norma
não foi criada para um ou outro, mas para
todos. Essa característica consagra um dos
princípios basilares do Direito: igualdade de
todos perante a lei.

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Características da norma jurídica
A abstratividade diz respeito ao fato de a
norma não ter sido criada para regular uma
situação concreta ocorrida, mas para
regular, de forma abstrata, abrangendo o
maior número possível de casos semelhantes,
que ocorrem, normalmente, da mesma
forma.

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Características da norma jurídica
A imperatividade é uma característica
essencial, pois a norma, para ser cumprida e
observada por todos, deverá ser imperativa,
ou seja, impor aos destinatários a obrigação
de obedecer. Não depende da vontade
dos indivíduos, pois a norma não é conselho,
mas ordem a ser seguida.

Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro


Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a
conhece.

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Características da norma jurídica
 A coercibilidade, por fim, pode ser explicada como a
possibilidade do uso da força para combater aqueles
que não observam as normas. Essa força pode se dar
mediante coação, que atua na esfera psicológica,
desestimulando o indivíduo de descumprir a norma, ou
por sanção (penalidade), que é o resultado do efetivo
descumprimento.
LEI ESTADUAL Nº 13.541, DE 07 DE MAIO DE 2009
Artigo 2º - Fica proibido no território do Estado de São Paulo, em ambientes de uso coletivo,
públicos ou privados, o consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos ou de qualquer outro produto
fumígeno, derivado ou não do tabaco.
Artigo 3º - O responsável pelos recintos de que trata esta lei deverá advertir os eventuais
infratores sobre a proibição nela contida, bem como sobre a obrigatoriedade, caso persista na
conduta coibida, de imediata retirada do local, se necessário mediante o auxílio de força
policial.

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Características da norma jurídica
 Em relação à fonte: leva em conta a origem das
normas, e assim elas podem ser:
 Legislativas: quando escritas e organizadas;
 Consuetudinárias: quando as normas advém dos
costumes;
 Jurisprudenciais: quando são retiradas de decisões
dos tribunais;

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Características da norma jurídica
 No tempo: se classificam pela vigência:
 Por prazo determinado: quando a própria
lei determina o período que irá atuar;
 Porprazo indeterminado: quando a lei não
prevê esse período de duração de sua
atuação.

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Características da norma jurídica
 No âmbito material: se classificam pelo
conteúdo:
 Direito Público: quando o Estado seria uma
das partes da relação, e impõe seu poder,
verificando, dessa forma, uma relação de
subordinação;
 Direito
Privado: quando as partes são tidas
como iguais, numa relação de coordenação.

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Características da norma jurídica
 Em relação à hierarquia: Podem ser:
 Constitucionais:
decorrem da Constituição Federal,
ou de suas emendas. É a norma mais importante do
país, não podendo ser contrariada em nenhuma
hipótese. Complementares: complementam algumas
omissões da Constituição Federal. Possuem hierarquia
logo abaixo das normas constitucionais.
 Leisordinárias: estão localizadas num plano inferior.
São as leis, medidas provisórias e leis delegadas.
 Normas regulamentares: advindas dos decretos e as
individualizadas, decorrentes de testamentos e
sentenças.

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Atos jurídicos em sentido amplo

O Ato jurídico é decorrente da vontade do


homem devidamente manifestada, ou seja,
não há ato jurídico sem a devida
participação volitiva humana. Para que se
constitua um ato jurídico, o direito brasileiro
adotou a necessidade da declaração da
vontade, que pode ser expressa ou tácita.

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Atos jurídicos “stricto sensu”

. Os atos jurídicos são aqueles decorrentes de


uma vontade moldada perfeitamente pelos
parâmetros legais, ou seja, uma
manifestação volitiva submissa à lei. São atos
que se caracterizam pela ausência de
autonomia do interessado para auto regular
sua vontade, determinando o caminho a ser
percorrido para a realização dos objetivos
perseguidos.

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Modalidades dos atos jurídicos


A cláusula que subordina o efeito do ato jurídico a evento incerto e
futuro, se denomina condição, a qual pode ser lícita, ilícita e
potestativa.
São lícitas todas as condições que a lei expressamente não vedar.
As condições impossíveis são tidas por inexistentes, se a
impossibilidade for física. Se juridicamente impossível tornam
inválidos os atos a elas subordinados.
Em caso de condição suspensiva, enquanto esta não se verificar,
inviabiliza a aquisição do direito a que este tem em vista.
Em caso de condição resolutiva, não se realizando esta, vigerá o
ato jurídico, exercível a partir do momento deste o direito por ele
estabelecido. Uma vez verificada a condição fica extinto o direito a
que a mesma se opõe.
Considera-se porém ocorrida a condição relativamente aos efeitos
jurídicos, caso tenha sido obstado pela parte a quem a mesma
desfavorecer.

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A prova do ato jurídico


O ato jurídico é susceptível de prova, nos termos do art. 136, CC.
Além das hipóteses ali enumeradas, são prova dos atos jurídicos,
entre outras, a certidão textual, as certidões expedidas por oficial
público e os traslados, sempre escritos no vernáculo, ou
oficialmente traduzidos para o idioma nacional.
Nos atos jurídicos, a prova testemunhal apresenta restrições,
dependendo do valor do contrato, apresentando-se como
absoluta até determinado valor e, como subsidiária nos acima
de determinado valor.
As testemunhas serão admitidas mediante a observação de
certos requisitos, os quais, se não observados, gerarão
incapacidade para depor nessa qualidade de ato, tratando o
código, de modo especial, dos parentes e do sigilo profissional.

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ACONTECIMENTOS CAPAZES DE ALTERAR OS EFEITOS
DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS

 Caso fortuito ou força maior são fatos capazes de


modificar os efeitos de relações jurídicas já existentes,
como também de criar novas relações de direito. São
eventualidades que, quando ocorrem, pode escusar
o sujeito passivo de uma relação jurídica pelo não
cumprimento da obrigação estipulada. E o caso, por
ex., de uma tempestade que provoque o
desabamento de uma ponte por onde deveria passar
um carregamento confiado a urna transportadora.

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ACONTECIMENTOS CAPAZES DE ALTERAR OS EFEITOS
DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS
 Diante de tal situação e da impossibilidade da
continuação do itinerário, a transportadora livra-se da
responsabilidade pela entrega atrasada do material.
Porém, para que determinado caso fortuito ou força
maior possa excluir a obrigação estipulada em um
contrato, é necessária a observação de certas
circunstâncias, tais como a inevitabilidade do
acontecimento e a ausência de culpa das partes
envolvidas na relação afetada. Caso não haja a
presença de qualquer destes requisitos, não pode
haver caso fortuito ou força maior que justifiquem o
descumprimento contratual.

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Defeitos dos atos jurídicos


Capítulo IV do Código Civil

 Vícios do Consentimento
 Erro
 Dolo
 Coação
 Lesão
 Fraude contra credores
 Estado de perigo

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Defeitos dos atos jurídicos


DOS VÍCIOS DE CONSENTIMENTO

O erro ou ignorância, o dolo e a coação são vícios


da vontade que contaminam o ato jurídico.
 A manifestação da vontade encobre uma
intenção diferente, que visa a prejudicar o direito
de alguém, ou fugir às prescrições da lei. Em tais
casos a vontade fica juridicamente viciada,
porque a boa-fé e a honestidade são pressupostos
de uma vontade real, no sentido jurídico da
expressão. Também neste caso o vício atinge os
atos jurídicos, tornando-os anuláveis.

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Defeitos dos atos jurídicos


DO ERRO E DA IGNORÂNCIA
ART. 138, CC:
 Erro é a noção falsa das coisas: crer falso o que
é verdadeiro e verdadeiro o que é falso.
 Ignorância é a ausência de qualquer noção,
isto é, completo desconhecimento a respeito
do que se trata.

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Defeitos dos atos jurídicos


Graus de erro
 Existem dois graus de erro, que tanto pode ser substancial quanto
acidental.
 O erro substancial, também conhecido como essencial, é o que
sem ele o ato não se realizaria. É aquele que foi a determinante
do ato ou a sua condição.
 O erro substancial pode se revestir de várias modalidades,
conforme se refira à natureza do ato, ao objeto principal da
declaração, à qualidade essencial ao objeto do ato e à
qualidade da pessoa a quem se refira a declaração da vontade.
Estas modalidades estão indicadas nos artigos 139 a 144 CC.

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Defeitos dos atos jurídicos


Do erro sobre a natureza do ato
 Dá-se erro sobre a natureza do ato, quando
se tem a intenção de celebrar um e realiza-se
outro. É o erro sobre o próprio negócio. Como
um contrato de venda na suposição de que
era locação ou alguém que empresta um
objeto e o outro recebe como doação.

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Defeitos dos atos jurídicos


Do erro sobre o objeto principal da declaração
 Este erro ocorre sobre o objeto principal da
declaração quando o próprio corpo da
coisa não é aquele que o agente tinha em
mente, isto é, quando não se verifica a
identidade entre o objeto do ato e aquele
que o agente supunha que devia ser.

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Defeitos dos atos jurídicos


Erro sobre a qualidade da pessoa a quem se refira
 A declaração da vontade só se refere àqueles atos em que a
própria pessoa da outra parte teve consideração especial para
a declaração de vontade. Realmente, em geral, o erro sobre a
pessoa é indiferente nos contratos.
 Excepcionalmente, porém, em certos atos jurídicos, a
declaração de vontade é feita em consideração da pessoa,
atendendo-se a qualidades que ela apresenta. Assim, por
exemplo, no casamento, em que a declaração de vontade dos
nubentes se refere diretamente à pessoa, na sucessão
testamentária, no contrato de sociedade, no contrato oneroso
tendo por objeto ato infungível, doação, dote, etc.

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Defeitos dos atos jurídicos


Para que se possa arguir erro são seus requisitos:
1) Ser escusável, quer dizer, ter por fundamento uma
razão plausível ou ser tal que uma pessoa de
inteligência comum e atenção ordinária o possa
cometer;
2) Ser real, ou seja, não recair sob meras
qualificações, ou, como diz o art. 142 CC, sobre
indicação da pessoa ou da coisa, quando uma e
outra se podem identificar.

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Defeitos dos atos jurídicos


DO DOLO – ART 145-150, CC
 O dolo pode ser passivo ou ativo.

 Dolo é o artifício malicioso ou a manobra fraudulenta empregada


para enganar uma pessoa e levá-la a praticar uma ação, que, sem
isso, não praticaria. Este é o dolo ativo.

 No dolo passivo ocorre uma omissão dolosa.

 Pelo conceito de dolo, este induz sempre a pessoa a um erro, mas,


nesta hipótese, não é o erro por si mesmo que vicia o ato jurídico e,
sim, a sua causa, o próprio dolo, porque o artifício malicioso ou a
manobra fraudulenta, ou a omissão dolosa que causou o erro, tem
um efeito muito mais amplo sobre a eficácia do ato jurídico.

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Defeitos dos atos jurídicos


A anulação do ato jurídico por dolo
São condições de rescisão:
 I) que o dolo seja causa do ato, isto é, que a pessoa tenha
sido levada a praticar o ato por efeito do artifício malicioso
ou da manobra fraudulenta e, portanto, se não fosse o
engano em que caiu, não teria celebrado o ato;

 II) que o artifício malicioso ou as manobras fraudulentas


sejam obra do contraente. Em regra assim acontece; mas,
às vezes, o dolo poderá ser do representante de uma das
partes, ou mesmo de terceiros;

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Defeitos dos atos jurídicos


 III) Que o artifício malicioso ou as manobras fraudulentas
sejam tais que possam iludir a uma pessoa sensata que cuida
de seus negócios com atenção. O dolo não se presume, mas
a sua prova poderá ser feita por todos os meios admitidos em
direito, inclusive por presunções. De um conjunto de fatos
pode-se deduzir, claramente, a má intenção de um agente
e, pois, pode-se verificar se tais fatos eram capazes de iludir a
uma pessoa medianamente sensata;

 IV) Que não haja uma compensação de dolos, isto é, que


não tenham ambas as partes procedido com dolo. O intuito
da lei é proteger a boa-fé. Quando as duas partes agiram
maliciosamente não há o que defender.

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Defeitos dos atos jurídicos


DA COAÇÃO
 Coação é constrangimento, é imposição, é violência. É a
pressão física ou moral exercida sobre alguém para
induzí-lo à prática de um ato.
 A coação deve ser encarada sob dois aspectos:
absolutamente intrínseco e absolutamente extrínseco.
Absolutamente intrínseco é o estado de espírito em que o
agente, perdendo a energia moral e a espontaneidade
do querer, realiza o ato que lhe é exigido. Absolutamente
extrínseco é a violência física ou moral exercida sobre a
pessoa para constrangê-la à prática do ato.

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Defeitos dos atos jurídicos


A anulação de um ato jurídico pelo defeito de
coação está subordinada a certas condições
I) a coação há de ser tal que incuta...
 a) a gravidade da ameaça ou intimidação deve ser
apreciada de acordo com as circunstâncias
personalíssimas da parte. Para que haja coação é
preciso que o indivíduo se encontre em situação
grave, senão na realidade, ao menos na aparência,
ou no modo de ele compreender a situação.

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Defeitos dos atos jurídicos


 b) essa ameaça ou intimidação deve ser injusta. O detalhe é
que se for feita no exercício normal de um direito não teremos a
coação. É o caso do credor que ameaça o seu devedor com a
execução do crédito na intenção de haver o seu pagamento. Aí
o credor está no exercício regular do direito e, se o devedor,
para livrar-se da execução, faz uma dação em pagamento, ou
qualquer outro negócio jurídico para sanar a obrigação, não
poderá pretender anulá-lo por coação. Para que assim se dê, é
necessário que o exercício seja normal; se for anormal, será
abuso de direito e poderá constituir coação. Da mesma forma, o
simples temor reverencial não é considerado como coação. O
temor reverencial deverá vir acompanhado de ameaças, para
que surja a figura da coação.

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Defeitos dos atos jurídicos


 II) fundado temor de dano. Da ameaça ou intimidação
grave deve resultar, para o indivíduo, fundado temor
de dano, ou seja, deve lhe dar, ao menos
subjetivamente, a impressão fundada de uma situação
insuperável, de maneira que a sua resistência acarrete
dano à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens. Esse
fundado temor é que constitui propriamente a coação,
porque é ele que subtrai a energia moral do agente,
enfraquecendo-lhe a liberdade de querer, para
arrastar-lhe às injunções do coator.

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Defeitos dos atos jurídicos


 III) dano iminente. O dano temido deve ser iminente, quer dizer,
deve ser esperado a cada momento, sem poder ser evitado com os
recursos ordinários. Em geral, a iminência do dano depende do
coator, isto é, ele é que tem em suas mãos os elementos necessários
para desfechar o golpe, ou faz constar isso, para extorquir o
consentimento do indivíduo. Essa possibilidade de sofrer um mal, de
um momento para outro, é que constitui o dano iminente.

 IV) dano igual, pelo menos, ao receável do ato extorquido. Além de


iminente o dano, ele deverá ser, pelo menos, igual ao receável do
ato extorquido. Na apreciação desse requisito, o juiz deve ter
autonomia larga e não encará-lo literalmente, para não ser levado
à prática de injustiças, que poderiam anular legítimos interesses do
direito.

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Defeitos dos atos jurídicos


DO ESTADO DE PERIGO

São pressupostos legais do estado de perigo:


a) necessidade de salvar-se ou a pessoa de
sua família;
b) grave dano conhecido pela outra parte;
c) obrigação excessivamente onerosa.

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Defeitos dos atos jurídicos


DA LESÃO

 Art. 157, CC. Ocorre a lesão quando uma


pessoa, sob premente necessidade, ou por
inexperiência, se obriga a prestação
manifestamente desproporcional ao valor da
prestação oposta.
 “Lesão é, assim, o prejuízo resultante da enorme
desproporção existente entre as prestações de
um contrato, no momento de sua celebração,
determinada pela premente necessidade ou
inexperiência de uma das partes". (CARLOS
ROBERTO GONÇALVES)

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Defeitos dos atos jurídicos


A FRAUDE CONTRA CREDORES

 Na fraude contra credores o ato jurídico é


verdadeiro, mas a consequência dele é
prejudicar aos credores que o realizam.
Fraude, como é empregado neste caso, é
todo ato prejudicial ao credor, por tornar o
devedor insolvente ou ter praticado em
estado de insolvência.

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Direito do consumidor
Política Nacional de DC
Art. 4° - CDC
 Dignidade
 Saúde
 Interesses econômicos
 Informação
 Vulnerabilidade
 Garantia produto ou serviço
 Melhoria dos serviços públicos

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Direito do consumidor
Consumidor versus fornecedor

Lei 8078/90 = Normas de Ordem Pública


 Art. 2° = Consumidor
 Art. 3° = Fornecedor/Equiparados, Público e Privado.
 Bancos: Adi 2591 de 26/12/01 no STF pela Confederação
Nac. do Sistema Financeiro

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Direito do consumidor
Direitos básicos do consumidor
Art. 6° CDC
 Segurança contra riscos do produto e serviço
 Liberdade de escolha
 Características (rótulo/embalagem)
 Reparação de danos (moral e material)
 Modificação de cláusulas
 Facilitação na defesa de seus direitos (inversão do ônus da
prova)
 Adequada e eficaz prestação do serviço público – Agências
Reguladoras: ANP, ANVISA, ANATEL, ANS, ANEEL etc.

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Direito do consumidor
Qualidade do produto ou serviço
Arts. 8° a 25 do CDC
 Grau de nocividade (divulgação na imprensa. Ex.: recall)
 Se a empresa não o fizer caberá ao Estado
 Acidente de consumo – Art. 12 CDC (Fato do produto e do serviço)
 Quando o produto é defeituoso?
 Exceção à regra da responsabilidade (art. 12, § 3° do CDC.
 Quando o serviço é defeituoso?
 Independe da existência de culpa (deve sempre observar a
legislação)

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Direito do consumidor
Qualidade do produto ou serviço
 Art. 17 - Equiparação de todas as vítimas do evento – EX: Explosão
de um bujão de gás, pipoca para forno de microondas.
 Vício do produto: impróprios para o consumo, finalidade ou
diminuição do valor, disparidade com relação às informações da
embalagem.
 Alternativas do consumidor para o caso de vícios (prazo de 30 dias
para solução do problema) – Art. 18 CDC
 Produtos “in natura” (verduras, legumes, frutas, carnes etc.),
responde o fornecedor imediato.

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Direito do consumidor
Qualidade do produto ou serviço
 Serviços de reparação de produtos: utilização de peças
originais (salvo autorização do consumidor).
 A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade
não o exime de responsabilidade (risco do negócio).
 A garantia legal independe de termo expresso.
 O fornecedor não pode, por meio de cláusula contratual,
atenuar ou excluir sua responsabilidade.
 Responsabilidade solidária no caso de haver vários
fornecedores (Ex: emprego de peças).

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Responsabilidade civil
 O dano é requisito essencial da responsabilidade civil.

 Não existe o dever de reparação se não houver dano,


mesmo que mínimo.

 O dano deve ser concreto, ou seja, deve existir.

 Nunca poderá ser hipotético ou especulativo.

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Responsabilidade civil
 Deverá o dano ser ressarcido de tal forma que o lesado
deveria ser restituído ao seu estado anterior ao
acidente (status quo ante).
 Também se relembra aqui o princípio da restitutio in
integrum.
 A classificação do dano é dividida em dois grandes
grupos que se denominam de patrimoniais e
extrapatrimoniais.

33
67

Responsabilidade civil
Dano patrimonial – lesão a interesse juridicamente
protegido componente do patrimônio da vítima (suscetível
de avaliação pecuniária).

 A) DANO EMERGENTE – o que a vítima perdeu, ou seja, seu


efetivo prejuízo (sua diminuição patrimonial).

 B) LUCROS CESSANTES – o que razoavelmente deixou de


ganhar de acordo com curso normal e expectativa; não é
lucro imaginário, hipotético.

68

Responsabilidade civil
Já o dano extrapatrimonial ou denominado na praxe
forense de dano moral não tem divisões.
 Nele, se envolve violações a direitos fundamentais
(liberdade, igualdade), direitos de personalidade
(imagem, honra, nome) e violações à integridade física
ou psicológica da vítima (dor, humilhação) – não são
meros aborrecimentos.
 Os critérios de fixação que poderiam ser levados em
conta são: gravidade da conduta do agente, condição
econômica do ofensor, condição do ofendido, tratando-
se, por óbvio, de arbitramento judicial.

34
69

Responsabilidade civil
O direito à indenização correspondente
ao dano patrimonial e extrapatrimonial
transmite-se aos herdeiros.

70
Evolução histórica do Direito Penal
 Período da vingança privada: Não existia Estado e os
grupos se organizavam em famílias, tribos e clãs. O
Direito Penal representava inicialmente a vingança
privada da própria vítima, seus parentes ou grupo social,
manifestando-se por meio de uma reação
desproporcional e, normalmente, superior à agressão
sofrida, salvo se o agressor era membro da comunidade,
caso em que era penalizado com o banimento.

35
71
Evolução histórica do Direito Penal
 Período da vingança pública: Surge uma organização
de um poder religioso, onde os sacerdotes são
magistrados e a pena passa a ter um caráter sagrado,
servindo para aplacar a ira da divindade, denominando-
se período de vingança dos Deuses. Com o tempo,
transforma-se em Estado primitivo regulado pelo Direto
de Talião cuja regra não permitia que o revide
ultrapassasse a medida da ofensa. Seguido pelo Código
de Hamurabi e pela lei das XII Tábuas, que introduziram a
fase da composição, com substituição da pena física
pela indenização em dinheiro, gerando a pena de
multa. (Ney Teles, p. 41)

72
Evolução histórica do Direito Penal
 Período humanitário: Marcado pelo movimento europeu
denominado iluminismo, no Séc. XVIII, com as idéias de
Cesare Bonesana, Marquês de Beccaria,
implementando reforma nas leis e na justiça penal,
combatia a torutra e a pena de morte, propugnava
defesa ao acusado, clareza dos textos legais,
proporcionalidade e moderação das penas,
destinando-as a finalidade de impedir novos delitos. A
pena deve ser pública, necessária e determinada pela
lei (princípio da legalidade).

36
73

Ilícito Penal
CONCEITO DE CRIME
 Sentido formal: exteriorização do crime “comportamento humano proibido
pela norma penal, ou simplesmente, violação da norma” (Ney Moura Teles)
 Crítica: quais os elementos que a conduta deve ter para ser considerada crime e sofrer
punição?
 Sentido material: fundamenta e limita a atividade do legislador – “para o
legislador definir certo fato humano como crime deve, previamente, verificar
se o mesmo é daqueles que lesionam bens jurídicos, ou pelo menos expõem-
nos a grave perigo de lesão e se tais lesões são de gravidade acentuada de
modo a serem proibidas sob ameaça da pena criminal”
 Sentido analítico:
Crime: a) Fato típico: conduta adequada a um tipo penal
b) Fato ilícito ou antijurídico: ilícito porque contraria a lei
Sentido legal: Art. 1° do CPB
 Crítica: trata mais da pena do que do conceito de crime (limitado ao conceito formal)

74

Ilícito Penal
CONCEITO DE CRIME
 SUJEITO ATIVO E PASSIVO: pessoa física x pessoa jurídica
Condição peculiar do sujeito ativo e do passivo do crime. Ex.:
servidor público x criança e adolescente.
 OBJETO DO CRIME:
a) jurídico: Bem jurídico tutelado. Ex.: art. 121 do CP (vida)
b) material: corpo

37
75

Relações empresariais
DEFINIÇÃO DE EMPRESÁRIO

Conceito e caracterização de empresário – art. 966 do


Código Civil
“Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens
ou de serviços.

76

Relações empresariais
OBRIGAÇÕES GERAIS DOS EMPRESÁRIOS
 Registrar-se
na Junta Comercial ou cartório onde estão
sediados, antes de dar início à sua atividade

 Manter escrituração regular de seus negócios

 Levantar demonstrações contábeis periódicas

38
77

Relações empresariais
DA INSCRIÇÃO DO EMPRESÁRIO

 Deve ser efetuada junto ao Registro Público de Empresas


Mercantis (Junta Comercial) da respectiva sede, antes de
iniciar suas atividades – art. 967 cc. Lei 8934/94.
 Na hipótese de sucursal, filial ou agência em lugar sujeito à
jurisdição de outro Registro Público de Empresas Mercantis
também deverá inscrevê-la, com a prova da inscrição
originária.
 A constituição do estabelecimento secundário deverá ser
averbada no Registro de Empresas da respectiva sede.

78

Relações empresariais
PROIBIDOS DE EXERCER ATIVIDADE EMPRESARIAL

O falido não reabilitado, isto é, aquele que não teve declarada a


extinção de suas obrigações

Pessoas legalmente impedidas: agentes políticos (negócios Adm.


Pública), servidores públicos, os policiais e os servidores das forças
armadas

39
79

Relações empresariais
PERSONALIZAÇÃO DA SOCIEDADE EMPRESÁRIA
A sociedade empresária, como uma pessoa jurídica, é sujeito de
direito personalizado, e poderá, por isso, praticar todo e qualquer
ato ou negócio jurídico em relação ao qual inexista proibição
expressa. A personalização das sociedades empresariais gera três
consequências:
a) Titularidade negocial
b)Titularidade processual
c) Responsabilidade patrimonial

80

Relações empresariais
RESOLUÇÃO E DISSOLUÇÃO DA LTDA.

 Assim como nas demais sociedades, a Dissolução é total


 A Resolução é parcial
 Obedecendo às mesmas regras previstas para a sociedade
simples.
 - A Resolução poderá se dar pela exclusão, judicial ou
extrajudicial, do sócio.

40
81

Relações empresariais
RESOLUÇÃO E DISSOLUÇÃO DA LTDA.
 Dá-se a exclusão judicial, por iniciativa da maioria do capital
social nas seguintes hipóteses:
a) falta grave – (v. art. 482 CLT) - analogia
b) incapacidade superveniente
c) falência do sócio
d) liquidação de quotas do sócio por credor particular
 A exclusão extrajudicial ocorrerá sempre que um ou mais
sócios estiverem colocando em risco a atividade da empresa.
Deve estar prevista no contrato social e depende da vontade
da maioria do capital social.

82

Relações empresariais
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
 Prazos e condições estabelecidos por credores / devedor
no plano de recuperação (flexibilidade);
 Há negociação;
 Todos credores;
 Há possibilidade de alteração posterior.

41
83

Princípios do direito do trabalho


- Princípio da primazia da realidade

- Princípio da irrenunciabilidade dos direitos

- Princípio da continuidade do trabalho

- Princípio da razoabilidade

- Princípio protecionista

- Princípio da boa-fé

84
Requisitos legais da definição de
empregado
ARTIGOS 2º E 3º DA CLT
 Pessoa Física
 Habitualidade
 Subordinação
 Salário / remuneração
 Pessoalidade

42
85

Modalidades
MODALIDADES DE TRABALHADORES
 Autônomo - Lei 4886/65 – Representante Comercial
 Avulso – Sindicato
 Temporário – Lei 6019/74 e Portaria MTE 574/07 – 3
meses prorrogáveis igual período

Outras modalidades (?): Cooperados, Estagiários e


Voluntários

86

Formas de contrato de trabalho


Tipos especiais de empregados
 Doméstico (Lei complementar 150/15)
 Rural (Lei 5.889/73 e Decreto 10.854/21) Art. 7, CLT
 Aprendiz (CLT, arts. 403 e 428 a 433)

Modalidades em domicílio (art. 6. CLT), acionista (Lei S/A)


e cargo de confiança (art. 62, II CLT)

43
87

Espécies tributárias
a. Impostos
b. Taxas
c. Contribuição de melhoria
d. Empréstimos compulsórios
e. Contribuições especiais (sociais, do interesse de categorias
profissionais ou econômicas e seguridade social)

Obs.: O pagamento da taxa é obrigatório seja pelo serviço público


prestado ao contribuinte ou pela simples disposição, ainda que não
utilizado.

88
Limitações ao poder de tributar
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS - CF/88 - art. 150
 Legalidade
 Anterioridade
 Igualdade
 Capacidade contributiva
 Vedação do confisco
 Liberdade de tráfego
 Irretroatividade

44
89

Princípios constitucionais
1. LEGALIDADE (CF, art. 150, I)
 É vedado exigir ou aumentar tributo sem lei que o
estabeleça.

2. ANTERIORIDADE (CF, art. 150, III, ‘b’)


 É vedado cobrar tributo no mesmo exercício financeiro
em que haja sido publicada a lei que o instituiu ou o
aumentou.
 EC/42 – Reforma Tributária - 90 dias de prazo

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Princípios constitucionais
2. ANTERIORIDADE (CF, art. 150, III, ‘b’)
A anterioridade não se aplica
 Aos empréstimos compulsórios
 IPI, IE, II, IOF
 Impostos extraordinários
 Contribuições de seguridade social
 Aumento da alíquota do ICMS e da contribuição de
intervenção no domínio econômico

45
91

Princípios constitucionais
3. IGUALDADE (CF, art. 150, II)
 É vedado instituir tratamento desigual entre contribuintes
que se encontram em situação equivalente, proibida
qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou
função por eles exercida, independentemente da
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.

92

Princípios constitucionais
4. CAPACIDADE CONTRIBUTIVA
 Sempre que possível, os tributos serão graduados segundo
a capacidade econômica do contribuinte, podendo a
entidade tributante, nos termos legais e respeitados os
direitos individuais, identificar o patrimônio, os rendimentos
e as atividades econômicas do contribuinte.
CF/88: Art. 153, VII – Grandes fortunas
 Capacidade contributiva ou econômica CF, art. 145, §1º.
Exemplo: o IR, imposto direto que incide sobre a propriedade e a renda,
também denominado pessoal, deve respeitar a capacidade econômica do
sujeito passivo.

46
93

Princípios constitucionais
5. VEDAÇÃO DO CONFISCO (CF, art. 150, IV)
 É atinente ao tributo e não à penalidade pecuniária, ou
seja, a multa.

6. LIBERDADE DE TRÁFEGO (CF, art. 150, V)


 É vedado limitar o tráfego de pessoas ou bens por meio
de tributos interestaduais ou intermunicipais
 Como fica a questão da chamada “guerra fiscal”?

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Princípios constitucionais
7. IRRETROATIVIDADE DA LEI TRIBUTÁRIA (CF, art. 150, III, ‘a’)
 É vedado cobrar tributos em relação a fatos geradores
ocorridos antes do início da vigência da lei que os
houver instituído ou aumentado.
 Em resumo: a lei aplica-se aos fatos que se realizam
após sua entrada em vigor. Não pode retroagir para
alcançar fatos já ocorridos na vigência de lei anterior.

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