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DIREITO E COAÇÃO

No direito, a coação é um vício de consentimento que consiste em


constranger alguém a praticar um ato jurídico mediante ameaça de
um mal injusto e grave.

A coação pode ser física, quando há violência material sobre a


pessoa, ou moral, quando há intimidação psicológica sobre a
pessoa, sua família ou seus bens.
A coação física torna o ato jurídico nulo, enquanto a coação moral
torna o ato jurídico anulável. Portanto, a coação é considerada
ilegal e inaceitável no direito.
Teoria da força normativa dos factos

A teoria da força normativa dos factos é uma perspectiva que reconhece que
os factos podem criar o Direito. Esta teoria sugere que um novo evento social
ou uma alteração no contexto social pode levar a uma nova ordenação de
valores, da qual emerge o Direito1.

Em outras palavras, esta teoria afirma que as normas jurídicas podem surgir
em resposta a eventos ou mudanças na sociedade. Assim, os factos só
sobrepõem a uma norma quando esta conduta é acompanhada de um
sentimento de obrigatoriedade jurídica2.

É importante notar que, embora o Direito dependa de uma força exterior, dada
pela organização do Estado e para a utilização da força, impondo o direito que
reconhece como vigente, o direito em si não depende dessa força ou
coercibilidade, dependendo apenas da ideia de direito e da ideia de Justiça 3.
DIREITO E A MORAL

Direito e moral são dois sistemas normativos presentes na sociedade, mas


eles têm diferenças fundamentais:

1. Campo de ação: A moral aplica-se à conduta individual da pessoa,


ao seu consciente ou inconsciente, ao seu íntimo. O Direito, por
outro lado, regula a esfera externa dos comportamentos humanos, ou
seja, a manifestação e a concretização desses comportamentos 1.

2. Sanção: As regras morais são cumpridas sem a necessidade de


ninguém nos forçar para agir dessa maneira, é o mundo de conduta
espontânea2. Já as regras jurídicas são dotadas de sanção
institucional, sanção estatal. Isso quer dizer que o Estado impõe a
observância das regras jurídicas1.

3. Coercibilidade: O Direito tem como sua essência a coercibilidade,


visando regular o homem em sociedade de forma jurídica, tendo a
figura do Estado como regulador dessas regras de organização 2.

4. Heteronomia x Autonomia: O Direito é heterônomo, ou seja, é


imposto por uma autoridade externa ao indivíduo. A moral, por outro
lado, é autônoma, pois é um conjunto de regras que regula a esfera
íntima dos seres humanos, sendo aplicável apenas no nível da
consciência1.
Apesar dessas diferenças, Direito e Moral se convergem em alguns pontos,
como na teoria do mínimo ético, também denominada como “teoria dos
círculos concêntricos”, onde o círculo maior seria o da Moral, e o círculo
menor o do Direito2.
DIREITO E A ORDEM RELIGIOSA

A relação entre Direito e a ordem religiosa é complexa e tem sido


objeto de discussão por séculos1. A religião tem sido uma força
poderosa em muitas culturas, e suas crenças e valores influenciam
muitos aspectos da vida humana, incluindo a forma como as leis
são criadas e aplicadas1.

A influência da religião no direito remonta a tempos antigos.


Muitas das primeiras sociedades humanas eram baseadas em
religiões politeístas, e os deuses e deusas eram frequentemente
vistos como os principais legisladores1. Na Grécia antiga, por
exemplo, as leis eram frequentemente vistas como derivadas das
ordens divinas1.

A influência da religião na origem do Direito no Brasil é evidente


desde o período colonial até os dias atuais, sendo que
principalmente a Igreja Católica teve um papel importante na
formação das leis e dos costumes da sociedade brasileira1.

No entanto, a relação entre Direito e religião também apresenta


pontos de divergência. Por exemplo, o Direito parte de
pressupostos concretos e fornece segurança e proteção ao indivíduo
nas suas relações entre os semelhantes e o Estado, enquanto a
religião oferece respostas que teriam credibilidade pela fé, sendo
seus principais pressupostos inatingíveis2.

Em resumo, a religião e o Direito se relacionam, apresentando


pontos de semelhança e pontos de distinção, dependendo do ponto
de vista2.
DIREITO E ORDEM DE TRATA SOCIAL

A ordem de trato social é um conjunto de normas que regulam a conduta


dos indivíduos em uma sociedade, mas diferem do Direito em vários
aspectos123:

1. Origem: As normas de trato social são criadas pelos usos e pelas


práticas sociais3.
2. Sanção: A sanção para a violação das normas de trato social é a falta
de prestígio, a marginalização3.
3. Coercibilidade: Diferentemente das normas jurídicas, as normas de
trato social não contêm o elemento da coação4.
4. Finalidade: A influência do direito e do trato social é que nos ensine
a estar na sociedade3.

Portanto, a ordem de trato social, assim como o Direito, faz parte da ordem
social no seu todo, na medida em que, na sua essência, o Homem é um ser
social e orienta-se por todas essas normas2. E essa sociabilidade implica
uma regulação, uma ordem, sem a qual a subsistência do Homem seria
impossível2.
DIREITO E JUSTIÇA
A relação entre Direito e Justiça é complexa e tem sido objeto de
discussão por séculos1. A ideia de Direito geralmente remete à de
Justiça1. Em geral, acredita-se que são coisas próximas, mas que
nem sempre coincidem na prática1.

O Direito é considerado uma instituição ética estabelecida sobre


princípios morais, ou seja, os valores que são tidos como
balizadores da sociedade2. A ideia de Justiça se relaciona
diretamente com o conceito de Direito, na medida em que o Direito
é o meio pelo qual a Justiça se efetiva2.

No entanto, essa relação, por vezes, parece de contradição diante


de casos reais. Por vezes, ouvimos comentários de que a decisão de
um juiz que aplicou o Direito não foi justa, ou elogios a um juiz
que não seguiu a lei, mas fez Justiça1.

Portanto, embora Direito e Justiça estejam intimamente


relacionados, eles nem sempre coincidem na prática. Isso pode ser
devido a uma variedade de fatores, incluindo a interpretação da lei,
as circunstâncias individuais de um caso e as visões pessoais do
juiz1.
Direito e Justiça são dois conceitos fundamentais que orientam a
organização das sociedades humanas. Embora estejam
intimamente relacionados, eles têm significados distintos:

1. Direito: O Direito é um sistema de normas criado e imposto


por uma sociedade para regular o comportamento de seus
membros. Ele é codificado em leis e regulamentos e é
aplicado por instituições governamentais. O Direito serve
para manter a ordem, proteger os direitos e liberdades dos
indivíduos e resolver conflitos.
2. Justiça: A Justiça, por outro lado, é um princípio moral que
orienta as pessoas a agir de maneira justa e imparcial. Ela é
frequentemente associada à equidade, à igualdade e à retidão.
A Justiça é o objetivo que o Direito aspira alcançar.

Embora o Direito seja uma ferramenta para alcançar a Justiça, nem


sempre as leis são justas. Às vezes, as leis podem ser injustas e
podem precisar ser reformadas para melhor refletir os princípios de
Justiça. Além disso, a interpretação e a aplicação do Direito podem
variar, o que pode levar a resultados injustos em alguns casos.

Portanto, embora Direito e Justiça estejam interligados, eles não


são sinônimos e cada um tem seu próprio papel importante na
sociedade.
DIREITO, USOS SOCIAIS E NORMAS TÉCNICAS
E PROFISSINAIS

Direito, usos sociais e normas técnicas e profissionais são três


elementos que interagem e se influenciam mutuamente na
sociedade:

1. Direito: O Direito é um sistema de normas criado e imposto


por uma sociedade para regular o comportamento de seus
membros. Ele é codificado em leis e regulamentos e é
aplicado por instituições governamentais1.
2. Usos Sociais: Os usos sociais são práticas regularmente
observadas que se tornam regras de conduta de cortesia e
civilidade entre os membros de uma determinada sociedade,
destinadas a tornar a convivência mais agradável1. Eles têm
origem em usos ou práticas regularmente observadas e se
impõem através da pressão exercida pelo grupo1. Por vezes
há normas da ordem do trato social que passam a ser da ordem
jurídica1.
3. Normas Técnicas e Profissionais: As normas técnicas e
profissionais são um conjunto de normas que orientam a
relação do Homem com os meios necessários ao fim
pretendido1. Estas normas não têm imperatividade, uma vez
que não exprimem um dever; ao não seguir as normas fica-se
apenas privado das vantagens1.

Portanto, o Direito, os usos sociais e as normas técnicas e


profissionais são todos importantes para a organização e o
funcionamento da sociedade. Eles se influenciam mutuamente e,
juntos, ajudam a moldar o comportamento dos indivíduos e a
estrutura da sociedade1.

DIREITO E ESTADO

A relação entre Direito e Estado é um tema que incita


estudos na Teoria Geral do Direito e Teoria Geral do
Estado. Essas ciências procuram, de forma sistemática,
estudar como o Estado se forma, quais seus objetivos, e
como ele se relaciona ao Direito na busca do bem comum1.

O Estado é uma organização destinada a manter, pela


aplicação do Direito, as condições universais de ordem
social2. O Direito, por sua vez, é o conjunto das condições
existenciais na sociedade, que ao Estado cumpre assegurar2.

A relação entre o Direito e o Estado se dá através da


elaboração, aplicação e interpretação das leis. O Estado é
responsável por criar e promulgar leis que são aplicadas na
sociedade. Essas leis são elaboradas pelo poder Legislativo,
que representa os interesses da população3.

Uma vez criadas, as leis são colocadas em prática pelo


poder Executivo, que é responsável por garantir a sua
aplicação. É o Executivo que faz cumprir as regras
estabelecidas pelo Direito, utilizando-se de órgãos como a
polícia e os tribunais3.

Por sua vez, o poder Judiciário tem o papel fundamental de


interpretar as leis e resolver os conflitos que surgem na
sociedade. Os juízes e tribunais são responsáveis por aplicar
o Direito de forma imparcial e garantir a justiça em cada
caso específico3.
Em suma, a relação entre o Direito e o Estado é essencial
para a organização e funcionamento da sociedade. O
Direito estabelece as regras que regulam as relações entre
os indivíduos, enquanto o Estado é responsável por criar,
aplicar e interpretar essas leis3.

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