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R. S. Peters. Esses autores defendiam camente coincidiria com a sociologia mais
uma posição basicamente racionalista do geral do conhecimento.
currículo, argumentando em favor de um A tarefa mais imediata de Knowledge and
currículo que estivesse centrado no de- control consistia, entretanto, em delinear
senvolvimento do pensamento conceituai. as bases de uma "sociologia do currículo".
Para essa finalidade, o currículo deveria Young critica, na introdução, a tendência a se
se centrar em "formas de compreen- tomar como dadas, como naturais, as cate-
são" que, embora não fossem definidas gorias curriculares, pedagógicas e avaliativas
exatamente em termos das disciplinas utilizadas pela teoria educacional e pelos
acadêmicas, coincidiam, em grande parte, educadores. A tarefa de uma sociologia do
com elas.A perspectiva de Hirst e Peters currículo consistiria precisamente em colo-
centrava-se num conhecimento universa- car essas categorias em questão, em desna-
lista, conceptual e abstrato. Ao enfatizar turalizá-las, em mostrar seu caráter histórico,
o caráter arbitrário daquilo que passa por social, contingente, arbitrário. Diferentemen-
conhecimento, a NSE colocava em ques- te de uma filosofia do currículo centrada em
tão também essa concepção filosófica da questões puramente epistemológicas,a ques-
educação e do currículo. tão, para a NSE, não consiste em saber qual
O programa da NSE, tal como formu- conhecimento é verdadeiro ou falso, mas em
lado por Michael Young, na introdução ao saber o que conta como conhecimento. Em
livro Knowledge and contrai, tomava como contraste com a psicologia da aprendizagem,
ponto de partida o desenvolvimento de a NSE tampouco está preocupada em saber
uma sociologia do conhecimento.A tarefa como se aprende. Como argumenta Schaffer,
de uma sociologia do conhecimento, nessa citado por Young, a "questão de saber como
visão, consistiria em destacar o caráter so- as crianças aprendem matemática pressupõe
cialmente construído das formas de consci- respostas à questão prévia de quais são as
ência e de conhecimento, bem como suas bases sociais daquele conjunto de significados
estreitas relações com estruturas sociais, que são designados pelo termo 'matemática'."
institucionais e econômicas. Nesse sentido, Ao contrário de perspectivas críticas mais
no quadro teórico traçado por Young, a propriamente pedagógicas sobre o currículo,
sociologia do conhecimento escolar prati- a NSE tampouco se preocupará em elaborar
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propostas alternativas de curriculo. Seu pro- gêneas. Enquanto as contribuições do pró-
grama está centrado na crítica sociológica e prio Young, de Bourdieu e Bernstein eram
histórica dos currículos existentes. claramente estruturalistas, os ensaios de
A NSE, no breve programa traçado Geoffrey Esland e Neil Keddie inspiravam-
por Young na introdução ao livro Know- se, sobretudo, na fenomenologia sociológica
ledge and contrai, deveria começar por e no interacionismo simbólico. Essa divisão
ver o conhecimento escolar e o currículo iria se resolver, posteriormente, em favor
existentes como invenções sociais, como da vertente mais estruturalista que se tor-
o resultado de um processo envolvendo naria, aliás, crescentemente neomarxista.
conflitos e disputas em torno de quais A perspectiva derivada da fenomenologia
conhecimentos deviam fazer parte do e do interacionismo simbólico iria perder
currículo. Ela deveria perguntar como importância e visibilidade, embora conti-
essa disciplina e não outra acabou en- nuasse presente como, por exemplo, no
trando no currículo, como esse tópico e trabalho, inspirado no interacionismo
não outro, por que essa forma de organi- simbólico, de Peter Woods.
zação e não outra, quais os valores e os Young demonstra, em seu próprio
interesses sociais envolvidos nesse proces- ensaio, como se poderia desenvolver
so seletivo. De forma mais geral e abstrata, uma sociologia do currículo inspirada nas
a NSE busca investigar as conexões entre, concepções de Marx, Weber e Durkheim.
de um lado, os princípios de seleção, or- Embora ressalte, na introdução ao livro, as
ganização e distribuição do conhecimen- conexões entre os princípios de distribui-
to escolar e, de outro, os princípios de ção de poder e as várias fases do processo
distribuição dos recursos econômicos e de construção curricular (seleção, organi-
sociais mais amplos. Em suma, a questão zação, distribuição, avaliação), Young con-
básica da NSE era a das conexões entre centra-se nas formas de organização do
currículo e poder, entre a organização do currículo. A questão, para Young, consiste
conhecimento e a distribuição de poder. em analisar quais os princípios de estra-
As perspectivas apresentadas pelos tificação e de integração que governam
diferentes autores reunidos em Knowledge a organização do currículo. Por que se
and contrai estavam longe de serem homo- atribui mais prestígio a certas disciplinas
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do que a outras? Por que alguns currículos ra a "intencionalidade e a expressividade da
são caracterizados por uma rígida separa- ação humana e todo o complexo processo
ção entre as diversas disciplinas enquanto de negociação intersubjetiva dos significa-
outros permitem uma maior integração? dos; ela disfarça como dado um mundo que
Quais são as relações entre esses princí- tem que ser continuamente interpretado".
pios de organização e princípios de poder? Esland desenvolve o argumento de que
Quais interesses de classe, profissionais o currículo não pode ser separado do en-
e institucionais estão envolvidos nessas sino e da avaliação. Fundamentando-se na
diferentes formas de estruturação e orga- sociologia fenomenológica de Mead, Schutz
nização? Mexer nessa organização significa e Luckmann, Esland concentra-se na forma
mexer com o poder. É essa estreita relação como o conhecimento é construído inter-
entre organização curricular e poder que subjetivamente na interação entre professor
faz com que qualquer mudança curricular e alunos na sala de aula. Tal como ocorre
implique uma mudança também nos em outros locais, a "realidade" é constituída
princípios de poder. daqueles significados que são intersubjeti-
Em contraste com essa análise estru- vamente construídos na interação social. É
tural de Young, os ensaios de Geoffrey por isso que uma pessoa de "fora" sente-se
Esland e Nell Keddie adotam uma postura como um estrangeiro. Assim, na situação
mais fenomenológica. De acordo com educacional, qualquer mudança curricular
a tradição fenomenológica, Esland ataca "objetiva" deve passar por esse processo
a visão objetivista do conhecimento que de interpretação e negociação em torno
está pressuposta nas perspectivas tradicio- dos significados em que estão envolvidos
nais sobre o currículo. Para a perspectiva professores e alunos na sala de aula. É na
objetivista, na qual se baseia a divisão do descrição e explicação desse conhecimento
currículo em matérias ou disciplinas, o intersubjetivo que, na opinião de Esland,
conhecimento está organizado em "zonas" deveria se concentrar uma sociologia do
que correspondem a tipos diferentes de currículo. Embora Esland destaque a irn·
objetos que teriam existência independen- portância de se analisar as visões subjetivas
te dos indivíduos cognoscentes. Na análise tanto dos professores quanto dos alunoS,
fenomenológica de Esland, essa visão igno- ele se concentra, nesse ensaio, no conhe·
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cimento dos professores. O problema para grupos dominantes. Da mesma forma, pro-
ele consiste em tentar compreender quais curaria desafiar as formas de estratificação
são as perspectivas, entendidas aqui como e atribuição de prestígio existentes, como,
"visões de mundo", que os professores tra- por exemplo, a que divide as ciências e
zem para a sala de aula, bem como aquelas as artes. Além disso, um currículo que se
que eles aí desenvolvem. fundamentasse nos princípios da NSE de-
Dentre os estudos aqui mencionados, veria transferir esses princípios para o seu
o de Neil Keddie é o único que tem uma interior, isto é, a perspectiva epistemológi-
base empírica. A partir de uma perspectiva ca central do conhecimento envolvido no
fenomenológica, Keddie argumenta que o currículo deveria ser, ela própria, baseada
conhecimento prévio que os professores na ideia de "construção social".
têm dos alunos determina a forma como eles O prestígio e a influência da NSE, que
irão tratá-los. A capacidade intelectual dos tinham sido excepcionalmente grandes até
alunos tal como avaliada pelos professores o início da década de oitenta, diminuiu bas-
acaba sendo determinada pela tipificação que tante a partir daí. Por um lado, o programa
os professores fazem deles. Essa tipificação mais "forte" de uma "pura" sociologia do
é determinada, em grande parte, pela classe currículo cedeu lugar a perspectivas mais
social dos alunos. Em sua pesquisa, Keddie ecléticas que misturavam análises socioló-
chega a conclusões similares àquelas que gicas com teorizações mais propriamente
foram desenvolvidas pelas chamadas "teorias pedagógicas. Por outro, a teorização crítica
da rotulação". da educação que nesse momento se con-
Embora a NSE não estivesse preocupa- centrava em torno da NSE iria se dissolver
da em desenvolver as implicações pedagó- numa variedade de perspectivas analíticas e
gicas de seu programa sociológico, essas teóricas: feminismo; estudos sobre gênero,
implicações são, entretanto, evidentes. Em raça e etnia; estudos culturais; pós-moder-
primeiro lugar, uma perspectiva curricular nismo; pós-estruturalismo. Além disso, o
inspirada pelo programa da NSE buscaria contexto social de reforma educacional e
construir um currículo que refletisse as de democratização da educação que tinha
tradições culturais e epistemológicas dos constituído a inspiração da NSE transfor-
grupos subordinados e não apenas dos mava-se radicalmente, com o triunfo das
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políticas neoliberais de Ronald Reagan, nos Leituras
Estados Unidos, e de Margareth Thatcher, FORQUIN, Jean-Claude. Escola e cultura. As bas
na Inglaterra. Na verdade, até mesmo o sociais e epistemológicas do conhecimento escoar.
Ies
Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.
principal teórico da NSE, Michael Young,
abandonava gradualmente suas pretensões KEDDI_E,_ Nell. "O saber na sala de aula". ln Sér~o
sociológicas anteriores para adotar uma Gracro e Stephen Stoer (orgs.). Sociologia da
educação. v. li. A construção social das práticos
posição cada vez mais técnica e burocrá-
educativas. Lisboa: Horizonte, 1982: p.205-244.
tica. A ideia inicial da NSE, representada
na noção de "construção social", conti- MOREIRA, Antonio Flávio 8. "Sociologia do currí-
culo: origens, desenvolvimento e contribuições."
nua, entretanto, atual e importante. Ela
Em aberto, 1990, 46, p. 73-83.
encontra continuidade, por exemplo, nas
análises do currículo que hoje são feitas YOUNG, Michael. "Uma abordagem do estudo
dos programas enquanto fenômenos do co•
com inspiração nos Estudos Culturais e nhecimento socialmente organizado". ln Sér~o
no pós-estruturalismo. Grácio e Stephen Stoer (orgs.). Sociologia da
educação. v. li. A construção social das práticas
educativas. Lisboa: Horizonte, 1982: p.1 S1-187.
YOUNG, Michael. "A propósito de uma sociologia
crítica da educação". Revista brasileira de estudos
pedagógicas, 67( 157), 1986: p.532-37.
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Códigos e reprodução cultural: Basil Bernstein
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Quem escondeu o currículo oculto?
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L.
tulado On what is /earned in school, ampliar educação, na medida em que moldam as
e desenvolver essa definição funcionalista crianças e jovens para se adaptar às injus-
de "currículo oculto". Esses autores fun- tas estruturas da sociedade capitalista. o
cionalistas já destacavam a determinação exemplo mais claro é talvez o da análise de
estrutural do currículo oculto. Eram as Bowles e Gintis. Aqui, a escola, através da
características estruturais da sala de aula correspondência entre as relações sociais
e da situação de ensino, mais do que o que ela enfatiza e as relações sociais pre-
seu conteúdo explícito, que "ensinavam" dominantes no local de trabalho, ensina às
certas coisas: as relações de autoridade, a crianças e jovens das classes subordinadas
organização espacial, a distribuição do tem- como se conformar às exigências de seu
po, os padrões de recompensa e castigo. papel subalterno nas relações sociais de
O que iria distinguir a utilização fun- produção.
cionalista do conceito daquela feita pelas Mas o que é, afinal, o currículo oculto?
perspectivas críticas seria, essencialmente, O currículo oculto é constituído por to-
a desejabilidade ou não dos comportamen- dos aqueles aspectos do ambiente escolar
tos que eram ensinados, de forma implícita, que, sem fazer parte do currículo oficial,
através do currículo oculto. Nessa visão, explícito, contribuem, de forma implícita,
os comportamentos assim ensinados eram para aprendizagens sociais relevantes. Pre-
funcionalmente necessários para o bom fun- cisamos especificar melhor, pois, quais são
cionamento da sociedade e, portanto, desejá- esses aspectos e quais são essas aprendiza-
veis. Na análise de Dreeben, por exemplo, a gens. Em outras palavras, precisamos saber
escola, através do tratamento impessoal que, "o que" se aprende no currículo oculto e
em contraste com a família, ela proporciona, através de quais "meios". Para a perspecti·
ensina a noção de universalismo necessária va crítica, o que se aprende no currículo
ao perfeito funcionamento das sociedades oculto são fundamentalmente atitudes,
"avançadas". Em direção contrária, nas comportamentos, valores e orientações
análises críticas, as atitudes e comporta- que permitem que crianças e jovens se
mentos transmitidos através do currículo ajustem da forma mais conveniente às
oculto são vistos como indesejáveis, como estruturas e às pautas de funcionamento,
uma distorção dos genuínos objetivos da consideradas injustas e antidemocráticas
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e, portanto, indesejáveis, ~a sociedad~ vés dos quais as crianças e jovens apren-
capitalista. Entre outras coisas, o curri- dem certos comportamentos sociais: o
culo oculto ensina, em geral, o confor- espaço rigidamente organizado da sala de
mismo, a obediência, o individualismo. Em aula tradicional ensina certas coisas; o
particular, as crianças das classes operárias espaço frouxamente estruturado da sala
aprendem as atitudes próprias ao seu papel de aula mais aberta ensina outro tipo de
de subordinação, enquanto as crianças das coisas. Algo similar ocorre com o ensino
classes proprietárias aprendem os traços do tempo, através do qual se aprende
sociais apropriados ao seu papel de do- a pontualidade, o controle do tempo, a
minação. Numa perspectiva mais ampla, divisão do tempo em unidades discretas,
aprendem-se, através do currículo oculto, um tempo para cada tarefa etc. O currículo
atitudes e valores próprios de outras es- oculto ensina, ainda, através de rituais,
feras sociais, como, por exemplo, aqueles regras, regulamentos, normas. Aprende-
ligados à nacionalidade. Mais recentemen- se também através das diversas divisões
te, nas análises que consideram também as e categorizações explícitas ou implícitas
dimensões do gênero, da sexualidade ou próprias da experiência escolar: entre os
da raça, aprende-se, no currículo oculto, mais "capazes" e os menos "capazes", en-
como ser homem ou mulher, como ser tre meninos e meninas, entre um currículo
heterossexual ou homossexual, bem como acadêmico e um currículo profissional.
a identificação com uma determinada raça Finalmente, é importante saber o que
ou etnia. fazer com um currículo oculto quando
Agora, quais são os elementos que, no encontrarmos um. Na teorização crítica,
ambiente escolar, contribuem para essas a noção de currículo oculto implica, como
aprendizagens? Como já vimos, uma das vimos, na possibilidade de termos um
fontes do currículo oculto é constituída momento de iluminação e lucidez, no qual
pelas relações sociais da escola: as rela- identificamos uma determinada situação
ções entre professores e alunos, entre a como constituindo uma instância de currícu-
administração e os alunos, entre alunos e lo oculto. A ideia é que uma análise baseada
alunos.A organização do espaço escolar é nesse conceito permite nos tornarmos • 1/
outro dos componentes estruturais atra- conscientes de alguma coisa que até então
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estava oculta para nossa consciência. A opacidade da vida cotidiana da sala de aula.
coisa toda consiste, claro, em desocultar o Ele como que tornava repentinamente
currículo oculto. Parte de sua eficácia resi- transparente aquilo que normalmente apa-
de precisamente nessa sua natureza oculta. recia como opaco. "Voilà, agora eu vejo...".
O que está implícito na noção de currículo Nesse sentido, o conceito continua sendo
oculto é a ideia de que se conseguirmos importante, apesar do predomínio de um
desocultá-lo, ele se tornará menos eficaz, pós-estruturalismo que enfatiza mais a
ele deixará de ter os efeitos que tem pela "visibilidade" do texto e do discurso que
única razão de ser oculto. Supostamente, a "invisibilidade" das relações sociais.
é essa consciência que vai permitir algu- O conceito tornou-se, entretanto,
ma possibilidade de mudança. Tornar-se crescentemente desgastado, o que, talvez,
consciente do currículo oculto significa, de explique seu declínio na análise educa-
alguma forma, desarmá-lo. cional crítica. Houve provavelmente uma
Obviamente, o conceito de "currículo certa trivialização do conceito. Algumas
oculto" cumpriu um papel importante análises limitavam-se a "caçar" instâncias
no desenvolvimento de uma perspectiva do currículo oculto por toda parte, num
crítica sobre o currículo. Ele expressa esforço de catalogação, esquecendo-se de
uma operação fundamental da análise suas conexões com processos e relações
sociológica, que consiste em descrever sociais mais amplos. Por outro lado, a ideia
os processos sociais que moldam nossa de "currículo oculto" estava associada ª
subjetividade como que por detrás de um estruturalismo que iria ser progressi-
nossas costas, sem nosso conhecimento vamente questionado pelas perspectivas
consciente. Ele condensa uma preocu- críticas. Se as características estruturais do
pação sociológica permanente com os currículo oculto eram tão determinantes,
,,. . , . ,,
processos mv1s1ve1s , com os processos não haveria muito a fazer para transformá·
que estão ocultos na compreensão comum -lo. O particípio passado - "oculto" - que
que temos da vida cotidiana. Nisso reside, adjetivava a palavra "currículo" indicava
talvez, precisamente sua atração. A noção que o ato de ocultação era resultado de
de "currículo oculto" constituía, assim, um uma ação impessoal, abstrata, estrutural.
í\ instrumento analítico de penetração na Ninguém, precisamente, era responsável
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por ter escondido o currículo oculto. O
que tinha constituído sua força acabara por
decretar seu enfraquecimento como um
conceito importante da teorização crítica
sobre currículo. Finalmente, numa era
neoliberal de afirmação explícita da subje-
tividade e dos valores do capitalismo, não
existe mais muita coisa oculta no currículo.
Com a ascensão neoliberal, o currículo
tornou-se assumidamente capitalista.
Leituras
SANTOMÉ, Jurjo T. EI curriculum oculto. Madrid:
Morata, 1995.
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