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EDU 234 – CURRÍCULO NA EDUCAÇÃO BÁSICA – PER 3 – 2021-I

ATIVIDADE AVALIATIVA DE ESTUDO DO LIVRO SILVA, Tomás Tadeu da.


Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do Currículo. Belo
Horizonte, Autêntica, 2004. 154 p.
Aluna: Maria Elisa Salgado Rodrigues
Matrícula: 9407

Na página 12 do livro está escrito “Um discurso sobre o Currículo, mesmo que
pretenda apenas descrevê-lo tal como ele realmente é, o que efetivamente faz é
produzir uma noção particular de Currículo”. O que isto quer dizer?
Neste livro encontramos um panorama das Teorias do Currículo, a partir de vários
estudos e autores que abordam a origem do campo do currículo, passando pelas teorias
tradicionais, críticas e pós-críticas e tratando introdutoriamente cada uma dessas
perspectivas, assim como os principais conceitos e definições que elas enfatizam.

1- Onde começa e como se desenvolve a História das Teorias do Currículo?


Ela começou nos Estados Unidos em 1918 por Jhon Franklin, na qual foram
classificadas em três tipos: teorias tradicionais, teorias críticas e teorias pós-críticas.

2- É possível falarmos em uma Teoria de Currículo?


Sim, porém elas se distinguem entre as três teorias citadas acima.

3- O que distingue uma suposta Teoria do Currículo da Teoria Educacional mais


ampla?
A teoria do currículo é uma representação, uma imagem, um reflexo, um signo
de uma realidade que – cronologicamente, ontologicamente – a precede. Assim,
para já entrar no nosso tema, uma teoria do currículo começaria por supor que
existe, "lá fora". Esperando para ser descoberta, descrita e explicada, uma coisa
chamada "currículo". O currículo educacional seria um objeto que precederia a
teoria, a qual só entraria em cena para descobri-lo, descrevê-lo, explicá-lo.

4- O que difere e aproxima as Teorias Tradicionais de Currículo das Teorias Críticas?


A diferença é que as teorias tradicionais pretendem ser apenas isso: "teorias"
neutras, científicas, desinteressadas. As teorias críticas e as teorias pós-
críticas, em contraste, argumentam que nenhuma teoria é neutra, científica ou
desinteressada, mas que está, inevitavelmente, implicada em relações de poder.
O que as aproxima é que ambas são teorias do currículo, ou seja, as duas
trabalham em prol de justificar o currículo educacional, mesmo uma sendo
diferente da outra.

5- O que difere e aproxima as Teorias Críticas das Pós-Críticas?


A teoria crítica educacional se pressupõe de separar o que é teoria e prática na
educação, já a teoria pós-crítica é influenciada pelo marxismo entre conexões de
currículo, pode e ideologia. O que as aproxima é que ambas são voltadas para o
vínculo educacional, apesar de serem diferentes quanto a ideologia voltada ao
marxismo.

6- Onde a crítica começa a questionar as teorias tradicionais?


As críticas são baseadas na formulação do pensar contra hegemonia, o currículo
crítico visa levar o sujeito a refletir para além das disciplinas, refletir sobre a política
sobre a cultura que permeiam essas disciplinas, uma educação que leva para a
autonomia para a emancipação.

7- O que defendiam os reconceptualistas?


8- O movimento reconceptualista surge em oposição a concepção tradicional do
currículo que o considerava de forma técnica e burocrática. Na França e Inglaterra o
movimento surge das áreas de sociologia crítica e da filosofia marxista, já nos
Estados Unidos e Canadá, da área educacional. Nesse último o movimento pretendia
unir dois campos teóricos de análise, fenomenológico e o marxista. Contudo, os
marxistas procuraram se distanciar dessa união por considerar a abordagem
fenomenológica pouco política, pois centra suas preocupações em questões
subjetivas. A fenomenologia consiste em suspender a noção que temos da vida
cotidiana, as categorias do senso comum, à uma análise para a busca de sua
"essência", que não deve chegar a ser substituídas por teorias e ciências abstratas,
mas aos significados subjetivos e intersubjetivamente construídos. Esses
significados são profundamente pessoais e subjetivos e o que os ligam ao social são
conexões também intersubjetivistas.
Nessa abordagem o currículo é visto como um local onde docentes e aprendizes têm
a oportunidade de examinar, de forma renovada, aqueles significados da vida
cotidiana que se acostumaram a ver como dados e naturais. O currículo é visto como
experiência e como local de interrogação e questionamento da experiência.

9- Em que consiste a crítica neomarxista de Michael Apple?


Michael Apple defende o saber não como algo dado, mas sim enquanto uma realidade
que deve ser criticamente examinada; esta proposta rompe com a concepção até então
dominante da educação. Ele vai mais além, pois busca nos conceitos de ideologia,
hegemonia e senso comum desenvolvidos pelo marxista Antonio Gramsci, o
necessário suporte para traduzir, nos mesmos termos, sua visão da educação. Este
arsenal é extraído especialmente das teorias críticas.
10- Qual a principal formulação de Henry Giroux?
A Pedagogia crítica é uma filosofia educacional descrita por Henry Giroux como um
movimento educacional, guiado por paixão e princípio, para ajudar estudantes a
desenvolverem consciência de liberdade, reconhecer tendências autoritárias, e conectar
o conhecimento ao poder e à habilidade de tomar atitudes construtivas. Baseado na
teoria marxista, a pedagogia crítica é ligada à democracia radical, o anarquismo,
o feminismo, e outros movimentos que lutam pelo que descrevem como justiça social.

11- Como você define a Pedagogia do Oprimido e em que ela se diferencia da


Pedagogia dos Conteúdos?
A pedagogia do oprimido se define em trazer a consciência àqueles que querem
libertar-se de toda essa farsa que se instalou no poder público do Brasil, para que
crie uma educação que possa ser planejada e construída pelos oprimidos que já
venceram a concepção opressor-oprimido. A diferença entre pedagogia do oprimido
e pedagogia do conteúdo é que a pedagogia do conteúdo faz parte da tendência
progressista, e, no âmbito escolar, visa preparar o aluno por meio da aquisição
de conteúdos e de sua socialização para uma participação ativa no mundo adulto,
diante das contradições da sociedade.

12- O que são Códigos e Reprodução Cultural de que fala Basil Bernstein?
O código elaborado onde os significados utilizados pela pessoa são relativamente
independentes do contexto social, ele pensava que tal pedagogia apenas mudava os
princípios de poder e o controle do currículo, deixando inalterados os princípios da
divisão social.
13- O que é Currículo Oculto?
 é constituído por todos aqueles aspectos do ambiente escolar que, sem fazer parte
do currículo oficial, explícito, contribuem, de forma implícita, para aprendizagens
sociais relevantes.

14- Qual a importância da Pedagogia feminista para os estudos de Currículo?


A teoria feminista através da desconstrução do machismo tem muito a contribuir com a
educação. Assim, concluímos ser importante que o currículo escolar a partir da
teoria feminista rompa com a perpetuação de comportamentos de dominância masculina
na educação propondo uma educação crítica e transformadora.

Do que se trata a Teoria Queer para os estudos de Currículo?


A teoria queer propõe explicitar e analisar esses processos a partir de uma perspectiva
comprometida com aqueles socialmente estigmatizados, portanto dando maior atenção à
formação de identidades sociais normais ou "desviantes" e nos processos de formação
de sujeitos do desejo classificados em legítimos e ilegítimos.

1- Ao apresentar as Teorias Pós-Críticas, o Autor aborda alguns conceitos. Fale sobre


eles:
b) subjetividade;
c) significação e discurso;
d) saber-poder;
e) representação;
g) gênero, raça, etnia e sexualidade;
h) multiculturalismo.

2- Lemos no livro: “Do ponto de vista do conceito pós estruturalista de discurso, a


“teoria” está envolvida num processo circular: ela descreve como uma descoberta de
algo que ela própria criou”. Como esta citação pode nos ajudar na discussão do
Currículo Escolar, do que acontece no dia-a-dia numa escola?
Esta citação nos representa implicitamente o que acontece no cotidiano escolar, ou seja,
todo dia é descoberto novas experiências, mudanças e inovações dentro da própria
escola.

3- Explique como o “ciclo da reprodução cultural” ou “ciclo da exclusão cultural”


ocorrido na escola, estudado por Bourdieu e Passeron, implica num processo de
reprodução social e nos permite compreender a relação Cultura-Escola-Currículo.
Existem opiniões diversas a respeito da incorporação da cultura no processo de
aprendizagem, alguns educadores relutam em usar a cultura como conteúdos em suas
aulas, surgem então alguns questionamentos a serem respondidos entre os quais: a
cultura é mesmo importante no processo de aprendizagem? O que ela tem a oferecer
neste processo de conhecimento? cultura é a herança social de uma comunidade
humana, representada pelo acervo co-participado de modos padronizados de adaptação
à natureza para o provimento da subsistência, de normas e instituições reguladoras das
reações sociais e de corpos de saber, de valores e de crenças com que explicam sua
experiência, exprimem sua criatividade artística e se motivam para ação". 
4- Explique como o tema “Identidade” está envolvido nas Teorias do Currículo, a partir
da afirmação de que “acabamos nos tornando o que somos”.
Porque é uma questão de conhecimento, o currículo é também
uma questão de identidade. É sobre essa questão, pois, que se concentram também
as teorias do currículo. ... É precisamente a questão do poder que vai separar
as teorias tradicionais das teorias críticas e pós-críticas do currículo.

5- Por que a análise deste Autor é denominada “Pós-Estruturalista”?


6- Levando-se em conta as correntes modernas sobre currículo, elencadas no livro,
pode-se inferir que:
a- O currículo é neutro e o que se ensina na escola é o conhecimento.
historicamente necessário para a formação de cidadãos para o mercado de
trabalho.
b- A escola não produz novo conhecimento, mas transforma o conhecimento
científico em conhecimento escolar.
c- O currículo cria relações de poder.
d- Na concepção crítica, o currículo é construído no desenvolver das relações, ele
produz e contesta cultura.
Justifique sua escolha.
Letra D, uma vez que as relações educacionais se mantêm unidas com a concepção
crítica do currículo, assim produzindo cultura escolar educacional.

7- Segundo a discussão sobre as teorias do currículo, apresentada pelo Autor, leia as


sentenças abaixo e assinale a alternativa que contém somente os itens coerentes com a
visão do autor do livro. Justifique sua escolha.
a- Com a noção de que o currículo é uma construção social, aprendemos que a pergunta
importante não é “quais conhecimentos são considerados válidos?”, mas “quais
conhecimentos são verdadeiramente válidos?”.
b- As teorias pós-críticas continuam a enfatizar que o currículo não pode ser
compreendido sem uma análise das relações de poder nas quais ele está envolvido.
Nas teorias pós-críticas, entretanto, o poder está espalhado por toda a rede social. O
mapa do poder é ampliado para incluir os processos de dominação centrados na raça,
na etnia, no gênero e na sexualidade.
c- As teorias críticas sustentam que o currículo é uma invenção social, mantendo certa
noção realista de currículo. Se a ideologia cedesse lugar ao verdadeiro conhecimento,
o currículo e a sociedade seriam emancipados e libertados.
d- As teorias tradicionais enfatizam os conceitos de ensino, aprendizagem, avaliação,
metodologia, didática, organização, planejamento, eficiência, objetivos.
e- As teorias críticas enfatizam os conceitos de ideologia, reprodução cultural e social,
poder, classe social, capitalismo, relações sociais de produção, conscientização,
emancipação e libertação, currículo oculto, resistência, gênero, etnia e sexualidade.
Letra (e), pois as teorias críticas são aquelas que questionam o objetivo do currículo e
como ele se aplica no meio educacional, levando em conta vários fatores citados acima
como capitalismo, conscientização, classe social e etc.
8- Por que este livro recebeu o título “Documentos de Identidade”?
Porque a identidade educacional está totalmente ligada ao currículo, que é o objetivo
principal da abordagem do livro

9- Qual foi a temática abordada no livro que mais lhe interessou? Por que?
A temática que mais me interessou no livro foi a teoria crítica, porque ela tenta escapar
do padrão e tradicional, questionando formas educacionais curriculares que não
envolvem apenas a escola e currículo em si, mas também a sociedade e tudo que a
engloba.

10- Como a leitura deste livro interferiu na sua compreensão do que é o Currículo em
comparação ao que você acreditava ou tinha conhecimento antes de fazer esta
leitura?
Já havia um mero conhecimento antes dessa leitura, mas o livro me proporcionou o
entendimento do currículo de forma mais abrangente, clara e significativa, pois as
teorias foram o que mais me chamaram atenção.

11- Comente:
“O currículo “é uma questão de saber, poder e identidade” (p. 148), fazendo
ainda uma relação entre as teorias críticas e pós-críticas do currículo: as teorias
pós críticas podem nos ter ensinado que o poder está em toda parte e que é
multiforme. As teorias críticas não nos deixam esquecer, entretanto, que algumas
formas de poder são visivelmente mais perigosas e ameaçadoras do que outras (p.
147). Na visão do autor, depois de conhecer as teorias críticas e pós-críticas,
torna-se impossível conceber o currículo de forma ingênua e desvinculado de
relações sociais de poder. Para as teorias críticas isso significa nunca esquecer,
por exemplo, a determinação econômica e a busca de liberdade e emancipação; e
para as pós-críticas significa questionar e/ou ampliar muito daquilo que a
modernidade nos legou.”
O currículo é a organização do conhecimento escolar. Essa organização do currículo se
tornou necessária porque, com o surgimento da escolarização em massa, precisou-se de
uma padronização do conhecimento a ser ensinado, ou seja, que as exigências do
conteúdo fossem as mesmas. No entanto, o currículo não diz respeito apenas a uma
relação de conteúdo, mas envolve também questões de poder, tanto nas relações
professor/aluno e administrador/professor, quanto em todas as relações que permeiam o
cotidiano da escola e fora dela, ou seja, envolve relações de classes sociais (classe
dominante/classe dominada) e questões raciais, étnicas e de gênero, não se restringindo
a uma questão de conteúdos

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