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RESUMO:
A intenção deste texto é trazer uma percepção breve sobre o currículo educacional e
sua relação com o conhecimento e a ideologia. Temos também a pretensão de
compreender o currículo como uma forma de ideologia dentro do cotidiano escolar e
pensar o currículo como campo aberto para críticas e questionamentos e o porquê de
sua importância. Será que os alunos tem ideia de o que é currículo? E nós, como
estudiosos e usuários do currículo, temos noção do seu papel crítico e normativo? É o
que buscamos aqui tentar enfatizar o currículo como sistema ideológico através das
reflexões sobre o assunto. A estrutura do presente texto foi construído a partir dos
estudos dos fichamentos retirados do livro “O que é ideologia ” de autoria da
socióloga Marilena Chauí, do artigo “ Teoria do currículo: o que é e por que é
importante”, de autoria de Michael Young, de mapas mentais construídos a partir
dos artigos “Currículo E Saberes Dos Territórios De Várzea E Terra Firme Nas
Amazônias”, de Maria Eliane de Oliveira Vasconcelos, e também do artigo me
Maria Aires de Lima, “Educação Do Campo, Organização Escolar E Currículo; Um
Olhar Sobre A Singularidade Do Campo Brasileiro”. Através dos estudos desses
textos também será exposto a reflexão adquirida das leituras. A partir dos estudos
realizados, percebemos que o currículo é trabalhado e adaptado para as diversas
modalidades de ensino, a exemplo temos o trabalho nas áreas de várzea e terra firme
no território Amazônico, levando em contas políticas públicas e as experiências,
vivências de se viver no campo. A construção de saberes é enriquecida. O currículo
também é uma ideologia, os sujeitos que vivem no campo têm o direito de conhecer
suas possibilidades, não como doutrinação, mas como aquisição de conhecimento, da
diversidade. Tratando da dimensão ideológica do currículo, segundo os teóricos da
teoria crítica, o conhecimento presente no currículo serve a legitimação e o
desenvolvimento da ordem social e democrática enquanto uma construção social.
Dessa forma, a linguagem, metodologias, conteúdos e os códigos culturais modelam
a percepção e o modo de compreensão dos alunos, sendo marcado pelas relações de
poder decorrentes de opções ideológicas e de posições hegemônicas de diferentes
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Graduanda em Licenciatura em Pedagogia- E-mail: gmlm.ped19@uea.edu.br
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Graduanda em Licenciatura em Pedagogia- E-mail: adriannypduarte@gmail.com
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grupos de interesses. Sendo assim o currículo sempre vai ser um “sistema de relações
sociais e de poder com uma história específica”, como diz o autor Michael Young
Introdução
O currículo é um importante mediador da educação, constituindo um conjunto de
orientações teórico‐ pedagógicas que, fundamentado político‐econômico‐
culturalmente, estabelece as intenções e finalidades à prática educativa nos processos
de formação humana. Levando em consideração o caráter contraditório da educação e
do papel do conhecimento – tanto a manutenção do status quo quanto a sua
transformação radical, partimos da ideia que a autora Marilena Chauí nos traz sobre a
diferença e a confusão que há no significado de ideologia já que muitos confundem
com a definição de ideário sendo que ideologia é um ideário político cultural e
social. Num contexto histórico a ideologia surge a partir do pensamento moderno que
representa um grande progresso teórico. Na verdade, a teoria de ideologia é advinda
de um período anterior, iniciando na Grécia a partir das primeiras concepções lógicas
e racionais para tentar explicar o mundo.
Como responder à questão de um currículo ser uma ideologia dentro do campo
educacional? Aqui vamos buscar a teoria do currículo. Levando em consideração o
papel da educação na luta pela emancipação humana, as discussões em torno do
currículo tornam-se emergentes no sentido de explicitar a perspectiva de
conhecimento, as teorias e filosofias que orientam as finalidades teórico ‐ pedagógicas
da educação.
Seguindo essa linha de pensamento o autor Michael Young, em seu artigo A Teoria
Do Currículo, defende que educação é uma atividade prática especializada sendo que
o currículo deve unir esses dois papéis, sendo aplicada assim em toda instituição
educacional, não só em escolas de educação fundamental, mas faculdades,
universidades, centro de ensino técnico, todos têm currículo.
Há várias questões que podem ser inseridas no debate educacional e ao que se refere
ao campo do currículo, como por exemplo: a relevância do currículo à prática
pedagógica e à formação humana na sociedade capitalista? É possível construir um
currículo orientado a desenvolver uma atividade educativa como alternativa viável no
sentido da superação da ordem social vigente?
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O currículo representa a caminhada que o sujeito irá fazer ao longo de sua vida
escolar, tanto em relação aos conteúdos apropriados, quanto às atividades realizadas
sob a sistematização da escola. Nesse sentido, Sácristán e Gómez (1998, p. 125),
afirmam que “a escolaridade é um percurso para alunos/as, e o currículo é seu
recheio, seu conteúdo, o guia de seu progresso pela escolaridade”.
No contexto escolar, o currículo deve ter uma função formativa, educativa, social e
cultural. O currículo escolar, como prática de transformação da realidade e do
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A ideologia é uma ferramenta de dominação de classes, bem como uma forma de luta
dessas classes, assim, podemos dizer que um exemplo dessa dominação é a BNCC,
que traz como proposta a unificação do ensino sem levar em consideração as
especificidades de cada aluno. Temos também o livro didático que traz em seu
conteúdo uma proposta idealista que não é condizente com a realidade dos alunos.
Deste ponto de vista a classe dominante, vai mudando a sociedade de forma que o
indivíduo se torna oprimido, uma vez que os seus direitos vão se cumprir com regras
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estabelecidas por uma ideologia que trabalha para manter esse interesse. Para nossa
grande Marilena Chauí, os dominantes se utilizam da ideologia para realizar a
dominação, sem que os dominados tenham consciência desse processo. Ou seja, os
dominados não enxergam a ideologia como dominação, como os principais
instrumentos de transmissão da ideologia que permite a dominação, são as
instituições como a família, a Igreja, o Estado, etc., a educação formal é
responsabilidade do Estado e de suas instituições, sobretudo a escola, é através dele
que buscaremos entender a transmissão da ideologia dominante.
Considerações Finais
Tratando da dimensão ideológica do currículo, segundo os teóricos da teoria crítica, o
conhecimento presente no currículo serve a legitimação e o desenvolvimento da
ordem social e democrática enquanto uma construção social. Existe uma distinção
quanto à definição de ideologia, ou seja, não, não existe uma ideologia verdadeira e
nenhuma ideologia falsa. o que a difere são as nossas vivências a partir das
experiências de cada um, que vai nos moldando e nos constituindo enquanto sujeito
ao longo do processo. então como não há ideologia certa nem errada, ela é
interpretada de diferentes formas, fazendo com que sua intencionalidade seja vista
como algo bom ou ruim. Dessa forma, a linguagem metodológica, conteúdos e os
códigos culturais, modelam a percepção e o modo de compreensão dos alunos, sendo
marcado pelas relações de poder decorrentes de opções ideológicas e de posições
hegemônicas de diferentes grupos de interesses. Sendo assim o currículo sempre vai
ser um “sistema de relações sociais e de poder com uma história específica”, como
diz o autor Michael Young
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Referências:
CHAUÍ, Marilena – O que é ideologia. – 9 ° reimp. Da 2. ed. De 2001 – São Paulo:
Brasiliense, 2008.
YOUNG, Michael. Teoria do currículo: o que é e por que é importante. Tradução: Leda
Beck. Cadernos de Pesquisas. V.44, n 151, p.190-202 jan./mar.2014
VASCONCELOS, Maria Eliane de Oliveira. ALBARADO,Edilson da Costa.
CURRÍCULO E SABERES DOS TERRITÓRIOS DE VÁRZEA E TERRA FIRME
NAS AMAZÔNIAS. Revista Espaço do Currículo, v. 14, n. 2, p. 1-16, 2021. ISSN 1983-
1579. DOI: https://doi.org/10.22478/ufpb.1983-1579.2021v14n2.58093.
LIMA, Maria Aires de. COSTA, Frederico Jorge Ferreira. PEREIRA, Karla Raphaella
Costa. EDUCAÇÃO DO CAMPO, ORGANIZAÇÃO ESCOLAR E CURRÍCULO:
UM OLHAR SOBRE A SINGULARIDADE DO CAMPO BRASILEIRO. Revista
PUCSP.v. 15 n. 4 (2017). https://doi.org/10.23925/1809-3876.2017v15ip1127-1151