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Texto de Apoio

DISCIPLINA: Fundamentos de Pedagogia

INTRODUÇÃO

A Pedagogia é uma ciência que surgiu a partir das reflexões feitas a cerca de educação em
diferentes momentos de desenvolvimento da humanidade, nisto ao falar da pedagogia pressupõe
falar das práticas educativas no que concerne ao que ensinar e como ensinar. A pedagogia como
um conjunto de conhecimentos sistematizados que investiga a natureza e finalidade de educação,
proporciona condições metodológicas da acção educativa. A educação é um processo de
formação de personalidade do homem para vida.

O conhecimento da ciência pedagógica é imprescindível, não porque contenha directrizes


concretas válidas para hoje e amanha, mas porque permite realizar uma autêntica análise crítica
da cultura pedagógica, o que facilita ao professor debruçar-se sobre as dificuldades concretas que
encontra em seu trabalho, bem como a supera-las de maneira criadora.

Nas áreas pedagógicas encontra o referencial para trabalhar os conhecimentos enquanto processo
de ensino, que se da em situação histórico-sociais, e ensinar em espaços colectivos – as salas de
aula, as escolas, as comunidades escolares, concretamente consideradas.

A cadeira de fundamentos de Pedagogia é do tipo nuclear, que deve levar ao aluno a adquirir
habilidades, na planificação do processo pedagógico, reflectir sobre o pensamento pedagógico e o
seu carácter prático. Neste caso pretendem explicar o significado da pedagogia e seu objecto de
estudo, compreender as categorias da pedagogia, distinguir os factores que contribuem para a
formação da personalidade, analisar criticamente a prática da educação em Moçambique em
diferentes momentos históricos e avaliar a prática educativa no contexto das tendências actuais
em Moçambique.
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UNIDADE 1: A CIENCIA PEDAGOGICA E O SEU OBJECTO

 Significado de pedagogia como reflexão sobre educação

 Educação objecto de Pedagogia: significado e tipos de educação

 Objectivos da Pedagogia

 Tarefas e Funções do Pedagogo no campo da Pedagogia

 As categorias da pedagogia – alguns requisitos do carácter científico da pedagogia.

1.1.Significado de Pedagogia como Reflexão Sobre Educação

As ideias relativas a educação já vem desde os tempos mais antigos e não estavam organizadas de
uma forma sistematizada. Um exemplo dos pensamentos da educação nos povos “ditos”
primitivos é os pensamentos religiosos, políticos, morais e os trabalhos manuais diários como: a
pesca, a caça, a recolecção, a cozinha que passavam de geração em geração sem haver uma
instituição organizada onde podiam se transmitir esses conhecimentos.

A luta pela sobrevivência e pelo domínio e transformação da natureza, constituem exemplos


vivos da cultura e da prática educativa. Isto é, essas actividades e a forma de organização da vida
constituíam o património sócio-cultural da época.

A educação era, assim, uma forma de iniciação da jovem geração na cultura de cada grupo ou
pequena comunidade.

Nas primeiras comunidades esse processo foi praticamente natural e espontâneo. Todos(os
membros da velha geração) educavam a todos( os membros da jovem geração). Fomentava-se
uma responsabilidade colectiva sobre o desenvolvimento, comportamento e conduta dos mais
novos.

E. Tyler, definiu cultura como um “todo complexo que compreende os conhecimentos, as


crenças, a arte, a moral, as leis, os costumes, os hábitos, etc, adquiridos pelo homem como
membro da sociedade.
Landsheere, entende que a “educação é pura expressão de uma cultura nascida da interacção do
homem com o ambiente”.
A reflexão sobre a educação representa um desafio desde os tempos, séculos e séculos da
humanidade e resultado desta, surgiu a pedagogia.
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Pedagogia é a ciência que estuda a educação. A denominação tem origem na Grécia antiga,
paidós (criança) e agogé (condução). Pedagogo era o escravo responsável pela instrução da
criança. A história levou séculos para conferir o status de cientificidade à actividade dos
pedagogos apesar de a problemática pedagógica estar presente em todas as etapas históricas a
partir da Antiguidade.

No entanto, o termo pedagogia, somente generalizou-se na acepção de elaboração consciente do


processo educativo a partir do século XVII, graças ao trabalho do grande pedagogo de
nacionalidade Checoslováquia “Juan Amos Comenium” a partir da sua obra intitulada “Didáctica
Magna” onde aborda pela primeira vez problemas relacionados com o ensino e a educação de
forma específica. Ele “analisa como deve ser um sistema de educação e analisa também a
estrutura do processo de ensino”.

a) Origem etimológica (definição) da pedagogia

A palavra pedagogia, tem origem etimológica, na Grécia antiga provém das palavras:

Paidós – criança

Agein – conduzir,

Logos – tratado, ciência.

Paidagogia, significa arte de Instruir e educar crianças. Pedagogos, assim eram chamados os
escravos que acompanhavam as crianças que iam para a escola.

Hoje, pedagogo é um especialista em assuntos educacionais e a pedagogia é a ciência da


educação que explica e orienta a prática educativa através de uma metodologia própria.

Portanto, Pedagogia é um campo de conhecimento que investiga a natureza das finalidades da


educação, numa determinada sociedade, bem como os meios apropriados para a formação dos
indivíduos, tendo em vista prepara-los para as tarefas da vida social (Libâneo, 2008).

A Pedagogia, com isso, “é um campo de estudo com identidade e problemáticas próprias. Seu
campo compreende os elementos da acção educativa e sua contextualização, tais como o aluno
como sujeito do processo de socialização e aprendizagem; os agentes de formação; o saber como
objecto de transmissão e assimilação; o contexto sócio – institucional, (idem). Quer dizer, a
Pedagogia estabelece aquilo que há a fazer, estuda os meios de realização da prática educativa, e
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põe em prática aquilo que se concebe. Visto que a Pedagogia não é uma ciência exacta e nem é
uma ciência de factos, mas sim, de possibilidades, oportunidades, de realizações constantes e
dinâmicas do próprio homem em submeter-se às influências educativas.

b)A pedagogia abrange três aspectos fundamentais:

1. Aspecto filosófico: que procura estabelecer os caminhos da educação de acordo com os


valores de cada sociedade e que estuda os princípios fundamentais, Tais como as relações da
educação com a vida, os ideais e as finalidades da educação;

2. Aspecto científico: que procura estabelecer o que é a educação apoiando-se nos dados
apresentados pelas ciências;

3. Aspecto técnico: que procura “como educar”, este aspecto coloca-se entre o que deve ser
(filosófico) e o que é (o científico) ligando o ideal ao real.

1.2.Educação objecto de Pedagogia: significado e tipos de educação

Objecto de Estudo da Pedagogia


Consiste no estudo da educação como um processo de organização dirigido. Este processo é
também chamado processo pedagógico onde o ensino e a educação se entrelaçam estreitamente.

O aspecto etimológico da pedagogia que era arte de condução ou guia de crianças, contribuiu
para que acreditasse e tratasse de um saber específico com objecto de estudo próprio, que é a
educação da criança.

Actualmente a Pedagogia estuda a educação do homem em todas as fases do seu


desenvolvimento histórico. Portanto, a educação é o objecto de estudo da pedagogia, colocando a
acção educativa como objecto de reflexão, visando descrever e explicar sua natureza, seus
determinantes, seus processos e modos de actuar.

1.3.Objectivos da Pedagogia

A Pedagogia ao estudar a educação como um processo de organização dirigido tem os seguintes


objectivos:

 Estudar de acordo com a sua base metodológica, as características do processo


pedagógico, a actividade do educador e do educando.

 Estudar os fins, o “conteúdo, os meios e os métodos da actividade educativa.”


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 Educar e preparar o homem para o presente, futuro utilizando ou aprendendo das


experiencias acumuladas pela humanidade ao longo dos tempos;
 Formar integralmente a criança desenvolvendo as suas capacidades intelectuais, físicas e
morais, usando a sua melhor integração individual e social na comunidade onde faz parte,
 Desenvolver o espírito de análise crítica e reflexiva a problemática do processo educativo;
 Conhecer os princípios, metodologia e leis da planificação, organização, direcção e
controle do processo educativo;
 Compreender o carácter social, político, económico, individual, científico e técnico do
processo educativo; etc

1.4.Finalidade da Pedagogia

- Educação do homem pelo homem;

- Buscar soluções para problemas da educação uma determinada sociedade.

1.5. TAREFAS / FUNÇÕES

1º. Função teórica: Analisar a teoria, isto é, conceptual e ideal das regularidades da educação a
partir do qual se elaboram as bases da política instrutiva a actividade prática

2º F. Pratica: Radica a aplicação das bases práticas dizem, teóricos à actividade docente -
educativa.

A função teórica e prática da pedagogia são solidários, interdependente e complementam-se.

3º F. Prognóstica: Estudar a tendência de desenvolvimento da educação e a sua projecção no


futuro.

1.6.CATEGORIAS OU CONCEITOS FUNDAMENTAIS DA PEDAGOGIA.

A Pedagogia, sendo ciência da e para a educação, estuda a educação, a instrução e o ensino. Para
tanto compõe-se de ramos de estudo, como a teoria da educação, a didáctica, a organização
escolar e a história de educação e da Pedagogia. Ao mesmo tempo busca outras ciências que
concorrem para o estudo e esclarecimento do seu objecto de estudo. São elas, a filosofia da
educação, sociologia da educação, psicologia da educação, biologia da educação, economia da
educação e outras.
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A definição acima remete-nos as explicar alguns termos considerados de categorias da


pedagogia, nomeadamente: educação, ensino e instrução/formação e aprendizagem. Conceitos
básicos que a pedagogia se orienta param a sua abordagem.

1.6.1. Educação

É a transmissão de conhecimentos, ideias, crenças, opiniões e costumes das velhas gerações aos
jovens e passa de geração em geração. Mediante a educação se forma a conduta, a consciência
dos homens de acordo com os princípios e normas estabelecidas pela sociedade.

Educação enquanto um processo de formação da personalidade do homem para a vida, ela


emprega-se em diferentes sentidos: sentido amplo e sentido restrito.

A educação no sentido amplo: compreende a influencia de todo modo de vida do homem. A


educação exprime o processo de desenvolvimento e formação da personalidade do homem, que
se efectua sob a influência de todos os factores, particularmente da educação, sobre o meio
ambiente social, para participação activa na vida social, englobando as influências de toda a vida
do homem incluindo o próprio ensino.

A educação no sentido restrito: compreende o trabalho dos educadores para formar nos
educandos ideias, sentimentos, motivos, necessidades, hábitos ou formas de conduta. Esta
educação realiza-se na escola pelo professor. Isto é, a educação é uma actividade intencional,
especialmente organizada, realizada em instituição própria, dirigida por um profissional, com
objectivos claramente definidos, orientados para o desenvolvimento da personalidade do homem,
mediante uma acção planificada.

a) Tipos de Educação

O ser humano não se desenvolve de forma solitária, nem de modo isolado, necessita do outro
neste processo de humanização, que é a socialização – o que se entende como processo de
adaptação e integração de cada indivíduo no seu grupo social.

Os diferentes âmbitos de actuação humana são vários e complexos, o que leva a valorar e
delimitar diversos campos de actuação da educação. Estes campos recebem denominações
diferentes como: educação não formal, educação informal e educação formal (Libâneo, 2009)

Educação não formal – refere-se a toda a actividade organizada fora do marco do sistema
oficial, para facilitar determinadas classes de aprendizagem e sub grupos da população; dirige-se
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a população em geral, crianças, adolescentes, adultos e terceira idade adoptando-se em cada caso
aos processos próprios da aprendizagem.

Uma educação com carácter de intencionalidade, porem com grau de estruturação e


sistematização, implicando certamente relações pedagógicas, mas não formalizadas.

Exemplo: alfabetização, capacitação profissional, actividades escolares complementares,


reciclagem, aperfeiçoamento profissional, reinserção, reabilitação social, etc.

Educação informal - Nassif (1980) apud Libâneo (2008), define a educação informal como
“processo contínuo de aquisição de conhecimentos e competências que não se localizam em
nenhum quadro institucional”.

É o processo permanente em que todo o indivíduo adquire e acumula conhecimentos,


habilidades, atitudes, valores e modos de discernimento mediante as experiências do dia-a-dia,
através das influências educacionais disponíveis no seu meio ambiente.

Refere-se às influências do contexto social e do meio ambiente sobre os indivíduos, abrange


também as possibilidades educativas no decurso da vida de cada indivíduo, constituindo um
processo permanente e não organizado.

Exemplo – a família, os vizinhos, locais de trabalho, os meios de informação de massa.

O carácter não intencional e não institucionalizado da educação informal não diminui a


importância dos influxos do meio humano e do meio ambiente na formação de hábitos,
capacidades e faculdades de pensar e agir do homem.

Educação formal - Termo formal (Libâneo, 2008), refere-se a tudo o que implica uma forma,
isto é algo inteligível, estruturada, organizada, planificada intencionalmente, sistemática. Neste
caso, a educação escolar é convencional e tipicamente formal.

Cronologicamente graduado e hierarquicamente estruturado que se estende dos primeiros anos da


escola primária até aos últimos da universidade.

Atende ao desenvolvimento dos primeiros estádios vitais (infância, adolescência e juventude).


Onde haja ensino, há educação formal.

A educação escolar pertence e educação formal. A educação escolar representa uma manifestação
peculiar de prática educativa. Constitui assim, a Pedagogia escolar, destinada a investigar factos,
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processos, estruturas, contextos, problemas, referentes á educação escolar, isto é, á instrução e ao


ensino.

1.6.2. Ensino

É o processo pedagógico de dotar o aluno, sob a direcção do professor com conceitos, bem como
com o desenvolvimento das capacidades intelectuais dos alunos. Este processo manifesta-se de
forma bilateral (professor-aluno).

É a principal via da educação do homem para a vida, para a preparação da vida e para o trabalho.

Portanto, é o processo especialmente organizado na interacção entre o professor e o aluno que


consiste na transmissão/ mediação e assimilação de conhecimentos científicos, habilidades,
hábitos, convicções de forma sistematizada e que ocorre em estabelecimentos de ensino
devidamente autorizadas. Ele compõe-se por dois lados (ensinar e aprender).

1.6.3. Instrução

Ocupa-se da formação motora e intelectual do indivíduo. Ela é apenas uma parte da educação. A
instrução alcança-se mediante o ensino.

A instrução tem um sentido mais amplo do que o ensino, pois ela não é só resultado do ensino,
como também é resultado de auto – instrução, da influência dos meios de informação (rádio,
jornal, TV, internet) e outras fontes de conhecimento incluindo o quotidiano. Ou seja, A instrução
se refere á formação intelectual, formação e desenvolvimento das capacidades cognitivas
mediante o domínio de certo nível de conhecimentos sistematizados.

2. DIFERENÇA ENTRE EDUCAÇÃO E O ENSINO

No processo educativo actuam muitos factores (família, meio, escola, etc.) enquanto no processo
de ensino actuam apenas dois factores (professor e aluno).

O processo educativo é prolongado e continuo. Os resultados do processo educativo não são


facilmente observáveis nem avaliados a curto prazo como os de ensino.

O ensino deve cumprir horário, um programa obrigatório e um calendário obrigatório. Enquanto


o processo educativo não pode ser limitado no cumprimento de um horário.
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No ensino o aluno assimila conhecimento hábitos, habilidades, capacidades que o levará depois a
prática, na prática, na educação deve se formar nos educandos qualidades morais, formas de
conduta estabelecidas pela sociedade.

1.6. AS COMPETÊNCIAS DO PROFESSOR

Não há docência sem decência, ensinar exige: pesquisa, respeito aos saberes dos educandos,
criatividade, estética e ética; ensinar exige reflexão crítica sobre a prática, Riscos, Aceitação do
novo; rejeição a qualquer forma de discriminação.

Ensinar não é transferir conhecimento, exige consciência do inacabamento, bom senso, alegria e
esperança, ensinar exige apreensão da realidade, Curiosidade e a convicção de que a mudança é
possível ensinar é uma especificidade humana.

Ensinar exige segurança, competência profissional e generosidade, exige comprometimento,


liberdade e autoridade. Ensinar exige reconhecer que a educação é ideológica e acima de tudo
honestidade intelectual. Exige querer bem os educandos e compreender que a educação é uma
forma de intervenção no mundo.

Todo o professor deve ser dotado de competência como:

a) Campo científico – domínio de matéria que permite:

 Transmitir com segurança;


 Evitar a transmissão de erros científicos;
 Inspirar credibilidade e confiança;
 Prestigio a actividade docente.

b) Campo Psicopedagógico – possibilita ao professor:

 Transmitir o conhecimento de forma clara e compreensiva;


 Maior facilidade no manuseamento de programas de outras matérias didácticas,
respeitando os requisitos peculiares de cada fase etária dos discentes;
 A utilização de uma linguagem adaptada ao nível etário dos discentes;
 Fazer o desenvolvimento dos conteúdos de forma lógica e gradativa.

c) Campo Afectivo – permite ao professor:


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 Compreender as actividades dos seus alunos com muito afecto;


 Resolver os problemas dos seus discentes com muito amor e carinho;
 Incentivar os discentes à participação;
 Evitar indisciplina
 Incentivar a assiduidade pontualidade dos discentes

Obs.: O professor de ensino primário deve possuir noções básicas de todas as ciências adaptadas
neste currículo primário no sentido de facilitar a orientação de conhecimentos e obter bons êxitos
na sua nobre tarefa.

UNIDADE 2: HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

Na Antiguidade, alguns sistemas educativos ensinavam religião e transmitiam as tradições


populares. Outros davam ênfase ao estudo da escrita, das ciências, das matemáticas e da
arquitectura.

Os sistemas de educação nos países ocidentais se baseavam na tradição religiosa do cristianismo.


Na Grécia antiga, porém, Sócrates, Platão e Aristóteles influíram na educação ao preparar
intelectualmente os jovens para assumirem posições de liderança na sociedade. Roma se
aperfeiçoou recorrendo a professores gregos e considerou fundamental o ensino da retórica e da
oratória. A educação romana transmitiu ao mundo ocidental o estudo da língua latina, da
literatura clássica, da engenharia, do direito, da administração e da organização do governo.

Muitas escolas foram fundadas em mosteiros nos primeiros séculos da era cristã e a base dos
conhecimentos concentrou-se nas sete artes liberais.

2.1.Etapas do desenvolvimento histórico da educação

a) Educação na idade Primitiva


A educação como fenómeno social surgiu na comunidade primitiva, quando surgiu o homem
sapiens, a cerca de 70 mil anos atrás. A condição do surgimento da educação foi sobre o pensar
reflexivo do homem, que começa por questionamentos do seu próprio modo de viver.
Significa que a educação é um acontecimento primordial da humanidade, que caracteriza a
espécie humana e em diante aparece sob a forma de instituição especial no dia em que o homem
conseguiu garantir uma vida mais tranquila e segura (Gal, 1976).
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A pertinência principal da educação nessa altura consistia em educar a criança directamente no


processo da vida e do trabalho junto dos adultos.

Entre os povos primitivos não havia as escolas, mas havia educação cujo objectivo era de ajustar
a criança ao seu meio ambiente físico e social por meio de aquisição de experiências de gerações
passadas (Monroe, 1983).

A criança adquiria conhecimentos através da imitação (Gal, 1976 e Piletti, 2004). Nos primeiros
anos, era imitação inconsciente que consistia em brincar com instrumentos utilizados pelos
adultos. Mas tarde, a imitação já era consciente, em que a criança participava nas actividades dos
adultos, esta etapa tem início quando se começa a exigir trabalho da criança.

b) Educação na Antiguidade Clássica

Depois de longos séculos de esforços e tentativas, a passagem da sociedade primitiva para feudal
surge bruscamente, no quarto milénio a.C.

A transição da sociedade primitiva para os primeiros estágios da civilização caracteriza-se pelos


seguintes aspectos: substituição da organização genética da sociedade (baseada na família) por
uma organização política (baseada na individualidade); formação de uma linguagem escrita e de
uma literatura (Piletti, s/d).

Faz parte da desta sociedade, a educação oriental (educação: chinesa, hindu, egípcia, judaica); a
educação grega (educação: espartana, ateniense) e a educação romana.

c) Educação na Idade Media: sec. V – XVII (466 – 1640)

Por causa da invasão dos povos bárbaros, a cultura greco-romana estava em destruição, e isto não
aconteceu graças a intervenção da igreja crista.

E assim, a igreja passou a educar os novos povos nesta época. Contrariamente aos gregos que
davam ênfase o aspecto intelectual, o cristianismo baseia-se na ideia de caridade cristã ou amor,
isto é concentra-se no aspecto moral da pessoa humana.

As escolas baseavam-se no princípio do cristianismo. O ponto de partida da pedagogia cristã


consistia no dogma ou imposição sobre a natureza do homem dual constituído por corpo e por
alma. Se os gregos antigos procuravam harmonizar estas partes, os cristãos procuravam separá-
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los exaltando a alma em detrimento do corpo. O corpo é a parte pecaminosa do homem


relacionada com emoções, as paixões, os instintos sensoriais que servem de base ou a vícios nos
seres humanos.

Segundo a doutrina cristã, as necessidades do corpo levam a degradação moral da sociedade e a


sua destruição. A partir deste princípio, os cristãos consideraram como fim principal da educação
a regeneração e aperfeiçoamento espiritual do homem, portanto, formação de capacidades por
dominar e controlar os sentimentos, paixões e os instintos do corpo. O estímulo fundamental para
o aperfeiçoamento espiritual é a fé em Deus e a esperança na vida eterna. A futura vida após a
morte como consequência da vida exemplar no mundo terreno.

As escolas ficavam situadas juntos das igrejas e chamavam escolas paroquiais, monásticas,
catedrais e episcopais, dependendo da designação da instituição religiosa.

As crianças eram educadas nas escolas pelas doutrinas cristas do que em conhecimentos
científicos e passavam o tempo ao canto coral religioso e as rezas, que eram considerados mais
importantes.

Os conteúdos de ensino eram as setes artes liberais: gramática, retórica, dialéctica, aritmética,
geometria, astronomia e música. Como disciplina fundamental, considerava-se a teologia.

A retórica e a dialéctica preparava os alunos para debates e temas religiosos, para interpretar e
defender os dogmas da igreja, em fim, todas as disciplinas provavam a existência de deus e sua
influência na natureza e nas acções do homem, e como consequência a sua veneração.

Generalizando, na escola da idade média baseava-se nos métodos de memorização, os alunos


decoravam as regras e definições fornecidos pelos livros sagrados.

d) Educação na idade Moderna

O interesse da educação no renascimento (educação renascentista) estava centrado nas


actividades específicas da humanidade. Os humanistas colocaram em primeiro lugar o culto do
homem, fizeram renascer a dignidade humana como tal, a capacidade e confiança nas suas forças
físicas e intelectuais.

Foram os primeiros homens que se pronunciaram contra a doutrina religiosa, sobre a natureza
pecaminosa do homem, diferenciando-se dos teólogos (eles mostraram mais interesse pelo
homem concreto, pelas suas forças na terra).
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O homem da época moderna era educado para uma sociedade em que se anunciava a laicização,
portanto, abriam-se caminhos para a emancipação da mentalidade, ou seja, do pensamento livre.

Definiram o desenvolvimento de todos os aspectos da personalidade humana: físicas, intelectuais,


estéticas e morais, portanto, defendiam uma abordagem integral na formação e desenvolvimento
do homem.

Ainda na mesma educação moderna surgiu a pedagogia Naturalista, que procurou representar
uma reacção contra o formalismo humanismo do renascimento. Os humanistas clássicos faziam
da cultura antiga não só meio como o fim de toda a educação, sem maior preocupação na
formação de novos homens.

Alguns pensadores da pedagogia naturalista como é caso de João Amos Coménio (1592 – 1671),
considerado precursor do direito universal a uma educação nova, foi o maior pedagogo realista e
um dos pensadores mais eminente na história da educação. Foi o primeiro a criar um sistema
científico coerente didáctico e a separação da pedagogia e da filosofia, tornando-se uma ciência
autónoma. Uma das maiores obras é a Didáctica Magna, publicado em 1657, sob trato de
“ensinar tudo a todos”.

John Locke (1631-1704). Foi considerado primeiro psicólogo educacional, o primeiro a defender
a necessidade de ligação entre a pedagogia e psicologia (psicopedagogia). Formulou pela
primeira vez na história da pedagogia de forma sistematizada e coerente as ideias burguesas sobre
Educação próxima da vida; Educação prática; Ensino individualizado.

Jean Jacques Rousseau. Foi defensor da educação naturalista e individualista . Na sua opinião,
tudo que sai das mãos do criador é bom, tudo degenera nas mãos do homem. A maldade humana
não resulta por conseguinte das tendias naturais do homem, mas das influências mutiladoras da
sociedade.

Maria Montessori (1870 – 1952). A pedagogia Montessoriana, reside no facto de conceber a


educação como uma Auto-educação, isto é como processo espontâneo que se desenvolve na alma
da criança, para isso, a condição fundamental consiste em fornecer á criança um ambiente isento
de obstáculos inaturais e de matérias adequados.
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Ovide Decroly (1871 – 1932). O seu método opõe-se ao preconizado pela Montessori porque
postula que o desenvolvimento mental da criança se faz a partir do global, do indiferenciado, para
chegar a análise. Portanto, preocupou-se com o aspecto da globalização do ensino.

John Dewey (1859 – 1952). Elaborou a sua filosofia da educação fundada na ideia de principio de
que o pensamento tem uma função instrumental de resposta às necessidades da vida. É opositor
da escola centrada no programa, mas sim, a escola deve centrar-se na criança, reinserindo temas
de estudos baseados na experiencia da criança, através da ocupação em actividades no contexto
da comunidade escolar. (Libâneo, 2009).

É na educação da idade moderna que surgiram os principais renascentistas, como: Vitorino da


Feltre, François Rebelais, Michael Montaigne, Tomas Monrey e Luis de La Vive, entre outros.

e) Educação Contemporânea

O homem da época contemporânea – é educado para um mundo em que se propala a necessidade


de respeitar os direitos humanos, os valores entre os quais: a convivência entre grupos e povos. A
educação tem o desafio de formar o homem capaz de viver em harmonia social.

Vários autores da educação contemporânea, apontam que o ideal do homem domínio da educação
da liberdade, personalizada, socializada, intuitiva, totalizada, criativa, construtiva.

A educação liberdade racional e personalizada significa, autodeterminação, autodomínio do


conhecimento sobre a ciência, o mundo. Um dos precursores da liberdade é C. Roger, titular da
liberdade interior do homem, como factor impulsionador e vital do conhecimento sobre o
presente e para seguir a vida futura (Rocha, 1988).

Ainda no âmbito da liberdade racional e personalizada, pressupõe o respeito do indivíduo, o


estabelecimento de relações interpessoais, autenticidade do conhecimento, a congruência entre o
eu - real e o eu – ideal.

A educação da socialidade, no entender de Piaget, citado por Rocha (1988), consiste nas
manifestações psicológica da criança sobre o mundo que lhe rodeia. Visto que a criança vivencia
e pensa sobre o seu próprio mundo e a tarefa dos educadores deve explorar as áreas do
conhecimento da criança.
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Portanto, a educação da sociabilidade é uma necessidade da vida do homem. Quanto mais


complexa e organizada for, mais o homem moderno se vê a necessidade de realizar equilíbrios
psicológicos, como de aproximação a realidade físico, adaptação ao aproximo, a realidade virtual.

A educação da sociabilidade associa-se a educação intuitiva, aliás todas se relacionam. Para o


caso da educação intuitiva, entendida como acto de ante – ver, captação do contexto por meio dos
órgãos dos sentidos, da consciência.

A propósito da educação contemporânea, temos a destacar as mais recentes referências do campo


da Pedagogia que é o pensamento pedagógico de Paulo Freire (1921 - ), um dos conceituados
pedagogos da segunda metade do século XX, inserido na libertação, que consiste na conquista
dos direitos e a educação é um direito de crianças e adultos, e no centro disto, está o método de
alfabetização (compreensão dialéctica da educação) por comunicação e diálogo. “Ninguém é
analfabeto por eleição, mas em consequência das condições objectivas em que se encontra”
(Freire, 1975).

Nas suas obras, uma publicada em 1967 “Educação como Pratica da liberdade e a outra publicada
em 1970 “Pedagogia de Oprimidos” coloca pontos nazis sobre a opressão e a necessidade dos
oprimidos se libertarem através de acções concretas. Neste sentido, a sua Pedagogia é
verdadeiramente uma Pedagogia do direito á educação.

O direito e a liberdade são constructos dissociáveis á democracia, entendida por democratização


da educação e do ensino. Onde ensinar e aprender não é pura transmissão, é sim, o
reconhecimento do educando como sujeito cognoscente, vivenciado e experienciado das práticas
sociais. E ser educador merece qualidades como a humildade, a morosidade, a coragem, a
tolerância, a decisão, a segurança.

Resumindo, a Pedagogia de Paulo Freire encontra fundamentos nos seguintes princípios


apontados por Monteiro, 2005:

A educação é problematizadora do poder político e deve ser problematizada como forma poder. É
um poder de subjectividade;

A educação é um direito universal, sem discriminação nem exclusão. É direito de aprender a ser
humano e ser diferente;
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Direito á educação é direito a uma educação para a libertação e a liberdade. É direito de aprender
a autonomia para o exercício da cidadania;

Direito á educação é direito de ser mais. É um fim em si próprio e um recurso essencial para
realização de todos os direitos humanos;

A escola pública democrática é uma instituição insubstituível para a satisfação do direito de todos
á educação e para o aprofundamento da democracia.

UNIDADE 3 : A EDUCAÇÃO COMO FENÓMENO SOCIAL: A EDUCAÇÃO CIENTÍFICA


COMO RESULTADO DO DESENVOLVIMENTO DO PATRIMÓNIO SOCIOCULTURAL,
CIENTÍFICO DA HUMANIDADE.

3.1.A EDUCAÇÃO COMO FENÓMENO SOCIAL

A educação como fenómeno social é uma categoria geral e constante.

1. É um processo socializador: função homogeneralizadora e diferenciadora.

- Ajustamento aos padrões culturais vigentes.

2. É um processo de controlo social: função conservadora ou inovadora.

- A educação é inovadora ou conservadora de acordo com o contexto histórico e social no


qual se manifesta.

A educação como fenómeno social - é um facto social que, a principio, tem por função
socializar, integrar as gerações imaturas na sociedade e desenvolver a sociedade em geral e os
indivíduos em particular. Tem funções de ajustamento social. É um canal de ascensão social,
estabilidade social, peneiramento social, controle social.

A educação como técnica social - é um método de influenciar o comportamento humano de


modo que este se enquadre nos padrões vigentes de interacção e organização social. Alguns
regimes políticos usam a educação para transmitir o que lhes interessa.

É utopia a pensar que todos os problemas sociais se resolvem pela educação, mas é certo que ela
representa uma condição indispensável para resolvê-los.
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3.2. CONTEÚDO DA EDUCAÇÃO

1.Cuidado das crianças, 2. O desenvolvimento das forças físicas, 3. A formação de determinada


ideologia, 4. Qualidades morais e o carácter. 5. A familiarização com o património cultural e 6. O
desenvolvimento do gosto artístico.

3.3 A planificação, direcção e organização do processo pedagógico

A planificação é uma actividade que inclui tanto a previsão das actividades didácticas em termos
da sua organização e coordenação em faces dos objectivos propostos, quanto a sua revisão e
adequação no decorrer do processo de ensino. É um meio para se programar as acções docentes,
mas também um momento de pesquisa e reflexão intimamente ligado a avaliação.

3.4.Modelos ou tipos de organização

As modalidades de organização e direcção entende se como sendo o conjunto de condições pré


estabelecidas (agrupamento e distribuição espacial dos alunos dos alunos, regras de interacção,
estrutura e encadeamento das actividades, princípios orientadores da acção docente, e estratégias)
que diferem do contexto em que envolve o processo de ensino aprendizagem.

Portanto existem evidências de que há uma interacção dinâmica entre as modalidades concretas
de organização e gestão dos ambientes de aprendizagem e os procedimentos de planificação das
actividades.

3.5.Tipos de planificação

- Planejamento Educacional conste na tomada de decisões sobre a educação no conjunto do


desenvolvimento geral do país. A elaboração deste tipo de planejamento requer a proposição de
objectivos a longo prezo que define uma política de educação.

- Planejamento do Currículo- é a formulação dos objectivos educacionais a partir daqueles


expressos nos guias curriculares oficiais. Neste caso a escola não deve simplesmente executar o
que é previsto pelos órgãos oficiais seja mais ou menos determinado, cabe a escola interpretar e
operacionalizar esses currículos.

- Planejamento do ensino- consiste em traduzir em termos mais concretos e operacionais o que


o professor fará na sal de aulas, para conduzir os alunos a alcançar os objectivos propostos.
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UNIDADE 4: INTRODUÇÃO A DIDÁCTICA

É a disciplina pedagógica que estuda as técnicas de ensino em todos os aspectos práticos e


operacionais. Vem do grego (didaskein) quer dizer uma teoria da instrução, uma teoria do
ensino. A didáctica divide-se em: geral e específica.

1. Como arte: Interessa-lhe o modo como os conhecimentos são transmitidos, a maneira como
fazemos passar a informação.

2. Como técnica: supõe a aquisição e domínio de certas habilidades.

3. Como Ciência a didáctica apoia-se numa determinada teoria do ensino que toma como ponto
de referência

1.1.Princípios didácticos

São as posições determinadas de partida que orientam o ensino e aprendizagem de acordo com os
objectivos da educação social e as exigências do processo de ensino e aprendizagem. Os
princípios didácticos são de carácter geral e essencial.

São princípios didácticos os seguintes:

 Ter carácter científico sistemático (correspondência com os conhecimentos actuais e com


os métodos próprios de cada matéria).
 Ser compreensível e possível de ser assimilado.
 Assegurar a relação Conhecimento – Pratica (vinculo entre conteúdo e os problemas da
vida pratica)
 Assentar-se na unidade Ensino-Aprendizagem (esclarecer o aluno sobre o objectivo e a
importância da aula).
 Garantir a solidez dos conhecimentos (recapitulação, exercícios, tarefas e sistematização
dos conceitos básicos da matéria).
 Levar à vinculação trabalho colectivo à particularidade individuais. (a aula deve ser
organizado e orientado para educar a todos os alunos da classe colectivamente)
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1.2.Objectivos de Ensino

Os objectivos são pontos de partida e de chegada da aprendizagem; são metas que se deseja que
os alunos atinjam na aprendizagem e é sobre a distância a que os alunos ficam de cada uma
dessas metas que a avaliação se vai efectuar.

Os objectivos classificam-se em 2:

Gerais ou educativos: são proporções gerais sobre mudanças comportamentais desejadas.


Determinam os fins mais gerais a longo prazo, que devem ser alcançados pelos alunos. Esses
objectivos resultam de uma filosofia de educação.

Específicos ou instrutivos: são proposições específicas sobre mudanças no comportamento


dos alunos que serão atingidos gradativamente no processo de ensino-aprendizagem.

Os objectivos, por sua vez, podem referir-se ao domínio cognitivo, afectivo e psicomotor.

Domínio cognitivo: refere-se a razão, a inteligência e a memória, compreendendo desde simples


informação e conhecimentos intelectuais, até ideias, princípios, habilidades mentais de analise e
síntese.

Ex. Conhecer os símbolos e representações utilizadas em mapas e cartas geográficas.

Domínio afectivo: refere-se aos valores, atitudes, apreciações, interesses e modos de agir.

Ex. Cooperar para a manutenção da ordem, da conservação, da limpeza da comunidade.

Domínio psicomotor: refere-se as habilidades operativas ou motoras, (habilidades para


manipular matérias, objectos, instrumentos ou maquinas). Ex. Construir um barco.

UNIDADE 5: METODOLOGIA DE ENSINO E APRENDIZAGEM

5.1. METODOLOGIA

É o estudo da melhor maneira de abordar determinados problemas, no estado actual do


conhecimento.

Método: é o caminho para se atingir um determinado objectivo. Todo método, para ser adquirido
exige dois elementos:

1º Conhecimento (teoria a respeito) e; 2º Experiencia (prática)


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Com efeito, parece-nos que a opção por um método de ensino decorre sempre de uma
determinada apreciação prévia, feita pelo professor, do acto educativo, ainda que nem sempre
essa apreciação seja plenamente consciente, ou explicita a sua fundamentação. Assim, muitas
vezes, o professor limita-se a reproduzir métodos e atitudes que viu serem seguidos por outros
professores, quer tomado como ponto de partida a sua própria experiencia de aluno, ou outra
experiencias às quais tenha tido acesso, e não reflecte de um modo profundo acerca de outras
alternativas possíveis.

O método ideal deve:

1. Ser flexível de maneira que se capte as necessidades e a multiplicidade dos educandos

2. Ser experimental

3. Partir do exemplo para o princípio, do conhecido para o desconhecido para o desconhecido.

Os métodos educativos são procedimento ou instrumento que o educador utiliza para incluir
sobre a personalidade e a conduta do educando. Os métodos dependem, dos objectivos e
conteúdos da educação. Assim os objectivos, o conteúdo e os métodos devem constituir uma
unidade dialéctica.

5.2.CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS DE ENSINO

5.2.1. Segundo a fonte de informação de ensino os métodos podem ser:

- Orais (exposição, descrição, narração, explicação, dialogo e interrogação),

- Visuais (demonstração e observação)

Ao usar estes métodos devem ser sempre acompanhados, de explicação expositiva.

-Práticos (excursão, visitas, trabalho no laboratório, trabalho com livros)

5.2.2. Segundo o tipo de organização de aprendizagem são:

-Colectivos: (exposição; expositivo misto; de leitura)

- Em grupo: (simpósio, debate, discussão)

5.2.3. Segundo a tarefa didáctica são:


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1. Métodos de formação de conhecimento, habito e atitudes;

2. Métodos de consolidação

3. Métodos práticos

5.2.4. Segundo a actividade cognoscitiva do aluno ou estudante são:

-Dedutivo, indutivo e de investigação ou Heurístico (socrático).

5.3. DEFINIÇÃO DE METODOS

5.3.1. Método de expositivo:

Neste método os conhecimentos, habilidades e as tarefas são apresentadas, explicadas ou


demonstradas pelo professor e a actividade do aluno é receptiva. E classifica-se em:

 Exposição verbal: quando não é possível prover a relação directa do aluno com o material
em estudo. Sua função principal é explicar de modo sistematizado quando assunto é
desconhecido ou quando as ideias que os alunos trazem são insuficientes ou imprecisas.
 A exemplificação: é um importante meio auxiliar da exposição verbal, principalmente nas
séries inicias do ensino de 1º grau. Ocorre quando o professor faz uma leitura em voz
alta, quando escreve ou fala uma palavra, para que os alunos observem e depois repitam.
 A demonstração: é uma forma de representar fenómenos e processos que ocorrem na
realidade.
 A ilustração: é uma forma de apresentação gráfica de factos e fenómenos da realidade, por
meio de gráficos, mapas, esquemas, gravuras, a partir dos quais o professor enriquece a
explicação da matéria.

5.3.2. Método de trabalho independente

Consiste de tarefas dirigidas e orientadas pelo professor, para que os alunos as resolvam de modo
relativamente independente e criador. Consiste em fazer com que os alunos possam aplicar
conhecimento e habilidades sem orientação directa do professor.

Uma das formas mais comum para por em pratica o trabalho independente e auxiliar no
desenvolvimento mental dos alunos e: o estudo dirigido individual ou em duplas de alunos. Ele
se cumpre basicamente por meio de duas funções:
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1) A realização de exercícios e tarefas de reprodução de conhecimentos e habilidades que se


seguem a explicação do professor;

2) E a elaboração pessoal de ovos conhecimentos, a partir de questões sobre problemas diferentes


daqueles resolvidos em classe.

5.3.3. Método de elaboração conjunta.

É uma forma de interacção activa entre o professor e os alunos visando a obtenção de novos
conhecimentos, habilidades, atitudes, etc., bem como a fixação e consolidação de conhecimentos
e convicções adquiridas.

A elaboração conjunta supõe um conjunto de condições prévias: a incorporação pelos alunos dos
objectivos a atingir, o domínio de conhecimentos básicos ou a disponibilidade pelos alunos de
conhecimentos e experiencia que, mesmo não sistematizados são pontos de partida para o
trabalho de elaboração conjunta. Este método.

5.3.4. Método de trabalho em grupo

Consiste em distribuir temas de estudo iguais ou diferentes a grupos fixos ou variáveis,


compostos de três a cinco alunos. A finalidade do trabalho em grupo é obter a cooperação dos
alunos entre si na realização de uma tarefa.

“A escolha de métodos compatíveis com o tipo de actividades dos alunos depende, portanto, dos
objectivos, dos conteúdos, do tempo disponível, das peculiaridades de cada matéria da
capacidade metodológica do próprio professor e essencialmente das características dos
alunos”.

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