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Introdução

O presente trabalho apresenta um estudo teórico sobre a identificação das condições e


circunstâncias que possibilitam a integração das acções de ensino e aprendizagem no
contexto escolar. Torna-se necessário, portanto, explicitar em termos gerais como e de
que forma o homem, como ser genérico, por meio das relações sociais, apropria-se do
conhecimento, cria novas possibilidades de transformação da sua própria constituição e
da sociedade. Começaremos o estudo sobre a Didática, registrando que ela sempre
existiu na história da humanidade porque o homem sempre ensinou e aprendeu. No
entanto, a escola como uma instituição para todos só foi instituída socialmente, como
forma de transmitir o legado cultural construído pela humanidade, somente há pouco
mais de duzentos anos. Na relação entre o ensino e a aprendizagem, como instrumento e
produto da atividade educativa em geral, concebe-se, a partir do referencial teórico do
materialismo histórico-dialético, da didática com outras ciências e da teoria da
atividade, a existência de atividades humanas particulares. Portanto, importa referir que
a educação é a prática social que acontece nas diferentes instâncias das sociedades, seu
objetivo é proporcionar aos seres humanos uma participação nas invenções da
civilização enquanto resultado do seu trabalho, bem como, na sua construção e
desenvolvimento. Isto porque não existe educação, a não ser vinculada às relações
sociais que juntam os homens entre si de modo a garantir sua sobrevivência.
Objetivos

O presente trabalho em estudo, tem como os seguintes objetivos: Explicar conceito


educação focalizando nos dois sentidos: (social e individual); Explicar a relação da
didáctica com outras ciências (psicologia, biologia, sociologia, filosofia); Caracterizar o
desenvolvimento Histórico do PEA; Diferenciar instrução e educação; Explicar a
relação dialéctica fundamental entre o ensino (ensinar) e aprendizagem (aprender).

Metodologias

Em termos de metodológicos na produção do presente trabalho recorreu-se as consultas


bibliográficas de alguns autores que consubstancia sobre o tema e alguns sites na
internet e módulo do estudante. Quanto a abordagem é uma pesquisa qualitativa; quanto
aos objectivos é exploratória; quanto aos procedimentos de recolha de dados é não
experimental e quanto as fontes de informação é uma pesquisa bibliográfica.
O conceito de educação focalizando nos dois sentidos: Social e Individual.
Marafon, (2001) “educação é um processo histórico, colectivo e dinâmico que visa a
humanização do homem. Humanização entendida como processo de construção do
homem e da sociedade numa constante busca de superação de condições opressoras e
desumanizantes” (p.29).

De acordo com o autor, importa me referir que: A educação é a acção que


desenvolvemos sobre as pessoas que formam a sociedade, com o fim de capacitá-las de
maneira integral, consciente, eficiente e eficaz, que lhes permita formar um valor dos
conteúdos adquiridos, significando-os em vínculo direto com seu cotidiano, para atuar
consequentemente a partir do processo educativo assimilado.

Do ponto de vista social, a educação é a acção que as gerações adultas exercem sobre
gerações jovens, orientando sua conduta, por meio da transmissão do conjunto de
conhecimento, normas, valores, crenças, usos e constumes aceites pelo grupo social. Do
ponto de vista individual, a educação refere-se ao desenvolvimento das aptidões e
potencialidades de cada indivíduo, tendo em vista o aprimoramento da sua
personalidade.

Não há grupo nehum, por mais rudimentar que seja sua cultura, que não empreenda
esforços, e um ou de outro tipo, para educar suas crianças e jovens “ Em suma, a
educação, como facto social, possibilita que as aquisições culturais do grupo sejam
transmitidas as novas gerações, contribuindo assim, para a subsistência do grupo como
tal.

Importa me referir que para Brandão (2007), a educação acontece tanto na escola como
na família, no grupo de amigos, na rua, no bar, em casa, em todos lugares está presente
a educação nas diferentes formas de manifestação (formal, não-formal e informal).

Conceito da pedagogia
Schimied-kowarzik (1983). “Pedagogia é, o campo do conhecimento que se ocupa do
estudo sistemático da educação do acto educativo, da prática educativa como
componente integrante da atividade humana, como fato da vida social, inerente ao
conjunto dos processos sociais”, ( p. 57).

Ao investigar questões atinentes à formação humana e prática educativa,


correspondente a Pedagogia começa por perguntar que interesses que estão por
detrás das propostas educacionais. O processo educativo se viabiliza, portanto,
como prática social precisamente por ser dirigido pedagogicamente (Libâneo,
2005, p.34)
Conceito de Educação
Schimied-kowarzik (1983):
A educação é uma função parcial integrante da produção e reprodução da vida social,
que é determinada por meio da tarefa natural e, ao mesmo tempo, cunhada socialmente
da regeneração de sujeitos humanos, sem os quais não existiria nenhuma práxis social.
A história do progresso social é simultaneamente também um desenvolvimento dos
indivíduos em suas capacidades espirituais e corporais e em suas relações mútuas. A
sociedade depende tanto da formação e da evolução dos indivíduos que a constituem,
quanto estes não podem se desenvolver fora das relações sociais.
De acordo com o autor, Educação compreende o conjunto dos processos, influências,
estruturas e ações que intervêm no desenvolvimento humano de indivíduos e grupos na
sua relação ativa com o meio natural e social, num determinado contexto de relações
entre grupos e classes sociais, visando a formação do ser humano.

A contribuição dos autores na evolução da didáctica, (João Amos Coménio,


Heinrich Pestalozzi e John Frederick Herbat).

O ensino está associado ao processo de transmissão de saberes, cabe à Didática adequar


os elementos do planejamento de ensino e os procedimentos e técnicas necessários para
ensinar. Não basta conhecer bem a ciência, nem os conhecimentos a serem transmitidos,
porque o método de ensino decorre do conteúdo e da forma de investigação da ciência
que é ensinada. Esta posição mostra um reducionismo do campo de estudos da Didática,
tomando-a como disciplina prescritiva de métodos e técnicas.

Libânio, (1994). Didática é:


Uma disciplina pedagógica que estuda os objetos, as condições do processo de ensino,
os meios e o cenário educacional. Porque os conteúdos da disciplina de ensino decorrem
da ciência que lhes servem de base. A disciplina de ensino implica numa seleção de
conhecimentos pautada por critérios pedagógicos e didáticos; do mesmo modo, os
métodos da ciência e os métodos de ensino são conexos, não idênticos, porque a
atividade de ensino implica uma relação pedagógica que lhe é peculiar, distinguindo-se
daquela que ocorre na atividade científica, (p. 159).
João Amos Coménio,
Influenciado pelo movimento empirista, Coménius é mais conhecido pela sua obra
famosa, Didáctica Magna, o método comeniano baseia-se nos seguintes princípios:
aquilo que o aluno deve saber, deve ser ensinado; o que é ensinado dever ter aplicação
prática; a explicação do que se está ensinando deve ocorrer da forma mais clara
possível; e ensinar de acordo com as necessidades e no seu devido tempo.

Haidt (2006), Diz que o método comeniano tinha como objetivo:


Apresentar o objecto ou a ideia directamente, fazendo demosntrações, pois o aluno
aprende com os sentidos, vendo e tocando; Mostrar a utilidade especícifica do
conhecimento transmitido e a sua aplicação na vida diária; Fazer refencia a natureza e
origem dos fenómenos estudados, isto, é as suas causas; Esplicar primeiramente os
princípios gerais e só depois os detalhes; Passar para o tópico ou assunto a seguir
somente depois de certificar que o aluno compreendeu o anterior, (p. 17).
Comênio propôs os fundamentos da arte de ensinar no âmbito escolar preocupando-se
com uma arte que não só se igualasse às demais áreas do artesanato, mas que lhes fosse
superior e que servisse de balisamento, uma vez que equiparou o processo de produção
intelectual escolar ao processo de produção material dos artesãos e manufatureiros.

Heinrich Pestalozzi (1746-1827).

Influenciado pelos naturalistas como Rousseau, elaborou o método que deveria respeitar
a natureza da criança, seu método foi denominado Método pestalozziano e sua maior
contribuição teórica foi a elaboração de um método que era a base da sua prática
pedagógica.

Primeiro apresentava o conhecimento da forma mais simples e prática, em seguida


utilizava a observação através dos sentidos e, por fim, exercitava o conhecimento de
forma gradual para fixá-lo, por outra:

Método pestalozziano cumpria as seguintes etapas:

Apresentar o conhecimento começando dos elementos concretos e simples;


Recomendava a observação, intuição; Realização de exercícios graduados.

John Frederick Herbat (1776-1841).

Por dar ênfase ao aspecto metodológico do ensino, indicou uma série de passos
determinados pelo interesse da criança:

O primeiro, é a preparação que consiste em trazer à mente ideias anteriores que tem
relação com as novas para interligá-las; o segundo, é a apresentação das ideias novas
para serem assimiladas; o terceiro, é a associação que consiste na combinação do novo
com o velho; o quarto, é a sistematização que consiste na elaboração teórica do novo
conceito; e, por fim, o quinto passo, é a aplicação que é a utilização pelo aluno do
aprendido em suas atividades. Ou por outra, seu método instrucional consistia em cinco
etapas:

 Preparação, Apresentação, Associação, Sistematização e Aplicação.

Ele tinha uma percepção da educação como uma ciência e por isso trouxe para o
professor o rigor metodológico que tinha como procedimentos o controle do
comportamento do aluno, o ensino através da instrução que deveria atender ao
desenvolvimento de interesses, e da disciplina que favoreceria a formação do caráter
pretendido pela sociedade.

Relação da didáctica com outras ciências (psicologia, biologia, sociologia, filosofia).

A didáctica é, pois uma das disciplinas da pedagogia que estuda o processo de ensino
através dos seus componentes, os conteúdos escolares, o ensino e a aprendizagem para,
com o ambasamento numa teoria da educação, formular diretrizes orientadoras da
actividade profissional dos professores.

Importa referir que no que diz respeito as outras disciplinas, constatamos que a relação
da Didáctica Geral com estas disciplinas se explica da seguinte maneira:

A Psicologia indica à Didáctica as oportunidades que melhor favorecem a


expansão/desenvolvimento da personalidade bem como os processos que melhor
garantem a efectivação da aprendizagem.

Forquin (1993), diz que o “conhecimento escolar não é um conhecimento científico, e


nem é um conhecimento do senso comum. É um outro conhecimento, que requer uma
organização intencional, sistemática” (p.109).

A Biologia orienta sobre o desenvolvimento físico e os índices de fadiga dos alunos.

A Sociologia indica as formas de trabalho que permitem desenvolver a solidariedade, a


liderança, a responsabilidade.

Pietrocola (1999), diz que a “sociologia pode contribuir com as necessárias correlações
entre tipos de conhecimento e modos ou aspectos da vida social que devem ser
preservados ou transformados, sem reduzir às determinações sociais os saberes a serem
ensinados”, (p. 109).

A Filosofia actua na integração das demais ciências que servem de base à Didáctica,
coordenando-as numa visão que tem por fim explicar o educando como um ser
completo que necessita de atendimento adequado, personalizado, de forma que se
possam efectivar os propósitos da educação.

Segundo Guimarães e Souza (2008). “São áreas das ciências humanas que no mínimo
constituem o urdume do tessido pedagógico, ou a cultura educacional ou a pedagogia
cultural”, (p. 22-23).

Caracterização do desenvolvimento Histórico do PEA

Trata-se de um processo que, no princípio era realizado de forma espontânea e


envolvendo a todos, graças a pouca diferenciação dos agentes “educadores”, dai a
celebre idéia de que “todos ensinavam a todos. Com o aumento desse património socio-
cultural e técnico-científico, nem todos são capazes de ensinar “tudo” e começa a haver
diferenciação dos homens, em parte, pelo tipo de saber desenvolvido. Isso ocasiona a
especialização e já nem todos podem ensinar tudo, ao mesmo tempo que surgem
indivíduos cuja função específica é de educar “ensinar “, fazendo com que o ensino seja
uma actividade intencional, contrariamente ao momento em que “ todos ensinavam tudo
“ onde a educação tinha um carácter espontâneo.

Nos dias actuais, considera-se o ensino como uma prática social específica que se dá de
uma forma intencional, sistemática e organizada. Tanto o acto de ensinar quanto o de
aprender, exige que o professor seja flexível em termos de espaço, de tempo, de forma
de ministrar a aula, de selecionar os conteúdos, de usar mais procedimentos que
envolvam a participação ativa dos alunos.

Caractéristicas do PEA  

o processo de ensino como o conjunto de actividades organizadas do professor e dos


alunos, visando alcançar determinados resultados (saber pensar, saber fazer e saber ser e
estar), tendo como ponto de partida o nível actual de conhecimentos, experiências e de
desenvolvimento mental dos alunos.
O processo de ensino-aprendizagem é uma actividade específica que se distingue pelas
suas características próprias. Assim, de entre outras características, destacam-se as
seguintes:

O social: Formação da jovem geração , de acordo com as exigências e necessidades da


sociedade; Formação visando a socialização e integração de cada membro da jovem
geração.

O carácter educativo: Relação indissociável e/ou dialéctica entre instrução e educação;


Aquisição de conhecimentos, desenvolvimento de valores/ atitudes e formação de
qualidades da consciência, isto é, saber ser e estar.

O carácter instrucional: Desenvolvimento de habilidades, capacidades e experiências


práticas, isto é, o saber fazer.

O desenvolvimento da personalidade: Dimensões do desenvolvimento do aluno,


individual, comunitária e ecológica.

O carácter dialéctico: Processo dinâmico onde ocorrem contradições como forças


motrizes para o desenvolvimento do aluno e do professor, pelas contradições entre
querer e poder, nível actual e realização das tarefas de ensino-aprendizagem.

O carácter sistemático e planificado: Processo dinâmico onde ocorrem contradições


como forças motrizes para o desenvolvimento do aluno e do professor, pelas
contradições entre querer e poder, nível actual e realização das tarefas de ensino-
aprendizagem.

O ser regido por leis que se exprimem em regularidades: Aquisição e formação de


conceitos como processo gradual, observância do desenvolvimento ontogénico;

Observância de leis: psicológicas e de aprendizagem, sociológicas, políticas, higiénicas,


na realização do PEA.

O processo de f não pode ser reduzido a simples transmissão de conhecimentos ou ao


acto de instruir, pois envolve o desenvolvimento de outras particularidades humanas.
Assim, o processo de ensino inclui a instrução (desenvolvimento do saber e do saber
fazer) e a educação (desenvolvimento do saber ser e do saber estar), cumprindo o
carácter instrucional e educativo do PEA.
Este processo deve seguir os paradigmas da pedagogia actual que defende o ensino
centrado no aluno e sensível ao género.

O significado de Dialética e Social como características do PEA.

Aristóteles define a dialética como a lógica do provável, do processo racional que não


pode ser demonstrado. "Provável é o que parece aceitável a todos, ou à maioria, ou aos
mais conhecidos e ilustres", diz o filósofo.

Para Dewey (1989): A dialéctica no processo de ensino-aprendizagem expressa-se nas


interações entre os sujeitos sociais, a educação na ideia de, é uma contínua estruturação
e reorganização da experiência, o que pressupõe que ao interagir com a situação, o
sujeito muda a sua visão, assim como a visão que tem da situação, (p. 118-9).

São tais significados Dialético e Social como características do PEA:

 Os aspectos didácticos devem estar subordinados a definições de propósitos


educativos válidos (socialmente) para orientar nosso trabalho;
 Os objectivos que nos propomos alcançar junto aos alunos são o elemento
fundamental em nosso trabalho lectivo e quando realmente nos propomos ser
educadores;
 Diferentes nações tem concepções diferentes das coisas e, sendo assim, a
ideia de educação não é a mesma e, consequentemente, os propósitos de
educação e do PEA também não são os mesmos, havendo, inclusive,
possibilidade de adaptações no interior da mesma nação em função das
características dos alunos (sobretudo no que diz respeito ao nível de progresso
e dificuldades de aprendizagem), do contexto social e regional onde se localiza
a escola, etc.:
 O PEA é um processo contextualizado cuja finalidade é conseguir a partir do
nível de partida dos alunos, chegar à uma verdadeira aprendizagem destes
com o apoio do trabalho didáctico do professor.

Diferença entre instrução e educação

Instrução é um termo com origem no latim instructĭo que faz referência à acção de


instruir (ensinar, doutrinar, comunicar/transmitir conhecimentos, dar a conhecer o
estado de algo)

Importa me referir que, o que difere Instrução da Educação é:


A Instrução é a transmissão/mediação de conhecimentos, capacidades, habilidades ou o
processo e o resultado da assimilação de conhecimentos sistemáticos, assim como das
acções e procedimentos inerentes a eles. Enquanto que a Educação, é o
desenvolvimento/formação de comportamento, atitude e convicções; isto é, a formação de
traços/sinais da personalidade.

Segundo Baranov, S.P. et al. (1989,):


A instrução constitui o aspecto da educação que compreende o sistema de valores
científicos culturais, acumulados pela humanidade". Nesta perspectiva nota-se a
coincidência com o próprio termo de educação. A instrução, não é diretamente um
aspecto da educação, nem reside dentro desta, nem é inerente a ela; porém, deve ser
considerada essa instrução, como uma das melhores formas de aperfeiçoar e otimizar o
processo educativo, o que é diferente, (p. 22).
Educação se centra na formação do ser humano, especificamente na construção da
personalidada. Já a Instrução é uma forma de manifestar-se o ensino, onde se focaliza os
aspectos de conhecimentos e saberes da realidade objetiva e subjetiva, que
complementam o treinamento e a formação qualificada.

Martin, (1975) Diz que:


A educação é a acção que desenvolvemos sobre as pessoas que formam a sociedade,
com o fim de capacitá-las de maneira integral, consciente, eficiente e eficaz, que lhes
permita formar um valor dos conteúdos adquiridos, significando-os em vínculo direto
com seu cotidiano, para atuar consequentemente a partir do processo educativo
assimilado, (p.107).
De acordo com o autor importa referir que Instrução não é o mesmo que educação: a
primeira refere-se ao pensamento, a segunda, principalmente aos sentimentos. Embora
não exista boa educação sem instrução. As qualidades morais aumentam de preço
quando são realçadas pelas qualidades inteligentes.

Os objetivos da educação e da instrução.

Os objetivos de instrução, aque Gagné 1975) refere, ele associa objetivos comportamentais


(os objetivos de aprendizagem refletem alterações no comportamento dos estudantes),
devem ser definidos em termos de performances humanas, bem como especificar a
situação em que estas serão observadas.

De acordo com o autor, importa me referir que: objetivos educacionais descrevem o que


os alunos devem saber ou fazer ao final de uma disciplina e que antes de ingressarem na
mesma ainda não sabiam ou não eram capazes. Esses objetivos estão relacionados ao
desempenho dos alunos e não devem ser abstratos ou específicos demais.
A instrução tem como enfoque principal o objectivo de desenvolvimento nos alunos o
saber e o saber fazer, enquanto quando falamos de educação se tem em vista o
desenvolvimento do saber ser e estar. Portanto, importa me referir que ao realizarmos a
educação, ao mesmo tempo se instrui quem poderia ser bem educado diante de pessoas
idosas se não pudesse lembrar, enunciar as regras principais de comportamento que se
espera desse individuo diante dessa situação.

A relação dialéctica fundamental entre o ensino (ensinar) e aprendizagem


(aprender)”.

a) As razões em que ensino deve ser realizado em função dos alunos.

De acordo com o módulo de Didática Geral:


O professor existe em função dos alunos, porque, este tende a garantir a comunidade e
desenvolvimento da geração futura, tendo em conta as particularidades dos alunos, pois
a aprendizagem é algo intrínseco, que se passa no interior do indivíduo, levando em
conta suas capacidades, suas aptidões, seu desenvolvimento neuropsíquico e, ainda,
seus interesses, motivações e suas necessidades, (p.38)
b) As tarefas do professor e do aluno na relação dialéctica entre eles.

Existe uma relação intríseca entre ensinar e aprender; não há ensino se não haver
aprendizagem; o ensino existe para motivar a aprendizagem, orientá-la, dirigi-la; ele é o
factor de estimulação intelectual. Assim, para haver ensino e aprendizagem é preciso:
Uma comunhão de propósitos e identificação de objectivos entre professor e o aluno;
Um constante equílibrio entre o aluno, a matéria, os objectivos do ensino e as técnicas/
métodos de ensino.

As causas que contribuem em desproporção entre o ensinado e o aprendido pelos


alunos numa aula.

Na relação entre (ensinar) e aprendizagem (aprender), registam-se as seguintes


contradições: O docente tende a levar os discentes a atingir um nível a ponto de já não
precisar dele, quer dizer a independência; O discente a querer agir por si próprio, quer
dizer, independentimente, mas a depender da ajuda do docente.

Módulo de Didática Geral refere que:

Qualquer preparação de uma aula, assim como a sua realização deve ser feito tomando
em conta a realidade do aluno: seus interesses, motivações, progressos, dificuldades
levando-o a ter uma atitude positiva para com o professor e a disciplina em causa, como
condições para conseguir-se a activação do aluno para a realização das actividades
principais que determinarão o progresso deste aluno na sua aprendizagem, (p.38).
De acordo com o módulo de didática importa me referir que: se o professor nota que os
seus alunos precisam de muito mais tempo para exercitar um conceito ou uma operação,
talvez seja melhor fazer desta maneira em vez de continuar com a matéria com vista ao
simples cumprimento da matéria, mas ao mesmo tempo poderá ser que, em certa
matéria, não haja necessidade de gastar todo o tempo previsto no programa para os
alunos aprenderem-na devido a nível baixo de complexidade em função do aluno “ real
“ que está diante do professor.

Conclusão

Ao se estabelecer uma comparação entre os dados levantados na pesquisa e os


referenciais estudados, pode-se afirmar que por mais divergências ocorridas nos
posicionamentos dos educadores e dos alunos, foi possível notar que existe uma
preocupação de ambos os lados, em buscar caminhos cada vez mais eficazes de
convivência na escola. É importante considerar que, como em toda a pesquisa, esta
revelou apenas alguns aspectos delimitados pela temática, pois a relação professor-
aluno, vai muito além das questões aqui analisadas, isso acontece principalmente,
devido às constantes e aceleradas mudanças que ocorrem na sociedade e refletem no
contexto escolar. Em síntese acreditamos que a qualidade de uma intervenção didática
se efetiva pela possível congruências entre o propósito do Projecto Pedagógico do
curso, sua organização curricular e as acções de mediação pedagógica. E não se objetiva
somente nesta dimensão da gestão pedagógica é preciso considerar também as
contingências e as condições disponíveis para a implementação do processo, ou seja, a
gestão institucional do processo em todas as dimensões e responsabilidades. É
necessário educar o estudante para que ele perceba a “reprodução” do objecto de estudo
numa “relação adequada” a respeito do que é estudado; tal relação pode ser possibilitada
por situações em que o estudante se aproprie das relações presentes no processo de
elaboração do próprio conhecimento.

Referência bibliográfica

Aranha, M. L. A. (2002). História da Educação. São Paulo: Moderna.

Forquin J. C. (1993). Escola e cultura: as bases sociais e epistemológicas do


conhecimento escolar. Porto Alegre: Artes Médicas.

Haidt, R. C. (2006). Curso de Didática Geral. (8 ed.), ática, São Paulo.

Libaneo, J. C. (1994). Didática. São Paulo: Cortez.

Libâneo J. C. (2005). Didática. São Paulo: Cortez.

Marafon, M. R C. (2001). Pedagogia crítica: uma metodologia na construção do


conhecimento. Editora Vozes, RJ.

Martins, P. L. O. (2003). A didática e as contradições da prática. Campinas: Papirus.

Martí, J. (1975). Obras completas. Ciudad Habana: Editorial Ciencias Sociales.

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