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UNIDADE 1:

FUNDAMENTOS BÁSICOS DA
PEDAGOGIA

1.1- CONCEITO, OBJECTO E OBJECTIVOS DA PEDAGOGIA

 Conceito etimológico da Pedagogia


O termo Pedagogia, surgiu na Grécia Antiga: Paidagogiké o que em termos da sua tradução
rigorosa significa:
Paidos – criança
ago – dirigir, conduzir, levar.
Portanto, acto de dirigir ou conduzir as crianças.

Paidagogo é aquele que conduz ou dirige a criança. Na Grécia Antiga, eram chamados de
paidagogos os escravos que acompanhavam as crianças até ao local dos jogos ou até ao local
onde recebia as instruções do seu preceptor (mestre, educador).

Como escravo, ele era submisso a criança, mas tinha que fazer valer a sua autoridade quando
necessário. Por esse motivo, esses escravos passaram a ser os próprios educadores.
Confiavam a eles a educação dos seus filhos.

O aspecto etimológico da palavra pedagogia provavelmente contribui para que se acreditasse


que se tratava de um saber específico com um objecto de estudo próprio. A pedagogia
converte-se então numa ciência ou arte de instruir, educar as crianças como função especial
da sociedade.
Hoje pedagogo é o especialista em assuntos educacionais, e a pedagogia pode ser considerada
como o estudo sob todos os aspectos do fenómeno de educação, não só da criança, mas
também da criatura humana, através de todas as fases da vida. (NÉRICI, 1989:24).

Outros Conceitos
 É o conjunto de conhecimentos estruturados relativos ao fenómeno educativo;
 É o campo de conhecimentos que se ocupa ao estudo sistemático da educação;
 É a ciência da educação que explica e orienta a prática educativa através de uma
metodologia própria;
 É a principal ciência que se ocupa da busca de soluções para os problemas da educação;
 É a filosofia, ciência e arte técnica da educação. PILLETI, 1991:41;
 É a ciência sobre a educação, instrução e ensino do homem em todos os momentos
históricos do seu desenvolvimento.
 É um campo de conhecimentos que investiga a natureza das finalidades da educação
numa determinada sociedade, bem como os meios apropriados para a formação dos
indivíduos, tendo em vista a prepará-los para as tarefas da vida social. (LIBÂNEO,
1994:24).

Uma vez que a prática educativa é o processo pelo qual são assimilados conhecimentos e
experiências pela prática social da humanidade, cabe a pedagogia assegurá-lo orientando-o para
finalidades sociais e políticas, criando um conjunto de condições metodológicas e organizativas
para viabilizá-lo.

O Objecto de estudo da Pedagogia


A Pedagogia estuda a educação do homem em todas as fases do seu desenvolvimento
histórico. Portanto, a educação é o objecto de estudo da pedagogia, colocando a acção educativa
como objecto de reflexão, visando descrever e explicar sua natureza, seus determinantes, seus
processos e modos de actuar.
O carácter pedagógico da prática educativa se verifica como acção consciente intencional e
planejada do processo de formação humana, através de métodos e meios devidamente
determinados e que indicam o tipo de homem a formar segundo os seus propósitos.

Em outras palavras, para tornar efectivo o processo educativo, é preciso dar-lhe uma orientação
sobre as finalidades e meios da sua realização, conforme opções que se façam quanto ao tipo de
homem que se deseja firmar e ao tipo de sociedade que se aspira. Esta tarefa pertence a
pedagogia como teoria e prática do processo educativo.

Objectivos da Pedagogia
 Garantir a eficiência e eficácia da educação do homem pelo homem;
 Desenvolver o espírito de análise crítica e reflexiva a problemática do processo educativo;
 Conhecer os princípios, metodologia e leis da planificação, organização, direcção e
controle do processo educativo;
 Compreender o carácter social, político, económico, individual, científico e técnico do
processo educativo;
 Aplicar os conhecimentos pedagógicos em conformidade com os conhecimentos da
psicologia e das metodologias das disciplinas da sua especialidade;
 Buscar soluções para a educação de acordo com a dinâmica e aspirações da sociedade;
 Definir ou determinar actividades educativas segundo a política e economia do País;
 Conhecer as responsabilidades do professor como encarregado da sociedade, do estado e
assumir de forma consciente e comprometedora a actividade educativa.

A importância da pedagogia reside no facto de ela estudar e determinar os princípios, normas e


meios educativos de uma maneira sistemática, segura e mais rápida, com vista a formação da
personalidade humana segundo os propósitos da sociedade. Ela, faz uma reflexão crítica do
processo educativo e, transforma a arte não sistemática em sistemática e empírica em técnica
científica.
A pedagogia é instrumento fundamental da actividade docente. Com a sua ajuda, o professor
conhece os regulamentos, leis, normas do processo do ensino e educação, os seus métodos ou
vias para atingir os objectivos visados.

1.2- CATEGORIAS DA PEDAGOGIA


Entende-se por categorias da pedagogia aos conceitos básicos em que ela se orienta, inevitáveis e
implicitamente tratados em todos os níveis da sua abordagem.

São conceitos que exprimem as diversas relações que podemos estabelecer entre as ideias e os
factos pedagógicos.

Sendo assim, a pedagogia compreende três categorias fundamentais, a saber:


 Educação;
 Ensino e;
 Instrução.

A categoria fundamental da pedagogia é a educação, que tem um carácter mais preciso, mais
geral e compreende as outras noções principais da pedagogia (instrução e ensino).

A noção da educação emprega-se em diferentes sentidos:


 Sentido social;
 Sentido amplo pedagógico e;
 Sentido restrito pedagógico.

No sentido social:
1- Define-se por educação como o processo de transmissão de experiência social acumulada
pelas gerações mais velhas as mais novas com vista a prepará-los para a vida e trabalho na
sociedade.
2- Processo de transmissão de herança cultural a novas gerações. MARQUES, 2000:54.
A experiência social inclui as normas morais, as opiniões políticas e religiosas, as tradições e
valores os conhecimentos e habilidades de trabalho. Neste sentido, pode-se dizer que a
educação é uma categoria eterna. Ela surge simultaneamente com o nascimento da sociedade
e existirá em todas etapas do seu desenvolvimento porque a sociedade humana não pode
desenvolver-se sem a transmissão de experiências ao longo dos anos de uma geração a outra.

É assim que LIBÂNEO (1994:17) afirma que não há sociedade sem prática educativa e nem
prática educativa sem sociedade. Portanto, compreender aos processos formativos que
ocorrem no meio social, nos quais os indivíduos estão envolvidos de modo necessário e
inevitável pelo simples facto de existirem socialmente. Essa educação ocorre
espontaneamente no meio social: na família, na rua, nos lugares de convívios, etc.

No sentido amplo pedagógico


A educação exprime o processo de desenvolvimento e formação da personalidade do homem,
que se efectua sob a influencia de todos os factores, particularmente da educação, sobre o
meio ambiente social, para participação activa na vida social, englobando as influências de
toda a vida do homem incluindo o próprio ensino.

É o processo pelo qual a sociedade procura transmitir as suas tradições, costumes, hábitos,
conhecimentos e herança social. Essa educação ocorre em instituições especiais, é
planificada, mas não realizada formalmente

No sentido restrito
Neste sentido a educação deve ser percebida como aquela que ocorre em instituições
específicas, com finalidades explícitas de instrução e ensino mediante uma acção consciente,
deliberada e planificada, embora sem se separar daqueles processos formativos gerais.

Entende-se como a actividade intelectual e intencional especialmente organizada, que ocorre


em instituições próprias (escolas), orientada para o desenvolvimento da personalidade
humana; se refere especificamente, ao desenvolvimento científico, isto é, possuindo um certo
saber e capacidade intelectual.
A última noção é mais precisa porque acentua o traço mais característico da actividade
educativa. Porque realça o seu carácter intencional, actividade educativa especialmente
organizada. Pressupõe a colocação previa de objectivos, elaboração de conteúdos, os métodos
de educação, e estabelecimento de controle sobre o processo da sua organização.

Entretanto, alguns autores preferem definir a educação apenas em dois sentidos:


- Sentido Amplo Pedagógico – conhecido também por educação não intencional (informal),
que é aquela que se realiza na família, na rua, nos amigos, e dos meios de comunicação
social.
Corresponde ao processo de transmissão e aquisição de conhecimentos, experiência, valores e
práticas que não estão ligadas especificamente a uma instituição e nem estão intencionadas.

- Sentido Restrito Pedagógico – conhecida também por educação intencional (formal) que é
aquela que se realiza nas instituições criadas para o efeito – escolas.
Corresponde ao processo de transmissão e aquisição de conhecimentos devidamente
organizados e sistematizados e que ocorre em instituições devidamente estabelecidos.

Destes conceitos, podemos afirmar que a educação corresponde a todas modalidades de


influência e interacções que convergem para a formação de traços da personalidade humana.
Não há uma única nem um único modelo de educação, PILETTI (1994:12), cada país, cada
sociedade tem realidades e valores diferentes e, por isso, tem uma concepção diferente da
educação.

A educação não se confunde com a escolarização, pois a escola não é o único lugar onde a
educação ocorre1. A educação também se dá onde não há escola. em todo o lugar existem
redes e estruturas sociais de transferência de saber de uma geração a outra. Mesmo nos locais
onde não há sequer a sombra de algum modelo de ensino formal e centralizado, existe
educação.

1
Leia PILETTI (1994:17)
Duma forma geral e sob ponto de vista de vários autores, a educação é definida como:
É o processo de desenvolvimento e realização do potencial intelectual, estética e afectivo
existente na criança, MARQUES (2000:54).

É acção geral e fundamental que o adulto exerce directa e indirectamente sobre a criança com
vista a orientar e indicar explicita ou implicitamente a sua existência e a sua conduta segundo
os problemas, concepções morais, sociais, económicas e religiosas, LEIF (1976:31)

É acção exercida pelas gerações adultas sobre aquelas que ainda não estão amadurecidas para
a vida social, DURKHEIM.

É o processo de transmissão de herança cultural as novas gerações, MARQUES (2000:54).

Em função da conjuntura sócio-cultural, o conceito da educação mais viável e abragente é o


seguinte:
“Educação é o processo que visa levar o indivíduo a explicitar e a desenvolver as suas
virtualidades, em contacto com a realidade, tendo em vista promover o seu desenvolvimento
espiritual, a fim de levá-lo actuar na mesma realidade com conhecimento, eficiência e
responsabilidade, para serem atendidas necessidades pessoais, sociais e trascendentais da
criatura humana”. NÉRICI (1985:10).

Podemos agora explicitar os termos do presente conceito afim de torná-lo mais


compreensível:
 Explicação e desenvolvimento de virtualidades;
 Contrato com a realidade;
 Desenvolvimento espiritual;
 Actuar na realidade;
 Atender necessidades pessoais, sociais e transcendentais.
Ensino
É o processo de transmissão/ mediação e assimilação de conhecimentos científicos,
habilidades, hábitos, convicções de forma sistematizada e que ocorre em estabelecimentos
de ensino devidamente autorizadas.

O ensino representa a educação em acção, isto é, em actividade de concretização dos seus


propósitos. É a explicitação dos meios para a efectivação das intenções do conceito da
educação no comportamento do indivíduo. É um processo bilateral. Ele compõe-se por
dois lados (ensinar e aprender).

Ensinar é uma actividade do professor orientada para a transmissão, mediação dos


conhecimentos em direcção `a actividade cognitiva prática dos alunos. Aprender é uma
actividade dos alunos orientada para o domínio de conhecimentos e das habilidades
cognitivas.

Consiste num processo de confronto de tarefas, nele o aluno aprende as abordagens, os


métodos e valorização que são necessário para uma boa conduta na vida, requerendo
aplicações no presente e no futuro.

O ensino é um processo especialmente organizado da interacção entre o professor e o


aluno que consiste em transmitir ou mediar, adquirir conhecimentos, habilidades e
experiências cognitivas dos alunos; ou seja, é acção pela qual o professor transmite ao
aluno, e faz adquirir/ assimilar por este; conhecimentos ou meios de pensamento, pelo
emprego de métodos elaborados para esse efeito e graças a própria competência.

Nisto, o ensino é toda e qualquer forma de orientar a aprendizagem de outrem, desde a


acção directa do professor, até a excussão de tarefas de total responsabilidade do
educando, previsto pelo professor.

Em Suma:
O ensino é o processo de transmissão e aquisição de educação e instrução de modo
planificado e sistematizado.

Instrução
A instrução se refere `a formação intelectual, formação e desenvolvimento das
capacidades cognitivas mediante o domínio de certo nível de conhecimentos
sistematizados.

É um processo de aquisição de capacidades, conhecimentos, convicções sistematizadas,


organizados e que ocorrem em estabelecimentos devidamente autorizadas.
A instrução pressupõe um determinado nível de preparação de um indivíduo para a sua
participação numa esfera de actividade. A instrução como aquisição de experiências ou de
conhecimentos de uma determinada área do meio social, é uma condição própria para
todos os homens da sociedade, independentemente de ter frequentado a escola ou não. Na
instrução, o homem adquire conhecimentos do saber fazer. Portanto, consiste na
transmissão de conhecimentos, de procedimentos de como são feitas as tarefas e tratadas
determinadas coisas.

A instrução também tem um sentido mais amplo, que não é o resultado do ensino, mas
sim, de auto – instrução, da informação em massa (jornais, cinema, rádios, etc), incluindo
o conhecimento do quotidiano.

Auto – Instrução
Pressupõe um trabalho independente, intencional, especialmente organizado, relacionado
com a busca e aquisição de conhecimentos num determinado campo, pelo qual o homem
tem interesse.

NB: A pedagogia é uma ciência sobre a educação, ensino e instrução do homem em todos
os momentos históricos do seu desenvolvimento.
1.3- ESTRUTURA DA PEDAGOGIA
A pedagogia como toda ciência constitui um conjunto organizado sistemático de
conhecimentos, possui estrutura própria.

Distingue-se nesta estrutura três partes essenciais:


 Pedagogia Normativa (Pedagogia como filosofia) – que investiga fins e ideias
fundamentais da educação tanto ao longo da evolução da humanidade como em
seu estado actual e em sua estrutura intima.
Refere-se aos ideais da educação que os povos construíram, aos fins da educação que os
pedagogos pensaram assim como, procura estabelecer a estrutura da educação, isto é, a
regulamentação de cada uma das actividades educativas.
 Pedagogia Descritiva (Pedagogia como Ciência) – estuda os factos, factores que
influem na vida e na realidade educacional, tanto sob aspecto biológico, como sob
aspecto psíquico e social.
No aspecto biológico estuda as condições da hereditariedade, o desenvolvimento físico e
sua relação com o mundo circundante. No aspecto psíquico, compreende o
desenvolvimento psíquico em seu aspecto psíquico evolutivo e caracterológico assim
como as funções anímicas. No seu aspecto social, refere-se aos diversos tipos sociais
(família, localidade, nação, que influem no processo educativo).
 Pedagogia Tecnológica (Pedagogia como Arte) – estuda os métodos de
organização e as instituições da educação. Refere-se as técnicas educativas, ao
como educar. Este aspecto situa-se entre o filosófico e o cientifico, isto é, entre o
que deve ser e o que é a educação – ligando o ideal ao real.
Assim, segundo essa estrutura, a pedagogia apresenta disciplinas filosóficas, científicas e
técnicas.

Disciplinas Filosóficas
- História da Educação;
- Filosofia da Educação;
- Educação Comparada;
- Política Educacional.
Disciplinas Cientificas
- Biologia Educacional;
-Psicologia Educacional;
- Sociologia Educacional.

Disciplinas Técnicas
- Administração Escolar;
-Organização Escolar;
-Higiene Escolar;
-Orientação Educacional;
-Didáctica Geral/ Especial

Pedagogia

Aspecto Filosófico Aspectos Científicos


O que deve ser a educação? O que é a educação?
Para onde conduzir as novas gerações?

Aspecto Técnico
Como educar?

Extraído na obra de PILETTI (1991:42)

1.3.1- Principais ramos da Pedagogia


Na antiguidade, existia uma única ciência: a Filosofia, como estudo mais geral, sobre a origem do
mundo e do homem. No seio da qual, considerava-se problemas de física, psicologia e outras
ciências, incluindo pedagogia.
A medida que se acumulavam experiências práticas e suas generalizações teóricas, estas ciências
separam-se em conhecimentos particulares.
Actualmente a pedagogia, como ciência independente divide-se numa série de ramos, com base
nas diferenças objectivamente existentes na educação e no ensino.
Assim, destacamos os seguintes ramos da pedagogia:
1- Fundamentos da pedagogia;
2- Teoria ou filosofia da educação;
3- Didáctica geral;
4- Pedagogia das Idades
5- Pedagogia especial ou defectologia
6- História da Pedagogia
7- Pedagogia Comparada
8- Administração e gestão escolar;
9- Metodologia de ensino;
10- Pedagogia profissional.

1- Fundamentos da Pedagogia
Analisa os princípios gerais dos processos, examina as premissas do surgimento das ciências
pedagógicas procurando formar as noções básicas e os fundamentos para um estudo aprofundado
posterior.
Estuda a educação como função especial da sociedade e do homem em todas as faixas etárias.
2- Teoria ou filosofia da educação
Estuda os processos parciais da educação, dentro e fora do ensino, nos quais se formam as
qualidades de carácter (atitudes, convicções, hábitos e formas de comportamentos do homem).

3- Didáctica Geral
Estuda as leis gerais da educação, da instrução, da auto – instrução e o ensino propriamente dito,
sob orientação do pedagogo. Também elabora objectivos, conteúdos, métodos e técnicas do
ensino.
4- Pedagogia das Idades
Examina teorias mais gerais da educação do homem nas suas diferentes etapas etárias, isto é,
estuda as particularidades da educação e do ensino nos diferentes períodos etários.
Esta por sua vez subdivide-se em três áreas:
- A Pedagogia Pré-escolar;
- A Pedagogia Escolar;
- Andragogia (Educação de Adultos).

5- Pedagogia especial ou defectologia


Ocupa-se das pesquisas dos problemas da educação e do ensino, da preparação laboral das
pessoas com deficiências físicas e mentais. Actualmente a defectologia passou a designar-se por
Necessidades Educativas Especiais (N.E.E).
Esta também subdivide-se em três partes:
- Surdo Pedagogia examina problemas de educação das crianças com dificuldades auditivas;
- Oligofreno- Pedagogia; examina problemas de educação de crianças com dificuldades
psicofisiológicas;
- Tiflo- Pedagogia, examina a educação de crianças com problemas visuais.
6- História da Pedagogia
Examina o desenvolvimento da educação nas escolas e das teorias pedagógicas em diferentes
períodos, desde a antiguidade até a actualidade.
7- Pedagogia Comparada
Estuda as tendências gerais e os traços característicos do desenvolvimento das teorias
pedagógicas e das práticas educativas em diferentes países do mundo, isto é, comparar o sistema
educativo ao nível dos países.
8- Administração e Gestão Escolar
Investiga os problemas de planificação, organização, administração dos sistemas de educação,
analisa e elabora conteúdos e métodos de direcção de uma instituição de ensino.
9- Outros ramos da Pedagogia
Metodologia de ensino, examina as leis e as regularidades de ensino nas diferentes disciplinas.

10- Pedagogia Profissional


Investiga as e regulamentos laborais para as diferentes profissões e benefício social.
1.4- RELAÇÃO DA PEDAGOGIA COM OUTRAS CIÊNCIAS
A pedagogia é o princípio da educação. Entendendo a educação como um processo de formação
integral do homem, a pedagogia está contida na educação não como uma ciência isolada mas
antes como uma verdadeira doutrina filosófica e social que determina a sua acção prática.

Se observamos atentamente a essência e o princípio da pedagogia diremos que ela constitui a


soma ou síntese das diversas disciplinas que se interessam pelo homem no seu dever educacional.
Trata-se de uma pluridisciplina/multidisciplina que reúne o inventário dos factores que
determinam o acesso ao mundo.

Esta pluridisciplinaridade que ao mesmo tempo é interdisciplinaridade não se organiza sem o


esforço, sem paciência, precisa que o pedagogo tenha um carácter investigativo, uma concepção
geral dos acontecimentos. Pressupõe dizer que os conteúdos, métodos, técnicas, objectivos,
traçados pela pedagogia devem resultar dos conhecimentos adquiridos nos outros domínios da
vida.

Todavia, a melhor ligação que ela estabelece é com ciências cujos objectivos de estudo é o
homem., isto é, com conhecimentos que possibilitam a identificação dos factores que influenciam
o comportamento humano. Neste âmbito, estando em contacto com a Filosofia, Psicologia,
Psicologia, Sociologia, Antropologia, Biologia humana, Politica, Economia, entre outras; a
Pedagogia explica e orienta a prática educativa através de uma metodologia própria, cumprindo
com a sua principal finalidade: Educação do Homem pelo Homem.

PEDAGOGIA COM A FILOSOFIA


Se na base, ao nível da acção real da pedagogia pertencente a categoria dos processos e das
técnicas, o seu nível superior está em contacto com a filosofia. Como afirma Juif e Devero
(1974:34) “ a pedagogia é a parte da filosofia, melhor ainda é o seu ponto final e o seu remate,
sendo a própria filosofia uma pedagogia”.
A filosofia é suporte de síntese e assegura a unidade de investigação propondo princípios,
directrizes e estruturas organizadas. O filósofo como especialista das ideias gerais, organiza em
sistemas, ideias nascidas da reflexão pedagógica. É a ciência dos fundamentos da realidade. Lá
onde a pedagogia para, sem mais indagar, entra a filosofia e começa a investigar.

A filosofia abrange os princípios fundamentais da educação tais como as relações da educação


com a vida, os valores, as ideias e as finalidades da educação. Procura responder os seguintes
problemas: o que deve ser a educação? Para onde a educação deve conduzir as novas gerações?

PEDAGOGIA COM A PSICOLOGIA


Enquanto social, o homem é um ser individual dotado de particularidades psicológicas que
distinguem e determinam o seu modo próprio de percepção do mundo.

Nesta perspectiva a psicologia estuda o comportamento tendo como base a natureza do indivíduo
nas diferentes etapas e nas variadas situações da vida. O principal enfoque da psicologia está nas
diferenças e nos processos que permitem explicar a variação de repostas diante as situações ou
estímulos semelhantes.

Dita de um outro modo, a pedagogia estuda as conexões da educação e do ensino. Determina os


objectivos, métodos, conteúdos, tarefas e formas de organização da educação do homem, por sua
vez a psicologia fornece elementos de reflexão e compreensão do homem, no seu
desenvolvimento psicológico na sua maneira de ser, temperamento e carácter. Portanto, a
psicologia elabora teorias para a prática pedagógica.

PEDAGOGIA COM A SOCIOLOGIA

Todo o estudo da criança e muito particularmente em situação escolar deve situar o individuo não
apenas em relação as condições biológicas, mas também em relação as condições sociológicas. A
sociologia não estuda diferenças individuais, mas sim o indivíduo como membro de uma
determinada sociedade, dotada de normas e padrões de comportamentos.
A sociologia desenvolve teoria sobre agrupamentos sociais e sobre os mais amplos processos da
sociedade. Estuda os valores sociais, as mudanças na sociedade, os padrões do comportamento
familiar, diferenças entre grupos de indivíduos, entre classes sociais, grupos políticos e
agrupamentos de trabalho.

A sociologia estabelece relações entre os diferentes tipos de acção pedagógica `a característica de


uma determinada sociedade e a estrutura objectiva das forcas sociais. Alias, o fim último da
educação é a socialização do homem.

PEDAGOGIA COM ANTROPOLOGIA


A antropologia estuda o conjunto de costumes de instituições e de obras que constituem a herança
social de uma sociedade. É a ciência que trata os valores culturais do homem, exerce uma função
na formação e enquadramento da cultura humana.

Neste âmbito a educação vai introduzindo a cultura antiga (original) aos mais novos e que com a
evolução os jovens vão adquirir novos valores culturais alcançando culturas mais sistematizadas.

PEDAGOGIA COM BIOLOGIA HUMANA


Há consciência absoluta de que para conhecer a criança e para formá-la, é indispensável antes de
mais considerá-la nos condicionalismos proveniente do seu corpo, isto é, anatomia (estrutura
física) e fisiologia (funcionamento do organismo).

Nesta, a biologia humana estuda a estrutura e as leis de crescimento a saúde, higiene que são
elementos indispensáveis `a percepção `a percepção, atenção, a memória e assimilação dos
conhecimentos.

PEDAGOGIA COM CIÊNCIAS POLITICAS


Estudam a maneira de viver e o sistema e o sistema de governação de uma sociedade. É verdade
que a evolução das disciplinas pedagógicas dependam da política e do sistema governativo.
Alias, os objectivos gerais da educação são geralmente traçados pelo governo, dai a sua total
influência. Dado que a pedagogia pode ser brutalmente limitada pela pressão dos acontecimentos
sócios políticos, toda análise, projecção devem acompanhar a evolução e o desenvolvimento da
classe no poder.

PEDAGOGIA COM ECONOMIA


Estabelece as leis de rendimento no trabalho; planifica as necessidades sobre recursos humanos e
matérias na sociedade.

As grandes mudanças no presente são comandadas principalmente pelo desenvolvimento


demográfico. A demografia levanta ao nível escolar problemas de varia índole que atingem em
contra partida a organização; isto é a previsão até mesmo imaginação é em qualquer dos casas
planificação.

A planificação diz respeito o lugar da educação o desenvolvimento económico e social. A analise


em função das exigências sociais das possibilidades da economia, assuntos relativos aos
efectivos, implementação dos estabelecimentos escolares, as estruturas pedagógicas, os
programas de recrutamento, formação e distribuição do pessoal a orientação e selecção dos
alunos `as construções escolares e por conseguinte as despesas do ensino, interessam-se pelas
atitudes educativas tendo em vista o futuro.

1.5- OS MÉTODOS DA PEDAGOGIA


Como toda a ciência, a pedagogia dispõe de uma série de métodos para estudos de seu objecto,
que é a educação.
Conceitos dos métodos
O conceito mais simples de meto é, caminho para alcançar uma objectivo; uma acção
encaminhada a um fim; um meio para alcançar um objectivo determinado.
Segundo NÉRICI (1978:15) método, é um conjunto coerente de procedimentos racionais que
orientam pensamentos para serem alcançados conhecimentos validos.
Para LAKATOS (2000:45) método é o conjunto de acções que o espírito humano emprega na
investigação e na demonstração da verdade.
O educador ao explicar e orientar o processo educativo em função dos objectivos utiliza
intencional um conjunto de acções, passos, e as condições externas a que chamamos de métodos
pedagógicos.
Daí que, métodos pedagógicos é um modo de reflexão e explicação dos processos pedagógicos,
buscando o desenvolvimento integral do homem, através de uma organização de procedimentos
que favoreçam a consecução dos propósitos estabelecidos. Por outras palavras, é um conjunto de
actividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia permitem o estudo da
educação.
Os métodos pedagógicos decorrem de uma concepção da sociedade, da actividade prática
humana e praticamente da compreensão das práticas educativas numa determinada sociedade.
Neste sentido, os métodos pedagógicos fundamentam-se numa acção de reflexão sobre a
realidade educacional, sobre a lógica interna e externa das relações entre os objectos, factos e
problemas sociais.
Os métodos pedagógicos implicam pois, ver objecto de estudo nas suas propriedades e suas
relações com outros objectos e fenómenos sob vários ângulos e especialmente na sua implicação
com a pratica social, uma vez que a apropriação dos conhecimentos tem a sua razão de ser na sua
ligação com necessidades na vida humana.

Em síntese, podemos dizer que métodos pedagógicos são acções de investigação educacional
pelas quais se organizam actividades educativas e dos educandos com vista a alcançar os
objectivos e as necessidades da sociedade.
Dada a natureza e a complexidade dos conhecimentos pedagógicos, não há método único, mas
uma variedade de métodos cuja escolha e organização dependem dos recursos, objectivos,
conteúdos, tempo, as formas de organização da educação e as condições socio-económicas.
De uma forma geral, para a reflexão dos aspectos pedagógicos, utilizam-se os métodos que em
ultima instancia são os métodos gerais das ciências sociais, adaptados ou modificados de acordo
com as suas peculiaridades.
Assim, os métodos geralmente classificam-se em três tipos:
- Métodos Pedagógicos ao Nível Empíricos: Observação, Experimentação, Questionários,
Entrevistas, Estudo Documental.
- Métodos Pedagógicos ao Nível Teórico: Análise, Síntese, Indutivo, Dedutivo, Compreensão,
Comparativo, Genético, etc.
-Métodos Pedagógicos ao Nível Quantitativo (Estatístico).

Observação e experimentação – os métodos mais gerais empregados na pedagogia são a


observação e experimentação. A observação consiste na consideração ou percepção dos factos,
tal com se apresentam espontaneamente na realidade educacional. A observação limita-se `a
descrição e registro dos fenómenos, sem modificá-los.

Quando o observador se dirige sobre a própria pessoa, quando o observador se socorre, por
exemplo, de suas lembranças ou experiências como aluno chama-se introspecção; quando a
observação se dirige aos outros, ao estudar, por exemplo, o efeito de determinado método de
ensino sobre os alunos, chama-se heterospecção. A observação divide-se ainda em individual ou
colectiva, conforme se trate de observações sobre um único aluno, ou sobre um grupo de alunos.

A experimentação consiste em observação provocada intencionalmente. Neste caso não se espera


que o fenómeno se produza: é produzido ou provocado. A vantagem do experimento sobre a
observação é que, naquele, pode se repetir os fenómenos nas mesmas condições, modificá-los `a
vontade, e comprovar seus resultados objectivamente.

Tanto o experimento como a observação não se podem realizar `as cegas, arbitrariamente, mas
são dirigidos por uma finalidade ou por uma hipótese que se quer demonstrar. É necessário,
portanto, preparar de antemão as condições em que se vão realizar e levá-los a termo, depois,
com o maior cuidado possível.

Análise e Síntese – como é sabido, a análise consiste na dissociação ou decomposição das partes.
O método analítico aplica-se em pedagogia quando, por exemplo se estudarmos componentes de
um processo de ensino ou as aptidões dos alunos que intervêm na resolução de um problema, ou
quando se investiga os efeitos das excursões escolares sobre o ensino, etc.
O método sintético consiste na inversão da análise, isto é em recompor um objecto com suas
partes anti separadas. Por exemplo: quando no ensino das línguas via-se das letras ou sílabas `as
palavras, ou quando se quer obter o perfil psicológico de um aluno. Chama-se reprodutivo,
quando se limita a simples inversão de uma análise anterior e construtivo quando, além dessa
inversão obtém-se novos resultados.

Indução e Dedução - a indução consiste em ir do particular para o geral, dos factos `a lei.
Comumente o método indutivo é o mais empregado pela ciência mas requer grande cuidado na
aplicação. Para que seja eficiente é preciso que se reúna o maior número de casos e se
estabeleçam entre eles as relações e semelhanças, de modo que a lei ou explicação possa ter
aplicação geral. Emprega-se em pedagogia quando se quer determinar, por exemplo, por meio
dos trabalhos dos alunos qual é o melhor método para o ensino do idioma, ou quando se quer
conhecer através de exercícios apropriados, os efeitos do trabalho manual sobre o intelectual.

A dedução é o inverso da indução, e consiste em ir do geral ao particular, da causa ao efeito.


Realmente, a dedução não traz nenhum conhecimento novo, é uma modificação da indução, e
quase não é empregada na ciência. Tem aplicação na educação propriamente dita, como veremos
mais tarde.

O Método Comparativo – consiste em comparar ou relacionar factos ou fenómenos para


encontrar suas semelhanças ou diferenças e obter as conclusões pertinentes. A comparação, o
método comparativo, poderá realizar-se com indivíduos de sexo, idade, nacionalidade ou cultura
diferentes, ou de tipo de psíquico diverso, ou sobre seres de espécies diferentes (criança e
animal).

O Método Genético – consiste no estudo dos fenómenos ou actos educativos em seu


desenvolvimento através das diversas épocas. Com ele pode-se estudar por exemplo o processo
das actividades mentais do aluno, desde a infância até a adolescência, para a elas adaptar os
diversos métodos de ensino. O método genético exige, nos casos individuais muitíssimo tempo e
é por isso, de difícil aplicação.
O Método Estatístico – o método compreende ordinariamente as seguintes fases: colecta de dados
referente ao problema estudado; organização dos dados para facilitar a interpretação (tabulação,
distribuição, etc.); elaboração matemática dos dados para isolar e avaliar os actores mais
importantes, medidas de correlação, etc; exame critico e interpretação dos dados.

O Método dos Testes - consiste essencialmente em provocar ou resposta a estimulo previamente


determinado. Trata-se de facto de exame por meio de perguntas, actos ou sugestões, tudo previsto
e graduado de modo científico.

A maior vantagem nos testes é constituírem medidas objectivas independentes do critério pessoal
e subjectivo do examinador e poderão ser entendidos e utilizados universalmente.

O Método da Compreensão – os métodos até agora indicados, referem-se a aplicações da lógica e


da psicologia tradicional. Mas a filosofia moderna adoptou, a partir de Dilthey, como método
essencial das ciências do espírito, o da compreensão.

UNIDADE:II
DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA
PEDAGOGIA
2.1- EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE PRIMITIVA
A Educação como fenómeno social surgiu na comunidade primitiva, quando surgiu o homem
Sapiens, a cerca de 70 mil anos atrás. A condição do surgimento da educação foi o trabalho,
quando homem começa fabricar instrumentos de trabalho. O emprego desses e a sua aplicação na
produção tornou a vida do homem mais complexa, surgindo assim a necessidade de transmitir
essas experiências as gerações mais novas.
A pertinência principal da educação nessa altura consistia em educar a criança directamente no
processo da vida e do trabalho junto dos adultos.
Os principais métodos de formação do homem eram: a simples imitação aos adultos, a
transmissão oral e influência do meio ambiente físico e social.
A imitação era uma das principais formas pelas quais a criança adquiria os conhecimentos entre
os povos primitivos. Nos primeiros anos de vida, a imitação é inconsciente – as crianças brincam
com pequenas reproduções dos instrumentos utilizados pelos adultos.

“Brincando imitando, as crianças aprendem a fazer todas actividades dos adultos. As actividades
imitativas e jogos, preparam as crianças para a vida real e contribuem para o desenvolvimento da
sua habilidade psicomotora das suas faculdades de observação e invenção. Constroem seu
conhecimento a partir da sua manipulação da miniatura da realidade”. BONNET (1996:18).

Na fase consciente da imitação, as crianças participam directamente nas actividades em


cooperação com os adultos. Nesta fase a criança, aprende pouco a pouco as diversas ocupações
da família e da comunidade, tais como fabrico de utensílio, a pesca, a caca, a recolecção, a
pecuária, entre outras actividades.

Outra forma da educação na sociedade dita primitiva na sua forma mais avançada eram os ritos
de iniciação (ritos de passagem), que perduram até aos nossos dias, inclusive em Moçambique.
Geralmente, essas cerimónias acompanham a vida do indivíduo nas suas diferentes faixas etárias,
desde o nascimento até a velhice. Contudo, particularmente, verificam-se desde o início da
adolescência até a admissão dos jovens na comunidade adulta.

Embora todos os homens, adultos e iniciados, participasse nas cerimónias de iniciação haviam
determinadas pessoas, as quais cabia a direcção das mesmas. Essas pessoas eram denominadas
segundo os diferentes cargos, por feiticeiros, curandeiros, sacerdotes, chefes tribais, entre outras
pessoas consultavam espíritos familiares. Essas pessoas, constituem os primeiros professores
profissionais entre os povos primitivos, e a educação como uma actividade especialmente
organizada embora não reconhecida como actual.
A educação existe mesmo onde não há escolas. Nas sociedades primitivas não existiam escolas
nem métodos de educação conscientemente reconhecidos como actuais, no entanto, existia
educação cujo objectivo era “promover o ajustamento da criança no seu ambiente físico natural
por meio de aquisição de experiências das gerações passadas”. MONROE (1983:1).
Ainda hoje, existem regiões onde não há escolas convencionais, no entanto a educação não deixa
de ocorrer, embora aconteça por processo diferentes das utilizadas nos estabelecimentos escolares
devidamente reconhecidos.

2.2- A EDUCAÇÃO NA ANTIGUIDADE CLÁSSICA

A ORIGEM DA PEDAGOGIA NA GRÉCIA


Na Grécia Antiga distinguem-se dois grandes sistemas de ensino. A educação de Atenas e a
educação Espartana.

Educação Espartana
A educação espartana reflectia o carácter socio-económico da sociedade esclavagista. Ela tinha os
seus traços próprios de muitos outros estados esclavagistas onde a organização social tinha um
carácter militar, onde a guerra se considerava como a ocupação fundamental dos eus habitantes e
o desporto como a forma mais perfeita do governo. A educação nestes governos tinha um
carácter nitidamente militar e autoritário.

O fim supremo da educação consistia em preparar guerreiros capazes de assumir a superioridade


militar sobre as classes subjogadas. Este objectivo realizava-se principalmente através de
exercícios desportivos militares. A educação física e militar nessas instituições combinava-se
com danças, cantos e músicas de carácter combativo militar.

A instrução no sentido moderno do termo não existia entre os espartanos. Poucos entre os nobres
sabiam ler, escrever ou contar. Os homens estavam proibidos de se interessarem por qualquer
assunto que pudesse distrair os exercícios militares.
A educação espartana consistia numa espécie de transição da antiga educação primitiva para uma
nova educação. A educação espartana era muito próximo da educação de Roma Antiga que
também tinha um carácter evidentemente militar.

Educação Ateniense
A educação em Atenas foi organizada de modo diferente da de Esparta e também totalmente
diferente de outros sistemas de educação e formação do homem na época esclavagista. Em
termos gerais ela reflectia a originalidade da civilização grega.

Pode-se dizer que a civilização grega foi a única do seu género. Ela absorveu muitas das
civilizações circunvizinhas. Na civilização grega estavam patentes traços de civilização Egípcia,
Persa, Babilónia, etc.

A civilização grega no mesmo tempo que absorvia a cultura dos povos vizinhos também deu
origem a muitos novos ramos de conhecimento e géneros de arte que constituem ainda hoje
fundamentos da cultura contemporânea.

Em relação as artes plásticas ela apresenta um modelo ideal que até certo ponto atinge o nível de
uma cultura clássica que continua a ser estético dos povos contemporâneos, pois quase todas as
matérias de estudo de uma escola secundária como geometria, álgebra, história, filosofia tem a
sua origem na educação grega.

A cultura da Grécia atingiu o seu apogeu de desenvolvimento no séc. V e IV a.c. Os cientistas


explicam este fenómeno ou milagre grego, nome que ficou conhecido o desenvolvimento
histórico grego como tendo origem vários factores.

A principal razão é atribuída o carácter e natureza humana do grego antigo, pela sua inteligência
e sensibilidade, da situação geografia privilegiada que facilitava a rápida assimilação do
património cultural de outros povos e contribuía ao desenvolvimento da economia e comércio.
Contudo, os cientistas atribuem como razão do milagre grego a organização cultural e socio-
político do país quer se baseava no princípio da democracia, liberdade, criatividade e da
perfeição.

Pela primeira vez na história das comunidades foram colocados em primeiro lugar os interesses
do indivíduo a sua beleza, a sua inteligência e a sua perfeição. Foi precisamente nessa altura em
que foi declarado o princípio fundamental do humanismo: o homem é a medida de todas as
coisas.

Os guerreiros antigos foram os primeiros na história da pedagogia a conceberem o novo tipo de


homem multilateralmente desenvolvido e procuraram realizar esse ideal na prática. O ideal não
só comportava a perfeição física, moralidade forte, actividades militares próprios de todos
sistemas de educação na sociedade esclavagista mas também um amplo horizonte intelectual e a
beleza estética.

De acordo com o ideal grego foi fundado um sistema escolar que compreendia os diversos
estabelecimentos de ensino e de educação. Dos 7 aos 14 anos, as crianças frequentavam escolas
de gramática e de música. Essas escolas ensinavam a ler, escrever e contar.

As escolas guitarristas ensinavam a educação poética e a musica. Durante dois ou três anos, as
crianças frequentavam estabelecimentos de educação física e desporto.

Dos 14 aos 16 anos, frequentavam escolas de palestras. Dos 16 aos 18 anos, frequentavam
escolas de ginásio. Nestas escolas os alunos estudavam filosofia política, literatura em estreita
ligação com a educação física e educação militar.

Dos 18 aos 20 anos, frequentavam estabelecimentos de ensino denominados Efébia – espécie de


serviço pré-militar que assegurava a preparação militar dos cidadãos. A educação militar era
completada com instrução extra-escolar aberta para todo o povo, que compreendia espectáculos
teatrais e desportivos, cerimonias religiosas e artes plásticas, frequência as assembleias e
tribunais públicos.
Em Suma:
O sistema educativo de Atenas garantia um alto nível cultural da população a qual se explica em
particular os êxitos destes povos no campo da arte e da ciência e particularmente da filosofia para
além da observação da natureza. Porém, esse sistema tinha um carácter de classe evidente. Os
escravos não tinham acesso nas escolas acima mencionadas, aos conhecimentos científicos e ao
ensaio sistematizado. As escolas eram privadas e pagas.

A educação das camadas mais desfavorecidas como o caso de escravos, realizava-se


essencialmente no processo de trabalho manual. Assim, o ideal do homem multiculturalmente
desenvolvida não dizia respeito a grande parte da população.

Convém referenciar que mesmo os cidadãos livres este ideal era também incompleto e limitado,
porque não considerava a tal componente essencial: A ligação entre ensino e trabalho produtivo.
O desprezo pelo trabalho manual era um dos traços característicos do sistema de educação
ateniense.

Os Sofistas (450-400 a.c.)


Os sofistas (sophós = sábios) eram professores ambulantes que percorriam as grandes cidades.
Ensinavam as ciências e as artes com finalidades práticas, principalmente a eloquência, em troca
de uma elevada contribuição financeira.

Dos conteúdos, consistia em fornecer aos seus alunos discursos sobre certos tópicos ou sentenças
inteligentes a serem transmitidos nos momentos oportunos, tais como nos processos perante os
tribunais. Abrangia também o estudo das ciências naturais e históricas da época e treino em
dialéctica por meio de discussão em retórica, por meio do discurso público.

O facto de autodeterminarem-se como sábios e a remuneração exigida pelos seus serviços, estes
dois factos iam contra os princípios muito valorizados pelos Gregos: 1º era o princípio de
harmonia e reverencia e o 2º, o princípio de que a relação professor aluno devia basear-se na
estima mútua e não no carácter económico.
Os sofistas em seus ensinamentos acentuavam de forma exagerada o valor da individualidade,
pois que para eles não havia um sistema comum de ideias. A única ideia comum era que não
haviam ideias universais nem padrões universais de conduta. É assim que Protágoras um dos
maiores sofistas anunciou o princípio de que o homem é a medida de todas as coisas. Com esta
expressão, o indivíduo situava-se de tal nível de independência que ficava acima dos deveres do
cidadão.
Para os sofistas, a moralidade devia basear-se na razão e não nas tradições e nos costumes como
no antigo regime.

Os grandes Filósofos (400-300 a.c.)


Conhecidas as limitações da educação grega, e associando-se a guerra do Peloponeso (431-405
a.c.) pela qual Atenas perdeu a sua posição controladora do mundo helénico; houve a necessidade
de formular um ideal educativo que pudesse satisfazer as necessidades institucionais e o bem
colectivo e ao mesmo tempo promovesse o completo desenvolvimento da personalidade.

A oportunidade para que os filósofos reformulassem a teoria da educação nasceu do conflito


entre a nova e a velha educação grega.

Sócrates (470-399 a.c.)


Foi o orimeiro filósofo a definir o conflito entre a nova e a velha educação grega, entre o
interesse social e individual. Ela, tornou como ponto de partida o princípio básico da doutrina
sofista. “ o homem é a medida de todas as coisas”. Dai conclui Sócrates que, se assim é a
primeira obrigação de todo homem é procurar conhecer-se a si mesmo. É na convivência
individual segundo Sócrates que se deve procurar os elementos determinantes da convivência e
da educação e não em simples opiniões para guiar-se a ideias de valor universal.

O fim da educação é ministrar saber ao indivíduo pelo desenvolvimento do seu poder de


pensamento.
Através dos seus ensinamentos, Sócrates procurava demonstrar que o conhecimento das verdades
universais era a base de toda acção virtuosa, assim cada indivíduo devia adquirir a capacidade de
formular tais verdades. Os métodos utilizados por Sócrates eram ironia a maiêutica.

As contribuições de Sócrates na educação resume-se em: (foram):


11- O conhecimento possui um valor de natureza universal e não individualista;
12- A educação tem por objectivo imediato o desenvolvimentos da capacidade de pensar,
e não apenas de ministrar conhecimentos;
13- O processo objectivo para obter-se conhecimentos é o de conversão, o subjectivo é o
reflexo e organização da própria experiência.

Platão (428-348 a.c.)


Comungou com só ideias de Platão sobre:
 A necessidade de procurar uma nova base moral e que e que deveria encontrar-se em
ideias e na verdade universal.
 Aceitou e desenvolveu o método dialéctico de Sócrates, ele deu como um contínuo
discurso consigo mesmo.
 A educação é o processo do próprio educando, mediante a qual são dadas as ideias que
fecundam a sua alma. O conhecimento não vem de fora para o homem, é o esforço da
alma para adaptar-se da verdade.
 O despertar para o mundo para o mundo das ideias é um processo gradual, nisto, na
educação deve-se levar em conta tanto o corpo como o espírito.
Para Platão, a educação consiste na actividade que cada homem desenvolve para conquistar com
as ideias e viver segundo elas. O papel do educador consiste em promover no educando o
processo de interiorização, graças ao qual ele pode sentir a presença das ideias. A realidade para
Platão nada mais é do que a ideia que se realizou ou actualiza.

Uma diferença que convêm ressaltar entre Platão e Sócrates refere-se ao aspecto de quem tem
capacidade de adquirir conhecimentos. Sócrates afirmava que todos têm essa capacidade,
enquanto que Platão afirmava que apenas algumas pessoas a possuem.
Aristóteles (384 -322 a.c.)
Apresentou uma visão bastante diferente de Sócrates e de Platão. Enquanto esses dois afirmavam
que a base de conhecimentos consistia na virtude, Aristóteles afirmava que a virtude está na
conquista da felicidade e do bem. A virtude não consiste em simples conhecimentos do bem, mas
da sua conquista. E o bem na sua integridade resume-se em bem ser (intelecto) e bem fazer
(acção).

Para Aristóteles, os factores da educação humana são os seguintes: as disposições naturais


(natura), os meios para aprender (ars) e a prática ou habito para afirmar o assimilado
(exercitário).

Com base nesses factores, Aristóteles sistematizou pela primeira vez o processo de ensino ao
postular o seguinte plano metódico:
 O mestre deve em primeiro lugar expor a matéria do conhecimento;
 Em seguida tende cuidar que se imprima ou retenha o exposto na mente do aluno;
 Por fim, tem que fazer com que o educando relacione as diversas representações mediante
o exercício.

Os Ideais Gregos:
 O conceito de liberdade política no estado;
 A ideia de que a educação é a preparação para a cidadania;
 A ideia do desenvolvimento intelectual da personalidade;
 A ideia do amor ao saber pelo saber, isto é, a filosofia;
 A ideia de viver de acordo com a razão;
 O conceito do homem como sendo primeiramente um ser racional;
 O conceito da liberdade e da responsabilidade moral da personalidade;
 O conceito da arte como sendo a corporificação concreta de alguma verdade;
 A ideia de que o indivíduo deve procurar conhecer-se a si próprio.

Resumindo os ideais regos são: liberdade politica e moral, desenvolvimento intelectual (filosofia
e arte) e racionalidade.
2.3- EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE FEUDAL
A educação na idade media, nos séculos V – XVII (466-1640)

Por causa das guerras de conquista, a cultura grega romana entrou numa grande crise política,
socio-económica, a qual não chegou de se destruir graças, em grande parte a actuação da igreja
cristã. A religião desempenhou um papel decisivo na vida política, económica e ideológica na
sociedade feudal. Pois, somente através da igreja foi possível educar os novos povos. Por isso, no
feudalismo a obra da instrução e construção de escolas foi realizada quase especialmente pelo
clero.

As escolas eram fundadas anexas as instituições religiosas. Paroquias, mosteiros, catedrais,


episcopais e chamavam-se por escolas paroquiais, escolas monásticas, catedrais ou episcopais. As
escolas paroquiais forneciam elementos aos mosteiros e as catedrais ministravam a instrução
média e superior. Uns e outros tipos dessas escolas eram subdivididas em internas que se
destinavam a instrução dos futuros monges, clericos e externas destinadas a instrução de homens
seculares (livres). Naturalmente as escolas todas elas adquiriam nitidamente o carácter religioso.

As escolas baseavam-se no princípio do cristianismo. O ponto de partida da pedagogia cristã


consistia no dogma ou imposição sobre a natureza do homem dual constituído por corpo e por
alma. Se os gregos antigos procuravam harmonizar estas partes, os cristãos procuravam separá-
los exaltando a alma em determento do corpo. O corpo é a parte pecaminosa do homem
relacionada com emoções, as paixões, os instintos sensoriais que servem de base ou a vícios nos
seres humanos.

Segundo a doutrina cristã, as necessidades do corpo levam a degradação moral da sociedade e a


sua destruição. A partir deste princípio, os cristãos consideraram como fim principal da educação
a regeneração e aperfeiçoamento espiritual do homem, portanto, formação de capacidades por
dominar e controlar os sentimentos, paixões e os instintos do corpo. O estímulo fundamental para
o aperfeiçoamento espiritual é a fé em Deus e a esperança na vida eterna. A futura vida após a
morte como consequência da vida exemplar no mundo terreno.
As crianças eram educadas e familiarizadas nas escolas pelas doutrinas cristãs, do que dar
conhecimentos científicos. Nas escolas elementares, o canto coral religioso e as rezas eram
consideradas mais importantes que actividade de escrever e calcular. Muitas crianças terminado
este nível não sabiam ler e escrever, somente sabiam rezar e cantos cristão em Latim. Do mesmo
modo, na escola do grau médio (monásticas) as actividades principais eram o culto espiritual e a
intrusão da alma.

Os conteúdos de ensino eram as sete artes liberais: gramática, retórica, dialéctica, aritmética,
geometria, astronomia e música. Como disciplina fundamental, considerava-se a teologia. A
retórica e a dialéctica preparava os alunos para debates de temas religiosos, para interpretar e
defender os dogmas da igreja. Todas disciplinas provavam/ visavam a existência de Deus e sua
influência sobre os acontecimentos do mundo terreno (natureza, acções do homem) e dai incluir
nos alunos a veneração a Ele. As ciências naturais não eram incluídas (negligenciadas) no
programa de estudo nessas escolas. Os conteúdos e métodos de ensino nessas escolas baseava-se
na ESCOLÁSTICA.

ESCOLÁSTICA
É uma atitude intelectual baseada pelo verbalismo, pelo dogmatismo, pelas subtilezas puramente
formais pelo conformismo e pelo culto supersticioso das autoridades intelectuais.

Esta atitude não propunha formular novas doutrinas e conceitos, não se preocupava em encontrar
a verdade, pois que a verdade estava contida nos livros sagrados e nas definições dogmáticas da
igreja, apresentados como irrefutáveis que deviam ser aceites sem críticas nem exame. A
característica principal da escolástica é o verbalismo.

Objectivos da escolástica
Conduzir o homem a compreensão dessas verdades já contidas nas definições dogmáticas da
igreja. Nas escolas elementares este método manifestava-se na aprendizagem de decoros das
definições prontas.
Nas escolas médias e superiores, este método assumia na forma de comentários dos textos de
livros sagrados.

Em geral, a escola na idade média, baseava-se nos métodos de pura memorização. Os alunos
aprendiam a decorar as regras e definições exclusivamente na base do material fornecido pelos
livros sagrados. O contacto com a natureza para a obtenção de novos dados e dedução com base
em experiências eram consideradas diabólicas, inocivos e como tal condenáveis.

A pedagogia cristã desprezava os sentidos no conhecimento do mundo e consequentemente


desprezava os métodos directos e práticos, contribuindo assim para um alto desenvolvimento do
ensino dogmático e livresco por um lado, e por outro, para a estagnação do desenvolvimento
técnico e cientifico da humanidade.

De referir que as escolas da Igreja eram frequentadas principalmente por crianças dos clericos.
Para as outras camadas foi organizado um outro tipo de educação. As crianças dos senhores
feudais e dos cavaleiros frequentavam uma educação cavaleiresca, uma educação que não
implicava conhecimentos científicos, literários nem sequer do alfabeto. Era uma educação que
visava fundamentalmente ensinar o uso das armas e as maneiras de cortesia que se baseavam
numa espécie do código cavaleiresca na disciplina severa e laboral nos exercícios desportivos
militares.

2.4- EDUCAÇÃO NA IDADE MODERNA


2.4.1- Neo-humanismo Pedagógico
Educação Renascentista

O RENASCIMENTO E A PEDAGOGIA HUMANISTA


O humanismo é parte integrante de um movimento cultural e artístico que se desenvolveu nos
séculos XVI e XVII na Europa.
Teve o seu início na Itália e daí se espalhou por toda a Europa, propunha-se restaurar as formas e
ideias da antiguidade clássica.

Etimologicamente, renascimento significa a acção de renascer. Isto é, nascer de novo.

MONROE (1983:146), resume as actividades de renascimento em três tendências gerais, que


representam três grandes interesses desconhecidos “ignorados” durante a idade média:
1- Interesse pela vida real do passado;
2- Interesse pelo mundo subjectivo das emoções;
3- Interesse pelo mundo da natureza física.

Os sistemas de pensamento, da vida e da educação desenvolvidos na idade média ignoraram


completamente estes interesses, portanto, eram sistemas estáveis em virtude e mesmo em
perfeição.
As principais consequências dos novos interesses são:
- Estudo mais amplo e intensivo da língua grega e latina;
- Caça aos movimentos renascentistas desta literatura;
- Restauração das obras clássicas;
- Criação na Literatura de um novo interesse por tudo que apelasse pela imaginação e para o
coração;
- Esforços artísticos sobre todas as suas formas;
- Análise interpretativa da vida emocional;
- Desenvolvimento das ciências históricas e sociais.
Em fim, deslocação do centro de gravitação das coisas divinas para o próprio homem.

Traços característicos da pedagogia humanista


O interesse da educação no renascimento estava centrado nas actividades específicas da
humanidade. Os humanistas colocaram em primeiro lugar o culto do homem, fizeram renascer a
dignidade humana como tal, a capacidade e confiança nas suas forças físicas e intelectuais.
Foram os primeiros homens que se pronunciaram contra a doutrina religiosa, sobre a natureza
pecaminosa do homem, diferenciando-se dos teólogos (eles mostraram mais interesse pelo
homem concreto, pelas suas forças na terra).

Definiram o desenvolvimento de todos os aspectos da personalidade humana: físicas, intelectuais,


estéticas e morais, portanto, defendiam uma abordagem integral na formação e desenvolvimento
do homem.

De acordo com esse ideal, os humanistas modificaram as metodologias e as matérias de ensino.


Em lugar de livros e textos sagrados, colocaram obras filosóficas e literárias dos clássicos, isto é,
dos antigos poetas e pensadores gregos romanos, incluindo nos currículos de ensino, ciências
naturais, mecânica e metafísica.

Pronunciaram-se contra disciplinas severas e dos castigos corporais, incentivaram a curiosidade


das crianças, os seus interesses, o pensamento independente e crítico. Com essa abertura,
surgiram diferentes tipos de escolas, colégios e ginásios. Estas escolas forneciam principalmente
a instrução literária e linguística. As disciplinas básicas eram a literatura, latim e grego.
Ensinavam também matemáticas e outras noções científicas.

Principais educadores renascentistas


Victorino da Feltre, François Rabelais, Michael Montagne, Thomas Monrey, e Luís de
La Vive.
Esses educadores insistiram na transformação radical da educação escolástica religiosa.
Consideravam o fim supremo da educação o desenvolvimento criativo da criança, do espírito
crítico, das suas capacidades de raciocínio independente. A realização desses objectivos
relacionavam com a organização do ensino baseado na própria experiência da criança, do seu
contacto directo com o mundo exterior, na observação directa da natureza; isto é, ligação dos
estudos com a vida real.
Victorino da Feltre (1378-1416)
Afirmava que o ensino devia ser gradual de acordo com o desenvolvimento psíquico do aluno e a
transcorrer num ambiente de alegria e satisfação. Foi o primeiro italiano a criar uma escola a
margem das organizações religiosas. Um dos seus principais lemas era “quero ensinar os jovens a
pensar não a delirar”.
Com ele terá surgido pela primeira vez a instituição de auto-governo dos alunos, subordinado
porém a vigilância descreta do professor.

François Rabelais (1483-1555)


O seu lema principal era “ciência sem consciência não é senão ruína da alma”. Para concretização
desta afirmação, Rabelais defendia a ligação do ensino com a vida real, tal como “ensinar a
criança por meio de jogos, ensinar no momento de tomar refeições, a botânica nas flores e no
campo, astronomia nos astros, higiene nos alimentos assim por diante sempre sob forma sensível
e intuitivo” Piletti 1991:97)
Na sua opinão o educando deve conhecer perfeitamente todas as coisas da natureza educação
naturalista. Acentua também que a formação educativa deve iniciar pelo estudo das línguas.
Concede para alem disso, grande relevo a educação física, prescrevendo numerosos cuidados
higiénicos. Em relação a educação moral, aconselha antes a leitura da bíblia.
Michael Montagne (1533-1592)
Segundo Montagne, a educação deve formar o homem completo, e corpo e alma. É preciso
educar o juízo do aluno em vez de encher-lhe a cabeça de palavras, para Montaigne, o professor
ao invés de dizer tudo ao aluno, deve mostrar lhe as coisas, torna-las agradáveis para que ela
aprenda a discernir e a escolher por si mesmo. O formador deve limitar-se a indagar o aluno
apenas sobre as palavras da lição, principalmente sobre o sentido e a substancia, julgando o
proveito que tirar e não pelo testemunho da vida.

Defeitos da pedagogia renascentista


De uma forma geral, essas ideias não eram típicas da sociedade medieval, o que constituiu uma
autêntica revolução. Essas ideias formaram apenas perspectivas de forma embrionária. O seu
Maior desenvolvimento foi implementado nas etapas posteriores do desenvolvimento da
sociedade.
De facto, nos currículos do ensino a religião continuava a ocupar um lugar de destaque. Embora o
seu papel tivesse sido reduzido, não tinha sido abolido, porque na verdade muitos humanistas
continuavam defensores activos de uma formação religiosa séria.
As escolas humanistas tinham de princípio um papel autocrático pois eles não se preocupavam
com a educação popular. Por outro lado, nas escolas predominavam ainda os métodos passivos:
verbalisticos, dogmáticos e caquécticos.

2.4.2- Naturalismo Pedagógico


2.4.2.1.Educação Realista
É a educação que se baseia na concepção do domínio do mundo exterior sobre o interior, da
supremacia das coisas sobre as palavras e, por conseguinte da superioridade pedagógica dos
fenómenos naturais a das instituições sociais sobre língua e as literaturas.
A pedagogia Naturalista, procurou representar uma reacção contra o formalismo humanismo do
renascimento. Os humanistas clássicos faziam da cultura antiga não só meio como o fim de toda a
educação, sem maior preocupação na formação de novos homens.

Educadores Realistas:
Francisco Bacon (1561-1626)
Bacon deu valor ao estudo da natureza, fazendo dos fenómenos físicos e naturais o fundamento
de toda a realidade. Segundo ele, a educação e a ciência são fins em sim mesmas e não meios
para o aperfeiçoamento moral do homem.
Wolfgang Ratke(1571-1653)
Foi o primeiro a formular em termos pedagógicos as ideias empíricas e filosóficas sobre a
educação. Reagindo contra o ensino formalista, dominado pela imitação servil dos clássicos
gregos e latinos pela cultura excessiva da memoria. As teorias pedagógicas de Ratke resumem
nos seguintes princípios:
- Tudo deve ser ensinado com ordem e de acordo com a natureza,
-Tudo deve ser feito sem violência,
-Uniformidade e harmonia em todas as coisas,
-Tudo deve ser baseado na observação e na experiência
- Nada deve ser aprendido a de cor
João amos Comenios (1592-1671)
Foi o maior pedagogo realista e um dos pensador mais eminente na história da educação. Foi o
primeiro a criar um sistema científico coerente didáctico e a separação da pedagogia e da
filosofia, tornando-se uma ciência autónoma.
Procurou fundamentos próprios da consciência humana, através de princípios científicos e
critérios racionais, tais como:
- Um ideal da cultura progressiva e harmoniosa visando um ensino formativo que
informativo,
- Defendia a necessidade de existência de escolas acessíveis para toda gente,
-Conteúdos de carácter direito com a vida
- Consideração e reconhecimento do valor da actividade pessoal do aluno e da colaboração no
processo educativo,
- Uma atitude idealista com relação actividade do professor,
- Gradual integração do individuo no sistema da cultura em que vive;
- O uso do método de observação direita,
- Objectividade como principio didáctico.
Pode-se ainda resumir a teoria pedagógica de Comenio em 4 princípios:
- Principio Humanismo
- Principio democrático,
-Principio naturalista e
- Principio de Sensualismo

2.4.2.1- Educação Disciplinar/ Psicológica


Segundo a concepção disciplinar o valor da educação reside, não no conteúdo das matérias-
primas de ensino, mas no processo da sua aquisição. O factor primordial de fenómeno educativo
é por conseguinte, antes, a forma de aprendizagem do que a coisa aprendida.
Esse conceito fundamenta no princípio de que uma capacidade ou habilidade quando
devidamente desenvolvida pode ser utilizada em qualquer actividade ou experiências.
O representante máximo dessa corrente é John Locke.
John Locke (1631-1704)
Foi defensor da educação por experiência externa e interna. Ele defendia que a criança ao nascer
o seu cérebro apresenta-se como um papel em branco “ tábua rasa” e que esse papel devia ser
preenchido pela educação.
Primeiro educação devia ser através da experiência interna - consciência “preparação da mente da
criança e em seguida experiência externa “órgãos dos sentidos”. Afirmava Locke se a experiência
externa for incompleta, a experiência externa não terá efeitos.
Foi considerado primeiro psicólogo educacional, o primeiro a defender a necessidade de ligação
entre a pedagogia e psicologia (psicopedagogia). Formulou pela primeira vez na história da
pedagogia de forma sistematizada e coerente as ideias burguesas sobre a educação do homem,
isto é:
- Educação próxima da vida;
- Educação prática;
- Ensino individualizado.
Destas concepções Locke formulou métodos capazes de satisfazer a curiosidade natural, interesse
necessário da criança, isto é, propôs métodos directos, actividades práticas incluindo jogos.

2.4.2.2- Educação Naturalista de Jean Jacques Rousseau


Influenciado directamente pelas ideias de Comenio e Locke, Rousseau deu um contributo maior
na história da educação.
Foi defensor da educação naturalista e individualista. Na sua opinião, tudo que sai das mãos do
criador é bom, tudo degenera nas mãos do homem. A maldade humana não resulta por
conseguinte das tendias naturais do homem, mas das influencias mutiladoras da sociedade.
Daí ser preciso educar o homem fora do ambiente social em plena natureza.
Salientava ainda que o homem só é feliz no seu estado natural onde pode desenvolver livremente
as suas forças naturais, escolher diferentes actividades e material de aprendizagem segundo seus
interesses espontâneos e suas necessidades naturais.
Daí que segundo Rousseau, a preparação das crianças para a vida futura deve basear-se no estudo
das coisas que correspondem as suas necessidades e interesses actuais.
Os verdadeiros professores são a natureza, experiência e os sentimentos. O contacto da criança
com o mundo que o rodeia é que desperta interesse e suas potencialidades.
A educação é um processo natural que se fundamenta no desenvolvimento interno do aluno. As
crianças são boas por natureza, elas tem uma tendencial natural para se desenvolver.
Compreende-se assim o carácter individualista e naturalista do Rousseau. Dentro do seu sistema,
não é possível a educação de massas, educação popular, mas a formação de indivíduos
privilegiados que se possam isentar da influência corruptora da sociedade.
Assim sendo, a educação de indivíduo pelo indivíduo é o lema da pedagogia de Rousseau.

2.4.2.3- Educação Filantropista


O sistema educativo denominado filantropista resultou da aplicação prática das ideias
pedagógicas de Rousseau que consistiam em matérias filosóficas, politicas e literárias em vez de
meios educacionais. Filantropia é um acto caracterizado por amor humanitário, caridade praticada
pelos filantropos – homens dedicados a criação de melhores condições para sociedade.
Um dos principais educadores filantropista foi Henriques Pestalozz.
Pestalozz pôs em prática a ideia de Rousseau, permitindo ao pouco superação da sua imundice,
ignorância e miséria. Defendia a educação como principal meio de reforma social desde que
respeitasse a natureza e o desenvolvimento da criança.
Pestalozz atribui grande importância ao método intuitivo levando os alunos a desenvolverem o
senso de observação, análise dos objectos e fenómeno da natureza e a capacidade de linguagem
através da qual se expressa em palavras o resultado das observações.
Procurou igualmente combinar actividades educativas com o trabalho manual. Para isso,
Pestalozzi transformou a sua empresa agrícola num instituto filantropo para crianças
abandonadas. Nisso, a idea de pestalozzi era organizar uma espécie escola –produção onde
através das rendas procurava transformar, através do trabalho e educação crianças miseráveis
emhomens dignos e úteis.
Também, Pestalozzi, atribuía importância fundamental a psicologia da criança, como factor do
desenvolvimento.
2.4.3- Neo-Naturalismo Pedagógico
2.4.3.1- Educação Individualista
Educação individualista, segundo SANTOS(1995:312) é uma concepção que defende o primado
individuo sobre a sociedade. A liberdade, autonomia e a ir redutibilidade do individuo
representam as fontes supremas da vida. Todo o homem é um produto de si mesmo e constitui
sua vida com seus próprios recurso. A sociedade é simples resultado da acção individual e nada
mais representa do que a soma de indivíduos.
O homem deve libertar-se portanto, de todos os laços que possam impedir ou dificultar a
afirmação integral da sua individualidade. Dai, o individualismo, coloca em plano secundário a
tradição, autoridade, a comunidade, a família o estado e a igreja. O elemento básico da realidade
social, o valor fundamental de toda a vida é o individuo. Dai que todo o processo da planificação,
organização e execução da actividade educativa deve priorisar antes o individuo como objecto e
sujeito da acção educativa.
Principal defensor da educação individualista é HELENA KEY(1848-1926)
Influenciado pelas ideais de Rousseau, assim como de outros educadores, pregou a bondade
ingénita da criança e a necessidade de a mesma ser educada em plena liberdade , considerando
crime a atitude educativa que visa subordinar actividade infantil á normas e coerções.
A verdadeira educação consiste em interferir o menos possível no processo de desenvolvimento
espontâneo e natural da criança.
A sua doutrina pedagógica resume-se nos seguintes princípios;
- Desenvolvimento natural e livre da criança e não educação intencional
- A formação espontânea da personalidade e do amor e não autoridade,
- Cultivo dos valores éticos e não ensino da religião
- Oficina jardins e campos de exporte e não salas de aula,

2.4.3.2- Educação Socialista


Segundo Santos (1995:3210, Educação socialista é uma concepção da vida e da educação que
afirma o primado absoluto da sociedade sobre o individuo. Esta doutrina veio reagir contra o
individualismo. O individualismo considera a educação como um fenómeno essencialmente
social. O objectivo da educação deve consistir, antes, de tudo, na socialização do educando.
Afirmam ainda que o homem é simples produto da sociedade é um animal socializado e a sua
supressão da comunidade tornara-o irracional visto que tudo o que é especificamente humano tem
a sua fonte na comunidade, religião, tradição moral, economia, língua ciência e técnica.

Emílio Durkheim (1858-1917)


Defendia que a sociedade humana não constitui um domínio separado dos fenómenos naturais,
mais apesar de reger pelas leis naturais é por conseguinte a pedra angular de todas as
manifestações da vida.
Durkheim, considerava a educação como um fenómeno exclusivamente social. Sem a sociologia
é difícil obter uma visão clara e nítida da natureza dos fins, ideal e funções e dos meios da
educação. A educação é a imagem e o reflexo da sociedade. Considerava da que todos os seus
elementos, todas as instituições educativas todos os seus métodos são de natureza social.

2.4.3.3- Educação Pragmática


Pragmatismo é uma doutrina filosófica que adopta como critério da verdade a a utilidade
subordinada a acção, reduzindo a mero instrumento de utilidade pratica. Isto ‘e os conhecimentos
são úteis quando são demonstrados na pratica.
Jonh Dewey

2.4.3.4- Educação Técnica


Denomina-se por educação técnica, certas tendências pedagógicas, estimuladas pelo progresso da
psicologia experimental e que reage contra a passividade e i intelectualismo da maioria das
correntes da pedagogia tradicional, preconizando a aplicação de métodos didácticos activos e
atraentes , adaptados ao desenvolvimento livre e espontâneo da criança.

Maria Montessori
A pedagogia Montessoriana, reside no facto de conceber a educação como uma Auto-educação,
isto é como processo espontâneo que se desenvolve na alma da criança, para isso, a condição
fundamental consiste em fornecer á criança um ambiente isento de obstáculos inaturais e de
matérias adequados.
Segundo Montessori, a professora tem de ver-se substituída pelo material didáctico que corrige
por si mesmo os erros e permite sempre que a criança adeqúe a si mesma. Isto é dirige actividade
mas não ensina , dai o nome - Directora.
Os princípios de Montessori são:
- Principio de liberdade,
- Principio de actividade,
- Principio de vitalidade
- Principio de individualidade
Ovide Decroly (1871-1932)
O seu método opõe-se ao preconizado pela Montessori porque postula que o desenvolvimento
mental da criança se faz a partir do global, do indiferenciado, para chegar a analise. Portanto,
preocupou-se com o aspecto da globalização do ensino - processo que integra toda a
aprendizagem em certa unidade de experiência infantil.
Essas unidades de globalização ela chama por “centros de interesse” e são determinadas de
acordo com as necessidades primordiais da criança E as necessidades fundamentais segundo ela
são 4 (quatro):
-Necessidade de sentir,
-Necessidade de se abrigar, de se cobrir, proteger…
-Necessidade de se defender de perigos e dos inimigos,
-Necessidade de agir, trabalhar…
Cada uma dessas necessidades pode determinar um valido centro de interesse susceptível; de
oferecer ensejos para todas as actividades escolares de todo o ano escolar. E, em relação a cada
centro de interesses segue-se três etapas de aprendizagem: Observação direita das coisas,
associação das coisas observadas, e a expressão da linguagem, do desenho, da modelagem e de
outros trabalhos manuais. do pensamento através de imagens

TAREFA:
Trabalho Individual
Acompanhando a evolução da educação cristã, a idade média desdobra-se em quatro grandes
períodos, nitidamente diferenciados por seus caracteres extrínsecos, mas intimamente unificados
por suas finalidades espirituais:
 O Período Apostólico;
 O Período Patrístico;
 O Período Monástico e;
 O Período Escolástico.
Descreve as características gerais de cada período.

FONTE: SANTOS, Theobald. História da educação. Pág. 115-170


PILETTI, Claudino………………
Fontes Orais
UNIDADE:III
FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA
PERSONALIDADE
3.1- Conceitos:
Desenvolvimento – teoricamente pode ser descrito em termos de processo (aprendizagem,
percepção, atenção, emoção) e, como produtos da operação desses processos (valor, habilidade,
hábitos, conhecimentos, qualidades do carácter, etc.), os processos e produtos interagem no
processo de desenvolvimento:
 Sub ponto de vista dialéctico é um movimento de modificação que conduzem ao
surgimento de uma nova qualidade. A sua forca matriz é o auto movimento.
 Desenvolvimento é o processo de crescimento psico – físico caracterizado por mudanças
qualitativas e quantitativas das qualidades do homem operadas sob a influência do
amadurecimento do próprio organismo. Do meio ambiente social e da educação propriamente
dita.
 É uma mudança progressiva e irreversível das qualidades psíquicas do homem do mais
simples para qualidades psíquicas novas e superiores.

Personalidade – no sentido etimológico, deriva do latim (persona-mascara), aparência, aquilo


que uma pessoa parece ser da outra. Na Grécia Antiga, era usada por actores de teatro nas suas
representações.

No estudo da personalidade surgiram varias correntes com diferentes definições, eis algumas:
 É forma característica na qual uma pessoa pensa e se comporta a medida em que se ajusta a
seu meio ambiente;
 “É o estilo de vida do indivíduo ou a maneira característica de reagir aos problemas da vida
incluindo os seus objectivos na vida” (Adler);
 “ É aquilo que permite um prognóstico, aquilo que a pessoa faria numa dada situação” (Patel,
1905);
 “ É a continuidade de formas e forcas funcionais manifestadas através de sequencias de
processos orgânicos dominantes do comportamento manifestado desde a nascença até a morte”
(Murrei,1893);
 Alport fez a sistematização dos diferentes conceitos e assim, define a personalidade como
sendo o conjunto dos sistemas psicofisiológicos que se formam durante a vida e que
determinam a originalidade do pensamento e do comportamento de cada homem concreto.
Em suma, personalidade é uma qualidade de propriedades de cada homem, exprime a sua
essência social, isto é, as qualidades psicológicas e sociais humanas adquiridas no processo da
vida. É uma unidade integrativa de um homem, com todo o conjunto das suas características
essenciais (inteligência, carácter, constituição e a sua maneira de ser e de comportar-se).

Outros conceitos
A personalidade é:
- Conjunto das qualidades de um indivíduo que lhes permitem viver sob condições sociais
concretas e transformá-las;
- Um homem que se dispõe de determinadas qualidades politicas, morais, culturais que lhes
permitem realizar conscientemente as tarefas que lhes são atribuídas pela sociedade e
caracterizar-se por possuir um sistema de ponto de vista e atitudes cordiais;
- Um sistema psíquico constituído pelo “eu” e pelos fenómenos que foram julgados dignos de o
constituírem.

A personalidade não nasce com ela, mas adquire-se a custo do trabalho próprio e alheio. Nesta
aquisição, algumas das tendências do indivíduo exercem o papel preponderante. Entre elas tem
influência na formação do “eu”, como realidade consciente, afirmando-o e desenvolvendo-o, a
ambição, o orgulho, a vaidade e a emulação, numa palavra o egoísmo.

Estas tendências devem ser regradas e bem dirigidas, caso contrario em vez de qualidades dignas
da pessoa, torna-se vícios nefastos.

Purificando das suas perversões, o egoísmo é legítimo e é guarda da nossa dignidade moral, um
estímulo para o trabalho e para a prática do bem; é condição imprescindível a formação da
personalidade. O sentimento da honra e da dignidade pessoal concorrem para elevação do
homem.

3.2- Teorias da personalidade


O modelo mais eficiente de compreender os mecanismos da personalidade humana é objecto de
divergências entre os diferentes psicólogos, daí que algumas teorias põem a tónica processos
inconscientes, outros recorrem os princípios da aprendizagem outros aos processos de realização,
etc., vejamos algumas:
3.2.1- Teorias sociogrnéticas
As teorias sociogenéticas da personalidade, consideram que o desenvolvimento da criança é
resultado das acções directas do meio ambiente que o cercam. O desenvolvimento da
personalidade é a absorção, assimilação das crenças, emoções, sentimentos, etc. a partir dos
outros homens.

3.2.2- Teorias Biogenéticas


Consideram que o destino das crianças é sempre determinado pelas propriedades inatas. O
desenvolvimento da personalidade explica-se pela lei biogenética (a ontogenese, que é a repetição
abreviada da filogenése).

3.3- Forças motrizes do desenvolvimento da personalidade


O processo crescimento é um processo dinâmico que se caracteriza por contradições de varia
ordem. Estas contradições constituem as forcas motrizes do desenvolvimento.

A 1ª Força motriz do processo educativo


Constitui a contradição entre as exigências oriundas do exterior e o nível actual do
desenvolvimento do homem. A contradição entre as novas tarefas cognitivas e práticas que deve
desenvolver o homem e os conhecimentos, aptidões e habilidades o homem que já possui.

A necessidade cumprir tarefas cada vez mais complicadas, obriga aos alunos a mobilizar forças
psíquicas, e assim, eleva-se ao nível mais alto do desenvolvimento.
O desenvolvimento da personalidade do homem deixa de correr se não forem colocadas tarefas
mais complicadas que ele é capaz de desenvolver.

2ª Força motriz do processo educativo


Consiste na contribuição entre as exigências externas e as aspirações do próprio homem. Neste
caso, o importante é que o dever para o cumprimento das tarefas se tome no querer do aluno., isto
é, as exigências externas colocadas, por exemplo, pelo professor, tornam-se em exigências dos
alunos perante a si mesmos e provocam a actividade consciente.

3ª Força motriz do processo educativo


Consiste na contradição entre as influencias especialmente organizadas e as influencias
espontâneas provennientes do meio ambiente social. A principal tendência de solução consiste
em organizar as influências organizadas e eliminar as influências espontâneas negativas.

3.4- Os principais factores que contribuem para o desenvolvimento da personalidade


O desenvolvimento da personalidade realiza-se como um alto movimento, com base na própria
actividade do indivíduo, e é determinado pelas condições internas e externas na sua inter-acção.

1. Condições Internas (subjectivas) – são todas particularidades do homem que nascem e


desenvolvem no decurso da vida, tais como:
 A estrutura e o funcionamento do organismo (hereditariedade);
 Disposição e qualidades psíquicas;
 E outras qualidades e predisposições que servem de pressuposto para o desenvolvimento de
uma personalidade, como: os hábitos, as qualidades de carácter, os conhecimentos, as
capacidades e as habilidades.

2. Condições Externas (objectivas) – são todas as condições que encontram fora do psíquico,
isto é:
 O meio ambiente;
 Relações sociais;
 Influências educativas.
Para a personalidade, as condições sociais, como parte essencial das condições externas (a
natureza, a sociedade, a família e a escola), são determinantes, isto porque, a essência do homem
é de natureza social.

O homem não é um produto passivo, pois reflecte as condições externas e opera por meio das
condições internas, isto é, transforma as condições por meio da actividade.

3.5- Personalidade do professor


3.5.1- Conceito

Segundo NERICI (1989:29), “professor é quem professa algo que julga verdadeiro, necessário e
útil para seus semelhantes e para a sociedade”.
Na antiguidade, não havia professores no sentido profissional, mas havia filósofos que pregavam
as suas verdades. Hoje, professor é que se dispõe a orientar a aprendizagem de outrem para que
alcance objectos que sejam útil a sua pessoa ou a sociedade.
DURKHEIN (1941), citado por GOLIAS define o termo professor como: aquela individualidade
que em nome das gerações adultas, transmite as novas gerações, um conjunto de valores e
competência indispensáveis a vida colectiva.
Por outro lado, também define-se professor como orientador, facilitador ou mediador ao processo
de aquisição de conhecimentos.

3.5.2- Acção Geral do Professor


É dever do professor de qualquer nível de ensino, a par das peculiaridades de acção de cada um
deles, levar o educando a:
1. Adquirir bons hábitos de vida mental, física e social;
2. Estruturar uma escala de valores, a fim de que possa dar um sentido positivo `a sua vida;
3. Estimular as suas potencialidades por meio de apropriadas actividades, que devem ser
propiciadas a todos, para que as mesmas possam revelar-se;
4. Tomar consciência de si mesmo, de suas possibilidades e de suas aspirações;
Participar decididamente na sua própria formação;
5. Participar decididamente na sua própria formação;
6. Tomar conta da sua vida, em sentido de responsabilidade, perante si mesmo e seus
semelhantes;
7. Querer, constantemente, aperfeiçoar-se em todos os sectores da vida;
8. Reflectir, enfrentando situações problemáticas, a fim de que aprenda a aprender, a pesquisar,
uma vez que, cada dia mais, viver é pesquisar…;
9. Sensibilizar quanto `a necessidade de respeito ao próximo, em sentido de reciprocidade –
respeitar e ser respeitado;
10. Crer em si e nos seus semelhantes. É necessário que cada um tenha confiança em si, para
enfrentar as situações problemáticas de todos os instantes. Nada de pior pode ocorrer na vida de
uma criatura do que perder a confiança em si mesma.

3.5.3- Principais qualidades exigidas a um professor


As principais qualidades de liderança exigidas a um professor são:
Autoridade: há quem possua talentos naturais de autoridade o que lhe facilita controlar os outros
simplesmente pela força da sua personalidade. Mas para a maioria, a autoridade pode ser
conquistada pela força da vontade, da coragem e da experiência.

Competência: o líder não precisa de ter altas habilidades e nem ser sempre o melhor em todas as
coisas que terá que fazer. Mas necessita de uma competência geral para se salvar de embaraços
nas habilidades que os seus subordinados possuem. Se ele for o melhor em algumas dessas
competências, mais vantajoso será.
Quanto ao professor, este, como líder que é, não deve apenas saber muito na sua especialidade,
deve saber realizar a transmutação dos seus conhecimentos. Para isso, deve conhecer as crianças,
os meios de formar o seu espírito, os métodos de ensino, etc.

Determinação: boa liderança exige habilidades para tomar decisões sábias e oportunas assim
como actuar sem hesitação no tocante `a elas. Isto exige do professor confidencia e julgamento
seguro.
Entusiasmo: lideres têm uma paixão interna pela causa que defendem.

Humildade: homens verdadeiramente grandes reconhecem as suas limitações e falhas. A sua


grandeza é o que os seus seguidores reconhecem e não conhecem e não aquilo que eles próprios
julgam ser.

Humor: o humor manifesta-se na alegria, na amizade, como uma simpática e compreensiva


maneira perante os outros e uma atitude equilibrada perante eventos bons ou tristes. Um professor
bem humorado não faz troça que fixe ou marque os seus alunos, mas sim, ‘e aquele que neles
procura gargalhada sem ofender a ninguém.

Imaginação: um professor inspirado fascina porque transborda ideias. Também tem formas de
eliminar a imaginação dos outros, de modo que eles fiquem também estimulados e cheios de
entusiasmo.

Iniciativa: genericamente falando, os subordinados esperam que o líder lhes diga que devem
fazer. Este reconhece quando a acção é exigida e implementada sem hesitação.

Integridade: um bom líder inspira confiança. Ele não pretende e nem experimenta ocultar a
natureza da sua realidade ou actividades e experimenta sempre dar o melhor quer as pessoas
estejam a controlá-lo ou não.

Lealdade: o professor não deverá esperar lealdade apenas do lado dos seus subordinados, ele
devera se o primeiro a revelar a lealdade aos seus subordinados.

Perseverança: o líder bem sucedido enfrenta dificuldades com uma determinação que recusa
aceitar a derrota. Ele experimentará tantas vezes até conseguir vencer tais dificuldades.
Responsabilidade: bons líderes são conscientes da responsabilidade que têm imposta pela
posição que ocupa e não abusam a posição deles.

Auto-controlo: uma pessoa que carece de auto controlo dificilmente poderá desempenhar as
funções de docência. Trata-se de uma característica que poderá ser aprendida e praticada pelos
futuros professores até transformar-se em hábitos

3.5.4- Qualidade profissionais do professor


As instituições de formação de professores desempenham um papel relevante tanto na inculcação
dos valores que o professor deve possuir como na transmissão de conhecimentos científicos
indispensáveis `a um bom desempenho da profissão docente.

O plano de estudos do curso médio de formação de professores define por exemplo, entre outros
aspectos, que este deverá:
 Conhecer os alunos de modo a poder contribuir eficazmente para o seu desenvolvimento;
 Incentivar nos alunos o desenvolvimento de atitudes responsáveis para com a sociedade e
a natureza;
 Ajudar os alunos a adquirir os valores consagrados pela sociedade moçambicana, com
vista `a formação de cidadãos livres, responsáveis e capazes de intervir conscientemente
na comunidade;
 Utilizar as formas de comunicação mais adequadas a uma correcta relação com os seus
alunos, com as suas famílias e com a comunidade geral;
 Desenvolver nos alunos capacidades, atitudes e hábitos de cooperação e trabalho em
equipa;
 Assegurar um ambiente de respeito mútuo, disciplina, liberdade e cooperação na escola;
 Adaptar o ensino ao nível de desenvolvimento e os interesses dos alunos, bem como `as
realidades socio-económicas da comunidade e da sociedade;
 Planificar as actividades escolares;
 Motivar e organizar as actividades de aprendizagem utilizando metodologias adequadas;
 Seleccionar os materiais de ensino;
 Avaliar o processo de ensino-aprendizagem;
 Facilitar a cooperação dos pais e da comunidade em geral nas actividades educativas;
 Difundir na comunidade o significado e acção educativa da escola;
 Participar activamente na identificação e solução dos problemas da comunidade;
 Contribuir para a dignificação da profissão docente, através da sua apresentação, conduta,
equilíbrio, estabilidade e pontualidade; e
 Manter-se actualizado nos domínios cientifico e pedagógico.

3.5.5- Relação de professor com a sociedade


O êxito profissional do professor depende, em grande parte, do apoio que o meio social lhe venha
a emprestar. Este por sua vez, vai depender do grau de confiança que o professor lhe venha a
inspirar, confiança essa decorrente da sua conduta como profissional e como cidadão.

O professor, de certo modo, é um cidadão marcado, pois é alvo de observação constante em todo
o seu comportamento. Seus passos, actos e opiniões são continuamente observados pelo meio
social.
Toda a vida do professor pertence `a sociedade, uma vez que o professor é representante da
família e da sociedade na educação das gerações imaturas. É representante da família porque esta
lhe outorga poderes para continuar a aplicar a educação iniciada no lar e que, por condições
sócio-economico-culturais, não pode continuar a exercer. O professor é continuador directo dos
pais na acção educativa dos seus filhos. Tem, pois, compromissos morais para com a família no
sentido de educar-lhe os filhos, tornando-os mais conscientes e eficientes no lar. Deste modo, o
professor não pode desconhecer a família do aluno, nos seus aspectos afectivos, social e cultural.
É representante da sociedade na educação das novas gerações que lhe confia seres imaturos para
serem preparados técnica e ideologicamente, a fim de atenderem `as necessidades e aspirações da
sociedade.

3.5.6- Relação de professor com a escola


O professor tem obrigações morais com a escola em que milita. Tem compromisso com a
direcção e com a própria escola.
O professor deve esforçar-se por manter boas relações com a direcção no sentido de cooperação,
sem, no entanto, corteja-la. O trabalho de uma escola fracassará se não contar com a colaboração
entre a direcção e o professor, de maneira que os esforços de ambos possam convergir para o
mesmo objectivo, que é a educação do aluno. É necessário que haja entrosamento e entendimento
entre o professor e direcção, de modo a fazer-se sentir a acção da escola sobre o aluno em um só
sentido.

As conversas sigilosas, as trocas de informação com a direcção e os debates surgidos em reuniões


de congregação não devem ser divulgados publicamente. Não é de boa ética fazer “politica” entre
alunos, comentado desfavoravelmente as questões pendentes do professor com a direcção ou as
decisões e medidas adoptadas por esta.

Assim, de modo geral, o professor deve evitar comentários desfavoráveis a escola. se for o caso e
se houver necessidade de fazê-los, é aconselhável que sejam feitos directamente `a direcção a fim
de ser encontradas as soluções positivas para os possíveis males.

3.5.7- Relação de professor com os alunos


E questão de suma importância para a educação, o comportamento do professor com relação ao
aluno. Da forma de agir do professor é que dependerão as boas relações entre ambos.
É dever do professor compreender seus alunos. O contrário é mais difícil, senão impossível. A
compreensão do aluno é fundamental para que se estabeleçam laços de simpatia e amizade com o
professor. E simpatia e amizade são também fundamentais para que sejam alcançados os
objectivos da educação.

3.5.8- Relação de professor com os colegas


A acção educativa em uma escola realiza-se através de um grupo de professores. Quanto mais
unificada for a acção, melhores serão os resultados. Logo, é necessário que haja entendimento
entre os professores, de modo a formarem um todo de acção coerente em seus objectivos de
natureza dedutiva.
Assim sendo, há normas de comportamentos que os professores devem observar com os seus
colegas para que, cada vez mais, haja maior entendimento entre eles e melhor interacção e
integração com os alunos.
Vejamos alguns tópicos das relações do professor com os seus colegas:
1. Há tendência de cada professor a supervalorizar a sua disciplina.
Até aqui não há nada, enquanto esta atitude não leva a menosprezar as outras, o que vai
desgastar os seus colegas. É uma atitude que deve ser combatida, visto que todas as disciplinas
são meios para alcançar os objectivos da escola. o professor deve fazer de sua disciplina um meio
e não um fim. É preciso notar, também, que ninguém gosta de ser diminuído, e não
principalmente nessas circunstâncias, em que todas as disciplinas são meios e não fins em si, pelo
que têm o mesmo valor.
2. É conduta condenável ridicularizar colegas, seja por motivo for. Não devem
ser feitas referências desairosas a colegas, em classe.
3. As decisões tomadas pelos colegas não devem ser comentadas em classe, a não ser para
reforçá-las.
4. O professor deve estar sempre disposto a ressaltar os méritos de seus colegas, suas iniciativas,
sua competência e sua dedicação ao ensino o que muito favorecerá a tarefa educativa dos
colegas.
5. Em toda aula, o professor deve aproveitar as oportunidades para se referir a outras disciplinas,
em acção globalizadora dos conhecimentos.
6. É dever do professor não fazer comentários desfavoráveis a colegas, fora da escola.
7. É dever do professor evitar a formação de “correntes de alunos” contra colegas ou insuflar
reacções contra decisões destes.

3.5.9- Relação de professor consigo mesmo


Há, por último, a considerar os professores de conduta que implicam as relações do professor
consigo mesmo. Não são relações unicamente subjectivas, porque, conforme elas, os resultados
objectivos aparecem negativa ou positivamente.
É de crer que os tipos de relação dependem fundamentalmente da maneira como o professor se
encara e se trata.
1. O professor deve acreditar na educação. Há, no entanto, muitos professores que não confiam
na educação e muitos deles não crêem na escola como órgão educador, passando,
consequentemente, a considerar a sua actividade profissional mera forma de ganhar a vida.
2. É dever do professor, por tudo isso, convencer-se de seu papel, da sua importância na
formação do educando.
3. O professor deve ter o cuidado de planificar os seus trabalhos. É obrigação do professor
elaborar plano de curso da disciplina que vai leccionar. O plano de aula leva o professor a pensar
sobre o que vai realizar em classe, de modo que não vá para a aula fiado na improvisação.
4. A responsabilidade profissional do professor deve levá-lo a querer aperfeiçoar-se
continuamente.

UNIDADE :IV
O SISTEMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO
Antecedentes do Sistema Nacional de Educação

Educação Tradicional
A tradição é um conjunto de valores, normas, costumes e acontecimentos repetidos que se
desenvolve numa sociedade.
Em Moçambique assim como em qualquer outra sociedade a educação existe e existia muito
antes da penetração estrangeira. Como afirma PILETTI (1991) “cada sociedade por mais simples
que seja tem a sua forma de educar as novas gerações, de formar o homem segundo os objectivos
e valores sociais”.
A educação tradicional em Moçambique tem por objectivo formar o homem com espírito de
honestidade, hospitalidade, respeito e integridade de modo a aderir e a valorizar a cultura
moçambicana.
O conteúdo desta educação é constituído por três aspectos, nomeadamente: físico, moral e
intelectual.
No aspecto físico, o homem é treinado de modo a que o seu organismo se ajuste `as exigências do
meio ambiente.
No aspecto moral, o homem é instruído para formar qualidades exigidas pela sociedade tais como
honestidade, hospitalidade integridade, respeito pelos outros homens e pelos bens da sociedade.
No aspecto intelectual, treina-se a pessoa de modo a desenvolver capacidades de assimilação e
reprodução daquilo que constitui valor ou bem da sociedade.
Portanto, o conteúdo dessa educação é dado consoante a idade da pessoa e quanto as
metodologias, são usadas em geral algumas formas conhecidas como: anedotas, contos, lendas,
fábulas, provérbio, danças e canções. Quanto as instituições e a organização do ensino, pode ou
não ser devidamente planificado; pode ou não ocorrer em instituições específicas.

Características da educação tradicional em Moçambique


- Carácter social – porque reflecte os objectivos da sociedade;
- Carácter colectivo – porque é uma ocupação de todos indivíduos;
- Carácter informal – porque realiza-se em regras não devidamente reconhecidas;
- Carácter funcional – porque realiza-se com base no principio de aprender fazendo.
Portanto, como um processo de integração do individuo na vida e no trabalho social,
a educação tradicional considera o nascimento um acontecimento mais importante

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