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Conceito, importância, níveis, requisitos e tipos de planificação.

O ensino é uma actividade que tem como uma das suas principais características o facto de ter carácter planificado.
Isso faz com que a prática do professor se oriente por uma adequada planificação, englobando os aspectos fulcrais
do plano, tais como, os conteúdos, os objectivos/competências a desenvolver, os meios de ensino-aprendizagem,
etc. Para o efeito, o presente capítulo, ao abordar sobre a planificação do PEA, o seu estudo deverá permitir
conceptualizar a planificação e permitir que o formando tenha oportunidade de reconhecer a importância, os níveis,
os requisitos e os tipos de planificação; os objectivos de ensino. Deve basear-se neste saber para planificar seu
ensino, centrando-o sobre os aprendentes. Mais ainda, este capítulo lhe facultará as oportunidades para se dar
conta sobre os métodos de ensino-aprendizagem e as suas técnicas, usadas com frequência quando, por exemplo,
pretendemos desenvolver um ensino baseado no uso de práticas participativas em sala de aula.

Reflexão Inicial 14
O professor António e a professora Júlia leccionam a 7ª classe, numa das escolas do Iºciclo do ensino secundario
na cidade da Luena, há mais de três anos. O professor António planificou as aulas no primeiro ano e foi usando os
mesmos planos nos anos seguintes, uma vez que se trata da mesma classe. A professora Júlia, embora se trate da
mesma classe, nos três anos, sempre preferiu replanificar as suas aulas.

Usando o método “Tomar uma Posição”, apresente argumentos que demonstrem se os procedimentos dos
professores em causa são correctos ou errados.

A sua discussão leva-nos à expectativa de você poder compreender que os professores precisam de planificar
continuamente as suas acções, pois a planificação de aulas deve considerar a experiência anterior, no sentido de
alimentar a melhoria da nova planificação.
A planificação escolar é uma tarefa que inclui tanto a previsão das actividades didácticas, no que diz respeito à sua
organização e coordenação mediante os objectivos propostos, como a sua revisão e adequação ao longo do
processo de ensino.

Planificar significa fazer a previsão das actividades que o professor irá desenvolver na sala de aula. Definir os
objectivos instrucionais ou específicos, seleccionar os métodos e meios de ensino a serem utilizados, definir as
actividades do professor e dos alunos em cada uma das funções didácticas.

A planificação é um processo de racionalização, organização e coordenação da acção docente, articulando


a actividade escolar e a problemática do contexto social.

Isto equivale dizer que, na escola, os professores e os alunos pertencem todos a uma determinada sociedade e a
um determinado contexto de relações sociais, onde prevalecem certas regras e normas de conduta.

A planificação pode ser feita em três niveis, nomeadamemente:

 Central, este nivel consiste em prever acções relacionadas com o processo de Ensino-Aprendizagem numa
perpectiva Nacional e é da responsabilidade do Ministerio da Educação e Desenvolvimento Humano.
 Provincial, conforme a disignação, este nível consiste em programar actividades educacionais a nível da
província, tendo em conta as suas características e necessidades específicas. Esta subordina-se à
planificação central.
 Local, para tornar cada vez mais especifica e adequada ao contexto da escola e aos alunos, surge a
necessisdade de uma planificação local que contempla a previsão das actividade a nível Distrital e Escolar, à
luz dos anteriores níveis.a. Aluno recebe serviços de educação especial em instituições especializadas (ex:
hospitais, lares....com programa elaborado pelo especialista);
Alguns exemplos de tipos de plano, particularmente do nível central e local são as que constam no esquema a
seguir.

A planificação na escola deve partir pelo conhecimento do plano currular, Programas de ensino (planos temáticos)
para além das políticas, planos estratégicos da educação e lesgislação. A partir deste conhecimento, a planificação
na escola pressupõe a elaboração do PPP (PDE) e o plano anual de actividades. Depois, cabe aos professores de
forma individual, mas sobretudo, em equipa, prepararem os planos analíticos e os planos de aulas das respectivas
disciplinas como parte da operacionalização dos planos precedentes, tendo em conta o calendário escolar, diversos
tipos dos regulamentos e as Orientações eTarefas Escolares Obrigatórias (OTEOs).

No processo de ensino-aprendizagem, a planificação do PEA é importante devido ao facto de que:

 Assegura a racionalização, organização e coordenação do trabalho docente, de modo que a previsão das
acções docentes possibilite ao professor a realização de um ensino de qualidade e evite a improvisação e a
rotina.
 Permite a previsão dos objectivos, dos conteúdos e dos métodos, a partir da consideração das exigências
postas pela realidade social, do nível de preparação e das condições sócio-culturais e individuais dos alunos.
 Assegura a unidade e coerência do trabalho docente, ou seja, inter-relacionar os elementos que compõem o
processo de ensino: os objectivos (o que ensinar); os alunos e suas possibilidades (a quem ensinar); os
métodos e técnicas (como ensinar); e a avaliação, o que permite verificar em que medida as actividades
inicialmente propostas estão a ser bem sucedidas ou não.
 Facilita a preparação das aulas, através da selecção do material didáctico em tempo útil; saber que tarefas o
professor e os alunos devem executar; replanificar o trabalho perante novas situações que aparecem no
decorrer do Processo de Ensino-Aprendizagem (PEA), em geral e, das aulas, em particular.
 Contribui para a realização dos objectivos visados.
 Promove a eficiência do ensino.
 Garante maior segurança na direcção do ensino e também na economia do tempo e energia.

Estando claro sobre o conceito e a importância da planificação, importa clarificar que, ao planificar, se recomenda o
seguimento das seguintes características de plano de ensino:

 O plano é um guia de orientação, pois nele estão estabelecidas as directrizes e os meios de realização do
trabalho docente.
 O plano deve ter uma ordem sequencial e progressiva. Para que se alcancem os objectivos são necessários
vários passos, de modo que a acção docente obedeça a uma sequência lógica.
 Deve-se considerar a objectividade. Por objectividade entende-se a correspondência do plano com a realidade
a que se vai aplicar (currículo local), o tipo de alunos, as possibilidades de se ter/produzir meios didácticos
locais (ou com materiais locais), experiências dos alunos e da comunidade, etc).
 Deve haver coerência entre os objectivos gerais, os objectivos específicos, conteúdos, métodos e avaliação.
Deve existir coerência entre as ideias e a prática.
 O plano deve ter flexibilidade. No decorrer do ano lectivo, o professor está sempre organizando e
reorganizando o seu trabalho. O plano não constitui um guia inflexível, ou uma receita médica que não pode
ser alterada. A relação pedagógica está sempre sujeita às condições concretas. A realidade está sempre em
movimento, de forma que o plano é sujeito às alterações ou modificações.

Requisitos para a planificação

a. Objectivos e tarefas da escola democrática:

A primeira condição para a planificação são as convicções seguras sobre a direcção que queremos dar ao processo
educativo na nossa sociedade, ou seja, o papel destacado pela escola para a formação dos alunos. Os objectivos e
as tarefas da escola democrática estão ligados às necessidades de desenvolvimento cultural do povo, de modo a
preparar as crianças e jovens para a vida e para o trabalho.

b. Exigência dos planos e programas oficiais:

Os planos e programas oficiais de ensino constituem outro requisito prévio para a planificação. A escola e os
professores, porém, devem ter em conta que estes planos e programas oficiais de ensino são directrizes gerais, são
documentos de referência, a partir dos quais são elaborados planos didácticos específicos. Cabe à escola e aos
professores elaborar os seus próprios planos, seleccionar os conteúdos, os métodos e meios de organização do
ensino, em face das particularidades de cada região, de cada escola, das particularidades e condições de
aproveitamento escolar dos alunos, inclusive dos alunos com Necessidades Educativas Especiais.

c. Condições prévias para aprendizagem:

A planificação escolar está intimamente condicionada ao nível de preparação em que os alunos se encontram, em
relação às tarefas de aprendizagem. Os conteúdos de ensino são medeados para que os alunos assimilem
activamente e os transformem em instrumentos teóricos e práticos para a vida prática.

d. Princípios e condições de assimilação activa:

Este requisito diz respeito ao domínio dos meios e condições de orientação do processo de assimilação activa nas
aulas. A planificação das unidades didácticas e das aulas deve estar em correspondência com as formas de
desenvolvimento do trabalho na sala de aula. Uma parte importante do plano de ensino é a descrição de situações
docentes específicas, com a indicação do que os alunos farão para aprender, e do que o professor fará para criar
condições adeaquadas para a aprendizagem; e para dirigir a actividade cognitiva dos alunos na sala de aula.

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