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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Módulo de Organização e Gestão Escolar

Formação de Professores do Ensino Primário


Elaborado por:

“Construindo competências profissionais para um ensino de qualidade”

INDE
INSTITUTO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO

Testagem 2013
MÓDULO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Duração do Módulo: 100 Horas


Bloco 1

2
ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ESCOLAR
Duração do Módulo: 64 HORAS
Índice:

3
1. Introdução ao Módulo:
Nos esforços com vista à melhoria da qualidade de ensino, o MINED, produziu o presente
módulo de Organização e Gestão Escolar, cuja finalidade é fornecer ao futuro professor um
instrumento de apoio.

O Módulo de Organização e Gestão Escolar é um conjunto de textos versando matérias sobre


a Administração, Organização e Gestão Escolar e foi concebido para apoiar os formandos de
formação de professores em regime presencial, na disciplina de OGE.

Compõem o módulo textos com temas sobre: Fundamentos de Gestão, Componentes de


Gestão, Estratégias de Integração dos Saberes Locais no Ensino e Noções Gerais Sobre
Legislação e Escrituração Escolar.

No fim de cada Unidade Temática são apresentadas actividades e questões para auto –
avaliação com o objectivo de estimular o estudo individual ou em grupo de formandos. A
seguir às questões de auto-avaliação é fornecida uma chave de correcção contendo as
possíveis respostas. Contudo, poderão ser consideradas outras respostas elaboradas pelos
formandos

Longe de ser um instrumento acabado, ele é apenas uma proposta para um debate em matéria
de OGE.

4
2. Competências a Desenvolver no Módulo:
a) Promove o espírito patriótico, a cidadania responsável, os valores universais e os
direitos da criança;
b) Age de acordo com os princípios éticos e deontológicos associados à profissão de
professor;
c) Demonstra Domínio dos conhecimentos das Ciências da Educação relacionadas
com o ensino primário;
d) Promove o auto-desenvolvimento profissional e envolve-se num trabalho
cooperativo, colaborativo e articulado;

e) Avalia necessidades, interesses e progressos dos alunos, adaptando o processo

3. Resultados de aprendizagem do módulo:


a) Conhecer os fundamentos teóricos sobre a organização e gestão de uma escola;
b) Reconhecer a importância da liderança na Gestão Escolar;
c) Aplicar a legislação escolar e as demais, inerentes à organização político-
administrativa do país;
d) Dominar o uso dos instrumentos de escrituração Escolar;
e) Conhecer as regras básicas dos primeiros socorros;
f) Dominar as regras básicas de construção e de utilização dos espaços escolares;
g) Zelar pelo património do Estado.

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4. Visão Geral dos Temas do Módulo:

UNIDADE TEMÁTICA I: Fundamentos da Gestão- 7 horas


No Tema/ Conteúdo Tempo

(horas)

1 Modelos e Organização de Administração:

-Conceito de Gestão e Administração Escolar 2

-Conceito de Organização 1

2 A Escola como Organização:

- Missão, objectivos valores da escola 3

3 Organograma:

- Organograma da escola do ensino primário 1

UNIDAE TEMÁTICA II: Componentes da Gestão Escolar- 23 horas


No Tema/ Conteúdo Tempo

(horas)

4 Gestão Pedagógico/didáctica:

- Organização, Coordenação e Supervisão 2

5 Gestão administrativa/financeira:

- Gestão de Recursos Humanos ou de Pessoal 2

-Gestão de Recursos Materiais 1

- Gestão de Recursos Financeiros 1

6 Gestão de espaços e construções:

6
- Gestão de espaços 1

- Construnções escolares 1

7 Supervisão e avaliação da Educação:

- Supervisão escolar 1

- Avaliação escolar 1

- Inspecção escolar 1

8 Planificação de actividades escolares:

- Plano estratégico da escola 1

- Plano anual da escola 2

- Elementos do plano de actividades 1

9 Gestão e liderança:

- Tipos de líder, estilos de liderança e poderes do líder 1

- Liderança escolar 1

10 Resolução de problemas e tomada de decisões

- Resolução de problemas 1

- Gestão de conflitos 1

11 A escola e o meio (comunidade)

- Ligação escola/ comunidade 1

- Conselho de escola 1

12 Primeiros socorros/HIV/SIDA

7
UNIDADE TEMÁTICA III: Estratégias dos saberes locais no ensino- 7 horas
No Tema/ Conteúdo Tempo

(horas)

13 Currículo local

- Conceito do currículo local, etapas de elaboração do currículo local,


recolha de dados na comunidade
1
- Sistematização de dados, produção de textos didácticos, articulação entre
1
os conteúdos locais e os centralmente definidos

14 Conteúdos do currículo local

- Cultura, história, economia local, educação de valores 1

- Ambiente, saúde e nutrição, actividades económicas da população 1

15 Papel dos diferentes intervenientes no processo educativo

- Professor, aluno, comunidade e instituições 1

16 Formas de interação dos saberes locais no Processo


Ensino/aprendizagem (PEA)
1
- Aprofundamento
1
- Extensão

Avaliações 9 horas

8
PREÂMBULO

A organização e gestão escolar


A finalidade principal desta disciplina é: a. Facultar aos alunos o conhecimento das
organizações escolares do ponto de vista teórico-conceptual e enquadramento normativo para
a compreensão dos seus modos de funcionamento e das práticas educativas que aí se
verificam.

a. Sistematizar, organizar e/ou aprofundar os conhecimentos sobre a escola enquanto


organização.
b. Proporcionar o conhecimento do sistema educativo moçambicano, da sua organização
e administração, na perspectiva de melhor compreender o funcionamento dos
estabelecimentos de educação e de ensino;
c. Sensibilizar para a importância das variáveis organizacionais da educação nos
processos de ensino-aprendizagem e no comportamento e atitudes dos
professores;Analisar os diversos órgãos, e respectivas competências, nos diferentes
níveis de organização da escola primária;Identificar situações de utilização eficaz dos
recursos da escola e da comunidade envolvente;
f. Compreender a complexidade dos processos de inovação pedagógica e organizacional
quanto à construção da profissionalidade docente.
g. Conceber o Projecto Educativo da Escola e conhecer as várias fases da sua
construção, desenvolvimento e avaliação;
h. Proporcionar ao formando conhecimentos sobre o aproveitamento dos espaços para a
realização de diversas construções escolares bem como fornecer alguns, ainda que de
forma bastante simples, procedimentos sobre como essas construções deverão ser
erguidas;
i. A OGE proporciona aos futuros professores, informações básicas sobre o Currículo
Local. Prepara os futuros professores em matéria sobre como conceber e tratar o CL
local, tendo em conta as reais possibilidades e localização de cada escola
j. Para dar auxílio aos professores na assistência que fazem ao aluno dentro e fora da
escola, realizando actividades de aprendizagem, recreativas e de produção, são
abordadas nesta disciplina, de forma superficial, os Primeiros Socorros.
Os Primeiros Socorros são tratados neste módulo de forma sua suave, pois constituem
um dos temas transversais sendo também assunto do tema Saúde e Higiene Escolar
tratadas por uma outra disciplina;

9
UNIDADE TEMÁTICA 1: Fundamentos da Gestão Escolar
1.1.Duraçao da Unidade temática- 7 horas

1.2.Introduçao da Unidade Temática

A escola é uma organização, uma instituição de formação do Homem em todos os aspectos


com vista à sua correcta na sociedade.

Para que a escola possa funcionar correctamente deve ser dirigida, gerida na base de
conhecimentos de administração e gestão de organizações. Por isso, nesta unidade temática
são abordadas matérias sobre a administração e gestão de estabelecimentos escolares, em
particular as do ensino primário. O conceito organização nas suas variadas vertentes e
dimensões é aqui também abordado com o objectivo de permitir ao professor uma visão geral
sobre as organizações. No fim da unidade o módulo orienta a aprendizagem para a escola
como organização e nos seus objectivos

1.3.Evidências requeridas da unidade

No fim desta Unidade Temática o formando deverá ser capaz de:

*Definir os modelos de administraçao;

*Definir os conceitos de administraçao, gestao e organizaçao

*Reconhecer a escola como organizaçao;

*Identificar as componentes de uma escola primária.

1.4.Recursos de aprendizagem

1.4.1 Administração do sistema educativo

O sistema educativo caracteriza-se como um conjunto organizado de estruturas, meios e


acções diversificadas através do qual se realiza o processo permanente de formação dos
membros de uma dada comunidade que adopta esse sistema educativo, visando o
desenvolvimento pessoal, o progresso social e a inserção numa cultura.

O sistema educativo é o conjunto de meios pelo qual se concretiza o direito à educação, que
se exprime pela garantia de uma permanente acção formativa orientada para favorecer o

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desenvolvimento global da personalidade, o progresso social e a democratização da
sociedade.
O sistema educativo desenvolve-se segundo um conjunto organizado de estruturas e de
acções diversificadas, por iniciativa e sob responsabilidade de diferentes instituições e
entidades públicas, particulares e cooperativas
Um sistema educativo é toda a máquina de formação e educação dos cidadãos que é guiada
no seu funcionamento pela política, estratégia e normas definidos pelo Ministério da
educação.
Se chama sistema porque todos os intervenientes são coordenados e guiam-se pelas mesmas
normas. Apesar de haver escolas privadas e públicas ou de um aluno estudar em Niassa outro
em Sofala, todos atingem os mesmos objectivos e isso permite-lhes frequentarem o mesmo
curso na Universidade ou noutro nível qualquer.
A lei 6/92 de 6 de Maio define o quadro geral, os objectivos, os princípios e a estrutura do
Sistema Nacional de Educação. De um modo geral, o objectivo básico do SNE consiste em
“erradicar o analfabetismo de modo a proporcionar a todo o povo o acesso ao conhecimento
científico e desenvolvimento pleno das suas capacidades”.
A administração de um sistema implica um aspecto legal através do qual se atribuem
competências, um aspecto económico – financiamento das escolas e um aspecto ideológico
– definição de objectivos, metas e currículos.
Tipos de administração de sistemas educativos

O Governo Central desempenha um papel chave na determinação das regras e na definição


dos princípios gerais da educação nacional (pública ou privada). Todavia o grau de
interferência directa da administração central, em cada uma das áreas dos sistemas
educativos, varia de País para País. De acordo com Fernandez (1991:p.43) distinguem-se
“três principais tipos de abordagem da administração dos sistemas educativos:
1. Sistema predominantemente centralizado
2. Sistema centralizado/regionalizado
3. Sistema predominantemente descentralizado
Administração centralizada

Caracteriza-se pelo financiamento central das escolas e pela existência de um currículo


estabelecido a nível central. A gestão corrente da escola não se situa no campo de acção da
autoridade central. Mas a actividade de avaliação externa dos inspectores é um meio através
do qual as autoridades centrais influenciam a gestão quotidiana das escolas.
Administraçao centralizada mais regionalizada

Existem diferentes modos de regionalização de um sistema. Pode-se considerar um sistema


em que todas as leis e regulamentos decididos a nível central são aplicados e executados por
11
autoridades regionais que actuam como representantes dos podres centrais (Ministério da
Educação). Este tipo de regionalização dá o direito de executar decisões ou supervisionar
práticas educativas, mas não implica o direito de tomar decisões a nível regional.
Por outras palavras, as autoridades regionais não funcionam como um órgão político, em
relação às autoridades locais ou às escolas. Trata-se de um caso de desconcentração de
poder para outro nível de administração geralmente mais restrito.
A regionalização implica que todas ou algumas das decisões referentes à administração das
escolas devam ser tomadas por autoridades regionais: algumas vezes nos quadros definidos a
nível central, mas com um certo grau de autonomia. Esta via de regionalizar a administração
podia ser rotulada de descentralização, uma vez que à autoridade regional é atribuído não só
o poder de executar as medidas decididas a nível central, mas também o direito de tomar
decisões.

Administraçao descentralizada

Neste tipo de administração de um sistema educativo todas as vertentes da administração


deviam ser da competência de uma autoridade local (municipal) ou da própria escola.
Nenhum estado possui um grau de descentralização parecido com este, havendo, no entanto,
vários graus de regionalização da administração.
1.4.2 As Organizações
Comecemos por estudar a palavra organização
A palavra organização pode ser usada em vários sentidos1. Às vezes, é utilizada para
designar um tipo de organização como, por exemplo, a organização das nações unidas, a
organização da mulher moçambicana. Neste caso, é fácil ver porque a palavra
organização aparece na designação da instituição. Mas nem sempre é assim, há situações
em que esta palavra não aparece, como nos casos seguintes: escola, ministério, igreja,
partido, estado, clube, etc. Isto é, qualquer instituição ou empresa é uma organização.
Mais adiante vamos estudar em pormenor as razões dessa designação. Neste caso,
estamos perante o sentido institucional desta palavra.
O nosso amigo já ouviu, com certeza, as pessoas dizerem que querem organizar as
pessoas, o trabalho, as actividades, etc. Ou então, dizerem que aquela empresa é
organizada quando as pessoas querem se referir ao facto de alguém fazer alguma coisa de
forma ordenada, planificada, coordenada e controlada. Neste caso temos o sentido
funcional desta palavra.
Mas também se pode dizer que uma equipa está organizada em guarda-redes, defesas,
médios e avançados. Tendo cada sector da equipa uma dada função para que a equipa
possa marcar golos e evitar sofrer golos na própria baliza. O que acontece numa equipa


Neste Módulo utilizamos a conceptualização de Visscher, Adrie.
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de futebol ou outra modalidade, acontece em qualquer instituição. Uma escola, por
exemplo, tem um director, professores, serventes, alunos, directores de turma, etc., cada
um cumprindo um certo papel para que a escola no seu todo possa cumprir o seu papel de
educar. Este é o sentido instrumental desta palavra.
O seu curso se chama organização e gestão escolar. O que será então, organização? A
palavra organização tem três significados todos utilizados nesta disciplina:
Pode significar uma instituição – escola, empresa, ministério.
Um instrumento – a maneira como as partes de um todo estão dispostas para
cumprir certa função, por exemplo, director geral, director administrativo, os
professores, os serventes etc.
Mas também pode significar a função pela qual uma instituição, define prioridades, aloca
recursos, coordena os esforços de cada um para realizar uma certa actividade. Por exemplo,
organizar a bicha, organizar o trabalho, organizar os livros, indicar a actividade e sua
sequência de realização, quando o professor planifica a aula ele organiza os conteúdos numa
dada sequência lógica determina as actividades a serem realizadas pelos alunos e por ele,
pensa nos recursos que vai precisar e o tempo a alocar, etc. Durante o nosso curso vamos
utilizar esta palavra em todos estes significados.

Todos nós somos membros de alguma organização: uma faculdade, uma equipa de desporto,
um grupo de música ou teatro, uma organização religiosa ou cívica ou empresa. Tais
agremiações são chamadas genericamente como organizações.

Conceito

Organização - é o conjunto de duas ou mais pessoas trabalhando juntas e de modo


estruturado e coordenado para alcançar um objectivo específico ou um conjunto de
objectivos.

Para que servem as Organizações2?


Para o nosso cursante compreender a importância das organizações para as pessoas e
certamente para si próprio apontamos quatro razões básicas:

As organizações servem a sociedade

As organizações são importantes porque são instituições que reflectem alguns valores e
necessidades culturalmente aceites. Elas permitem que vivamos juntos e de modo civilizado,


Este capítulo foi escrito com base em Chambel et al (1997: p. 95-111)
13
e que realizemos objectivos enquanto sociedade. As organizações servem a sociedade,
transformando o mundo num lugar melhor, mais seguro, mais barato e mais agradável de se
viver.
As organizações realizam objectivos

As organizações geram sinergias – o esforço de uma pessoa é mais valioso combinado com
os esforços dos outros. Mesmo que um indivíduo sozinho pudesse fazer tudo o que as
organizações fazem para produzir um produto (o que é difícil acreditar), ele jamais poderia
faze-lo tão rapidamente.

As organizações preservam o conhecimento

Sabemos através da história que dependemos dos registos das realizações passadas como
uma base de conhecimento sobre a qual possamos construir ou adquirir mais aprendizagens e
chegar a maiores resultados. Sem esses registos, a ciência e outros campos do conhecimento
ficariam imobilizados.

O que o nosso amigo está agora a ler, não foi inventado hoje, é o resultado de longos anos de
estudo.

As organizações proporcionam carreiras

Finalmente, as organizações são importantes porque proporcionam a seus empregados uma


fonte de sobrevivência e, dependendo do estilo e da eficácia de seus administradores, até
mesmo a satisfação e auto - realização pessoal. A maioria de nós tende a associar
oportunidades de carreira com corporações empresariais, mas na verdade muitas
organizações, como igrejas, repartições públicas, escolas e hospitais também oferecem
carreiras compensadoras.
O nosso amigo sabe que para alguém ser importante na vida, por exemplo, ser Ministro é
preciso que esteja integrado numa determinada organização onde vai aprender a fazer coisas,
realizar certas tarefas, revelar suas qualidades profissionais e depois ser destacado como
chefe dos outros.
Em resumo, as organizações são importantes para as pessoas porque através delas um grupo
de pessoas faz alguma coisa que as outras pessoas precisam. Quando uma pessoa se engaja
numa organização procura satisfazer as suas necessidades como, por exemplo, obter dinheiro
ou outros bens e serviços materiais ou espirituais.
Quando uma pessoa trabalha numa organização aprende a fazer melhor uma determinada
actividade, aprende a estar com o outro e passa esse seu saber e saber fazer para os outros
que entrarem depois. Uma pessoa sozinha dificilmente aprende a fazer coisas novas. Por

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último, quando uma pessoa está numa organização, pode ocupar vários postos na sua
profissão ou na chefia.
Características das Organizações

Como vimos, as organizações são muito diversificadas quanto à sua natureza. Algumas
organizações dedicam-se ao fabrico de produtos, como por exemplo, as fábricas de conservas
ou uma família. Outras se dedicam ao desenvolvimento do lazer, outras zelam pela
manutenção da ordem pública como a polícia.

De acordo com Chambel et al (1997: p. 95), “O que distingue estes diferentes tipos de
organizações é, por um lado, os beneficiários e, por outro lado, os seus produtos”.

Em relação aos beneficiários podemos verificar que enquanto algumas organizações


beneficiam a sociedade em geral, outras canalizam os seus esforços para um grupo particular.
Os beneficiários de uma empresa são os seus clientes; para uma organização política os
beneficiários são os cidadãos em geral; mas, para uma igreja, os seus contributos vão, em
primeiro lugar, para os seus membros, enquanto que para uma família os beneficiários são os
membros dessa família.
No que se refere ao produto resultante da actividade da organização é possível distinguir
diferentes áreas de negócio. Enquanto numa fábrica o seu produto consiste nos produtos por
ela fabricados, um hospital tem como produto a prestação de serviços de saúde e a policia
tem como produto a prestação de serviços de segurança.”“.

Apesar dessa diversidade, podemos encontrar algumas características que são o denominador
comum dessa multiplicidade e que podemos considerar caracterizadoras de uma organização,
nomeadamente, os participantes; os objectivos e a tecnologia.

Os participantes das Organizaçoes


Como primeiro elemento caracterizador de uma organização podemos considerar os seus
participantes, isto é, os indivíduos que dela fazem parte. São os indivíduos que constituem a
organização ou trabalham nela permitindo que ela funcione. Os seus membros. Numa escola
os participantes são os professores, os alunos, os funcionários, e o director.

Para que os membros de uma organização possam dar o seu contributo, a organização atribui
a cada um dos seus participantes um determinado papel ou cargo que inclui diferentes
dimensões: funcional, hierárquica e interpessoal.

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a) Dimensão funcional - A organização estipula o conjunto de tarefas e procedimentos do
trabalho, isto é, os modos de realização dessas tarefas para cada um dos participantes. Por
exemplo, a tarefa do professor é diferente da tarefa do director ou da tarefa do servente.

b) Dimensão hierárquica - a organização estipula o nível de poder e autonomia de cada um


dos participantes organizacionais. Por exemplo, o director da escola pode dar orientações a
todo o pessoal da escola enquanto que o director de turma só pode dar orientações aos alunos
da turma em que ele é director.
c) Dimensão interpessoal - a organização estipula os contactos e comunicações que se
estabelecem entre os seus diferentes participantes. Por exemplo, numa escola os professores
de uma dada classe ou disciplina coordenam o trabalho entre si através de reuniões de
planificação. Uma classe ou disciplina pode ter um coordenador com o qual os professores
trocam informações sobre as avaliações, as notas e outros assuntos de interesse para o
trabalho.

As características pessoais de cada um dos participantes, como, por exemplo, a idade, o


sexo, a formação e o tempo de pertença influenciam o modo como desempenha o seu papel e
consequentemente, o funcionamento da organização. Por exemplo, as organizações que
possuem participantes jovens e com formação elevada têm maior flexibilidade no exercício
dos seus papéis, introduzindo maneiras inovadoras de funcionar de um modo mais rápido e
ajustado que as organizações que possuam participantes de idade mais avançada ou com
baixa formação, que tenderão a desempenhar papéis de uma forma mais rígida. A influência
das características do director de uma escola é mais elevada que a influência das
características de um membro de um clube desportivo, que se limita a assistir aos jogos de
futebol da respectiva equipa.

Para uma organização existir é preciso:


a. Pessoas que dão vida a essa organização. Mesmo quando o processo de trabalho é altamente
automatizado, tem que haver alguém que liga as máquinas, que recolhe o produto, que
verifica se as máquinas trabalham bem ou não.

b. Essas pessoas sejam colocadas em cargos ou posições onde fazem o trabalho dado pela
organização

c. Cada ocupante duma posição ou cargo é dito o que tem que fazer, quem é o seu chefe e com
quem troca informações para poder cumprir da melhor maneira o seu dever.

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Os objectivos das Organizações
Os participantes de uma organização reúnem-se no sentido de obter determinados efeitos
com as suas acções conjuntas, que individualmente não seriam possíveis. Estes efeitos
constituem os fins desejados, isto é, os objectivos da organização.

No caso de uma escola, os objectivos conferem a ela a direcção em dois sentidos:


a. O primeiro objectivo de uma escola é a sua própria sobrevivência e;

b.O segundo objectivo consiste em graduar alunos formados e úteis à sociedade.

Como compreender a sobrevivência da escola?

Considere o nosso amigo uma escola privada em que os alunos devem pagar para
frequentarem a escola, num ambiente em que há vagas nas escolas para todos.

Por ser privada, a escola utiliza a receita cobrada para pagar a renda de casa, pagar os
professores e adquirir todos os recursos necessários para o seu funcionamento. Havendo
vagas suficientes para todos, as pessoas teriam a liberdade de escolher a melhor escola para
os seus filhos.

Assim, aquela escola privada teria que fazer qualquer coisa para poder ganhar mais alunos
para si. Se a escola não tiver alunos a escola teria que fechar e desaparecer.

Então, a administração de uma escola deve assegurar a sobrevivência da escola, partindo


do pressuposto de que ela só será válida para os seus clientes, se ela tiver alunos e garantir
que estes aprendam.

Mas todas as escolas ensinam e são competidoras com esta escola. Para esta escola
sobreviver deverá assegurar resultados académicos altos, boa disciplina e uma boa imagem
perante o público.

Uma boa escola é aquela que gradua o maior número possível de alunos como resultado
da aprendizagem.

Isto é, uma boa fábrica de cadernos é aquela que produz maior quantidade possível de
cadernos gastando pouco.

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Como compreender a necessidade de formar alunos úteis?

Ora, a escola para ser útil aos seus clientes, que são os alunos, os pais bem como toda a
sociedade, ela deve fornecer à sociedade pessoas formadas e úteis para trabalhar.

Todas as escolas gostariam que todos os seus alunos graduados encontrassem emprego ou
passem nos exames de admissão a outros níveis de ensino porque isso revelaria um bom
desempenho da própria escola.

Então a escola deve ter como objectivo assegurar o sucesso escolar e educativo das crianças.
O objectivo de uma escola consiste em produzir pessoas formadas e úteis à sociedade.

Por outras palavras, não basta produzir bons cadernos. É preciso que esses cadernos sejam
comprados por serem os preferidos no mercado.

A tecnologia das Organizações


A organização para atingir os seus objectivos, realiza um determinado tipo de trabalho, isto é,
transforma materiais, dando origem aos produtos ou serviços. Este processo, que constitui a
tecnologia da organização, pode ser considerado como um outro elemento caracterizador de
uma organização.
Algumas organizações transformam matérias-primas e fabricam determinados produtos.
Outras organizações transformam «pessoas», consistindo os seus produtos em indivíduos
mais conhecedores - é o caso das escolas.
A tecnologia consiste no equipamento técnico e nas máquinas utilizadas na organização,
mas também inclui o conhecimento e as competências dos participantes. É um mecanismo
comum às diferentes organizações, mas pode apresentar diferentes formas.

Tipos de tecnologia das Organizações


Para abordarmos este tema vamos nos apoiar no manual de Psicossociologia de Chambel e
outros (1997: p.98). Aqueles autores distinguem a tecnologia mediadora, tecnologia em
cadeia e tecnologia intensiva. Vamos analisar cada uma daquelas tecnologias:

a. Tecnologia mediadora

O trabalho processa-se por partes relativamente independentes e com regras estabelecidas


previamente. Uma agência de um banco comercial utiliza habitualmente esta tecnologia, pois

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existem sectores definidos para trabalhar com depósitos a prazo, contas à ordem, câmbios,
etc.

No caso da organização educativa é aplicável se olharmos para o sistema educativo como um


todo, ele procura oferecer vários serviços que se traduzem em escolas de tipo agrário,
industrial, comercial, geral, formação de professores, etc., em que as diferentes necessidades
dos utentes são respondidas com um determinado tipo de instrução.

b. Tecnologia em cadeia

Em contraste com a anterior, o trabalho processa-se por partes interdependentes, envolvendo


uma sequência das tarefas dos diferentes elementos. A produção em série, que existe, por
exemplo, numa fábrica de automóveis, constitui um bom exemplo deste tipo de tecnologia.
Aplica-se nas organizações educativas na sequência que se estabelece de uma classe para a
outra ou na sequência da matéria de uma disciplina ao longo das diferentes classes.

c. Tecnologia intensiva

O trabalho processa-se por partes interdependentes, mas em simultâneo, as partes envolvidas


não são sempre idênticas, dependem da tarefa a realizar no momento. Um hospital utiliza esta
tecnologia, pois o tratamento de cada doente envolve o trabalho de médicos de diferentes
especialidades, de enfermeiros, de farmacêuticos e de auxiliares paramédicos.

Aplica-se à escola quando os professores cooperam entre si na formação do aluno. Um aluno


frequenta ao mesmo tempo várias disciplinas que concorrem para a sua formação.

Os professores podem, também aconselhar os alunos em aspectos ligados à sua formação.


Aqui os professores se preocupam, fundamentalmente, com o aluno individual e não com a
turma como grupo.

Numa escola, a tecnologia principal é o saber do professor que inclui os seus


conhecimentos sobre a matéria que lecciona e o saber fazer didáctico.

O nosso amigo deve lembrar que uma organização caracteriza-se por ter participantes,
objectivos e tecnologia. Os participantes devem ter tarefas, ter poder e canais de
comunicação interpessoal.

Estrutura das Organizações

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Como referimos anteriormente, uma organização consiste num conjunto de indivíduos, os
seus participantes, que se reúnem com intenção de atingir certos objectivos.

Para que tal seja possível, os autores que já citamos, assinalam que a organização possui um
conjunto de regras com o propósito de modelar o comportamento dos indivíduos, tendo em
vista esses objectivos.

O conjunto dessas regras constitui a estrutura da organização.

A componente formal

Do conjunto das regras organizacionais podemos destacar as oficiais, isto é, as regras que
regulam as actividades dos seus diferentes membros que são tornadas explicitas. Estas
constituem a estrutura formal da organização e consistem no conjunto de meios que a
organização utiliza, por um lado, para dividir o trabalho e, por outro, para coordenar e
controlar.

A divisão do trabalho – diz respeito à distribuição das tarefas organizacionais por


diferentes partes e elementos organizacionais. A coordenação e controlo do tabalho diz
respeito ao modo como as tarefas das diferentes partes e elementos são articuladas, de modo
a que a organização atinja os seus objectivos.

Em primeiro lugar, a organização tem, habitualmente, necessidade de se dividir em diferentes


unidades – departamentos, serviços, secções – para produzir um determinado produto ou
serviço. Esta divisão do trabalho pode utilizar como critério a função desempenhada pela
unidade.

Numa escola, as tarefas podem ser distribuídas de acordo com a competência dos seus
professores, existindo em cada turma um professor com a tarefa de ensinar o português,
matemática, filosofia, biologia, etc.

A estrutura organizacional tem, também necessidade de hierarquizar as diferentes unidades


que a constituem, isto é, algumas unidades estabelecem regras e normas de funcionamento
das outras unidades – aquilo que designamos por divisão vertical do trabalho. Esta divisão
distribui a actividade formal e estabelece onde e como são tomadas as decisões.
Na maioria das organizações existe, no topo, o conjunto dos seus dirigentes, a unidade de
comando (administração) que define os objectivos e a estratégia da organização e concebe,
coordena e controla o funcionamento das restantes unidades.
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A nível intermédio surgem as unidades de linha intermediária (gestão), por exemplo, o
director de escola, que guiam as actividades correntes da organização, ajudam a formular as
suas normas e regras e transmitem as directrizes da unidade de comando aos níveis
inferiores.

Na base das organizações surgem as unidades operacionais que executam as actividades


directamente responsáveis pela realização do produto ou serviço da organização, por
exemplo, os professores.

A coordenação e controlo do trabalho – diz respeito ao modo como as tarefas das


diferentes partes e elementos são articuladas de modo a que a organização atinja os seus
objectivos. Esta coordenação e controlo são conseguidos através da supervisão directa,
estandardização (padronizacao) dos procedimentos e ajustamento mútuo.

Na supervisão directa um membro da organização que ocupa uma posição de chefia


coordena e controla o trabalho realizado pelos seus subordinados. Esta coordenação implica a
transmissão de directrizes e regras para a execução do trabalho e um posterior controlo dos
resultados obtidos por cada elemento.

Na estandardização dos procedimentos, ou seja, o modo de realizar o trabalho e o seu


conteúdo são especificados e programados previamente. Cada elemento da organização sabe
exactamente o que deve fazer e o modo como deve realizar todas as tarefas que lhe
competem, existindo muitas vezes normas e regras escritas estabelecendo estes
procedimentos.

Como todos os elementos sabem o que deles é esperado, a coordenação das suas tarefas fica
facilitada. Como os procedimentos são especificados previamente, a tarefa de controlo dos
resultados do trabalho de cada elemento torna-se também mais fácil.

No ajustamento mútuo a comunicação entre os diferentes elementos é livre e espontânea.


Esta comunicação permite uma troca de informações, tendo em vista uma melhor articulação
entre as tarefas desenvolvidas por cada um. A troca de informação entre os elementos da
organização possibilita o ajustamento dos procedimentos, tendo como objectivo a obtenção
dos resultados desejados.

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Numa organização escolar ocorrem a supervisão directa por parte do director e outras
autoridades superiores do professor,

Existe a estandardização de procedimentos porque o professor sabe o que deve fazer e


como deve fazer na sala de aulas e,

Existe o ajustamento mútuo porque os professores que leccionam a mesma disciplina ou


classe podem trocar pontos de vista sobre a maneira mais eficaz de realizar uma dada
actividade de modo a conseguir os melhores resultados.

Organogramas

O organigrama de uma organização consiste na representação gráfica e esquemática da sua


estrutura formal. Através do organigrama ficamos a conhecer as diferentes unidades que
constituem a organização, bem como as diferentes ligações que se estabelecem entre elas.
Para construir um organigrama seguem-se as seguintes regras:

a. As unidades organizacionais devem ser colocadas dentro de caixas;

b. As unidades de apoio devem ser colocadas lateralmente

c. As unidades da linha hierarquica devem ser colocadas de forma descendente (por


baixo), desde as unidades de comando até às operacionais, passando pelas intermédias;

d. As ligações entre as diferentes unidades organizacionais são representadas por linhas


que as unem.

Para além do organigrama existe outro documento na organização chamado quadro de


pessoal, onde estão alistados os membros efectivos da organização e sua distribuição pelas
estruturas do organigrama.

A organização possui um regulamento interno que permite conhecer o conjunto de normas e


regras que regula o comportamento de todos os membros organizacionais.

A organização possui, também as descrições e análises de funções que permitem conhecer as


tarefas, atribuições e distribuição do trabalho pelos diferentes membros organizacionais.

O ambiente das Organizações


O ambiente de uma organização é tudo aquilo que rodeia a organização e influencia o seu
funcionamento, a sua eficácia e a sua eficiência. Na perspectiva actual as organizações, não
22
podem ser vistas fora do contexto que as envolve. É este ambiente, o meio em que a
organização se situa, que fornece os recursos – matérias-primas, equipamentos, pessoas –
indispensáveis ao seu funcionamento e que posteriormente recebe os produtos/serviços
produzidos pela organização. No caso da escola, o ambiente é constituído pelo País,
Província, Distrito ou Bairro em que se localiza, mas também pelas leis, pelo tipo de aluno
que frequenta a escola, tipo de encarregado de educação que interage com a escola, etc.

No ambiente da organização podemos distinguir:

a. Ambiente geral – diz respeito às condições gerais que afectam todas as organizações e
inclui: condições legais, políticas, tecnológicas, económicas, demográficas, ecológicas e
culturais de uma determinada área geográfica. Estas condições, apesar de não possuírem um
contacto directo com a organização, influenciam o seu funcionamento. Por exemplo, um
novo desenvolvimento tecnológico pode permitir à organização uma maior e melhor
produção.

Ambiente específico – diz respeito às organizações ou indivíduos que possuem um contacto


directo com a organização, como por exemplo, os clientes, os concorrentes, os alunos e
encarregados de educação com os quais a organização contacta para crescer e sobreviver.

Para compreendermos o funcionamento de uma organização, temos de saber caracterizar o


seu ambiente. Em primeiro lugar, devemos conhecer a sua complexidade, isto é, o número
de elementos que o constituem. O meio é tanto mais complexo quanto maior for o número de
elementos que fazem parte.

1.4.3 A escola como Organização

O que é uma escola?

Quando entramos numa escola vemos edifícios, alunos, professores, funcionários não
docentes, carteiras, quadros pretos, mapas, secretaria, direcção e às vezes, uma cantina
escolar. Também nos recordamos de ter estudado, ter feito avaliações, ter pedido um
certificado ou ter recebido um boletim de passagem na escola. Esta é a realidade da escola
que voce agora vai procurar compreender no texto seguinte.
De um modo geral, a escola define-se como um estabelecimento de ensino que tem por
finalidade desenvolver global e equilibradamente, o aluno, nos aspectos intelectual, sócio-
educativo, psicomotor e cultural com vista à sua correcta integração na comunidade.

23
Em Moçambique, a escola é definida no Regulamento do Ensino Básico (REGEB) como
sendo “um estabelecimento de ensino que visa conferir aos alunos uma formação básica nas
áreas de comunicação, das ciências matemáticas, das ciências naturais e sociais, da
educação física, estética e cultural, bem como o desenvolvimento das capacidades do
educando, de modo a permitir-lhe viver e trabalhar com dignidade, participar plenamente na
melhoria da qualidade de vida, tomar decisões fundamentadas e prosseguir a sua
aprendizagem ao longo de toda a vida”.

Como deve ter reparado, no conceito de escola como estabelecimento está subjacente a ideia
de um edifício, de um lugar onde se ministra o ensino por um lado e por outro, para que serve
a escola e finalmente para que servem os seus serviços ou seja, qual é a finalidade de educar
o aluno.
A definição diz que tipo de ensino deve ser ministrado. No caso das escolas básicas o ensino
ministrado deve permitir aos alunos ter uma formação básica em:

Comunicação;

Ciências matemáticas;

Ciências naturais e sociais;

Da educação física;

Estética e cultural

Este é o conjunto de áreas do saber ou de competências em que a escola deve preparar as


crianças. É o que as crianças devem aprender.

A definição inclui, ainda, a finalidade dessa formação ou aprendizagem como sendo o


desenvolvimento das capacidades do educando de modo a:

Viver e trabalhar com dignidade;

Participar plenamente na melhoria da sua qualidade de vida;

Tomar decisões fundamentadas para a sua vida;

Prosseguir a sua aprendizagem ao longo de toda a vida.

24
Como dizia Brito (1994, p.8), uma escola é uma complexa empresa que produz o sucesso
escolar e educativo dos alunos.

Para este autor as particularidades da escola como organização seriam as seguintes:

a. A escola é uma organização cujo produto a obter é o sucesso escolar e educativo


dos alunos;

b. O aluno é a matéria-prima, o produto e ao mesmo tempo cliente da escola;

c. O aluno é também trabalhador da escola - Sendo o homem um ser em permanente


autoconstrução, na empresa-escola, para obtermos o produto final «Homens
Formados», os alunos terão de fazer parte, estrutural, do grupo dos trabalhadores;

d. Os trabalhadores serão os professores, funcionários auxiliares e administrativos e


o próprio aluno;

e. A comunidade a ser servida pelo produto é cliente da escola - se considerarmos


que o produto da organização escola deverá ser «Homens Formados» então o
conceito de cliente não se restringe ao aluno, mas abarcará a sociedade em que
esse «produto» se irá integrar.

f. A escola é a organização mais complexa e difícil de gerir, dado que o produto a


obter é difícil de qualificar, quantificar, pesar e medir para se determinar a sua
qualidade. Por exemplo, o nosso amigo sabe que o aluno que reprova num exame
nem sempre é aquele que sabe menos;

g. Para esta complexa organização são necessários trabalhadores extremamente


especializados em múltiplas áreas do saber, nomeadamente, língua materna,
matemática, história, línguas estrangeiras, ciências, pedagogia, filosofia da
educação, sociologia da educação, psicologia, etc.

1.4.4 Qual é a missão da escola?

Para discutirmos este assunto vamos nos apoiar no módulo um do conjunto de materiais para
formação de directores de escolas. De acordo com aquele manual, os termos filosofia,
missão, finalidade, objectivos, metas, indicam o propósito e o rumo duma escola.

A palavra filosofia significa um sistema de princípios que orientam a vida. Tal conceito é útil
para nós como indivíduos, bem como para a escola. A missão duma escola pode ser
25
entendida como a filosofia da escola, aquele sistema de princípios que orientam a vida de
uma escola.

A missão é um propósito que deve ser alcançado através de actividades de uma instituição.

A escola, como qualquer organização, define, para si, uma linha de orientação fundamental
que norteia as múltiplas actividades que decorrem no seu dia a dia. Dessa linha de orientação
deverão ocorrer objectivos amplos que não condicionem ou limitem qualquer acção, opção
pedagógica ou projecto educativo, que se pretende implementar, mas que sirva de
enquadramento à sua consecução. Podemos dizer que a missão da escola é o seu objectivo
eterno ou permanente através do qual a escola se define.

A escola como organização tem por missão:


Desenvolver o aluno, nos aspectos intelectual, sócio-educativo, psicomotor e
cultural,
Com vista à sua correcta integração na comunidade.
De acordo com o Regulamento Geral das Escolas do Ensino Básico (REGEB) a missão da
escola moçambicana consiste em “conferir aos alunos uma formação básica nas áreas de
comunicação, das ciências matemáticas, das ciências naturais e sociais, da educação física,
estética e cultural, bem como o desenvolvimento das capacidades do educando, de modo a
permitir-lhe viver e trabalhar com dignidade, participar plenamente na melhoria da
qualidade de vida, tomar decisões fundamentadas e prosseguir a sua aprendizagem ao longo
de toda a vida”.

A escola moçambicana visa conferir aos alunos uma formação intelectual (saber),
psicomotora (saber fazer) e afectiva (saber ser estar) para lhes permitir viver e trabalhar
com dignidade.

Ou seja, a escola moçambicana procura dar aos alunos uma formação que torne os alunos
úteis à sociedade e a si próprios.

De acordo com Pimenta e outros (1999: p.93) a missão da escola coincide em boa parte com
as funções da educação e poderíamos resumi-las do seguinte modo:

26
a. Proporcionar conhecimentos e desenvolver capacidades que permitam aos indivíduos
adquirir as competências básicas necessárias à sua vida de adultos e à sua integração
na sociedade.

b. Transmitir a cultura, modelos de comportamento e normas sociais de convivência a


novas gerações para que estas as integrem e se integrem na sociedade.

c. Preparar o indivíduo para que seja um cidadão independente, crítico, criativo,


responsável e participativo, disposto a exercer os seus direitos e deveres como
membro de uma sociedade democrática e pluralista e capaz de assumir atitude
favorável à educação permanente e à formação contínua.

d. Conferir estatuto social através de um processo de diferenciação, selecção e


hierarquização, construída com base numa avaliação das capacidades expressas e das
competências adquiridas e desenvolvidas pelo aluno e objectivada numa certificação
escolar, isto é, na atribuição de um diploma.

Podemos dizer que a escola tem fundamentalmente dois tipos de funções:

• Uma função de educação e ensino e;

• Uma função de certificação.

Na função de educação e ensino incluem-se:

a. As funções de natureza instrucional – que se associam à aquisição e


desenvolvimento de competências básicas no uso dos instrumentos de aprendizagem
formal (saber ler e escrever, dominar as operações matemáticas elementares, isto é,
apropriar-se dos fundamentos para continuar a aprender) e de conhecimentos teóricos
e práticos sobre os diversos campos da vida social e em particular da ciência.

b. As funções socializadoras – que se associam quer a transmissão e interiorização dos


valores e padrões de comportamentos que permitem ao indivíduo viver em
determinada sociedade, quer ainda à aquisição e desenvolvimento de competências de
participação cívica e de intervenção social criativa e responsável.

O segundo tipo de funções da escola – as funções de certificação – associam-se,


como dissemos, às operações de avaliação, selecção e hierarquização, isto é, de
diferenciação, que a escola concretiza relativamente aos que a frequentam. A

27
atribuição de um diploma é, portanto, a forma mais utilizada para concretizar a
certificação escolar.

1.4.5 Objectivos da escola

Quais são os objectivos da escola moçambicana?

Os objectivos da escola moçambicana são, de modo geral, iguais aos objectivos do Sistema
Nacional de Educação (SNE). De acordo com o plano curricular do ensino básico alguns dos
objectivos gerais do SNE traduzem-se em:
A. Educação para a cidadania
Inclui:
a. Proporcionar o desenvolvimento integral e harmonioso da personalidade;
b. Inculcar na criança, no aluno padrões aceitáveis de comportamento: lealdade,
respeito, disciplina e responsabilidade;
c. Educar o aluno para o espirito da unidade nacional, respeito e amor à pátria;
d. Desenvolver sensibilidade estética e a capacidade artística e o amor pelo belo.
B. Educação para o desenvolvimento económico e social
Inclui:
a. Erradicar o analfabetismo, de modo a proporcionar a todo o cidadão o acesso ao
conhecimento científico e desenvolvimento pleno das suas capacidades;
b. Promover a educação da rapariga;
c. Educar o aluno para o respeito e preservação do ambiente e do ecossistema;
d. Proporcionar uma formação básica nas áreas da comunicação, ciências, meio
ambiente e cultural.
C. Educação para as práticas ocupacionais
Inclui:
a. Desenvolver no aluno o interesse pelos exercícios físicos, desporto e recreação;
b. Desenvolver no aluno hábitos de higiene, nutrição e cuidados sanitários.
1.4.6 Valores da escola
Quais os valores da escola?

Os valores são orientações para o comportamento esperado que se traduzem em atitudes e


acções de cada pessoa. Valor é o merecimento ou excelência de comportamento que a

28
sociedade considera desejável atingir como objectivo ou meta. Os valores desenvolvem-se
pela experiência, educação e observação.
A comunidade confia à escola a missão de desenvolver os valores cultivados em casa nos
alunos; é tarefa da escola para além de proporcionar conhecimementos científicos aos alunos
desenvolver neles hábitos e comportamentos dignos aceitáveis na comunidade.Esses valores
uma vez desenvolvidos passarão a fazer parte da vida de cada um.
A declaração da missão da escola baseia-se nos seus próprios valores e nos do seu corpo
docente e do País, a serem transmitidos à próxima geração. Por exemplo, uma escola que é
gerida por organização religiosa inclui nos seus valores a fé em Cristo, Deus, Alá, etc.
Tais valores incluem: comportamento aceitável, honestidade, eficiência, pontualidade,
aplicação, autodisciplina, polidez, cortesia, justeza, justiça, tolerância, coragem, respeito pelo
trabalho, respeito pelas pessoas e pela propriedade alheia, desportivismo, imparcialidade,
perseverança, respeito pelas autoridades legítimas, preocupação com a comunidade, limpeza,
atitude crítica, humildade, perspectivação do futuro, etc.

Organização de uma escola

Na abordagem deste tópico utilizaremos as disposições do diploma Ministerial nº 126/94 de 5


de Outubro que regula a criação e funcionamento das instituições do ensino particular e no
Regulamento Geral das Escolas do Ensino Básico.
Consideramos que o nosso amigo poderá leccionar numa escola pública (do estado) ou numa
escola de gestão privada (particular). Por uma questão de estética do texto, nem sempre
iremos indicar os artigos, podendo, o nosso amigo consultar aqueles instrumentos legais para
mais pormenores.

Abertura, condições de funcionamento e cadastro das escolas.

1. O edifício escolar deve ser construído em local adequado aos fins educativos e
respeitar as normas pedagógicas e de higiene e as previstas pelo órgão que
superintende as obras públicas.
2. Permitir acesso à água potável e casas de banho.
Edifíci 3. A escola deve ter salas de aula com altura e superfície adequadas, conforme as
o normas de construções dos edifícios escolares em vigor no País.
escolar
4. Ter uma sala para secretaria;
5. Ter uma sala para gabinete do director;
6. Pátio de recreio ao ar livre, cuja área deve ser pelo menos, o dobro da superfície
total das salas de aulas.

29
Estas são exigências em relação à estrutura física da escola. Mas o nosso amigo
sabe que no nosso País ainda existem escolas sem as mínimas condições físicas.
Este é um problema que deverá ser resolvido no futuro. Mas agora o nosso amigo
cursista sabe que existem normas que regem a construção de escolas.
A escola deve ter um regulamento interno próprio que contenha as regras de
inscrição ou admissão, as normas de assiduidade dos alunos e critérios de avaliação
de conhecimentos.
Regula O nosso amigo deve estar recordado que as normas e os regulamentos conferem o
mento carácter formal às organizações, neste caso a escola. Os regulamentos fazem com
interno que aquilo que se passa dentro das escolas não dependa da vontade dos funcionários
que atendem o público ou dos seus professores ou da disposição daqueles.
Os regulamentos fazem com que as coisas sejam feitas da mesma maneira e o que
acontece nos estabelecimentos de ensino seja previsível.
Criação A criação de escolas é um assunto que compete às autoridades máximas da
ou educação. Assim, a criação, abertura e funcionamento de um estabelecimento de
abertur ensino público ou privado dependem da autorização do Ministro da Educação.
a duma
escola
Para efeitos de registo de informações sobre os alunos, as aulas dadas, as notas dos
alunos e sobre o funcionamento da escola, deverá haver em cada escola:
□ Boletim de matrícula;
□ Livro de matrícula;
□ Livro de turma;
□ Caderneta do aluno;
□ Mapa do aproveitamento dos alunos (pauta)
Escritu □ Processo individual do aluno;
ração
escolar □ Livro de registo de correspondência que entra ou sai;
□ Livro de termos de exames;
□ Mapa de levantamento estatístico para informar as autoridades superiores e a
direcção da escola;
□ Livro de despachos do director da escola.
Os documentos da escrituração escolar devem ser arquivados em local próprio, com
numeração que permita a sua classificação por ano, isto é, a escola deve ter um
arquivo para que, por exemplo, as pautas não desapareçam e a escola esteja em
condições de passar os certificados.
O mobiliário e equipamento das salas de aula deverão ser constituídos no mínimo
Mobili
por:
ário e
equipa □ Carteiras
mento □ Secretária e cadeira para o professor

30
□ Um armário para a arrumação de material didáctico e trabalhos feitos pelos
alunos
□ Um quadro preto.

Se o nosso professor e outros pretendessem abrir uma nova escola deveriam pensar:

1º o lugar onde a escola deve ser erguida;

2º erguer um edifício escolar com salas de aula, casas de banho, água e secretaria;

3º colocar nas salas de aula para além das carteiras, um quadro preto, uma mesa e cadeira
para o professor.

4º comprar os modelos previstos para poder fazer os registos dos alunos, professores, aulas
dadas, etc.

5º elaborar o regulamento da escola tendo em conta as leis e os regulamentos do MINED e


outras aplicáveis à educação.

6º elaborar o seu requerimento e outros documentos necessários solicitando a abertura da


escola ao Ministro da Educação.

7º Indicar uma direcção para a escola

Classificação das escolas do ensino primário

O artigo 3 do regulamento das escolas básicas classifica as escolas de acordo com o grau ou
graus de ensino que leccionam como segue:

a. Escolas primárias do 1º grau, quando leccionam da 1ª à 5ª classe;


b. Escolas primárias do 2º grau, quando leccionam da 6ª à 7ª classe;
c. Escolas primárias completas, quando leccionam da 1ª à 7ª classe.

Direcção da escola

De acordo com Brito (1994: p. 8), “Numa escola todos somos gestores. Gestores do tempo,
do espaço, do ensino, da aprendizagem, das verbas, dos conflitos e da imagem. Nós,
professores, alunos, funcionários, pais, representantes de interesses sócio-económicos,

31
culturais, desportivos ou autárquicos. Gerimos opções, interesses, projectos. Gerimos e
geramos a escola”.
Na sua organização interna a escola possui vários níveis de gestão considerando-se o número
e complexidade de situações e pessoas envolvidas, directa ou indirectamente.

Gerir o espaço colectivo «Escola», o espaço sala de aula ou o espaço mesa de trabalho
corresponderá a níveis diferentes da administração do espaço. Gerir o calendário anual de
actividades curriculares corresponderá a um nível de gestão diferente da gestão do tempo da
unidade de ensino ou do tempo de uma aula.

A escola como elemento de um sistema é condicionada pelas políticas educativa, financeira,


económica; cultural e administrativa que são externas e determinadas pelo governo e outras
forças sociais, sendo, por isso, a sua administração influenciada por factores muito diversos.
Por isso, a administração de uma escola é um trabalho muito complexo que não pode ser só
tarefa do director, exige o envolvimento de todos quantos nele têm interesse como são os
casos dos professores, alunos, pais, comunidade, autoridades locais e outras entidades.

Tendo em vista a representação da realidade escola e a construção de um modelo conceptual


que melhor explicite e concretize o funcionamento das escolas, tomou-se como referencial o
regulamento geral das escolas do ensino básico aprovado em 1999.

Actividades

1.Discuta em grupo qual é utilidade das instituições:

2. Procure representar num gráfico o organograma de uma escola do ensino primário

Auto-avaliação

Procure responder as questões que a seguir se apresentam e depois compare as suas


repostas com as apresentadas na chave de correcção.

a) O que diferencia a escola das outras Organizações?

b) Porque se diz que a escola tem a função de selecção, de diferenciação das pessoas numa
sociedade?

32
c) Qual é a importância do organograma de uma escola?

Chave de correcção

a) A escola diferencia-se de outras organizações porque enquanto estas têm por missão
produzir bens e serviços para a satisfação da sociedade, a escola tem por missão:

- Desenvolver o aluno nos aspectos intelectual, sócio-educativo, psicomotor e cultural, com


vista à sua correcta integração na comunidade.

A escola prepara o indivíduo para que seja um cidadão independente, crítico, criativo,
responsável e participativo para a exercer os seus deveres e direitos como membro de uma
sociedade.

b) A escola confere ao indivíduo estatuto social através de um processo de diferenciação,


selecção e hierarquização constituído com base numa avaliação das capacidades expressas
e das competências adquiridas e desenvolvidas pelo aluno e objectivada numa certificação
escolar.

c)Através do organograma ficamos a conhecer as diferentes unidades que constituem a


escola bem como as diferentes ligações que se estabelecem entre eles na realização de
actividades com vista ao alcance dos objectivos.

Bibliografia complementar

UNIDADE TEMÁTICA 2: Componentes da Gestão Escolar

2.1. Duração da unidade temática: 23 horas

2.2.Introdução da Unidade temática

A escola como organização, estrutura-se em áreas e em cada área, são desenvolvidas muitas
actividades que garantem o pleno funcionamento da escola. Essas actividades para que seja
possível a sua realização é necessário que haja uma boa planificação, supevisão, inspecção
avaliação, boa gestão e liderança, daí que a presente unidade temático Componente da
Gestão Escolar vai debruçar-se sobre: a Gestão pedagógica/ didática, Gestão administrativa/
financeira, Gestão dos Espaços e Construções escolares, Planificação de Actividades
33
Escolres, Gestão e liderança, Resolução de Problemas e Tomada de Decisões, e porque a
escola está inserida numa comunidade, será discutida a ligação entre a Escola e a
comunidade e o funcionamento de Conselho de Escola.

2.3. Evidências requeridas da unidade temática:

No fim de aprendizagem desta Unidade Temática o formando deve ser capaz de:

a) Identificar os elementos da gestão pedagógica/didáctica;


b) Planificar, usar e controlar os recursos humanos, materiais e financeiros;
c) Usar os instrumentos da gestão;
d) Monitorar e avaliar a realização de actividades escolares;
e) Planificar as actividades da escola;
f) Identificar a gestão e liderança;
g) Implementar a liderança escolar;
h) Identificar e usar os pessos para a resolução de problemas e tomada de decisão;
i) Medeiar os conflitos resultantes da actividade escolar;
j) Identificar e reconhecer os elementos de ligação escola/comunidade;
k) Auxiliar os elementos da comunidade escolar sobre saúde e segurança;

2.4.Recursos de aprendizagem:

2.4.1 Gestão Escolar


Algumas pessoas empregam gestão para significar administração.
A Administração tem a ver com a planificação, a concepção, a iniciativa de actividades,
a disponibilização de recursos e o controlo de actividades e dos resultados.
A Administração é a formulação, controlo e acompanhamento de políticas numa
organização.
A Administração é feita no topo de uma organização.
Por exemplo: num banco a administração é feita pelo conselho de administração que é
dirigido pelo presidente do Concelho de Administração (PCA).
Na educação a administração é feita pelo Ministério da Educação que tem à cabeça o
Ministro.
A Gestão, por seu turno, compreende a implementação de políticas, procedimentos, regras,
regulamentos, conforme definidos pela gestão.

34
O Director Provincial de Educação e Cultura, o Director Distrital dos Serviços de
Educação, Juventude e Tecnologia, o Director de uma Escola desempenham o papel de
gestor porque qualquer um deles deve garantir a implementação de políticas de
educação na sua Província, no seu Distrito ou na sua escola.

O director de uma escola lida com o dia a dia de uma determinada escola, enquanto que o
Ministro lida com os problemas gerais que afectam todas as escolas.
A gestão já foi chamada de “a arte de fazer coisas através de pessoas”. Esta definição, chama
a atenção para o facto de que os gestores alcançam os objectivos das organizações
conseguindo que outros realizem as tarefas necessárias – e não realizando eles próprios as
tarefas.
Numa escola, a gestão é o processo de planificar, organizar, liderar e controlar os
esforços realizados pelos professores, alunos e outros funcionários da escola e o uso de todos
os outros recursos da escola para alcançar os objectivos estabelecidos.

A gestão é o processo de planificar, organizar, liderar e controlar os esforços realizados


pelos professores, alunos e outros funcionários da escola e o uso de todos os outros
recursos da escola para alcançar os objectivos estabelecidos.

Definimos a gestão como um processo porque todos os gestores, independentemente de suas


aptidões ou habilidades particulares, participam de certas actividades interrelacionadas
visando alcançar seus objectivos. Estes objectivos não se alcançam num dia, é preciso
trabalhar todos os dias para os alcançar e sempre que se alcançam uns, surgem novos
objectivos.

A Gestão Escolar compreende duas áreas de grande relevância no processo de ensino-


aprendizagem: Gestão Pedagógico/didáctica e Gestão Administrativo- financeira.

2.4.2 Gestão Pedagógico/didáctica

A gestão pedagógica/didáctica coincide com as tarefas do Director Adjunto Pedagógico e


compreende:

Organização - orienta e controla a formação das turmas e a elaboração dos horários das
turmas e dos professores, procede à distribuição dos professores pelas turmas, disciplinas e
classes, de acordo com as orientações superiormente definidas, garante o enquadramento e a

35
integração de novos professores e dos recém formados, assegura a distribuição e o controle
do material básico escolar

Coordenação - orienta e controla a planificação e o desenvolvimento do processo de ensino-


aprendizagem a nível da escola, promove a troca de experiências pedagógico-didácticas entre
professores incluíndo os de outras escolas;

Supervisão - garante a aplicação dos currícula aprovados pelo Ministro da Educação,


identifica as insuficiências científicas e pedagógico-didácticas dos professores e auxilia-los
na superação das mesmas, propõe cursos de aperfeiçoamento sempre que se revelam
necessários, orienta o processo de elaboração de provas de avaliação periódicas, de acordo
com o sistema em vigor e controla os respectivos resultados, orienta e controla o processo de
sistematização e registo da informação estatística necessária, de acordo com as normas
superiormente definidas.

2.4.3 Gestão Administrativo/financeira

A Gestão Administrativo/financeira compreende as tarefas gerais da Secretaria duma escola e


coincide com as tarefas do chefe de Secretaras e distribuem-se em três áreas:

Âmbito administrativo - organiza e mantém actualizada a colectânea da legislação de


interesse para o desenvolvimento das actividades da escola, organiza e executa o processo de
recepção, registo, emissão e envio de correspondência, assegura a dactilografia, reprodução e
arquivo de todos os documentos da escola, zela pela manutenção, limpeza das instalações e
pela conservação do material didáctico e de outros bens patrimoniais de uso comum; garante
o abastecimento regular da escola em artigos e bens de consumo.

Âmbito de pessoal ou de recursos humanos - assegura a organização e controle dos


processos individuais dos professores, alunos e restantes trabalhadores da escola, executa os
aspectos burocráticos inerentes à contratação e admissão de pessoal, mantém o controle de
todos os registos relativos à situação laboral do pessoal, controla a assiduidade e
pontualidade do pessoal.

Gestão de Recursos Humanos

Segundo Brito (1994: p.36-37), o fundamental numa escola como organização é que os seus
recursos humanos agrupados em serviços, órgãos de gestão ou de apoio, turmas, etc., sejam
coordenados na procura de metas comuns.
36
A concepção democrática-participativa de gestão valoriza o desenvolvimento pessoal, a
qualificação profissional e a competência técnica. A escola é um espaço educativo, lugar de
aprendizagem em que todos aprendem a participar dos processos decisórios, mas é também o
local em que os profissionais desenvolvem sua profissionalidade.
A organização e gestão do trabalho escolar requerem o constante aperfeiçoamento
profissional – político, científico, pedagógico – de toda a equipe escolar. Dirigir uma escola
implica conhecer bem seu estado real, observar e avaliar constantemente o desenvolvimento
do processo de ensino, analisar com objectividade os resultados, fazer compartilhar as
experiências docentes bem sucedidas.

A gestão de pessoal tem uma dupla função: melhorar os recursos humanos em si e melhorar o
funcionamento da escola. Para esse feito é necessário considerar acções de formação
científica geral e de formação especifica para as funções de cada professor ou funcionário.

Disciplina

Disciplina é uma acção através da qual os gestores procuram impor as normas da


organização. Na escola existem várias normas de conduta para professores, estudantes e
outro pessoal. Para que os objectivos da escola sejam alcançados os membros da escola são
obrigados a observarem estritamente as normas escolares. As normas mais importantes a
serem observadas na escola são o Estatuto Geral dos Funcionários do Estado, o Estatuto do
professor, o regulamento interno da escola e demais disposições regulamentares.
Tipos de disciplina

Existem dois tipos de disciplinas: disciplina preventiva e disciplina correctiva.

Disciplina preventiva

É uma acção administrativa que se realiza para encorajar os empregados e estudantes a


seguirem as normas prevenindo infracções. O líder encoraja a autodisciplina nos
participantes. Este tipo de disciplina é favorecido por um clima saudável nas relações entre
direcção e os professores e entre professores.

Disciplina correctiva

É uma acção administrativa que ocorre quando se regista uma infracção às normas. Destina-
se a desencorajar a violação das normas. Os líderes devem procurar evitar o recurso a esta
medida preferindo a prevenção.
Princípios que garantem boa disciplina segundo Okumbe (1998: P.119).
37
a) Os membros da escola devem conhecer as normas;

b) A acção disciplinar deve ser imposta logo após a ocorrência da infracção para que os
infractores tenham consciência da relação entre acção disciplinar e a infracção
cometida;

c) A acção disciplinar deve ser imposta de forma consistente, isto é, para igual infracção
igual pena;

d) Acção disciplinar deve ser objectiva, quer dizer, a acção disciplinar incide sobre
factos ocorridos e não factos deduzidos ou presunções;

e) Acção disciplinar deve ser impessoal – Deve haver clareza de que se pune o
comportamento errado não a pessoa. A punição não deve levar a contradições
pessoais. O líder não se deve distanciar do membro punido, procurando restabelecer
um bom clima de trabalho.

f) Acção disciplinar deve ter em conta o direito à defesa, isto é, a pessoa deve ser ouvida
antes de ser punida.

g) O procedimento disciplinar carece de processo disciplinar.

Relações humanas públicas

A equipa da escola precisa investir sistematicamente na mudança das relações autoritárias


para relações baseadas no diálogo e no consenso. Nas relações mútuas entre direcção e
professores, entre professores e alunos, entre direcção e funcionários técnicos e
administrativos, há que combinar exigência e respeito, severidade e tacto humano.
O factor humano, nas escolas, pode acarretar problemas e fracassos ou levar ao sucesso,
dependendo do comportamento dos professores, alunos, pais e outros membros da
comunidade escolar.
Além da disponibilidade de recursos materiais e financeiros que são fornecidos, o sucesso de
uma escola depende:

Do nível de formação dos professores;

Das relações entre os professores e o director;

Das relações entre os professores entre si;

Das relações entre professores e alunos;

Das relações entre a escola e a comunidade;


38
Das relações entre a direcção e outros organismos.

O que são relações humanas?

Podemos dizer que relação humana é o estar com outras pessoas e entrar em interacção com
elas eficazmente.

Na vida diária vivemos e trabalhamos com pessoas: podem ser os membros da nossa família,
os vizinhos, os amigos ou outras pessoas, com quem trabalhamos. Quem quer que seja,
reconhecemos a sua presença e nos relacionamos com ele através de vários meios de
comunicação.

Relações humanas no local de trabalho

Em cada local de trabalho, cada pessoa deve ter as suas responsabilidades, o director de
escola organiza o programa para a escola. Ele leva a cabo a supervisão necessária para
garantir que o programa seja cumprido, cada professor prepara um esquema de trabalho,
planos de lição e registos das avaliações para as suas turmas. Além disso, alguns professores
podem ser responsabilizados por actividades extra-aula.

No fim de cada período escolar são preparadas informações sobre o progresso de cada aluno.
Se o professor de uma disciplina ou de uma turma se atrasa na realização das avaliações, o
director de turma ou de classe atrasar-se-á também na preparação das informações dos alunos
para o fim do período. Então, os alunos podem não receber as informações a eles relativos
para levarem aos seus pais e encarregados de educação.

Por conseguinte, num local de trabalho é preciso ter em conta que o que os outros fazem
afecta o nosso trabalho e o nosso trabalho afecta o que eles fazem. Isto acontece porque todas
as diferentes tarefas numa organização estão relacionadas e numa organização todas as
pessoas têm relações de trabalho.

Processo de formação de relações humanas

Quando, duas pessoas se encontram e estabelecem entre si relações de amizade ou de


trabalho, três, fases se desenrolam:

Fase exploratória - Esta fase envolve a procura de pistas e informações para formar opiniões
e impressões acerca um do outro. Nas escolas, esta fase deve ser planificada, detalhada de
39
forma abrangente. Procure conhecer-se a si mesmo e conhecer as pessoas com quem
trabalha.

Fase de consolidação -As primeiras impressões podem ser enganadoras devido a


informações erradas. Modelos de comportamento repetidos podem ajudar a aferir os níveis
de franqueza, abertura, honestidade, seriedade, credibilidade e integridade da pessoa. É útil
ter registos sobre o comportamento dos alunos e dos trabalhadores para te ajudarem a
compreendê-los.

Fase de preservação - Este é o estágio da compreensão mútua baseada na confiança e


aceitação dos aspectos positivos e negativos, fracos e fortes um do outro.

Relaçoes humanas e motivaçao

Peritos em administração observaram que as pessoas nos seus locais de trabalho gostam de:

Sentir que o seu trabalho é considerado importante. Não gostam de ser inúteis;

Serem louvadas pelo que fazem, mas não serem repreendidas em público, quando
erram;
Saberem o que é que os seus superiores pensam do seu trabalho - sentem-se
encorajadas quando o seu conhecimento sobre um aspecto é apreciado,

Serem consultadas quando há mudanças a introduzir na organização;

Ter um dirigente que é capaz de ouvir e de aceitar sugestões;

Partilhar os problemas dos outros;

Justiça no tratamento dos problemas dos trabalhadores;

Serem tratados com respeito tanto os que exercem altos cargos de direcção como os
que não exercem nenhum;

Dizer obrigado quando um bom trabalho é feito;

Admitir erros;

1Sentirem-se seguras no seu posto de trabalho - ninguém gosta de trabalhar num


lugar em que sente que não precisam dele ou onde é ameaçado com expulsão;

Sentirem que são apreciadas pelos seus colegas de trabalho;

40
Motivação dos alunos

Tal como os professores, os alunos numa escola devem ser motivados. Pare por um instante e
reflicta sobre que passos devem ser dados para motivar os alunos?

Os alunos não estarão motivados a menos que:

Estejam seguros de que merecerão atenção e protecção na escola;

Os seus problemas sejam tratados com compreensão e justiça;

Os professores sejam pacientes e sinceros ao orienta-los;

Os seus esforços nas aulas e nas outras actividades escolares sejam apreciados pelos
professores e pelo director da escola;

Os seus pais tenham oportunidades de ver o que é que eles fazem na escola.

Podíamos acrescentar outros aspectos à lista, mas o mais importante é reconhecer que há
vários factores que podem ser incluídos. Uma melhor compreensão da natureza da sua
motivação sugere que para que a aprendizagem tenha lugar, deve-se ter em conta as
necessidades básicas dos alunos, tais como, psicológicas, de segurança, de carinho bem como
as suas necessidades de auto-estima e auto-realização.

Directores de escolas e professores podem procurar garantir que factores externos e


contingências tanto dentro como fora da sala de aulas estimulem os alunos a aprender.

Âmbito Financeiro - prepara e apresenta o projecto do orçamento anual da escola de acordo


com orientações superiores, garante a execução do orçamento e receitas da escola, segundo
orientações superiores, prepara e apresenta periodicamente o processo de contas de acordo as
normas em vigor; zela pelo cumprimento dos prazos de processamento e de pagamento dos
salários na escola, gere a conta bancária da escola, fazendo depósitos e levantamentos e
assinando os respectivos cheques com o director da escola.

Gestão Financeira

A gestão financeira na escola tem a ver com os custos da educação, fontes dos recursos para
o financiamento daqueles custos e a aplicação desses recursos de tal ordem que sejam
alcançados os objectivos da escola.

41
A educação é consumo e investimento em capital humano para as pessoas e para a sociedade.
Pessoas educadas adquirem conhecimentos, habilidades e atitudes que lhes permitem ter altas
remunerações e gozar um papel activo no desenvolvimento social. Estes são os benefícios
directos da educação. Os benefícios indirectos da educação são difíceis de medir em
termos reais, mas incluem, por exemplo, a redução da criminalidade, o aumento da coesão
social, a inovação tecnológica e benefícios de geração para geração, isto é, os filhos de
pessoas que estudaram beneficiam de boas condições de vida e estão bem posicionados para
estudarem também.

A educação como investimento é entendida de duas formas: (1) investimento privado (2)
investimento social. A forma como se faz à partilha entre o investimento privado e social
depende de país para país. No caso de Moçambique, no ensino primário, o investimento é
quase todo social ficando para as famílias uma ínfima parte que se relaciona com o
transporte, compra de cadernos, lápis e outras facilidades. O Estado garante o ensino quase a
custo zero para o ensino primário do 1º grau, fornecendo até os livros.

Orçamento
O orçamento é um programa da escola que é expresso em termos financeiros (em dinheiro).
É a estimativa em dinheiro daquilo que se vai receber receita, e o montante de dinheiro que
se vai gasto é feito para um certo período de tempo, habitualmente, um ano. A lei n.º 15/97,
de 10 de Julho, estabelece os princípios básicos que orientam a elaboração, gestão, controlo,
fiscalização e execução do Orçamento do estado e da Conta Geral do Estado.

Objectivos do orçamento escolar

Estimar as receitas e despesas (custos) o orçamento - permite antecipar o cálculo das


receitas e despesas.
Compreensão e visão da distribuição dos recursos pelos serviços da escola. - perceber
a grandeza e distribuição das despesas com os diversos serviços.
Base de prestação de contas sobre a aplicação dos fundos alocados.
Permite a gestão económica da escola.

Princípios do orçamento escolar


A direcção da escola é responsável pela elaboração do orçamento;
A elaboração do orçamento deve resultar de um trabalho conjunto entre a direcção e o
conselho da escola;
O orçamento anual destina-se a financiar o plano anual da escola;
42
O 1º passo na sua elaboração do orçamento compreende a formulação do plano da
escola – aquilo que a escola quer fazer;
O 2º passo consiste em determinar os custos daquilo que se quer fazer (plano de
custos) ou de despesas em estimativa;
O passo final é a elaboração do documento final a ser financiado;
O orçamento deve ser adoptado antes do início do ano fiscal pelo conselho da escola;
A execução do orçamento é da responsabilidade do director da escola.

2.4.4 Gestão de espaços e construções escolares

Numa escola, os espaços são utilizados por todos quantos frequentam a escola, sendo por
isso, necessária uma atenção mais cuidada e permanente.

Consideramos como premissa fundamental que, se um espaço é agradável, limpo, bonito e


acolhedor, as pessoas gostarão de o «habitar». Se conseguirmos produzir uma sensação de
bem-estar nos utentes dos espaços, estaremos, seguramente, a produzir o gosto pelo espaço,
pelo edifício e, naturalmente, teremos meio caminho andado para produzir boas relações.
Pelo contrário, um espaço desagradável, sujo, conflituoso, produz naturalmente nos utentes
uma sensação de mal-estar que se repercutirá, forçosamente nas relações interpessoais.

Preservar a qualidade dos espaços e/ou melhorá-los deverá ser uma atitude permanente, não
só da equipa que dirige a escola, mas de todos os que nela vivem e convivem. Um dos
aspectos a considerar para uma maior dedicação de todos na preservação do espaço é a
necessidade que utente tem de sentir que tem responsabilidades nesse espaço.

Um espaço que é de todos, em geral e, de ninguém, em particular, será sempre mais


degradado porque ninguém se sente particularmente responsável por preservar ou melhorar.
É mais fácil e correcto responsabilizar os utentes pelos espaços por si utilizados do que pelos
espaços utilizados por outrem. Vincular os professores, funcionários e alunos aos espaços,
determinadas salas ou gabinetes, é uma tarefa do âmbito da «organização escola»

Manutenção dos espaços escolares

Uma das estratégias que os gestores escolares deverão considerar para a conteção da
degradação do edifício é a imediata recuperação das pequenas anomalias. Se não se substituir
imediatamente o vidro que se partiu, teremos, forçosamente, muitos vidros partidos logo a
43
seguir. Se na parede branca aparecer um risco de carvão ou uma marca com lama e não for
feita a imediata limpeza, outros riscos e marcas de lama surgirão em breve. Degradação atrai
degradação, e é bom que os alunos cresçam num ambiente que não lhe transmita o gosto nem
a conformação com a degradação, a falta de hábito de preservação dos espaços...

A participação de todos na preservação e melhoria dos espaços é uma atitude necessária e


permanente. Os espaços ao serviço e ao dispor dos utentes devem ser adptados às
necessidades reais das pessoas. Lembremos, igualmente, que terá menos custos a manutenção
dos espaços em qualidade aceitável do que deixar degradar para depois arranjar. Nesse
sentido, a vertente pedagógica da gestão deverá considerar todas as medidas ncessárias de
carácter preventivo, para a responsabilização dos utentes na preservação e embelezamento
dos espaços.

Um espaço poderá ser muito feito, se nada mais tiver senão as paredes, o tecto e pavimento.
Mas se o enchermos de plantas devidamente distribuidas, ele transmitirá uma sensação
totalmente diferente. Se a angariação daquelas plantas for feita por todos os utenyes daquele
mesmo espaço e as tratarem, o gosto pela preservação e melhoria será maior e mais
espontâneo. Logo, é fácil depreender que as três vertentes da gestão escolar terão de ser
pensada em simultâneo e não de forma estaque. Concluindo, devem ter percebido que a partir
dos princípios acima descritos, os espaços duma escola fazem igualmente parte dos recursos
materiais, que acabaste de discutir no tema anterior relacionado com a gestão
administrativa/financeira.

Construções Escolares

Com este capítulo, pretende-se armar o futuro professor de noções básicas de construções
escolares, tendo em conta que a escola como organização precisa de uma gestão de espaços
de uma forma criteriosa, que passa pelas novas construções e posterior manutenção.

Para que este processo tenha efeito é necessário que o futuro professor esteja munido de
conhecimentos básicos sobre as construções escolares.

Construção, é acto ou arte de construir, obras, edifício, composição ou formação.

Construir é fabricar com material diverso e de acordo com um plano, edificar, etc.

44
Com estas definições conclui-se que, contruir é um processo complexo que compreende
muitos elementos, pois muitos podem pensar que construir é somente quando edificá-mos
uma casa ou sala de alvenaria (feita de blocos, cimento ferro e coberta de chapas de zinco),
contruir é mais do acabámos de descrever, pois, mesmo uma casa ou sala de aulas feita de
pau a pic, é uma construção, quando o senhor professor com ajuda de pais e encarregados de
educação fabricam um quadro, uma carteira ou um banquinho, estão perante um construção.

Formas de financiamento para construções escolares e o seu tratamento

Numa escola podemos encontrar várias formas de financiamento para as várias necessidades
em infra-estruturas, tais como: salas de aulas, sanitas, pavilhões, gabinetes de trabalho,
laboratórios, casas para funcionários, etc.

Estas infra-estruturas podem ser financiadas de várias maneiras, sendo as formas mais usadas
as seguintes: Orçamento do Estado, Patrocínios de privados e contribuições das comunidades
locais.

Estes organismos financiadores podem impôr condições no uso destes fundos, como por
exemplo: podem determinar que toda a construção seja da sua responsabilidade, como podem
autorizar a escola para dirigir todo o processo de construção.

O primeiro processo é mais simples, pois a escola só recebe a informação dos gastos
previstos para a construção da obra e da sua recessão, enquanto no caso de a responsabilidade
da condução da construção estiver ao cargo da escola, aí a responsabilidade é maior, daí que
o senhor professor na qualidade de gestor deve proceder-se da seguinte maneira:

1º- Caso de construção de uma obra de pau a pic, o mais importante é o envolvimento do
Conselho de Escola para que o uso do fundo disponibilizado seja mais transparente possível.

2º- No caso de construções com material convêncional, além do envolvimento do Conselho


de Escola, é necessário ter em conta os seguintes passos:

Projectos construtivos e elementos construtivos


O projecto completo de uma construção compreende peças desenhadas (Plantas), Memória
descritiva e justificativa (especificações) e orçamento. As plantas indicam o que vai ser
executado, com todos os elementos relativos às dimensões da obra, número de pavimentos,
área a ser construída, área livre e de ventilação, aos acessos, etc.
45
As especificações têm por finalidade indicar quando e como devem executar-se as diversas
fases da construção de modo a não haver dúvidas quanto ao material empregado e a técnica a
ser utilizada. Especificações elaboradas com cuidado e atenção devem acompanhar os itens
constantes nos orçamentos, o que vem a facilitar bastante a fiscalização e acompanhamento
dos serviços.

A redacção das especificações devem ser bem simples e objectiva, não importando que
algumas expressões tais como “de acordo com o projecto”, “conforme detalhe em plena”,
“devem obedecer rigorosamente o projecto aprovado” e outras sejam repetidas tantas vezes
quantas forem necessárias.

Esses detalhes permitirão haver um bom entendimento entre o proprietário da obra, quem a
fiscaliza ou acompanha e responsável pela sua execução. Deve-se fazer o trabalho com
bastante atenção, acompanhando-se as plantas, de modo a não haver omissões e dúvidas, ao
mesmo tempo corrigidas as deficiências e eliminando-se o que for desnecessário (excessos,
repetições).

Orçamento faz uma previsão de custos necessário para cálculo de capital de investimento,
sendo que, quando mais cuidadosa e realistamente, mais se aproximará das despesas
contabilizadas durante a construção. De grande importância é a observação dos prazos de
realização das várias etapas da obra, devido às oscilações de preços, de mão-de-obra e de
materiais.

Elementos Construtivos: Fundações, pilares, as paredes resistentes, tabiques, laje


(coberturas entre andares), tectos suspensos, as escadas, etc.

Ex: Memória descritiva e justificativa

1. Condições locais
Especificações
a) Terreno de 14m*36m (rectangular)
b) Na sala existe rede de água
c) Na rua não há rede de esgoto
46
d) Existe prostração de light com iluminação na rua

2. Fundações
Especificações
a) Constará de cravação de estacas pré-moldadas
A distribuição dessas estacas será determinada pelo calculista de concreto armado,
sendo apenas a quantidade prevista aproximada, bem como o seu cumprimento.

b) Sobre as estacas serão moldadas vigas-baldrame que servirão de base para as paredes
tanto externas, essas vigas serão concertadas aproximadamente no nível do solo de
modo a permitir o assentamento de 5 6 fiadas sobre elas, até o respaldo do alicerce,
que dessa forma ficará acerca de 40cm acima do nível.

3. Impermeabilização dos Alicerces


Cada camada de cimento dosada com impermeável gorduroso, revestimento o raspado dos
alicerces, na parte superior e lateralmente com 10cm para cada lado.
As duas primeiras fiadas de tijolos das paredes também serão assentadas com argamassa.
4. Alvenarias
Todas as paredes serão levantadas em altanaria de tijolo comuns, assentados com argamassa
de cal e areia.

5. Telhados
a) Será de madeiramento em peroba, utilizando de preferência, bitolas comerciais
b) Exigirá trabalho de carpinteiro contraído por metro quadrado de projecção
horizontal
c) Com cobertura de talhado de barro
d) A funilíria será em chapa de folha galvanizada, com detalhes na planta de telhado e
melhor descrição no item referente a instalação hidráulica.

6. Revestimentos
As massas grossas e finas com argamassa de cal e areia. Esse tipo de revestimento será
aplicado em todas as paredes e fornos, tanto internos como externos, com excepção daquelas
superfícies onde forem indicados revestimentos especiais, especificações abaixo:
47
a) Azulejos brancos
Copa e cozinha: em todas as paredes até a altura do forno e no interior do armário sob a pia,
sistema de colocação com juntos a prumo, peças de acabamento, apenas calhas externas.

Lavandaria, garagem, WC e banheiro, nas paredes de 1,5m, sistema de colocação de junta a


prumo, peça de acabamento.

7. Esquadria de Ferro

a) Na porta de entrada da sala de estar, medindo 1.8m*2.70m, com duas folhas de abrir,
com vidro interior em cada folha, grade de segurança de própria porta
b) Nos caixilhos de copa e da cozinha, ambos com 1.8m* 1m, basculantes,
c) Nos caixilhos do banheiro principal com 1,4m* 1m, sem grade.
8. Instalação Hidráulica e Aparelhos Sanitários
a) Água
O critério de alimentação de água será o seguinte: a água será recebida da canalização da
Sabes e passando pelo relógio fixado no cavalete na entrada do terreno irá alimentar duas
caixas de água de 10.000 litros cada. A tubulação de entrada alimentaria torneiras de jardim,
uma torneira na pia da cozinha e uma torneira de tanque.

Das caixas de água do corpo principal sairá alimentação para um aparelho de aquecimento
central eléctrico (200 litros) e deste a canalização de água quente (em cobre) irá alimentar os
seguintes pontos:

Banheiro Principal: lavatório, banheira – box chaveiro, lavatório e chuveiro


b) Esgotos
O recolhimento das águas servidas nos banheiros será por tubulação de ferro, embutida no
piso (para as lajes desses cómodas serão rebaixadas). Serão levadas para o andar térreo por
tubo (coluna) vertical de ferro. Externamente correrá o tronco principal em manilhas de barro
vidrado de 4” que recolherá os diversos ramais. O tronco descarregará na fossa séptica, tipo
OMS. O fossa séptica, por sua vez, descarregará as águas purificadas em fossa negra com
1.20m de diâmetro e profundidade prevista para 6m.
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c) Águas Pluviais
Calhas de beirais em todo o contorno, com detalhes que serão descritos na planta do telhado;
ser alterada a especificação do forro dos beirais que, deixará de ser estuque para ser laje para
suportar o peso do embutimento das calhas. A condução vertical (descida) das águas das
chuvas para o solo será em condutores embutidos de cimento.

9. Electricidade e telefone

Deverá ser elaborado, posteriormente, o projecto da instalação eléctrica; no entanto, a


descrição geral do serviço que servirá de guia para o projecto é que se segue.

A entrada será feita com colocação de poste e caixa de ferro para relógio, na frente do lote. A
condução subterrânea ate a caixa de distribuição colocada dentro do armário, sob a escada.
Do quadro de instalação serão os diversos circuitos, por fios plásticos, no interior de
conduites pesados conectados com bucha e arruela, embutidos nas paredes e na laje do 1º
pavimento.

10. Pintura

Locais aplicação: todas as paredes externas onde não houver revestimento especial, nas
paredes acima dos azulejos, da garagem, lavandaria, muros e muretas do quintal.

11. Limpeza

a) dos pisos

b) geral e remoção de entulhos do quintal

12. Mão-de-obra de pedreiro

13. Administração

Organização de uma obra

Quando se pretende organizar uma obra em contrição civil passa pelos seguintes itens:

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a) Mão-de-obra: refere-se a equipe do pessoal envolvido desde a preparação ate os
últimos detalhes da obra. Exemplo: engenheiro civil, técnico, pedreiro, auxiliares
(ajudantes e serventes), carpinteiros, etc
b) Recursos envolvidos: refere-se os valores monetários para a execução da obra e outras
despesas inerentes a obra.
c) Estaleiro (Veja a lista de conceitos)
d) Materiais envolvidos: Cimento, brita, andaime, escadas, areia, tintas, madeira, tubos,
fios, arames, pá, e.t.cc

Implantação de edifícios

Edifícios são obras de contrição destinadas tanto á habitação como a utilização para
instalações industriais, realizações de actividades sociais, acontecimentos culturais ou para
outras finalidades.

Os edifícios, conforme as aplicações que se destinam classificam-se de habitações ou


publicas.

Os elementos dos edifícios (estruturas) dividem-se em dois grupos fundamentais:

a) Estrutura Inferior: constituída fundamentalmente pelas fundações que se encarregam


de transmitir os esforços gerados no edifício para o solo de fundação.
É a parte da estrutura que faz a ligação com a parte superior. Exemplo: sapatas, vigas
de fundação, estacas, tabules e ensoleiramentos gerais.
b) Estrutura superior: é que recebe directamente as cargas de utilização resultantes do
uso do edifício e das condições atmosféricas circundantes. Exemplo: pilares, paredes,
vigas, laje e coberturas.

Após a recolhe dos materiais necessários para a marcação (estacas, uma rolo de fio, uma fita
métrica de 30m e um nível de bolha de ar e esquadria) passa-se a fase da execução.

Os pontos importantes dados pelos planos, geralmente os ângulos da construção, traçados e


marcados no terreno com os marcos ou estacas, fixam definitivamente a situação da futura
construção.

Os alinhamentos que passam por esses pontos permitem traçar o nu ou face externo das
paredes fechadas.
50
Para que este traçado permaneça durante a execução dos trabalhos, importa substituir s
estacas por pontos situados no mesmo alinhamento, mas fora do domínio da obra. É
importante salientar que as estacas devem ter pelo menos 50cm de comprimento fincada no
chão, o suporte eleva-se pelo menos 2 m acima do chão. Esta altura deve permitir uma livre
circulação na superfície do canteiro.

Esta construção provisória deve ser contraventada e suficientemente sólida para sustentar
sem deformação a carga dos contrapesos cuja a função é estender os arames.

Na face superior das travessas, faz-se um entalhe ou fixam-se pregos correspondentes ao


alinhamento ao eixo de implantação dos pilares.

É com relação a esse plano feito com uma rede de arame que se constrói a obra, importa,
pois, controla seriamente o traçado antes empreender a execução.

Fundações

Fundações são elementos estruturais subterrâneos que tem por finalidade o suporte das cargas
de super- estrutura e outras solicitações transmitidas ao terreno. Nas fundações assentam as
paredes e os pilares dos edifícios.

As fundações compreendem três itens: marcação dos alinhamentos, escavações (abertura dos
caboucos) e alicerces. Elas suportam com segurança as cargas que lhe são transmitidas pelos
elementos da contrição nas condições mais desfavoráveis.

As fundações dos edifícios serão estabelecidas sobre terreno estável e suficiente firme por
natureza ou consolidação artificial.

Elementos necessários ao projecto de fundação

Topografia da área;

Dados geológicos;

Dados da estrutura a construir;

Dados sobre construções vizinhas.

51
Tipos de fundações

a) Fundação superficial/directa: cujo o mecanismo de superfície de base surge á


superfície do terreno.
b) Fundação profunda: base implantada a uma profundidade superior a duas vezes a sua
menor dimensão e pelo menos 3m de profundidade.

As fundações devem ser estabelecidas no solo a uma profundidade tal que a base fique fora
do alcance da geada a profundidade mínima vai de 0.9m a 0.4m, conforme as regiões dos
pais, a profundidade pode também ser maior em regiões mais expostas.

Os caboucos, em muitas situações são abertos de acordo com a largura necessária aos
alicerces.

Técnicas de contrição das fundações

As fundações directas de betão simples ou qualquer alvenaria devem satisfazer condições


seguintes:

a) Terreno arenoso consolidados e rochosos, a abertura de caboucos terá profundidade


mínima será de 0.2m.
b) Terreno argiloso, abertura de caboucos terá profundidade mínima de 0.5m
c) A pedra a empregar será rija e argamassa sempre hidráulica
d) A alvenaria das fundações eleva-se pelo menos 0.2m acima do nível final do terreno.

Conceitos mais usados nas construções

Alcerces- são elementos estruturais subterrâneas que tem por finalidade o suporte de cargas
de super-estruturas e outras solicitações transmitidas ao terreno.

Alvenaria- obras de construção que são feitas de pedras, tijolos, cimento, e de maneira geral
de materiais de pedra.

Aterros- são trabalhos relativos a modificação do terreno.

Canalização de uma construção- rede de canos que ligando as descidas de águas servidas e
de águas pluviais, que guiam os afluentes para fora da construção.

52
Desaterro- consiste em rebaixar o nível do terreno pela remação da terra.

Edifícios- são obras de construção destinadas tanto à habitação como a utilização para
instalações industriais, realização de4activdades sociais, acontecimentos culturais ou para
outras finalidades, como salas de aulas por exemplo.

Escavação do rego- é uma vala cuja a largura mínima é de 0,4m.

Estaleiro- local onde se reune as instalações sociais e escritórios da obra, ferramentas e,


quando necessário, central de betão. Aqui se realiza, ainda, trabalho com o ferro e
armazenamento deste e outros materiais.

Estuque/reboque externo de alvenaria- preservam o interior das paredes contra a


penetração das águas de chuvas elevadas pelo vento.

Laje (coberturas) - são estruturas horizontais que dividem o espaço interior do edíficio em
andares e suportam tanto a carga proviniente do seu peso próprio, pessoas e equipamentos.

Paredes- são elementos verticais com função de separar o exterior e o interior do edifício
assim como a compartimentação.

Pilares ou colunas- são montantes de suportes de secções transversais variadas, que servem
para suportar as cargas exercidas pelas coberturas e quando se trata de edifícios industriais as
cargas exercidas pelas vigas guindastes e pontes rolantes.

Reboques- é uma camada de argamassa aplicada contra os paramentros de uma parede de


alvenaria de pedra bruta, de aglomerrados, de tijolos ou de concreto.

Tabique- são paredes finas internas e autoresistentes empregadas para compartimentar o


espaço do andar.

Talude- é a inclinação dada as paredes de terra para evitar o desmoramento.

Tectos suspensos- são estruturas que se usam em edifícios públicos e industriais para
melhoramento dos parametros acúisticos, térmicos e as propriedades estéticas dos
compartimentos, assim como para construir andares auxiliares.

Vigas- são elementos horizontais que normalmente desempeham a função de transmitir a


carga aos pilares.
53
Actividades

1- Encontra alguma relação entre as tarefas da gestão pedagógica/didáctica das do


director adjunto pedagógico?

2- Enquadre a gestão administrativa/financeira nas tarefas gerais da secretaria de uma


escola.

3- Assinale com V a resposta certa e com F a resposta incorrecta

Os gestores da escola são:

a) Todos os que nela têm interesse: os pais, o director, os partidos políticos, a


comunidade local;

b) O director da escola como responsável máximo;

c) Os professores, alunos funcionários, pais, direcção e representantes de


interesses sócio-económicos e culturais;

d) A direcção da escola garantindo a participação de todos quantos pode


contribuir para o alcance dos objectivos da escola;

e) O conselho de direcção da escola presidido pelo director.

4- Em grupos, enumere as várias construções que podem ocorrer numa escola.

5- Quais são os passos que como gestor de uma escola deves respeitar para construir uma
sala de aulas de alvenaria, ou material convencional.

2.4 Chave de correcção

Tendo acabado de resolver as actividades, verifique suas respostas. Se você tem alguma
dúvida, volte ao texto e procure resolvê-las antes de prosseguir.

Amigo cursista acertou se respondeu que:

1- As tarefas da gestão pedagógica/didáctica coincidem com as tarefas do director


adjunto pedagógico de uma escola.

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2- Todas as actividades da gestões administrativa/financeira estão enquadradas nas
tarefas gerais da secretaria de uma escola do ensino primário.

3- a) F, b) V, c) F, d) V, e) F

4- Numa escola podem ocorrer várias constuções tais como: salas de aulas, edifícios,
recintos desportivos, material de ensino, etc.

5- Para a construção de uma sala de aulas na base do material convencional, devemos


seguir os seguintes passos:

* Envolvimento da comunidade escolar;

* Organização de recursos necessários para a construção da obra (materiais,


hunmanos e financeiros)

* Elaboração dos projectos construtivos.

2.4. Bibliografia complementar

Borges C. de Alberto, (1976) Prática Das Pequenas Construções.

-Ministério da Educação e Cultura (2008) Gestão e Manutenção da Infra-estrutura e


Equipamento Escolar, (1 parte), Maputo.

2.4.5 Supervisão e avaliação escolar

A avaliação é a verificação formal e sistemática do conteúdo e prática de ensino, dos alunos e


dos professores e da organização e gestão da escola enquanto instituição.

A avaliação das escolas é um mecanismo muito importante na busca da eficácia escolar. A


avaliação pode ser feita pela própria escola ou por autoridades externas.

A avaliação, entendida como um processo, tem por objectivo melhorar a escola, e não medir
resultados. Isto é, deve servir para alcançar algo que, no caso, é o aprimoramento da escola e
das acções que nela têm lugar.

55
Auto- avaliação

A proposta de auto-avaliação, tem como pressuposto a crença na capacidade da escola de


resolver seus próprios problemas. Ninguém melhor do que os próprios envolvidos para dizer
o que precisa ser mudado e como isto pode ser feito. Ou seja, os procedimentos utilizados em
uma avaliação devem ser próprios à escola, considerando, portanto, suas especificidades.
Para que esta autonomia na avaliação seja possível, são necessários quatro tipos de
procedimentos:

O diagnóstico;

A colecta de dados;

O desenvolvimento de acções coordenadas; e

A supervisão.

Ao conceber esta forma de avaliar e de promover a eficácia das escolas, devemos partir de
alguns pressupostos básicos, nomeadamente:

a. Nenhuma mudança ocorre sem que sejam levadas em conta as particularidades de


cada escola e seu contexto;

b. Os professores não terão interesse na avaliação e nas mudanças propostas se eles não
participarem das decisões acerca dos objectivos e dos procedimentos a serem
adoptados;

c. Uma escola eficaz se caracteriza pelo facto de que o movimento gerado pela
avaliação seja comum para a escola como um todo e haja um conjunto de objectivos
compartilhados;
d. As chances de os professores modificarem sua postura serão maiores se eles tomarem
consciência da situação e reflectirem durante a planificação das acções.

A avaliação deve considerar que uma escola eficaz teria as seguintes características:
Ensino orientado segundo as necessidades dos alunos: eles são levados a sério,
tem-se confiança neles, encoraja-se a agirem de maneira cooperativa e autónoma;

Formação equilibrada do aluno com padrões de desempenho adequados, claros e


explícitos negociados, reconhecidos e aceitos por todos;

56
Envolvimento do aluno em sua própria aprendizagem, fazendo-o participar da
definição dos objectivos, do material, das situações, dos métodos e do próprio
planeamento;

Cultura da escola: conhecimento socialmente compartilhado e transmitido daquilo


que existe e deveria existir;

A organização interna da escola: estilo de gestão e direcção, as boas relações entre


os professores, o contexto no qual o corpo docente é chamado a funcionar.

Clima da escola: uma escola, como conjunto vivo de pessoas que convivem e
colaboram, desenvolve sua própria linguagem, possui suas palavras, seus próprios
conceitos, rituais e modos de expressão familiares que facilitam a comunicação,
dão segurança, fornecem a cada um a impressão de "estar em casa";

Envolvimento dos pais na organização da rede escolar e estabelecer relações


estreitas, bem como com as autoridades escolares;

Administrar o justo equilíbrio entre autogestão e poder central, entre a autonomia


da escola e o apoio a seus esforços pedagógicos pela actividade escolar;

Uma cultura que favoreça a comunicação e a cooperação, graças à qual os


professores se considerem não como uma multidão de "combatentes solitários",
mas ao contrário, como profissionais capazes e desejosos de se consultar, de
forma contínua, sobre todos os problemas que envolvem o ensino, sobre a
implantação de novas práticas, sobre os diversos problemas de ordem teórica e
prática que surgem dia após dia.

Avaliação externa
Aqui a avaliação é exercida sob iniciativa e responsabilidade pública ao nível da
administração central, regional ou local, é exterior à própria escola. As autoridades que
procedem a esta avaliação no nosso País são os inspectores.
De acordo com o regulamento de inspecção da educação aprovado pelo diploma ministerial
nº 46/91 de 29 de Maio, “a inspecção é um órgão especial de controlo e supervisão do
cumprimento das disposições e normas pedagógicas, administrativas, jurídicas, financeiras e
outras vigentes em todos os órgãos e instituições do Ministério da Educação.
Os objectivos e atribuições da inspecção consistem na avaliação e fiscalização da aplicação
da política educativa do estado em todos os órgãos e instituições da educação, com base nas
leis estatais e decisões do Ministro da educação; verificação do processo de direcção nos

57
órgãos e instituições da educação; avaliação da eficácia do processo docente educativo e
proposição da correcção das faltas verificadas e fortalecimento da disciplina laboral.
Para a prossecução destes objectivos, os inspectores podem assistir às aulas ou outras
actividades ligadas ao processo pedagógico, assistir a reuniões, avaliar o funcionamento das
estruturas de direcção, propor medidas punitivas ou capacitar o pessoal a todos os níveis nos
aspectos controlados.

Supervisão escolar

A Supervisão pode ser definida como a recolha, a intervalos regulares, de informações sobre
a natureza e o nível qualitativo do desempenho dos programas e actividades em curso na
escola. A supervisão regular fornece uma orientação com base na qual é possível julgar o
impacto dos insumos sobre os resultados escolares.

A Supervisão é considerada como a dimensão ou fase de gestão que se ocupa com o aumento
da eficácia instrucional.

A supervisão pode ser entendida em duas vertentes:

a) Supervisão geral

b) Supervisão instrucional

A supervisão geral tem a ver com as actividades que ocorrem fora da sala de aulas tais como:
concepção e revisão do currículo, preparação de unidades e materiais de instrução,
informação aos pais e meios didácticos.

A supervisão instrucional ocupa-se com a aprendizagem do aluno na sala de aula e destina-se


a aumentar o desempenho do professor na sala de aulas. A supervisão instrucional lida com
informações obtidas na sala de aulas. A análise dessa informação e as relações entre os
professores e o supervisor formam a base dos programas, procedimentos e estratégias
desenhadas para o incremento da aprendizagem através do incremento da aprendizagem do
professor.

Supervisão escolar e inspecção

A função da supervisão escolar ao nível das várias instituições do Ministério da


Educação e Cultura é também exercida pela Inspecção.

58
A Inspecção da Educação tem como principais objectivos avaliar, fiscalizar e monitorar a
aplicação da política educativa definida pelo Estado em todos os órgãos e instituições
públicas e privadas da Educação, com base na legislação em vigor e nas decisões do Ministro
da Educação ( B.R. 1ª Série de 28/06/2000).

A supervisão escolar está inclusa nas actividades da Inspecção não havendo por isso
razões de separar estas duas actividades. Esta situação leva a que muitas das vezes os
professores não conseguem distinguir a Supervisão Escolar da Inspecção ( MINED, tema
IV,1998 a ).

Tanto a supervisão como a inspecção têm a tarefa de :

* apoiar as escolas e professores no esforço pela melhoria da qualidade de ensino;

* verificar o cumprimento dos programas de ensino e das normas estabelecidas para direcção
e realização do processo de ensino;

* difundir as ideias e experiências positivas das escolas

Indicadores de eficâcia escolar


Antes de falarmos sobre os indicadores da eficácia escolar, vamos explicar o próprio termo
eficácia escolar. Eficácia escolar é a medida em que as finalidades e os objectivos dum
programa escolar são realizados. Tal eficácia pode ser vista em relação tanto à qualidade
como a quantidade, equidade ou igualdade da instrução educacional dada na escola.

Os indicadores são múltiplos e complexos e têm um significado próprio para cada


interveniente no sistema. Assim, o director pode entender por eficácia escolar o desempenho
dos alunos em exames externos. Para os pais a eficácia da escola pode significar a maneira
como os alunos se comportam em casa e como se saem em exames nacionais. A sociedade
pode interpretar a eficácia escolar como o bom comportamento moral das crianças.

Os administradores do sistema educativo utilizam um conjunto de indicadores para


caracterizar a eficácia escolar. O quadro seguinte apresenta alguns desses indicadores.

59
Indicadores de eficácia escolar

Indicadores internos de desempenho Indicadores operacionais

Duração média dos estudos Tamanho das turmas

Taxa de sucesso/aprovações Razões professor/alunos

Distribuição dos alunos Carga de trabalho dos alunos

Desempenho dos professores Uso dos recursos

Resultados da aprendizagem Utilização do espaço

Meios e equipamento

Indicadores externos de desempenho Indicadores de produtividade do corpo


docente
Aceitabilidade dos graduados
Publicações
Destino dos graduados
Contratos
Feedback dos empregadores e da
comunidade Convites

Prémios e distinções Citações e qualificações

Membros de organizações profissionais

Fonte: módulo seis da série melhores escolas

A avaliação interna nas escolas se mostra muito valiosa como um processo de mudança
pelas seguintes razões:
a. Nenhuma mudança ocorre sem que sejam levadas em conta as particularidades de cada
escola e seu contexto;

b. O problema de avaliação se relaciona com a necessidade de crescimento profissional dos


professores e dos gestores

c. Os professores terão interesse na avaliação e nas mudanças propostas mesmo se eles não
participarem das decisões acerca dos objectivos e dos procedimentos a serem adoptados;
60
d. As chances de os professores modificarem sua postura serão maiores se eles tomarem
consciência da situação e reflectirem durante a planicaçao das acções.

e. O professor melhor do que ninguém sabe o que anda errado na sua escola.
2.4.6 Planificação de actividades escolares

Planificação

Planificação é um processo dinâmico, uma acção colectiva que visa definir de forma clara,
simples e original uma intenção ou um conjunto de intenções, com os seus respectivos
detalhes nos seus diferentes níveis, por intermédio dos quais pretende viabilizar um objectivo
ou acções da organização.

Planificar significa que os gestores pensam antecipadamente em seus objectivos e acções, e


que seus actos são baseados em algum método, plano ou lógica, e não em palpites. São os
planos que dão à escola os seus objectivos e que definem o melhor procedimento para
alcançá-los.

Planificar significa: projectar, programar, elaborar roteiros, para atingir determinados


objectivos de forma a evitar improvisação.

Tipos de planificação

Existem dois tipos principais de planificação: planificação estratégica e a planificação


operacional

Planificação Estratégica

Responde à situação de uma forma ampla e integrada. É um processo contínuo que oferece
uma visão do futuro. É um documento orientador que define os objectivos e as principais
linhas de acção (as estratégias) sobre como alcançá-los com periodicidade de médio e longo
prazo.

Estratégias

Estratégias são caminhos, direcções, preceitos que a organização observa nas suas relações
com ambiente interno e externo para alcançar seus objectivos ou deles se aproximar.

61
Podemos concluir pela definição que a estratégia além de medir o desempenho da
organização em termos quantitativos, também o faz de forma qualitativa

Em relação a escola, a planificação estratégica tem como função:

a) definir os objectivos da escola como uma organização;


b) identificar os pontos fortes e fracos da escola;
c) visualizar as oportunidades e ameanças presentes no ambiente;
d) ajudar a escola a reflectir sobre o futuro;
e) facilitar o processo de tomada de decisão;
f) estabelece indicadores de avaliação e controle;
g) estabelece cenários em que a escola poderá actuar;
h) permite a escola a alocar adequadamente seus recursos;
i) cria um ambiente de participação e comprometimento da força de trabalho;
j) define atribuições e responsabilidades;
k) fixa o orçamento para o alcance de sua missão;

Um plano estratégico da escola deve conter objectivos claros, alcançáveis, flexíveis e


traduzidos em acções para a escola poder desenvolver.

Em resumo, os documentos estratégicos relacionados com o sector da Educação em


Moçambique são os seguintes:

• Programa Quinquenal do Governo-PQG


• Plano para a Redução de Pobreza- PARP
• Plano Estratégico do Sector da Educação

A escola para a elaboração do seu plano estratégico deve basear nestes instrumentos.

Planificação operacional

Para ter sucesso, as estratégias precisam de ter um bom esquema de operacionalização. A


partir dos objectivos definidos, devem ser operacionalizadas em termos de suas metas
específicas, actividades a serem realizadas, custos e recursos envolvidos, responsabilidades e
prazos. Em termos concretos, o plano operacional numa escola é o Plano anual da escola que
é ealaborado com vista a operacionalizar o plano estratégico da escola.

62
Plano Anual da Escola

É um instrumento que permite aos educadores desenvolver de forma competente a proposta


educacional de sua escola, política da escola. O plano da escola deve ser simples, mas
concreto, flexível e adequado a situação da escola.

Eficácia do plano da escola

Para que o plano da escola seja eficaz é necessário:

- O plano da escola deve ser concebido e elaborado pela comunidade escolar, sob a
coordenação dos dirigentes da escola.

-Deve estar centrado no aluno, indicando com clareza os conhecimentos, Habilidades,


valores e atitudes que se esperam desenvolver as acções que se devem realizar.

-Procurar fortalecer as relações da escola com as famílias e articular as actividades escolares


a partir do contexto local.

-Propôr acções para interferir na escola como um todo: organização escolar, formação e
atribuição de classes e turmas, horários de trabalho pedagógico, avaliação de desempenho de
todos.

Elementos do plano de actividades

Ao elaborarmos um plano de actividades devemos ter em conta os seguintes elmentos:

Necessidades da escola

O primeiro passo da elaboração de um plano consiste no conhecimento das necessidades dos


vários intervenientes na escola nomeadamente: os alunos, os professores, os pais e
encarregados de educação, o director da escola, os donos da escola, a escola e o país. As
necessidades dos intervinientes tornam-se necessidades de toda a escola, porque só
considerando estas necessidades estaremos em conmdições de elaborar um plano
verdadeiramente da escola Objectivos a atingir

Neste espaço indica-se as finalidades da escola, sempre que possível quantificando-as. Ter
em conta que vários sectores da escola concorrem conjuntamente para os objectivos globais a
atingir.
63
Actividades

Proceder ao levantamento exaustivo destas actividades, solicitando, para isso, a colaboração


e o empenho de todos os que participam na actividade escolar. Os temas surgem
naturalmente do conhecimento que temos sobre o que é preciso fazer para alcançar um
objectivo.

Recursos Humanos necessários (participantes/ responsáveis)

Indicar o responsável/ dinamizador de cada actividade educativa ou acção a levar a cabo,


indicar também o(s) destinatário(s) da acção e a equipa de apoio.

Previsão dos recursos materiais e financeiro

Orientar a descrição de recursos necessários pela listagem de actividades. Elaborar umas


relação de necessidades materiais para cada acção, de forma a que se possa reservar a verba
necessária no orçamento da escola.

Calendarização de actividades

Indicar as actividades a executar, por ordem sequencial, na medida do possível. Atribuir


responsabilidades concretas, indicando os prazos de cada actividade e as pessoas que serão
responsáveis por cada actividade.

Avaliação dos resultados

Conceber os instrumentos e a forma de avaliar as actividades. Escolher os indicadores de


gestão escolar que pareçam mais adequados a avaliação dos resultados que se pretendem
atingir e indicar como e em que momento se vai fazer essa avaliação.

Prever momentos de reflexão e possível alteração do plano anual

O dia-a-dia de uma escola é dinâmico e, como tal, surgem imponderáveis que podem fazer
alterar o percurso originalmente fixado. Solicitar a colaboração, o mais alargado possível,
para discutir eventuais alterações e aceitar uma realidade necessária; reajustar-se os
objectivos sempre que necessário e justificado.

64
Activ Obje Particip Respon Recursos Calendarizaçao Avaliaç O
idade ctivo antes sável materiais de actividades ao das b
e activida s
financeir des
os

Passos de elaboração do plano anual da escola

Para estabelecer o plano da escola é preciso ter claro que, a direcção da escola deve
identificar as necessidades de todas as secções e grupos envolvidas na escola. Tais
necessidades não se identificam somente perguntando as pessoas envolvidas. Elas estão
desseminadas por vários documentos existentes na escola que a direcção deve consultar

A missão e os objectivos da escola devem basear-se: Numa compreensão profunda das


políticas nacionais que regulam a educação escolar enunciadas pelo Governo central, por
exemplo, o Plano estratégico da Educação aos níveis Central e Provincial, a Política Nacional
da Educação, o regulamento do ensino básico, o regulamento de avaliação, etc.

Além das leis e decretos sobre a Educação pode haver declarações de intenção, como, por
exemplo: a educação para auto – suficiência individual, a educação para o desenvolvimento,
a educação para a reabilitar grupos desfavorecidos, preservação do meio ambiente e do
património cultural, a educação da rapariga, etc.

Deste modo garante que a missão da escola esteja de acordo com a política do governo
central.

Nenhuma direcção de escola deve trabalhar contra as tendências do seu governo.


65
A Planificação é uma função importante dos gestores porque ela é que justifica a existência
do chefe. O chefe deve indicar o caminho a seguir em cada momento a todos os membros da
escola. Na indicação do que deve ser feito é importante que o gestor considere dois princípios
básicos: a eficiência (fazer certo as coisas) e a eficácia (fazer as coisas certas).

2.5. Actividades

1- Na base do que acabaste de estudar, elabore um plano anual da escola, tendo em conta
todas as actividades e áreas da escola.

Após a elaboração do plano anual da escola, faça a distribuição de tarefas pelos membros de
direcção da escola.

2.6. Auto avaliação

Usando os conhecimentos que adquiridos neste capítulo responde:

1- Defina o que é a planificação.


2- Enumere os elementos a serem envolvidos na elaboração do plano da escola.

2.7. Chave de Correcção

Tendo acabado de resolver as actividades, verifique suas respostas. Se você tem alguma
dúvida, volte ao texto e procure resolvê-las antes de prosseguir.

Questão1- Planificação é um processo dinâmico, uma acção colectiva que visa definir de
forma clara, simples e original uma intenção ou um conjunto de intenções, com os seus
respectivos detalhes nos seus diferentes níveis, por intermédio dos quais pretende viabilizar
um objectivo ou acções da organização.

Questão2- Na elaboração de um plano da escola devemos envolver todos os membros da


escola, funcionários, agentes, alunos e as comunidades locais.

2.8. Bibliografia complementar

-Farias Edvaldo (2005) Planejamento e Gestão da Carreira Profissional, Rio de Janeiro.

-Morais T. Roberto (2005) Planejamento Estratégico; um bem ou mal necessário. Rio de


Janeiro, editora Fundo da Cultura.

66
2.4.7 Gestão e liderança escolar

Conceito de Gestão e Liderança

A Gestão é um conjunto de operações visando o alcance dos propósitos pelos quais uma
organização foi criada.

A gestão significa uma definição clara dos objectivos, uma planificação e programção
correcta, bem como a escolha bem pensada das estratégias de implementação.

Numa escola, a Gestão é o processo de planificar, organizar, liderar e controlar os


esforços realizdos pelos professores, alunos e outros funcionários da escola e o uso de todos
os outros recursos da escola para alcançar os objectivos estabelecidos no plano de actividades
da escola.

A gestão já foi considerada de “a arte de fazer as coisas atravês de pessoas”. Esta definição
chama atençõa para o facto de que os gestores alcançam os objectivos das organizações
conseguindo que os outros realizem as tarefas necessárias- e não realizando eles próprios as
tarefas.

Processo da gestão da escola

Definimos a gestão como um processo, porque todos os gestores, independentemente de suas


aptidões ou habilidades particulares, participam de certas actividades interrlacionadas
visando alcançar seus objectivos.

Estes objectivos não alcançam num dia, é preciso trabalhar todos os dias para alcançar e
sempre que se alcançam uns, surgem novos objectivos.

Devido a diferenças de personalidade, das crenças e valores, das atitudes e formação, os


gestores podem ter três estilos de gestão diferentes. O estilo de gestão vai ter consequências
diferentes de funcionamento do, e consequentemente da organização, tanto ao nível das
tarefas que o mesmo tem de realizar, como ao nível das relações entre os membros do grupo,
sendo assim o gestor pode adoptar alguns estilo tendo em conta as caracteristicas dos
membros da organização que ele dirige, podendo usar o estilo Autocrático, Democrático ou
de Deixa -andar.
67
Autocrático

- O gestor determina a filosofia do grupo.

- Define os objectivos e a maneira de os atingir.

- Distribui sozinho as tarefas pelos membros do grupo.

-Mantém relações distantes com o grupo.

-Toma decisões mais importante sozinho e depois comunica-os ao grupo

Resultados de trabalho esperado

- Maior produtividade;

-Os membros do grupo sentem-se desprezados;

-Os subordinados não se sentem responsáveis pelos resultados do trabalho que realizam, pois,
eles não participaram na planificação das actividades e não ouvidos e consequetemente
andam constantemente desmoralizados.

Democrático

-Incentiva o grupo a definir a sua filosofia e os seus objectivos.

-Dá sugestoões em relação a forma de concretizar os objectivos, mas impõe os métodos.

-Permite que os membros do grupo escolham as tarefas e os parceiros com quem gostam
mais de trabalhar.

-Procura ser objectivo na distribuição de recompensas críticas.

-Participo nas tarefas do grupo.

-Procura ouvir as opiniões de todos os elemento do grupo antes de decidir.

-Prefere tomar decisões coletivas e consensuais.

68
Resultados de trabalho esperado

- A dinâmica do trabalho é lenta, tendo em conta que o líder e o grupo perdem tanto tempo
em reuniões de consulta, e a procura de consensos. (Ex: o adj. Pedagógico que elabora
horário em função das necessidades e conveniências de cada professor deve ser antecidido
por uma consulta prévia.

- Os subordinados são moralizados e realizam o trabalho de forma consciente e o gestor e os


subordinados sentem-se responsáveis pelos resultados do trabalho.

Deixa-andar

-Deixa o grupo fazer o que quer, e como quer, mas não dá orientações.

-Não se envolve nas tarefas do grupo.

-Tende a distribuir as recompensas com base em critérios pessoais e subjectivo.

-.Mostra-se indeferente e distante face ao grupo.

-Evita tomar decisões, sozinho ou em grupo.

Resultados de trabalho esperado

-Dependendo da maturidade e da personalidade dos membros do grupo os resultados tanto


podem ser positivos ou negativos.

Ex: dependendo da maturidade, idoniedade, personalidade dos professores as aulas poderão


ou não ser dadas convinientemente e consequentemente os resultados falseados.

Conclusão

No que acabamos de analisar em relação aos estilos de gestão, conclui-se que muitos
directores de escolas aplicam os três estilos ou uma combinação destes.

É necessário que tenhámos em conta que não há melhor estilo que o outro, o mais importante
é que a aplicação de um destes estilos depende da situação real de cada escola e da
maturidade, idoniedade e personalidade dos professores e do pessoal não docente. O director

69
da escola deverá pensar no estilo que lhe garante alcançar os propósitos pelos quais é a razão
fundamental da existência da escola.

Os directores de escolas não devem ficar presos a único estilo. Devem ser reflexivos na
analíse da realidade concreta da escola que dirige ensaiando vários estilos até encontrar o
razoável que lhe permite alcançar os objectivos da escola.

Nota importante: Nenhum destes estilos é importante que o outro, a sua aplicação por parte
do gestor, depende muito das caracteristicas e do comportamento dos membros da
organização.

Poder de um gestor

O gestor para exercer a sua autoridade usa o poder, que pode ser:

Poder coercivo- consiste no controlo de punições aplicáveis aos membros.

Poder de recompensa- controlo de recompensas a dar aos membros.

Poder de competência- controlo de conhecimentos e competências importantes para a


realização de trabalho.

Poder legítimo- poder legal proviniente da posição hierarquica que ocupa.

Poder de referência- capacidade de influenciar os outros e levá-los a identificar com ele.

Liderança

Pode ser definido como sendo a capacidade que certos indivíduos tem de influenciar o
comportamento de pessoas a realizarem certos objectivos comuns da organização duma
forma voluntária.

Nesta definição, podemos destacar 8 elementos que são: capacidade, indíviduo, influência,
comportamento, pessoas, objectivos, organização e voluntária. Estes elementos
seleccionados, mostram que a liderança é exercida por um indivíduo, numa organização onde
há objectivos a cumprir, e que este exerce uma influência no comportamento das pessoas, no
sentido de estes realizarem actividades duma forma voluntária e existência de um processo

70
de comunicação. Daí que liderar significa dirigir, influenciar e motivar os professores a
realizar tarefas essenciais. Liderar envolve o trabalho com as pessoas, estabelecendo a
atmosfera adequada, ajuda os professores e os alunos a darem o seu melhor de si.

Diferênça entre Líder e Gestor

Será que existe uma diferença entre líder e o gestor?

Sim, existe diferenças entre estes. Um líder pode não ser um gestor, da mesma forma que um
gestor pode não ser líder.

O líder usa influência para modificar o comportamento dos seus membros, enquanto que o
gestor usa o poder legal para fazer com que os membros do grupo realizem as suas tarefas,
daí que a preocupação de momento é de transformar o gestor em líder, ser gestor e líder ao
mesmo tempo, isto é, o gestor deve usar o poder que é conferido pela lei depois de esgotadas
todas as influências.

Veja o quadro a seguir.

Líder Gestor

Inova Administra

É original É uma cópia

Faz coisas novas Gere assuntos correntes

Contracção sobre as Centrado nos sistemas e


pessoas estruturas

Inspira a confiança Dirige

Perspectiva a longo prazo Perspectiva a curto prazo

Questiona o quê e porquê Questiona o como e quando

Orienta-se para fins Orientado para resultados

Cria Imita

71
Faz o que é necessário Faz o que deve fazer

Aprende pela educação Aprende pela formação

Tipos de Líder

-Líder de referência

-Líder situacional

-Líder carismático

2.4.3.Actividades

O director da escola na qualidade de gestor, desempenha vários papéis.

1- Enumere os vários papéis a serem desempenhados pelo director de uma escola.


2- Indique 5 diferenças existentes entre o gestor e um líder.

2.4.4. Auto avaliação

Responde:

1- Estabelece a diferênça existente entre o gestor a de um líder.


2- Na sua análise, qual seria o melhor estilo de gestão.

2.4.5. Chave de correcção

Tendo acabado de resolver as actividades, verifique suas respostas. Se você tem alguma
dúvida, volte ao texto e procure resolvê-las antes de prosseguir.

Questão1-Sim caro cursista, gestor é um membro da organização que é investido de poderes


pela autoridade superior da organização para dirigir a organizção, enquanto que líder é um
membro da organização que na base de carisma, conhecimentos ou influência consegui
mudar o comportamento dos membros no sentido destes realizarem actividades da
organização duma forma voluntária. O que se pretende de momento é que todos os gestores

72
sejam líderes em lugar e quando a influência não resultar poderão usar o poder que implica
punições e outros métodos.

Questão2-Amigo cursista, respondeste bem quando disseste que não existe melhor estilo de
gestão, pois, todos estilos são melhores quando bem aplicado, a aplicação de um estilo
depende das caracteristicas da organização e dos seus membros.

2.4.6. Bibliografia Complementar

Ministério da Educação (1993): Melhores escolas— Princípios de Administração da


Educação.

2.4.8 Resolução de problemas e tomada de decisões

Resolução de problemas

Conceito

A resolução de problemas é a procura de soluções para problemas que emergem numa


orgfanização. O processo de resolução de problemas conduz a formulação de decisões para
resolver os problemas identificados.

Processo de resolução de problemas

O processo de resolução de problemas contém seis elementos fundamentais:

• Reconhecimento do problema;
• Análise do problema;
• Definição de soluções alternativas;
• Escolha da melhor alternativa;
• Implementação da solução escolhida;
• Avaliação da sua eficácia

Autores em administração, geralmente destinguem dois tipos de decisões:

• As decisões de rotina e
• As decisões inovativas ou decisões únicas.
73
As decisões de rotina

São decisões que tem a ver com os procedimentos e são tomadas com base num amplo
conhecimento de regras, regulamento e políticas da organização. Por exemplo, quando o
gestor decide sobre a lista de tarefas semanais para professores isso é claramente rotina. Em
alguns manuais de administração escolar, os directores são orientados sobre como tomar
decisões de rotina.

As decisões inovativas ou decisões únicas

São necessárias quando há problemas excepcionais implícitos que requerem criatividade e


imaginação para resolver. As decisões únicas e inovativas podem também ser referidas como
decisões não programadas.

Muitas vezes elas levam tempo a implementar porque vários factores como recurso,
formação de pessoal, produção de material de apoio, etc. Podem necessitar de ser tomadas
em consideração no processo de implementação.

Por exemplo, uma decissão de transformar uma sala de aula para sert um centro de apoio
para alunos, professores e trabalhadores é uma decisão inovativa.

Níveis de tomada de decisões

Exitem vários níveis de tomada de decisões. Por exemplo:

Decisões políticas: são decisões tomadas em altos níveis de administração, tais como
Ministério da Educação, Governo. Estas decisões dizem respeito a aspectos tais como, a
reforma educacional para o país, a introdução de novos currícula a formação, a contratação
de professores, políticas sobre línguas, etc.

Decisões operacionais: É o conjunto de todas decisões tomadas pelo director na escola, pelo
professor na sala de aulas com os seus alunos. A sua implementação realiza-se no quadro da
escola.

Tomada de decisões na escola


74
Dentro da escola há muitos factores que podem contribuir para uma eficaz tomada de
decisões pelo director da escola. A tomada de decisões pode abranger variados níveis de
participação e muito depende:

• Da natureza da decisão;
• Da área a que diz respeito;
• Do seu estilo de direcção e;
• Da predisposição das pessoas em participar.

Os argumentos a favor de uma maior participação na tomada de decisões incluem o sentido


de posse por parte daqueles que são envolvidos na implementação das decisões, e a possível
redução do conflito.

A tomada de decisões pode ser influenciada por uma seríe de aspectos organizacionais,
políticos e pessoais, por exemplo:

• O papel do director, dos professores e do pessoal não docente na escola: comportamentos


indíviduais, personalidade e estilo podem afectar o processo de tomada de decisões.
• O papel das comissões e dos pais: que decisões podem tomar decisões que podem influenciar
as decisões tomadas pelo director na escola.

Caracteristicas das decisões tomadas

Entre as caracteristicas das decisões eficazes contam-se o facto de elas devem ser:
necessárias, atempadas e apropriadas à tarefa e situação a tratar. Devem ser compreensíveis,
comunicadas com clareza e aceitáveis para aqueles que as devem implementar.

O último aspecto pode ser problemático é que o director de escola deve investir muito
esforço para persuadir os funcionários e agentes para aceitarem a decisão. Boas decisões,
idealmente têm de contemplar uma variedade de necessidades concorrentes as necessidades
da escola, dos professores, pessoal não docente, a tarefa e a situação. A possibilidade de
conflito está sempre à espreita.

Gestão de conflitos

A escola é um local propício para a emergência de conflitos, pois, é um lugar onde divergem
muitas pessoas, e que não é possível que todas as pessoas tenham os mesmos objectivos ou
75
interesses, e isso resulta em conflitos, que é o lado oposto da cooperação. O conflito está
ligado a discórdia, a divergêrncia e até mesmo ligado a antagonismo.

Conflito: é um desacordo, desentedimento, incompatibilidade de objectivos entre duas


pessoas ou grupos de pessoas que têm objectivos e valores diferentes. O conflito envolve os
sentimentos e objectivos das pessoas.

Causas de surgimento de conflitos

São várias as causas de surgimento, pode se destacar as seguintes:

• Contradições entre pessoas;


• Luta de interesses;
• Má gestão de recursos humanos, materiais, e financeiros;
• Ideias contraditórias entre pessoas;
• Ódio, etc.

Vantagens de conflitos numa organização

O conflito é uma emoção benéfica para o desenvolvimento da organização. A existência do


conflito significa a existência de dinamismo, a existência de forças que se chocam com vista
ao desenvolvimento da organização.

Permite aos membros da organização superarem as sua diferênças descobertas ao longo da


vigência do conflito.

Fases da resolução do conflito

O conflito não eclode só por eclodir. Eles se desenvolvem-se por várias fases, e cada uma
delas concorrem vários factores para o surgimento do conflito.

Conflito percebido Os potenciais são acelerados pela forma como as pessoas se encaram
umas as outras. Estas percepções determinam se o conflito vai ou não ocorrer.

Conflito latente- conforme mencionado na definição do conflito, os sentimentos atitudes das


pessoas em relação umas com as outras e a causa particular do conflito vão afectar cada vez
mais o seu eventual comportamento.

76
Conflito aberto ou manifesto- Com base nas duas fases anteriores ocorre a confrontação
podendo essas ser conflituosas ou de procura de soluções.

Resolução do conflito- em algum ponto do processo o conflito será resolvido ou suprimido.

Consequências depois da resolução- depedendo do resultado da resolução, a situação


futura pode conduzir a maior conflito ou para a cooperação.

Técicas de resolução dos conflitos

Para se chegar a um acordo num conflito é necessário ter em conta cinco aspectos de
diferênças, e que essas diferênças são baseadas no choque de: interesses, compreensão,
valores, estilos e opinião.

Formas de reacção ao conflito

Os envolvidos num conflito podem assumir três formas de recção a um conflito, sendo a
destacar:

Agressivo- (combatê-lo)

Assertivo- (negociá-lo)

Passivo (agachar-se para evitá-lo)

Negociação

A situação do conflito pode ter vantagens e benifícios mútuos se for resolvido de maneira
correcta e com atitude em relação á possível solução.

Na resolução de conflitos é muito importante a Negociação, isto é, uma forma de gestão


positiva do conflito, a negociação que tem sido definido como “ uma transação em que as
partes têm poder do veto”.

Cada parte numa negociação tem de concordar com o resultado, se tiver de ser implementado
e cada parte tem interesse em outra parte concordar. Por isso atrvés da negociação, torna-se
uma decisão conjunta.

Estratégis de resolução de conflitos

77
Uma forma popular de descrever as estratégias de resolução de conflitos é falar em termos de
Ganhar ou Perder e podem ser assim descritas:

• Ganhar e Perder

O resultado desta estratégia é que uma parte ganha e a outra perde. Muitas vezes esta
estratégia não é satisfatória e o conflito volta a surgir.

• Perder Perder

Nesta estratégia tenta se encontrar um comprimisso que poucas vezes é aceite por cada uma
das partes envolvidas no conflito

• Ganhar Ganhar

Ambas as partes envolvidas no conflito saem satisfeitos com o resultado e a ênfase, coloca-se
na solução do problema e não em vencerem um ao outro.

Lutar por uma estratégia de ganhar – ganhar, para que ambas as partes possam estar
satisfeitos com o resultado é o caminho ideal para todos gestores/administradores. Os
conflitos devem ser resolvidos democraticamente.

Actividades

-Como pode melhorar o seu sucesso de negociador.

-Prepare uma pequena lista das principais áreas para a tomada de decisões na escola.

-Ex: (pessoal, finanças).

-Dê 3 exemplos de decisões de rotina e 3 decisões inovativas.

-Identifique uma situação de conflito com a qual esteja familiarizado.

-Faça uma lista de possíveis fases do desenvolvimento de um conflito de princípio até ao fim.

-Faça uma lista de situações conflituosas com que você teve de lidar nos últimos dois meses.

78
Auto avaliação

1- Defina o conflito, diga as causas do seu surgimento.

Chave de correcção

Questão1-Caro cursista, existem várias definições do conceito conflito, a mais simples é


aquela que diz que conflito é um descordo entre duas ou mais pessoas, outros definem como
sendo contradições entre as pessoas numa organização. As causas de surgimento de um
conflito são várias, destacar: contradições entre os membros da organização, ideias
contrárias, ambição pelo poder, má gestão de recursos existentes na organização, diferença
de níveis entre os membros da organização, etc.

2.5.9. Bibliografia

- Drucker F. Peter (1967) Gerente Eficaz, editora LTC, Rio de Janeiro.

2. 4.9 A Escola e o meio (Comunidade)

A escola é uma organização que se encontra inserida num meio ou numa comunidade. Pode-
se considerar que a comunidade cria escolas com objectivo que esta sirva de um lugar onde
os filhos da comunidade vão se servir dela na sua educação.

Porque a escola pertence a comunidades há uma necessidade de existir uma estreita


cooperação entre a escola e a comunidade que legalmente é denominada de Ligação Escola-
Comunidade.

Ligação escola e comunidade

O conceito de Escola- Comunidade tem vindo a evuluir de acordo com a progressiva


democratização dos Estados, estando hoje mesmo muito ligado à própria gestão das escolas.

Hoje, para representar melhor os interesses de todos os intervinientes e do público na gestão


de cada escola, é usual elegerem-se comissões de pais ou de pessoas da comunidade onde ela
se encontra inserida.

79
Além destas comissões, o Ministério da Educação, inspirado na célebre frase “FAZER DA
ESCOLA UMA BASE PARA O POVO TOMAR PODER” criou, nos artigos 7 e 8 do
Regulamento Geral do Ensino Básico, os Conselhos da Escola, que devem funcionar em
todas as escolas do Ensino Básico no país. Este órgão surge com objectivo de dar legalidade
a participação da comunidade na escola.

O conselho da escola é o órgão máximo do estabelecimento do Ensino Básico, e que tem


como objectivo ajustar as deritrizes e metas estabelecidas a nível central e local, à realidade
da escola, dar legalidade a participação da comunidade na escola, bem como garantir a sua
gestão democrática, solidária e co-responsável.

A comunidade escolar, compreende os funcionários e agentes do Estado docentes e não


docentes, e alunos, que constitui o grupo que de imediato está em permanente contacto com o
director da escola. Este grupo de funcionários juntamente com os alunos realiza uma parte da
gestão da escola atrvés de diversos mecanismos.

Por outro lado, as escolas, como instituições públicas, não podem ser dirigidas somente pelos
professores, sob orientação do director, com base apenas nas suas inclinações. A influência
da comunidade onde a escola está inserida torna-se progressivamente importante na forma
como a escola é dirigida. Esta grande comunidade é composta por pessoas de diversas
origens, tais como, empregadores, religiosos, autoridades tradicionais e outros. Estes grupos
podem, de diversas maneiras, desempenhar um papel importante no apoio à escola. Por isso,
eles devem ser chamados a colaborarem significativament na governação da mesma.

Para que a participação da comunidade seja feita de uma forma organizada, é necessário que
os vários grupos se organizem em associações que podem ser:

• Associações de Pais e Encarregados de Educação;


• Associações de Antigos Alunos da escola;
• Associações de Profissionais de Professores;
• Grupos e Organizações da Comunidade Local.

80
• Associações de Pais e Encarregados de Educação

A necessidade de cooperação entre a escola e os professores por um lado as famílias e os


pais, por outro lado, não pode ser substimada. Esta cooperação pode não só trazer benifícios
para a escola mas é tambem absolutamente necessária para o bem-estar dos alunos,

Ao aproximar a família do aluno da escola, uma Associação de Pais e Encarregados de


Educação pode apoiar na identificação das necessidades dos alunos e em encontrar soluções.
Por exemplo: problemas de faltas e disistências podem ser partilhados.

Uma Associação de Pais e Encarregados de Educação pode ser um fórum onde o director e
os professores podem explicar os programas da escola, obter o apoio dos pais e, assim, ajudar
alcançar sucessos.

Muitas vezes, uma associação de Pais e Encarregados de Educação pode tornar-se numa
fonte importante de apoio financeiro e material para o desenvolvimento da escola. De modo
similar, pode ser uma fonte de recursos humanos para ajudar em diversos projectos da escola
desde o desenvolvimento desportivo até ao apoio na agricultura e jardinagem.

Associações de Antigos Alunos da escola

Uma associação dos antigos alunos da escola pode ser organizada a nível local, ou a nível
nacional com subdivisões, se a escola for suficientemente grande para comandar uma
organização de âmbito nacional.

Uma associação de antigos alunos é uma potencialidade que pode ser utilizada para angariar
ou dar contribuições financeiras e materiais para a conservação e desenvolvimento da sua
antiga escola. Com a sua preocupação pela manutenção de altos padrões pedagógicos e de
disciplina, uma associação de antigos alunos pode apoiar muito na construção e manutenção
das escolas e na conservação das tradições.

Associações de Profissionais de Professores

Um outro elo de ligação importante que a escola deve procurar estabelecer é com
Associações Profissionais dos Professores, tais como a Associação dos Directores de
Escolas, Organização de Professores (ONP) e Associação de Professores de uma dada
disciplina- Matemática, Língua Portuguesa, Educação Física, etc.

81
Além da promoção e melhoria do estatuto social dos seus membros, estas associações podem
dar uma base regular de apoio profisional.

As relações e representatividade nas comissões relacionadas com educação podem colocá-las


numa posição vantajosa para exercer influência sobre decisões que afectem a educação a
nível nacional.

Estas associações podem, também organizar cursos de formação em exercício e escrever


livros escolares e manuais para professores para apoiar o seu próprio desenvolvimento
profissional.

Grupos e Organizações da Comunidade Local.

A comunidade local, que engloba as Autoridade Tradicionais Locais, organizações de jovens,


grupos de apoio social, comissões para o desenvolvimento da aldeia ou cidade e as pessoas
que vivem no local, influir na escola de diversas maneiras.

Os pais e o público em geral têm variados graus de expectativas sobre o papel que a escola
deve desempenhar na vida da comunidade; esperam que os seus filhos desenvolvam certas
qualidades para a melhoria da vida e da vida da comunidade.

O desejo e disposição das comunidades locais ou associações de apoiar as escolas material e


financeiramente, tem sido demonstrado por toda a África e tem sido um dos princípais
factores para a expansão e desnvolvimento da educação.

O director deverá, por isso, desenvolver e manter relações priveligiadas com e dentro da
comunidade.

Actividades

1- Ligação Escola Comunidade


Você pode sugerir algumas formas através dos quais o director da escola pode ajudar o
melhorar as relações com a comunidade.
- Tomando a escola como exemplo, indique algumas actividades da comunidade em que os
alunos podem participar de forma útil, com potenciais benefícios para a escola e para a
comunidade.
- Mencione factores que tendem a dar a escola uma ma imagem dentro da comunidade.

82
Auto avaliação

1- Na base do que acabaste de estudar, enumere algumas actividades que as comunidades


podem desenvolver para o bem da escola.

2- Como é que podemos fazer para que a comunidade participar activamente na vida da
escola.

Chave de correcção

Tendo acabado de resolver as actividades, verifique suas respostas. Se você tem alguma
dúvida, volte ao texto e procure resolvê-las antes de prosseguir.

Questão1-A comunidade exerce um papel importante nas escolas, ela pode realizar várias
actividades desde limpezas do espaço escolar, várias construções, organização dos alunos,
palestras, convívios, etc.

Questão2- Sendo a escola da comunidade, esta deve participar activamente na vida da


escola, para que esta participação seja possível é necessário que os gestores enquandrem os
elementos escolhidos na comunidade nas várias comissões a serem criadas na escola, e serem
distribuidas tarefas para estes elementos desenvolverem na escola.

Bibliografia

- Diez J. Juan (1994) A Família – Escola, uma relação vital, editora Porto, Porto.

2.4.10 Primeiros Socorros e HIV-SIDA

Os primeiros socorros

Conceito

A escola é um local frequetado por uma comunidade numerosa (alunos, professores, e outros
trabalhadores) propensos a vários riscos que podem ser causadas por factores internos e
externos à escola.

83
O professor na sua qualidade de responsável pela vida dos alunos na escola, tem a obrigação
de velar pela vida dos alunos em todos os sentidos. Para tal é necessário que estes tenham
conhecimentos sobre os Primeiro Socorros aos seus alunos em caso de necessidades.

Os pais e encarregados de educação quando mandam os filhos a escola têm a máxima


confiança no papel do professor.

Primeiros Socorros são os cuidados prestados de imediato a uma pessoa que acabou de
sofrer um ferimento ou que adoenceu de repente, antes de ser levado ao centro de saúde ou
ao hospital mais próximo da escola.

Os primeiros socorros destinam-se a impedir que o estado do ferido ou doente se agrave, até
à chegada de um profissional de saúde especializado. Qualquer um de nós pode prestar os
primeiros socorros através dos seguintes cuidados:

• Manter a respiração da vitíma;


• Manter a circulação do sangue;
• Cessar a hemorragia;
• Impedir o agravamento da lesão;
• Impedir o alastramento do veneno da mordedura de um animal;
• Proteger as partes queimadas do corpo;
• Manter as partes do corpo com possíveis fracturas ou luxações protegidas e
imobilizadas;
• Transportar a vitíma cuidadosamente;
• Se possível informar os pais ou encarregados de educação do aluno em causa depois de
ter solicitado apoio dos profissionais de saúde.

Em caso de choque elétrico:

• Não toque na vitíma até que ela esteja separada da corrente;


• Não tentes retirar uma pessoa presa a um cabo eléctrico;
• Se souberes como, desliga a tomada ou o quadro geral da corrente electríca. Se não, chama
imediatamente uma pessoa que o saiba fazer ou então usa um objecto de madeira, de corda
ou pano, sem estar húmido ou molhado, para afastar o fio da vitíma;
84
• Inicia a respiração boca-a-boca logo que a vitíma esteja livre do contacto com a corrente.

Em caso de ferimento superficial

• Limpar a ferida cuidadosamente com a água corrente e sabão;


• Não aplique soluções nem outros remédios na ferida;
• Protege a ferida com gaze esterilizada ou um pano limpo, fixando-o sem o apertares;
• Não tentes retirar os restos do vidro ou partículas do metal, a não ser que saíam durante a
lavangem;
• Não toques na ferida com os dedos, com panos usados ou com outros materiais sujos;
• Muda o curativo tantas vezes quantas necessárias para manter limpo e seco.

Em caso de mordedura de cobra

Certas cobras quando mordem, injectam um veneno que provoca uma intoxicação mais ou
menos grave. Dependendo do tipo de cobra, Pode mesmo provocar a morte. Em caso de
mordedura de cobra devemos:

• Isolar a circulação do sangue na zona picada, amarrando na parte superior um laço bem
apertado (um garrote);
• Chupar a ferida para fazer sair o veneno e cuspí-lo;
• Ir ao centro de saúde sem demora.

Em caso de mordedura de um cão

A mordedura de cão é sempre perigosa porque os cães podem ser portadores de uma doênça
grave, a raiva. No caso de sermos mordidos por um cão devemos:

• Procurar fazer sangrar a ferida;


• Lavá-la com água e sabão abundante;
• Ir ao centro de saúde sem demora.
• Evitar o contacto com o sangue do ferido devido o vírus de HIV,

HIV/SIDA
85
HIV- Sigla de Vírus de Imunodeficiência Humana (iniciais do nome de Inglês). Ataca as
células que protegem o corpo contra o ataque de doenças, vírus, bactérias, etc. Enquanto
ataca as células o vírus mantém se no corpo da pessoa infectada sem quaisquer manifestações
visíveis.
SIDA- Sigla para o sindroma de Imunodeficiência Adquirida, estado sintomático apresentado
por uma pessoa sofrendo de um conjunto de infecções que afectam o organismo debilitado
pelo HIV. Ate ao momento, o SIDA não tem cura, apesar de haver já medicamentos que
prolongam a vida das pessoas infectadas.
Como se transmite o HIV
-Relações sexuais desprotegidos, transfusões de sangue, e transplantes, se a unidade sanitária
não cuidar devidamente das analises do sangue ou órgãos doados, agulhas, seringas, laminas
e outros objectos cortantes se não devidamente esterilizados, transmissão de mãe para filho.
Tem que haver contacto entre o sangue ou fluidos genitais frescos de duas pessoas, em
que um delas ou ambas estejam infectados pelo HIV.
Quanto tempo desde a infecção ate se manifestar o SIDA.
Varia de pessoa para pessoa. Depende da capacidade de reacção de cada organismo. É maior
em pessoa saudável, alimentação equilibrada e que evitam comportamentos de risco.
Resposta ao HIV/ SIDA no MINED
A Politica e a Estratégia do MINED prevêem a resposta baseada em.
Prevenção
• Retardamento do início da actividade sexual,
• Abstinência
• Fidelidade
• Uso correcto e consistente do preservativo, para pessoas sexualmente activos.
• Promoção de tratamento rápido e eficiente gestão das DTSs.

Cuidados e Apoio
• Atender as necessidades físicas, emocionais, psicológicas e educacionais dos funcionários
afectados e infectados pelo vírus de HIV.
• Apoiar no atendimento das necessidades físicas, emocionais, psicológicas e educacionais dos
órfãos e de outras crianças vulneráveis.
• Assegurar que os direitos e dignidade de todos os indivíduos afectados sejam respeitados.

86
• Encorajar o Aconselhamento e Testagem Voluntaria, onde existem os serviços.
• Estabelecer parcerias.
• Facilitar o acesso a serviços de Aconselhamento e Tratamento.

Combate a Discriminação de infectados e afectados


• Aplicação escrupulosa da Lei n5/ 2002 de 5 de Fevereiro, que no seu artigo 7 estabelece que
trabalhadores não devem ser descriminados nos seus direitos de trabalho, formação,
promoção, e progresso na carreira por serem portadores de HIV/.SIDA.
• Aplicação de sanções, conforme previsto por essa lei,
• Fornecimento de informação precisa, clara e relevante acerca do HIV/SIDA e debates sobre o
assunto com todos os alunos, funcionários, familiares, encarregados de educação e líderes
comunitários para combater ideias erradas.
Na tua escola deve haver os seguintes documentos:
-Politica Nacional da Educação, PNE
-Plano Estratégico de Combate ao HIV/SIDA
-Estratégia de Comunicação do MINED em relação ao HIV/SIDA
Caso não existam, podem ser solicitados a:
Direcção Provincial da Educação, Ponto Focal para HIV/SIDA.
Estuda-os e convida o Conselho de Escola a estuda-los também, juntos encontrarão maneiras
práticas de os implementar e contribuir para evitar a propagação do Vírus.
Tu, no Sector de Educação…
Como te integra nesta resposta?
Prevenção
- Prevenção exige conhecimentos sobre a infecção e seu modo de transmissão:
Procura sempre aprender mais, actualizar os teus conhecimentos. Há muito material
informativo preparado para professores e para alunos. Alguns dos que se mostram mais
completos e de maior qualidade, são:
Eu e a Vida, Manual do Professor para o EP1 (INDE)
Manual do Professor ‘Eu e Vida ‘(INDE)
Perguntas e Resp0ostas sobre o HIV/SIDA (MONASO)

87
Guia de parâmetros para o Ensino Primário
Sida em Moçambique (ARO Juvenil)
Estratégia de Comunicação sobre o HIV/SIDA (MINED)
Não te envergonhes de perguntar.
Transmite os teus conhecimentos aos outros.

Bibliografia complementar

-Ministério da Educação e Cultura (1991) Ciências Naturais, 5 classe, editora Escolar.


Maputo.

Actividades

1- O que são os primeiros socorros?

2- Que cuidados devemos ter no tratamento de um ferimento superficial.

Auto avaliação

Chave de correcção

Questão1-Primeiros socorros são os cuidados prestados de imediato a uma pessoa que


acabou de sofrer um ferimento ou que adoenceu de repente, antes de ser levado ao centro de
saúde ou ao hospital mais próximo da escola.

Questão2-Para um ferimento superficial devemos ter os esguintes cuidados:

• Limpar a ferida cuidadosamente com a água corrente e sabão;


• Não aplique soluções nem outros remédios na ferida;
• Protege a ferida com gaze esterilizada ou um pano limpo, fixando-o sem o apertares;
• Não tentes retirar os restos do vidro ou partículas do metal, a não ser que saíam durante a
lavangem;
• Não toques na ferida com os dedos, com panos usados ou com outros materiais sujos;
• Muda o curativo tantas vezes quantas necessárias para manter limpo e seco.

3. UNIDADE TEMÁTICA 3- Estratégias de integração dos saberes locais no ensino


88
3.1 Duração da unidade temática: 7 horas

3.2 Introdução da Unidade temática

A falta de condições relegam a maior parte dos moçambicanos à pobreza absoluta e à


vulnerabilidade. Esta questão constitui uma das grandes preocupações do governo
moçambicano e é na procura de soluções deste problema e reconhecendo o papel da
educação na luta pela melhoria das condições de vida que em 2004, introduziu-se o Currículo
Local como uma das inovações do novo currículo do Ensino Básico.

Pretende-se que o ensino seja um veículo de transferências de tecnologias de produção de


plantas e animais de objectos de artesanato e outros para as comunidades, com vista a
garantir uma alimentação saudável, necessária saúde e melhores condições de habitabilidade,
reduzindo, deste modo, a vulnerabilidade. O CL deve, também, garantir conhecimentos
básicos de saúde e desenvolver valores e atitudes para uma inserção plena dos educandos na
comunidade.

3.4 Recursos de Aprendizagem

3.4.1Objectivos do Currículo Local

O principal objectivo do CL é garantir uma formação que responda às reais necessidades da


sociedade moçambicana, dotando as crianças, jovens e adultos de habilidades, valores e
atitudes que lhes permitam ter uma participação plena no desenvolvimento social, cultural e
económico da sua comunidade e do país, criando deste modo, condições para a redução da
pobreza absoluta e da vulnerabilidade.

Para a acomodação do CL, o currículo concebido centralmente reserva 20% do tempo global.

O levantamento, a integração e a abordagem dos conteúdos do CL no processo de ensino-


aprendizagem são da responsabilidade da escola.

O que é o currículo local?

O currículo local é o conjunto de conteúdos de actividades, práticas locais, hábitos e saberes


das populações circundantes da escola e dada a sua importância pretende-se sua divulgação
para o bem da comunidade. O CL compreende uma gama de vivências e anseios da

89
comunidade em que a escola está inserida, cabendo à mesma comunidade definir o que
gostaria que os filhos aprendessem, A selecção de conteúdos pode, pois, incluir matéria não
meramente local do ponto de vista geográfico cuja aprendizagem se afigura relevante no
contexto da comunidade.

O Currículo Local é uma das principais inovações do Ensino Básico e tem como principal
objectivo formar cidadãos capazes de contribuir para a melhoria da sua vida, da vida da sua
família, da sua comunidade e do seu país tendo em conta as necessidades, conhecimentos e
as potencialidades locais, com vista à melhoria das condições.

Etapas para a elaboração do Currículo Local

Na elaboração do Currículo Local devem ser obedecidas as seguintes etapas:

* Organização da equipa de trabalho para a recolha e organização de dados;

* Recolha de dados na comunidade;

* Sistematização da informação;

* Articulação dos conteúdos locais com os dos programas de ensino;

* Planificação analítica (codificação);

* Elaboração do plano de lição e abordagem de conteúdos na sala de aula.

a) Organização da equipa de trabalho para a recolha e organização de dados

Para que haja sucesso no trabalho de contacto com a comunidade com o objectivo de recolha
de dados, torna-se imperioso a organização de uma equipa de trabalho. Este grupo deve ser
constituído por alunos e professores e deve ainda, ser munida de informações pertinentes
sobre a tarefa que levarão a cabo.

b) Recolha de dados na comunidade

As actividades inerentes à recolha de informação junto à comunidade são coordenadas pela


escola, portanto, pelos membros da direcção e professores.

A direcção da escola e os professores planificam as actividades de recolha de dados


realizando:
90
- Elaboram a lista dos membros da comunidade a consultar ( Pais encarregados de educação,
Líderes locais, Médicos tradicionais, Alunos, Professores, Profissionais de diferentes
instituições ( Saúde, Agricultura, Pesca, Ambiente e outras);

- Fazem o cronograma de actividades. Por exemplo:

Actividades Tarefas Intervenientes Prazo Responsáveis


específicas

1.Recolha de Organização do Professores e Até 10 de Janeiro Professores


informação guião de alunos do corrente delegados de
entrevistas/ disciplinas
Na comunidade
perguntas aos pais
e encarregados de
2.Sistematização
da informação educação

- Preparam perguntas para fazer aos alunos, professores e membros da comunidade e


profissionais de instituições;

- Recolhem informação relevante, a incluir no processo de ensino-aprendizagem. Durante a


recolha da informação, o professor deve:

* registar a informação fornecida pelos entrevistados;

* assegurar que a informação recolhida seja de consenso;

* falar sobre a necessidade de apoio dos membros da comunidade na abordagem de alguns


conteúdos do CL, que não são do domínio do professor.

c) Sistematização da informação

Depois da recolha da informação, os professores fazem a sistematização da mesma. O


processo de sistematização da informação íntegra:

- A selecção da informação relevante. No acto de selecção da informação recolhida, o


professor deve observar o seguinte:

* relevância sócio-económica;

* contribuição para o fortalecimento da Unidade Nacional;


91
* promoção de auto-emprego;

* Desenvolvimento de competências básicas para a vida.

- O agrupamento da informação/conteúdos por tema (Agro-pecuária, Ambiente, Educação de


Valores, Saúde e Nutrição, História e Geografia, Cultura, Economia local e outros).

d) Articulação dos conteúdos locais com os dos programas de ensino

A articulação dos conteúdos locais com os dos programas de ensino pressupõe:

- a distribuição dos conteúdos pelas diferentes disciplinas do Ensino Básico;

- a distribuição dos conteúdos pelos ciclos de aprendizagem e classes;

Nesta distribuição deve se ter em conta a idade dos alunos, o seu nível de desenvolvimento
psicomotor e competências a atingir;

- a integração desses conteúdos nas unidades temáticas de cada disciplina.

A integração dos conteúdos locais unidades temáticas deve ter em conta duas formas:
Aprofundamento e extensão.

Aprofundamento: trata-se de aprofundar os conteúdos constantes dos programas de ensino,


considerando o interesse de que se revestem para o desenvolvimento da comunidade;

Extensão: consiste na incorporação de conteúdos novos nos programas de ensino, para


responder às exigências socioeconómicas e culturais, para o desenvolvimento da
comunidade;

- Elaboração da brochura do CL, a qual deve conter as seguintes partes:

* Introdução;

* Descrição estratégias usadas na recolha da informação relevante;

* Conteúdos do CL agrupado por temas;

* Grelha de integração dos conteúdos locais;

* Textos de apoio para abordagem de conteúdos locais.

92
A elaboração de textos deve contar com a colaboração dos professores de Língua Portuguesa
e pode partir do conhecimento que os professores têm sobre a matéria. Das entrevistas aos
membros da comunidade tidos como fontes fidedignas e através de material escrito.

e)Planificação analítica (dosificação);

Os professores doseiam os conteúdos com base nos programas de ensino e na brochura do


currículo local segundo a prática de cada escola (dosificação mensal, quinzenal ou semanal
ou outro período de tempo).

f)Elaboração do plano de lição e abordagem de conteúdos na sala de aula.

A elaboração de planos de aulas e a leccionação das mesmas deve obedecer as normas e os


passos recomendados pela didáctica geral e pelas metodologias específicas das disciplinas.

Conteúdos do Currículo Local

Os conteúdos a serem abordados no CL devem enquadrar-se nos seguintes temas:

1- Cultura, História e Economia local;

2- Educação de Valores;

3- Ambiente;

4- Agro-pecuária;

5- Saúde e Nutrição;

6- Ofícios.

Papel dos diferentes intervenientes no processo educativo

Para que haja sucesso no tratamento do CL nas escolas do Ensino Básico, os professores, os
alunos, os pais e encarregados de educação e outros membros da comunidade, bem como
instituições e diferentes unidades económicas e sociais devem ter claro os seus papéis na

93
escola, principalmente o papel relativo à determinação das necessidades de aprendizagem e
garantia da sua abordagem no processo de ensino-aprendizagem.

- O papel do professor

O professor é um agente preponderante do processo educativo e principal do processo de


ensino-aprendizagem, seja ao nível da escola como na comunidade e sociedade onde se
encontra inserido. Na implementação do CL, cabe ao professor a tarefa de recolha das
necessidades de aprendizagem local, na comunidade e a garantia da abordagem dessa
informação no PEA.

O envolvimento da comunidade é um imperativo neste processo. Para o efeito, o professor


deve:

• Articular com a comunidade de forma permanente, para se inteirar das necessidades de


aprendizagem dos alunos, de modo que haja uma interacção entre o saber veiculado na
comunidade.

• Junto da Direcção da Escola e do Conselho da Escola, identificar elementos na comunidade


que possam garantir a abordagem de alguns conteúdos que não sejam do seu domínio, no
PEA.

• Garantir que o saber veiculado pela escola seja usado em benefício da própria comunidade,
seja através do aprendizado dos alunos, ou através de palestras que possam ser organizados
pela escola ou na comunidade com a participação desta.

Caso não seja possível a ida dos membros da comunidade à escola para apoiarem na
leccionação dos conteúdos locais, o professor poderá organizar os alunos em pequenos
grupos elevá-los ao encontro da comunidade.

Relativamente aos conteúdos da história local e outros passíveis de serem relatados, os


professores elaboram um guião de entrevistas e fazem o levantamento da informação junto
dos líderes locais, ou pessoas identificadas como sendo idóneas, na comunidade.

- O Papel do aluno

94
Ao aluno cabe-lhe o papel activo e criativo na aprendizagem e no desenvolvimento de
competências básicas para a vida, veiculadas através da escola e da comunidade e a aplicação
desses conhecimentos na vida prática, para o combate à pobreza individual, familiar e social.

Dependendo da sua experiência, o aluno pode apoiar os grupos de professores que trabalham
nas comunidades na recolha de informação sobre o CL.

- O Papel da comunidade

A comunidade é representada pelo país e encarregados de educação, profissionais de diversas


áreas, líderes locais, médicos tradicionais, congregações religiosas, organizações
comunitárias, ONG, s, etc.

À comunidade cabe-lhe o fornecimento de informação relevante a ser abordada na escola,


bem como apoiar na transmissão de determinados conhecimentos/experiências, no que se
refere aos saberes locais.

As estratégias que podem ser usadas pelas escolas para o envolvimento da comunidade em
actividades do CL são diversificadas. Como exemplo apresentamos as seguintes:

• Remeter à comunidade todos os problemas e as necessidades da escola;

• Procurar junto à comunidade as soluções para colmatar as dificuldades existentes;

• O envolvimento dos membros da comunidade nos trabalhos do CL é feito de forma rotativa,


portanto, alternam entre si;

• Para o desenvolvimento de um trabalho harmonioso, a escola juntamente com o Conselho da


Escola e as pessoas identificadas para apoiarem os trabalhos do currículo local, planificam o
dia e o local em que cada um deles deve intervir, podendo fazer uma escala.

- O Papel das Instituições, Organizações Comunitárias, Empresas

As instituições, organizações comunitárias e empresas são representadas pelos profissionais


de diferentes áreas que podem apoiar a implementação do currículo local nas escolas.

Às instituições cabe-lhes o fornecimento de informação relevante a ser abordada na escola, o


apoio na abordagem de algumas matérias do seu domínio, o apoio material para uma melhor
execução de actividades programadas.
95
Deste modo, é importante que a escola:

* Busque colaboração nas instituições e empresas situadas na comunidade ou distrito;

* Remeta todos os problemas e necessidades da escola;

* Procure junto das instituições, as soluções para a resolução das dificuldades existentes.

Actividade

Elabore com ajuda dos seus colegas uma lista com temas que possam integrar o currículo
local da escola que funciona no seu bairro de residência.

Auto-avaliaçao

1- Quem são os intervenientes do Currículo Local?

2- Como é que o professor deve envolver a comunidade nas actividades do Currículo Local?

Guia de correcção

1- Na preparação e abordagem dos conteúdos do currículo local deve participar professores,


alunos, membros da comunidade e instituições.

2- O professor deve articular com a comunidade de forma permanente, para se inteirar das
necessidades de aprendizagem dos alunos, de modo que haja uma interacção entre o saber
veiculado na comunidade.

O professor deve apoiar pedagogicamente os elementos da comunidade identificados para a


abordagem de conteúdos do currículo local

4. UNIDADE TEMÁTICA 4- Noções gerais sobre a Legislação e


Escrituração Escolar

4.1 Duração da unidade temática: 16 horas

4.2 Introdução da Unidade temática

96
O conhecimento das leis que regem o sector da Educação em Moçambique é um factor muito
importante para o professor, na sua qualidade de formador do homem novo, e como
dinamizador das boas relações entre a escola e a comunidade.

Nesta relação com a comunidade local o professor assume um papel de difusor das leis que
regem o funcionamento do sector da Educação, pois, é neste sector onde se educa as novas
gerações, daí que o futuro professor deve estar destes conhecimentos para melhor esclarecer
a comunidade local, pois esta deposita maior confiança no professor.

Nesta unidade será estudada uma parte da legislação relacionada com o sector da educação e
do Estado em geral, tendo em conta que a escola é uma instituição pública, incluindo a lei
mãe que é a Constituição da República.

Ainda nesta unidade, é abordado o tema Escrituração Escolar à luz do Art.57 do… que
aprova o Regulamento Geral do Ensino Básico (REGEB).

As leis, as normas, e os regulamentos conferem o carácter formal às organizações, neste caso


a escola. Estes dispositivos fazem com que aquilo que se passa dentro das escolas não
dependa vontade dos funcionários que atendem o público ou dos seus professores ou da
disposição daqueles.

4.3 Recursos de Aprendizagem

4.3.1 Deontologia Profissional do Professor

Sendo a deontologia profissional o conjunto de normas que regulam o exercício de uma


profissão, de um ofício, a Deontologia Profissional do Professor é um código de conduta que
estabelece os princípios fundamentais que devem inspirar e guiar a prática profissional dos
professores. Este conjunto de princípios é chamado: Código de Conduta Profissional dos
Professores Moçambicanos e é composto de cinco Princípios. O Código de Conduta
estabelece os valores fundamentais da profissão; estabelecem princípios que guiam o
comportamento dos professores, individual ou colectivamente, no seu exercício profissional.
Define os deveres fundamentais dos professores no exercício das suas funções; defende a
protecção da liberdade de ensinar e da igualdade de oportunidades educacionais para todos.

97
Princípios

Princípio 1:Comprimisso com os alunos

A primeira obrigação dos professores moçambicanos é para com aqueles a quem ensinam,
razão de fundo do Ser Professor. Neste sentido, os professores devem:

a) Promover o crescimento dos alunos, explorando, de forma integrada, as suas potencialidades


ao nível intelectual, físico, emocional e cívico;

b) Respeitar a dignidade e a personalidade individual dos alunos;

c) Ajudar os alunos a desenvolverem a sua identidade própria, a aprenderem mais sobre a


herança cultural, linguística e ética que caracteriza o nosso país;

d) Engajar os alunos na busca de soluções honestas para os diferentes problemas;

e) Manter e desenvolver relações profissionais com os alunos baseadas nos melhores interesses
destes;

f) Basear a sua acção na aprendizagem constante e tirarem maior partido dos conteúdos
programáticos estabelecidos;

g) Não avaliar os alunos com base em considerandos de ordem ética, regional e racial;

h) Encorajar os alunos a pensarem criticamente os assuntos sociais e culturais;

i) Proteger a confidencialidade da informação sobre os alunos;

Princípio 2: Compromisso com os pais e encarregados de educação

Os professores reconhecem que o seu trabalho sairá mais enriquecido se houver uma
colaboração com os Pais e Encarregados de Educação, encorajando, por isso, a sua
participação na educação dos seus filhos. Na sua relação com os Pais e Encarregados de
Educação, os professores devem:

a) Envolvê-los na tomada de decisões sobre as matérias extra-curriculares relacionadas com a


educação dos alunos;

98
b) Estabelecer com os encarregados de educação relações honestas e baseadas no respeito
mútuo;

c) Respeitar a sua privacidade;

d) Respeitar o seu direito de informação sobre os seus educandos, exceptuando nos casos em
que o professor julgar que essa informação não será no melhor interesse dos alunos.

Princípio 3: Compromisso com a Sociedade

Os professores consideram a sua profissão um compromisso de confiança e responsabilidade


para com a Sociedade, sobretudo porque a sua missão consiste na preparação do Homem
para a vida na Comunidade. Neste sentido, os professores têm obrigações para com a
Sociedade, por isso, devem:

a) Apoiar activamente as políticas e programas que promovem a igualdades de oportunidades


para todos;

b) Trabalhar de forma conjunta para o desenvolvimento das escolas e dos centros de ensino e
formação, promovendo as ideias democráticas;

c) Ensinar e promover os valores comummente aceites na Sociedade e encorajar os alunos a


aplicá-los e a apreciarem, criticamente o seu significado.

Princípio 4: Compromisso para com a Profissão

Tendo em conta que a qualidade dos seus serviços influencia a Nação e os seus cidadãos, os
professores devem envidar todos esforços para manterem e promoverem altos padrões
profissionais, promovendo um clima que encoraja o julgamento de qualidade profissional e
contribuindo para atrair os mais inteligentes para a profissão. Neste sentido, os professores
devem:

a) Colocar em primeiro plano o seu papel como Educador Profissional, através de uma prática
responsável;

b) Considerarem-se como aprendizes e encorajarem-se no desenvolvimento profissional;

c) Serem honestos e verdadeiros quando tiverem que fazer declarações relativamente às suas
qualificações e competências;
99
d) Contribuir para o desenvolvimento e promoção de boas políticas de Educação;

e) Contribuir para o desenvolvimento de uma cultura profissional aberta;

f) Tratar os colegas com respeito, trabalhando com eles de forma cooperativa e colegial, sempre
em benefício do aluno;

g) Apoiar os novos colegas que chegam à profissão, sejam eles professores de carreira ou
professores contratados;

h) Proteger a informação confidencial sobre os seus colegas, exceptuando quando ela é


requerida pelas autoridades competentes quando tem em vista propósitos meramente
profissionais.

i) Princípio 4: Compromisso de Integridade

Em Moçambique, mesmo que não se possa generalizar, os professores são conotados com
práticas desviantes como a cobrança de subornos e rendas, o comércio de notas e ingressos, o
assédio sexual, das alunas, muitas das quais acabam tendo gravidezes precoces e ficam
sujeitas, também, à contracção do HIV.

Os professores moçambicanos sabem que essas práticas minam a qualidade de ensino em


Moçambique, comprometendo os esforços de desenvolvimento sócio-económico em curso.

Por isso, os professores devem:

a) Absterem-se de usar a sua profissão para obterem vantagens ilícitas e imorais;

b) Absterem-se de cobrar aos alunos, Pais e Encarregados de Educação, valores em dinheiro ou


em espécie e favores sexuais, em troca de passagens de classe ou de ingresso no sistema de
ensino;

c) Absterem-se de manipularem as notas com o objectivo de tirar vantagens ilegais;

d) Absterem-se de assediar sexualmente as alunas;

e) Recusar e denunciar as tentativas de suborno que sejam da iniciativa dos alunos, Pais e
Encarregados de Educação;

100
f) Declarar junto dos seus dirigentes nas escolas os presentes recebidos por ocasião de datas
festivas como o Dia do Professor.

4.3.2 Legislação Escolar

Entende-se Legislação Escolar como o conjunto de leis e normais que regulam o


funcionamento de uma escola. Neste conjunto existem as leis e normas específicas para
educação. Como exemplo citemos a Lei 6/92 do SNE, Diploma Ministerial n. 19/97 que
regulamenta a continuação de estudos dos funcionários do MINED, Lei n. que aprova o
REGEB. Mas também há outras que são comuns à todas instituições da função pública são os
casos de: Constituição da República, Declaraçao Universal dos Direitos da Criança, Lei n
14/2009 (Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado).

Passamos em seguida a apresentar parte da lista dos documentos da Legislação Escolar como
exemplo e chamar atenção para o facto de existirem outros que não constam desta lista mas
que são importantes para a vida profissional do professor e da escola.

- Declaraçao Universal dos Direitos Humanos

- Convençao sobre os direitos da criança;

- Diploma Ministerial nº 58/89 de 19 de Julho de 1989, sobre Bolsas de Estudo;

- Resoluçao nº4/90, BR Nº 26,27,6 1990, I série, Suplemento- Estatuto do Professor;

- Lei 6/92 BR nº 19, i série, Maio de 1992- Lei do SNE;

- Decreto 10/96 de 28 de Agosto- Avaliaçao no ensino básico;

- Diploma Ministerial 19/97 de 16 de Junho – Regulamento sobre a continuaçao dos estudos


dos funcionários do MINED;

- Decreto 64/98- cria o sistema de carreiras e remuneraçoes;

- Decreto 65/98 – altera algumas disposições do EGEFE e legislaçao complementar;

- Resoluçao do Conselho Nacional da Funçao Públia nº 11/98- aprova os critérios de


enquadramento;
101
- Diploma Ministerial 22/99- fixa as percentagns de bónus especial;

- Diploma Ministerial 23/99- procede à classificaçao das áreas territoriais para efeitos de
abono especial;

- Decreto 17/99 – aprova as tabelas indiciárias e fixa os valores dos índices 100;

- Despacho do Ministro do Plano e Finanças- publica a tabela salarial com arredondamento;

- Resoluçao do Conselho Nacional da Função Pública- nº 4/99- define critérios de


enquadramento e procede à criação e reestruturação de algumas carreiras;

- Regulamento da organização do processo de exames- BR nº 42, i série, 29 de Dezembro de


1999;

- Diploma nº 79/96 e 136/99 de 29 de Dezembro- Bolsas de Estudo;

- Lei n. 14/2009- que aprova o Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado;

- Decreto 42/2000de 31 de Outubro, Art. 141 do EGFAE- Casos de doenças crónicas –


degenerativas, mentais e HIV/SIDA;

- Diploma Ministerial nº166/2001- Regulamento para o professor eventual;

- Anuário da Educação- 2000, MINED-DRAP

- Decreto 23/2007 do Conselho de Ministros, que aprova o Regulamento do Património do


Estado.
- Decreto 15/2010 do Conselho de Ministros, que regula contratações de empreitadas e de
fornecimento de bens e serviços ao Estado.

4.3.3 Escrituração escolar

A Escrituraçao Escolar é descrita como sendo acção de registo dos actos, ocorrências e dos
bens patrimoniais de uma escola. São actos: as aulas, as reuniões de turmas e com pais e
encarregados de educação, as matrículas entre outros. Estas acções devem ser sempre
registadas em modelos próprios dos da Escrituraçao Escolar. Os bens patrimoniais da escola
incluem: terrenos, campos de jogos, edifícios, mobiliário, equipamentos, meios de

102
transportes, animais entre outros. Estes bens devem ser todos registados em cumprimento
da/do Lei/Decreto do Conselho de Ministros que regula a .

Para efeitos de registo de informações sobre os alunos, as aulas dadas, as notas dos alunos,
bens do património escolar e sobre o funcionamento da escola, deverá haver em cada escola
os seguintes instrumentos de registo:

• Boletim de matrícula (na 1ª e 6ª);

• Processo individual do aluno;

• Livro de matrícula;

• Livro de Turma;

• Livro de notas do professor;

• Caderneta Escolar do Aluno;

• Mapas de levantamento Estatístico sobre efectivos escolares;

• Mapas de levantamento Estatístico sobre o Aproveitamento Escolar;

• Pauta de frequência;

• Boletim de inscrição de exame;

• Pauta de exame;

• Termo de exame;

• Boletim de desempenho pedagógico;

• Certificado de habilitações;

• Diploma;

• Livros de registo de correspondência: um de entrada e outro de saída;

• Guia de transferência;

• Balancetes de Administração Escolar;


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• Livro de protocolo de cheques;

• Livro de cheques;

• Livro de registo de salários;

• Livro de ponto para os Funcionários e Agentes não Docentes;

• Processo individual de cada funcionário e Agentes do Estado existentes na escola;

• Processo individual do aluno

• Termo de dispensa;

• Livro de actas;

• Livro de Visitas ou de Honra

• Livro de reclamações;

Estes são apenas parte dos instrumentos da Escrituração Escolar e, cada escola usa-os de
acordo com a sua situação (condições e dimensão).

NB: Na ausência destes, as escolas farão escrituração, recorrendo ao material existente, que
deverá ser encadernado para o arquivo.

Actividades

Com o grupo de seus colegas procure o Regulamento Tipo das Escolas do Ensino Básico na
base do mesmo elaborem um regulamento interno de uma escola do ensino primário

Auto avaliação

1-Que entende por Deontologia Profissional do Professor?

2-Qual é a função das leis e normas numa escola?

3-Qual é o papel do Regulamento Interno numa escola?

4-Que utilidade tem o livro de matrícula numa escola?

Chave de correcção

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1-Deontologia Profissional do Professor é o conjunto de normas que regulam o
comportamento do professor no exercício da sua profissão.

2-As leis e normas regulam o funcionamento de uma escola conferindo-lhe o carácter de


instituição formal. As leis, as normas e os regulamentos fazem com que aquilo que se passa
dentro das escolas não dependa da vontade dos funcionários que nelas trabalham; permitem
uniformidade nos procedimentos de actuação tanto dos professores assim como dos outros
funcionários

3-O Regulamento Interno de uma escola regula o comportamento e o relacionamento de


todos os membros da comunidade escolar.

4-No Livro de Matrícula são inscritos todos os alunos que se matriculam nessa escola e ao
longo de todo o tempo que o aluno permanecer nessa escola regista-se a sua progressão.

Bibliografia complementar

1-Agenda do professor- MINED, edição 2011

2-Regulamento Geral do Ensino Básico- DINEG/MEC, edição 2008

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Referências Bibliográficas usadas na elaboração do módulo.

1- Brito, Carlos. Gestão Escola Participada – na escola todos somos gestores. Colecção
educação hoje, texto editora, 4ª edição. 1998.
2- Carvalheda, Luis e Cabrito, Belmiro Gil. Noções de administração pública. Volume 1, texto
editor. 1992.
3- INDE. Plano curricular do ensino básico. INDE. Moçambique. 1999.
4- 4- Maya Eny e Oyafuso Akiko. Caminho para autonomia editora Biruta, São Paulo. 2004
5- Ministério da Educação. Regulamento Geral do Ensino Básico. Maputo.1999
6- Ministério da Educação. Melhores Escolas Princípios de Administração da Educação.1993
7- Ministério da Educação. Melhores Escolas auto desenvolvimento para gestores.1993

8- Ministério da Educação. Melhores Escolas Administração do Pessoal. 1993;

9- Ministério da Educação (I A P). Organização e Gestão Escolar (1, 2, e 3), Maputo. 2003

10- Ministério da Educação. Administração, Gestão e Supervisão Escolar, Maputo. 2005

11- Ministério da Educação. Educação Moral e Cívica, 7ª classe. 2004

12- Ministério da Educação. Planificação e Orçamentação, Maputo. (s.a.):

13- Ministério da Educação. Grupo de Trabalho para HIV-SIDA e Tu. Maputo, 2004

14- Ministério da Educação português. Estruturas de Administração e Avaliação das escolas


Primárias e secundárias. Eurydice. 1990.
15- Okumbe, Joshua Abongo. Educational management – theory and practice. Nairobi University
Press. 1998.
16- Pimenta, Maria de Lurdes et al. Dimensões de formação na educação. Fundação Calouste
Gulbenkian, 1999.
17- Imprensa Nacional. Diploma Ministerial 126/94 de 5 de Outubro. Maputo.1994
18- Imprensa Nacional. Diploma Ministerial n.º 59/2000 de 28 de Junho. Maputo.2000
19- Imprensa Nacional. Diploma Ministerial n.º 46/91 de 29 de Maio. Maputo.1991
20- Imprensa Nacional. Lei 6/92 de 6 de Maio. Maputo1992
21- Textos de apoio das noções básicas sobre as construções escolares.

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22- UNESCO, Guia metodológico da Gestão Administrativa e Pedagógica, destinada a formação
de Directores de Escolas Primarias. 1989

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