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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

UNIVERSIDADE
EDUARDO MONDLANE

Módulo de

Micro Planificação e
Carta Escolar
ii Índice

Índice
Introdução 5
Bem vindo ao módulo de Micro Planificacao e Carta Escolar ........................................ 5
Objectivos do módulo....................................................................................................... 6
Recomendações para o estudo .......................................................................................... 8

Unidade 1 10
Conceito de planificação e sua aplicação na educação................................................... 10
Introdução.............................................................................................................. 10
Tarefas ............................................................................................................................ 23
Auto- avaliação ............................................................................................................... 24
Chave de correcção ......................................................................................................... 24
Bibliografia Complementar ............................................................................................ 27

Unidade 2 29
Micro planificação e carta escolar .................................................................................. 29
Introdução.............................................................................................................. 29
Tarefas ............................................................................................................................ 36
Auto- avaliação ............................................................................................................... 36
Chave de correcção ......................................................................................................... 36
Bibliografia Complementar ............................................................................................ 38

Unidade 3 39
Métodos e práticas em micro planificação ..................................................................... 39
Introdução.............................................................................................................. 39
Tarefas ............................................................................................................................ 44
Auto- avaliação ............................................................................................................... 44
Chave de correcção ......................................................................................................... 44
Bibliografia Complementar ............................................................................................ 46

Unidade 4 47
Etapas metodológicas da micro planificação e carta escolae ......................................... 47
Introdução.............................................................................................................. 47
Tarefas ............................................................................................................................ 50
Auto- avaliação ............................................................................................................... 50
Chave de correcção ......................................................................................................... 50
Bibliografia Complementar ............................................................................................ 52

Unidade 5 53
Implementação do sistema educativo a nível local, regional e nacional ........................ 53
Introdução.............................................................................................................. 53
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Tarefas ............................................................................................................................ 55
Auto- avaliação ............................................................................................................... 55
Chave de correcção ......................................................................................................... 57
Bibliografia Complementar ............................................................................................ 60

Unidade 6 62
Projecção da população em idade escolar e dos efectivos escolares .............................. 62
Introdução.............................................................................................................. 62

• Conhecer a estrutura etária da população para um dado ano (o ano do último


censo) e 63

• Poder projectá-la para qualquer ano futuro. 63

• a população em idade de admissão num dado grau de ensino (primário,


secundário) e 63

• a população em idade escolar ou escolarizável em principio considera-se um grupo


etário igual à duração da escolaridade do grau considerado onde a idade de base é a
idade de admissão. 64

a) Projecção da população por idade para um dado ano horizonte. 65


6.2. Crescimento absoluto e crescimento relativo .............................................. 65
6.5. Projecções das novas admissões.......................................................... 70
Tarefas ............................................................................................................................ 72
Auto- avaliação ............................................................................................................... 72
Chave de correcção ......................................................................................................... 74
Bibliografia Complementar ............................................................................................ 77

Unidade 7 79
Recolha de dados ............................................................................................................ 79
Introdução.............................................................................................................. 79
Tarefas ............................................................................................................................ 87
Auto- avaliação ............................................................................................................... 87
Chave de correcção ......................................................................................................... 87
Bibliografia Complementar ............................................................................................ 89

Unidade 8 90
Preparação da carta escolar prospectiva as normas e áreas de recrutamento ................. 90
Introdução.............................................................................................................. 90
iv

8. Preparação da carta escolar prospectiva as normas e áreas de recrutamento ........ 91

Se, por exemplo, um elevado número de crianças percorre em cada dia distâncias muito
grandes a pé, deve-se estudar a possibilidade de criar novas escolas ou organizar o transporte
escolar; 91

Se muitos alunos não estão matriculados numa escola próxima do seu domicílio por esta
não ser de boa qualidade, deve-se perspectivar medidas para igualar as condições de ensino,
etc. I 92

• uma repartição homogénea de população; 95

• que as possibilidades de acesso são idênticas e fáceis em todos os locais da área de


recrutamento; 95

• uma escolarização total da população escolarizável. 95


Tarefas ............................................................................................................................ 96
Auto- avaliação ............................................................................................................... 96
Chave de correcção ......................................................................................................... 96
Bibliografia Complementar ............................................................................................ 98

A
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Introdução
Bem vindo ao módulo de
Micro Planificação e Carta
Escolar

Estimado amigo estudante

A micro planificação e carta escolar é um instrumento idóneo para


coordenar e orientar acertadamente os esforços e recursos que se
empregam na concepção dos objectivos e tarefas principais que se
enquadram nos serviços educacionais.

A realização das transformações previstas no plano de aperfeiçoamento


do Sistema Nacional de educação, depende, em grande medida, do grau
de organização e planificação que se alcança nos diferentes níveis de
direcção, particularmente nos centros de docência. Entretanto, a Carta
escolar adequada do trabalho constitui uma das premissas fundamentais
para que se possa exercer eficazmente a direcção do processo docente-
educativo. É por isso que os deveres fundamentais dos dirigentes consiste
em saber planificar o seu trabalho e do seu colectivo.

Consideramos extraordinariamente necessário que o trabalho que se


realize ou se planifique na base de uma análise profunda e multilateral
dos resultados do curso anterior em correspondência com as indicações
que se recebem.

A micro planificação é uma função criadora e, por sua vez, uma das mais
difíceis entre todas as funções de planificação. Só pode conceber-se como
bom trabalho de micro planificação e carta escolar o que resulta do
trabalho colectivo e do pensamento colectivo.
6 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

A micro planificação e carta escolar pressupõe conhecer e dominar os


documentos que normalizam e regulam nossas actividades» 1.

O presente modulo contem 8 unidades temáticas a saber:

1. Conceitos fundamentais em planificação da educação

2. Métodos e práticas em micro planificação

3. Micro planificação e carta escolar

4. Etapas metodológicas da carta escolar

5. Implementação do sistema educativo

6. Projecção da população em idade escolar e dos efectivos


escolares

7. Recolha de dados com vista ao diagnóstico do sistema de ensino


de uma região.

8. Preparação da carta escolar prospectiva as normas e áreas de


recrutamento.

Objectivos do módulo
Quando terminar o estudo do módulo de Micro Planificação e Carta
Escolar será capaz de:

Aplicar conceitos básicos da Micro Planificação e carta escolar na


avaliação do sector educativo;

Identificar os factores que influenciam o desenvolvimento da


educação a nível local;
Objectivos
Seleccionar métodos e técnicas adequadas ao diagnóstico educativo
tendo em conta as características e necessidades socio-económico da
região;

1
In: Normas para la planificacion y control del trabajo en el Ministerio de
Educacion y en las Direccions Provinciales y Municipais de Educacion
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Elaborar com base nas tecnicas o diagnostico educativo

Desenvolver os métodos de projecção da procura futura de educação


(técnicas de estimação da população em idade escolar e dos efectivos
a escolarizar) e das áreas de recrutamento; localização da futura
oferta)
8 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Recomendações para o estudo


Estimado estudante!

Para frequentar com sucesso este módulo terá que buscar através de uma
leitura cuidadosa das fontes de consulta a maior parte da informação
ligada ao assunto abordado. Faca também uma abstracção, buscando
sempre que possível exemplos da vida real ou experiencias passadas. Para
o efeito, no fim de cada unidade apresenta-se uma sugestão de livros para
leitura complementar.

Antes de resolver qualquer tarefa ou problema, o estudante deve


certificar-se de ter compreendido a questão colocada;

É importante questionar se as informações colhidas na literatura são


relevantes para a abordagem do assunto ou resolução de problemas;

Sempre que possível, deve fazer uma sistematização das ideias


apresentadas no texto.

Você precisa de apoio?

Estimado Estudante, as dúvidas e problemas são comuns ao longo de


qualquer estudo. Em caso de dúvida numa matéria tente consultar os
manuais sugeridos no fim da lição e disponíveis nos centros de ensino a
distância (EAD) mais próximos. Se tiver dúvidas na resolução de algum
exercício, procure estudar os exemplos semelhantes apresentados no
manual. Se a dúvida persistir, consulte a orientação que aparece no fim
dos exercícios. Se a dúvida persistir, veja a resolução do exercício.

Sempre que julgar pertinente, pode consultar o tutor que está à sua
disposição no centro de EAD mais próximo.

Não se esqueça de consultar também colegas da escola que tenham


realizado a disciplina de Estatísticas, Planificação, vizinhos e até
estudantes de universidades que vivam na sua zona e tenham ou estejam a
fazer a disciplina relacionadas com Micro planificação.

Tarefas (avaliação e auto-avaliacao)


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Ao longo deste módulo irá encontrar várias tarefas que acompanham o


seu estudo. Tente sempre solucioná-las. Consulte a resolução para
confrontar o seu método e a solução apresentada. O estudante deve
promover o hábito de pesquisa e a capacidade de selecção de fontes de
informação, tanto na internet como em livros. Consulte manuais
disponíveis e referenciados no fim de cada lição para obter mais
informações acerca do conteúdo que esteja a estudar. Se usar livros de
outros autores ou parte deles na elaboração de algum trabalho deverá citá-
los e indicar estes livros na bibliografia. Não se esqueça que usar um
conteúdo, livro ou parte do livro em algum trabalho, sem referenciá-lo é
plágio e pode ser penalizado por isso. As citações e referências são uma
forma de reconhecimento e respeito pelo pensamento de outros.

Na medida de possível, procurar alargar competências relacionadas com


o conhecimento científico, as quais exigem um desenvolvimento de
competências, como auto-controle da sua aprendizagem.

Sucessos para você meu estimado amigo estudante


10 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Unidade 1
Conceito de planificação e sua
aplicação na educação
Introdução
Estimado amigo estudante, bem-vindo a esta Unidade, composta por
cinco temas, em que você terá a oportunidade de obter uma visão sobre os
desafios com que os sistemas educativos se debatem, actualmente. Os
temas anunciados estão apresentados com enfoque para o nosso contexto
educativo.

A estrutura de estudo independente desta unidade é composta dos


seguintes tópicos:

• Conceito de planificação e sua aplicação


• Abordagem da noção do plano
• Relação com outros conceitos
• Diferentes âmbitos da planificação da educação
• Características fundamentais da planificação da educação

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

Aplicar conceitos básicos da Micro Planificação e carta escolar na


avaliação do sector educativo

Diferenciar o plano, programa, projecto


O bj ectivo s Caracterizar os diferentes ambitos da planificacao da educacao
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Estimado amigo estudante, antes de abordarmos o tema de micro


planificação e carta escolar, vamos discutir e recordar alguns conceitos
chaves para esta actividade. O modulo que sugerimos discutir provem do
aprofundamento da disciplina de planificação, razão inquestionável do
merecimento de uma breve recapitulação.

Caro amigo estudante, recorda-se de ter seriamente, organizado a


realização de uma tarefa? Ou sempre alguém organizou essas tarefas
para o amigo realizar.

Ora vejamos, o acto de Planificar faz parte da história do ser humano,


pois o desejo de transformar sonhos em realidade objectiva é uma
preocupação marcante de toda pessoa. Em nosso dia-a-dia, sempre
estamos enfrentando situações que necessitam de planificar, mas nem
sempre as nossas actividades diárias são delineadas em etapas concretas
da acção, uma vez que já pertencem ao contexto de nossa rotina.
Entretanto, para a realização de actividades que não estão inseridas em
nosso cotidiano, usamos os processos racionais para alcançar o que
desejamos.

As ideias que envolvem a planificação são amplamente discutidas nos


dias actuais, mas um dos complicados para o exercício da prática de
Planificação parece ser a compreensão de conceitos e o uso adequado dos
mesmos. Assim sendo, estimado amigo estudante, o objectivo desta
Unidade é procurar explicitar o significado básico de termos, tais como
Planificação, plano, programa, projecto, plano estratégico plano
operacional, e outros, visando a dar espaço para que o meu caro amigo,
possa estabelecer as relações entre eles, a partir de experiências pessoais e
profissionais. Cabe ressaltar que, neste breve texto, não se pretende
abordar todos os níveis de Planificação, mesmo porque, como aponta
(Gandin, 2001:83):

"é impossível enumerar todos tipos e níveis de


Planificação necessários à actividade humana.
Sobretudo porque, sendo a pessoa humana
condenada, por sua racionalidade, a realizar algum
12 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

tipo de Planificação, está sempre ensaiando


processos de transformar suas ideias em realidade.
Embora não o faça de maneira consciente e eficaz, a
pessoa humana possui uma estrutura básica que a
leva a divisar o futuro, a analisar a realidade a
propor acções e atitudes para transformá-la"

1. CONCEITO DE PLANIFICAÇÃO E SUA APLICAÇÃO

Caro amigo estudante, vamos agora abordar o conceito de planificação.

a) Planificação é processo de busca de equilíbrio entre meios e


fins, entre recursos e objectivos, visando ao melhor
funcionamento de empresas, instituições, sectores de trabalho,
organizações grupais e outras actividades humanas. O acto de
Planificar é sempre processo de reflexão, de tomada de decisão
sobre a acção; processo de previsão de necessidades e
racionalização de emprego de meios (materiais) e recursos
(humanos) disponíveis, visando à concretização de objectivos,
em prazos determinados e etapas definidas, a partir dos
resultados das avaliações (Padilha, 2001:30).

b) Planificar, em sentido amplo, é um processo que "visa a dar


respostas a um problema, estabelecendo fins e meios que
apontem para sua superação, de modo a atingir objectivos antes
previstos, pensando e prevendo necessariamente o futuro", mas
considerando as condições do presente, as experiências do
passado, os aspectos contextuais e os pressupostos filosófico,
cultural, económico e político de quem planeia e com quem se
planeia. (idem, 2001:63). Planificar é uma actividade que está
dentro da educação, visto que esta tem como características
básicas: evitar a improvisação, prever o futuro, estabelecer
caminhos que possam nortear mais apropriadamente a execução
da acção educativa, prever o acompanhamento e a avaliação da
própria acção. Planificar e avaliar andam de mãos dadas.
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c) Planificação Político-Social tem como preocupação fundamental


responder as questões "para quê", "para quem" e também com "o
quê". A preocupação central é definir fins, buscar conceber
visões globalizantes e de eficácia; serve para situações de crise e
em que a proposta é de transformação, em médio prazo e/ou
longo prazo. "Tem o plano e o programa como expressão maior"
(Gandin, 1994:55).

d) No Planificação Operacional, a preocupação é responder as


perguntas "o quê", "como" e "com quê", tratando prioritariamente
dos meios. Abarca cada aspecto isoladamente e enfatiza a
técnica, os instrumentos, centralizando-se na eficiência e na
busca da manutenção do funcionamento. Tem sua expressão nos
programas e, mais especificamente, nos projectos, sendo
sobretudo tarefa de administradores, onde a ênfase é o presente,
momento de execução para solucionar problemas (idem.1994).
e) Planificação Escolar é o Planificação global da escola,
envolvendo o processo de reflexão, de decisões sobre a
organização, o funcionamento e a proposta pedagógica da
instituição. "É um processo de racionalização, organização e
coordenação da acção docente, articulando a actividade escolar
e a problemática do contexto social" (Libâneo, 1992:221).

f) Planificação Educacional é "processo contínuo que se preocupa


com o 'para onde ir' e 'quais as maneiras adequadas para chegar
lá', tendo em vista a situação presente e possibilidades futuras,
para que o desenvolvimento da educação atenda tanto as
necessidades da sociedade, quanto as do indivíduo" (Costa, Isabel
da et al, 2007:14).

Para Hallak, Jacques (1997:53), "a planificação do Sistema de


Educação é o de maior abrangência (entre os níveis de
Planificação da educação na escolar), correspondendo a
Planificação que é feito em nível nacional, provincial e distrital",
incorporando as políticas educacionais.
14 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Sendo a planificação uma aplicação de uma análise sistemática e racional


do processo de desenvolvimento da educação, torna-se também um
exercício de previsão na determinação de políticas apropriadas e custos
de um sistema educacional, tendo na devida conta as realidades
económicas e políticas, o crescimento potencial do sistema e as
necessidades do país e dos estudantes servidos pelo sistema.

Caro amigo estudante, estando engajado na área de educação, o que


pode a planificação permitir realizar?

A planificação educacional nos permite elaborar um programa Nacional


de actividades orientadas para a realização dos objectivos de educação do
país, tendo em conta os seus meios e as suas aspirações, na via que
escolhe o seu desenvolvimento contínuo.

Quem serão, no seu ponto de vista, os principais intervenientes no


processos de planificação da educação?

A planificação do desenvolvimento educativo, depende em larga medida


da cooperação dos professores, alunos, pais, gestores ou lideres escolares, a
todos os níveis, em suma da comunidade no seu conjunto. O seu
objectivo consiste em permitir que a educação satisfaça de maneira mais
eficaz as necessidades e os objectivos dos alunos e da sociedade.

Sendo a planificação reconhecida hoje como medida indispensável para o


sucesso de qualquer organização ou realização, do mesmo modo na
educação não se pode desprezar essa face administrativa.

O educar, é um empreendimento bastante complexo e de vital


importância para uma determinada nação, é necessário cuidar que as
novas gerações sejam educadas; melhorar o ensino, estender ao
maior número possível de crianças os benefícios para que fiquem
bem preparados e possam enfrentar qualquer situação com sucesso.
A função da planificação é de determinar como, quando, por quanto
tempo o por quem isso será realizado.
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Resumindo

Planificar é um processo que visa dar respostas a um problema,


estabelecendo fins e os meios para sua resolução.

A planificação deve ter em conta o contexto político, social,


económico, cultural, etc. em função do meio ambiente
circundante.

1.1. Abordagem da noção do plano

Caro amigo estudante, depois de discutirmos o conceito de planificação,


podemos agora, abordar o conceito de Plano.

Sera a mesma coisa? Planificação = Plano

• Plano é um documento com decisões do tipo: o que se pensa


fazer, como fazer, quando fazer, com que fazer, com quem fazer.
Para existir plano é necessária a discussão sobre fins e objectivos,
culminando com a definição dos mesmos, pois somente desse
modo é que se pode responder as questões indicadas acima.
O plano é a "apresentação sistematizada e justificada das
decisões tomadas relativas à ação a realizar" (Ferreira apud
Padilha, 2001:36). Plano tem a conotação de produto do
Planificação.
• O plano é a "apresentação sistematizada e justificada das
decisões tomadas relativas à acção a realizar".
• A política define os objectivos gerais, enquanto a planificação
traduz tais objectivos em específicos e períodos de realização.
• Plano é um guia e tem a função de orientar a prática, partindo da
própria prática e, portanto, não pode ser um documento rígido e
absoluto. Ele é a formalização dos diferentes momentos do
processo de Planificar que, por sua vez, envolve desafios e
contradições (Costa 2007).
16 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

• Plano Nacional de Educação é "onde se reflecte toda a política


educacional de um povo, inserido no contexto histórico, que é
desenvolvida a longo, médio ou curto prazo" (Coombs, Philip
1970:23).

• Plano Escolar é onde são registados os resultados do Planificação


da educação escolar. "É o documento mais global; expressa
orientações gerais que sintetizam, de um lado, as ligações do
projecto pedagógico da escola com os planos de ensino
propriamente ditos" (Libâneo 1993:225).

O plano compreende projectos e programas

1.2. PROJECTO É

Projecto é um conjunto de actividades para alcançar um fim


determinado, enquanto que programa pode ser um conjunto
de projectos.

Projecto é também um documento produto da Planificação porque nele


são registadas as decisões mais concretas de propostas futuristas. Trata-se
de uma tendência natural e intencional do ser humano. Como o próprio
nome indica, projectar é lançar para a frente, dando sempre a ideia de
mudança, de movimento. Projecto representa o laço entre o presente e o
futuro, sendo ele a marca da passagem do presente para o futuro. Na
opinião de Brillaud (2006:18), todo projecto supõe ruptura com o
presente e promessas para o futuro. Projectar significa tentar quebrar um
estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e
buscar uma estabilidade em função de promessa que cada projecto
contém de estado melhor do que o presente.

1.3. PROGRAMA
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(Padilha 2001:42), citando Bierrenbach, explica que um programa é


"constituído de um ou mais projectos de determinados órgãos ou sectores,
num período de tempo definido". Gandin (1995) complementa dizendo
que o programa, dentro de um plano, é o espaço onde são registadas as
propostas de acção do planificador, visando a aproximar a realidade
existente da realidade desejada. Desse modo, na elaboração de um
programa é necessário considerar quatro dimensões:

a) "a das acções concretas a realizar,


b) a das orientações para toda a acção (atitudes, comportamentos),
c) a das determinações gerais e
d) a das actividades permanentes" (Gandin, 1993:36 e 1995:104).

1.4. RELAÇÃO COM OUTROS CONCEITOS

caro amigo estudante, a planificação esta directamente ligado com o ideal


do futuro, dai sua relação com outros conceitos. Assim, ao abordarmos as
actividades de planificação será conveniente esclarecer a terminologia
utilizada nesta área de conhecimento e os conceitos a ela associados, para
se compreender melhor o papel do planificação na actualidade, será
conveniente aclarar os seguintes conceitos (Alpiaça 2000:1)

a) Uma projecção é o prolongamento no futuro de uma evolução


passada de acordo com certas hipóteses de extrapolação e
inflexão de tendências;
b) Uma previsão é a apreciação da evolução de uma grandeza
indexada a um certo grau de confiança (probabilidade);
c) Uma prospectiva é um panorama de futuros possíveis, isto é, de
cenários prováveis, tendo em atenção o determinismo do passado
e a confrontação dos projectos dos actores;
d) A planificação consiste na concepção de um futuro desejado,
assim como, dos meios reais para o conseguir.

Considerando que a planificação não é uma técnica mas sim um processo,


anotemos de seguida algumas etapas que será necessário apreciar e
considerar ao longo desse processo.
18 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

1.5. Tipologia de planos

Estimado amigo estudante, leia atentamente a tabela abaixo:

• A planificação integral (cobre na


íntegra as actividades do sistema
Quanto ao educativo) ou
domínio • A planificação parcial (cobre um
nível ou níveis determinados).

• a planificação imperativa
Quanto a
economia
• a planificação indicativa (poder).

• Planos de curta duração são de um


ano. Envolvem pequenas %s de
crescimento dos anos precedentes
• O plano de médio prazo, varia entre
três a cinco anos

• Os planos de longo prazo tem


duração entre dez a vinte anos e
limitam-se a traçar as grandes linhas
mestras do futuro desejado.
Quanto ao
horizonte
A planificação a longo prazo é
temporal
característica dos sistemas
educativos devido a longa duração
para a formação de graduados do
ensino secundário ou superior.

A planificação a longo prazo é


característica dos sistemas
educativos devido a longa duração
para a formação de graduados do
ensino secundário ou superior.
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• Plano Estratégico (medio e longo


prazo) Fixa a natureza da
organização: missão, estratégias,
objectivos.

Responsabilidade: direcção geral


(alta administração).

• Plano Tático (curto prazo) Serve


para gerenciar recursos visando
atingir os planos estratégicos
(projectos, acções etc.).
Quanto à
natureza:
Responsabilidade: executivos da
diretoria e subordinados (nível
médio)

• Plano Operacional Objectiva


optimizar as operações, elaboração
de procedimentos, visando a
realização dos planos estratégicos e
tácticos.

Responsabilidade: chefes de
departamento (nível baixo).
• Plano Permanente (Políticas)
fixa a natureza e o conteúdo
durante longo prazo de:
políticas, procedimentos, regras
Quanto aos e regulamentos.
objectivos e metas • Plano de Uso Único
organizacionais (Programas/Projectos) servem a
um propósito específico,
durante um período limitado e
depois são trocados,
modificados ou descartados.
20 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Ex.: Programas, projetos,


orçamentos.

1.6. Diferentes âmbitos e seu desenvolvimento da planificação da


educação em diferentes situações
1.6.1. Contexto Político

• "Política denomina-se a orientação ou a atitude de um governo


em relação a certos assuntos e problemas de interesse público:
política financeira, política educacional, política social, etc."
• "Para muitos pensadores, política é a ciência moral normativa do
governo da sociedade civil.".
• Grau de centralização,/descentralização ou desconcentrado,
• Nível dos sistemas e estruturas de formação,
• Importância do sector público e do sector privado.
• Respeito pela lei e ordem significa o respeito das decisões
institucionais quer de políticos eleitos ou escolhidos ou
ostentando títulos oficiais do governo.
• A educação reflecte o sistema político da nação e extensão do
instrumento de governação nacional

• As decisões que são tomadas pelos políticos devem ser


claramente consideradas.

1.6.2. Contexto Demográfico

• O planificador da educação deve saber a distribuição da


população por idade e sexo. Trata-se de um conhecimento
essencial para a definição da política de educação.
• Deve também conhecer a distribuição da população por sectores
de actividade económica e, dentro de cada sector, saber a
distribuição por profissões. Este conhecimento é para saber
estimar as necessidades da força de trabalho

1.6.3. Contexto economico


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• A maior parte dos países em desenvolvimento estão em processo


de pagamento da dívida contraída como consequência da crise
económica.
• Os responsáveis políticos e os planificadores devem perspectivar
soluções mais radicais para reduzir os custos e diversificar as
fontes/origens do financiamento.
• Evolução lenta da economia, •
Expansão do sector informal.
• Disparidade na distribuição da riqueza

1.6.4. Contexto Educativo

Há necessidade de diversidade da procura e oferta escolar em função dos


diferentes tipos de formação:

• Ensino geral (primário e secundário)


• Ensino técnico basico,
• Ensino universitario,
• Formação professional
• A contribuição de outros actores da sociedade é importante para
diversificar a oportunidade de formação dos cidadãos.

A Exigência da Qualidade

• Crise económica afectou a qualidade de ensino.


• Diminuição de numero de professores recrutados
• Diminuiu a afectação de recursos materiais as escolas
• Desequilibrou o rácio aluno turma e professor
• Aumentou a necessidade em salas de aulas
• Os estudos globais parecem indicar que os alunos têm uma
aprendizagem limitada em relação ao que deviam aprender.
• Como alternativa, apela-se, cada vez mais, a uma participação em
financiamento e uma grande exigência de qualidade e de
resultados

1.7. Características fundamentais da planificação da educação


22 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Estimado amigo estudante, para orientar e gerir um sistema complexo


como a educação é necessário adoptar uma forma específica de
planificação.

Este tipo de planificação deverá preocupar-se menos com a descrição de


um horizonte preciso a atingir e mais com a análise das evoluções
possíveis e suas implicações sociopolíticas, financeiras, técnicas e
administrativas.

Estimado amigo estudante, sendo o futuro cada vez mais incerto, você
nao acha que devemos preocupar-nos com a organização de um sistema
reactivo capaz de se adaptar à mudança? Claro que sim, e será necessário
também uma maior descentralização das decisões e de uma maior
concertação entre os numerosos parceiros.

Em resumo, estimado amigo estudante, a planificação deverá poder


essencialmente:

• auxiliar e dinamizar a concertação que deve permitir uma melhor


antecipação do futuro e uma melhor eficácia dos ajustamentos;
• controlar a coerência entre as grandes orientações, decisões
descentralizadas e realizações

Para elaboração dum plano educacional requer-se em primeiro lugar a


definição de uma política educacional que nos levará a fixação de
métodos, seja para melhorar o sistema de ensino existente seja para dar
maior expansão à rede escolar. Assim, quando se fala em plano de
educação faz-se referência as medidas que devem ser tomadas dentro
dum determinado prazo, de qualquer natureza técnica, administrativa ou
financeira cuja a prioridade é indicada pela política educacional.

Para que se faça uma boa planificação educacional, precisa-se de efectuar


várias pesquisas coleccionar dados que nos dêem a conhecer aspectos,
sociais, culturais e económicas das regiões progressão da densidade
demográfica, estimativa de população escolar dentro da faixa etária
obrigatória, distribuição das escolas existentes cálculo de salas de aulas,
necessidade de novas medidas escolares onde faltam informações sobre
os elementos materiais e humanos com que se pode contar, despesas, que
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a execução acarretará, verbas disponíveis e asseguradas, perspectivas


para futuro próximo e currículos adaptáveis, etc. resultando dai o que
designamos de Micro-planificação.

É aqui onde deve inserir os textos e artigos seleccionados (PPT, vídeos,


fotos, mapas, quadros, etc.,) e outros recursos organizados numa
sequência lógica, antecididos de uma breve explicação enquadradora dos
recursos.

Fontes de Informação
e Recursos de
Aprendizagem

Tarefas

De acordo com Gandin, 2001:8):

"é impossível enumerar todos tipos e níveis de


Planificação necessários à actividade humana.
Sobretudo porque, sendo a pessoa humana
condenada, por sua racionalidade, a realizar algum
tipo de Planificação, está sempre ensaiando
processos de transformar suas ideias em realidade.
Embora não o faça de maneira consciente e eficaz, a
pessoa humana possui uma estrutura básica que a
leva a divisar o futuro, a analisar a realidade a
propor acções e atitudes para transformá-la"

Com base no discurso acima, discuta em grupo a importância da


planificação
24 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Auto- avaliação

Estimado amigo estudante, depois de termos estudado a nossa unidade 2,


julgamos ser oportuno apresentar algumas questões relacionada. Tenha
muita atenção e responda.

1- Dos conceitos apresentados anuncie 3 que melhor abordam a


Auto-avaliação educação

2- Quem são os principais intervenientes no processos de


planificação da educação?

3- O que entendes por plano nacional de educação e plano escolar?

4- De acordo com a tipologia dos planos apresente as características


dos planos quanto ao horizonte temporal, economia e a natureza

Chave de correcção
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

1-

g) Planificação Escolar é o Planificação global da escola,


envolvendo o processo de reflexão, de decisões sobre a
organização, o funcionamento e a proposta pedagógica da
Chave de correcção instituição. "É um processo de racionalização, organização e
coordenação da acção docente, articulando a actividade escolar e
a problemática do contexto social

h) Planificação Educacional é processo contínuo que se preocupa


com o 'para onde ir' e 'quais as maneiras adequadas para chegar
lá', tendo em vista a situação presente e possibilidades futuras,
para que o desenvolvimento da educação atenda tanto as
necessidades da sociedade, quanto as do indivíduo

i) planificação do Sistema de Educação é o de maior abrangência


(entre os níveis de Planificação da educação na escolar),
correspondendo a Planificação que é feito em nível nacional,
provincial e distrital, incorporando as políticas educacionais.

2- São dos professores, alunos, pais, gestores ou lideres escolares, a


todos os níveis, em suma da comunidade no seu conjunto

3- Plano Nacional de Educação é "onde se reflecte toda a política


educacional de um povo, inserido no contexto histórico, que é
desenvolvida a longo, médio ou curto prazo" (MEEGOLLA;
SANT'ANNA, 1993:48).

Plano Escolar é onde são registados os resultados do Planificação


da educação escolar. "É o documento mais global; expressa
orientações gerais que sintetizam, de um lado, as ligações do
projecto pedagógico da escola com os planos de ensino
propriamente ditos"

4-

• a planificação imperativa
26 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

Bibliografia Complementar

_________ .Planificação como prática educativa. 7.ed. São Paulo:


Loyola, 1994.

Brillaud, Daniel (2006) Pilotage et projet d'établissement : enjeux,


démarches, outils, SCERÉN CRDP Aquitaine.

Caillods, Françoise; Caselli, Jocelyne ; Porte, Guy ; Ta Ngoc, Châu


(1983) Carte scolaire et micro planification /School mapping and
micro planning, Training modules / Modules de formation UNESCO-
IIEP.

Châu, Ta Ngoc (1969) Demographic aspects of educational planning


Published by the United Nations Educational, Scientific and Cultural
Organization Place de Fontenoy, 75 Paris-7c

Coombs, Philip (1970) What is Educational Planning? - Qu'est-ce que


la planification de l'éducation, Fundamentals of educational planning n. º
1, UNESCO / IIEP.

Costa, Isabel da ; Berroa, Juan Pablo et Al. (2006) Micro planificación y


mapeo escolar (République Dominicaine, SEE) - Cours de formation
aux niveaux national et décentralisé - Document de Base et Exercices -
Document de travail UNESCO, IIPE.

GANDIN, D. (1994) A prática do Planificação participativo. 2.ed.


Petrópolis: Vozes.

Hallak, Jacques (1977) La mise en place de politiques éducatives : rôle


et méthodologie de la carte scolaire UNESCO, 1976, Planning the
location of Schools An instrument of educational policy, UNESCO,
IIEP.

LIBÂNEO, J. C. (2001) Organização e gestão escolar: teoria e prática.


4. ed. Goiânia: Editora alternativa.
28 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

LÜCK, H. (1991) Planificação em orientação educacional. 10. ed.


Petrópolis: Vozes.

Mark Bray e N.V. Varghese (2008) Nuevas direcciones para la


planificación. Carta informative do IIPE, UNESCO, volXXVI n3

N. McGinn and T. Welsh (1970) Decentralization of education: why,


when, what and how? - La decentralisation dans l'éducation:
pourquoi, quand, quoi et comment? Fundamentals of educational
planning n. º 64, UNESCO, IIEP.

Padilha, R. P. (2001) Planificação dialógico: como construir o projeto


político-pedagógico da escola. São Paulo: Cortez; Instituto Paulo Freire.

Rowley, C.D. (1971) The politics of educational planning in


developing countries, Unesco: International Institute for Educational
Planning; Paris.

UNESCO (2008) EFA Global Monitoring Report 2008 - Education for


All by 2015 Will we make it? / L'éducation pour tous en 2015 Un
objectif accessible? UNESCO.

Varghese, N.V (1997) School mapping in Modules on district


planning in education, NIEPA New -Delhi.

Weiler, Hans N. (1980) New tasks in planning the development and


reform of education: implications for training, administrative
organization and research, in Educational planning and social
change, Report on an IIEP Seminar, UNESCO IIEP.

World Bank (2008) Public Sector Reform: What works and why? An
IEG Evaluation of World Bank Support, WB.
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

Unidade 2
Micro planificação e carta
escolar
Introdução
Estimado estudante, nesta unidade 2, vamos discutir os conceitos de
Macro e Micro Planificação. Faremos também a ligação destes com a
noção de Carta Escolar. Todos estes instrumentos são importantes para o
desenho do sistema educativo. A aplicação destes instrumentos depende
do nível que nos propomos abordar, pois uma complementa a outra.

A estrutura de estudo independente desta unidade é composta dos


seguintes tópicos:

• Macro Planificação
• Os problemas da Macro Planificação
• As vantagens da Micro Planificação
• Relações entre Micro Planificação e Carta Escolar

Ao completar esta unidade, você será capaz de:

• Aplicar conceitos de Micro Planificação e carta escolar na


avaliação do sector educativo ;
• Destacar as vantagens da Micro Planificação

O bj ectivo s
• Apresentar as relações entre a Micro Planificação e carta escolar
30 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Estimado amigo estudante, dois prefixos iremos introduzir nesta


unidade: macro e micro.

2. Macro Planificação

É o processo sistemático de tomada de decisões estratégicas que afectam


o sistema como um todo durante um largo período de tempo. A sua
elaboração abrange todos os aspectos sobre os quais vai funcionar, o
sistema de uma só vez, não abordando nem especificando o pormenor
funcionamento organizacional.

Caro amigo estudante, podemos traduzir, a macro planificação, como a


recolha das informações pela micro-planificação e sintetizadas num
documento de grande orientações ao nível nacional, produzidas
detalhadamente posterior sobre o funcionamento do sistema educativo a
nível nacional.

A macro-planificação pressupõe o funcionamento do sistema a nível


nacional por largos períodos de tempo (mais ou menos de cinco anos), no
caso de uma situação política estável.

Ela apresenta-se sob a forma de um documento ordinariamente elaborado


por escrito onde se apresenta a descrição dos objectivos gerais do sistema
educativo.

Para que nos serve a macro planificação da educação?

A sua importância igualmente se revela na possibilidade de poder, (Luck


1991:65):

- Reorganizar o sistema e acelerar o seu crescimento


- Prever, debater e direccionar o futuro do sistema
- Resolver problemas estratégicas identificados
- Intensificar as relações entre os intervenientes do sistema -
Consolidar o sistema após um período de expansão
- Melhorar o resultado final a longo prazo.

2.1. Os problemas da Macro Planificação


UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

O crescente interesse pela micro planificação nasce de uma certa


desilusão causada pelos resultados das experiências colhidas no domínio
da planificação da educação a nível central (macro planificação).

Com efeito, chegou-se à conclusão que os sistemas educativos têm uma


dinâmica própria que não está necessariamente ligada à existência dum
plano e nem aos seus objectivos. Com frequência sucede que o
desenvolvimento dos diferentes níveis de ensino não está em
conformidade com as previsões. As políticas definidas a nível central
nem sempre são executadas a nível regional ou local, devido à sua
inadequação às características do meio ambiente, social ou cultural,
(Barroso 1996:96-112).

Constatou-se que, apesar das prioridades fixadas nos planos de âmbito


nacional, subsistem as desigualdades entre as regiões, as zonas rurais e as
zonas urbanas, bem como, entre os diferentes grupos sociais.
Ocasionalmente, estas diferenças podem ser diminutas no ensino primário
mas reaparecem nos níveis de ensino mais elevados, particularmente no
ensino secundário.

Estimado amigo estudante, porque razoes tais situações de desigualdade


no sistema de ensino?

As razões que explicam esta situação são múltiplas:

- umas, são de carácter geral, político ou financeiro e estão associadas a


um optimismo exagerado quanto às possibilidades de modelar o
desenvolvimento da educação subestimando-se as diferentes limitações e
pressões no interior e no exterior do sistema educativo;

- outras, estão ligadas intimamente às práticas da planificação da


educação, das quais se assinala:

• O conhecimento insuficiente que possuem os panificadores da


educação a nível central sobre a situação concreta das diferentes
regiões e sub-regiões.
• A falta de um diagnóstico exaustivo sobre as características da
população a servir e sobre as condições de ensino nas diferentes
escolas existentes no País.
32 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

• Quando se Trabalha com médias nacionais, frequentemente


muito afastadas da realidade das diferentes regiões, os
panificadores fixam objectivos irreais e os conteúdos ou métodos
de ensino são inadequados para as necessidades de certas regiões;
• A pouca importância atribuída à forma como são implementadas
as decisões adoptadas. Às vezes a planificação da educação
termina com a publicação do plano. Os serviços centrais emitem
circulares e directivas que nem sempre são aplicáveis a todas as
situações por serem vagas ou muito limitadas e definidas de uma
forma restrita.
• Por falta de informação adequada, os administradores locais não
sabem que medidas tomar. Uns, não se atrevem a tomar qualquer
tipo de iniciativa e deixam as coisas seguir o seu caminho
conforme as tendências pré-existentes. Outros empreendem
acções inadequadas;
• A falta de participação das autoridades regionais ou locais no
processo de planificação da educação e da tomada de decisões.

Esta situação conduz a uma dupla consequência:

• por um lado, as pessoas encarregues da execução do


plano a nível local e regional não se sentem implicadas e
nem motivadas, pois o plano foi concebido sem a sua
participação e, por outro lado,
• as acções perspectivadas no plano não se adaptam às
realidades regionais.

Estas insuficiências fazem da micro planificação e da carta escolar um


complemento indispensável da macro planificação, permitindo os seus
métodos ultrapassar e suprir muitas delas.

2.2. Micro planificação

O que será, meu estimado amigo estudante, a micro planificação ?

É uma metodologia de planificação realizada a nível local ou regional ou


ainda institucional. Na educação, ela procura de acordo com os objectivos
nacionais, fazer a apreciação dos objectivos traçados, das actividades
segundo esses objectivos e de acordo com os métodos utilizados; refere-
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

se aos indivíduos no terreno de acção, num projecto particular que o País


necessita abarcando todos os detalhes necessários.

A micro-planificação engloba todas as actividades do nível sub-nacional


que pode ser regional, local ou institucional.

No sentido restrito, a Micro-planificação reflecte a concepção real para a


aprovação do funcionamento do sistema educacional reforçando a
planificação das actividades locais. A micro-planificação preocupa-se
em garantir igualdades na distribuição de serviços educacionais, a uma
melhor adaptação as necessidades das comunidades locais e o uso
eficiente de todos recursos disponíveis (Caillods, 1983).

2.2.1. Quais as vantagens da Micro Planificação ?

Estimado amigo estudante, num sentido amplo, a micro planificação da


educação cobre toda a actividade de planificação a nível regional, local
ou institucional. Aqui, todos os problemas abordados pelo macro
planificação, os debates sobre a selecção dos objectivos e dos métodos a
utilizar são também da incumbência da micro planificação. A sua
especificidade centra-se na procura de melhorar o funcionamento do
sistema educativo, através do reforço das actividades de planificação a
nível micro, isto é, a nível regional e local. Para a micro planificação é
fundamental a participação das comunidades locais nas tarefas de
planificação.

2.3. Carta Escolar

Estimado amigo estudante quando nos referirmos ao conjunto de técnicas


e de procedimentos utilizados para planificar as necessidades futuras da
educação a nível local, bem como, aos meios que se deverão aplicar para
satisfazer aquelas necessidades,designamos assim de carta escolar.

A carta escolar deve compreender muito mais do que a simples


localização das escolas no mapa da região ou do país. Ela deve dar uma
visão prospectiva e dinâmica do que deverá ser o serviço educativo,
incluindo a qualidade e a quantidade dos espaços educativos, do pessoal
34 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

docente e do equipamento necessário à implementação das políticas


educativas.

A preparação da carta escola comporta três fases fundamentais, (Martins,


E 2000:46):

• o diagnóstico exaustivo da situação educativa no ano de base;


• a projecção das matrículas que se deverão realizar de acordo com
o crescimento populacional e os objectivos da política nacional;
• a elaboração de propostas de reorganização dos serviços
educativos.

Por este motivo, o micro planificação inclui a carta escolar que é, no


essencial, um método de planificação da educação a nível local e
regional.

A carta escola na língua portuguesa, inclui os mapas escolares e todos os


documentos estatísticos, descritivos e de propostas, relativos ao
planificação da educação. Noutras línguas, a designação de carta escolar é
substituída por "mapa escolar". Para o nosso caso, considera-se a palavra
"carta" mais abrangente do que "mapa", pelo que se utilizará sempre,
neste modulo, a expressão carta escolar.

a) Qual e a relações entre Micro Planificação e Carta Escolar?

Na maior parte dos países que dispõem de sistemas de planificação


da educação, o plano educativo define, para um dado período. Os
objectivos quantitativos e qualitativos que as autoridades nacionais
determinam para o sector da educação. A carta escolar e a micro
planificação constituem os meios pelos quais serão concretizados
estes objectivos no terreno.

No âmbito da carta escolar e da micro planificação é pertinente


colocarem-se as seguintes interrogações:

• com que critérios orientadores iremos desenvolver o nosso


sistema educativo?
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

• segundo a procura social da educação ou, segundo as


necessidades de mão-de-obra?
• quantas pessoas devem ter acesso ao ensino pós-obrigatório?
que critérios de afectação de recursos às regiões se deverão
adoptar para reduzir as desigualdades regionais?

Estas interrogações devem ser resolvidas a nível nacional, tendo em


conta os recursos disponíveis e as estratégias de desenvolvimento
para o país.

A nível local, procura-se fundamentalmente compreender como é que o


serviço educativo serve as necessidades da população local (utilizando
um diagnóstico) e propor uma melhor forma de distribuir o serviço
educativo ou de diversificar os seus programas de acção (elaborando
propostas alternativas) (Barroso 1996:150).

A carta escolar e a micro planificação asseguram a adequação dos


objectivos globais àcaracterísticas específicas de cada região constituindo
assim uma etapa normal do processo de planificação. simultaneamente,
estes métodos, permitem avaliar com maior precisão os recursos que
devem ser consagrados ao desenvolvimento da educação.

Finalmente, a carta escolar, bem como, a micro planificação, são


preparados a nível local pelas mesmas pessoas que serão encarregadas
pela sua execução, o que aumenta, consideravelmente as possibilidades
de realização dos objectivos do plano nacional.
36 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Tarefas

Estimado amigo estudante, organize um grupo de colegas e discutam as


vantagens da micro-planificação

Auto- avaliação

Tal como aconteceu na unidade anterior, depois de termos estudado a


nossa unidade 2, julgamos ser oportuno, o estimado amigo estudante,
apresentar algumas questoes relacionada. Tenha muita atenção e
responda.

Auto-avaliação 1- o que entendes por macro Planificação

2- destaque os principais problemas que a macro planificacao tem


enfrentando na sua implementacao

3- defina a microplanificação

Chave de correcção
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

1- Macro Planificação É o processo sistemático de tomada de


decisões estratégicas que afectam o sistema como um todo
durante um largo período de tempo

Chave de correcção 2-

• O desenvolvimento dos diferentes níveis de ensino não está


geralmente, em conformidade com as previsões.

• As políticas definidas a nível central nem sempre são


executadas a nível regional ou local, devido à sua
inadequação às características do meio ambiente, social ou
cultural

• Apesar das prioridades fixadas nos planos de âmbito


nacional, subsistem as desigualdades entre as regiões, as
zonas rurais e as zonas urbanas, bem como, entre os
diferentes grupos sociais

3- É uma metodologia de planificação realizada a nível local ou


regional ou ainda institucional. Na educação, ela procura de
acordo com os objectivos nacionais, fazer a apreciação dos
objectivos traçados, das actividades segundo esses objectivos e
de acordo com os métodos utilizados

A micro-planificação preocupa-se em garantir igualdades na


distribuição de serviços educacionais, a uma melhor adaptação as
necessidades das comunidades locais e o uso eficiente de todos
recursos disponíveis
38 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Bibliografia Complementar

Barroso, J. (1996). Autonomia e Gestão das Escolas. Lisboa: Editorial


do Ministério da Educação

Caillods, Françoise; Caselli, Jocelyne ; Porte, Guy ; Ta Ngoc, Châu


(1983) Carte scolaire et micro planification /School mapping and
micro planning, Training modules / Modules de formation UNESCO-
IIEP.

Costa, Isabel da ; Berroa, Juan Pablo et Al. (2006) Micro planificación y


mapeo escolar (République Dominicaine, SEE) - Cours de formation aux
niveaux national et décentralisé - Document de Base et Exercices -
Document de travail UNESCO/IIPE.

Jean-Pierre Vélis Carta de Analfabétia - Notícias de uma Região


Recentemente Descoberta nos Países Desenvolvidos, Colecção
Impacto, Edições 70, Lisboa, 1991, p.68.

LÜCK, H. Planificação em orientação educacional. 10. ed. Petrópolis:


Vozes, 1991.

Martins, E. (2000). A importância da nova concepção da rede


educativa para o desenvolvimento local. In Fórum Palmela, Actas dos
encontros de 2000 (pp.230-244), Palmela: Câmara Municipal de Palmela.

Martins, E. (2000). Manual para a Elaboração da Carta Educativa.


Lisboa: Departamento de Avaliação, Prospectiva e Planeamento - ME

Varghese, N.V (1997) School mapping in Modules on district


planning in education, NIEPA New -Delhi.
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

Unidade 3
Métodos e práticas em micro
planificação
Introdução
Estimado amigo estudante se revisitarmos a noção de métodos abordados
em módulos do seu cursos ela convergem na ideia seguinte: Método é o
conjunto de passos seguidos para alcançar conhecimentos válidos podendo ser
verificados por instrumentos fiáveis ou ainda, um procedimento racional
arbitrário de como atingir determinados resultados. Nesta unidade vamos
destacar a necessidade de observarmos os métodos que podem auxiliar a
pratica de micro planificação.

A estrutura de estudo independente desta unidade é composta dos


seguintes tópicos:

• Métodos e práticas em micro planificação


• Método da procura social
• Método das necessidades de mão-de-obra

Ao completar esta unidade, você será capaz de :

Caracterizar os principais métodos e práticas em micro planificação


Compreender os diferentes tipos de métodos

O bj ectivo s
40 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Fontes de Informação
e Recursos de
Aprendizagem

3. Métodos e práticas em micro planificação

Estimado amigo estudante, sempre que nos referimos aos métodos,


concentramos a nossa atencao aos caminhos ou processos racionais
utilizados para podermos concretizar um determinado objectivo.

Os actuais sistemas de ensino preocupam-se, em primeiro lugar, com a


formação da personalidade do indivíduo, preparando-o para a vida em
sociedade. A escola, local onde de desenrola esta formação, deverá
também, proporcionar, a todos os jovens em idade escolar, uma real
igualdade de oportunidades.

Em segundo lugar, dois objectivos devem, os sistemas educativos,


desenvolver "competências" e "conhecimentos" para uma correcta
integração na vida social e para uma adequada preparação profissional
dos jovens.

Deste ponto de vista, a Planificação da Educação deixou de ter


preocupações fundamentalmente quantitativas e mecanicistas para se
tornar numa actividade mais abrangente, onde se analisam tanto os
fenómenos endógenos como os exógenos à escola, consagrando-se, não
só, à expansão quantitativa dos sistemas educativos, mas, sobretudo,
dedicando uma maior atenção à melhoria da qualidade dos processos
educativos.

Para muitos casos, de acordo com os relatórios de educação para o


milénio, estes objectivos estão, no entanto longe de poderem ser
atingidos. Pelas suas insuficiências e dificuldades a escola não consegue
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

preparar, com eficiência, os jovens para a vida em sociedade não pode


proporcionar, a todos, as mesmas oportunidades e condições de estudo,
não pode adequar atempadamente e com qualidade a formação escolar à
realidade social e às necessidades do mercado de trabalho.

De acordo com Delores (2000), ao abordar os efeitos da comunicação


visualiza que hoje em dia a educação não diz respeito apenas aos sistemas
formais de ensino. A comunicação social, as actividades socioculturais e
desportivas, os sistemas de formação contínua, os métodos informais de
educação permanente, tem constituído importante factor de
desenvolvimento e progresso, ocupando lugar de destaque no sistema
global de educação.

Para apoiar o desenvolvimento da educação e perspectivar a


implementação de novas políticas educativas, o Planificação de tipo
clássico, Alpiaça (2000:7) ocupa ainda um lugar de primordial
importância:

• Recolhendo e tratando dados e informações;


• Analisando estudos sectoriais e temáticos;
• Procedendo à adequação e à eficácia dos métodos e programas de
ensino;

Com o intuito de melhor se perspectivar o desenvolvimento da educação


a curto, médio e longo prazo, tendo em atenção as mudanças
socioeconómicas e científico-tecnológicas este desenvolvimento deverá
poder adequar-se às novas tendências do planificação prospectivo,
contribuindo para a definição de estratégias que permitam a tomada de
decisões que possam influenciar de forma determinante as futuras
políticas educativas.

As análises de diagnóstico, os estudos sectoriais, a programação de


actividades, o acompanhamento e avaliação dos resultados são, entre
ouros, métodos clássicos de planificação que, bastante tem contribuído
para o desenvolvimento e melhoria da qualidade das actividades
educativas.
42 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Com efeito, apesar do cepticismo reinante quanto ao actual papel do


planificação, num contexto marcado, por um lado, pela falência dos
sistemas de economia planificada e, por outro, pela grande turbulência e
competição nos sistemas de economia liberal, os métodos e as
concepções do planificação clássico continuam a ter um papel relevante
sobretudo no sector educativo.

Neste sector, as decisões hoje tomadas influenciam necessariamente o


futuro próximo e longínquo de milhares de cidadãos com consequências
múltiplas e complexas que será necessário não desprezar.

Claro que não se trata de reanimar sistemas de planificação rígidos e


centralizados, mas, pelo contrário adoptar prioridades racionais e tomar
decisões coerentes que possam influenciar de maneira decisiva o futuro
desconhecido.

Este tipo de decisões é indispensável quando se trata de construir escolas,


de formar e recurtar professores, de criar novos programas e áreas de
ensino, de adoptar novas metodologias.

De uma maneira geral, os métodos mais utilizados nas actividades de


planificação da educação relacionam-se, ou com a procura social, ou
com as necessidades de mão de obra.

3.1. Método da procura social


• A formação profissional é essencialmente determinante pelas
necessidades económicas,
• A formação geral é determinada, sobretudo, pelas necessidades
sócio-culturais.
• Por um lado, deve-se sublinhar que o desenvolvimento das
formações profissionais é bastante condicionado pelo
desenvolvimento do ensino geral.
• Por outro lado, se as necessidades económicas são difíceis de
avaliar, a procura social da educação é fácil de planificar.

Este método é sobretudo utilizado para a elaboração da carta escolar dos


níveis de ensino básico e de ensino secundário geral, onde a procura da
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

educação é marcante, sobretudo, nos grupos etários correspondentes à


escolaridade universal.

3.2. Método das necessidades de mão-de-obra

Estea orientada para a necessidade de estabelecer planos e programas de


ensino tendo em atenção os objectivos do desenvolvimento económico e
social, através da realização de

a) projecções económicas sobre:


I. o nível da produção nacional
II. a repartição da produção por sector de actividade.
b) hipóteses sobre a evolução da produtividade em cada sector de
actividade, obtendo-se estimativas sobre o número de efectivos a
empregar.
c) Com base nos efectivos, calcula-se da distribuição por
profissões, grupo de profissões ou categorias socioprofissionais,
com base nos efectivos totais. Para o efeito, terá de se conhecer a
estrutura do emprego por sector de actividade e proceder a
estimativas sobre a evolução dessa estrutura ao longo do período
em análise.

Quanto melhor for a correlação existente entre a procura de mão-de-obra


qualificada e a oferta dos recursos humanos disponíveis, melhor será a
situação do mercado de trabalho e, por conseguinte, do equilíbrio
socioeconómico de uma região ou de um país.
44 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Tarefas

Apresente aqui as tarefas, baseadas fundamentalmente em problemas que


levam o estudante a explorar os recursos apresentados previamente,
questões que levem a reflexão, ligação com o trabalho, estudos de caso,
etc.

Auto- avaliação

1- Descreva o metodo da procura social


Auto-avaliação

Chave de correcção
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1- Método da procura social

• A formação profissional é essencialmente determinante pelas


necessidades económicas,

Chave de correcção • A formação geral é determinada, sobretudo, pelas necessidades


sócio-culturais.

• Por um lado, deve-se sublinhar que o desenvolvimento das


formações profissionais é bastante condicionado pelo
desenvolvimento do ensino geral.

• Por outro lado, se as necessidades económicas são difíceis de


avaliar, a procura social da educação é fácil de planificar
46 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Bibliografia Complementar

Alpiaça, Joao. 2000. . Modulo: gestao de recursos fisicos. Ministerio da


Refortma Publica

Brillaud, Daniel (2006) Pilotage et projet d'établissement : enjeux,


démarches, outils, SCERÉN CRDP Aquitaine

Caillods, Françoise; Caselli, Jocelyne ; Porte, Guy ; Ta Ngoc, Châu


(1983) Carte scolaire et micro planification /School mapping and
micro planning, Training modules / Modules de formation UNESCO-
IIEP

Costa, Isabel da ; Berroa, Juan Pablo et Al. (2006) Micro planificación y


mapeo escolar (République Dominicaine, SEE) - Cours de formation aux
niveaux national et décentralisé - Document de Base et Exercices -
Document de travail UNESCO/IIPE

Delors, Jaques, EDUCAÇÃO, UM TESOURO A DESCOBRIR


(relatório para a UNESCO da comissão internacional sobre Educação
para o século XXI)

Hallak, Jacques (1977) La mise en place de politiques éducatives : rôle


et méthodologie de la carte scolaire UNESCO, 1976 / Planning the
location of Schools An instrument of educational policy, UNESCO /
IIEP

Varghese, N.V (1997) School mapping in Modules on district


planning in education, NIEPA New -Delhi
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

Unidade 4
Etapas metodológicas da micro
planificação e carta escolas
Introdução
Estimado amigo estudante, falarmos dos métodos, na unidade 4, vamos
agora, abordar as etapas metodológicas da carta escolar e micro
planificação. Na metodologia da micro planificação e carta escolar as
normas, normas e critérios devem ser seguidos na elaboração da proposta
mais detalhada; as áreas por sala de aula e os equipamentos previstos por
aluno e as políticas para utilização racional dos espaços educativos; etc

A estrutura de estudo independente desta unidade é composta dos


seguintes tópicos:

• Etapas metodológicas da micro planificação e carta escolar


• Elaboração da carta escolar a nível local

• Factores a ter em conta na preparação da carta escolar

Ao complete esta unidade você será capaz de :

Compreender as etapas metodológicas da micro planificação e carta


escolar
Discutir os papeis das administrações locais, regionais e centrais
Analisar os factores que influenciam na preparação da carta escolar
O bj ectivo s
48 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

4. Etapas metodológicas da micro planificação e carta escolar

Estimado amigo estudante, faca uma breve revisão da unidade 3 sobre os


metodos para melhor compreender as etapas metodológicas que aqui
vamos discutir.

Ora, a partir de uma análise do sistema educativo no ano de base e do seu


Fontes de Informação grau de desenvolvimento nas diferentes regiões, a administração central
e Recursos de de educação deverá determinar, para cada região, objectivos específicos
Aprendizagem
que sejam compatíveis com o objectivo global de âmbito nacional e
deverá definir uma política de redução das desigualdades regionais. A
administração central de educação deverá determinar, igualmente, as
regras, normas e critérios que devem ser seguidos na afectação dos
recursos por região, sub-região e instituições de ensino. Entre elas
poderão assinalar-se:

• As normas de afectação do pessoal para as diferentes instituições;

• As dimensões mínimas, standard e máximas das turmas;

• As áreas por sala de aula e os equipamentos previstos por aluno;

• As políticas para utilização racional dos espaços educativos; etc...

O que podemos realizar com base nos objectivos?

• Com base nos objectivos que lhes tenham sido fixados e


aplicando as diferentes normas, os serviços educativos regionais
elaboram propostas mais detalhadas.

• Traduzir os objectivos regionais em objectivos sub regionais e


estimar as necessidades em pessoal docente e salas de aula por
cada sub-região.

Estas acçoes constituem o esboço da micro planificação e carta escolar


regional.

• O primeiro esboço da carta escolar preparado pelos serviços


regionais é revisto em função das propostas dos responsáveis
locais. O objectivo da micro planificação e carta escolar é o de
substituir um processo empírico de negociação por uma análise
mais racional das necessidades de cada comunidade e instituição e
depois seguida de uma série de interacções entre o nível local e
o nível regional, e entre este e o nível central
50 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Tarefas

Estimado amigo estudante, depois de estudar esta unidade, faca um


resumo onde devera descatar as principais ideias.

Auto- avaliação

1- Que especificações devem elaborar a administração central para


garantir a redução das desigualidades regionais

Auto-avaliação 2- Quais são os factores a ter em conta na preparação da carta


escolar

Chave de correcção
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

1- Devera determinar:

• As normas de afectação do pessoal para as diferentes instituições;

• As dimensões mínimas, standard e máximas das turmas;

Chave de correcção • As áreas por sala de aula e os equipamentos previstos por aluno;

• As políticas para utilização racional dos espaços educativos; etc...

2- Os factores são

• Demográficos

• Socio económicos

• Pedagógico

• Políticos

• Geográficos
52 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Bibliografia Complementar

Alpiaça, Joao. 2000. . Modulo: gestao de recursos fisicos. Ministerio da


Refortma Publica

Coombs, Philip (1970) What is Educational Planning? / Qu'est-ce que la


planification de l'éducation, Fundamentals of educational planning n.
º 1, UNESCO / IIEP
Hallak, Jacques (1977) La mise en place de politiques éducatives : rôle
et méthodologie de la carte scolaire UNESCO, 1976 / Planning the
location of Schools An instrument of educational policy, UNESCO /
IIEP
Varghese, N.V (1997) School mapping in Modules on district
planning in education, NIEPA New -Delhi, 1997
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

Unidade 5
Implementação do sistema
educativo a nível local, regional
e nacional
Introdução
Estimado amigo estudante, bem-vindo a esta Unidade 5, em que você terá
a oportunidade de obter uma visão sobre os desafios para a
implementação dos sistemas educativos actualmente. Abordaremos
também nesta unidade um conjunto de indicadores utilizados no sistema
educativo. Os problemas anunciados terão um enfoque para a realidade
do nosso país e ou províncias de Moçambique.

Esta unidade contempla para estudo independente o tempo de 190


minutos. A estrutura de estudo independente desta unidade é composta do
seguinte tópico:

• Implementação do sistema educativo nos diferentes níveis;


• acessibilidade educativa;
• a eficácia interna;
• analise da coorte;
• analise do enquadramento pedagógico e;
• analise de equipamentos

Ao completar esta unidade você será capaz de:

Identificar os factores da demanda pelos serviços educacionais


Analisar o enquadramento pedagógico dos professores
Analisar a eficácia interna do sistema educativo

O bj ectivo s
54 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

É aqui onde deve inserir os textos e artigos seleccionados (PPT, vídeos,


fotos, mapas, quadros, etc.,) e outros recursos organizados numa
sequência lógica, antecididos de uma breve explicação enquadradora dos
recurso.

Fontes de Informação
e Recursos de
Aprendizagem

Tarefas

Apresente aqui as tarefas, baseadas fundamentalmente em problemas que


levam o estudante a explorar os recursos apresentados previamente,
questões que levem a reflexão, ligação com o trabalho, estudos de caso,
etc.

Auto- avaliação
56 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

1- O que pretendemos visualizar ao analisar da cobertura do sistema


educativo?

2- Com base nos dados na tabela abaixo calcule a taxa bruta de


Auto-avaliação admissao no ano 2008, provincia de Niassa, Ep1,

Ano 2008
Ensino Pública
Nivel EP1
Provincia Niassa
Data

Classe .Alu_M .Alu_HM


1 34710 71570
Grand Total 34710 71570

População de Niassa, ano 2008


Total 39321
3- Calcule a taxa bruta de escolarizacao na provincia de Cabo
Delgado, 2007, EP1

2-b)
Levantamento Estatístico do "03 de Março"

Ano 2007
Ensino Pública
Nivel EP1
Provincia Cabo Delgado
Classe .Alu_M .Alu_HM
1 42781 89627
2 32059 69355 3
25784 56267 4
20494 45780 5
15117 35879
Grand
Total 136235 296908

População C. Delgado, ano 2007


Idades População
6 47526
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

Chave de correcção
58 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Com a cobertura do sistema educativo, pretende-se:

• saber até que ponto este sistema tem capacidade de albergar todos
os indivíduos com idade legal para ingressar no sistema
educativo.
Chave de correcção
• saber se é acessível para todos ou não, quantas crianças se
beneficiam das vantagens e oportunidades educacionais
existentes nas escolas mais próximas.

• saber se as escolas localizadas numa determinada zona servem ou


não eficientemente as crianças em idade escolar nessas zonas.

• saber se as famílias e as suas crianças fazem o uso eficiente da


rede escolar existente. Isso implica a procura, por um lado, e a
oferta por outro.

Taxa de admissão bruta (%)

Nº de alunos no 1ªano de estudo


=-------------------------------------------------------------------------------
--------- * 100
População de idade oficial de admissão

CALCULO DE TAXAS
Prov. Nº Aluns no 1ºano de estudo Pop. Idad. Ofic. Admi,
Niassa 71570 39.321

Taxa de escolarização bruta (%)

Nº de alunos num ciclo


=-------------------------------------------------------------------------------
--------- * 100
População do grupo de idade correspondente ao ciclo
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE
60 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Bibliografia Complementar

Alpiaça, Joao. 2000. . Modulo: gestao de recursos fisicos. Ministerio da


Reforma Publica

Châu, Ta Ngoc (1969) Demographic aspects of educational planning


Published by the United Nations Educational, Scientific and Cultural
Organization Place de Fontenoy, 75 Paris-7c

Martins, E. (2000). A importância da nova concepção da rede


educativa para o desenvolvimento local. In Fórum Palmela, Actas dos
encontros de 2000 (pp.230-244), Palmela: Câmara Municipal de Palmela.

Martins, E. (2000). Manual para a Elaboração da Carta Educativa.


Lisboa: Departamento de Avaliação, Prospectiva e Planeamento - ME

Martins, E. (2000). Manual para a Elaboração da Carta Educativa.


Lisboa: Departamento de Avaliação, Prospectiva e Planeamento - ME

Matangue, A. (1998) Manual de Micro Planificação e Carta Escolar:


texto de apoio aos estudantes. Maputo

Brillaud, Daniel - Pilotage et projet d'établissement : enjeux,


démarches, outils, SCERÉN CRDP Aquitaine, 2006
Caillods, Françoise; Caselli, Jocelyne ; Porte, Guy ; Ta Ngoc, Châu -
Carte scolaire et micro planification /School mapping and micro
planning, Training modules / Modules de formation UNESCO-IIEP,
1983
Coombs, Philip - What is Educational Planning? / Qu'est-ce que la
planification de l'éducation, Fundamentals of educational planning n. º
1, UNESCO / IIEP, 1970
Costa, Isabel da ; Berroa, Juan Pablo et Al. - Micro planificación y
mapeo escolar (République Dominicaine, SEE) - Cours de formation
aux niveaux national et décentralisé - Document de Base et Exercices -
Document de travail UNESCO/IIPE, 2006
Hallak, Jacques - La mise en place de politiques éducatives : rôle et
méthodologie de la carte scolaire UNESCO, 1976 / Planning the
location of Schools An instrument of educational policy, UNESCO /
IIEP, 1977
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

N. McGinn and T. Welsh - Decentralization of education: why, when,


what and how? / La decentralisation dans l'éducation: pourquoi,
quand, quoi et comment? Fundamentals of educational planning n. º
64, UNESCO / IIEP, 1970
UNESCO - EFA Global Monitoring Report 2008 - Education for All by
2015 Will we make it? / L'éducation pour tous en 2015 Un objectif
accessible? UNESCO 2007
Varghese, N.V - School mapping in Modules on district planning in
education, NIEPA New -Delhi, 1997
Weiler, Hans N. - New tasks in planning the development and reform
of education: implications for training, administrative organization
and research, in Educational planning and social change, Report on
an IIEP Seminar, UNESCO IIEP 1980
World Bank - Public Sector Reform: What works and why? An IEG
Evaluation of World Bank Support, WB 2008

Mark Bray y N.V. Varghese (2008) Nuevas direcciones para la


planificación. Carta informative do IIPE, UNESCO, volXXVI n3
62 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Unidade 6
Projecção da população em
idade escolar e dos efectivos
escolares
Introdução
Estimado amigo estudante, bem-vindo a esta Unidade 6, em que você terá
a oportunidade de falar da projecção. De recordar que este conceito foi
abordado na unidade 1, como conceito relacionado com a planificação.
Nestas sessões vamos operacionalizar este conceito. Neste tema podem
desfilar varias maneiras de projecção, em todo caso, não vamos esgotar as
possibilidades, mas sim, apresentar as técnicas mais simples de aplicar.

Esta unidade é comporta 120 minutos de estudo independente. A


estrutura de estudo independente desta unidade é constituída pelos
seguintes tópicos:

• Análise da estrutura etária da população do ano do censo


• O crescimento absoluto
• O crescimento relativo
• Projecção baseada em taxas de admissão por idade

Ao completar esta unidade você será capaz de:

Avaliar o crescimento relativo e absoluto dos efectivos escolares


Compreender a estrutura etaria da populacao e os niveis de
escolarizacao
O bj ectivo s Aplicar as tecnicas de projeccao da populacao e dos efectivos
escolares
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

Fontes de Informação
e Recursos de
Aprendizagem

6. Projecção da população em idade escolar e dos efectivos


escolares

Estimado amigo estudante, na unidade anterior abordamos varios


indicadores e varios deles tem relação com a unidade basica do sistema
educativo que é o aluno. Deste modo é necessário encontrar mecanismos
de prever o futuro da demanda.

A este nível o problema é duplo uma vez que é necessário:

• Conhecer a estrutura etária da população para um dado ano (o


ano do último censo) e
• Poder projectá-la para qualquer ano futuro.

6.1. Análise da estrutura etária da população do ano do censo.

É muito pouco provável que se consiga obter dados por idade para o nível
de uma localidade. Muito provavelmente apenas se poderá obter a
distribuição da população por idades para o nível de distrito.

A informação a obter é a seguinte:

• a população em idade de admissão num dado grau de ensino


(primário, secundário) e
64 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

• a população em idade escolar ou escolarizável em principio


considera-se um grupo etário igual à duração da escolaridade do
grau considerado onde a idade de base é a idade de admissão.

Por exemplo, se a idade legal de entrada na escola, é de 6 anos e se a


duração da escolaridade do ensino primário é de 7 anos, chamaremos
população escolarizável no ensino primário à população de 6 a 12 anos,
inclusive.

Se a duração do ensino secundário geral é de 5 anos, a população


escolarizável neste nível de ensino será constituída pelos jovens de 13 a
17 anos.

Em geral estes dados não se encontram directamente disponíveis.

Os dados populacionais costumam ser fraccionados em grupos


quinquenais: O -4 anos, 5 -9 anos, 10 -14 anos, etc. .se os dados
populacionais se apresentam agrupados em grupos de idades quinquenais
será necessário fraccioná-los em idades simples (anuais) utilizando-se a
técnica dos "Multiplicadores de Sprague". Apesar da utilização manual
destes multiplicadores ser bastante longa eles são indispensáveis e dever-
se-á saber utilizá-los manualmente se não se puder recorrer a meios de
cálculo programáveis ou computáveis.

A partir duma população dada em grupos de idade quinquenais é pois


possível obter uma distribuição desta mesma população por idades
simples.

A população de 6 anos é assim obtida directamente e, o seu peso no total


da população, varia segundo os países e é da ordem dos 2,5 a 3% na
maior parte dos países em vias de desenvolvimento.

A população escolarizável é também fácil de reagrupar uma vez


decomposta mediante a aplicação dos multiplicadores de Sprague. O seu
peso é, evidentemente, variável segundo os países e segundo a duração e o
nível de ensino considerados.
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

Como no caso da população total, a repartição por idade assim obtida,


raramente é a do ano que se necessita. Torna-se pois necessário actualizar
esta estrutura.

a) Projecção da população por idade para um dado ano


horizonte.

População global Ano base Ano horizonte

População por idade Ano base (?)

6.2. Crescimento absoluto e crescimento relativo

Estimado amigo estudante, os conteudos que vamos discutir, já


abordamos na unidade anterior, pelo que deverá fazer uma breve revisão
deste conteúdo.

A diferença entre os números de dois recenseamentos da população


global exprime o seu "crescimento absoluto".

a) crescimento absoluto

Po = População global do ano 0

Pn = População global do ano N

n = Número de anos que separam os dois recenseamentos,

onde crescimento absoluto = (Pn -Po).

Exemplo podemos considerar que no ano 1848 Moçambique registou


uma população de 7.480.000 e em 1857 aumentou para 8.788.000.

O crescimento absoluto da população da Moçambicana entre 1948 e 1957


foi de:
66 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

b) crescimento relativo

Vós podeis também preferir calcular o crescimento relativo no lugar do


crescimento absoluto. Neste caso, exprimireis este último sob forma de
percentagem da população global do primeiro ano.

Exemplo (com base nos dados anteriores) O crescimento relativo da


população da Moçambicana entre 1948 e 1957 era de:

8.788.0004.480.000
7.480.000  0,1748

que representa uma percentagem de:

Podem agora ir mais longe e determinar o crescimento absoluto e relativo


por ano. Bem entendido vamos supor que o crescimento da população
não se opera de uma só vez mas depois dum número absoluto que fica
constante dum ano ao outro. Esta hipótese não é forçosamente sempre
válida mas ela facilita a comparação no tempo e entre diferentes países.

No caso do crescimento absoluto constante por ano, o cálculo é simples:


Vocês dividem o crescimento absoluto observado entre duas datas de
recenseamento pelo número de anos passados:

6.3.Crescimento Absoluto constante por ano

- Crescimento absoluto constante da população

- População de 1848

- População de 1867

Número de anos passados


UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

Exemplo O número absoluto constante de crescimento da população da


Moçambique, entre 1848 e 1867 foi de :

Se uma população aumenta desta maneira, quer dizer por um número


constante de pessoas cada ano, observarão uma linha direita relacionando
este contorno de crescimento num gráfico. Neste caso, trata-se de
"crescimento linear". Mas em geral, as variáveis, como aquelas da
população não se desenvolvem de modo linear. Toda a constante no
contorno do crescimento produz-se provavelmente de maneira relativa.
Em outros termos, a população tende a aumentar por um crescimento
relativo constante de um ano para o outro.

6.4.Taxas de crescimento médio anual

A medida que exprime o crescimento relativo constante por ano duma


variável (aqui a variável é a população total) durante um período
determinado é a "taxa de crescimento anual médio". O método mais
simples para calcular é a fórmula bem conhecida dos interesses
compostos. Convém notar com cuidado que a taxa de crescimento anual
médio não se obtém dividindo o crescimento relativo, para todo o
período, pelo número de anos do período. Por exemplo, seria errado dizer
que a taxa de crescimento anual médio, seria obtido dividindo 17,49%
por 9. A razão aparece claramente pelo exame do modo de cálculo de
taxas de crescimento anual. Para este efeito, podem utilizar os símbolos
precedentes Po, Pn e juntar-lhes o símbolo "r" que representa a taxa de
crescimento anual médio.

Suponhamos que partimos do ano "0" com a população , e que a taxa de


crescimento seja igual à "r". O ano seguinte, quer dizer o ano 1, será:

, ...

O crescimento relativo seria igual á r, o crescimento absoluto é

evidentemente igual à r, e este crescimento absoluto se junta a

população do ano 0
68 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

, pode assim ser escrita

(1)

Se a taxa de crescimento é constante e continua a ser igual a r do ano 1 ao


ano 2, então teremos:

Ou transformamos o P₁ pelo seu valor da equação anterior (1) , ...

Generalizando esta formula à "n" anos, poderemos escrever:

(2)

Exemplo: Com os números da população total de Moçambique de 1848 e


1857 podem calcular as taxas de crescimento anual desta população
durante este período, da seguinte maneira

Para obter o valor de r , é preciso extrair a raiz nona de 1,17486631:

Para o fazer, podemos utilizar uma máquina de calcular que permite


extrair tal raiz.

Podemos também calcular passando para logaritmos. Nesse caso temos:


UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

Assim com uma taxa de crescimento constante de 6,4% no decurso de 9


anos, os efectivos passarão de 7.480.000 à 8.788.000

A mesma demonstração pode ser feita para calcular o crescimento


relativo constante dos efectivos(E) escolares. Vejamos o exemplo
seguinte:

Tomemos como exemplo: Na localidade de Satungira - Gorongosa os


efectivos em 2008 eram 1812 e em 2013 eram 2754. Com base na
equação (2), podemos escrever:

, quer dizer

, ou ainda

Para obter o valor de r , é preciso extrair a raiz quinta de 1,51987:

1+r ou

Para o fazer extraia a raiz ou podemos também calcular passando para


logaritmos. Nesse caso temos:
70 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Assim com uma taxa de crescimento constante de 8,7% no decurso de 5


anos, os efectivos passarão de 1812 à 2754.

Projecção

Que efectivos podera alcancar em 2018 com base na taxa de crescimento


de 8,7%?

Projecção para 20014

2754 efectivos 100%

X efectivos 8,7%

= 239,59 ou 240

240 = 2.994

Estimado amigo estudante, usando o mesmo procedimento para obter


efectivos de 2014, poderá agora projectar para 2015 sabendo que em
2014 teremos 2.994 efectivos escolar. Terminado o calculo prosiga até
2018

6.5. Projecções das novas admissões.


UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

São propostos dois modos de aproximação a este problema, um assente


nas taxas de admissão por idade e outro assente nas taxas brutas de
admissão.

Nos exemplos que se apresentam, as taxas são fixadas arbitrariamente (a


forma como estas taxas poderiam ser fixadas depende do cenário
escolhido, aspecto já abordado anteriormente) e as projecções cobrem um
período de três anos que poderia ser abreviado ou prolongado sem
problemas técnicos de maior.

(i) Projecção baseada em taxas de admissão por idade


Suponhamos o seguinte quadro: a idade oficial de ingresso é de 6 anos. O
número de alunos admitidos antes desta idade é negligenciáveis. Ao
contrário, o número de alunos que ingressa com 6 anos é importante.

A taxa de admissão é de 25% com a idade de 6 anos e de 25% com a


idade de 7 anos.

Analisemos como evoluirá a escolarização das crianças de 6 e de 7 anos


se fixarmos como taxas de admissão a atingir para cada uma das idades
no ano horizonte t+3 60% e 24% respectivamente. Observe-se o quadro
seguinte:

Ano Idade de 6 anos Idade de 7 anos Total de



População Taxa de Novas População Taxa de Novas admissão
admissão admissões admissão admissões (6/7)

T 185 52 96 182 25 46 142

T+1 192 55 106 185 25 46 152

T+2 195 58 113 191 24 46 159

T+3 204 60 122 194 24 47 169

OBS: O ano t corresponde ao ano de base.

As taxas de admissão estão expressas em percentagem.


72 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Este método é o mais seguro, mas ele necessita que no momento do


diagnóstico se tenham calculado as taxas líquidas de admissão para as
idades de 6 e 7 anos o que nem sempre é possível. Deverá ser utilizado
sempre que possível.

Apesar de no EXEMPLO dado apenas se terem considerado as idades de


6 e 7 anos, nada obsta que se considerem outras idades (8, 9, 10 anos). Os
cálculos a fazer serão mais extensos mas o método permanece idêntico.

É necessário certificarmo-nos que o somatório da taxa de admissão na


idade dos 6 anos, no ano t

• a taxa de admissão na idade dos 8 anos no ano t+ 2


• a taxa de admissão na idade dos 9 anos no ano t+3
• a taxa de admissão na idade dos 10 anos no ano t+ 4, etc, nunca
ultrapassa os 100% (isto é, o conjunto da geração que tinha 6
anos no ano de base).

Se a taxa de admissão na idade dos 6 anos aumentar rapidamente, a taxa


de admissão nas idades de 7, 8, 9, 10 ...anos poderá estagnar e mesmo
diminuir.

Tarefas

Apresente aqui as tarefas, baseadas fundamentalmente em problemas que


levam o estudante a explorar os recursos apresentados previamente,
questões que levem a reflexão, ligação com o trabalho, estudos de caso,
etc.

Auto- avaliação
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

Efectivo escolares 2004


Provincia Tot_HM
Auto-avaliação Cabo Delgado 246160
Cidade de Maputo 194054
Gaza 237575
Inhambane 271231
Manica 232807
Maputo 220543
Nampula 397036
Niassa 147611
Sofala 238082
Tete 221929
Zambézia 483400

Efectivos escolares 2008


ProvName Tot_HM
Cabo Delgado 347976
Cidade de Maputo 207038
Gaza 289913
Inhambane 333710
Manica 343646
Maputo 267849
Nampula 742350
Niassa 224575
Sofala 349395
Tete 394020
Zambézia 922597

147611
1- com base nos dados nas tabelas calcule:

a) o crescimento absoluto e dos efectivos escolares da provincia


de Niassa

b) o crescimento relativo dos efectivos escolares da provincia de


Niassa

2- usando os dados da Provincia de Sofala, calcule a projeccao dos


futuros efectivos para os anos 2009, 2010 e 2011 tomando em
consideracao que a taxa media anual de crescimento 8,7%
74 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Chave de correcção
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

1- resolucao

a)

Chave de correcção

b) =

`
2- Resolucao - Projeccao

Projeccao para 2009

224.575 efectivos 100%

X efectivos 8,7%

= 20

20 = 224.595

Projeccao para 2010

224.595 efectivos 100%

X efectivos 8,7%

= 20
76 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

Bibliografia Complementar

Alpiaça, Joao. 2000. . Modulo: gestao de recursos fisicos. Ministerio da


Refortma Publica

Brillaud, Daniel (2006) Pilotage et projet d'établissement : enjeux,


démarches, outils, SCERÉN CRDP Aquitaine

Caillods, Françoise; Caselli, Jocelyne ; Porte, Guy ; Ta Ngoc, Châu


(1983) Carte scolaire et micro planification /School mapping and
micro planning, Training modules / Modules de formation UNESCO-
IIEP

Châu, Ta Ngoc Demographic aspects ofeducational planning


Published by the United Nations Educational, Scientific and Cultural
Organization Place de Fontenoy, 75 Paris-7c, 1969

Coombs, Philip (1970) What is Educational Planning? / Qu'est-ce que


la planification de l'éducation, Fundamentals of educational planning n.
º 1, UNESCO / IIEP

Costa, Isabel da ; Berroa, Juan Pablo et Al. (2006) Micro planificación y


mapeo escolar (République Dominicaine, SEE) - Cours de formation aux
niveaux national et décentralisé - Document de Base et Exercices -
Document de travail UNESCO/IIPE

Martins, E. (2000). Manual para a Elaboração da Carta Educativa.


Lisboa: Departamento de Avalia- ção, Prospectiva e Planeamento - ME

Matangue, A. (1998) Manual de Micro Planificação e Carta Escolar:


texto de apoio aos estudantes. Maputo

UNESCO (2007) EFA Global Monitoring Report 2008 - Education for


All by 2015 Will we make it? / L'éducation pour tous en 2015 Un
objectif accessible? UNESCO

Weiler, Hans N. (1980) New tasks in planning the development and


reform of education: implications for training, administrative
78 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

organization and research, in Educational planning and social


change, Report on an IIEP Seminar, UNESCO IIEP
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

Unidade 7
Recolha de dados
Introdução
Estimado amigo estudante, bem-vindo a esta Unidade 7, em que você irá
discutir e manusear profundamente os dados do sistema educativo.
Todavia recordar que o sistema educativo tem a intervenção de diferentes
actores a vários níveis. Os problemas anunciados estão apresentados com
enfoque para a realidade do nosso sistema educativo.

Pela complexidade desta unidade, um fundo de tempo de 70 minutos de


estudo independente. A estrutura de estudo independente desta unidade é
composta pelo tópico seguinte:

• Recolha de dados e informacao

ao completar esta unidade, voce será capaz de:

Identificar as principais fontes de informacao


Classificar as fontes por areas relevantes
Compreender a importancia dos dados e informacao

Objectivos
80 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Fontes de Informação
e Recursos de
Aprendizagem

7. Recolha de dados com vista ao diagnóstico do sistema de


ensino de uma região

Estmado amigo estudante, em todas as áreas de estudo é importante obter


o conjunto de informações necessárias para a realização dos objectivos que
perseguimos. Tais informações geralmente, não estão expostos num
mesmo local, tornando assim dificil ou penoso a sua colecção. No
decurso desta unidade iremos tentar sistematizar as informações
relevantes para a planificaçao educativa.

7.1. Tipos típicos de informação educacional e suas fontes

(Matangue A. 2008) A planificação da educação como processo de


visualização futura e de decisão deve ser sustentada por um conjunto de
informação inerente a sua elaboração.

Área relevante Tipo de informação Fontes de informação

Informação interna do
(todos alunos por sexo) • estatísticas, EMIS,
finanças,
sistema • matriculas • unidades de
de educação:
• número de
pessoal (nacionais,
escola/instituições
• ensino pré- • escolas (estrutura provinciais,
primário distritais
física, equipamento
• ensino básico • armário de
condições)
• ensino extra
• gastos e
estatística
curricular
• recenseamento
financiamento (por
escolar
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

aluno, total, por nível) • vistoria de


• orçamento educação específica
• resultado dos exame • vistoria de
• professores (por investigadores,
qualificações, idade) doadores e agentes
• estado nutricional das externos ex:
crianças na escola UNESCO
• estrato social dos • orçamento
alunos governamental
• números de alunos • registos escolares
• com necessidade • contabilidade
especiais económica
• revisão do
desenvolvimento
• da cooperação
• UNESCO, Banco
Mundial
• Relatório do
desenvolvimento
• humano
• Relatório da
UNICEF

• População total e taxa • Armário de


de crescimento estatística
• População por idade e • Ressentimento
sexo • Relatório de
Demografia e • População por distrito desenvolvimento
geografia ou província mundial
• População • Relatório da UNDP
rural/urbana • Relatório do
• População por religião desenvolvimento
• População por raça humano
82 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

• Tipografia e clima

• Orçamento nacional • Relatório de


• Gastos do governo por vistoria de gastos
sector nacionais
• Gastos de pessoal e • Relatório sobre o
níveis de receitas por desenvolvimento
Economia áreas nacional
• Media de inflação • Contabilidade
nacional
• Produção doméstica • Relatório sobre o
por capita e média de orçamento do
investimento governo
• População activa por • Recenseamento
sexo e idade • Armário de
• Empregadores e estatísticos
desempregados por • Vistorias
sector económico, domésticos
sexo, idade e • Força de trabalho,
ocupação nível de vistorio de
escolaridade mercado,
• Salário por ocupação e estatísticos
Mercado do trabalho
nível escolar • Relatório de
• Emprego de menores desenvolvimento
mundial
• Relatórios de
instituições de
investigação
• Dados do
Ministério do
Trabalho
• Indicadores de • Armário de
Condições sociais pobreza estatística
• Indicadores de saúde • Estatísticos de
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

(esperança de vida, recenseamento


taxa de mortalidade, • Relatórios da
nascimento, etc. Organização
• Acesso a água potável Mundial de Saúde
e saneamento • Armário de
• Indicadores de estatística de saúde
nutrição por sexo, • Vistorias específicas
idade e área de saúde
• Deficientes físicos por • Relatórios do
sexo, idade, província desenvolvimento
e tipo de deficiência mundial
• Deficientes por sexo,
idade e área

Utilidades de informação Ciclo e fluxo de informação

Ministério ou Direcção Nacional

• Identificação de
necessidades de dados
nacionais e desenho de
Ministério Direcção Nacional
instrumento de recolha
• Planificação de dados
• Monitorização e • Os dados são acumulados
avaliação a nível nacional e usados

Decisãopolítica e estratégica para o desenvolvimento


de políticas e
monitorização

Produção e distribuição de
relatórios nacionais de
84 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

estatísticas

Nível Regional/Provincial

• Distribuição de

Nível Regional/Provincial instrumentos de recolha


aos distritos
• Planificação de
• Captação de dados
recursos
saneamento e
• Implementação de
armazenamento
políticas
• Agrupamento de dados e
• Decisãoestratégica e
análise por distrito
política
• Informação usada para
decisões

políticas e estratégicas

Circuito Nível Distrital

• Distribuição e recolha dos


inquéritos de e para as

Circuito/Nível Distrital escolas


• Verificação e validação de
• Tomada de decisões
dados
técnicas
• Dados agregados no
• Supervisão e
circuito ao nível distrital
monitorização
• Conservação, analise e
uso de dados para
tomada de decisões

operacionais

Nível Escolar Nível Escolar

• Decisões Operacionais • As escola preenchem os


e funcionais inquéritos e submetem
• Administração e os dados aos circuitos ou
gestão distritos
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

• As escolas conservam e
analisam os dados e
tomam decisões
operacionais
concernentes ao seu
funcionamento

7.2. Um diagnóstico exaustivo da situação no ano de base deve


abarcar os seguintes aspectos relativos:

À cobertura do sistema educativo: - desigualdade no acesso à


educação entre as unidades territoriais e os diversos grupos de
alunos;
Ao rendimento escolar: - promoções, repelências e abandonos;
À desigualdade na qualidade do serviço educativo: - professores,
equipamentos e espaços educativos.

7.3. O diagnóstico deve responder às seguintes interrogações:

O serviço educativo satisfaz a procura de educação das


comunidades locais?
O serviço educativo é equitativo?
O serviço educativo é de qualidade aceitável?
O serviço educativo é económico? Os recursos disponíveis são
utilizados duma forma adequada?

7.4. O diagnóstico exige a construção dum banco de dados muito


importante, incluindo:

As estatísticas demográficas;
As estatísticas escolares;
Dados cartográficos;
Informações diversas sobre o relevo, os meios de transporte, as
actividades económicas, etc...
86 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Uma vez que as estatísticas escolares em geral não são suficientes, devem
ser realizados inquéritos específicos (referentes às áreas de recrutamento
das escolas existentes, à utilização dos espaços educativos e dos recursos,
aos custos, etc...).

Uma projecção da procura potencial de educação com base nos


objectivos da política educativa e duma projecção detalhadas da
população em idade escolar por unidade administrativa.

A preparação de propostas de reorganização da rede de centros


educativos, que permitam, simultaneamente, a distribuição equitativa das
oportunidades educativas, uma melhor utilização dos recursos, e o
respeito de certas normas de utilização do pessoal docente, dos espaços
educativos, etc.

Em certos países, para além das questões referidas anteriormente,


contemplam-se outros aspectos da oferta educativa, tais como, a tipologia
das construções escolares, a sua localização, o número de alunos a
abranger, etc. Noutros casos, as propostas são mais amplas e orientam
para uma reorganização profunda da oferta educativa: com a transferência
de pessoal docente de uma escola para outra, a adaptação dos programas
de ensino, a modificação do calendário escolar...

Ainda há outros países que se esforçam em reduzir as desigualdades


através de uma intervenção a nível da procura e incluem diversas medidas
para promover a assistência escolar (distribuição de alimentos, textos
escolares gratuitos, etc.). Nestes casos trata-se efectivamente dum
exercício integral de micro planificação da educação.

A participação das comunidades locais deve ser procurada na altura do


diagnóstico e na elaboração de propostas deve ser fomentado um amplo
debate de forma a obter-se uma adesão empenhada de todos os grupos
interessados. A falta de participação nestas decisões pode dificultar a
implementação da carta escolar.
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

Tarefas

Apresente aqui as tarefas, baseadas fundamentalmente em problemas que


levam o estudante a explorar os recursos apresentados previamente,
questões que levem a reflexão, ligação com o trabalho, estudos de caso,
etc.

Auto- avaliação

1- considerando que os efectivos escolares proveem da populacao


dessa regiao, diga que informacoes devemos ter e as suas
respectivas fontes

2- um diagnostico do sistema educativo pode ter varios fins. Quer


aspectos pode abarcar?
Auto-avaliação

Chave de correcção
88 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

1-

• População total e taxa • Armári


de crescimento estatíst
Chave de correcção
• População por idade e • Ressen
sexo • Relatór
• População por distrito desenv
Demografia e ou província mundia
geografia • População • Relatór
rural/urbana • Relatór
• População por religião desenv
• População por raça human
• Tipografia e clima

2- O diagnostico engloba

À cobertura do sistema educativo: - desigualdade no acesso à


educação entre as unidades territoriais e os diversos grupos de
alunos;
Ao rendimento escolar: - promoções, repelências e abandonos;
À desigualdade na qualidade do serviço educativo: - professores,
equipamentos e espaços educativos.
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

Bibliografia Complementar

Caillods, Françoise; Caselli, Jocelyne ; Porte, Guy ; Ta Ngoc, Châu


(1983) Carte scolaire et micro planification /School mapping and
micro planning, Training modules / Modules de formation UNESCO-
IIEP

CHallak, Jacques (1977) La mise en place de politiques éducatives :


rôle et méthodologie de la carte scolaire UNESCO, 1976 / Planning the
location of Schools An instrument of educational policy, UNESCO /
IIEP

Mark Bray y N.V. Varghese (2008) Nuevas direcciones para la


planificación. Carta informative do IIPE, UNESCO, volXXVI n3

Matangue, A. (2008) Modulo 1: Manual de Sistema de Informacao e


Gestao da Educacao. UP-FACEP-PAGE

N. McGinn and T. Welsh (1970) Decentralization of education: why,


when, what and how? / La decentralisation dans l'éducation:
pourquoi, quand, quoi et comment? Fundamentals of educational
planning n. º 64, UNESCO / IIEP

UNVarghese, N.V (1997) School mapping in Modules on district


planning in education, NIEPA New -Delhi

Weiler, Hans N. (1980) New tasks in planning the development and


reform of education: implications for training, administrative
organization and research, in Educational planning and social
change, Report on an IIEP Seminar, UNESCO IIEP

World Bank (2008) Public Sector Reform: What works and why? An
IEG Evaluation of World Bank Support, WB.
90 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Unidade 8
Preparação da carta escolar
prospectiva as normas e áreas
de recrutamento
Introdução
Estimado amigo estudante, bem-vindo a Unidade 8, em que você terá a
oportunidade de obter uma visão sobre as técnicas. para apurar os
efectivos escolares. Para este propósito precisamos de recordar de alguns
procedimentos matemáticos tais como o cálculo de áreas circulares e
hexagonal, pois trata-se de zonas geográficas e populacionais.

Esta unidade disponibiliza o tempo de 80 minutos de estudo


independente. A estrutura de estudo independente desta unidade é
composta dos seguintes tópicos:

Áreas de recrutamento e
Cálculo para obtenção de efectivos escolares

Ao completer esta unidade voce será capaz de:

• Definir as áreas de recrutamento

• Aplicar as técnicas para determinar as áreas de


recrutamento
O bj ectivo s
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

Fontes de Informação
e Recursos de
Aprendizagem

8. Preparação da carta escolar prospectiva as normas e áreas de


recrutamento

Recorde-se que a área de recrutamento duma escola é a zona geográfica


servida por essa mesma escola.

A dimensão das áreas de recrutamento varia conforme o nível de ensino.


Muitas vezes, no ensino primário a área de recrutamento é determinada
pela distância que uma criança pode percorrer a pé da sua casa à escola.
Contrariamente, uma escola muito especializada (escola de engenheiros,
de administração, etc.), terá urna área de recrutamento que cobrirá todo o
País.

Pode-se abordar a noção de área de recrutamento sob o ponto de vista


descritivo, teórico e regulamentar.

A análise das áreas recrutamento das escolas existentes pode fazer


aparecer desequilíbrios e sugerir medidas a tomar.

Se, por exemplo, um elevado número de crianças percorre em


cada dia distâncias muito grandes a pé, deve-se estudar a
possibilidade de criar novas escolas ou organizar o transporte
escolar;
92 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Se muitos alunos não estão matriculados numa escola próxima


do seu domicílio por esta não ser de boa qualidade, deve-se
perspectivar medidas para igualar as condições de ensino, etc. I

Como veremos mais tarde; estimado amigo estudante, o nosso objectivo é


de procurar racionalizar as áreas de recrutan1ento das escolas existentes.

Sob o Ponto de vista teórico a área de recrutamento pode ser concebida


como sendo um círculo que tem como centro a escola existente ou
potencial e como raio a distância máxima que os alunos podem percorrer. Se
conhecemos a densidade populacional ou a densidade da população a
escolarizar, podemos calcular os efectivos a matricular nessa área de
recrutamento.

Se a área de recrutamento (A) duma escola é um círculo tendo como raio


(r) a distância máxima da: casa

à escola, esta área tem como superfície:

Seja (d), a densidade da população escolarizável por km2 para um


determinado nível de ensino, pode-se estimar os efectivos a escolarizar
(E):

Para se ser mais preciso, seria necessário substituir (d) pela densidade da
população a escolarizar, ou seja, densidade da população escolarizável (E)
a taxa de escolarização.

A representação das áreas de recrutamento por círculos apresenta o


inconveniente de não cobrir o conjunto da zona geográfica estudada. Por
isso, uma representação mais satisfatória das áreas de recrutan1ento sob a
forma hexagonal é a mais recomendada.

Zona pertencente
várias áreas de
recrutamento
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

Zonas não cobertas

Froma hexagonal

No caso duma área de recrutamento hexagonal, os efectivos são


calculados através da seguinte fórmula:

Estas representações são teóricas pois é muito raro que a forma duma
área de recrutamento seja completamente de forma circular ou hexagonal.
Muitas vezes a área de recrutamento segue o agrupamento de certas
aldeias, ao longo das redes rodoviárias, ao longo dos rios, ao longo dum
vale, etc.

Contudo, a representação teórica é muito útil. Em primeiro lugar ela pode


servir de guia para a racionalização das áreas de recrutamento das escolas
existem es.

Em segundo lugar, no caso de se prever a criação de várias escolas nas


zonas mal servidas, ela pode ajudar a determinar em que tipo de regiões
ou zonas, serão criadas escolas completas ou com uma dimensão mínima
.tendo como base a densidade.. da população.

EXEMPLO I:
94 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Qual é a densidade mínima da população escolarizável (12 a 15 anos) que


se pode ter numa área de recrutamento para se poder abrir uma escola
secundária do 2. ciclo de 300 alunos? Em conformidade com as normas
os adolescentes não devem percorrer mais de 5 kms. para ir à escola.

Resposta:

d 300 2,598 52 4,6 alunos por km2


 
(área hexagonal)

Se a dimensão mínima é de 300 alunos, nenhuma escola secundária será


aberta em zonas rurais com menos de 4,6 adolescentes (de 12 a 15 anos)
por krn2.

As fórmulas anteriormente apresentadas podem também dar uma ideia


sobre o número de escolas e de turmas a construir numa determinada zona.

EXEMPLO 2:

Se a política educativa aponta para a criação de turmas com 30 alunos,


quantas escolas e turmas deverão ser previstas:

(i) numa área de recrutamento hexagonal com 4 km. de raio e uma


densidade média de 3 crianças de 6 a 11 anos por km2. ?

(ii) numa zona cuja densidade populacional é de 250 habitante?

resposta:

(i) A superfície de cada área de recrutamento será de:


UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

2,598 r2,59816 41,5 km 2


2

O número de alunos = (41,5 km² *3)=125

O número de turmas = (125/30) = 4,1

A escola teria 4 turmas

(ii) Numa zona de. 250 hab./km2, seria necessário prever 6 escolas de 4
turmas ou seja 24 turmas.

Este trabalho teórico dá apenas uma primeira aproximação sobre o


número de turmas e de escolas a abrir. Mas de facto pressupõe:

• uma repartição homogénea de população;


• que as possibilidades de acesso são idênticas e fáceis em
todos os locais da área de recrutamento;
• uma escolarização total da população escolarizável.

As duas primeiras condições raramente são reunidas. Contudo, as


estimativas obtidas são úteis para um indivíduo que trabalha ao nível
regional ou central. Elas devem ser completadas por uma análise mais
detalhada no terreno.
96 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Tarefas

Apresente aqui as tarefas, baseadas fundamentalmente em problemas que


levam o estudante a explorar os recursos apresentados previamente,
questões que levem a reflexão, ligação com o trabalho, estudos de caso,
etc.

Auto- avaliação

1- Considere uma zona circular, com um raio de recrutamento 3 km


e com densidade populacional de 3 criancas com 6 anos e de
2criancas de 7 anos. Qual sera o efectivo a escolarizar para cada
idade
Auto-avaliação
2- Considere uma zona hexagonal, com um raio de recrutamento 5
km e com densidade populacional de 4 criancas com 6 anos e de
3criancas de 7 anos. Qual sera o efectivo a escolarizar para cada
idade

Chave de correcção
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

1- Resolucao (circulo)

Chave de correcção

E = 3,14 x 9 x 3 = 85 alunos de 6 anos

E = 3,14 x 9 x 2 = 57 alunos de 7 anos

2- Resolucao (hexagono)

E= 2,6 x 25 x 4 = 260
E = 2,6 x 25 x 3 = 195
98 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.

Bibliografia Complementar

Caillods, Françoise; Caselli, Jocelyne ; Porte, Guy ; Ta Ngoc, Châu


(1983) Carte scolaire et micro planification /School mapping and
micro planning, Training modules / Modules de formation UNESCO-
IIEP

Costa, Isabel da ; Berroa, Juan Pablo et Al. (2006) Micro planificación y


mapeo escolar (République Dominicaine, SEE) - Cours de formation aux
niveaux national et décentralisé - Document de Base et Exercices -
Document de travail UNESCO/IIPE

Hallak, Jacques (1977) La mise en place de politiques éducatives : rôle


et méthodologie de la carte scolaire UNESCO, 1976 / Planning the
location of Schools An instrument of educational policy, UNESCO /
IIEP

UNESCO (2007) EFA Global Monitoring Report 2008 - Education for


All by 2015 Will we make it? / L'éducation pour tous en 2015 Un
objectif accessible? UNESCO

Varghese, N.V (1997) School mapping in Modules on district


planning in education, NIEPA New -Delhi

Mark Bray y N.V. Varghese (2008) Nuevas direcciones para la


planificación. Carta informative do IIPE, UNESCO, volXXVI n3

Você também pode gostar