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INDÍCE

Conteúdo Pág.

1.INTRODUÇÃO…………………………………………….…..................................…….
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2. A RELAÇÃO “OBJETIVO-CONTEÚDO-MÉTODO” ……………………………...…. 04

2.1. Os Objectivos de Ensino …………………………………………................……......


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2.2. Os Conteúdos de Ensino ………….……………………………………………..........


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2.3. Os Métodos de Ensino ………………………….…………...………………...…….. 07

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS …………………….……………………........................... 10

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ……………………………………........................... 11


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1.INTRODUÇÃO
O presente trabalho, tem como objectivo analisar a relação Objectivos-Conteúdos-Métodos
no contexto do Processo de Ensino e Aprendizagem.

No primeiro momento, traz-se a conceitualização dos objectivos de ensino, seguida dos seus
níveis de sua formulação, com enfoque para os objetivos gerais e específicos.

Mais adiante procura-se perceber o que são conteúdos e quais os critérios para a sua
formulação e como eles devem ser organizados e tratados na sala de aula.

No fim, faz-se uma abordagem sobre os métodos de ensino, trazndo-se para além do
conceito, os critérios básicos para a sua seleção e implementação na sala de aula.

A realização do trabalho em alusão, baseou-se na recolha, selecção e análise de diferentes


fontes bibliográficas sobre o tema e permitiu fazer um levantamento e enquadramento
teórico, baseando-se em grande parte, no autor LIBÂNEO em suas diversas obras sobre a
Didáctica.

Deste trabalho percebe-se que a relação objectivos-conteúdos-métodos tem como


característica a mútua interdependência, ou seja, o método do ensino é determinado pela
relação, objectivo e conteúdo, mas pode também influir na determinação de objectivos e
conteúdos.
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2. A RELAÇÃO “OBJETIVO-CONTEÚDO-MÉTODO”

O entendimento da relação objetivos-conteúdos-métodos parte da premissa de que a


finalidade da escola, a finalidade imediata, é a instrução e a formação intelectual, mediante a
transmissão e assimilação de conhecimentos científicos e o desenvolvimento de habilidades,
hábitos, capacidades cognitivas, tendo em vista a compreensão ampliada da realidade e a
actuação prática nela (LIBÂNEO, 2002, p.113)

Desta faz-se necessário e de extrema importância que o professor tenha domínio na


manipulação dos três elementos, objetivos-conteúdos-métodos no Processo de Ensino e
Aprendizagem

2.1. Objetivos de Ensino

A prática educacional se orienta, necessariamente, para alcançar determinados objetivos, por


meio de uma ação intencional e sistemática. Podemos dizer que não há prática educativa sem
objetivos.

De acordo com Libâneo (2013), os objetivos educacionais têm pelo menos três referências
para sua formulação:

i. Os valores e ideais proclamados na legislação educacional e que expressam os


propósitos das forças políticas dominantes no sistema social;
ii. Os conteúdos básicos das ciências, produzidos e elaborados no decurso da prática
social da humanidade;
iii. As necessidades e expectativas de formação cultural exigidas pela população
majoritária da sociedade, decorrentes das condições concretas de vida e de trabalho e
das lutas pela democratização.

a) Objetivos educacionais (ou gerais) - são aqueles previstos para um determinado grau ou
ciclo numa escola ou numa certa área de estudos, e que serão alcançados a longo prazo. São
proposições gerais sobre mudanças comportamentais desejadas. Decorrem de uma filosofia
da educação e surgem do estudo da sociedade contemporâneo e do estudo sobre o
desenvolvimento do aluno e sobre os processos de aprendizagem.
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b) Objetivos específicos (ou instrucionais) – consistem numa maior especificação dos


objetivos educacionais e numa operacionalização dos mesmos. Os objetivos específicos,
portanto, são proposições específicas sobre mudanças no comportamento dos alunos, que
serão atingidos gradativamente no processo de ensino-aprendizagem. São aqueles definidos
especificamente para uma disciplina, uma unidade de ensino ou uma aula. Consistem no
desdobramento e na operacionalização dos objetivos educacionais.

Exemplos de Objectivos:

 Relacionar unidades de medidas (comprimento, massa, volume, tempo, valor) aos


tipos de objetos medidos.
 Resolver problemas de multiplicação de um número com três algarismos.

A definição dos objetivos educacionais tem um caráter orientador, pois norteia a atuação do
educador na sua interação com o educando. O educador precisa saber o que quer atingir com
o seu trabalho e onde pretende chegar. Mas para que os objetivos da ação educativa sejam
úteis ao trabalho docente, eles não podem ser vagos e imprecisos. Não podem também cair no
extremo oposto, isto é, não devem se caracterizar por uma operacionalização extrema nem
por uma compartimentalização estanque, em decorrência de uma visão tecnicista da educação
e do ensino. Aliás, o pedagogo deve tomar cuidado com o excesso de tecnicismo, que pode
levar a um formalismo exagerado e estéril. Os objetivos educacionais devem ser claros e
precisos, sem no entanto cair no formalismo vazio e sem sentido.

Outro aspecto a ser ressaltado é que o professor não deve formular apenas objetivos
referentes a conhecimentos de fatos específicos, em detrimento daqueles que enfatizam as
operações cognitivas. Deve-se valorizar mais os objetivos que focalizam os processos
mentais superiores (compreensão, aplicação, análise, síntese e julgamento), pois estes são
mais úteis e significativos para a aprendizagem.

Por último, queremos lembrar que, para a educação escolar ser um instrumento de
transformação social, nós, educadores, não podemos perder de vista o objetivo último da ação
educativa, que é preparar o jovem para a vida plena da cidadania. Isto supõe formar um
cidadão consciente, crítico e participativo, capaz de compreender a realidade em que vive e
nela intervir, participando do processo de construção da sociedade.

De forma resumida, a definição dos objetivos educacionais direciona as atividades do


educador, auxiliando-o na escolha dos meios mais adequados para realizar o seu trabalho; Os
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objetivos educacionais podem ser formulados em dois níveis: objetivos gerais e objetivos
específicos; Os objetivos específicos consistem na operacionalização dos objetivos gerais.
Por isso, fornecem uma orientação concreta para o estabelecimento das atividades de ensino,
aprendizagem e para a avaliação.

Conteúdos de ensino

Segundo Libâneo (2002) O conteúdo é o conjunto dos elementos, propriedades,


características próprias de um objecto, de um processo, de um problema, que interagem entre
si;

O conteúdo do processo de ensino é a relação professor-aluno-matéria, ou seja, a atividade


que define a situação didática e que se configura como a mediação exercida pelo professor
em função do encontro cognitivo do aluno com os objetos de conhecimento.

Temos aí que o conteúdo do fenômeno ensino não é o conteúdo das matérias de ensino, mas a
relação professor-aluno-matéria, ou seja, a actividade de mediação docente. (ibid)

Os conteúdos servem de base para a aquisição de informações , conceitos e princípios e para


o desenvolvimento de hábitos, habilidades e atitudes. É através dos conteúdos curriculares
que alcançamos os objectivos estabelecidos para o processo educacional. (LIBÂNEO, 2013,
p.143).

Nesse sentido, os conteúdos formam a base material da actividade escolar. Como se sabe, os
conteúdos consistem de conhecimentos, hábitos, habilidades e métodos de estudo e trabalho,
atitudes e convicções, conexos às matérias de ensino.

Os conteúdos das matérias não se restringem à matéria em si, mas à matéria preparada
pedagogicamente, ou seja, ela remete-se a objectivos mais amplos da educação. Além disso,
todas as matérias requerem métodos de transmissão e assimilação activa.

A seleção dos conteúdos programáticos deve basear-se nos seguintes critérios: validade,
utilidade, significação, adequação ao nível de desenvolvimento do aluno, flexibilidade e
adequação ao tempo disponível. Além disso, deve ser dada ao aluno a possibilidade de
elaboração pessoal do conteúdo transmitido, permitindo-lhe comparar, organizar, aplicar e
avaliar informações, conceitos e princípios, num processo constante de reconstrução do
conhecimento.
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A organização dos conteúdos se constitui em duas formas de ordenação:

a) vertical — é a organização sequencial dos conteúdos ao longo de várias séries:

b) horizontal — é o relacionamento dos conteúdos dentro de uma mesma série.

A organização dos conteúdos deve orientar-se por três critérios: continuidade, sequência e
integração. Deve também, pautar-se em dois princípios básicos: o lógico e o psicológico.

Métodos de Ensino

Segundo Libanêo (1994), os métodos de ensino são as ações do professor pelas quais se
organizam as atividades de ensino e dos alunos para atingir objetivos do trabalho docente em
relação a um conteúdo específico.

Percebe-se método de ensino, como sendo o conjunto organizado de procedimentos didáticos


para conduzir a aprendizagem do aluno, visando a consecução dos objetivos propostos para o
processo educacional. O método não é neutro. Todo método de ensino tem por base um
modelo conceitual, isto é. fundamenta-se numa concepção de homem e de educação.

De acordo com Libâneo (2002), o método é a via, o caminho, para descobrir a forma, isto é, o
movimento interno do conteúdo.

Os Métodos em situações didáticas concretas, adquirem especificidade própria. Com efeito, a


função dos métodos de ensino é a de ser um caminho utilizado pelo professor e pelos alunos
para atingir objetivos de ensino, para transmissão e assimilação de conteúdos referentes a
esses objetivos. (ibid)

As características dos métodos: são meios para atingir um objetivo, implicando uma
actividade, isto é, uma sequência de ações, meios e procedimentos materiais e intelectuais, e
implica, evidentemente, um objeto. Estas características, quando referidas aos métodos de
ensino, tomam feições próprias à natureza do processo de ensino. (ibid)

A função dos métodos de ensino usados pelo professor é facilitar o processo de reconstrução
do conhecimento por parte do aluno.

Os critérios básicos para a seleção de um método ou técnica de ensino são: a adequação aos
objetivos propostos para o processo educacional: a natureza do conhecimento a ser
reconstruído pelo aluno e o tipo de aprendizagem a se realizar; as características dos alunos
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(faixa etária, nível de maturidade e desenvolvimento mental, grau de interesse e suas


expectativas de aprendizagem); as condições físicas existentes e o tempo disponível.

Segundo Libâneo (1994), o PEA tem um aspecto externo (os conteúdos de ensino) e um
aspecto interno ( as condições mentais e físicas dos alunos para assimilação dos conteúdos)
que se relacionam mutuamente: de um lado há matéria a ser ensinada de forma assimilável
pelo aluno, do outro, há um aluno a ser preparado para assimilar a matéria, partindo das suas
disposições internas.

Em função desse critério básico, no qual a direcção do ensino se orienta para a activação das
forças cognitivas do aluno, podemos classificar os métodos de ensino segundo os seus
aspectos externos – método de exposição, método de trabalho independente, método de
elaboração conjunta, método de trabalho em grupos – e seus aspectos internos – passos ou
funções didácticas e procedimentos lógicos e psicológicos de assimilação da matéria.

Método de Exposição: os conhecimentos, habilidades e tarefas são apresentadas, explicadas


ou demonstradas pelo professor. As actividades dos alunos são receptivas, embora não
necessariamente passivas. Entre as formas de exposição, mencionamos a exposição verbal, a
demonstração, a ilustração e a exemplificação.

Método do Trabalho Independente: consiste de tarefas, dirigidas e orientadas pelo professor,


para que os alunos as resolvam de modo relativamente independente e criador. Pressupõe
determinados conhecimentos, compreensão da tarefa e do seu objectivo, o domínio do
método de solução, de modo que os alunos possam aplicar conhecimentos e habilidades sem
a orientação directa do professor.

Método de Elaboração Conjunta: forma de interacção activa entre o professor e os alunos


visando a obtenção de novos conhecimentos, habilidades, atitudes e convicções, bem como a
fixação e consolidação de conhecimentos e convicções já adquiridos. A forma mais típica do
método de elaboração conjunta é a conversação didáctica, denomina-se, também, aula
dialogada.

Método de Trabalho em Grupo: consiste basicamente em discutir temas de estudo iguais ou


diferentes a grupos fixos ou variáveis, compostos de três a cinco alunos. Há muitas formas de
organização de grupos entre as quais as seguintes: Debate, Philips 66, Tempestade mental,
Grupo de verbalização-grupo de observação (GV-GO) e Seminário.
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O professor deve variar os métodos de ensino, usando os mais adequados aos objetivos
propostos e à natureza do conteúdo estudado. Eles devem favorecer a compreensão, a
assimilação e a construção do conhecimento por parte do aluno. A compreensão é um
elemento indispensável à aprendizagem, pois para assimilar um conhecimento é preciso
compreendê-lo, isto é, incorporar o objeto de estudo ao seu universo mental. Por isso,
independentemente das técnicas que usar, o professor deve estar atento para oferecer aos
alunos situações que lhes permitam comparar, estabelecer relações, classificar, ordenar, situar
no tempo e no espaço, analisar, induzir, deduzir, sintetizar, conceituar, provar e justificar.
Enfim, cabe ao professor cuidar para que o aluno vivencie situações nas quais possa operar
mentalmente, construindo o conhecimento.

Os métodos não têm vida independentemente dos objectivos e conteúdos, assim como a
assimilação dos conteúdos depende tanto dos métodos do ensino e de aprendizagem.
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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A relação objectivos-conteúdos-métodos tem como característica a mútua interdependência.

A matéria de ensino é o elemento de referência para a elaboração dos objectivos específicos


que, uma vez definidos, orientam a articulação dos conteúdos e métodos, tendo em vista a
actividade do estudo dos alunos. Por sua vez, os métodos, à medida que expressam formas de
transmissão e assimilação de determinadas matérias, actuam na selecção de objectivos e
conteúdos.

Portanto, a relação objectivos-conteúdos-métodos funciona como um ciclo, ou seja, enquanto


de um lado, os objectivos explicitam propósitos pedagógicos intencionais e planejados de
instruçào e educação dos alunos, para participação na vida social, do outro lado os conteúdos,
constituem a base informativa concreta para alcançar os objectivos e determinar os métodos,
e por sua vez, os métodos, formam a totalidade dos passos, formas didácticas e meios
organizativos do ensino que viabilizam a assimilação dos conteúdos e, assim, o atingimento
dos objectivos
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LIBÂNEO, J.C. (2013). Didáctica. 2ª ed., São Paulo, Cortez Editora.

_______________ (2008). Didáctica, São Paulo, Cortez Editora.


_______________ (2006). Didáctica. São Paulo: Cortez Editora
_______________ (2002). Didática. Velhos e Novos Temas. S.Paulo.
_______________ (1994). Didáctica. São Paulo, Cortez Editora.

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