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Introdução
Uma pessoa instruída é capaz de se adaptar às mudanças que ocorrem durante a sua vida (a
aprendizagem é contínua). A vida é um processo de mudança – tudo ao seu redor é questionável
e tudo se mistura. Por isso, não existe aquele que sabe e aquele que ensina, todos sabem alguma
coisa e todos aprendem alguma coisa com alguém.
O professor passa a ser considerado um facilitador da aprendizagem, não mais aquele que
transmite conhecimento, e sim aquele que auxilia os educandos a aprender a viver como
indivíduos em processo de transformação.
O presente trabalho debruça – se sobre aprendizagem centrada no aluno no processo de ensino e
aprendizagem, o qual compreende os seguintes itens: princípios básicos, condições necessárias à
aprendizagem, motivações para a aprendizagem, características, vantagens e desvantagens da
aprendizagem centrada no aluno, a fim de mostrar até que ponto este modelo é importante no
processo de ensino e aprendizagem.
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0.1 Objectivos
0.1.1 Objectivo Geral
0.1.3 Metodologia
Aprendizagem significativa é mais do que uma acumulação de fatos. É uma aprendizagem que
provoca uma modificação, quer seja no comportamento do indivíduo, na orientação futura
relativamente as suas atitudes e personalidade. É uma aprendizagem penetrante, que não se
limita a um aumento de conhecimentos, mas que penetra profundamente todas as parcelas da sua
existência." Rogers, in Tornar-se Pessoa, 1988, editora Martins Fontes.
Ensino- é uma combinação adequada entre a condução do processo de ensino pelo professor e a
assimilação activa como actividade autónoma e independente do aluno. ( Libâneo1994:89)
Aula — é o conjunto de meios e condições pelos quais o professor dirige e estimula o processo
de ensino em função da actividade própria ao processo de aprendizagem escolar, ou seja, a
assimilação consciente e activa dos conteúdos (Libâneo; 1994:177).
Processo de ensino – como conjunto de actividade organizado pelo professor e alunos visando
alcançar determinados resultados (domínio de conhecimentos e desenvolvimentos das
capacidades cognitivas), tendo como ponto de partida o nível actual de conhecimento,
experiências e de desenvolvimento mental dos alunos. Libâneo (1994:79p);
Rogers combate a aprendizagem do tipo “tarefas”, que só utiliza as operações mentais, não
considerando o indivíduo como um todo. Esse tipo de aprendizado é esquecido com o tempo,
pois não tem relevância com os sentimentos, as emoções e sensações do educando, e não
provoca uma curiosidade que leve o indivíduo a aprofundar mais e mais.
Para Rogers, ensinar é mais que transmitir conhecimento – é despertar a curiosidade, é instigar o
desejo de ir além do conhecido. É desafiar a pessoa a confiar em si mesmo e dar um novo passo
em busca de mais. É educar para a vida e para novos relacionamentos.
O professor passa a ser considerado um facilitador da aprendizagem, não mais aquele que
transmite conhecimento, e sim aquele que auxilia os educandos a aprender a viver como
indivíduos em processo de transformação. O educando é instado a buscar o seu próprio
conhecimento, consciente de sua constante transformação.
Para conseguir um bom resultado como facilitador é preciso ter ou desenvolver algumas
qualificações. A mais importante de todas é a autenticidade, qualidade que conquista o respeito
dos educandos. Nesse caso o facilitador precisa aprender primeiramente a ser autêntico consigo
mesmo e, só depois, expor aos alunos seus limites, suas dificuldades. É necessário deixar cair a
máscara do educador bonzinho, compreensivo, tolerante; ser verdadeiro sem transferir suas
próprias frustrações para os alunos. É preciso se mostrar pessoa como eles também são: com
defeitos e qualidades, sentimentos e desejos, alegrias e tristezas. Um ser real e comum com sua
própria história de vida. Essa transparência conquista a confiança e o respeito dos educandos.
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A segunda qualificação é o apreço, a aceitação e confiança. Isto significa ter carinho pelo
estudante, por tudo que ele representa; considerar suas acções e reacções, e aceitá-los como
pessoas reais como você. O facilitador confia neste ser em transformação, que possui qualidades
e defeitos, em busca de satisfazer suas aspirações desejos e ansiedades, como qualquer ser
humano.
Autenticidade do facilitador
Esse factor é abordado com grande ênfase, devido à importância do facilitador mostrar-se
congruente com aquilo que ele está fazendo. Essa autenticidade, percebida pelos alunos,
desempenhará um papel fundamental na relação, pois os alunos perceberão o professor como
uma pessoa franca e confiarão nele (FERREIRA, 2002, p. 156).
Desse modo, o professor precisa despojar-se do tradicional papel ‘máscara’ ou ‘fachada’
tornando-se uma pessoa real com seus alunos (FORISHA e MILHOLLAN, 1978, p. 177).
Compreensão empática
Trata-se da capacidade do professor de perceber o aluno em seu contexto, sentindo as
dificuldades do aluno como se fossem suas e aceitá-las como são. Por esse motivo, Rogers
(2001) relata que a aprendizagem significativa é possível se o professor for capaz de aceitar o
aluno tal como ele é e de compreender os sentimentos que ele manifesta (p. 331).
Com esse princípio, o professor estará directamente ligado às potencialidades e dificuldades do
aluno e poderá compreendê-lo em seu processo, valorizando-o como pessoa (FERREIRA, 2002,
p. 157), possibilitando assim, um crescimento não só intelectual, mas também do aluno como
“ser”.
Desse modo, que o estudante poderá buscar o conhecimento da forma que lhe for melhor na
assimilação, estando o professor novamente como facilitador para a exploração desse material,
estando ali, à disposição para cooperar com o processo de descoberta do aluno.
Avaliação
Uma grande dificuldade encontrada ao conversar com professores quanto a esse método de
ensino é referente à avaliação. A necessidade de avaliar o outro acaba se tornando a ideia central
do processo. Justo (1987) afirma que “a quase totalidade dos estabelecimentos de ensino
requerem a atribuição ao aluno de uma nota ou conceito do professor” (p. 154).
Possivelmente muitos já passaram por algum colega e/ou amigo que estava estudando e ao
perguntar o motivo de estar estudando daquela maneira era tido como resposta: Eu tenho que
estudar para a prova.
Entretanto, pegando esse pequeno exemplo, subtil, no entanto bastante presente no ambiente de
ensino, pode-se perceber que o envolvimento não está no prazer de estudar, mas sim focado no
temor da grande parte dos estudantes – a prova.
A avaliação para Rogers é auto-avaliação; só o aluno é capaz de avaliar o que é significativo para
ele ou não; depende do próprio aluno perceber-se a si mesmo e valorar-se com consciência. Um
relacionamento de confiança entre professor e aluno é um entendimento de valores, com clima
de liberdade e respeito, é fundamental à auto-avaliação. O aluno torna-se responsável pela sua
aprendizagem, além de verificar se os objectivos certos foram alcançados.
Numa perspectiva centrada no aluno, é muito mais coerente seguirmos pela mesma linha de
raciocínio. Se é o aluno que se determina a buscar seu conteúdo e a forma como será abordado,
logo, ninguém melhor que este para avaliar o conhecimento que adquiriu.
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Por esse motivo, Piletti (1997) traz que “a avaliação da própria aprendizagem é um dos meios
mais eficazes de promover a aprendizagem com liberdade e responsabilidade” (p. 101).
Permite que os alunos coloquem questões e que estas lhes sejam respondidas;
Favorece a interacção;
Permite ao professor seguir a evolução do aluno;
Ajuda a orientar os debates;
Permite que os alunos tenham tempo para formular questões e respostas;
São um bom meio para variar a apresentação da informação.
Alunos podem ficar fora da discussão se esta não for moderada correctamente;
Alunos podem não participar;
Alunos podem apresentar comportamentos inapropriados;
Alunos podem ter expectativas irrealistas do professor.
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2. Conclusão
É fundamental abandonar o modelo de ensino aprendizagem instrutivista, centrado no professor,
que supõe que o conhecimento pode ser obtido passivamente através da transferência de
informação do professor para o aluno. Nesse modelo o professor controla o processo de
aprendizagem através da distribuição de informação. A ênfase está em distribuir informação em
vez de facilitar a aprendizagem através de actividades que estejam em sintonia com as
necessidades e preferências dos alunos. Além disso, confunde - se informação com
conhecimento
A diferença entre informação e conhecimento é delicada, porém importante. Conhecimento é o
significado que se extrai da informação, é a interpretação. Usualmente, o conhecimento é
desenvolvido através de um processo interactivo, através da discussão com pares ou
desenvolvendo uma análise crítica da informação. Para desenvolver o conhecimento é necessário
um ambiente de aprendizagem muito mais rico e diversificado do que o utilizado para simples
transmissão de informação.
A visão construtivista assegura que o aluno constrói novo conhecimento através de um processo
de relacionamento da nova informação com o seu conhecimento e experiência anteriores. Nesse
modelo, os docentes tornam-se orientadores, em vez de distribuidores de informação. A prática
docente é centrada no papel do estudante no processo de construção do conhecimento.
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3 Referencias Bibliograficas
ALMEIDA. Dicionário da língua portuguesa. 5a edição.
GOLIAS, Manuel. Manual de Didáctica geral. Maputo. 1999.
LIBÂNEO, José Carlos. Colecção Magistério- 20 grau série formação de professor. São Paulo:
Cortez, 1994.
Revista Plural: v.4, n.2 (dezembro 2002). São Paulo: Editora São Judas Tadeu, 2002.